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FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ

NÚCLEO BÁSICO DA SAÚDE


CURSO DE G RADUAÇÃO EM NUTRI ÇÃO
DISCI PLINA: FISIOLOGIA HUMANA

FISIOLOGIA DOS SENTIDOS ESPECIAIS

Maria Mayara Lima de Sousa

Juazeiro do Norte
2020
PORTFÓLIO - FISIOLOGIA DOS SENTIDOS ESPECIAIS

INTRODUÇÃO

É por meio dos sentidos que interagimos com o meio, seja o ambiente ou relacionamentos,
contribuindo para a integração com o meio e as pessoas, esses sentidos a visão, olfato, paladar,
audição e equilíbrio. Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de
captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por
células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou
nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso
central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o
modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados são diversos.
Assim, o processo de sensibilidade começa em um receptor sensitivo, que é uma célula
especializada ou dendritos de um neurônio sensitivo. Um dado receptor sensitivo responde
intensamente a um tipo específico de estímulo, uma mudança no ambiente que ativa certos
receptores sensitivos. Um receptor sensitivo responde apenas fracamente, ou não responde de
forma alguma, a outros estímulos. Os tipos de receptores são; exteroceptores, interoceptores
ou visceroceptores, proprioceptores, mecanorreceptores, termorreceptores, nociceptores,
quimiorreceptores e fotorreceptores. Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão
encarregados de receber estímulos externos. Esses órgãos são: Portanto, em nosso corpo os
órgãos dos sentidos estão encarregados de receber estímulos externos. Esses órgãos são: a
pele - para o tato; a língua - para a gustação; as fossas nasais - para o olfato; os ouvidos - para
a audição; os olhos - para a visão.
A visão responsável por transformar energia luminosa em imagem, a audição capaz de
transmitir os sons que exalam no meio, o paladar promove identificação do alimento, o gosto
seja ele doce, salgado, amargo ou azedo. O olfato que identifica os cheiros ou odores partículas
saídas dos alimentos, flores e líquidos, e por fim, o equilíbrio detecta a cabeça no espaço; isto
é, determina se ela está ereta com relação à força gravitacional da Terra.
VISÃO

Os olhos são órgãos responsáveis por converter energia luminosa em imagem, possuem como
função também de nutrição e proteção. As lágrimas, produzidas pelas glândulas lacrimais,
protegem os olhos de poeiras e corpos estranhos, o ato de pestanejar também contribui para
manter o olho sempre hidratado e limpo. Está situado atrás da pupila e orienta a passagem da
luz até a retina. No olho humano existem dois tipos de fotorreceptores: os cones e os bastonetes.
Os cones possibilitam a visão em cores, enquanto os bastonetes são usados para visão no
escuro em preto e branco. Podemos dizer que o olho é formado por três camadas: a mais
externa, formada pela esclera e pela córnea; a camada média, formada pela coroide, corpo ciliar
e íris; e a camada mais interna, que é constituída pela retina

Os principais componentes do olho são:

