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1.1. Objetivo:
Preparar o aluno para que tenha as ferramentas e habilidades necessárias para se projetar um
entreposto frigorífico.
1.2. Estratégia:
1.3. Aproveitamento:
A ≥ 7,0
T = f ( relatório de visitas )
1.4. Bibliografia:
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Refrigeração Industrial
2. INTRODUÇÃO:
2.1. Generalidades:
São instalações também que exigem uma mão de obra mais especializada e um custo maior de
projeto, visto se tratarem de assuntos específicos para cada caso. Outro aspecto a ser considerado
é o relacionado aos problemas e cuidados que se deve ter ao trabalhar com o refrigerante amônia,
o qual é bastante tóxico, e os materiais ferrosos empregados na montagem da planta, que a
baixas temperaturas (normalmente -45ºC em processos de congelamento, e -70ºC ou menos nos
processos de liofilização), sofrem o fenômeno de fragilização do metal.
PRODUÇÃO TRANSPORTE ARMAZENAGEM DISTRIBUIÇÃO
colheita rodoviário grandes entrepostos p/ pontos de vendas:
abate marítimo na periferia de supermercados, mer-
processamento aéreo grandes centros cearias, e etc.
maturação
ARMAZENAGEM CONSUMO VENDA
na produção residências expositores
(pulmão) restaurantes câmaras em super-
bares mercados, açougues,
e etc.
ARMAZENAGEM
DOMÉSTICA
geladeiras
frezers
camaretas
Nas várias fases da aplicação de frio nos produtos, a refrigeração mecânica está presente, sendo
que a refrigeração industrial é usada nas fases - – - e algumas vezes na .
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Refrigeração Industrial
Os produtos que se destinam ao consumo rápido são armazenados a temperaturas alguns graus
acima do ponto de congelamento e aqueles destinados a períodos mais longos, são congelados.
Vale salientar que apesar das vantagens do uso da refrigeração como método de conservação, é
necessário promover o congelamento rapidamente, visto ocorrer dilatação do volume de água
contido no interior das células durante a solidificação (formação de cristais de gelo). No
congelamento lento, estes cristais aumentam muito de tamanho e rompem o tecido celular,
resultando em perdas de fluidos através do gotejamento e sangria, o que trás perdas de qualidade.
Como orientação, a máxima formação de cristais acontece na solidificação, a qual deveria ser
atravessada em 30 min ou menos.
Para fins de conservação, os produtos alimentícios podem ser agrupados em duas categorias: a)
aqueles que ficam vivos durante o armazenamento, como por exemplo, as frutas e vegetais e b)
os que não ficam como as carnes de boi, aves, peixes. Os produtos sem vida são mais suscetíveis
à contaminação microbial e putrefação, e assim, a finalidade da refrigeração é proteger os tecidos
mortos das forças de putrefação e deterioração. Já nos produtos vivos, se procura mantê-los
vivos e retardar a ação enzimática natural para reduzir a taxa de maturação.
As enzimas que promovem os maiores problemas de conservação são as que catalisam hidrólise
e causam oxidação, propiciando a decomposição das gorduras animais, formando o ranço,
principal fator de limitação do tempo de armazenagem. Entretanto, como a estabilidade destas
gorduras varia com a origem do produto, temos períodos maiores de armazenagem para a carne
do boi do que para a carne do porco e peixe, por exemplo.
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Refrigeração Industrial
A temperatura ideal para armazenagem da maioria dos produtos se situa ligeiramente acima do
ponto de congelamento do produto. Entretanto, existem exceções para algumas frutas e vegetais,
que em temperaturas acima ou abaixo de suas temperaturas críticas sofrem de “moléstias da
armazenagem térmica”. Por exemplo, nas frutas cítricas, ocorrem buracos nas cascas com
temperaturas mais elevadas e escurecimento da casca em temperaturas mais baixas.
Como regra geral, a temperatura da câmara de armazenagem mista deve ser um pouco acima da
ótima de alguns produtos. As temperaturas mais elevadas são usadas a fim de reduzir as
hipóteses de prejudicar os produtos mais sensíveis às “moléstias da armazenagem térmica”,
quando expostos a temperaturas mais baixas do que a crítica.
Embora as temperaturas mais altas reduzam o tempo de estocagem, o problema não é sério
quando os produtos são armazenados por curtos períodos. Armazenagens por longo tempo,
normalmente são realizados em grandes depósitos de atacado e possuem várias câmaras para
cargas separadas.
De qualquer forma, como prática geral é possível agrupar produtos que requeiram as mesmas
condições de estocagem. O único cuidado que se deve ter é não misturar produtos que possam
transmitir odores e sabores (como as batatas) com outros que os absorva (como os derivados do
leite, frutas, ovos, nozes).
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Refrigeração Industrial
Nas fases iniciais de resfriamento, os produtos estocados em natura, sem embalagem, sofrem
grandes perdas de umidade, muitas vezes provocando a ocorrência de névoa na câmara, devido
ao produto ainda estar “quente”. Nesta fase é conveniente o resfriamento rápido e velocidade
elevada para que a temperatura e pressão de vapor da superfície do produto sejam reduzidas
depressa. A alta velocidade impede a condensação de umidade no produto. Contudo, nas fases
finais do resfriamento, quando a temperatura e umidade estão consideravelmente menores, deve-
se reduzir a velocidade do ar para evitar a contínua desidratação do produto.
Produtos extremamente sensíveis, como carne de aves e peixes, são pré-resfriados com gelo em
escamas para reduzir as perdas de umidade durante o resfriamento. Alguns vegetais e frutas são
pré-resfriados num processo conhecido como hidro-refrigeração (imersão em água gelada).
De qualquer maneira, como regra geral, a umidade relativa deve ser mantida a um nível alto
enquanto o produto está sendo resfriado.
Câmaras tanto para resfriamento como para armazenamento não são recomendadas para carnes e
produtos similares por serem muito sensíveis a oscilações de temperatura e umidade. Entretanto,
são aplicáveis para frutas e vegetais.
Mesmo os produtos congelados não embalados perdem umidade por “sublimação” e isto pode
resultar na “queima por congelamento”, usualmente completada por oxidação, mudança de sabor
e perda de teor vitamínico, mas com poucas exceções, todos os produtos são congelados
embalados.
Deve-se dar atenção a que os materiais empregados na embalagem sejam 100% à prova de vapor
de água e que adiram firmemente ao produto para eliminar todo o ar, que pelo seu efeito isolante
reduzem a taxa de refrigeração.
A temperatura exata requerida do produto não é tão crítica quanto o fato de se evitar sua
oscilação. Para armazenagem de curto prazo emprega-se – 18º C; para longo prazo, emprega-se
– 21 ºC e para produtos que possuem gordura instável, a temperatura deve ser mantida em
– 23 ºC ou menos.
Para armazenagens de longo prazo, a umidade deve ser alta (85 a 90%) e o empilhamento deve
ser feito apropriadamente, de maneira que o ar possa circular ao redor do produto. É boa prática
manter um bom espaço entre os paletes e as paredes da câmara, a fim de evitar a absorção de
calor dos produtos diretamente das paredes “quentes”.
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Refrigeração Industrial
Toxicidade :
O odor agressivo provocado pela amônia é uma característica significativa. Devido à grande
facilidade em se dissolver na água, a amônia acaba se impregnando na pele, na mucosa das
narinas, na garganta e nos olhos. Isto provoca uma irritação muito forte e por reflexo
condicionado os olhos se fecham e fica difícil a respiração. Em concentrações mais altas ocorre
um efeito corrosivo na mucosa das narinas provocando além da dificuldade da respiração, dor no
peito, tosse e dispneia.
Em concentrações muito altas, pode provocar parada respiratória e mesmo depois de horas da
exposição pode ocorrer edema pulmonar. Mas se logo após os sintomas desaparecem (tosse, dor
no peito) isto indica que não há maiores riscos.
Amônia líquida ou o gás a baixa temperatura podem causar fortes queimaduras na pele caso não
haja nenhuma proteção.
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Refrigeração Industrial
400-700 Irritação imediata nos olhos, nas narinas e Em situações normais, não
nos órgãos respiratórios. provoca males maiores até 1
hora de exposição.
1700 Tosse, irritações sérias nas narinas, nos 1/2 hora de exposição pode
olhos e nos órgãos respiratórios. provocar sérios danos à
saúde.
2000-5000 Tosse, irritações sérias nas narinas, nos Concentrações fatais. Morte
olhos e nos órgãos respiratórios. em 1/2 hora.
