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DIPLOMACIA
DIREITO CONSTITUCIONAL
Docente:
Absalome Manjate
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Garantia da Constituição e Revisão Constitucional
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que podem contender com valores constitucionais, mesmo perante a falência de
outros mecanismo de averiguação da inconstitucionalidade, dizendo que “É
garantida o direito à objecção de consciência, nos termos da lei” – n. 5 do art. 54
da CRM.
GARANTIAS GERAIS
Possuem uma superior eficácia, ao serem capazes de poteger todas as dimensões materiais
e organizatórias da Constituição, não se confinando a parcela mais estreitas da Ordem
Constitucional.
Os Limites Formais
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1. Limites quanto ao titular do poder de revisão
a) O órgão da revisão é o órgão legislativo ordinário
Neste esquema existem duas hipóteses consoante haja ou não ligação com o órgão
legislativo normal. Assim, o órgão especial pode ter como base o órgão legislativo normal
(ex:. o órgão de revisão é constituído pelas câmaras em reunião conjunta no caso
moçambicano pelas comissões especializadas da Assembleia da República) ou ser um
órgão especialmente eleito para o efeito.
3. Limites Temporais
Os limites temporais costumam a ser justificados pela necessidade de assegurar uma certa
estabilidade às instituições constitucionais. A Constituição moçambicana fixou um
espaço temporal de 5 anos como lapso do tempo que deve mediar entre as revisões
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ordinárias da Constituição, aceitou a revisão extraordinária em qualquer momento desde
que se satisfaçam os restantes requisitos, exigidos (maioria qualificada de 3/4) – art. 301
da CRM.
5. Limites circunstanciais
A história ensina que certas circunstâncias excepcionais (estado de guerra, estado de sítio,
estado de emergência) podem constituir ocasiões favoráveis à imposição de alterações
constitucionais, limitando a liberdade de deliberação do órgão representativo. Dai a razão
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do art. 302 CRM, com a epigrafe “limites circunstanciais”, proibir a revisão da
Constituição em situação de anormalidade constitucional.
Os limites materiais significam que a CRM não admite uma revisão ilimitada ou para
todas as matérias, o que na prática, poderia trazer o fácil resultado de uma nova
Constituição, em vez de simples revisão da Constituição existente, apresentando-se assim
como irrevisível um largo conjunto de doze matérias constantes das als, a) a l) do n. 1 do
art. 300 da CRM, consideradas como participando da essência do Direito Constitucional
Moçambicano vigente, matérias que estarão sempre excluídas do respectivo âmbito
regulativo.
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das normas constitucionais que por constituírem o cerne da Constituição não podem
ser objecto de revisão, conduz-nos aos desenvolvimentos seguintes:
Os limites são limites do poder de revisão como poder constituído não são limites para
sempre, vinculativo de toda e qualquer manifestação do próprio poder constituinte. Em
sentido absoluto, nunca a geração fundadora pode vincular eternamente as gerações
futuras.
Limites absolutos de revisão são todos os limites da Constituição que não podem ser
superados pelo exercício de um poder de revisão.
A revisão da Constituição tem que ser feita de modo expresso. Quer se trate de supressão
de normas, quer se trate de uma substituição de texto constitucional, quer de aditamento,
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todas estas alterações são inseridas no lugar próprio da Constituição, publicando-se
conjuntamente a Constituição no seu novo texto, e a lei da revisão – ex vi arts. 303 e 304
da CRM.
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VI. REVISÃO E REVISIONISMO
Nos casos de falta de competência absoluta dos órgãos de que emanou a lei de revisão
(ex.: lei de revisão aprovada pelo Governo, por plebiscito ou referendo, sob proposta do
Governo ou do Presidente da República) é evidente que a lei esta viciada de inexistência,
pois só a AR é constitucionalmente competente para fazer leis de revisão. Dos casos de
carência absoluta de poderes de revisão, devem aproximar-se duas outras hipóteses:
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(1) Leis de revisão aprovadas pela AR, fora dos casos em que esta, nos termos
constitucionais, tem poderes de revisão (exs.: leis de revisão aprovada antes de
decorridos cinco anos – a não ser que se trate de revisão extraordinária nos termos
do art. 301 sobre anterior lei de revisão; a lei de revisão aprovada durante o estado
de sítio).
