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O laboratório clínico nas principais

alterações metabólicas

Prof. Me. Denis Henrique de Oliveira


Diagnóstico Médico I
FAMP
I. INTRODUÇÃO
METABOLISMO

Metabolismo é a somatória de todas as


transformações químicas de uma célula ou
organismo

Uma atividade celular altamente coordenada na


qual diversos sistemas multienzimáticos atuam
conjuntamente.
Sintetizar e degradar biomoléculas necessárias para
determinadas funções celulares.

O conjunto de reações metabólicas envolvidas no processamento de


moléculas específicas – via metabólica
O PÂNCREA ENDÓCRINO

Endocrine:

F-cells
(Pancreatic
Polypeptide)
(A ou α-cells (glucagon)
D-cells
(B ou cells (somatostatin)
(insulin)
II. INSULINA
1. Síntese e ativação:
Pre´-proinsulina (110 aa)  proinsulina  Insulina (51 aa)
(RER) (Golgi)
2. Metabolismo Glicídico

Células adiposas
captação de glicose
gliconeogênese síntese de glicerol
 glicogenólise
 glicólise
 glicogênese

 lipogênese síntese de triglicerídios


 lipólise  síntese de ácidosgraxos
 lipólise

 fracionamento das
proteínas
INTERAÇÃO GLICOSE-INSULINA

• Os níveis sanguíneos de glicose dentro do pâncreas


controlam diretamente a secreção de insulina.

• Glicose elevada liberação de insulina glicose para


interior das células redução da glicose sanguínea
remoção do estímulo para liberação de insulina.

• Uma queda na concentração sanguínea de glicose induz


uma redução drástica nos níveis sanguíneos de insulina.
III. GLUCAGON E SOMATOSTATINA
GLUCAGON:
Síntese : células alfa-pancreáticas ; proteína madura
com 29 aa (clivagem Proglucagon)
Secreção: estimulada por  Glicemia.
Ações:
↑ glicogenólise (degradação glicogênio)
↑ gliconeogênese (síntese glicose –
compostos não açucares)
↓ glicogênese (síntese glicogênio)
↑ lipólise (degradação lipídios)

SOMATOSTATINA:
Secretada pelas células Delta (14 aa em cadeia única);
Regulação inibitória da insulina e glucagon
Inibe homônio do crescimento
IV. CONTROLE DA GLICEMIA
Hormônio Principais ações Principal efeito

Principal hormônio  captação de glicose


regulador
 síntese de glicogênio
Insulina  GLICEMIA
 Glicogenólise

 Gliconeogênese

Principal hormônio
contra- regulador

 Glicogenólise
 GLICEMIA
Glucagon
 Gliconeogênese
V. DIABETES MELLITUS

Síndrome do comprometimento do
metabolismo dos carboidratos,
lipídeos e proteínas.

• Diabete melito tipo I • Diabete melito tipo II


(DMID) (DMNID)

Falta de secreção de Resistência à


insulina insulina
V. DIABETES MELLITUS
Deficiência na secreção de insulina, diminuição da
resposta do tecido periférico à insulina (resistência à
insulina) ou ambos, levam à DM

Sintomas:
• hiperglicemia
• glicosúria
• poliúria
• polidipsia
• cetose

Retinopatias, Nefropatias, Neuropatias,


Complicações vasculares
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial

Glicemia de jejum

A glicemia de jejum é a forma mais prática de se


avaliar o status glicêmico. Para o diagnóstico, são
necessários dois resultados alterados em dias
diferentes. As dosagens de glicemia de jejum e em
horários diversos, particularmente pós-prandiais, são
úteis no controle do tratamento, eventualmente.
DIABETES MELLITUS
PERFIL DIABETES

Valores de referência para diagnóstico:


Glicemia jejum
(8h)

< 100 mg/dL


Normal

Pré-Diabetes 100-125 mg/dL

Diabetes Mellitus ≥ 126 mg/dL


PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG)

