Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Experimento de Trocadores de Calor Casco e Tubo


Laboratório de Termociências

Manaus – AM
Setembro, 2017
Jean Carlos de Lira Bastos
Kétlen Salvino Dávila
Luiz Antônio Picco Junior
Marcelo Souza Pinto Junior
Otávio Góes Tavares
Pedro Daniel da Silva Martins
Raphael Ferreira da Silva
Ricardo Augusto Kong Ormeno

Trocadores de Calor Casco e Tubo


Laboratório de Termociências

Relatório solicitado para obtenção de


nota parcial para disciplina de
Laboratório de Sistemas Térmicos do
Curso de Engenharia Mecânica,
referente ao período 2017/2, sob
orientação do Prof.: Gino Andrade

Manaus – AM
Setembro, 2017
Sumário

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 4

2.1 ESCOAMENTO CO-CORRENTE...................................................................... 4

2.2 ESCOAMENTO CONTRA-CORRENTE ........................................................... 5

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 5

4. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS ........................................................................ 6

4.1 MATERIAIS ....................................................................................................... 6

4.2 PROCEDIMENTOS ........................................................................................... 7

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 9

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 10

7 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO

Diferentes princípios são aplicados em equipamentos usados para implementar a


troca de calor entre fluidos sujeitos a diferentes temperaturas, sendo muito comum na
indústria a troca através de uma parede que separa os fluidos.
Nesse contexto, os fluidos escoam no trocador sem contato direto, através de
tubulações distintas, separadas por paredes de alta condutibilidade térmica, geralmente
feitas de metais, como o cobre e o alumínio, ou ligas metálicas.
Neste experimento foi utilizado um trocador de Calor XL13, do tipo Casco e
Tubos. Os tubos são de cobre e o casco de acrílico transparente, de forma que o fluido
quente passa pelos quatro tubos de cobre trocando calor com o fluido frio que passa pelo
casco.
Um conjunto de quatro válvulas de esfera permite a escolha entre as duas
configurações clássicas: Co-corrente, em que os dois fluidos entram do mesmo lado do
trocador e fluem no mesmo sentido e contracorrente, em que os fluidos entram em lados
opostos e fluem em sentido contrário.
A água quente é suprida por um reservatório aquecido com temperatura controlada
que recircula água quente pelo trocador. Enquanto a água fria é fornecida por uma torneira
externa e é descartada após passar pelo trocador.
Além do método da efetividade utilizamos o método de Dell Delaware para
determinar os demais parâmetros referentes ao experimento

2 OBJETIVOS
O experimento tem como objetivo geral realizar a análise dos trocadores de Calor
da bancada didática de estudos de trocadores de calor Universidade Federal do Amazonas,
com o fluxo de água nas modalidades Co-Corrente e Contra-Corrente em diferentes
vazões de água quente e fria, a fim de testar a eficiência do equipamento.

2.1 ESCOAMENTO CO-CORRENTE


Inicialmente, a diferença das temperaturas é grande, mas diminui, aproximando-
se assintoticamente a zero. A temperatura de saída do fluído frio nunca poderá ser superior
à temperatura do fluído quente. Segundo Incropera (2008), para realizar os balanços de
energia nessa situação, devemos fazer as seguintes considerações:
 O trocador de calor está termicamente isolado;
 A condução axial ao longo dos tubos é desprezível
 Mudanças das energias potencial e cinética são desprezíveis
 Os calores específicos dos fluídos são constantes
 O coeficiente global de transferência de calor é constante.

2.2 ESCOAMENTO CONTRA-CORRENTE


Ao contrário do escoamento Co-Corrente, esta configuração permite a
transferência de calor das parcelas mais quentes em uma extremidade e a das parcelas
mais frias na outra extremidade. Por isso, a variação nas temperaturas não é tão elevada
quanto as apresentadas no método co-corrente, podendo assim existir um cenário onde a
temperatura de saída do fluído frio seja superior a temperatura de saída do fluído quente
(Incropera, 2008).

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 MÉTODO DA EFETIVIDADE – NTU

Este método é baseado em um parâmetro adimensional chamado efetividade da


transferência de calor 𝜺, definido como:

𝑸̇ 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒆𝒓ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒓𝒆𝒂𝒍


𝜺= =
𝑸𝒎á𝒙 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒆𝒓ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒎á𝒙𝒊𝒎𝒂 𝒑𝒐𝒔𝒔í𝒗𝒆𝒍