(2) As leis de revisão votadas pela AR no uso dos seus poderes de revisão, mas não
aprovadas pela maioria qualificada constitucionalmente exigida – art. 303 da
CRM.
Dada a existência de limites formais e materiais, as leis de revisão que não respeitarem
esses limites serão respectivamente inconstitucionais sob o ponto vista de formal e
material (leis de revisão que violam o processo estabelecido no n. 1 do art. 299 da CRM,
como seriam as leis aprovadas mediante proposta do Governo e as leis de revisão que
violam os limites materiais do art. 300 da CRM
A inconstitucionalidade material e formal das leis de revisão pode e deve ser apreciada
pelos tribunais (art. 213 da CRM) e pelo Conselho Constitucional (art. 244 da CRM), ou
seja, segundo o processo de fiscalização sucessiva, havendo algumas dúvidas quanto à
possibilidade de controlo preventivo.
A promulgação Presidencial da lei de revisão constitucional não pode ser recusada, não
havendo lugar – ao contrário do que normalmente sucede – o veto político. “O Presidente
da República não pode recusar a promulgação da lei de revisão” – n. 3 do art. 303 da
CRM.
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A publicação das alterações à Constituição tem a particularidade de ser acompanhada da
republicação codificada de todo o texto constitucional já revisto, o que se explica por uma
necessidade de segurança e dignidade no conhecimento da nova versão da lei fundamental
– ex vi n. 2 do art. 304 da CRM e o n. 2 do art. 149 do do Regimento da Assembleia da
República (RAR).
A. INDIVIDUALIZAÇÃO
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No controlo de normas ainda não existente, o processo de formação ainda não está
perfeito do que trata a fiscalização preventiva da constitucionalidade – ex vi art. 245 da
CRM.
Inconstitucionalidade por acção, como o nome indica, é a actuação dos poderes públicos
contrária à Constituição distinguindo-se assim da inconstitucionalidade por omissão.
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O controlo abstracto é independente da fiscalização concreta, mas existe a possibilidade
de trânsito de controlo concreto para o controlo abstracto a fim de se obter a generalização
das decisões proferidas em controlo concreto.
A inconstitucionalidade tem por objecto uma pretensão dirigida à declaração, com força
obrigatória geral, da inconstitucionalidade de normas jurídicas (art. 243, n.º 1 e art. 245
da CRM). É um processo de controlo de normas, destinado a, de forma abstracta, verificar
a conformidade formal, procedimental ou material, de normas jurídicas com a
Constituição.
É uma fiscalização anterior à própria introdução das normas na ordem jurídica tem por
objecto normas imperfeitas. É por natureza um controlo abstracto e, no caso de juízo de
inconstitucionalidade, o processo legislativo não pode ser levado a cabo e as normas do
diploma em causa não podem entrar na ordem jurídica.
Tem por objecto uma pretensão destinada a evitar que certos projectos de actos
normativos se transformem em actos perfeitos e definitivos mas inconstitucionais – ex vi
art. 245 da CRM.
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d) Controlo Misto
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O acto normativo primário tem a sua forma, materialidade e autonomia, inovando no ordenamento jurídico
(cria, modifica, extingue direitos e obrigações); Já o acto normativo secundário, a princípio, existe para
regulamentar o ato normativo primário (ex.: regulamentos administrativos de execução ou
complementares).
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B. PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO DIFUSO, CONCRETO E
INCIDENTAL
Considerando que das decisões dos juízes pode haver recursos de inconstitucionalidade
para o CC, diz-se também que a fiscalização concreta, incidental e difusa, é uma
introdução necessária dos recursos para o CC. Este poderá vir a revogar a decisão do juiz
incidente sobre questões de inconstitucionalidade.
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