Consiste na administração oral de 75g de glicose


anidra com coleta de glicemia após 2 horas. Indicado
para o diagnóstico de diabetes, quando houver
resultados dúbios de glicemia de jejum, e para o
diagnóstico de diabetes gestacional.
TESTE DE TOLERÂNCIA ORAL À GLICOSE
 TOTG/TTOG/CURVA GLICÊMICA;

Execução do teste:
Manhã - ciclo circadiano
 Glicemia jejum (100 e  125mg/dL)
• Métodos de Determinação:
 Ingestão de Dextrose:
- 75g/adulto
-1,75g/kg peso/crianças
-50g grávidas
 Tempos de Coleta:
Basal/120 min
Basal, 30, 60, 90, 120, 240 min
TESTE DE TOLERÂNCIA ORAL À GLICOSE
 Critérios: ADULTOS

GLICEMIA JEJUM (mg/dL)

100 e  125

TOTG

zero  110 e  125 zero  110 e  125

120’-  140 e  199 120’-  200

Intolerância Diabetes mellitus


à glicose
DIABETES MELLITUS
PERFIL DIABETES

Valores de referência para diagnóstico:


Glicemia jejum Glicemia após 2h da
(8h) adm de 75g glicose

Normal < 100 mg/dL < 140 mg/dL

Pré-Diabetes 100-125 mg/dL 140-199 mg/dL

Diabetes Mellitus ≥ 126 mg/dL ≥ 200 mg/dL


CURVA GLICÊMICA
Execução do teste:
Manhã - ciclo circadiano
 Glicemia jejum (100 e  125mg/dL)

• Métodos de Determinação:
 Ingestão de Dextrose:
- 75g/adulto
-1,75g/kg peso/crianças
-50g grávidas

 Tempos de Coleta:
Curva glicêmica simplificada (2 horas) – Basal, 30, 60, 120 min
Curva glicêmica clássica ( 3 horas)- Basal, 30, 60, 90, 120,
180min
Curva glicêmica prolongada ( 4 horas) Basal, 30, 60, 90, 120,
180, 240 min.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
PERFIL DIABETES
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
Hemoglobina Glicada
(HbA1c) ou (A1C)

O termo genérico “hemoglobina glicada” refere-se a


um conjunto de substâncias formadas com base em
reações entre a hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares.

Tem sido utilizada na avaliação do controle glicêmico


nos últimos dois a três meses (meia vida das hemácias),
sendo representativa das glicemias médias diárias
durante esse período
HEMOGLOBINA GLICADA
Hemoglobina Glicada, HbA1c ou A1C
Perfil da Hemoglobina no adulto:
•Hb A - 97% (tetrâmero 2 cadeias alfa e 2 cadeias beta)
•Hb A2 - 2,5% NH2
•Hb F - 0,5%

Hemoglobina A

Cadeia Beta
NH2
Val His Leu Thr Pro Glu Glu Lys Ser
Cadeia Alfa
HEMOGLOBINA GLICADA
Hemoglobina Glicada - HbA1c ou A1C
NH2

Gluc Val His Leu Thr Pro Glu Glu Lys Ser

NH2 HbA1a1 = frutose 1,6-bifosfato


HbA1a2 = frutose 6-fosfato
Glicose
HbA1b = ácido pirúvico
HbA1c = A1C = glicose
HEMOGLOBINA GLICADA
A hemoglobina glicada resulta da fixação não enzimática da
glicose ao aminoácido valina terminal da cadeia beta da
hemoglobina (Glicação).
Hemoglobina Glicada (HbA1c) ou (A1C)
HEMOGLOBINA GLICADA (A1C), sangue total
====================================================================
Método: Cromatografia em coluna de troca iônica em sistema de HPLC
RESULTADO FAIXA DE NORMALIDADE
13,0 % 4,0 a 6,0 %

Esse valor de hemoglobina glicada corresponde à glicemia média


estimada de 326 mg/dL.