• Esclera: é uma membrana fibrosa que protege o globo ocular,


sendo vulgarmente chamada de o “branco dos olhos”. É
recoberta por uma membrana mucosa, delgada e transparente,
denominada conjuntiva.
• Córnea: é a parte transparente do olho, constituída por uma
fina e resistente membrana. Tem como função a transmissão de
luz, refração e proteção do sistema óptico.
• Coroide: é uma membrana rica em vasos sanguíneos,
responsável pela nutrição do globo ocular.
• Corpo ciliar: tem como função secretar o humor aquoso e
contém a musculatura lisa responsável pela acomodação do
cristalino.
• Íris: A íris é um prolongamento da coroide que cobre parte do
cristalino e que se caracteriza por ser a porção responsável pela
cor do olho. Essa estrutura apresenta uma abertura no centro
(pupila) por onde entra a luz. Ao modificar seu tamanho, a íris é capaz de controlar a entrada
de luz no olho pela pupila.
• Pupila: A pupila é um orifício circular no centro da íris. A abertura da pupila apresenta a
capacidade de responder às variações luminosas, aumentando ou diminuindo seu diâmetro.
• Mácula: É uma estrutura central muito pequena da anatomia do olho, sua função é garantir
uma visão centralizada.
• Nervo óptico: O nervo óptico é formado a partir da união de fibras nervosas das células
ganglionares da retina. Essa estrutura faz a conexão do olho com o cérebro
• Cílios: Os cílios são os pequenos pelos localizados nas bordas externas das pálpebras,
formando uma franja protetora do globo ocular. Eles protegem os olhos de sujeiras ou partículas
suspensas no ar, fazendo a retenção deles e impedindo que atinjam o globo ocular.
• Pálpebras: As pálpebras são consideradas anexos oculares. São formadas por um tecido
músculo-fibroso recoberto por pele, na parte externa e conjuntiva, na parte interna. Sua
principal função é a de distribuir as lágrimas pela superfície do olho e “limpar” a córnea.
• Cristalino ou lente: é um disco transparente localizado atrás da íris com a função de realizar
a acomodação visual, pois pode alterar a sua forma para garantir a focalização da imagem.
• Humor aquoso: líquido transparente localizado entre a córnea e o cristalino com a função de
nutrir essas estruturas e regular a pressão interna do olho.
• Humor vítreo: líquido que ocupa o espaço entre o cristalino e a retina.
• Retina: a parte mais interna e importante do olho. A retina possui milhões de fotorreceptores,
que enviam sinais pelo nervo óptico até ao cérebro, onde são processados para criar uma
imagem, é a parte sensível à luz do olho e contém cones que são responsáveis pela visão em
cores e bastonetes que podem detectar a penumbra e são responsáveis principalmente pela
visão preto e branco em condições de baixa luminosidade.

Etapas críticas da visão.

Para entendermos o mecanismo fisiológico da visão, devemos tomar conhecimento que


a visão dividida em três etapas:

• A etapa óptica, que depende basicamente dos sistemas de lentes do bulbo ocular
(córnea, humor aquoso, cristalino e humor vítreo);
• A etapa fotoquímica, em que o estímulo luminoso convertido em impulso nervoso, em
nível das células fotorreceptoras;
A etapa neurossensorial, que representa o percurso que o estímulo nervoso atravessa ao longo
do sistema nervoso, desde as fibras do nervo óptico até os lábios do sulco calcarino do lobo
occipital.

Retina

A retina consiste em um epitélio nervoso transparente especializado, sendo formada


essencialmente por fibras nervosas, que cobre a face interna do globo ocular. Constituinte da
camada interna do globo ocular, a retina é formada por várias camadas – em torno de 10.
Contudo, em todas estas camadas, três grupos de células se destacam – são elas: células
fotorreceptoras ou fotossensíveis (neurônios de 1° ordem), células bipolares (neurônios de 2°
ordem) e células ganglionares (neurônios de 3° ordem). Destas, brotam os axônios que formam
o nervo óptico.

A região de maior acuidade visual se faz na chamada fóvea central da retina, onde
encontramos a maior concentração das as células responsáveis pela captação da luz:
• Cones (6 milhões): células mais centrais, com baixa sensibilidade de luz, sendo
responsáveis pela percepção das cores. Apresentam alta acuidade e alta
concentração na fóvea.
• Bastonetes (125 milhões): células mais periféricas, com alta intensidade de luz, e
não são sensíveis a cor. Apresentam baixa acuidade e alta concentração na
periferia da retina.
Conhecendo a distribuição das células nas três principais camadas da retina, podemos
perceber que o trajeto do raio luminoso se faz de modo contrário ao trajeto do impulso nervoso:
as ondas luminosas passam por todas as camadas da retina para, só então, alcançarem a
camada dos fotorreceptores. Ao chegar nesta camada, ocorre a etapa fotoquímica da visão, em
que ‚ a transdução do sinal luminoso – a energia luminosa, convertida em impulso nervoso.
Daí, os cones e bastonetes funcionam como neurônio de 1° ordem e se conectam as
células bipolares, que funcionam como neurônios de 2° ordem e que se ligam as células
ganglionares, que funcionam como neurônios de 3°ordem e formam os axônios do nervo óptico,
que percorre toda a camada côncava da retina para convergir na papila óptica e deixar o globo
ocular e seguir o caminho da via óptica.