A taxa real de transferência de calor em um trocador de calor pode ser determinada


a partir do balanço de energia sobre o fluido quente ou frio, expressa como:
𝑸̇ = 𝑪𝒄 (𝑻𝒄,𝒔𝒂𝒊 − 𝑻𝒄,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 ) = 𝑪𝒉 (𝑻𝒉,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 − 𝑻𝒉,𝒔𝒂𝒊 )
Onde 𝑪𝒄 = 𝒎̇𝒄 𝒄𝒑𝒄 e 𝑪𝒉 = 𝒎̇𝒄 𝒄𝒑𝒉 são as taxas de capacidade térmica dos fluidos
quente e frio, respectivamente. Para determinar a taxa de transferência de calor máxima
possível no trocador de calor, primeiro é necessário reconhecer que a diferença de
temperatura máxima do trocador de calor é a diferença entre as temperaturas de entrada
dos fluidos quente e frio, ou seja:
∆𝑻𝒎𝒂𝒙 = 𝑻𝒉,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 − 𝑻𝒄,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂
A transferência de calor em um trocador de calor atinge seu valor máximo quando:
(1) O fluido frio é aquecido até a temperatura de entrada do fluido quente;
(2) O fluido quente é resfriado até a temperatura de entrada do fluido frio;
Essas duas condições-limite serão alcançadas simultaneamente se as taxas de
capacidade térmica dos fluidos quente e frio forem idênticas (𝐶𝑐 = 𝐶ℎ ). Quando isto não
ocorre (𝐶𝑐 ≠ 𝐶ℎ ), o fluido com menor taxa de capacidade térmica sofrerá uma mudança
de temperatura maior e, assim, será o primeiro a experimentar a temperatura máxima, em
tal ponto que a transferência de calor irá cessar. Logo, a taxa de transferência de calor
máxima possível em um trocador de calor é:
𝑸𝒎á𝒙 = 𝑪𝒎𝒊𝒏 (𝑻𝒉,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 − 𝑻𝒄,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 )
Onde 𝐶𝑚𝑖𝑛 é o menor valor entre 𝐶ℎ e 𝐶𝑐 .
Assim a efetividade 𝜀 pode ser determinada por:
𝒎̇𝒉 ∙ 𝒄𝒑𝒉 ∙ (𝑻𝒉,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 − 𝑻𝒉,𝒔𝒂𝒊 )
𝜺=
𝑪𝒎𝒊𝒏 (𝑻𝒉,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 − 𝑻𝒄,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 )
Ou:
𝒎̇𝒄 ∙ 𝒄𝒑𝒄 ∙ (𝑻𝒄,𝒔𝒂𝒊 − 𝑻𝒄,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 )
𝜺=
𝑪𝒎𝒊𝒏 (𝑻𝒉,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 − 𝑻𝒄,𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂 )
Por definição, 0 ≤ 𝜀 ≤ 1. E ainda, para qualquer trocador de calor:
𝑪𝒎𝒊𝒏
𝜺 = 𝒇 (𝐍𝐔𝐓, )
𝑪𝒎𝒂𝒙
𝐶 𝐶 𝐶 𝐶
Onde: 𝐶 𝑚𝑖𝑛 = 𝐶𝑓 ou: 𝐶 𝑚𝑖𝑛 = 𝐶𝑞 , dependendo das magnitudes relativas das taxas de
𝑚𝑎𝑥 𝑞 𝑚𝑎𝑥 𝑓

capacidades caloríficas dos fluidos quente e frio. O número de unidades de transferência


𝑈𝐴
(NUT) é um parâmetro adicional definido como: NUT ≡ 𝐶 . Sendo U o coeficiente
𝑚𝑖𝑛

global de transferência de calor e A é a área de transferência de calor do trocador.

4. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS
4.1 MATERIAIS

Reservatório de Água Quente:


o Reservatório em aço carbono com pintura eletrostática, com 13 L de volume
útil;
o Bomba centrífuga, monofásica, 220 Vca, ½ CV;
o Resistência de aquecimento de 2,5 kW em 220 Vac;
o Controlador de Temperatura PID;
o Estrutura em aço carbono com pintura eletrostática com pés de borracha
antiderrapantes;
Trocador:
o Lado quente (tubos): 04 tubos em cobre de diâmetro nominal 3/8’’ (diâmetro
interno: 7,7 mm, diâmetro externo: 9,5 mm, comprimento efetivo: 635 mm);
o Lado frio (casco): 01 tubo de acrílico de diâmetro nominal de 1 ¼’’ (diâmetro
interno: 35 mm);

Instrumentação:

o Dois rotâmetros para medida da vazão de água quente e fria;


o Quatro sensores de temperatura tipo Pt100 denominados Temp1, Temp2,
Temp3 e Temp4;
o Um indicador digital de temperatura de quatro entradas;
o Um controlador de temperatura PID digital com sensor tipo Pt100.