* TLV- TWA/STEL – Valores máximos estabelecidos de tempo para trabalho normal sem
efeitos adversos para a saúde em ambiente contaminado. Valores estabelecidos pela OSHA nos
EUA. No Brasil estes valores são estabelecidos pela NR-15 do Ministério do Trabalho.
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Refrigeração Industrial
Vamos abordar algumas das principais propriedades da amônia, que dependendo do enfoque,
podem ser vistas como vantagens ou desvantagens em relação a outro refrigerante como o R-22.
Vantagens:
Desvantagens:
Toxidez
Tais desvantagens têm atenuantes, pois o forte odor característico da amônia é facilmente
identificável a baixas concentrações (5 ppm); e as altas temperaturas de descarga, limitadas a
150º C nos compressores de pistão, são contornadas por projetos e construções adequados.
Embora o ciclo frigorífico com amônia seja semelhante ao com gases halogenados, as
instalações com amônia empregam usualmente evaporadores do tipo inundado, que ficam
preenchidos com amônia no estado líquido. Já nas instalações com gases halogenados, os
evaporadores são do tipo de expansão seca e válvulas de expansão termostática controlam a
injeção de uma mistura de líquido e vapor na entrada do evaporador, mantendo-os apenas
parcialmente com líquido. (vide ilustrações a seguir).
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Refrigeração Industrial
Legenda:
Sabendo-se que o sistema acima trabalha com apenas dois níveis de pressão (alta e baixa ou
condensação e evaporação), anote no desenho o estado e a pressão do fluido em cada trecho.
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Refrigeração Industrial
Diagrama P x H:
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Refrigeração Industrial
Legenda:
Sabendo-se que o sistema acima trabalha com apenas dois níveis de pressão (alta e baixa ou
condensação e evaporação), anote no desenho o estado e a pressão do fluido em cada trecho.
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Refrigeração Industrial
Diagrama P x H:
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Refrigeração Industrial
3. APLICAÇÃO:
A lista de processos ou produtos que se tornaram possíveis ou foram melhorados através do uso
da Refrigeração Industrial é interminável:
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Refrigeração Industrial
V - volume específico
m - vazão em massa
Pc – pressão de condensação
Pe – pressão de evaporação
v – rendimento volumétrico de compressão ( teórico )
m – relação do volume morto ou espaço nocivo
n – coeficiente politrópico de compressão
Outro problema que surge com a elevação da relação de compressão, é a subida da temperatura
de descarga principalmente com amônia por ter um coeficiente politrópico maior, que provoca
superaquecimento do compressor e redução de sua vida útil.
Exercício:
Admitindo-se compressão adiabática, compare os efeitos causados pela redução da temperatura
de evaporação, calculando a capacidade de refrigeração e o rendimento volumétrico teórico para
os dois casos abaixo:
a) -10oC/ +35oC
b) –35oC/ +35oC
Dados: R717, superaquecimento = subresfriamento = zero, m = 0,04 . Coeficiente de compressão
isoentrópica n = 1,30 , deslocamento volumétrico do compressor V = 90 m3/h
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Refrigeração Industrial
Solução:
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Refrigeração Industrial
Os sistemas cascata são empregados para temperaturas de evaporação mais baixas menores que
–65oC. A razão da utilização dos sistemas cascatas pode ser analisada através da tabela abaixo:
R22 R13
Temperatura Pressão de sat. Vol. espec. vapor Pressão de sat. Vol.espec. vapor
-70oC 0,21 bar 0,940 m3/kg 1,81 bar 0,0849 m3/kg
+25oC 10,70 bar 0,0225 m3/kg 35,60 bar 0,0029 m3/kg
b) R13 - na condição de baixa, este refrigerante se porta muito melhor que o R22, entretanto, na
condição da alta, a pressão é demasiadamente alta.
OBS:- o tanque de expansão é necessário para os períodos de parada
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Refrigeração Industrial
Quando examinamos o processo de expansão indicado no diagrama abaixo 1-2, concluímos que
não é muito eficiente pelo fato do estado 2 ser constituído por uma mistura de vapor e líquido.
Se o Processo de expansão fosse dividido em 2 fases 1-3 e 3-2, concluímos que o trecho 3-2 é o
resultado da combinação entre os processos 4-5 e 6-7.
Como o vapor no estado 7 não produz qualquer efeito de refrigeração, além de exigir trabalho
para compressão até Pc, é mais interessante eliminar este vapor, separando-o no estado 6 e
comprimindo-o até Pc.
Exercício:
I.F. com R717, -35/+35oC, 150 kw, superaquecimento = subresfriamento = 0oC.
Admitir compressão isoentrópica.
Determinar para um sistema convencional e para um com remoção do gás de “fash” e
temperatura intermediária = -10o C,
a) Potência total de compressão.
b) Deslocamento volumétrico dos compressores.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
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Existem três métodos utilizados para promover o resfriamento intermediário: (1) R.I. do tipo
aberto; (2) R.I. do tipo fechado e (3) R.I. de expansão seca ( para R22).
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
Tem como vantagens sua simplicidade, baixo custo e o fato de que a temperatura do líquido é
resfriada à temperatura de saturação intermediária.
A desvantagem é a pressão baixa do líquido saturado que reduz a queda de pressão possível na
válvula de expansão, superdimensionando-a e provocando muitas vezes uma operação por
golpeamento. Além disso, há a tendência para a formação de “flash”, que também provoca
golpes e reduz a capacidade de refrigeração. Isto significa que a linha também deve se
superdimensionada para se ter um mínimo de perda de pressão.
Tem como vantagens o fato de que apenas uma pequena parcela de líquido é expandida para
resfriar os vapores superaquecidos provenientes do lo estágio e de se ter líquido subresfriado a
alta pressão, visto que o mesmo se resfria isobaricamente ao atravessar a serpentina do RI. Assim
se obtém melhores performances da válvula de expansão e se elimina a possibilidade de
formação de “flash”.
A pressão intermediária é normalmente selecionada para que a relação de compressão dos vários
estágios seja igual, o que para um sistema de duplo estágio corresponde à média geométrica
entre as pressões de condensação e evaporação:
______
Pi = Pc Pe ( Pressão absoluta )
Isto não acontece quando temos cargas adicionais acopladas ao sistema de alta pressão. Neste
caso, a pressão intermediária pode ser determinada pela temperatura exigida pelos evaporadores.
Exercício:
Para um entreposto de alimentos que opera com amônia, contendo uma câmara de congelados de
300 kw a uma temperatura de evaporação de – 35oC e uma câmara de verduras de 220 kw com
temperatura de evaporação de – 2oC, calcular, considerando-se sistema de duplo estágio com RI
aberto:
a) Vazões em massa,
b) Potência de cada compressor.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
Nota:
Todos os cálculos manuais feitos até aqui usando as tabelas de vapor e as equações de
termodinâmica, podem ser desenvolvidos de uma forma simplificada, utilizando-se um programa
chamado “Refrigeration Utilities”, que pode ser acessado e copiado no laboratório de
informática. Este programa foi desenvolvido pela “Technical University of Denmark -
Department of Energy Engineering”.
Pode-se escolher vários tipos de gases e todas as informações, tabelas e gráficos podem ser
impressos.
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Refrigeração Industrial
Sempre que há uma diminuição da carga térmica da pressão de baixa, a pressão intermediária se
desloca para baixo, aumentando a potência consumida no compressor de alta. Para tanto é
necessário que ambos os compressores possuam algum tipo de controle automático a fim de
adequar sua capacidade à demanda de carga térmica naquele momento.
LATICÍNIOS
tc = +5oC VERDURAS
E
CARNE FRUTAS
tc = +1oC tc = +4oC
ANTE CÂMARA
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Refrigeração Industrial
Exemplo:
Para atender a câmara de carne, adotamos a te = - 3oC. Para esta situação teríamos os seguintes
t nos evaporadores:
Nota: Como as temperaturas das câmaras são próximas as diferenças de t não são tão
significativas a ponto de comprometer a umidade relativa das câmaras ( >t < UR ).
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Nota: O compressor nestes casos necessita de um pressostato de baixa, regulado para a pressão
de evaporação mais baixa.
Este sistema tem como vantagens um custo inicial menor e bom controle das temperaturas das
câmaras, entretanto a válvula reguladora de pressão introduz perdas importantes de energia
sempre que temos diferenças de temperaturas grandes ( > 10º C ). Isto se explica porque é
recomendável que a carga térmica do regime de temperatura mais alta seja bem menor que a do
de regime mais baixo.