Acuidade Visual

É a capacidade do olho para distinguir detalhes espaciais,


ou seja, identificar o contorno e a forma dos objetos.
Teoricamente, a luz de fonte pontual distante, quando
focalizada na retina, deve ser infinitamente pequena. No
entanto, como o sistema do cristalino do olho jamais é
perfeito, essa mancha da retina tem comumente diâmetro
total de cerca de 11 micrômetros. O diâmetro médio dos
cones, na fóvea da retina- a parte central da retina, onde a
visão é mais altamente desenvolvida- é de cerca de 1,5 micrometros. A acuidade visual
normal do olho humano para discriminar fontes luminosas pontuais deve ser cerca de 25
segundos do arco, isto é , quando os raios de luz de dois pontos separados atingem o
olho com um ângulo de pelo menos 25 segundos entre eles , em geral , poderão ser
reconhecidos como dois pontos em um lugar só.
Transdução do sinal luminoso.

A Transdução do sinal corresponde a etapa fotoquímica da visão. Graças a ela, a energia


luminosa, convertida em estímulo eletroquímico por meio das células fotorreceptoras: os cones
e os bastonetes.
No nosso organismo, o β-caroteno que ingerimos na
dieta clivado dando origem a duas moléculas
chamadas de retinol (vitamina A). Este retinol, por ser
lipossolúvel absorvido no intestino junto aos
quilomícrons e transportado até o fígado. Este órgão
é capaz de produzir uma substância capaz de
transportar o retinol para todo o corpo.
Na membrana plasmática das células receptoras
existe uma proteína chamada opsina, que tem uma
afinidade pelo retinal 11-cis. Ao se ligar a este
composto, forma a conhecida rodopsina, que é uma
proteína de membrana que possui o retinal 11-cis em
sua constituição. Quando a luz incide na retina, o
retinal perde sua configuração cis e passa a
apresentar uma conformação trans, perdendo a
afinidade pela opsina.
Com isso, a opsina sofre uma mudança conformacional, formando a metarrodopsina, que ativa
uma proteína G, ativando a subunidade alfa, que por sua vez, ativa a guanilato ciclase,
controlando a concentração de GMPc. Contudo, diferentemente das demais células excitáveis,
as fotorreceptoras se ativam quando estão hiperpolarizadas, obtendo este estado por meio do
fechamento de canais de sódio e da excreção ativa destes íons, o que faz com que o interior da
célula se torne mais negativo que o comum.

Via Óptica

A retina pode ser dividida em duas


porções: uma mais medial, chamada de retina
nasal (que capta raios luminosos do campo
temporal); e uma mais lateral, chamada de
retina temporal (que capta raios luminosos do
campo nasal).
Os sinais nervosos visuais partem das retinas,
passando retrogradamente pelos nervos ópticos (II
par craniano). Dentro do crânio, os dois nervos
ópticos se unem no chamado quiasma óptico, onde
ocorre o cruzamento das fibras oriundas da retina
nasal; as fibras oriundas da retina temporal não
cruzam no quiasma, e seguem do mesmo lado em que se formaram.
Após o quiasma óptico, formam-se os tractos ópticos, com fibras ‚ cruzadas da retina nasal. As
fibras de cada tracto óptico, em seguida, fazem sinapse com neurônios de 4° ordem no núcleo
geniculado lateral (localizado no mesencéfalo), e daí, partem as fibras que formam a radiação
óptica (ou tracto geniculocalcarino) que segue até o córtex visual primário, nos lábios do sulco
calcarino do lobo occipital.
Outra parte das fibras oriundas do corpo geniculado lateral também seguem para o colículo
superior, também no mesencéfalo, estabelecendo conexões importantes para o controle dos
movimentos direcionais rápidos dos dois olhos.

