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A narrativa

O texto narrativo é um texto no qual é contada uma história, através de um


narrador, baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito.

OS ELEMENTOS DA NARRATIVA
O que uma narração deve apresentar para que seja agradável de ler ou
escutar? Certamente, ela deve partir de fatos interessantes, mesmo que eles só existam na imaginação. Além disso,
a narração deve apresentar alguns elementos básicos. Veja a seguir.

PERSONAGENS: São os praticantes das ações. Podem ser inventados ou inspirados na realidade. Os
personagens podem ser protagonistas, antagonistas, secundários e acessórios.

Protagonista: é o personagem central, identificado muitas vezes como o herói. Ele ocupa o lugar de maior
destaque no desenrolar dos acontecimentos.
Antagonista: é o personagem que se opõe ao protagonista, gerando o conflito que a narrativa desenvolve.
Identificado, muitas vezes, como vilão.
Secundários: são os personagens auxiliares do protagonista ou do antagonista, cujo desempenho tem certa
influência no rumo dos acontecimentos.
Acessórios: são os personagens auxiliares com fraca atuação no desempenho dos fatos, de participação
esporádica e não decisiva. Sua principal função é contribuir para formar o mundo social, no qual se movem os
personagens principais, ou seja, são os figurantes.

CARACTERÍSTICAS DAS PERSONAGENS


Características físicas – Partes físicas e de fácil verificação das personagens. Ex.: É uma aluna alta, magra, de
cabelos castanhos e olhos azuis.
Características psicológicas - Referem-se às emoções das personagens. Nem sempre as características
psicológicas estão explícitas no texto e isto requer do leitor uma análise de tudo o que envolve a personagem
(contexto). Ex.: Além de sua beleza física, ela é extremamente simpática, também é estudiosa e organizada.

FATOS: São as ações ocorridas em sequência. Geralmente há um fato central que desencadeia outros fatos.
CONFLITO: É o elemento que torna a narrativa atraente. Constitui um impasse, um problema que, a princípio, é de
difícil resolução.
ESPAÇO: É o lugar onde os fatos ocorrem. É classificado como espaço físico e psicológico.

Espaço físico: compreende os locais geograficamente delimitados, as paisagens (rurais, urbanas) e os


ambientes (abertos, fechados; naturais, artificiais).
Espaço psicológico: é o próprio mundo interior dos personagens, os diferentes fenômenos psíquicos. Os
traumas psicológicos, os projetos que arquitetam, seus conflitos íntimos — tudo acontece no espaço de sua
interioridade.
TEMPO: É o período ou a época em que se passam os fatos. É classificado em cronológico e psicológico.

Tempo cronológico: é objetivo e se mede pelos ciclos regulares da natureza (manhã, tarde, noite, estações;
ciclos lunares; etc.), por convenções (relógio, calendários, data, etc.), por ciclos existenciais (nascimento,
juventude, velhice, morte, etc.).
Tempo psicológico: É subjetivo. Ele acontece no interior dos personagens e seu fluxo se relaciona com o ritmo
das emoções e sensações que eles estão vivendo.

NARRADOR: É o ser ficcional que conta a história.

Tipo de narrador: Classificamos narrador em 1ª pessoa como narrador personagem e em 3ª pessoa como
narrador observador ou onisciente.
Narrador observador: o narrador não participa dos fatos, mas conta o que aconteceu com as personagens.
Utiliza, portanto, a terceira pessoa.
Narrador personagem: o narrador participa da história, pois é uma das personagens. Emprega a primeira
pessoa

OBS.:
Narrador: é quem conta a história. É criado pelo autor.
Autor: é a pessoa que existe fisicamente, quem cria a história.

FOCO NARRATIVO
É o ponto de vista através do qual a história é contada. Pode ser em 1ª ou 3ª pessoa.

1ª pessoa: a narrativa é contada sob o ponto de vista de um narrador-personagem, que participa da história.
3ª pessoa: a narrativa é contada sob o ponto de vista de um narrador-observador, que não participa da história.

PARTES DA NARRATIVA / ENREDO

É o arranjo dos fatos de uma forma atraente, que prenda a atenção do leitor. É o desenrolar dos
acontecimentos com suas tramas ou intrigas. O enredo pode ser organizado de várias formas.

Situação inicial (introdução ou apresentação) – os fatos iniciais e os personagens são apresentados. Pode
haver ou não descrição de tempo e espaço.
Complicação (ou nó) – é a parte do enredo em que surge o conflito, quebrando a estabilidade de
personagens e acontecimentos. Uma narrativa pode ter mais de um conflito.
Clímax - ponto de maior tensão na narrativa, aquele em que o conflito atinge o seu ponto máximo.
Desfecho (desenlace ou conclusão) - é como os fatos se arranjam ao final da narrativa, que pode
apresentar ou não a resolução do conflito, ou seja, não significa que haverá um final feliz. Há muitos tipos de
desfecho: surpreendente, feliz, trágico, cômico, etc.

Para que no seu texto estejam presentes esses elementos, é necessário que na organização do texto você faça
alguns questionamentos: O quê aconteceu? (enredo), quando aconteceu? (tempo), onde aconteceu? (espaço),
com quem aconteceu? (personagens), como aconteceu? (trama, clímax, desenlace).
Após fazer essas perguntas e respondê-las, pode-se iniciar a redação da narrativa, onde são incluídos todos esses
itens explicados acima. Para uma redação escolar o melhor é que se distribuam as informações dessa forma:

Introdução: Com quem aconteceu? Quando aconteceu? Onde aconteceu?


Desenvolvimento: O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu?
Conclusão: Qual a consequência desse acontecimento?

TIPOS DE DISCURSO

Os discursos direto e indireto são formas de reproduzir a fala ou os pensamentos das personagens.

Discurso direto: É a reprodução exata da fala ou do pensamento da personagem. Pode-se dizer que é o próprio
personagem quem fala. Geralmente, o narrador introduz a fala do personagem por meio de verbos de elocução,
tais como: falar, dizer, responder, explicar, exclamar, interrogar, etc.

Exemplos:
O monitor disse aos alunos:
--Tragam-me a autorização!
O professor perguntou ao aluno:
-- Em quantas partes se divide o corpo humano?
-- Depende muito do tamanho do desastre, professor.

Discurso indireto: É o narrador que reproduz a fala da personagem. É o narrador quem diz o que o personagem
disse.

Exemplos:
O monitor disse aos alunos para trazerem a autorização.
O professor perguntou ao aluno em quantas partes se dividia o corpo humano. O aluno respondeu que dependeria
muito do desastre.

Elementos da narrativa

Personagens / Quem?

Tempo / Quando?

Espaço / Onde?

Ação / O que aconteceu? Como se desenrolam os fatos?

Narrador: quem conta a história

Enredo ou momentos da narrativa

a. Situação inicial: situação de equilíbrio.

b. Conflito: os motivos que desencadearam a ação da história.


Análise literária
c. Clímax do conflito: momento de maior tensão na história.
I. ASPECTOS GERAIS:
d. Desfecho: final e resolução do conflito.
a) Titulo do livro: ___________________________________________________________________________
b) Nome do autor: _________________________________________________________________________
c) Nome do ilustrador: ______________________________________________________________________
d) Editora: _______________________________________________________________________________
II. AUTOR:
Biografia completa (de 15 a 20 linhas):
Fonte: _____________________________________________________________________________________.
III. PERSONAGENS:
a) Aponte o personagem principal e/ou os personagens principais.
b) Aponte as características física e psicológica. Justifique com passagens do texto.
c) Cite os personagens secundários:

I. TEMPO:
a) Quando ocorrem os acontecimentos narrados?
b) O narrador apresenta os fatos na ordem em que aconteceram ou houve inversão temporal? Justifique.

II. ESPAÇO:
a) Onde se passam os acontecimentos narrados?
b) Como é esse lugar?
c) Há mudança de espaço? Justifique.

III. NARRADOR:
a) O narrador é personagem ou observador?
b) E o foco narrativo? Justifique com passagens do texto.
c) Que tipo de discurso predominou para indicar as falas das personagens? Justifique com passagens do texto.

IV. ENREDO:
a) Localize:
_ A apresentação (introdução):
_ A complicação (desenvolvimento):
_ O desfecho (conclusão):

b) Faça um resumo da obra (de 20 a 30 linhas)


V. VOCABULÁRIO:
_ Pesquise 20 (vinte) palavras novas que você aprendeu com essa leitura. Aponte o significado e a classe gramatical de cada
uma delas e coloque-as em ordem alfabética.

VI. MENSAGEM:
a) Que ensinamento ou mensagem você assimilou dessa leitura?

VII. COMENTÁRIOS:
a) Você achou adequado o título do livro? Por quê? E se você não gostou, que outro daria? Por quê?
b) Relate a passagem que você mais gostou. Por quê?
c) Relate a passagem que você menos gostou. Por quê?
d) Você gostou dessa leitura? Por quê?

Ortografia
Contos e causos
Na tradição brasileira o conto também é chamado de “causo”, gênero que descreve as experiências vividas
ou testemunhadas por aquele que conta. Pode acontecer também de o contador ter ouvido a história de outra
pessoa.
Quando essas narrativas orais tornam-se escritas, recebem o nome de conto, mas mantém certas marcas da
oralidade, já que reproduzem na escrita características próprias da fala.

Origem: Antigamente, as pessoas, contavam histórias irreais ou verídicas, pois não tinham outra diversão.
O conto popular teve origem não nas camadas mais cultas da sociedade, mas sim no povo. Talvez venha daí o
fato de não ser escrito, pois as pessoas, geralmente, não sabiam ler. As pessoas mais velhas são os agentes de
transmissão do conto. São elas que, normalmente, transmitem esses contos aos seus netos. Assim, o conto vai de
geração em geração e muitas vezes é alterado, pois “Quem conta um conto acrescenta um ponto”. O conto é, pois,
uma narrativa com raiz na tradição oral. O seu relato ocorria, em geral, num ambiente comunitário.

Características:
A estrutura, basicamente, desenvolvia-se em cinco momentos:
 A apresentação da situação;
 O acontecimento perturbador;
 Os acontecimentos e peripécias passados pelo herói;
 O desaparecimento do motivo perturbador;
 A conclusão.

As personagens principais são, de um modo geral, anônimas e poucas, envolvendo classes sociais diferentes;
reduzem-se muitas vezes a três elementos: a heroína, o herói e o elemento representativo do mal (fada, bruxa ou
velha).
O espaço e o tempo são muito vagos ou quase nulos; são indefinidos e indeterminados. O início «Era uma
vez…» reenvia para um espaço indefinido, sempre reatualizável, conferindo às histórias um caráter atemporal e
universal
O encantamento e a simbologia dos nomes e dos números impõem-se no evoluir das histórias (é constante a
referência ao número três). Uma das características do conto é a presença do maravilhoso: é característico haver
dragões, fadas, feiticeiras, bruxas...
Os contos também têm uma característica muito importante: a moralidade (que muitas vezes pode ser expressa
em provérbio). Nela assistimos sempre ao triunfo do Bem sobre o Mal, o conto tem um final feliz:

Evolução: O conto passa a ser reconhecido literariamente como gênero narrativo bastante tardiamente. Mas já
no séc. XVI, em França, Perrault reunira alguns contos tradicionais, passando-os às à escrita. Muitos contos
ficaram conhecidos no mundo todo graças às versões escritas pelos irmãos Grimm e por Hans Christian
Andersen, entre outros.