A utilização da válvula de retenção (VR) se destina a impedir o refluxo do refrigerante para
dentro do evaporador que trabalha na pressão de evaporação mais baixa.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
Para um melhor controle das condições de temperatura e umidade de cada sala, empregam-se
outros recursos como a instalação de válvulas solenóides em série, com cada válvula de
expansão controladas por termostatos montados em cada câmara. Sempre que a temperatura da
câmara atinge o “set point” a válvula solenóide fecha a passagem de líquido para o evaporador.
Obviamente, estes controles têm mais efeito quando a instalação possui compressores com
controle automático da capacidade ou mesmo vários compressores “on-off”, que a todo momento
se ajustam à demanda de carga térmica, mantendo-se assim a pressão de sucção inalterada,
mesmo com as oscilações de carga.
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Refrigeração Industrial
5. ISOLAMENTOS TÉRMICOS
A fim de se reduzir as perdas de calor através das superfícies das câmaras, tanques ou
tubulações, os quais possuam uma temperatura consideravelmente mais baixa que o ar ambiente,
deve-se revestí-las de uma camada adequada de material isolante.
Além da razão mencionada acima, as superfícies devem ser isoladas a fim de se prevenir a
condensação de umidade do ar ambiente quando em contato com superfícies que se encontram
em temperaturas abaixo do ponto de orvalho do ar. Isto significa que temos de calcular uma
espessura de isolamento de modo que a temperatura na superfície em contato com o ar ambiente
esteja acima do ponto de orvalho.
Entretanto, em condições de UR= 100%, onde P.O.= TBS, a espessura do isolamento tenderia ao
infinito. De qualquer forma existe o agravante da migração do vapor de água no sentido da
superfície de temperatura mais alta em direção à mais baixa, devido à diferença da pressão
parcial de vapor de água dos dois ambientes.
Analisemos na figura abaixo, o gradiente de temperatura que pode ocorrer numa câmara com
temperatura de – 30oC e condições externas: TBS = 25oC / UR = 72%
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Refrigeração Industrial
A fórmula básica para determinação do coeficiente global de transmissão de calor nesta situação
é:
U= 1 , W , onde
1 + ep + ei + ea + 1 m². °C
he kp ki ka hi
Entretanto, isto não evitará que haja condensação e em seguida o congelamento da água no
interior da parede.
Portanto, nestes casos necessitamos utilizar uma barreira de vapor.
São formados por materiais impermeáveis ao vapor de água, ou seja, que possuam altos
coeficientes de difusão de vapor de água ( ).
A montagem da barreira de vapor de água deve ser feita sempre do lado mais quente da parede,
onde existe uma maior pressão de vapor.
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Refrigeração Industrial
VALORES ORIENTATIVOS DO
COEFICIENTE DE DIFUSÃO DE VAPOR DE ÁGUA
Material
Amianto 1,4
Areia 2
Azulejo 200
Bloquetes Concreto 2
Cimento Amianto 50
Concreto Armado 18
Concreto Magro 10
Cortiça 10 a 30
Concreto Celular 20
Espuma Rígida de Poliuretano 80
Filme de PVC 50.000
Filme de Polietileno 100.000
Gesso 6 a 10
Lã de Vidro 1a 2
Madeira Compensada 3
Madeira de Lei 30 a 50
Metais
Papelão Asfáltico 10.000 a 50.000
Parede de Alvenaria 10 a 20
Incluindo o Reboco 10 a 20
Poliestireno Expandido 60 a 80
Poliestireno Extrudado 70
Poliuretano Rígido 60 a 70
Reboco 10 a 20
Tijolo Maciço 3 a 4
Tijolo Oco 3 a 4
Vidro
Como se nota, os melhores materiais são aqueles com alto coeficiente de difusão ( ).
Os filmes de PVC e polietileno já serviriam, mas os mais indicados são o vidro e os metais que
possuem = .
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Refrigeração Industrial
Os materiais mais empregados atualmente são os poliestirenos ( conhecidos como isopor, que é
uma marca ) e o poliuretano.
Poliestireno Poliuretano
A) Painéis:
B) Portas:
t 10oC 50 mm
- 5 t < 10 C ( com ou sem aquecimento )
o
100 mm
t < -5o C (com aquecimento ) 150 mm
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Refrigeração Industrial
5.3.3. Revestimentos:
Os painéis são comercializados revestidos em aço, alumínio ou aço inoxidável, de dupla face ou
de face simples, utilizados respectivamente quando não se deseja utilizar outro tipo de
acabamento superficial e quando se emprega um acabamento em alvenaria no lado rústico do
painel.
Como regra geral e para maior simplicidade, pode-se admitir uma perda térmica (PT) de
9,3 W/m2, podendo-se chegar até 1l,6 W/m2 para câmaras pequenas com volumes 15 m3
excluindo-se as demais resistências térmicas além do isolamento.
Q = A. k . t
e e= k. t x 1000 [mm]
PT
PT = Q .
A
Exercício:
A partir da figura anterior do gradiente de temperatura na parede de uma câmara e supondo
isolamento de poliuretano, determine a espessura do isolamento recomendável.
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Refrigeração Industrial
Uma metodologia mais prática seria o emprego do gráfico a seguir, com a ressalva de considerar
uma perda térmica (PT) de 7 W/m2, visto o gráfico ter sido elaborado adotando-se um
coeficiente de condutibilidade térmica de laboratório de valor inferior ( k= 0,0175 W/ m .°C ).
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Refrigeração Industrial
ei DEPENDE :
- DO MATERIAL ISOLANTE
- DO TIPO DE ENERGIA ENVOLVIDA E DO SEU CUSTO
- CUSTO DO DINHEIRO (JUROS)
- VIDA ÚTIL (MANUTENÇÃO)
- ETC.
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Refrigeração Industrial
O processo ocorre do centro para a periferia da câmara e quanto maior for a área do piso, tanto
maior será a possibilidade de congelar o solo e danificar o piso.
Os solos de argila ou de uma mistura entre argila, areia e saibro, são os mais propensos ao
congelamento; enquanto que edificações construídas sobre uma camada de pedra britada ou areia
seca, são praticamente imunes ao congelamento do piso.
Recomendações:
- Construir a câmara sobre uma camada de pedra britada com espessura de no mínimo de 60 cm,
- Concretar a laje do contrapiso sobre canais de ventilação,
- Manter um vão livre de no mínimo 60 cm entre a laje do contrapiso e o solo,
- Instalar um sistema de aquecimento no contrapiso.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
A) Câmaras de estocagem
B) Câmaras de resfriamento e/ou congelamento
É comum termos câmaras com dupla função: resfriamento e estocagem, mas não congelamento e
estocagem. Entretanto, como regra geral tente não combinar aplicações pertencentes aos grupos
A e B na mesma câmara.
NOTA: Para muitos casos, as temperaturas acima servem para cálculos práticos, mas quando o
produto é conhecido, devem-se utilizar tabelas específicas sobre produtos perecíveis e suas
propriedades. (Nota: vide tabela de propriedades de vários produtos ao final da apostila)
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Refrigeração Industrial
Dimensões do ambiente:
C= (m) L= (m) H= (m)
V= (m³)
Condições externas:
te = 37,7 (ºC) UR = 63,1 (%) TBU = 27 (ºC)
Condições internas da ante-câmara:
ti = (ºC) UR = (%) TBU = (ºC)
Condições internas da câmara:
tc = (ºC) UR = (%) TBU = (ºC)
Produto: Estocagem: m = (kg) Calor de respir.: qr = btu/lb h
Parede Q1 = A x U x ∆t
Q1: Transmissão de calor
interna Lado Lado A te' tc U (isol.) Q'1
N Superfície (S ou N) (m) (m) (m²) (ºC) (ºC) (W/m² ºC) (W)
N 0,00 0,00 0,0
L
S 0,00 0,00 0,0
C L 0,00 0,00 0,0
O L
O 0,00 0,00 0,0
Teto 0,00 0,00 0,0
H
Piso 0,00 0,00 0,0
S Q1=∑Q'1= (W)
Q2: Trocas de ar - Infiltração e Renovação Q 2 = (n + tx) x V x ∆ h x 1,16
Nº trocas de ar: n = Tx extra renovação: Tx = Porta interna (S ou N):
Entalpia ar ext: he = (kcal/m³) Entalpia do ar interno: hc = (kcal/m³)
" ante-câm: he' = (kcal/m³) ∆h= (kcal/m³) Q2 = (W)
Q3': Resfriamento de produtos Fator resfriam.: fr =
Q 3' = ((m' / (Ncg x T)) x ((ti -tf) x Cpr ) x fr x 1,16 Q3' = (W)
Q3'': Resfriamento de produtos até o ponto de congelamento
Q 3'' = ((m' / (Ncg x T)) x ((ti -tco) x Cpr ) x 1,16 Q3' = (W)
Q3''': Congelamento de produtos
Q 3''' = (m' / (Ncg x T)) x Cl x 1,16 Q3'' = (W)
Q3''': Subresfriamento de produtos
Q 3'''' = ((m' / (Ncg x T)) x ((tco -tf) x Cpc) x 1,16 Q3''' = (W)
Q3: Resfriamento + congelamento + subresfriamento de produtos Q3 = (W)
Q4: Resfriamento de embalagens
Q 4 = (m'' / (Ncg x T)) x ((ti - tf) x Cp) x 1,16 Q4 = (W)
Q5: Calor de respiração de produtos horti-fruti.