OBSERVAÇÕES:

- O valor de A1C reflete o controle glicêmico das últimas oito a


doze semanas;
- Consensos nacionais e internacionais sugerem que níveis de A1C
mantidos abaixo de 7% estão associados a uma significativa
redução no surgimento e na progressão de complicações
microvasculares do diabetes. Esta observação é válida para os
laboratóriosque utilizam metodologias de referência e
participam docontrole de qualidade com o certificado do
National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP).
- Segundo a Associação Americana de Diabetes (ADA) um valor de
hemoglobina glicada acima de 6,5% confirmado em uma segunda
dosagem indica o diagnóstico de diabetes.
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
Proteína Glicada (Frutosamina)
Constituída principalmente de albumina, reflete o
controle glicêmico nos últimos 7 a 14 dias. Embora haja
boa correlação entre proteína glicada e HbA1c, sua
determinação não deve ser considerada equivalente. A
proteína glicada pode ser um método alternativo para
avaliar pacientes que tenham condições que interfiram
na HbA1c.

hemoglobinopatias, hemólise e anemia.


PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial

Proteína Glicada (Frutosamina)


II. INSULINA
1. Síntese e ativação:
Pre´-proinsulina (110 aa)  proinsulina  Insulina (51 aa)
(RER) (Golgi)
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial

INSULINA

A dosagem da insulina pode ser útil para caracterizar


um dos determinantes da síndrome metabólica – a
resistência à insulina, que pode ser estimada,
principalmente, através da sua correlação com a
glicemia de jejum.
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
INSULINA
Os níveis de insulina podem também ser usados para
monitorar a produção de insulina endógena pelas
células beta;
Determinar quando um diabético do tipo 2 deve
começar a tomar insulina para suplementar os
medicamentos orais.
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
Peptídeo C

A capacidade secretória do pâncreas pode ser


analisada pela dosagem do peptídeo C, que é secretado
na circulação em concentrações equimolares com a
insulina, originados da clivagem da pró-insulina. Sua
dosagem não é afetada por anticorpos anti-insulina ou
pela extração hepática na primeira passagem.
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
Peptídeo C
O peptídeo C pode ser usado para avaliar a produção
de insulina pelo corpo, diferenciando-a da insulina
injetada como medicamento, que não gera peptídio C.
Sua sensibilidade diagnóstica aumenta com a
dosagem após estímulo (sobrecarga de glicose).
Avaliação da reserva insulínica pancreática.
Acompanhamento da
historia natural da função da célula beta no diabetes
tipo 1, após o
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
Auto-Anticorpos contra a célula beta
(Anti-GAD, anti-IA2, anti-ilhota e anti-insulina)
O DIABETES MELITO TIPO 1 auto-imune (DM1A)
representa 5% a 10% dos casos de diabetes e decorre da
destruição auto-imune seletiva das células-beta das
ilhotas pancreáticas.
É rápido e intenso em crianças e adolescentes,
resultando necessidade precoce e permanente com
insulina e risco de cetoacidose.
Caracterizada pela presença de auto-anticorpos
contra antígenos pancreáticos.
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
Auto-Anticorpos contra a célula beta
(Anti-GAD, anti-IA2, anti-ilhota e anti-insulina)

Os marcadores humorais mais frequentes da


agressão imune são:
o anticorpos antiinsulina (IAA),
o antiilhotas de Langerhans (ICA),
o antienzima descarboxilase do ácido
glutâmico (anti-GAD)
o Anticorpo anti tirosina-fosfatase (anti-IA2)
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial

Silva et al.,
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial
PERFIL DIABETES
Diagnóstico e Acompanhamento Laboratorial

Anti-GAD são observados em 70 a 80% dos pré-


diabéticos tipo 1, incluindo 7 a 8% dos diabéticos com
início na vida adulta

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