Funções (importância) do conto

O conto popular tinha as seguintes funções:


Preencher os tempos de lazer (função lúdica);
Propor aos ouvintes modelos de comportamento (função educativa);
Transmitir os valores e concepções do mundo próprios daquela sociedade. (moral).
INTERPRETAÇÃO:
O PESCADOR E O GÊNIO

Havia uma vez um pescador muito velho e muito pobre que vivia com sua mulher e seus três filhos. Todos os dias, ele
jogava sua rede no mar apenas quatro vezes e sempre conseguia colher alguns peixes para o seu sustento.
Mas houve um dia em que ele jogou a rede por três vezes, sempre clamando o nome de Deus, e das três vezes só
conseguiu retirar das águas um burro morto, um pote velho e algumas garrafas. Na quarta vez em que jogou sua rede, sentiu que
ela tinha ficado presa no fundo. Com dificuldade, conseguiu retirar a rede e viu que ela trazia uma garrafa de boca larga, de cobre
dourado e que estava fechada com chumbo e trazia o selo do grande rei Salomão.
O pescador se alegrou, pois pensou que poderia vender a garrafa por um bom preço. Mas, sentindo que ela estava muito
pesada, resolveu abri-la para ver o que continha.
Com sua faca forçou o chumbo, virou a garrafa para baixo e agitou-a para ver o que ia sair. Mas não saiu nada. O
pescador colocou-a na areia e então começou a sair de dentro dela uma fumaça, que foi se avolumando até chegar às nuvens e
foi tomando a forma de um gigante, que o pescador percebeu logo que era um gênio.
Morto de medo, ele começou a tremer.
E tinha razão para ter medo, porque o gênio saudou-o e disse:
– Alegra-te, pescador, que vais morrer e podes escolher de que maneira!
O pescador, apavorado, tentou acalmar o gênio:
– Mas por que queres me matar, se fui eu que te tirei do fundo do mar, fui eu que te tirei de dentro desta garrafa onde
estavas preso?
O gênio então contou ao pescador a sua história.
Há mil e oitocentos anos, no tempo do rei Salomão, ele, o gênio, se havia revoltado contra o rei e, como castigo, havia
sido preso nesta garrafa e atirado no fundo do mar.
Durante cem anos, ele havia jurado que faria rico para sempre aquele que o libertasse.
Cem anos se passaram e o gênio permaneceu na garrafa.
Durante mais cem anos o gênio jurou:
– Darei a quem me libertar todos os tesouros da terra.
Cem anos se passaram e o gênio continuou prisioneiro da garrafa.
Encolerizado, ele tornou a jurar:
– Agora, se for libertado, matarei aquele que me soltar e deixarei que ele escolha como quer morrer.
O pescador implorou de todas as formas que o gênio o perdoasse, pois, dizia ele, “desta maneira, encontrarás quem te
perdoe”.
Mas o gênio não se deixou comover.
Aí o pescador teve uma ideia:
– Já que eu vou morrer mesmo, quero que me respondas a uma pergunta. Como é possível que estivesses dentro da
garrafa, sendo tão grande como és? Não posso acreditar nisso, a não ser que veja com meus próprios olhos.
O gênio, desafiado, converteu-se novamente em fumaça e pouco a pouco foi entrando na garrafa.
Quando o pescador viu que ele estava inteirinho lá dentro, mais do que depressa fechou a garrafa com o selo. E disse ao
gênio:
– Vou jogar-te de volta ao mar e vou construir uma casa aqui. Toda vez que alguém vier pescar, vou avisá-lo para que
não te liberte. Desta maneira, enquanto eu for vivo, não sairás de dentro desta garrafa.
O gênio então lamentou-se e implorou ao pescador que o perdoasse. Mas o pescador respondeu:
– Eu também te pedi que me perdoasses, que alguém te perdoaria. Mas assim mesmo quiseste me matar.
O gênio jurou que não lhe faria mal e que lhe daria meios para que vivesse com fartura o resto de seus dias, se o
deixasse sair.
O pescador se convenceu e libertou o gênio, que lhe mostrou uma lagoa rica de grandes peixes, onde o pescador pôde
pescar o resto de sua vida.
Ruth Rocha. Histórias das mil e uma noites. FTD.
1. Um pobre e velho pescador jogava diariamente sua rede ao mar. Com que intenção ele fazia isso?
a) Recolher, com sua rede, o lixo que estava no fundo do mar.
b) Encontrar algum objeto valioso.
c) Pescar peixes para garantir o sustento de sua família.
d) Encontrar uma garrafa com um gênio.
e)Distrair-se, já que não podia mais trabalhar.
2. Releia o seguinte trecho da história:
Cem anos se passaram e o gênio continuou prisioneiro da garrafa.
Encolerizado, ele tornou a jurar:
– Agora, se for libertado, matarei aquele que me soltar e deixarei que ele escolha como quer morrer.

• O significado mais adequado para a palavra destacada é


a) satisfeito. b) com muita tristeza. c) humildemente.
d) enfurecido. e) amedrontado.

3. Leia as afirmações feitas a respeito do texto:


I. O gênio contou sua história ao pescador na tentativa de justificar seu desejo de matá-lo.
II. O gênio comoveu-se com o apelo desesperado do pescador, que pedia pela sua vida, e resolveu perdoá-lo.
III. Ao perceber a terrível situação em que se encontrava, o pescador precisou superar o medo e traçar um plano de ação, pois
percebeu que só com esperteza conseguiria escapar.

• Estão corretas as afirmações:


a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III.

4. A literatura criada por um povo está relacionada com a cultura dessa comunidade. Nos contos orientais –
como nesse, que você leu –, é muito comum existir uma personalidade “pobre ou fraca” que vence a
“mais rica ou forte”.

• Nesse conto, quem é o verdadeiro personagem forte?


a) O pescador. b)O gênio. c) O rei Salomão.
d)A mulher do pescador. e)Não é possível reconhecer o personagem “forte” nessa história.

Contos que encantam

Desde os tempos mais remotos, muitos contos de fadas percorreram fronteiras e atravessaram gerações
sendo transmitidos oralmente de uma pessoa para outra. Até que, pela primeira vez, um escritor francês decidiu
registrá-las por escrito. Seu nome era Charles Perrault (1628-1703). Sua ideia incentivou, posteriormente, muitos
outros escritores a também reunirem contos de tradição oral em seus livros.
Entre os contos imortalizados por Perrault, estão: “A Bela Adormecida do Bosque”, “Cinderela” e “Chapeuzinho
Vermelho”.
Seguindo o exemplo de Perrault, os irmãos Jacob (1785-1869) e Wilhelm Grimm (1786-1859) realizaram uma
compilação de narrativas populares e registraram-nas em um livro. Isso ocorreu na Alemanha, no início do século
XIX.
Durante anos, esses contos foram pesquisados e recolhidos com amigos, familiares e pessoas de origem
humilde de várias localidades da Alemanha. A primeira obra dos irmãos Grimm recebeu o nome de Contos para a
infância e para o lar.
Hans Christian Andersen (1805-1875) foi um escritor dinamarquês que se dedicou a adaptar contos de fadas
já existentes e a criar seus próprios contos. Ele é considerado um dos mais importantes nomes da literatura infantil
mundial. Prova disso é que, em sua homenagem, o Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil é comemorado em 2 de
abril, data de seu nascimento.
Entre os vários contos da obra desse autor, podemos citar “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, “João e
Maria” e “ A Pequena Sereia”.

Veja alguns seres que costumam ser personagens de contos de fadas e algumas de suas características:

Dragões: costumam se criaturas más. O corpo desses seres lembra uma serpente corpulenta. Têm garras e
asas laterais e costumam exalar baforadas de fogo pela boca e de fumaça pelas ventas. Sua especialidade é
aprisionar donzelas indefesas e queimar os heróis que se aventuram a salvá-las.

Príncipes: representam o sonho de toda moça. Belos, corajosos e íntegros, eles estão sempre prontos para
livrar as mocinhas de uma grande infelicidade, tomá-las em seus braços e fazê-las felizes para sempre. É o que
acontece com a Bela Adormecida e a Cinderela, por exemplo.

Princesas: sempre lindas e muito delicadas, as princesas sonham encontrar o verdadeiro amor. Algumas
esperam comodamente por seu príncipe, como é o caso de Branca de Neve e Rapunzel. Outras vão em busca
de seu amor, mesmo que para isso corram grandes perigos, como a Pequena Sereia.

Crianças: são personagens bastante comuns nos contos de fadas. Elas precisam enfrentar grandes desafios
para se livrar dos perigos e chegar a um final feliz. É o caso dos irmãos João e Maria, do Pequeno Polegar e de
Chapeuzinho Vermelho.

Madrastas: os contos de fadas surgiram em uma época em que era muito comum as mulheres morrerem no
parto, por falta de recursos médicos. Por isso, nessas histórias, as madrastas são personagens muito comuns.
Elas representam um grande obstáculo na vida das crianças que perderam suas mães. Invejosas, castigam seus
enteados e os privam de coisas boas da vida. São muitas as heroínas que sofreram nas mãos das madrastas,
como é o caso de Cinderela e Branca de Neve.

Fadas: costumam ser bonitas e generosas. Estão sempre prontas para ajudar pessoas de bom coração a
realizar seus desejos.

Bruxas: geralmente são feias, más e invejosas. Nas histórias, elas são representadas por velhas vestidas cm
trajes escuros. Mas há também bruxas belas, como a madrasta de Branca de Neve.
Texto 1: A BELA ADORMECIDA

Era uma vez um rei e uma rainha que ficaram casados muito tempo sem ter filhos. Um belo dia, finalmente,
tiveram uma filha. Era um dia ensolarado e feliz, quando nasceu a princesa Aurora. O rei ordenou que fizessem uma
grande festa celebrando o nascimento de sua linda herdeira e convidou todas as fadas do reino. Cada fada
presenteou a princesinha com um dom: beleza, bondade, alegria, inteligência e amor.
De repente, apareceu a bruxa Malévola, furiosa por não ter sido convidada para a festa, e lançou uma
maldição:
-Quando a princesa completar quinze anos, espetará o dedo e morrerá!
A fada Flora, que ainda não tinha dado o seu presente, conseguiu modificar o feitiço dizendo:
-A princesa não morrerá, dormirá um sono profundo, até que o beijo de um príncipe a desperte.
Passaram-se os anos, a princesa crescia cada vez mais bela, cheia de bondade e alegria tornando-se uma
jovem muito inteligente e amorosa. No dia do seu aniversário de quinze anos, ela resolveu dar um passeio sozinha.
Andando pelo palácio, subiu a escada que levava para a torre e lá encontrou uma velha máquina de fiar. Aproximou-
se e, curiosa por até então nunca ter visto um instrumento daqueles, resolveu tocá-lo e assim fazendo, espetou o
dedo e em seguida caiu num sono profundo.
Houve um frio silêncio e no mesmo instante, todos no castelo adormeceram. O tempo passou e uma imensa
floresta cresceu em volta do castelo. Muitos anos depois, em um país vizinho, um príncipe ouviu falar do misterioso
reino adormecido e decidiu encontrá-lo. Corajoso e muito belo, o príncipe atravessou a floresta e finalmente
encontrou o castelo. Entrou e ficou espantado ao ver que todos dormiam, desde os criados, os guardas, até os
animais.
O príncipe também tinha ouvido falar que naquele reino do sono havia uma linda princesa. Subiu a escada da
torre e ali encontrou Aurora dormindo em uma cama de ouro. Era a mais bela jovem que ele já tinha visto. O príncipe
ficou tão apaixonado , que não se conteve e aproximando-se da bela adormecida, beijou-a carinhosamente.
No mesmo instante, a princesa Aurora despertou e com ela, o silêncio no castelo foi interrompido pelo canto
dos pássaros, um por um no reino foi acordando, como se apenas por uma noite estivessem descansando.
E assim, o feitiço de Malévola foi quebrado e, dias depois, Aurora e o príncipe se casaram e viveram felizes
para sempre.

1. O conto de fadas “A Bela Adormecida” é uma narrativa. Geralmente, uma narrativa é organizada por meio da
seguinte estrutura:
Releia o conto para observar nele cada parte descrita acima. Faça suas anotações.
Situação inicial: 1º parágrafo
Desenvolvimento: do 2º parágrafo ao 6º parágrafo.
Desfecho: os três últimos parágrafos

2.Releia este trecho do texto: “Era uma vez um rei e uma rainha que ficaram casados muito tempo sem ter filhos.”

A conclusão a que podemos chegar a partir desse trecho:


( x ) A história se passa numa época imaginada, inventada.
( ) a época em que a historia ocorre pode ser identificada com precisão.

3.Um conto de fadas apresenta seres encantados – como fadas, bruxas, magos – dotados de poderes mágicos,
sobrenaturais. Quem são os seres encantados do conto lido? As sete fadas e a fada velha e feia. ( A bruxa Malévola)
4.Nos contos de fadas, é comum a existência de um herói e de uma heroína. Quem soa o herói e a heroína da
história “A Bela Adormecida”? O herói é um príncipe e a heroína, uma princesa.

5.Em uma história, a personagem principal também pode ser chamada protagonista e o vilão (ou vilã), personagem
indispensável em um conto de fadas, recebe o nome de antagonista, isto é, aquele que se opõe ao protagonista. No
conto que você leu quem é o antagonista? O antagonista é a bruxa Malévola, que rogou praga à princesa.

6.Os contos de fadas costumam apresentar um elemento mágico que, em geral, é encantado por fadas, bruxas,
magos.
a) No conto “A Bela Adormecida”, qual é esse elemento? A máquina de fiar.
b) Qual a complicação, ou seja, o conflito que há nesse conto? Explique. A bruxa lançou uma maldição sobre a
princesa: ela espetaria o dedo e morreria.

7.Explique, com suas palavras, como o conflito se soluciona no texto. O conflito se soluciona quando o príncipe
encontra a princesa e a acorda de um sono de cem anos.

8.Como você viu, essa história termina com um final feliz. Os contos de fada costumam apresentar essa
característica. Em sua opinião, por que isso ocorre? Os contos de fada apresentam sempre um final feliz porque os
conflitos são resolvidos pela intervenção de um elemento mágico.