Q 5 = m x qr x 0,647 Q5 = (W)
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Refrigeração Industrial
25 (W/m²)
Tempo que a iluminação fica ligada: T1 = (h) 3 (W/m²) Q 7 = 0 (W)
Q8: Calor liberado por pessoas Q 8 = Qp x nº pessoas
Qp = 272 - 6 x tc → Qp = 272 (W) Permanência no recinto: T 2 = (h)
nº de pessoas trabalhando no recinto = Q8 = 0 (W)
A) CÂMARAS / ANTECÂMARAS 1
Q1 x 24h = (W/24h)
Q2 x 24h = (W/24h)
Q3 x 24h = (W/24h)
CARGA
Q4 x 24h= (W/24h)
TÉRMICA ➩ ∑(Q1 a Q8)x1,1 / 18h = #VALOR! (W)
Q5 x 24h = (W/24h)
TOTAL
Q6 x 24h = #VALOR! (W/24h)
Q7 x T1 = (W/24h)
#VALOR! (kcal/h)
Q8 x T2 = (W/24h)
Total = #VALOR! (W/24h)
B) TUNEL DE CONGELAMENTO 0
Q1 = (W)
Q2 = (W)
Q3 = (W)
CARGA
Q4 = (W)
TÉRMICA ➩ ∑ (Q1 a Q8) x 1,1 = (W)
Q5 = (W)
TOTAL
Q6 = (W)
Q7 = (W)
(kcal/h)
Q8 = (W)
Total = (W)
Observação:
Na determinação da carga térmica total do sistema de refrigeração deve-se dar atenção especial à simultâneidade das
cargas, a fim de não se superestimar a potência da central frigorífica.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
1. Transmissão de Calor:
te [ °C] - TBS do ar externo, média entre as temperaturas mais altas de verão ( vide tabela
6 - anexada ao final da apostila)
Para paredes internas, considerar a temperatura do recinto adjacente.
Para paredes ensolaradas, usar a tabela a seguir para compensar os efeitos
da irradiação.
tc [ °C ] - TBS da câmara.
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2. Trocas de Ar:
h
n = n de trocas de ar por hora, (vide tabela 0207-006 na planilha Excel de cálculo de CT)
V [m3] , volume da câmara vazia
h [kcal/m3] , variação de entalpia entre o ar externo e a câmara, (vide tabela 0207-006)
leva em consideração Qs e QL
variação de umidade
variação TBS
Notas: 1) No caso de câmaras de frutas, vegetais, o ar fresco dever ser fornecido a fim de se
reduzir o teor de CO2, produzido pela respiração dos produtos.
2) Em câmaras que pessoas trabalham permanentemente, é necessário assegurar um
fornecimento de ar externo 25 m³/h por pessoa, devendo se incluído na fórmula para
a determinação de Q2.
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Refrigeração Industrial
Q3 = m [ Cpa (te – tco ) + CLs + Cpd (tco – ts)] 1/H 1,16 W
A fim de se obter um resfriamento rápido, o forçador de ar deve ser projetado para manter a
temperatura da câmara constante, ou seja, sem aumentar ou aumentar muito pouco quando o
produto quente adentra a câmara.
A quantidade de calor absorvida pelo ar deverá ser retirada pelo forçador de ar, e este incremento
de capacidade deve ser considerado pela utilização de um fator de resfriamento dado nas tabelas
de Propriedades e Dados para Armazenagem de Produtos. (vide tabela de propriedade de vários
produtos anexada ao final da apostila)
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Refrigeração Industrial
Quando um produto é armazenado em garrafas, engradados, cestas, caixas, paletes, etc., o calor
cedido por esses materiais deve ser considerado como uma parte da carga do produto.
Frutas e vegetais liberam calor para o ar durante o processo de respiração. A quantidade de calor
desprendida depende da natureza do produto, sua maturidade e temperatura. A respiração cessa
quando o produto é congelado.
qr [ Btu/lb.h ] – calor gerado pela respiração , (vide tabela 10-12 anexada ao final da
apostila)
Dependendo da posição do motor e da carga estar dentro ou fora do recinto refrigerado, temos a
seguinte tabela:
Faixa de Potência 1 Motor e carga dentro 2Motor fora e carga 3 Motor dentro e
(kw) do espaço refrigerado dentro do espaço refr. carga fora
1 Calor produzido pelos enrolamentos do motor ( efeito Joule ) e o trabalho útil fornecido, são
dissipados dentro do espaço refrigerado.
2 Idem acima, mas só a carga está dentro do espaço. Por exemplo, bomba para circulação de
salmoura movida por um motor externo à câmara.
3 Idem item 1 , mas só o motor está dentro da câmara.
Como as potências dos ventiladores dos evaporadores neste estágio do cálculo ainda não estão
disponíveis, pode-se fazer uma estimativa preliminar para o cálculo, como mostrado na página
seguinte. Entretanto, após o selecionamento dos evaporadores, esta parcela de carga térmica deve
ser revista.
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Refrigeração Industrial
N= V [kw] , sendo
402
B) Câmaras de Resfriamento:
N= V [kw]
201
N= V [kw]
804
D) Túneis de Congelamento:
N= V [kw]
20
Devem ser incluídas no cálculo somente se forem de valor representativo e operarem durante a
maior parte das 24 h.
Q6 = P H2 [W] , sendo
NOTAS: 1) Lâmpadas fluorescentes não devem ser usadas em câmaras com temperaturas
abaixo de – 8o C.
2) Empilhadeiras elétricas com capacidade de 1 ton, liberam 1000W/h de uso,
excluindo-se o motorista.
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Refrigeração Industrial
7. Pessoas:
Sempre que houver a ocupação da maior parte do tempo do período de 24h, adicione a carga
relativa a pessoas conforme a tabela:
10 210
5 240
0 270
-5 300
- 10 330
- 15 360
- 20 390
CT = CT* x _24__
16 a 20
3) FS = 5 a 10%
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Refrigeração Industrial
7. EQUIPAMENTOS
7.1. Compressores
NOTA: Vale lembrar, para evitar confusões, que os compressores não são responsáveis pelos
níveis de pressão alcançados no evaporador e no condensador, visto que essas pressões variam
conforme características físicas e operacionais destes trocadores.
Tem como funções a lubrificação propriamente dita das peças móveis, controle hidráulico da
capacidade e resfriamento do compressor.
Como pode ser visto no esquema do circuito hidráulico a seguir, a bomba de óleo (1) succiona
óleo através do filtro (2) do cárter do compressor e o distribui para o virabrequim, no selo de
vedação e colos de bielas e mancais. Além disso, alimenta também os pistões (10) do
mecanismo do controle de capacidade, o qual funciona pelo princípio do levantamento da
válvula de sucção de sua sede, mantendo-a aberta e evitando assim a compressão e conseqüente
bombeamento do refrigerante.
O controle de capacidade pode ser manual, utilizando-se uma válvula direcionadora (9) ou
através de válvulas solenóides, que por sua vez operam por ação de termostatos ou pressostatos
de baixa.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
Pistões hidráulicos
Válvulas solenóide
NOTA: Embora o procedimento básico de seleção seja válido para quaisquer marcas, em nosso
curso adotaremos os compressores da Sabroe para estudo.
1. Determine:
a) a capacidade de refrigeração necessária (Qe)
b) o refrigerante
c) as temperaturas de evaporação e condensação
d) o superaquecimento
e) o subresfriamento disponível
f) as perdas de pressão na linha
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Refrigeração Industrial
2. Use o diagrama de “pré-seleção” para determinar qual tipo de compressor resultará em melhor
performance, escolhendo entre os modelos ( CMO, SMC 100S, SMC 100L ).
1) Compressores de Simples-Estágio:
Ne = f ( tev + 10o C ) + 5%
Ne = f ( tev’ = - 25o C) + 5%
3) Compressor “Booster”
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Refrigeração Industrial
NOTAS:
2) Compressores que trabalham com menor rotação, terão uma vida útil maior e uma reserva de
capacidade para futuras ampliações.