Sistema de Lentes do Olho.

Todas as lentes que compõem o sistema de lentes do olho devem agir em conjunto e em
harmonia para que o feixe luminoso seja projetado exatamente sobre na retina. Para esta
função, disponibilizamos de vários meios refringentes, tais como: córnea, humor aquoso,
cristalino e humor vítreo. Cada um impõe uma unidade refrativa diferente.
Para que a luz oriunda do infinito seja projetada exatamente na retina, necessitamos de um
conjunto de lentes que, juntas, apresentem o poder de 59 dioptrias

OBS: Dioptrias: É a unidade de medida que afere o poder de


refração de um sistema óptico (m-1). Exprime a capacidade de
um meio transparente de modificar o trajeto da luz. Na óptica,
é a unidade de medida da potenção de uma lente corretiva
(popularmente conhecido como grau)..

Ponto Próximo, Ponto Máximo e Processo de Acomodação.

O processo de acomodação consiste em um reflexo autonômico do sistema nervoso


simpático que está relacionado com o aumento do poder refrativo do cristalino na medida em
que a imagem ou um objeto é aproximado do olho. Este reflexo envolve um componente
aferente, que é enviado ao cérebro pelas fibras do nervo óptico, e um componente eferente, que
envolve as fibras do N. oculomotor (III par craniano) que, além de convergir o eixo ocular para
dentro (focalizando melhor a imagem), ativa a musculatura do corpo ciliar, o qual aumenta a
espessura do cristalino e amplia o seu poder refrativo, garantindo maior nitidez da imagem.
O ponto próximo é o ponto mais perto do olho cuja imagem – com o máximo de
acomodação – pode ser vista com nitidez. O ponto máximo, por sua vez é o ponto mais distante
do olho cuja imagem pode ser vista com nitidez.
A distância entre o ponto máximo e o olho diminui com a idade. Esta diminuição se deve
ao enrijecimento do cristalino e perda da elasticidade de sua cápsula (com consequente
diminuição do reflexo de acomodação. A perda da acomodação é de cerca 0,3 dioptrias por ano
(essa perda natural é o que chamamos de presbiopia).
Reflexo fotomotor

Além da transparência do sistema de lentes do olho, é


necessário um ajuste “automático” da quantidade de luz que adentra
o olho para que a visão seja adequadamente calibrada. Este ajuste
acontece graças a inervação autonômica da íris que, em resposta
ao estímulo luminoso captado pelo N. óptico, a pupila se dilata ou se
contrai.
Quando a luz que incide na retina é muito intensa, o nervo óptico
conduz o estímulo até a área pré-tectal do mesencéfalo, de onde
partem axônios que se comunicam com o núcleo autônomo do N.
oculomotor, dos dois lados. Em resposta, ocorre contração bilateral
do músculo esfíncter da pupila, o que causa o fechamento da pupila
(miose).
Quando a luminosidade é pouco intensa – como ocorre no escuro –
o N. óptico envia as informações para a chamada área tectal, de
onde fibras se comunicam com o tracto retículo-espinhal e levam
informações até o tronco simpático cervical que, por meio do gânglio
simpático cervical superior e do plexo carotídeo, promovem a
abertura da pupila (midríase).