9.Os contos de fada geralmente trazem um ensinamento. Que possível ensinamento podemos extrair do conto lido?
Resposta pessoal.
Texto 2: Os gnomos e o sapateiro

Era uma vez um sapateiro tão pobre, tão pobre, que só lhe restava couro para um único par de sapatos.
Certa noite, quando ia começar a fazê-lo, sentiu-se cansado. Apenas recortou uma tira de couro e deixou para
terminar o serviço no dia seguinte.
De manhã, quando voltou para a mesa de sua oficina, encontrou o par de sapatos prontinho. Apanhou cada
um dos sapatos e examinou-os, tentando descobrir quem os havia confeccionado, mas não conseguiu: era um
verdadeiro mistério. Intrigava-o ainda mais o fato de que aquele par de sapatos era o mais perfeito que ela já tinha
visto.
O sapateiro ainda estava parado, pensando, com o par de sapatos na mão, quando um freguês entrou em
sua oficina. O homem apaixonou-se pelos sapatos e fez questão de comprá-los imediatamente. Peter, o sapateiro,
não desejava vendê-los; queria primeiro descobrir como haviam aparecido em sua mesa. Mas o freguês lhe ofereceu
tanto dinheiro pelos sapatos que ele terminou concordando em vendê-los.
Peter usou o dinheiro para comprar mais couro. À noite, cortou o material e foi se deitar.
No dia seguinte, aconteceu a mesma coisa: os sapatos apareceram prontos e em seguida veio um freguês
que os comprou por um preço altíssimo.
E, assim, os dias passavam e o sapateiro se tornava cada vez mais rico. Até que Heidi, sua mulher, sugeriu:
_ Precisamos descobrir o que está acontecendo! Em vez de ir dormir, vamos nos esconder atrás da porta e
espiar.
À meia-noite em ponto surgiram dois graciosos gnomos, completamente nus. Sentaram-se na mesa de Peter
e trabalharam com tanta rapidez que ele e sua mulher não conseguiram enxergar os movimentos das mãos.
Heidi ficou encantada com os pequenos gnomos:
_ Eles nos ajudaram, agora estamos ricos! _ Disse. _ Mas os dois homenzinhos caminham pela noite nus,
passando frio! Isso não é justo! Vou costurar roupinhas lindas e confortáveis para dar de presente a eles.
Naquele dia ela passou a tarde trabalhando, e depois do jantar o sapateiro e sua mulher colocaram as roupas
novas ao lado do couro, em cima da mesa da oficina. Mais uma vez, esconderam-se atrás da porta para ver o que
fariam os gnomos.
Os homenzinhos dançaram e cantaram, felizes com o presente. A canção dizia mais ou menos isto: “Agora
que somos elegantes e faceiros, para que sermos ainda sapateiros?”
Desse dia em diante, os dois gnomos nunca mais voltaram, mas mesmo assim Peter, Heidi e os filhos que
vieram a nascer viveram com muita sorte, saúde e fortuna.
(Contos dos irmãos Grimm. In: Duendes e gnomos. Heloísa Prieto. São Paulo, Cia. Das Letrinhas, 1994, p. 42-43)

1. O texto lido é um conto maravilhoso, por isso apresenta fatos que só poderiam acontecer no mundo da
fantasia.
a) Cite que personagens do conto que só poderiam existir no mundo da fantasia. Os gnomos

b) Determine que acontecimento mágico deixa o sapateiro e sua esposa intrigados. Os gnomos fabricam sapatos
durante a noite.

2. Por contar uma história, o texto lido apresenta alguns elementos que fazem parte das narrativas em geral.
a) Copie do texto a expressão que indetermina a época em que se passa a história. “Era uma vez”.

b) Diga em que lugar se passa a história. Numa oficina (ou na casa do sapateiro).

3.Os fatos que fazem parte de uma narrativa obedecem a uma determinada estrutura. Diga em que momento a
história que você leu chega ao CLÍMAX. Quando o casal consegue ver, enfim, os gnomos trabalhando.

4. No texto lido, o sapateiro e sua esposa ficam ricos graças à ajuda de seres fantásticos.
a) Mencione a forma encontrada por Heidi para retribuir a ajuda desses seres fantásticos. Heidi decide costurar
roupas para os gnomos, já que viviam nus.

b) Explique por que a atitude de Heidi teve consequências para o casal. Os gnomos ficam felizes com as roupas e
não querem mais trabalhar como sapateiros.

5. Os contos maravilhosos, geralmente, terminam de maneira positiva. A história que você leu apresenta um final
feliz? Justifique sua resposta. Sim, pois mesmo sem a ajuda dos gnomos, a família do sapateiro continuou
prosperando.

6. O texto lido não é uma fábula. Apesar disso, transmite um ensinamento. Explique que lição poderíamos tirar da
história contada pelos irmãos Grimm. A generosidade da esposa do sapateiro com os gnomos foi recompensada, ou
seja, ela não precisou ser uma pessoa gananciosa para continuar prosperando.

Proposta de produção de texto inicial


Após a leitura e análise dos contos maravilhosos, em dupla, crie um conto maravilhoso. Escolha quem será o herói e
quem fará o papel de vilão. A história deve ocorrer nos dias atuais. Por isso, trabalhe com personagens “modernos”, como por
exemplo, uma garota inventora, um garoto que adora ler, um pai que é uma fera, um homem velho e sábio... ou um herói (ou
heroína) às avessas, isto é, distraído e atrapalhado ou medroso ou brincalhão, etc. Para ser vilão ou vilã, crie um bruxo
superpoderoso, capaz de se transformar em bichos e em objetos, ou uma feiticeira moderna, que substitui a vassoura por uma
asa-delta.
Comece o conto apresentando o herói (ou heroína) em uma situação de tranquilidade e, a seguir, sofrendo uma perda ou falta ou
sendo vítima do vilão (ou vilã). Se quiser, dê ao herói a possibilidade de usar uma máquina poderosa, faça-o passar por provas
difíceis ou estabeleça para ele uma missão que só possa a ser cumprida com o auxílio de um herói de histórias em quadrinhos,
como, por exemplo, Batman, Homem- Aranha, Super-Homem, etc. O final pode ser feliz ou dependendo de como quer conduzir a
história. Empregue a variedade padrão e dê um título sugestivo ao conto.
Faça um rascunho e só passe seu conto a limpo e depois de fazer uma revisão cuidadosa. Refaça o texto quantas vezes
forem necessárias.
Era uma outra vez...
Cansou dos finais sempre iguais dos contos clássicos? O professor lerá algumas versões criadas por
autores de livros, criadores e diretores de TV e cinema para dar outros rumos às histórias. Veja que
interessante os novos desfechos!
Proposta de produção final
Agora é a sua vez de dar um final diferente aos contos!
Os alunos deverão escolher um dos contos sugeridos, pesquisar e ler a versão original. Após a leitura da versão original, crie
um final diferente. Seja bem criativo!
Contos sugeridos:
- João e o pé de feijão
- Alice no País das Maravilhas
- Peter Pan
- O Gato de Botas
- Aladim e a Lâmpada Maravilhosa
Você deverá desenvolver o final do texto obedecendo algumas orientações:
- Os verbos estão empregados no passado?
- O registro escrito, que inclui ortografia, pontuação, acentuação, etc., está adequado?
- A linguagem está adequada aos seus leitores potenciais?
- Você divide seu texto em parágrafos?
- Evita repetições de palavras próximas?

Contos de arrepiar
As histórias de terror são narrativas que mexem com os nossos medos, fazendo-nos sentir um friozinho na barriga ou
mesmo de olhar para os lados. São histórias que falam sobre o desconhecido, sobre o sobrenatural, assuntos que a
ciência não consegue explicar. Seus personagens são seres desconhecidos como fantasmas, vampiros, mortos-vivos
e outros seres criados pela imaginação do homem.

Recado de fantasma
Tudo começou quando nos mudamos para aquela casa. Era um antigo sobrado, com uma grande varanda
envidraçada e um jardim. Eu me sentia tão feliz em morar num lugar espaçoso como aquele, que nem dei atenção
aos comentários dos vizinhos, com quem fui fazendo amizade. Eles diziam que a casa era mal-assombrada. Alguns
afirmavam ouvir alguém cantando por lá às sextas-feiras.
– Deve ser coisa de fantasma! – falavam.
– Se existe, nunca vi! – E então contava a eles que as casas antigas, como aquela, com revestimentos e
assoalho de madeira, estalam por causa das mudanças de temperatura. Isso é um fenômeno natural, conforme meu
pai havia me explicado. Mas meus amigos não se convenciam facilmente. Apostavam que mais dia menos dia eu
levaria o maior susto.
Certa noite, três anos atrás, aconteceu algo impressionante. Meus pais haviam saído e eu fiquei em casa
com minha irmã, Beth. Depois do jantar, fui para o quarto montar um quebra-cabeça de 500 peças, desses bem
difíceis.
Faltava um quarto para a meia-noite. Eu andava à procura de uma peça para terminar a metade do cenário
quando senti um ar gelado bem perto de mim. As peças espalhadas pelo chão começaram a tremer. Vi, arrepiado,
cinco delas flutuarem e depois se encaixarem bem no lugar certo. Fiquei tão assustado que nem consegui me
mexer. [...]

1. Identifique no conto:
a) Introdução: primeiro parágrafo.
b) Conflito: quarto parágrafo
c) Clímax: quinto parágrafo

2. Qual o foco narrativo do conto? O conto é narrado em 1ª pessoa.


3. O que caracteriza esse texto como um conto? Texto curto, apresenta poucos personagens, espaço e tempo
reduzidos.
4. Os fatos aconteceram em um tempo recente ou em um tempo bem anterior à narração? Anterior( Certa noite)
5. Termine o conto.

Assistindo a um vídeo
Agora vamos assistir ao vídeo “O Diário de Chernobyl “. Vejam como as histórias de terror estão presentes
nos mais variados tipos de produção midiática.
Acesse o vídeo em: http://www.youtube.com/watch?v=6fANye8f7vc

“Em 'ParaNorman', o menino de 11 anos Norman Babcock passa a maior parte dos seus dias apreciando
detalhes de filmes de terror e estudando crenças sobre fantasmas. De fato, Norman tem a habilidade de ver
e falar com os mortos, como a sua amada avó. No colégio, Norman se esquiva do bullying de Alvin, troca
confidências com o impressionável Neil e tenta não prestar muita atenção em sua professora petulante, a
senhora Henscher.
Norman é contatado inesperadamente por seu estranho tio Prenderghast, que o derruba com a revelação de
que a praga de séculos de uma bruxa é verdadeira e está prestes a se tornar realidade e que apenas
Norman é capaz de impedir que isso possa atingir o povo da cidade.”
Disponível em http://www.cinepop.com.br/filmes/paranorman.php acessado 24/11/2013.
Você já conheceu alguém como o personagem da animação? Em sua região há histórias de gente que vê o
sobrenatural? E você? Já teve alguma experiência sobrenatural? Escreva e comente com a turma.

Agora é sua vez...


Termine o fim da história
Voz do além

Certa tarde, Laura, uma jovem mulher e seu marido, foram visitar uma prima querida que morava numa cidadezinha
do interior.
A prima vivia apenas com seu cãozinho Linguiça, num imenso casarão deixado pelos pais, que já faleceram há
algum tempo.
Laura e seu marido chegaram ao portão e chamaram a prima, mas o único som que ouviram foram os latidos do
Linguiça. Como ninguém atendeu, eles insistiram e bateram palmas, tocaram a campainha e chamaram a prima novamente. O
cão fez um estardalhaço tremendo, latindo desesperado, como é próprio dos cães, mas ainda não houve quem atendesse a porta.
O cão continuou fazendo algazarra.
De repente, Laura e o marido ouviram a voz da prima, no interior da residência, gritando para o cachorro se aquietar.
Logo em seguida o animal obedeceu e fez-se silêncio.
Laura esperou mais um pouco, certa de que a porta se abriria e a prima apareceria, mas ninguém atendeu à porta. Pelo
celular ela ligou para o telefone da casa. Ninguém atendeu.
A jovem mulher já estava ficando magoada, pensando que a prima não queria atendê-la. Mil pensamentos de rejeição
passaram em frações de segundos por sua cabeça. Nesse instante, surge um vizinho da prima no portão da casa ao lado.
− Não tem ninguém na casa, a dona saiu bem cedo e ainda não voltou.
− Mas quem foi que gritou com o cachorro? Nós ouvimos alguém gritar com ele.
− Ah, deve ser a mãe dela. Ela fala com o cachorro e ele obedece.
Naquele momento, Laura e o marido se olharam, sentiram os pelos do corpo arrepiarem e as pernas só tinham
uma coisa a fazer: Correr! Correram como nunca haviam corrido antes. Correram para bem longe da casa da prima,
correram para bem longe daquela cidade. Foram embora e nunca mais voltaram.
Autor desconhecido

Existem momentos em que sentimos medo, ou por que vimos algo estranho ou por que imaginamos. E, ainda
quando as pessoas nos contam coisas que nos dão aquele arrepio, dor no estomago, boca seca... medo...
pavor ... terror ... Pensando nisso escreva uma historia que cause sensação de medo em quem vai ler.

CAUSOS
Os causos (também conhecidos como histórias de pescador) “são histórias cobertas de fantasia, nas quais se
misturam elementos míticos e lendários, contadas, sobretudo, por pescadores, tropeiros, vaqueiros, peões de
fazenda e caçadores (extraordinários contadores de causos). Geralmente, o contador é a personagem principal,
outras vezes, porém, apenas assistiu ao fato”.

Texto: Meus cavalos e meus cães

Você vai conhecer um entusiasmado contador das próprias aventuras. Trata-se do Barão de Münchausen, uma personagem do
folclore alemão.