3) A melhor solução para baixas temperaturas, i.e, compressor de duplo-estágio ou sistema
“booster” dependerá da utilização da planta. Em termos de custo, o compressor de duplo-
estágio é menor, mas possui menos flexibilidade a futuras modificações.
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1. R717
-40/+35o C
Qe = 53.000 kcal/h 62kw
B) Compressor da Alta:
QCPA = QCPB + Ne
QCPA = 65,7 + 18,4 QCPA = 84,1 kw
Motor de 40,0 CV
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Determinação do motor:
Potência consumida para o regime de partida
+5/+35o C Ne = 71,2 kw x 1,36 = 96,8 CV
Considerando a perda de 5% por atrito, temos : Ne = 101,6 CV
Motor de 125,0 CV
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
A vedação entre as saliências do rotor é conseguida pelo uso do óleo, que também exerce papel
importante na lubrificação dos rotores, rolamentos e selo de vedação, além ainda de realizar o
resfriamento da compressão (diminuindo a temperatura de descarga) e movimentar os cilindros
de controle de capacidade e de regulagem automática do Vi.
Devido à grande quantidade de óleo que é bombeado com o gás no compressor parafuso,
emprega-se um grande separador de óleo e também um resfriador de óleo.
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Refrigeração Industrial
Assim, diferentemente dos compressores de pistão cuja pressão de descarga é a resultante pela
pressão de condensação, no compressor parafuso, a pressão de descarga é definida pelo próprio
compressor, existindo ocasiões em que a pressão de descarga é inferior, igual ou superior.
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Refrigeração Industrial
Note que tanto a situação de subcompressão como a de supercompressão, impõe uma perda de
energia. Evidentemente, através de um controle do Vi, que pode ser automático, sempre se
obtém o maior rendimento possível.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
7.2.CONDENSADORES:
7.2.1. Finalidade:
Obs:
Em instalações que trabalham com temperatura de evaporação abaixo de – 10o C, é comum
empregar-se uma temperatura de evaporação 10o C acima da nominal, para se obter da tabela de
capacidade do compressor W’ e Qe’ > , visto na ocasião da partida, quando a instalação estiver
parada por um período maior, a carga a ser rejeitada ser maior. Vide no exemplo do gráfico a
seguir como há um acréscimo na carga. Isto é causado pela elevação da densidade do
refrigerante na sucção do compressor, i.e., maior “m”.
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Refrigeração Industrial
a) Água
QCD = Qag = m . Cp.(te – ts) [kcal/h]
Como a densidade da água d= 1l/kg e o Cp = 1 kcal .
kg C
b) Ar
QCD = Qar = m . Cp. (te- ts) [kcal/h]
Como o Cpar = 0,24 kcal/kg C , temos:
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Refrigeração Industrial
Por razões de economia, o meio de condensação é circulado somente quando o compressor está
operando. Isto é conseguido através de um travamento elétrico do ventilador ou bomba com o
motor do compressor. Os pressostatos de alta pressão são dispositivos de segurança essenciais
que evitam danos ao compressor devido às altas temperaturas de descarga.
Para um sistema frigorífico funcionar a contento é necessário que a temperatura de condensação
fique dentro de certos limites, pois altas temperaturas reduzem a capacidade e a eficiência dos
compressores, aumentam o superaquecimento do compressor, o consumo de energia e
sobrecarga dos motores. Entretanto, temperaturas de condensação muito baixas (< 10 bar),
também causam problemas devido ao P menor na válvula de expansão, reduzindo o fluxo de
refrigerante líquido ao evaporador. As temperaturas de condensação diminuem no caso de
termos temperatura ambiente baixa ou carga térmica reduzida o que se acentua no inverno.
Assim é necessário controlar a capacidade do condensador através dos seguintes meios: redução
do meio de condensação ou da superfície efetiva de condensação através da variação da
quantidade de ar circulado pelo condensador a ar ou da torre de resfriamento (condensador a
água).O uso de “dampers”, mudança na rotação do ventilador, ciclagem (liga-desliga) do
ventilador são comuns em condensadores a ar.
No caso de condensadores a água é comum controlar o fluxo de água, utilizando-se uma válvula
reguladora de água na entrada do condensador que mantém a pressão de condensação constante,
ou através da ciclagem do ventilador.
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Refrigeração Industrial
7.3.1. Funcionamento:
A água quente proveniente do condensador é bombeada até o topo da torre, e pulverizada para
baixo. A temperatura da água é reduzida cedendo calor ao ar que atravessa a torre em
contracorrente.
Embora haja uma pequena troca de calor sensível entre a água e o ar , o resfriamento da água é
resultado quase que inteiramente da evaporação de parte da água que cai através da torre até a
bandeja ( calor latente de vaporização da água Clv = 555 kcal/kg.
O rendimento de uma torre depende grandemente da TBU do ar ou seja, quanto menor a TBU,
mais eficaz se tornará a torre. Isto significa que por exemplo em dias chuvosos, quando a
umidade relativa é 100%, indicando que o ar úmido contém o máximo de teor de vapor d’água,
TBS=TBU , nenhuma quantidade de água é evaporada, não produzindo assim qualquer
resfriamento por troca de calor latente.
Outros fatores que influenciam o desempenho da torre:
a) superfície de água exposta ao ar e a duração da exposição
b) velocidade do ar
c) direção do fluxo de ar em relação à superfície exposta da água (paralela, transversal ou
contrária).
Teoricamente a menor temperatura que a água poderia chegar é a TBU do ar, o que implicaria
numa torre de dimensões infinitas. Na prática, adota-se que a temperatura da água que deixa a
torre seja de 3 a 5,5o C superior à TBU.
Este t é chamado tecnicamente de “aproximação”. No exemplo abaixo teríamos:
t = 27 – 24 t (aproximação) = 3,0o C
O diferencial t’ da água entre a saída e a entrada é chamado de “alcance”.
No exemplo teríamos t’ = 33- 27 t’(alcance) = 5,0o C
O “alcance” que se verifica na torre é o mesmo que no condensador.
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Refrigeração Industrial
Como a água contém sais minerais, uma continuada evaporação aumentaria muito o teor de sais
minerais, causando elevados níveis de incrustação. Para se evitar isso se utiliza um artifício: uma
sangria que gasta continuamente certa porcentagem da água circulada para manter um limite
admissível de concentração de sais minerais. A sangria deve ser localizada na entrada da torre,
na posição mais alta, para que a água seja sangrada apenas com a bomba em funcionamento.
A quantidade de sangria depende do “alcance”, vazão de água e das condições iniciais da água.
Alcance (C) % Sangria
3,3 0,15
4,2 0,22
5,6 0,33
8,3 0,54
11,1 0,75
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Refrigeração Industrial
7.4.1. Funcionamento:
Um condensador evaporativo é a mistura de uma torre com um condensador. A água é bombeada
para o topo do coletor e é pulverizada sobre a serpentina de condensação do refrigerante, e o ar é
exaurido/insuflado através de um ventilador. O processo fundamentalmente é do resfriamento
evaporativo.
Para facilidade de limpeza e remoção de incrustações, a serpentina é de tubo liso em vez de
aletado.
Nota: Algumas vezes, são usadas serpentinas “dessuperaquecedoras” instaladas acima dos
pulverizadores a fim de provocar primeiramente uma troca de calor sensível, entre o vapor
superaquecido e o ar úmido (morno) que sai do condensador. Este procedimento aumenta a
capacidade do condensador e reduz a taxa de incrustação devido as superfícies úmidas da
serpentina ficarem mais frias.
7.4.2. Selecionamento:
Da mesma forma que na alternativa do condensador com torre, no selecionamento do
condensador evaporativo, deve-se levar em conta a quantidade de calor rejeitada, que é a soma
da capacidade frigorífica do compressor mais o calor proveniente da compressão do gás; a
temperatura de condensação e a temperatura de bulbo úmido do local em que vai ser instalado o
condensador devido a grande influência que a TBU provoca no desempenho do equipamento.
Outro ponto a se pensar é o de termos uma folga de capacidade para as ocasiões de manutenção e
a redução de “performance” que sofre o equipamento ao longo do tempo de utilização devido ao
aparecimento da incrustação.