4.2 PROCEDIMENTOS

Configuração Co corrente

Para a configuração Co corrente, é necessário que as válvulas V2 e V3 estejam


fechadas e as válvulas V1 e V4 abertas, conforme a figura. Então, o equipamento é ligado
e ajusta-se o set point do controlador de temperatura em aproximadamente 50 ºC.
As vazões de água quente e fria foram estabelecidas à 2 L/min e 3 L/min,
respectivamente. Então, aguardamos 5 minutos para que o equipamento atingisse regime
permanente térmico.
Finalmente, anotamos as vazões de água quente, água fria e as temperaturas T 1,
T2, T3 e T4.
Os procedimentos são refeitos para uma vazão de água quente fixa de 2 L/min e
para as vazões de água fria de 6, 9 e 12 L/min.
Figura 1 - Trocadores de Calor - LABTRIX

Configuração Contracorrente

Para a configuração contracorrente, fechamos as válvulas V1 e V4 e abrimos as


válvulas V2 e V3, conforme a figura. O equipamento já encontrava-se ligado e com o set
point ajustado à temperatura de 50 ºC.
As vazões de água quente e fria foram estabelecidas à 2 L/min e 3 L/min,
respectivamente. Então, aguardamos 5 minutos para que o equipamento atingisse regime
permanente térmico.
Finalmente, anotamos as vazões de água quente, água fria e as temperaturas T1,
T2, T3 e T4.
Os procedimentos são refeitos para uma vazão de água quente fixa de 2 L/min e
para as vazões de água fria de 6, 9 e 12 L/min.

Figura 2 – Válvulas do trocador


5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos foram resumidos nas tabelas abaixo.

Tabela 1 – Configuração Co Corrente


Vazão AF Vazão AQ T1 T2 T3 T4
3 2 48,3 26,6 42,5 31,1
6 2 48,2 26,6 41,6 29,4
9 2 48,0 26,5 41,1 28,8
12 2 48,0 26,6 40,8 28,4

Tabela 2 – Configuração Contracorrente


Vazão AF Vazão AQ T1 T2 T3 T4
3 2 48,3 30,9 42,2 27,1
6 2 48,0 29,1 41,2 27
9 2 48,2 28,5 41,0 27
12 2 48,0 28 40,7 27

6. Resultados

Resumo de resultados de efetividade


Configuração Co corrente
Medida Vazão quente (L/min) Vazão fria (L/min) 𝜀ℎ 𝜀𝑐
1 2 3 1,26 1,0
2 2 6 1,15 1,95
3 2 9 1.12 2.88
4 2 12 1.09 3.79
Configuração Contra corrente
Medida Vazão quente (L/min) Vazão fria (L/min) 𝜀ℎ 𝜀𝑐
1 2 3 0,29 0,27
2 2 6 0,32 0,30
3 2 9 0,34 0,32
4 2 12 0,35 0,28

Segundo Çengel, se 𝐶𝑚𝑖𝑛 = 𝐶ℎ → 𝜀 = 𝜀ℎ e se 𝐶𝑚𝑖𝑛 = 𝐶𝑐 → 𝜀 = 𝜀𝑐 , reduzindo os


resultados a:

Resumo de resultados de efetividade


Configuração Co corrente
Medida Vazão quente (L/min) Vazão fria (L/min) 𝜺
1 2 3 1,0
2 2 6 1,15
3 2 9 1.12
4 2 12 1.09
Configuração Contra corrente
Medida Vazão quente (L/min) Vazão fria (L/min) 𝜺
1 2 3 0,27
2 2 6 0,30
3 2 9 0,32
4 2 12 0,28

6 CONCLUSÃO
As efetividades calculadas se mostraram idênticas inicialmente, quando levadas em
conta a transferência de calor real tanto no fluido frio quanto no fluido quente, porém
devido a diferença das vazões tanto da agua quente quanto da agua fria ϵh decresceu
enquanto ϵc aumentou conforme as variações feitas experimentalmente. Teoricamente,
estes valores de efetividade são iguais. Aqui, a discrepância se deve às perdas de
quantidades de calor pelo sistema estudado.
Observa-se também que valores maiores de efetividade são alcançados na
configuração co-corrente, o que significa que houver maior perda de calor para o
ambiente nesta configuração. Logo, levando em conta o objetivo do trocador de calor, a
configuração co-corrente obteve desempenho mais eficiente.

7 REFERÊNCIAS

 ÇENGEL, Y. A. Transferência de Calor e Massa. Porto Alegre, Mc Graw Hill


e Bookman, 2012.
 INCROPERA, F. I. Fundamentos da transferência de calor e massa. Rio de
Janeiro: LTC, 2011.
 Manual: bancada trocador de calor casco e tubos: Modelo XL13. Labtrix
Indústria de Bancadas Técnicas Ltda. Itatiba, 2013.

Você também pode gostar