Não sou das pessoas que creem na existência de diabos ou na possibilidade de feitiçarias. No entanto tem-me
acontecido tanta coisa extraordinárias que, se acreditasse em tais coisas, ninguém poderia acusar-me de supersticioso. Por
exemplo: o caso daquela lebre... Bem, o melhor mesmo é contar tudo como se passou e como consegui desvendar o mistério,
graças ao precioso auxilio que me prestou a incansável Diana.
Tratava-se de uma lebre impossível de abater, uma vez que, por mais que a perseguisse, jamais conseguia alcançá-la, e
nunca se cansava.
Certa ocasião em que deparei com a célebre lebre, pus-me a galopar em seu encalço, sempre acompanhado pela
velocíssima Diana. Não conseguia agarrá-la, visto que no momento em que quase chegava a alcançá-la com o cano da
espingarda, a bichinha punha-se a correr com dobrada velocidade e de novo se distanciava de mim.
Mas, nesse dia, descobri o mistério. A danada tinha as quatro pernas como todos os animais de sua espécie, mas
quando se cansava dava uma cambalhota, virava de costas e continuava a correr com as outras quatro patas que ali possuía.
Nunca mais consegui encontrar outro animal semelhante e mesmo este jamais teria podido agarrar se não fosse a ajuda
da velocíssima e incansável cachorra. Compreendereis, agora, por que lhe dedicava tanta amizade e por que a considerava como
única, embora possuísse muitos e extraordinários cães, entre os quais um galgo que quase a igualava. Este extraordinário aniaml
corria tanto que, nos bons tempos, chegou a gastar as pernas até meia canela!...
Palavra de caçador!...
(...)
Gottfried August Buerger. Aventuras do Barão de Münchausen. Adaptação de J. Pimentel Pinto. São Paulo: Editora d Brasil, s/d. PP. 26-27.

1. O texto “Meus cavalos e meus cães” é uma narrativa. Que elementos comprovam essa afirmação? Os elementos
que fazem desse texto uma narração são, basicamente: narrador, personagens, tempo e uma sequência de
acontecimentos envolvendo as personagens.

2. Qual é o foco narrativo (o ponto de vista do narrador) desse texto? Identifique um trecho que comprove sua
resposta. O foco narrativo está em 1ª pessoa, pois o narrador participa da história. Um trecho que comprova isso:
”Não sou das pessoas que creem na existência de diabos ou na possibilidade de feitiçarias”.

3. Qual é o conflito da história? Justifique. O Barão não consegue alcançar e capturar uma lebre, por mais que a
persiga.

4. Em que momento da narrativa ocorre o clímax? No momento em que o narrador constata que, quando a lebre se
cansava de correr, dava uma cambalhota e continuava a correr com outras quatro patas que possuía nas costas,
por isso corria e não cansava.

5. Que recurso de expressividade é utilizado nessa narrativa? Exagero, personificação ou animalização? O exagero

6. Que características psicológicas poderiam ser atribuídas ao Barão de Münchausen? Resposta pessoal.

7. Quem é Diana? Que recursos o narrador usou para revelar quem ela é? Diana é uma cachorra. No primeiro
parágrafo do texto o narrador refere-se à Diana como “incansável Diana”; no terceiro parágrafo, “velocíssima
Diana”; no quinto parágrafo, ele retoma esses adjetivos, atribuindo-os a uma cachorra (“velocíssima e incansável
cachorra”).

8. O narrador utilizou algumas palavras para se referir à lebre. Identifique-as no texto. Célebre, bichinha e danada.

9. Observe no texto as ocorrências do vocábulo extraordinário (a/s), Em que sentidos ele foi utilizado? Ele
caracteriza a palavra coisa e tem o sentido de fora do comum, anormal. Depois ele se refere primeiramente a
cães e depois a animal, com sentido de notável, singular.

10. Esse texto foi escrito em uma linguagem mais elaborada ou coloquial? Exemplifique. O texto foi escrito em uma
linguagem mais elaborada. É possível justificar isso por meio do uso freqüente de pronomes átonos (tem-me,
acusar-me e outros)

11. Leia o trecho abaixo:


“Esse extraordinário animal corria tanto que, nos bons tempos, chegou a gastar as pernas até a meia canela!...”
O que você entende por bons tempos, nesse caso? Remete a tempo passado que é comparado com o tempo
presente.
Em sua opinião, por que o narrador concluiu sua história dizendo: “Palavras de caçador!...”? Resposta pessoal.
Texto 4: O compadre da morte

Diz que era uma vez um homem que tinha tantos filhos que não achava mais quem fosse seu compadre.
Nascendo mais um filhinho, saiu para procurar quem o apadrinhasse e depois de muito andar encontrou a Morte a
quem convidou. A Morte aceitou e foi a madrinha da criança. Quando acabou o batizado voltaram para casa e a
madrinha disse ao compadre:
- Compadre! Quero fazer um presente ao meu afilhado e penso que é melhor enriquecer o pai. Você vai ser
médico de hoje em diante e nunca errará no que disser. Quando for visitar um doente me verá sempre. Se eu estiver
na cabeceira do enfermo, receite até água pura que ele ficará bom. Se eu estiver nos pés, não faça nada porque é
um caso perdido.
O homem assim fez. Botou aviso que era médico e ficou rico do dia para a noite porque não errava. Olhava o
doente e ia logo dizendo:
- Este escapa!
Ou então:
- Tratem do caixão dele!
Quem ele tratava, ficava bom. O homem nadava em dinheiro.
Vai um dia adoeceu o filho do rei e este mandou buscar o médico, oferecendo uma riqueza pela vida do
príncipe. O homem foi e viu a Morte sentada nos pés da cama. Como não queria perder a fama, resolveu enganar a
comadre, e mandou que os criados virassem a cama, os pés passaram para a cabeceira e a cabeceira para os pés.
A Morte, muito contrariada, foi-se embora, resmungando.
O médico estava em casa um dia quando apareceu sua comadre e o convidou para visitá-la.
- Eu vou, disse o médico - se você jurar que voltarei!
- Prometo! - disse a Morte.
Levou o homem num relâmpago até sua casa.
Tratou muito bem e mostrou a casa toda. O médico viu um salão cheio-cheio de velas acessas, de todos os
tamanhos, uma já se apagando, outras viva, outras esmorecendo. Perguntou o que era:
É a vida do homem. Cada homem tem uma vela acessa. Quando a vela acaba, o homem morre.
O médico foi perguntando pela vida dos amigos e conhecidos e vendo o estado das vidas. Até que lhe
palpitou perguntar pela sua. A Morte mostrou um cotoquinho no fim.
- Virgem Maria! Essa é que é a minha? Então eu estou, morre-não-morre!
A Morte disse:
- Está com horas de vida e por isso eu trouxe você para aqui como amigo mas você me fez jurar que voltaria
e eu vou levá-lo para você morrer em casa.
O médico quando deu acordo de si estava na sua cama rodeado pela família. Chamou a comadre e pediu:
- Comadre, me faça o último favor. Deixe eu rezar um Padre-Nosso. Não me leves antes. Jura?
- Juro -, prometeu a Morte.
O homem começou a rezar o Padre-Nosso que estás no céu... E calou-se. Vai a Morte e diz:
- Vamos, compadre, reze o resto da oração!
- Nem pense nisso, comadre! Você jurou que me dava tempo de rezar o Padre-Nosso, mas eu não expliquei
quanto tempo vai durar minha reza. Vai durar anos e anos...
A Morte foi-se embora, zangada pela sabedoria do compadre.
Anos e anos depois, o médico, velhinho e engelhado, ia passeando nas suas grandes propriedades quando
reparou que os animais tinham furado a cerca e estragado o jardim, cheio de flores. O homem, bem contrariado
disse:
- Só queria morrer para não ver uma miséria destas!...
Não fechou a boca e a Morte bateu em cima, carregando-o. A gente pode enganar a Morte duas vezes, mas
na terceira é enganado por ela.

1. Assinale a alternativa correta:


( ) O homem convidou a Morte para ser madrinha de seu filho, porque queria que o menino tivesse uma vida longa.
( x) O homem pediu á Morte para ser madrinha de seu filho, porque não tinha mais a quem recorrer.
( ) O homem chamou a Morte para ser madrinha de seu filho, cumprido, assim, uma natiga promessa.

2. Qual o presente que a Morte deu ao compadre? A Morte transformou-o num médico que nunca errava o diagnóstico. Com
isso ele ficou rico da noite para o dia.

3. O homem enganou a Morte por duas vezes, responda:

a) Por que ele a enganou? Porque não queria perder a fama.

b) O que ele fez para enganá-la? Ele viu a Morte sentada nos pés da cama do príncipe e mandou que os criados virassem a
cama, os pés passaram para a cabeceira e a cabeceira para os pés.

c) Qual foi a reação da morte? Ela ficou muito contrariada e foi embora resmungando.

d) Por que ele a enganou pela 2ª vez? Porque ele não queria morrer.

e) O que ele fez para enganá-la de novo?Ele fez a Morte jurar que o deixaria rezar um Padre nosso antes de levá-lo. Então,
começou a rezar e parou, dizendo que não tinha dito quanto tempo iria durar a oração.

f) Qual foi a reação da Morte? Ela foi embora zangada novamente.

g) Na casa da morte o que simbolizava a vida humana? As velas acesas.

4. Qual deslize cometido pelo homem fez com que a Morte o levasse definitivamente? O homem invocou a Morte sem quere,
quando disse: “Só queria morrer para não ver uma miséria destas!...”

5. Explique o que você entendeu da conclusão da história: “A gente pode enganar a Morte duas vezes, mas na terceira é
enganada por ela”. Resposta pessoal (Que ninguém conseguirá escapar da morte)

Agora é sua vez...


Pesquise algum causo e reconte. Se preferir pesquise conversando com algum familiar.

Ortografia
Lendas
O que é uma lenda?
Qual a finalidade deste gênero?
A qual público ele se destina?
Onde podemos encontrar esses textos?
Quais lendas vocês conhecem?
Quais personagens se encontraram neste texto?

NEGRINHO DO PASTOREIO
Por Thais Pacievitch
Segundo a lenda, há muito tempo, no Rio Grande do Sul, havia um fazendeiro muito rico, que tinha muita
maldade no coração. O negrinho do pastoreio era escravo desse fazendeiro. O fazendeiro dava muito trabalho para o
Negrinho que era mal alimentado. O garoto dizia que sua madrinha, Nossa Senhora, aparecia para ajudá-lo.
Um dia o patrão apostou uma corrida a cavalo com um vizinho que dizia possuir um cavalo mais rápido.
Mandaram o negrinho treinar e montar o famoso baio. Depois das apostas feitas, iniciou-se a corrida. Os cavalos
permaneceram juntos em grande parte do percurso. Negrinho sabia o que seria surrado se não vencesse.

DURANTE A LEITURA

E o que ocorreu?
O negrinho venceu a corrida?
O que vai acontecer com ele?
E com o cavalo?

Aos poucos tomou a frente e quase não havia dúvida da vitória. Mas algo assustou o cavalo, que empinou e
quase derrubou Negrinho. Foi o suficiente para que o adversário ultrapassasse e ganhasse a corrida. O fazendeiro,
furioso, teve de cobrir as apostas.
Ao retornarem à fazenda, o Negrinho teve pressa para guardar o cavalo, mas o fazendeiro disse que teria um
castigo: o negrinho ficaria trinta dias e trinta noites com o cavalo perdedor no pasto e cuidaria de outros 30 cavalos.
Não bastando isso, o fazendeiro lhe deu trinta chibatadas.
Dias depois, Negrinho resolveu rezar para a Nossa Senhora e adormeceu. Os cavalos soltaram-se. Negrinho
acordou assustado, e quando percebeu a fuga dos cavalos, sentou-se e chorou.
O filho do fazendeiro estava perto e, vendo tudo, por maldade, foi contar ao pai a respeito da fuga. O fazendeiro
mandou outros escravos buscarem o garoto. O menino até tentou explicar para o fazendeiro, mas de nada adiantou.

O que fez o fazendeiro?


E os cavalos? Foram encontrados?

Ele foi amarrado no tronco e açoitado pelo patrão. Após a surra o fazendeiro mandou-o procurar os cavalos.
Negrinho achou os cavalos e amarrou-os, deitou-se no chão para descansar.

O que aconteceu então?

O filho do fazendeiro, vendo isso, fez uma nova maldade: soltou os cavalos e depois, correu novamente até o pai
e contou que o Negrinho tinha achado os cavalos, mas deixou-os fugir.
O patrão o amarrou pelos pulsos e bateu nele mais que nunca. Negrinho rezou para Nossa Senhora e desmaiou
de dor. Achando que o havia matado, o senhor não soube o que fazer com o corpo e avistando um enorme
formigueiro, jogou-o lá.
No outro dia, o fazendeiro, curioso para ver o corpo do menino, foi até o formigueiro. Viu-o em pé, sorrindo ao
lado de Nossa Senhora. Em volta dele estavam os cavalos perdidos. O garoto montou um deles e partiu com trinta
cavalos atrás.
Até hoje, em alguns lugares do país, quando as pessoas perdem algo acendem uma vela para o Negrinho do
pastoreio, acreditando que o garoto vai ajudar a achar o objeto perdido.

DEPOIS DA LEITURA

O texto lido é uma lenda? Por quê?


Qual a finalidade deste texto?
Os personagens da história correspondem aos personagens de uma lenda?
O que a lenda quer nos explicar?
Qual a importância de Nossa Senhora nesta história? O que essa história nos diz sobre ela?