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
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7.5. Evaporadores:
Com referência ao espaçamento das aletas, a decisão depende da aplicação, a qual está
intimamente ligada ao fato de existir a possibilidade de formação de gelo, que pode restringir ou
mesmo bloquear o fluxo de ar. Assim, podemos definir as seguintes opções:
Selecionamento:
2. Atente para a melhor distribuição de ar possível, evitando obstáculos como colunas p.ex.
Evite criar bolções de ar quente obedecendo aos limites máximos de alcance do evaporador:
Vide sugestões de localização de evaporadores:
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Refrigeração Industrial
Ar
EV
Largura máxima = 10
m
Planta
Alcance máximo =
20 m
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Te
Ar Ts
T
Tev t
R-717
Como sabemos, a capacidade térmica de um trocador de calor pode ser definida como:
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Refrigeração Industrial
Observamos, porém que a “UR” varia também dependendo de outros fatores, como
velocidade do ar, tempo de funcionamento do sistema, superfície exposta do produto, taxa
de infiltração e condições ambiente externas.
Salientamos também, que em determinadas condições limites, onde se necessita “UR” ou
muito elevada ou muito baixa, que pela própria limitação termodinâmica do processo
psicrométrico, a mudança no tamanho da área de troca de calor não será suficiente para
satisfazê-las. Nestes casos especiais, complementamos o sistema com a adição de um
processo de umidificação ou de reaquecimento, respectivamente.
Como orientação prática, podemos adotar os valores de T abaixo :
Aplicação T (º C)
Abaixo do congelamento Estocagem e túneis de congelamento 5,5 - 10,0
Baixa umidade 10 - 17
Acima do congelamento
Alta umidade 2,2 - 4,4
Nota:
Quando as condições do ar associadas à temperatura superficial da serpentina (TSE),
permitem a condensação do vapor de água do ar, o calor latente envolvido neste processo
representa uma capacidade adicional da serpentina. Assim, por exemplo, em câmaras de
verduras onde a temperatura do ar deve estar entre 0 a 5º C, a serpentina pode desenvolver
uma capacidade 20 a 40% superior àquela exclusivamente resultante da diferença de
temperatura do evaporador “T”. Evidentemente que o sistema deverá arcar com este
excesso.
Curva do
Processo
Linha de
Entalpia
Calor
latent Calor
e sensív
el
Carta Psicrométrica
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Refrigeração Industrial
Qn
Cn = ------------------------ , onde
T fs fr
Depósito de gelo
Fator de Sem Pequena Moderada Espessa
correção formação de camada de camada de camada de
fr
gelo gelo gelo gelo
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
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Os separadores de líquido, como o nome já diz, têm como finalidades separar o líquido do vapor
da mistura bifásica proveniente de um evaporador inundado e servir como tanque pulmão para
alimentação de líquido dos evaporadores.
Construtivamente eles podem ter o formato vertical ou horizontal.
EV
CP
Mistura
bifásica
Líquido
+ RL
vapor
EV
CP
ASH = r² (sen
ASH
Z B 2
em radianos
C A h Z
y
r y
r Z= r² - y²
r
sen
2 r
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Refrigeração Industrial
1. Velocidade máxima limite do vapor na área livre perpendicular ao fluxo de amônia (vide
gráfico na página 78):
ASV
ASH
A= V V = Q · v
v h L-V
h
L
SLV ( 2 seg )
h=v·t h=v·1
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Refrigeração Industrial
55 NC nível de controle
%
de Nível mínimo de trabalho (25% de V) “ b “
V
( * ) Volumes de líquido:
VL = V tubo · (n – 1) · v
(n – 1 ) v + L
sendo,
n – taxa de recirculação
v – densidade do vapor saturado
L – densidade do líquido
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Refrigeração Industrial
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Refrigeração Industrial
Utilizado como pulmão de amônia da instalação, deve preferivelmente armazenar todo líquido
do sistema. Entretanto, em sistemas muito grandes, pode-se selecioná-lo para absorver o volume
correspondente ao maior separador de líquido.
Nível máximo
D/4
D/4
Nível operacional
Também pode ser omitido em casos de uso de válvulas de bóia de alta pressão, as quais esgotam
o líquido do condensador tão logo se forme. Neste caso, os próprios separadores de líquido
fazem também o papel de reservatório de líquido.
RESERVATÓRIO DE LÍQUIDO
PILOTO SOLENÓIDE
SEPARADOR
DE LÍQUIDO
VÁLVULA DE EXPANSÃO
AUTOMÁTICA
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Refrigeração Industrial
A taxa de recirculação pode variar entre os valores 2 a 7, mas na prática para evaporadores
alimentados por baixo, se usa normalmente 4, que seria o valor mais otimizado entre o benefício
do aumento da troca de calor e a desvantagem de uma maior perda de carga.
Para o correto selecionamento de uma bomba é necessário se ter os dados da vazão e a altura
manométrica.
vι: volume específico do líquido sat.
A vazão pode ser calculada como V = Q (SL) . n . vι , sendo n: taxa de recirculação
Dh Dh: hg – hl na temperatura do SL
E a altura manométrica é a soma de todas as perdas de carga que se têm nas linhas de recalque da
bomba, decorrentes das tubulações, registros, válvulas de controles, outras singularidades além
de eventuais tubos verticais ascendentes.
Outras preocupações que se deve ter são em relação aos equalizadores de pressão de líquido e
vapor, e o desnível necessário entre o nível de líquido dentro do separador e a sucção da bomba,
a fim de se evitar a cavitação da mesma, detalhes que são bem explicados nos catálogos dos
fabricantes.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
BOMBA FRIGOESTRELLA
( * ) Para Amônia a: - 10 ºC / + 45 ºC
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1. BOMBA NA PARTIDA
Na condição de partida, as válvulas (1), (2), (3) e (4) deverão estar abertas.
2. BOMBA EM FUNCIONAMENTO
Estando a bomba nesta condição, as válvulas (1), (3) e (4) deverão estar abertas.
3. BOMBA NA PARADA
Quando a instalação estiver parada, a Válvula (1) deverá ficar aberta, enquanto que as restantes
(2), (3), e (4) deverão estar fechadas.
Na condição da Bomba parada, a Válvula (1) deverá estar sempre aberta para que mantenha o
corpo da Bomba "sem pressão" na região dos Selos. Se algum líquido ficar no interior da Bomba
com as válvulas fechadas, haverá uma expansão do fluído, provocando o rompimento do Corpo
da Bomba, o que será um grande perigo, não somente para o pessoal de operação, como também
o ônus correspondente aos problemas mecânicos decorrentes desse esquecimento.
A Válvula (1) encontra-se fixada numa conexão em "T" à linha de saída para o Coletor de
equalização e antes da Válvula (2), cuja bitola é de 1 1/4". A válvula (3) está instalada na
tubulação de saída da Bomba. A instalação é feita com uma bitola de 1 1/2".
Quando realizar a manutenção, o purgador deverá ser aberto e conectado a uma mangueira
submersa num recipiente com água fria, para absorver alguma porção de amônia que ainda
possa existir no interior da Bomba. Somente após este procedimento, a desmontagem poderá
ser realizada.
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Refrigeração Industrial
São dispositivos que podem restringir ou até bloquear totalmente o fluxo do fluido refrigerante
nas instalações.
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Refrigeração Industrial
40 bar
(580 psi)
SVA-ST Rising
-50 / +150 ºC spindle
(-58 / +320 ºF)
O-ring
O-ring
O-ring
projetadas para regular a vazão do refrigerante de acordo com o curso de sua haste
aplicadas em controle de vazão de refrigerante nos evaporadores em sistema de recirculação
de líquido e associadas a válvulas solenóides “on-off” para controle de nível de líquido
A perda de pressão introduzida pelas válvulas com função de balanceamento é menor do que
aquela perda que deve ser causada pelas válvulas de expansão, que operam entre a pressão de
condensação e de evaporação.
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Refrigeração Industrial
de ação direta: o campo magnético criado pela bobina energizada atrai o pistão da
válvula, abrindo-a, caso da EVRA 3 abaixo.
de ação indireta ou pilotadas: quando a força magnética não é suficiente para abrir a
válvula diretamente como no caso anterior, mas sim para liberar uma comunicação de
gás internamente, de modo que a pressão acima do diafragma seja igual ao da saída
da válvula e na parte inferior igual a pressão da entrada. Isto resulta numa força
ascendente que empurra o diafragma para cima, abrindo a válvula. Vale lembrar que a
pressão a montante da válvula é sempre maior que a jusante devido à queda de
pressão que o gás sofre ao atravessar a válvula. Já as válvulas pilotadas usam uma
válvula menor como piloto, tipo uma bóia. Vide desenhos abaixo.
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Refrigeração Industrial
de ação indireta acionadas por pressão de gás quente: uma derivação de uma linha
de gás quente é montada na cabeça da válvula e é através da mesma que a válvula se
abre. Esta solução é normalmente aplicada em situações que se necessita usar
válvulas maiores para reduzir ao mínimo a perda de carga e que não abririam
sozinhas devido a perda de carga ser inferior ao mínimo necessário indicado pelo
fabricante para se poder abrir a válvula.