Lendas são narrativas transmitidas oralmente pelas pessoas com o objetivo de explicar acontecimentos
misteriosos ou sobrenaturais. Para isso há uma mistura de fatos reais com imaginários. Misturam a história e a
fantasia. As lendas vão sendo contadas ao longo do tempo e modificadas através da imaginação do povo. Ao se
tornarem conhecidas, são registradas na linguagem escrita.
Do latim legenda (aquilo que deve ser lido), as lendas inicialmente contavam histórias de santos, mas ao
longo do tempo o conceito se transformou em histórias que falam sobre a tradição de um povo e que fazem parte de
sua cultura.
Muitos povos criam histórias para explicar acontecimentos que não compreendem ou desconhecem. Trata-se
das lendas, um tipo de narrativa que explica, de forma imaginária, fenômenos naturais como a chuva, o vento, as
estrelas, entre outros. Elas podem ainda ser criadas para narrar histórias de seres fantásticos.
As lendas refletem a maneira de pensar e a cultura de geração a geração.
Os indígenas brasileiros criaram inúmeras lendas. Para esses povos, a natureza é uma entidade sagrada, e
elementos como o fogo, a água, entre outros, possuem alma, como os seres humanos.
Cada nação indígena tem sua maneira de pensar e entender o mundo, e isso é refletido as lendas que criam.

Características de uma Lenda:


Utiliza-se da fantasia ou ficção, misturando-as com a realidade dos fatos.

Faz parte da tradição oral, e vem sendo contada através dos tempos.

Usa fatos reais e históricos para dar suporte às histórias, mas junto com eles envolvem a imaginação para
“aumentar um ponto” na realidade.

Faz parte da realidade cultural de todos os povos.

Assim como os mitos, fornecem explicações aos fatos que não são explicáveis pela ciência ou pela lógica. Essas
explicações, porém, são mais facilmente aceitas, pois apesar de serem frutos da imaginação não são
necessariamente sobrenaturais ou fantásticas.

Sofre alterações ao longo do tempo, por serem repassadas oralmente e receberem a impressão e interpretação
daqueles que a propagam.

PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE TEXTO INICIAL


O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre
as tribos indígenas do sul do Brasil. O saci possui apenas uma perna, usa
um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca. Inicialmente,
o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor
morena, além de possuir um rabo típico. Com a influência da mitologia
africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma
espécie de cachimbo e ganhou da mitologia europeia, um gorrinho vermelho. A principal característica do saci é a
travessura, muito brincalhão ele se diverte com os animais e com as pessoas. Muito moleque, ele acaba causando
transtornos como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc.
Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os
redemoinhos. Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma
garrafa. Diz também a lenda, que os Sacis nascem em brotos de bambus, nestes eles vivem sete anos e após esse
tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morr em e viram um cogumelo
venenoso ou uma orelha de pau.
Com base no texto que você leu, crie uma história bem divertida em que o Saci Pererê aparece. Conte tudo o que ele
aprontou e como conseguiram se livrar dele.
Não esqueça que a sua produção deve apresentar:
Parágrafos;

Uso de letras maiúsculas;

Pontuação adequada: ponto final, travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação;

Início, meio e fim.


A perigosa Yara - Clarice Lispector

É comum ouvir entre os indígenas brasileiros historias sobre uma bela mulher que vive nas águas dos rios: a Yara. O
texto a seguir narra o encontro dela com um jovem índio. Leia-o e descubra o que houve entre eles.

Ao cair de todas as tardes, a Yara, que mora no fundo das águas, surge de dentro delas, magnífica. Com
flores aquáticas enfeita então os cabelos negros e brinca com os peixinhos de escapole-escapole. Mas no mês de
maio ela aparece ao pôr-do-sol para arranjar noivo.
As mães se preocupam com seus filhos varões, sabedoras de que a Yara quer noivos. Mas para os filhos,
Yara é a tentação da aventura, pois há rapazes que gostam de perigo.
À medida que a Yara canta, mais inquietos e atraídos ficam os moços, que, no entanto, não ousam se
arriscar.
Sim, mas houve um dia um Tapuia sonhador e arrojado. Pensativamente estava pescando e esqueceu-se de
que o dia estava acabando e que as águas já se amansavam. Foi quando pensou: acho que estou tendo uma ilusão.
Porque a morena Yara, de olhos pretos e faiscantes, erguera-se das águas. O Tapuia teve o medo que todo o mundo
tem das sereias arriscadas — largou a canoa e correu a abrigar-se na taba.
Mas de que adiantava fugir, se o feitiço da Flor das Águas já o enovelara todo? Lembrava-se do fascínio de
seu cantarolar e sofria de saudade.
A mãe do Tapuia adivinhara o que acontecia com o filho: examinava-o e via nos seus olhos a marca da
fingida sereia.
Enquanto isso, Yara, confiante no seu encanto, esperava que o índio tivesse coragem de casar-se com ela.
Pois — ainda nesse mês de florido e perfumado maio — o índio fugiu da taba e de seu povo, entrou de canoa
no rio. E ficou esperando de coração trêmulo. Então — então a Yara veio vindo devagar, devagar, abriu os lábios
úmidos e cantou suave a sua vitória, pois já sabia que arrastaria o Tapuia para o fundo do rio.
Os dois mergulharam e advinha-se que houve festa no profundo das águas.
As águas estavam de superfície tranquila como se nada tivesse acontecido. De tardinha, aparecia a morena
das águas a se enfeitar com rosas e jasmins. Porque um só noivo, ao que parece, não lhe bastava.
Esta história não admite brincadeiras. Que se cuidem certos homens.

1. A lenda “A perigosa Yara” conta uma história. O texto que conta uma história é chamado texto narrativo ou
narrativa.
Veja alguns dos elementos básicos de uma narrativa.

 Narrador: aquele que conta a história, participando ou não dela.


 Personagens: pessoas, animais ou objetos personificados que participam dos acontecimentos, que vivem a
história.
 Espaço: lugar (es) onde se desenvolvem os acontecimentos.
 Tempo: época (s) ou duração da história.
 Conflito: Oposição, luta entre duas forças ou duas personagens.

a) Quem são as personagens? Yara, um índio Tapuia e a mãe dele.

b) Quem é a personagem principal? Yara.

c) O narrador é uma das personagens da história ou não? O narrador não participa dos acontecimentos da história.
Portanto, não é uma das personagens.

d) Onde acontece a história? Em um povoado indígena.

e) A época em que a história ocorreu pode ser determinada com exatidão? Por quê? A história se passa numa
época indeterminada.

f) Qual é o conflito da história? Um jovem índio é seduzido pela Yara.

2. No texto, há a indicação de uma época do ano em que a Yara aparece para arranjar noivo. Localize essa
informação. No mês de maio.

3. O que o título do texto sugere? A Yara representa perigo, pois seduz os jovens índios.

4. Segundo o texto, quais são as características da Yara e do índio? Cite também aquelas que não estão escritas
no texto, mas que podem ser supostas. Em seguida, explique quais são as “pistas” que levam a essas
suposições. Yara: morena de cabelos negros, olhos pretos faiscantes, magnífica, fingida, perigosa, confiante (na
própria beleza), insaciável (um noivo só não lhe bastava). Tapuia: sonhador, arrojado, imprudente (fugiu para
encontrar a perigosa Yara), apaixonado...

5. Segundo a lenda, o que a Yara pretende quando surge do fundo das águas? Arranjar noivos.

6. Como ficam os moços quando ouvem o canto da Yara? Inquietos e atraídos por ela.

7. Releia o 8º parágrafo do texto. Nele, há a repetição da palavra devagar. Que efeito essa repetição pode causar
no leitor? Intensifica a ideia de lentidão, sugere certo suspense.

8. No texto, o narrador dá um conselho a certos homens. Localize o trecho em que isso ocorre. Em seguida,
explique o que podemos entender disso. O último parágrafo do texto. Resposta pessoal.

PROPOSTA DE PRODUÇÃO FINAL


Agora que você estudou sobre o gênero escreva uma lenda que tenha os seguintes elementos:
Personagens: um índio guerreiro e valente
Espaço: Floresta Amazônica
Tempo: nos dias atuais
Desafio: Combate aos destruidores da floresta
Lembre-se que sua narrativa deve apresentar características de uma lenda. Os seres podem possuir características
sobrenaturais. Você pode se utilizar da fantasia ou ficção, misturando-as com a realidade dos fatos.
Seja criativo!

Mitos
Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza nem para o que
acontecia (de bom ou de mal) como os seres humanos. Para procurar explicar esses acontecimentos, os gregos
povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo, subterrâneo com deuses, monstros e heróis.

Mitologia grega

Mitologia é o jeito que cada povo encontra para explicar o universo, a criação do mundo, os fenômenos naturais e
outras coisas que não podem ser esclarecidas com explicações simples. Por isso, cada povo “cria” deuses, mitos e
histórias.
Os gregos acreditavam que os deuses viviam no topo do monte Olimpo, principal montanha da região. A
partir desse local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos
eram imortais, porém possuíam características de seres humanos. Ciúmes, inveja, traição e violência também eram
sentimentos e atitudes encontrados no Olimpo. Com frequência, os deuses se apaixonavam por mortais e tinham
filhos com estes. Da união entre deuses e mortais surgiam os herói.
Por volta do século 8 a.C, os romanos entraram em contato com a cultura grega e resolveram levar grande
parte dela para Roma, mudando apenas os nomes dos deuses.

O mundo de Zeus

De acordo com a mitologia grega, os deuses governavam o universo de sua morada construída no Olimpo,
onde Zeus era o soberano. Zeus, armado com seus raios, comandava o mundo e os homens e era respeitado por
todos. Dois deuses importantes eram seus irmãos: Poseidon, o deus do mar, que carregava o seu tridente para bater
nas águas, convulsionando as ondas, e Hades, senhor da morte, que reinava em um mundo subterrâneo.

Principais deuses:
1. Zeus: deus de todos os deuses, senhor do céu.
2. Hera: mulher de Zeus, deusa dos casamentos e da maternidade.
3. Posêidon: deus dos mares.
4. Héstia: deusa do coração e da chama sagrada.
5. Hefesto: deus do fogo e do trabalho.
6. Deméter: deusa da agricultura.
7. Ares: deus da guerra.
8. Atena: deusa da sabedoria.
9. Apolo: deus do sol.
10. Afrodite: deusa do amor e da beleza.
11. Hermes: mensageiro dos deuses.
12. Ártemis: deusa da caça.

Além dos deuses, havia Hades que, apesar de ser irmão de Zeus, não habitava o monte Olimpo. Ele era o deus dos
Infernos e, por isso, vivia sob a Terra, envolto numa escuridão de dar medo.
Alguns dos principais seres mitológicos da Grécia:

1. Heróis: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos: Hércules e Aquiles.

2. Ninfas: filhas de Zeus, essas jovens deusas estavam associadas ao campo e à natureza. Tinham um nome
diferente de acordo com o local em que viviam. Nereidas eram as ninfas do mar, Náiadas, de fontes e
regatos, e Dríadas, das florestas e bosques.

3. Sereias: metade mulher, metade peixe, esses seres atraíam os marinheiros com seu canto.

4. Quimera: monstro assustador que cuspia fogo, a Quimera tinha uma serpente como cauda e duas cabeças,
uma de leão e a outra de bode.

5. Górgonas: mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa

6. Minotauro: ele já foi tema de filmes e desenhos animados. Com corpo de homem e cabeça de touro, forte e
feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que o rei
grego Egeu devia enviar ao rei Minos, de Creta. Os jovens, um a um, eram deixados na entrada do labirinto.
Muitos gregos tentaram matar o Minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou eram mortos pelo
monstro.

7. Centauros: Metade homens, metade cavalos, os centauros viviam nas florestas e se alimentavam de carne
crua. Eram Violentos e selvagens, mas entre eles, havia um, chamado Quiron, que não era cruel.
Conhecedor da medicina, da música e da guerra, ele educou vários heróis, como Aquiles.

8. Ciclopes: Gigantes de um olho só, localizado no meio da testa, os primeiros Ciclopes nasceram da união de
Gaia e Urano e foram aprisionados no mundo subterrâneo até serem libertados por Zeus, a quem passaram
a servir

9. Sátiro: parte homem parte bode. Os sátiros viviam nos bosques e nas montanhas. Como seguidores de
Dionisio, eles apreciavam muitas as festas e o vinho. Sua diversão predileta era perseguir as Ninfas e
assustar quem passasse pela floresta.

10. Esfinge: Com peito e cabeça de mulher, corpo de leão, asas de abutre e cauda de dragão, a Esfinge vivia
sentada no alto de uma rocha, perto da cidade de Tebas, e devorava todos os viajantes que não conseguiam
decifrar o enigma: “Qual o animal que anda com quatro pés de manha, dois ao meio dia e três à noite?
Apenas Édipo foi capaz de dar a resposta certa.

HÉRCULES: Héracles (Hércules, para os romanos) era filho de uma mortal, Alcmena, e de Zeus. Ele era o herói típico. Ajudou
os deuses do Olimpo em sua luta com os gigantes e percorreu o mundo para livrá-lo de monstros assassinos, por mais temíveis e
poderosos que fossem. Para se vingar de Zeus, Hera perseguiu Héracles durante toda a sua vida. Bebê, ele foi atacado no berço
por duas enormes serpentes. Longe de se amedrontar, ele as agarrou para brincar e sufocou-as.
Mais tarde, Hera o fez sofrer um acesso de loucura, durante o qual ele massacrou a mulher e os filhos. Desesperado,
Héracles consultou o oráculo Delfos, que o aconselhou, para expiar sua falta, a colocar-se a serviço do rei de Tirinto, Eristeu. Foi
ele que lhe impôs os célebres “doze trabalhos”.
LAROUSSE JOVEM DA MITOLOGIA/ tradução de Maria da Anunciação Rodrigues e Fernando Nuno. São Paulo: Larousse do Brasil, 2003.

"Os doze trabalhos de Hércules":


1 - Estrangulou o leão de Neméia, de pele invulnerável, que aterrorizava o vale de Neméia,
2 - matou a hidra de Lerna, monstro de muitas cabeças,
3 - capturou viva a Corça de Cerinéia, de chifres de ouro e pés de bronze,
4 - capturou vivo o javali de Erimanto,
5 - limpou os estábulos de três mil bois do rei Augias, da Élida, não cuidados durante trinta anos,
6 - matou com flechas envenenadas as aves antropófagas dos pântanos da Estinfália,
7 - capturou vivo o touro de Creta, que lançava chamas pelas narinas,
8 - capturou as éguas antropófagas de Diomedes,
9 - levou para Edmeta, filha de Euristeu, o cinturão de Hipólita, rainha das guerreiras amazonas,
10 - levou para o rei de Micenas o imenso rebanho de bois vermelhos de Gerião,
11 - recuperou as três maçãs de ouro do jardim das Hespérides, por intermédio de Atlas, que sustentava o céu sobre os ombros e
executou por ele este trabalho, enquanto Hércules o substituía,
12 - apoderou-se do cão Cérbero, guardião das portas do mundo inferior, de três cabeças, cauda de dragão e pescoço de
serpente.

A CAIXA DE PANDORA
Zeus ordenou aos deuses que criassem a primeira mulher – um ser de radiante beleza. Deu-lhe o nome de Pandora e enviou-a
para a Terra, com uma caixa. Apaixonado, Epitemeu casou-se com ela. Prometeu, irmão de Epitemeu, pediu que ele guardasse a
caixa e nunca a abrisse. Pandora importunava o marido sempre, pedindo que abrisse a caixa, mesmo sabendo da orientação do
cunhado. Ao mesmo tempo que encantava com sua beleza, Pandora era também astuta e falsa, além de gostar de mentir,
qualidade recebida de Hermes. Muito curiosa, quis ver o que estava na caixa e abriu-a, às escondidas. Todos os males que Zeus
colocara dentro daquela caixa (a doença, a velhice, o ciúme etc.) saíram e se espalharam pela Terra. Só a esperança, que
costuma enganar os homens, ficou na caixa.
EROS
Há diferentes versões do nascimento de Eros, o deus do amor. A mais difundida diz que ele fazia parte da
primeira geração de deuses e surgiu do nada ao mesmo tempo que Gaia, a Terra. Ele teria regido as primeiras
uniões necessárias ao nascimento do mundo – como a da Terra e do Céu – e depois as de seus descendentes.
De qualquer modo, Eros era encarregado de assegurar a sobrevivência das espécies. Ele se ocupava tanto
dos deuses como dos homens, que tornava apaixonados e levava a ter filhos.
Um outro mito faz Eros nascer bem mais tarde, como filho de Afrodite. Ele é representado como um jovem
muito bonito, de asas majestosas. Também é conhecido sob os traços de um menino malicioso, gordinho e
bochechudo, com duas asinhas nas costas. Com seu arco, ele se divertia atirando flechas com ponta de ouro, que
criavam a paixão, ou de chumbo, que, pelo contrário, impediam o amor. Entre todas as narrativas de que Eros
participa, a de Psique é a mais famosa.
A LINDA PSIQUE
Psique era a mais bela das três filhas de um rei. Todos os súditos do reino se comprimiam em volta dela para
admirá-la e, ocupados demais em prestar homenagem a sua beleza, esqueceram-se de honrar Afrodite.
Cheia de inveja, a deusa decidiu vingar-se, e pediu a Eros que fizesse Psique se enamorar pelo mais feio dos
homens. Mas Eros se encantou com Psique e decidiu que ninguém se apaixonaria por ela. Isso levou os pais da bela
Psique, inquietos, a consultarem o oráculo de Apolo, o qual, combinado com Eros, ordenou que ela fosse
abandonada numa montanha, onde seu futuro marido, um monstro, iria buscá-la. O rei e a rainha, desesperados,
obedeceram. Acompanharam Psique chorando e a abandonaram, apavorada, sobre um rochedo.

UM MARIDO SEM ROSTO


Psique, assustada, sentiu que era levantada pelo vento, que a depositou delicadamente no jardim de um
palácio de ouro e mármore. A noite veio e Psique percebeu uma presença em seu leito: era o marido predito pelo
oráculo.
Esse esposo amoroso, terno e misterioso, e que ela não podia ver, não lhe disse quem era. Ele a
reencontrava toda a noite, mas ela nunca deveria tentar ver seu rosto. Suas irmãs, que a visitaram, ficaram com
inveja daquela felicidade e a perturbaram, convencendo-a de que seu marido devia ser um monstro.
Na noite seguinte, Psique se aproximou de seu marido adormecido e iluminou-o com uma lamparina a óleo.
Ela descobriu o mais belo e adorável dos deuses: Eros, o amor. Mas, suas mãos tremeram de emoção e ela
derramou uma gota de óleo ardente no marido, que acordou e imediatamente voou.

COMPREENSÃO DO TEXTO
Responda às questões propostas.
1. O texto apresenta duas versões do nascimento do deus do amor. Identifique-as e transcreva-as.

2. Qual é o efeito produzido pelas flechas com ponta de ouro atiradas por Eros? E pelas flechas com ponta de
chumbo?

3. Retire do texto o trecho que caracteriza a personagem Psique.

4. Por que Afrodite decide vingar-se de Psique?

5. Por que Psique decide conhecer o rosto do marido?

6. Qual foi a consequência da quebra do acordo entre Eros e Psique?

7. Assim como Psique, Pandora também infringiu um acordo. Qual é o ensinamento que os mitos nos trazem
quanto a esta atitude das personagens?

Texto: As asas de Ícaro

Desejando tornar-se o novo rei de Creta, Minos invoca Posídon, deus do mar.
- Posídon, poderoso deus! Mostra a mim e a meus irmãos que eu sou o escolhido para ser o novo rei de
Creta! Envia-me do mar algo grandioso que, como prova da minha gratidão, eu prometo oferecê-lo em sacrifício a
você.
Nesse instante, um enorme e lindo touro branco surge em meio às ondas agitadas do mar e lentamente
caminha até a praia, na direção de Minos.
- Vejam, meus irmãos- diz ele- Posídon me protege e, por isso, serei eu o soberano de Creta.
Entretanto, Minos se esquece da promessa e, em vez de sacrificar o belo animal, resolve ficar com ele,
entregando ao poderoso deus um touro qualquer.
Sua atitude impensada provoca à fúria de Posídon. Para castigá-lo, o vingativo deus do mar faz com que
Pasífae, a linda esposa de Minos, apaixone-se pelo touro branco e, meses depois, dê a luz um monstro terrível, o
Minotauro. De aparência medonha, o corpo de homem e a cabeça de touro, a estranha criatura alimenta-se de carne
humana.
Desnorteado e temendo a própria desmoralização, o rei Minos convoca Dédalo, um maravilhoso artista e
notável arquiteto, para que ele construa um lugar onde o filho da rainha possa viver isolado de toda população da
ilha.
“Que missão difícil”, pensa Dédalo. Porém, ele sabe que não pode deixar de atender ao apelo do rei. Tempo
atrás, Dédalo fora expulso de Atenas por ter causado a morte de Talo, sue sobrinho, e foi justamente o rei Minos que
o acolheu com tamanha boa vontade.
Não demora muito, Dédalo encontra a melhor solução para agradar o exigente rei.
Construirá um lugar, com corredores longos e sinuosos, onde quem ouse entrar, jamais possa sair. E esse
local, chamado Labirinto, será a morada do monstro voraz.
Efusivamente, o rei Minos aprova a ideia. “Agora, sim, posso viver em paz novamente. Agora, sim!” E
agradece a Dédalo com toda a alegria do mundo.
Acontece que o rei Minos, uma pessoa extremamente desconfiada, fica com receio de que, algum dia,
Dédalo revele a alguém o segredo que só o construtor do Labirinto, claro, poderia conhecer: a saída.
Sendo assim, quando a obra se dá por terminada, manda que seus homens prendam Dédalo e o filho Ícaro
no Labirinto, tomando o cuidado de cercar com navios toda a ilha de Creta. Não há saída para Dédalo e Ícaro. Do
lado de dentro, paredes e mais paredes; do lado de fora, no mar, a frota real. Só lhes resta o céu cobrindo as suas
cabeças.
Dédalo, um gênio criador, sente muita pena ao ver o filho tão temeroso, porém ele sabe que em breve uma
brilhante ideia surgirá. E é exatamente isso o que acontece:
- Filho, recolha do chão todas as penas de aves que você encontrar e as traga para mim.
O filho obedece. Dédalo vai costurando as penas com o fio de linha da sua roupa e dando acabamento com
cera de vela derretida, unindo assim cada pena. Por último, utilizando o couro de suas sandálias, constrói as
armações que se encaixarão em seus braços e nos braços do filho.
Ícaro vê maravilhado o invento que salvará ele e o pai da prisão.
- Está pronto, Ícaro! – Dédalo diz ao filho. – Mas, antes, quero que me ouça. Jamais voe alto demais porque o
Sol pode derreter a cera e num segundo você despenca lá do alto. E também não voe baixo demais porque se a
água do mar molhar as suas asas você não terá a menor chance.
- Sim, meu pai.
Pai e filho batem asas e, livres como pássaros, deixam o Labirinto. Ícaro fica encantado com o azul do céu e
com o vento a lhe bater na cara. Nunca imaginou que fosse tudo tão lindo. Ele voa junto às aves, observando de lá
de cima toda a ilha de Creta, tão pequenina lá embaixo.
Então, vai voando cada vez mais alto, sem se importar, ou nem se lembrar, dos sábios conselhos de seu pai.
Afasta-se dele. Sobe um pouco mais. E mais. Já não é possível ver a ilha, agora só o mar aberto. E Ícaro continua a
subir. Aproxima-se do Sol, que está quente. Muito quente!
Quando Ícaro percebe que a cera começa a derreter, já é tarde. Procura desviar a rota, mas o vento não
permite que o faça, levando-o de encontro ao Sol. As penas se soltam, vão caindo. Ícaro desespera-se, agita os
braços mais rapidamente, tentando a todo custo manter-se no ar. Porém, todo esforço não vale para coisa alguma e,
vertiginosamente, Ícaro cai no mar.
Aflito, Dédalo não vê mais o filho que antes o seguia. Por algum tempo, fica voando em círculos, buscando
uma pista que o leve ao menino. E então vê penas e mais penas flutuando no mar. Um pouco mais além, encontra o
corpo do filho, perto de uma ilha. É nessa ilha, que mais tarde vem a chamar-se Icária em homenagem a Ícaro, que
Dédalo o enterra.
Dédalo segue voando para a Sicília, na Itália. E lá constrói um templo dedicado ao deus Apolo, símbolo da
vida e da luz, oferecendo-lhe também as suas asas, que tanto sofrimento lhe trouxeram.
Mito grego, recontado por Tânia Alexandre Martinelli.

1. Os fatos apresentados nessa narrativa podem ocorrer na realidade? Justifique sua resposta. Não, pois a
narrativa apresenta um mundo imaginário, irreal, repleto de criaturas e acontecimentos fantásticos.

2. Nesse mito, qual é o fato inicial, que desencadeia os demais? A invocação do deus Posídon, por Minos.

3. Qual é o conflito da narrativa? O fato de Minos ter desobedecido a Posídon, que deseja se vingar.

4. Com que intenção Minos invoca o deus Posídon? Minos invoca Posídon para provar aos irmãos que é o preferido
da divindade, merecendo, portanto, assumir o trono.

5. Apesar de não ser permitido aos seres humanos contrariar a vontade divina, Minos tentou enganar Posídon. O
que essa desobediência custou a ele? A desobediência de Minos despertou a fúria do deus, que resolveu se
vingar fazendo nascer da mulher de Minos uma criatura monstruosa.

6. O que levou Minos a procurar Dédalo? O medo de ser desmoralizado diante do povo, já que a rainha, sua
esposa, torna-se mãe de uma terrível criatura. Preocupado com essa possível situação, decide levar o Minotauro
à prisão.

7. Por que Dédalo obedeceu às ordens de Minos? Porque Minos havia acolhido Dédalo, quando este fora expulso
de Atenas por ter provocado a morte de seu sobrinho Talo.

8. Dédalo tornou-se prisioneiro do local que ele próprio criou. O que esse fato simboliza? Muitas vezes, somos
responsáveis pelos “labirintos” que surgem em nossa vida, ou seja, por meio de nosso comportamento, criamos
dificuldades e confusões para as quais é difícil encontrar a saída.