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Refrigeração Industrial
Introdução:
A válvula principal tipo PM é um regulador de pressão e temperatura acionado por pilotos. Foi
desenvolvida especialmente para sistemas de refrigeração e ar condicionado, destacando-se no
mercado pela sua versatilidade em termos de função e pilotos operacionais. A válvula é
disponível com conexão para apenas um piloto (PM 1), montado diretamente na válvula ou
vários pilotos montados em série através de conectores externos, ou ainda para três pilotos (PM
3), que permite a montagem também diretamente na válvula.
Principais Características:
Um regulador PM, incluindo mais de cinco pilotos opcionais, permitem obter acima de 50
combinações, desde controles (on-off), proporcional e proporcional- integral.
Para mudar a função de uma válvula, basta trocar os pilotos ou mudá-los de posição. São de
montagem simples e econômica, pois os pilotos são roscados na tampa da PM, não necessitando-
se de linhas externas para fixação dos pilotos. Todos os tamanhos de PM possuem conexões
flangeadas e os pilotos são comuns a todas elas.
As principais funções de um regulador PM são:
- controle da pressão de evaporação
- controle da temperatura de um fluido
- controle da pressão de sucção
- controle da capacidade de um sistema
- controle da pressão de condensação
- controle do degelo
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Refrigeração Industrial
Princípio de Funcionamento:
As válvulas PM, são servo-operadas e sua função é determinada pelo tipo de piloto utilizado. A
PM controla a vazão de refrigerante de forma proporcional e/ou tudo ou nada (on-off), de acordo
com o sinal de impulso enviado pelo piloto.
O grau de abertura é determinado pela diferença de pressão entre P2 , que atua na parte superior
do pistão e P3, que atua na parte inferior. Quando o diferencial de pressão for maior ou igual a
0,2 bar, a válvula estará totalmente aberta. Na faixa de 0,07 a 0,2 bar, a válvula modula
proporcionalmente.
A pressão P2 é determinada pelo grau de abertura do piloto.
A válvula PM 3 possui três conexões para pilotos, designadas S1,S2 e P, i.e., as entradas S estão
em série, enquanto a P está em paralelo em relação às S.
Vide abaixo desenho esquemático:
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Refrigeração Industrial
O que determina a faixa de regulagem de um piloto é o tipo da mola aplicada na sua construção.
Vide desenho em corte das duas versões de pilotos CVP’s:
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Refrigeração Industrial
1° Tipo:
Emprega-se um conjunto PM + CVT, ou seja, um piloto termostático. Como pode ser visto
abaixo, a temperatura do meio a ser resfriado é mantida constante através do controle da pressão
da evaporação. E, apesar de sua relativa boa precisão, como regulador proporcional, não é
recomendado a onde ocorra grandes variações de carga térmica.
2° Tipo:
A maneira mais precisa de se controlar a temperatura de um meio é através de um conjunto
eletrônico que emprega uma válvula PM 3 + EVM + CVQ (piloto elétrico), além de um módulo
eletrônico modelo EKS 61 e um sensor de temperatura do tipo PT 1000. Por se tratar de um
regulador proporcional e integral, consegue-se obter uma variação mínima da temperatura, na
ordem de +/- 0.25o C. Este sistema é bastante adequado em processos industriais com controle
central, Abaixo vemos os acessórios utilizados neste conjunto:
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Refrigeração Industrial
A válvula CVQ é constituída por duas resistências, uma de aquecimento, imersa em um líquido
saturado e uma de “feedback”. No caso de uma elevação da temperatura do meio a ser resfriado,
o módulo EKS 61 reduz a energia fornecida a resistência de aquecimento do CVQ, diminuindo a
pressão dentro do reservatório e permitindo que o diagrama se levante de sua sede com
conseqüente aumento do fluxo de refrigerante acima do pistão da válvula PM, o que provoca sua
abertura.
Além do controle de temperatura do meio, o conjunto PM + CVQ + EKS 61, também possui
outras funções bastante interessantes tais como: função de alarme que sinaliza quando a
temperatura do meio ultrapassa os limites máximo ou mínimo; função estágio de aquecimento
que pode ser usado em plantas que possuem baterias de aquecimento, como sistemas de ar
condicionado, para assegurar uma regulagem mais rápida da temperatura de uma sala; diagnose
de temperaturas que implementa a monitoração ao redor do evaporador através de vários PT
1000 e um limitador da pressão de evaporação, que protege o equipamento contra temperaturas
demasiadamente baixas em “containers” refrigerados para vegetais e outros.
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Refrigeração Industrial
Nomenclatura:
(1) PMC 3: válvula principal
(2) CVC: piloto de pressão diferencial
(3) LG: misturador líquido/gás
(4) EVM: piloto solenóide “pump-down” (recolhimento)
Características:
Este tipo de injeção de gás quente oferece muitas vantagens:
- compensação instantânea para o superaquecimento na saída do evaporador.
- maior velocidade do gás quente no evaporador melhorando o retorno de óleo.
- limitação da refrigeração pelo ajuste da capacidade do compressor em relação à capacidade do
evaporador. Isto evita ciclos de operação muito curtos.
- previne uma pressão de evaporação muito baixa, evitando-se a formação de gelo, p.ex. em
resfriadores de água. No caso de resfriadores de ar, previne-se que o ar se torne muito seco.
Função:
A válvula principal PMC (1) abre quando a pressão na sucção do compressor cai abaixo da
pressão de referência ajustada no piloto CVC (2). Gás quente é injetado após o dispositivo de
expansão.
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Existem no mercado uma gama bastante extensa de controles de nível e injeção de líquido, mas
vamos enfatizar as mais utilizadas:
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O degelo pode ser do tipo manual ou automático. O tipo manual, de investimento aparentemente
mais reduzido, em virtude de não usar válvulas automáticas (nota: no degelo manual tem-se uma
despesa bem maior com as tubulações adicionais usadas para operação), depende das manobras
que o operador de sala de máquinas faz, abrindo e fechando válvulas de bloqueio.
Evidentemente, a qualidade do processo fica na dependência da disponibilidade e competência
do operador, que invariavelmente não o executa corretamente, retardando o início do degelo ou
deixando correr o processo por mais tempo do que o necessário, o que acarreta prejuízos. No
primeiro caso, causa elevada formação de gelo, na qual reduz a troca térmica, seja pelo poder
isolante do gelo, seja pela obstrução progressiva do ar que atravessa o evaporador. Já no segundo
caso, causa elevação da temperatura interna da câmara, devido à passagem de gas quente dentro
da serpentina, quando não há mais a presença de gelo.
Por estes motivos é que mais e mais os clientes solicitam a opção pelo degelo automático, que
opera totalmente independente da intervenção humana. Há exceções, por exemplo, quando se
projeta um túnel de congelamento automático (sistema de esteiras) e que previamente é sabido
que a freqüência de degelo será muito pequena. Nestes casos, principalmente em túneis de
grande porte, como o investimento na aquisição de enormes válvulas de controle é muito alto, se
aceita o degelo manual, mesmo porque nestas situações o túnel já finalizou o processo de
congelamento e está parado. E é a partir deste momento que se inicia o degelo.
Vamos abordar duas formas de se montar o sistema de degelo automático e embora estejamos
omitindo o degelo manual, entenda-se que a diferença entre o manual e o automático é apenas o
fato de termos nos sistema automáticos, além das válvulas manuais, as válvulas solenóides, que
permitem seu comando a distância.
Seja como for, o degelo em instalações de refrigeração industrial emprega como meio de
aquecimento, o gas quente e a água. Assim, diferente dos sistemas menores de refrigeração
comercial, que utilizam resistências elétricas, na planta industrial é proibitivo esta aplicação
devido ao tamanho dos evaporadores, que necessitariam de resistências de elevada potência,
resultando num alto consumo de energia.
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A primeira forma de se montar um sistema de degelo é aquele cujo gas quente é injetado pela
linha de líquido e é mais usual para aplicações de temperaturas de evaporação de – 10º C.
Nomenclatura:
Na fase de refrigeração a válvula 9 está fechada e a válvula 5 está sendo modulada pelo piloto de
pressão constante 7, que é ajustado a uma pressão mais baixa.
Na fase de degelo a válvula 1 se fecha e a válvula 9 se abre. Nesta fase a válvula 5 opera através
do piloto de pressão constante 8, regulado a uma pressão superior, ~ 5 a 7 bar, para aproveitar
melhor a energia para o degelo, enquanto o piloto solenóide 6 está fechado, bloqueando a
operação do piloto 7.