9. Em uma narrativa, há um clima de tensão que vai aumentando até chegar a um momento de maior intensidade.
Qual é esse momento na narrativa lida? O instante em que a cera das asas de Ícaro derrete e ele cai no mar.
10. Graças à criatividade de Dédalo, pai e filho puderam fugir da prisão. Porém, para Ícaro, a fuga não teve um final
feliz. O que causou a morte de Ícaro? Ícaro morreu porque, não ouvindo os conselhos do pai, aproximou-se do
Sol mais do que devia. Essa aproximação fez com que o calor derretesse a cera de suas asas, soltando as
penas. Impossibilitado de continuar no ar, caiu no mar.

11. As personagens podem ser descritas por meio de características físicas e/ ou psicológicas. O Minotauro, por
exemplo, é caracterizado fisicamente por ter aparência medonha e por possuir o corpo de homem e a cabeça de
touro. Psicologicamente, poderíamos caracterizá-lo, como voraz e temível. Atribua às seguintes personagens
características físicas e psicológicas. Elas podem estar explicitas ou subentendidas no texto:
a) Dédalo: características explícitas no texto: maravilhoso artista, gênio criador. Características que podem ser
inferidas a partir da leitura: autoconfiante (na prisão, sabia que logo teria uma ideia que os tiraria dali), pai
conselheiro ( ao avisar o filho que não voasse nem muito baixo nem muito alto), desesperado (quando não vê
mais o filho atrás de si) e infeliz (ao saber que o filho morrera)

b) Ícaro: características implícitas no texto: sonhador, jovem, desobediente, insensato, imprudente.

c) Minos: características implícitas no texto: insensato, ambicioso, trapaceiro, tirano.


Após a leitura de vários textos míticos, é a sua vez de soltar a imaginação e criar o seu próprio mito. Para isso o seu texto terá
de conter boa parte das características de um texto mítico, como:
 Os mitos utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são
misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram.

Abaixo, seguem ilustrações de alguns personagens que você pode utilizar para produzir o seu texto, mas você pode criar
outros também!

Pégaso Minotauro Teseu

Medusa Gigantes de um olho Hydra

APRENDENDO MAIS SOBRE MITOS E LENDAS: Folclore

O Brasil também possui um conjunto de histórias que formam o nosso folclore – termo que vem do inglês e
quer dizer “saber do povo”. No Brasil, muitas culturas se encontraram e se misturaram e assim o folclore ganhou uma
enorme variedade.

Folclore
Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração.
Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil.
Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O
folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos
quatro cantos do país.

Conheça alguns desses personagens.


1. Lobisomem: na forma humana é magro, mas vira um lobo imenso. Surge nas noites de sexta-feira em busca
de alguém que o desencante.
2. Saci: jovem muito divertido e brincalhão, se desloca dentro de redemoinhos de vento e passa todo o tempo
aprontando travessuras nas matas e nas casas.
3. Curupira: de estatura baixa, cabelos avermelhados (cor de fogo) e pés voltados para trás, protege as
árvores, plantas e animais das florestas.
4. Mula-sem-cabeça: galopa de madrugada e assusta a quem passa pelo caminho. Apesar de não ter cabeça,
lança fogo pelas narinas e pela boca.
5. Bicho-papão: é uma fera que solta fumaça pelas narinas. Meio bicho e meio gente, surge à noite para levar
crianças desobedientes, que ficam acordadas até tarde ou não querem comer. Aparece em histórias de
vários países.
6. Boitatá: único bicho a sobreviver a uma enchente na floresta. Transformada em uma cobra de fogo, passou
a perseguir quem faz queimadas na mata.
7. Corpo-seco: É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era
um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a
própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
8. A mulher da meia-noite: Aparição na forma de uma mulher jovem e bonita que encanta a todos e
desaparece na porta dos cemitérios. Esta lenda é contada nas Américas e na Europa, com relatos desde a
Idade Média e características variadas.
9. Missa dos mortos: Lenda que fala de uma misteriosa missa que, de tempos em tempos, é realizada para
aliviar as almas penadas.
10. Negrinho do pastoreio. Personagem do folclore gaúcho, datado do final do século XIX. Ele cavalga pelos
pampas montado em seu cavalo baio e ajuda a encontrar coisas perdidas, socorrendo a quem lhe pede.

Outras manifestações folclóricas do Brasil:


 
Além dos mitos e lendas, o folclore brasileiro apresenta uma grande diversidade cultural. Podemos também
considerar como legítimas representações do nosso folclore: ritmos e danças folclóricas (carimbó, forró, capoeira,
frevo, caiapó), comidas regionais típicas, músicas regionais, encenações (marujada, bumba-meu-boi, congada e
cavalhada) superstições, representações artísticas (artesanato, confecção de rendas e cestas de palha),
comemorações, brincadeiras e jogos infantis (parlendas, amarelinha e trava-línguas), ditados populares, tradições,
crenças e festas populares (festa junina, Festa do Divino, Círio de Nazaré e Folia de Reis).

Texto: O Coveiro
Millôr Fernandes

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do
ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e
viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de
gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu,
fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano,
embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que
vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria
apareceu lá em cima, perguntou o que havia: O que é que há?
O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível! Mas, coitado! -
condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!
E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.

1. Não é considerado personagem da história:


a) (   ) O coveiro b) (   ) Millôr Fernandes c)(   ) O bêbado

2. A história acontece:
(   ) Num buraco cavado pelo coveiro (   ) No portão do cemitério
(   ) No Cemitério

3. O tipo de narrador da história é:


a) (   ) Narrador-observador b) (   ) Narrador-personagem c) (   ) Narrador-intruso

4. O momento em que o coveiro começou a cavar e, distraído, percebera que cavara demais e não conseguir sair do
buraco é considerado:
a) (   ) Situação inicial b) (   ) Conflito (desenvolvimento ou complicação)
c) (   ) Clímax do conflito d) (   ) desfecho

 5. Em outro momento, o coveiro se desespera por não conseguir sair do buraco, grita, mas não aparece ninguém
para tirá-lo dali. Esse momento é considerado:
a) (   ) Desfecho b) (   ) Situação inicial 
c) (   ) Clímax do conflito d) (   ) Conflito (desenvolvimento ou complicação)

6. Já de madrugada, o coveiro ouve uns passos e, percebendo a presença de alguém (o bêbado), pede-o que o tire
da cova. Que elemento do enredo é esse?
a) (   ) Conflito (desenvolvimento ou complicação) b) (   ) Clímax do conflito
c) (   ) Situação inicial d) (   ) Desfecho

7. O bêbado, pensado tratar-se de um morto desenterrado, fica com pena do coveiro e o cobre de terra. Esse
elemento do enredo é chamado de:
a) (   ) Situação inicial b) (   ) Conflito (desenvolvimento ou complicação)
c) (   ) Clímax do conflito d) (   ) desfecho

Texto: Como nasceram as estrelas


O texto a seguir é uma lenda dos índios bororos, que vivem no leste do Mato Grosso. Quem escreveu esta versão foi
Clarice Lispector, uma das mais importantes escritoras brasileiras. Leia a lenda e conheça um pouco da visão de
mundo do indígena brasileiro e de seu modo de viver.

Pois é, todo mundo pensa que sempre houve no mundo estrelas pisca-pisca. Mas é erro. Antes os índios
olhavam de noite para o céu escuro – e bem escuro estava esse céu. Um negror. Vou contar a história singela do
nascimento das estrelas.
Era uma vez, no mês de janeiro, muitos índios. E ativos: caçavam, pescavam, guerreavam. Mas nas tabas
não faziam coisa alguma: deitavam-se nas redes e dormiam roncando. E a comida? Só as mulheres cuidavam do
preparo dela para terem todos o que comer.
Uma vez elas notaram que faltava milho no cesto pra moer. Que fizerem as valentes mulheres? O seguinte:
sem medo enfurnaram-se nas matas, sob um gostoso sol amarelo. As árvores rebrilhavam verdes e embaixo delas
havia sombra e água fresca.
Quando saíam de debaixo das copas, encontravam o calor, bebiam no reino das águas dos riachos
buliçosos. Mas sempre procurando milho porque a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores. Mas só
encontravam espigazinhas murchas e sem graça.
            – Vamos voltar e trazer conosco uns curumins. (Assim chamavam os índios as crianças.) Curumin dá sorte.
            E deu mesmo. Os garotos pareciam adivinhar as coisas: foram retinho em frente e numa clareira da floresta –
eis um milharal viçoso crescendo alto. As índias, maravilhadas, disseram: vamos colher muita espiga. Mas os
garotinhos também colheram muitas e fugiram das mães, voltando à taba e pedindo à avó que lhes fizesse um bolo
de milho. A avó assim fez e os curumins se encheram de bolo que logo se acabou. Só então tiveram medo das mães,
que reclamariam por eles comerem tanto. Podiam esconder numa caverna a avó e o papagaio porque os dois
contariam tudo. Mas – e se  as mães dessem falta da avó e do papagaio tagarela? Aí então chamaram os colibris
para que amarrassem um cipó no topo do céu. Quando as índias voltaram, ficaram assustadas vendo os filhos
subindo pelo ar. Resolveram, essas mães nervosas, subir atrás dos meninos e cortar o cipó embaixo deles.
            Aconteceu uma coisa que só acontece quando a gente acredita: as mães caíram no chão, transformando-se
em onças. Quanto aos curumins, como já não podiam voltar para a terra, ficaram no céu até hoje, transformados em
gordas estrelas brilhantes.
            Mas, quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas são mais do que curumins. Estrelas são os olhos de
Deus vigiando para que corra tudo bem. Para sempre. E, como sabe, “sempre” não acaba nunca.

Clarice Lispector. Doze lendas brasileiras. Rio de janeiro: Rocco, 2000.


1. Identifique esses momentos no texto lido, relacionando as duas colunas.

2. Releia.
         “Mas os garotinhos também colheram muitas e fugiram das mães voltando à taba e pedindo à avó que lhes
fizesse um bolo de milho. A avó assim fez e os curumins se encheram de bolo que logo se acabou. Só então tiveram
medo das mães que reclamariam por eles comerem tanto.”

a) Por que os curumins ficaram com medo das mães?


    Porque haviam comido demais, e o bolo de milho havia acabado.

b) Que ideia tiveram para fugir delas?


        Pediram a um colibri que amarrasse uma corda no céu e subiram por meio dela até o céu.
3. Além da origem das estrelas, o texto explica também a origem de qual outro elemento da natureza. Explique.
         Explica a origem das onças, que são as mães “nervosas” dos curumins.

4. O que pode ser considerado real nesta lenda por revelar o modo de vida e a cultura desse povo indígena?
        O fato de as mulheres fazerem o trabalho da casa, saírem para procurar comida, os homens
Caçarem, pescarem, guerrearem, as pessoas da tribo viverem em tabas, dormirem em redes etc.

5. Na lenda, o que a atitude dos curumins tem a ver com a origem das estrelas?
        As estrelas são os curumins que não mais puderam descer do céu.

6. Releia o final da lenda.

      “Mas, quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas são mais do que curumins. Estrelas são os olhos de Deus
vigiando para que corra tudo bem. Para sempre. E, como se sabe, ‘sempre’ não acaba nunca.”

Quem é que, nesse trecho, afirma que as estrelas são mais do que curumins, são “os olhos de Deus vigiando para
que tudo corra bem”?
        O narrador. (Aqui não aceitamos a resposta: O AUTOR/CLARICE LISPECTOR, porque foi bem
trabalhado em sala a diferença entre AUTOR  e NARRADOR).
7. Uma narrativa desenvolve-se por meio de fatos ou ações que dão origem a outros fatos ou ações. Observe.

"  Identifique no texto e escreva as consequências de cada fato apresentado a seguir.

a) CAUSA: As mulheres indígenas acham que os curumins dão sorte.


CONSEQUÊNCIA:
     Elas vão buscar os curumins para ajudá-las a encontrar milho.

b) CAUSA: Os curumins encontram muitas espigas.


CONSEQUÊNCIA:
       As mães e os curumins colhem muitas espigas.

c) CAUSA: Os curumins voltam para a taba e pedem à avó que faça um bolo com as espigas.
CONSEQUÊNCIA:
       Eles comeram todo o bolo.

d) CAUSA: Os curumins sentem medo das mães.


CONSEQUÊNCIA:
       Eles resolvem subir por um cipó amarrado ao céu.

e) CAUSA: As mães sobem atrás dos filhos e cortam o cipó.


CONSEQUÊNCIA:
       Os curumins não podem mais descer e viram estrelas; as mães viram onças.

8. Sobre o foco narrativo desse texto, responda.

"  Que tipo de narrador temos na lenda? Explique sua resposta e, em seguida, copie um trecho que a comprove.
      Narrador-observador, pois ele não participa da história, apenas conta o que sabe ou observa.
Comprova tal resposta qualquer trecho que tenha a presença de verbos e pronomes de terceira
pessoa.

LENDAS URBANAS BRASILEIRAS:


 Ninguém sabe porque elas começam, nem quem as contam pela primeira vez, mas o fato é que lendas simplesmente surgem e
vão passando de boca-em-boca, especialmente se forem sinistras. No Brasil, como você já deve ter escutado por aí, existem
muitos casos como esses, que tratam sobre as mais variadas espécies de histórias, capazes de dar arrepios, mesmo quando se
sabe que não é verdade.

1. Chupa-cabra: surgiu em meados da década de 90 – tratava sobre um animal sinistro que matava cabras a
dentadas no pescoço. O mais macabro sobre esses animais que eram encontrados mortos, era a completa
ausência de sangue em seus corpos… pelo menos era isso que contavam sobre o chupa-cabra. Muitos
dizem que o tal “bichão” se tratava de um lobo do mato ou algo assim, mas a verdade é que até hoje não há
explicações convincentes sobre que tipo de bicho poderia ter feito tudo isso.
2. Loira do banheiro: Segundo contam, a tal loira vivia nos banheiros de um colégio e para invocá-la era
preciso dar três vezes a descargas da privada, bater na porta três vezes e só então chamar seu nome.
3. Procissão das almas: Dizem que velha vivia sozinha nessa “quebradas” do Brasil e passava boa parte do
tempo olhando a rua pela janela, bem ao costume interiorano. Um “belo” dia, no entanto, ela viu uma
procissão passando. Segundo a lenda, tinha um monte de pessoas caminhando com roupas brancas e velas
nas mãos.
A velhinha ficou encabulada com aquilo porque, como sabia, não era dia de procissão. Ela estava justamente
pensando sobre isso quando uma das pessoas que vestiam camisolas parou e lhe entregou uma vela,
pedindo que a guardasse porque estaria de volta no outro dia, para buscá-la. Sem desconfiar de nada, a
senhora fez o que lhe pediram e foi dormir. No outro dia, ao acordar, viu que no lugar da vela estava apenas
o osso de uma pessoa adulta e de uma criança.
4. Velho do saco: um velho com um saco vive capturando crianças que andam sem a companhia de um
adulto. Há ainda quem complete a história, dizendo que os que são pegos pelo velho acabam virando sabão
e botões!.
5. Lenda do Opala Preto: diz que um Opala preto estava sequestrando crianças em bairros da zona sul,
retirando seus órgãos e vendendo. Para atrair as crianças, o motorista do carro oferecia pirulitos e doces.
Essa, aliás, é a parte mais conhecida da historia e, felizmente, a mais próxima da realidade.
6. A Fantasma Caroneira: uma garota pede um táxi próximo a um cemitério e pede para dar uma volta pela
cidade e retornar ao mesmo lugar onde estava. Assim é feito, mas só final da corrida, o taxista é instruído
para ir receber seu pagamento na casa dos pais da garota. Inocente, o homem segue o caminho indicado,
muito embora fique sabendo que a tal menina que havia entrado em seu carro já não estava mais entre os
vivos.
7. A gangue do palhaço: uma gangue inteira de assassino de criancinhas vestidos como os famosos
personagens dos circos, que andava por aí em um Komb azul, prontos para arrancar os órgãos dos
pequenos.

Agora é a sua vez...: Pesquise outras histórias do folclore brasileiro

Ortografia
CAÇA-PALAVRAS:
Nova Ortografia da Língua Portuguesa
Alguns exemplos do que mudou a partir de Janeiro de 2008

M I O J O L A S A D E U Q A R A P M P O M O D
V E L L A S C O T R A Z E R I O E B L A O E U
A T E U O B U H I I U O R F R E T E S T B V D
R N A D O P E Q C N A T A U R O P U E A A S A
E U T A M R O N A D E R U C I P O B A I T O I
R R A I O A Ê T Ç C G U A R A Ç A R E O E A C
E O O I S U N B U O A I Q A T F I L O R C U N
U D C Ã Q S E D T G O D Ç N L S B R A Z A S Ê
Q A B E Ç N E R A B U I E A I M E P I V O A U
N I R O F I O M I C U E I M E U V A E F R B Q
E F A E N O D J I G H A L S I S Q E R A Z A E
B R I G J U N E N T R U S E T A M O P F I D S
A T O N A S S I O R A A V I E Ú M I D O N O O
O G E N I O L O Ã C P O D A R M G A I E D I D

 Encontre na grade as 29 palavras negritadas em caixa alta

ORTOGRAFIA: é o conjunto de regras que ensina a escrever corretamente. É a maneira de escrever as


PALAVRAS. (Professor Pasquale Cipro Neto) O ALFABETO deixa de ter 23 letras para ter 26, com a
incorporação de “k”, “w” e “y”.

COMO ERA: COMO FICA: COMO ERA: COMO FICA:


abençôo ABENÇOO assembléia ASSEMBLEIA
enjôo ENJOO idéia IDEIA
vôo VOO heróica HEROICA
eles crêem eles CREEM jibóia JIBOIA
eles dêem eles DEEM manda-chuva MANDACHUVA
eles lêem eles LEEM pára-quedas PARAQUEDAS
eles vêem eles VEEM bem-feito BENFEITO
ele pára ele PARA bem-querer BENQUERER
pêlo PELO infra-estrutura INFRAESTRUTURA
pólo POLO co-edição COEDIÇÃO
lingüiça LINGUIÇA co-autor COAUTOR
freqüência FREQUÊNCIA qüinqüênio QUINQUÊNIO
seqüência SEQUÊNCIA anti-semita ANTISSEMITA

Albanita de Paiva
Fonte: Folha de São Paulo – Especial 2 Fovest – 13/01/2009

Relato de memória

Memória: é “aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; lembrança, reminiscência.”
(Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
Memórias (no plural): pode ser uma narrativa que alguém faz, na forma de obra literária, com base no depoimento de
uma pessoa mais velha.
Memórias literárias são textos que recuperam uma época com base em lembranças pessoais. Quem as produz
tenta despertar as emoções do leitor por meio da beleza e da profundidade da linguagem. Quem escreve quer
envolver quem lê com as memórias que estão sendo contadas.
Nas memórias literárias, o que é contado não é a realidade exata. Ela dá a base ao que está sendo escrito.

Imagine que sua família é uma árvore. Cada menino ou menina que nasce é uma nova folhinha que aparece nela. A
gente pode chamar essa árvore de “árvore da família”. Em que lugar do mundo minha família começou a existir?
Como viviam os parentes que vieram antes de mim? Prepare-se agora para se tornar o repórter que vai pesquisar
toda a história do vovô, da vovó, do papai, da mamãe e dos titios. Você vai perceber que é o máximo descobrir que
nossa família veio ou está espalhada pelos quatro cantos do planeta. Depois disso, vai dar mais vontade de cuidar do
mundo. Afinal, cada lugarzinho pode ter um parente seu...
(A árvore da família – Maísa Zakzuk, 2007) 
“Memórias são um meio de articular o passado ao presente, porque a história de cada indivíduo traz em si a memória
do grupo social ao qual pertence.
Recuperar memórias é um meio de explorar o passado, como nos diz Walter Benjamin: "A memória não é um
instrumento para a exploração do passado; é, antes, o meio. É o meio onde se deu a vivência...”
Queridos alunos, vamos buscar, por meio da entrevista, da conversa com nossos avós e pais, resgatar, conhecer e
respeitar a nossa história pois “A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para
contá-la”.  Gabriel Garcia Márquez
Montaremos um livro e nele ficará guardado um pouquinho da nossa história. Vamos ao trabalho?
 
1º - Capa (Como será a capa do seu trabalho/livro? Como ilustrará? Qual será o título do seu livro?). A capa pode ser a última
parte de seu trabalho.
2º - Apresentação (o que terá no trabalho, por que fará este trabalho?).
3º - Agradecimentos (agradeça às pessoas que contribuíram na construção do trabalho, pode por fotos).
4º - Sumário/índice.
5º - Entrevista com avós e pais (quem tiver bisavós deve aproveitar – eles têm muiiiiiiiiiiiiiiita coisa pra contar também).
6º - Fotos.
7º - Música (música que marcou sua vida por algum motivo – colocar a letra).
8º - Brincadeira (descrever uma brincadeira que fazia quando criança e gostava muito).
9º - Oração (registrar uma oração que sempre fez e faz).
10º - Livro (resumir um livro lido na infância ou adolescência).
11º - Cantiga de roda (registrar uma cantiga que lembra ou que a mãe cantava ou, ainda, que aprendeu na escola).
12º - Desenho (o entrevistado faz um desenho que saiba fazer, que lembre algo importante, que fazia quando criança).
13º - Carta (xerocar uma carta, se possível, que recebeu de alguém quando criança, jovem).
14º - Cartão (xerocar um cartão-postal ou outro cartão que tenha guardado faz tempo).
15º - Receita culinária (registrar a receita que você, aluno, gosta que a avó, mãe faça).
16º - Verbete (peça palavras que seus avôs usavam e que não se usa mais hoje em dia – traga o significado também. Ex: veja se
sua avó usou ruge e seu avô, brilhantina. Registre, no mínimo, 4 palavras.
17º - Uma história, um "causo" ouvido quando criança. O entrevistado conta e o entrevistador registra.
18º - Certidão de nascimento ou casamento.
19º - Boletim escolar.
Dependendo da profissão do entrevistado – colete gêneros textuais.
Observações:
- Tudo será explicado em sala e retomado sempre que houver dúvidas.
- Cada gênero textual deve ser organizado em uma (ou mais) folha sulfite A4, com borda de 2 cm de cada lado da folha. A
entrevista ocupará o maior número de folhas. Fazer frente e verso será opção sua.
- Observe, dependendo do tamanho do gênero textual, a disposição do texto na folha para ficar bem apresentável.
- Procure pedir para cada entrevistado 4ou 5 gêneros. Assim, se entrevistar 4 pessoas, terá mais de16 gêneros textuais.
- Pode ter a “ajuda” do computador, mas não é necessário.
- Faça tudo com empenho, calma e capricho, letra legível.
- Não precisa fazer tudo de uma vez, organize-se e vá fazendo por etapa.
- Comece pela entrevista (Quais e quantas perguntas fará? Quem serão os entrevistados?).
- Você terá o mês de abril para organizar o seu trabalho. Vá fazendo e colocando dentro de um saquinho plástico ou envelope.
Quando tudo estiver pronto, pode ser encadernado com espiral, ou amarrado, ou colocado em pasta classificadora.
- Apresentação oral (comentar o que aprendeu, o que mais chamou a sua atenção).
- Nota para exposição/apresentação oral e escrita.
- Excelente trabalho para você. Tenho certeza de que fará uma gostosa “viagem”.
 
Sugestão de perguntas (espero que você tenha muiiiiiiiiiiiiita curiosidade e formule outras tantas perguntas)
- Nome. Grau de parentesco.
- Onde e quando nasceu?
- Mudou de cidade ou Estado alguma vez? Por quê?
- Como foi a infância? Do que brincava? Precisa trabalhar? O que fazia? Viajava? Como quando eram as viagens?
- Ia à escola? Como era a escola onde se alfabetizou? E os professores?
- Como eram seus pais?
- Participava de festas, bailes? Com quem? Como eram as festas?
- Qual era ou é a sua religião?
- Tinha luz elétrica, água encanada, rádio, TV e fone quando criança? Como se comunicavam com os parentes distantes?
- Como eram os castigos quando criança? Foi um filho muito “arteiro”?
- Ia ao dentista? Como era?
- Como era o namoro, como foi seu casamento? E o nascimento do 1º filho?
- Como era seu nome de solteira (no caso da avó e mãe)?
- Qual é a sua profissão? Formou-se no que queria? Gosta do que faz ou fez?
- Um prazer ou algo que lhe deixa feliz?
- O que lhe chateia, deixa triste?
- Uma lembrança da época de criança ou jovem?
- Uma música que não esquece, um cantor, um filme?
- O que está faltando na sociedade, nas famílias de hoje?
- Um aprendizado deixado pelos pais?

CAÇA - PALAVRAS DE VERBOS


Para descobrir os verbos que estão no caça-palavras, tente completar as frases.
B I C C A D X U T A M O N T C
P C A I C H E R R I M U O V I
U S  T R O U X E A S A Ç R I A
S O L I A Â O A R A C O A R C
I P A L A C A D E S H L E V H
H A V E R Á M E I N U N D O O
I R R I T D O D L M C A N D U
A T L A D E L U X U A N T E Z
L I O S A B Q U I S A B A R E
E C O O H K A T I E N E L I A
P I R U A E L E F A T I A D O
N P I B T R A N S B O R D O U
X A P E I R U B A R K F U L A
P R O P A G N D A A T E V E I
X Á C A R A D E P O R Z E A S

1. Você _____________meu livro de inglês? 


2. ____________ seu livro amanhã. 
3. Eu sempre ___________ música num volume baixo.
4. O grupo não ________ o trabalho de português porque não _________ a pesquisa.
5. Ana ___________do acidente no noticiário da TV.
6. _____________aula hoje.
7. José sempre ____________ ser um ator famoso, mas nunca ____________ talento para tanto.
8. Se você __________ o professor hoje, entregue-lhe o atestado. 
9. O time da escola _________________ do campeonato estudantil.
10. Devido às fortes chuvas, o rio ________________ e  ________________ o bairro próximo.
11. Falta de atenção, ___________ o coração
12. Não sei onde _______meu livro novo.

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