SL
BOMBA
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A segunda forma de degelo é aquela cujo gas quente é injetado pela linha de sucção do
evaporador e é empregada nos sistema em que a temperatura de evaporação é mais baixa, como
– 35º C, onde pequenas perdas de pressão resultam em enormes quedas de temperatura.
Nomenclatura:
SLSL
BOMBA
A
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O 2º método de degelo injetando o gas quente pela linha de sucção do evaporador trás ainda mais
duas vantagens sobre o outro método:
Facilidade de arrastar óleo eventualmente parado no interior dos tubos do evaporador.
Evitar golpes de aríete (pressão) na linha, porque quando o gas quente é injetado na
serpentina na sua parte superior atinge uma zona vazia de líquido, que permite a
expansão do gas. Por outro, fato bem diferente ocorre quando o gas quente entre por
baixo, pois sempre resta um pouco de amônia líquida no fundo do evaporador, mesmo
fazendo-se a drenagem, e o gas quente encontra uma parede líquida na frente, acelerando-
a e golpeando-a na primeira obstrução que encontrar, como por exemplo, uma válvula.
1 RESFRIAMENTO A A F F L -
2 DRENAGEM A F F F L 15
INJEÇÃO DE
4 GAS QUENTE F F A F D 20
LAVAGEM DO
5 F F A A D 5 (**)
EVAPORADOR
6 GOTEJAMENTO F F F F D 3
INÍCIO
7 RESFRIAMENTO A A F F D 3
Notas:
O piloto 11 é ajustado para uma pressão de 5 ~ 7 bar e faz com que a válvula de pressão
constante 10 se abra e mantenha a pressão do EV nesta faixa durante a injeção de gas quente.
(*) este tempo depende do tamanho da válvula, que é informado pelo fabricante e é
necessário para que se evapore todo líquido que se formou na cabeça da válvula, enquanto
era injetado gás quente para mantê-la aberta.
(**) representa os últimos 5 minutos em que a válvula solenóide de gás quente permanece
aberta em conjunto com a água.
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PERDA DE
TEMP. EVAPORAÇÃO PERDA DE CARGA PERDA DE CARGA
CAPACIDADE
ºC EM PRESSÃO EM TEMPERATURA
(%)
0 0,20 bar 1,3º C 4,9
-10 0,20 bar 1,8º C 7,6
-35 0,20 bar 4,6º C 27,9
Veja abaixo uma foto de um “skid” de uma estação de válvulas para degelo automático:
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Uma das tarefas do projetista é selecionar o tamanho dos vários trechos de tubos no sistema e
especificar o material, localização, inclinação e suportes. O conceito usual é fazer o tubo de
diâmetro maior possível para diminuir a perda de carga, mas existem várias situações em que
uma velocidade mínima necessária do refrigerante deve ser mantida.
Também é importante levar em conta o trecho que está sendo analisado e o estado do refrigerante
que está passando por ele. Mais frequentemente o tubo leva ou líquido ou vapor nos trechos
horizontais ou verticais. Algumas exceções são quando uma mistura de vapor e líquido flui pelo
tubo. Algumas vezes o vapor é responsável por erguer o líquido num trecho vertical ascendente,
e em outros casos o tubo deve estar inclinado de maneira que na presença de uma mistura, o
fluxo de líquido escoe pelo fundo do tubo, enquanto o vapor tem passagem livre pelo topo do
tubo.
QUEDA DE
ESTADO DO NECESSIDADES
TRECHO PRESSÃO
REFRIGERANTE GEOMÉTRICAS
PERMITIDA
Descarga do compressor Vapor Moderada -
Do reservatório de líquido
Líquido Moderada elevação limitada
para os separadores
Das bombas de amônia para
Líquido Moderada Inclinação na direção do fluxo
os evaporadores
Retorno para os
Mistura Líquido + Vapor Baixa Inclinação na direção do fluxo
separadores
Trechos verticais
ascendentes
Mistura Líquido + Vapor Baixa -
Sucção do compressor Vapor Baixa -
Linha de gas para degelo Vapor Moderada Sifão para remoção de líquido
L V²
∆P = f ∙ ∙ ρ , onde
D 2
∆P = queda de pressão em Pa
f = fator de atrito (número adimensional)
L = comprimento do tubo em m
D = diâmetro do tubo em m
V = velocidade em m/s
ρ = densidade em kg/m³
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De qualquer forma, a teoria é importante para conhecermos a origem destes valores, além de nos
permitir entender o efeito de cada elemento na equação e traçar relações interessantes:
A perda de carga numa tubulação cresce em proporção direta ao aumento de seu comprimento, à
rugosidade do material do tubo, à densidade do fluido e ao quadrado da velocidade, enquanto
que diminui com o aumento do diâmetro do tubo.
Ou seja,
a) Linha de descarga ∆t =
b) Linha de sucção ∆t =
a) Tev =
b) Tsuc =
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A razão pela qual a queda na temperatura de saturação é um indicador tão bom, se baseia na
expressão do coeficiente de performance do Ciclo de Carnot, o qual é uma função só das
temperaturas de saturação, independentemente das pressões.
Linha de sucção seca: ∆t de 0,5 a 2,0º C e a velocidade pode variar de 12 m/s (p/ Φ 2”) até 22
m/s (p/ Φ 14”). As exceções são os trechos verticais ascendentes tanto nos sistemas de
expansão direta para os refrigerantes halogenados, como no caso da amônia na sucção das
serpentinas alimentadas com líquido bombeado. Nos sistemas com halogenados é preciso se
ter uma velocidade alta suficiente para arrastar o óleo de volta para o compressor, enquanto
que no caso da amônia deve-se ter uma velocidade alta suficiente para empurrar o líquido para
fora do trecho vertical até o coletor horizontal, afim de não permitir o enchimento do mesmo,
o que acarretaria uma significativa elevação na pressão de evaporação devido ao peso da
coluna de líquido.
Linha de descarga (CP→CD): ∆t de 1,0 a 3,0º C e a velocidade pode variar de 12 m/s (p/ Φ 1
½”) até 18 m/s (p/ Φ 8”). Perdas de carga nas linhas de descarga influenciam menos o
consumo de energia do compressor do que as perdas na sucção.
Linha de líquido de alta pressão (RL→SL): ∆t de 1,0, mas pode variar dependendo do grau
de subresfriamento que teremos. A questão aqui é que a perda de carga não ultrapasse o grau
de subresfriamento, afim de não termos a formação de “flash gás”, que restringe a alimentação
de líquido pela válvula de expansão. Normalmente a velocidade recomendada neste trecho é
de 0,5 m/s.
Linha de líquido bombeadas (SL→EV): nestes casos, como o líquido está comprimido, se
tem um grau de subresfriamento bem elevado e a perda pode ser considerável, porque não
haverá o perigo de formação de “flash gás”. A faixa de velocidade recomendada se situa entre
1,0 e 2,5 m/s.
Linha de sucção úmida (mistura bifásica EV→SL): a fim de absorver também a parcela de
líquido, além do vapor, adota-se a bitola de um grau maior que a definida numa linha de
sucção seca. A velocidade recomendada fica em torno de 10 m/s.
Linha de gás quente: Velocidade de 15 m/s e para uma estimativa do fluxo de gás quente,
considere duas vezes o fluxo de refrigerante usado durante o processo de refrigeração normal.
Para o uso de tubos em sistemas de baixa temperatura, inferiores a -29º C, a norma só libera este
tipo de material, quando acompanhado do teste de “Charpi”, embora na prática, infelizmente o
mesmo seja muito pouco exigido.
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Recomendações:
Comentários:
A necessidade dos sifões se justifica para evitar que a pressão maior existente na serpentina do
condensador que está parado, force o líquido a subir pela linha de drenagem do condensador
ativo, inclusive adentrando a própria serpentina, o que reduz a área de troca de calor e aumente a
pressão de condensação.
A linha de drenagem com comprimento maior que 1.500 mm também evita que líquido suba até
as serpentinas.
A linha de equalização evita que o reservatório de líquido possa aumentar a pressão a mais que o
condensador, quando submetido á outras fontes de calor, como insolação, por exemplo, e
dificulte a drenagem normal de líquido do condensador para o vaso.
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O programa da Danfoss intitulado Dir-Calc, que atualmente está na versão 1.20 é uma poderosa
ferramenta para os engenheiros de refrigeração industrial, permitindo rapidamente o
selecionamento de vários tipos de válvulas, tubulações, e calculando perdas de cargas em bar ou
°C de cada componente, trechos com vários componentes e a vazão em massa.
A seguir vamos trabalhar com este programa utilizando o fluxograma abaixo:
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Comentários:
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LINHA DE LÍQUIDO:
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