Em resumo:

Os raios luminosos atravessam a córnea, o cristalino, o humor


aquoso e o humor vítreo e atingem a retina. O mecanismo da visão
pode ser melhor entendido, se compararmos o globo ocular a uma
câmera fotográfica: o cristalino seria a objetiva; a Íris, o diafragma, e
a retina seria a placa ou película. Desta maneira os raios luminosos,
ao penetrarem na córnea e no humor aquoso, passando pela pupila,
chegam ao cristalino, que leva a imagem mais para trás ou para
frente, permitindo que ela se projete sobre a retina. O nervo óptico
conduz os impulsos nervosos para o centro da visão, no cérebro,
que o interpreta e nos permite ver os objetos nas posições em que
realmente se encontram.
AUDIÇÃO

Responsável pela percepção do som, transmite e traduz os sons para o cérebro através do
ouvido, e também tem como função manter o equilíbrio do corpo. Está projetada na região lateral
da cabeça e é formada pelo pavilhão da orelha e o meato acústico externo. Os receptores
sensoriais desse sentido estão localizados em uma região da orelha denominada de cóclea.
Esses receptores são do tipo mecanorreceptores.

A orelha está dividida em três partes:


Orelhas externa, média e interna.

Orelha externa
A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo (antigamente
denominado orelha) e pelo canal auditivo externo ou meato
auditivo. Todo o pavilhão auditivo (exceto o lobo ou lóbulo) é
constituído por tecido cartilaginoso recoberto por pele, tendo
como função captar e canalizar os sons para a orelha média. O
canal auditivo externo estabelece a comunicação entre a orelha
média e o meio externo, tem cerca de três centímetros de
comprimento e está escavado em nosso osso temporal. É
revestido internamente por pêlos e glândulas, que fabricam uma
substância gordurosa e amarelada,
denominada cerume ou cera.
Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que
normalmente existem no ar e eventualmente entram nos ouvidos. O canal auditivo externo
termina numa delicada membrana - tímpano ou membrana timpânica - firmemente fixada ao
conduto auditivo externo por um anel de tecido fibroso, chamado anel timpânico.

Orelha Média

A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um espaço


aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três ossículos articulados
entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos
encontram-se suspensos na orelha média, através de ligamentos. A orelha média começa na
membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um espaço aéreo – a cavidade timpânica
– no osso temporal. Dentro dela estão três ossículos articulados entre si, cujos nomes
descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos encontram-se suspensos na
orelha média, através de ligamentos.

Orelha interna
A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal, revestidas por
membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas janelas oval e a
redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol - relacionada com
a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e constituída pelo vestíbulo e
pelos canais semicirculares.

1- Escala ou rampa média ou coclear

2- Escala ou rampa vestibular

3- Escala ou rampa timpânica

4- Gânglio espiral

5- Nervo coclear (partindo da membrana basilar)


A cóclea é composta por três tubos individuais, colados um ao lado do outro:
as escalas ou rampas timpânica, média ou coclear e vestibular. Todos esses tubos são
separados um do outro por membranas. A membrana existente entre a escala vestibular e a
escala média é tão fina que não oferece obstáculo para a passagem das ondas sonoras,
importantes para o adequado funcionamento das células receptoras de som. A membrana
que separa a escala média da escala timpânica – chamada membrana basilar – é uma
estrutura bastante resistente, que bloqueia as ondas sonoras., com a forma de palheta, as
quais se projetam de um dos lados da membrana e aparecem ao longo de toda a sua
extensão – as fibras basilares. As fibras basilares próximas à janela oval na base da cóclea
são curtas, mas tornam-se progressivamente mais longas à medida que se aproximam da
porção superior da cóclea, na parte final da cóclea, essas fibras são aproximadamente duas
vezes mais longas do que as basais.

Na superfície da membrana basilar localiza-se o órgão


de Corti, onde há células nervosas ciliares (células
sensoriais). Sobre o órgão de Corti há uma estrutura
membranosa, chamada membrana tectórica, que se
apoia, como se fosse um teto, sobre os cílios das células
sensoriais.

O labirinto posterior (ou vestibular) é constituído pelos canais semicirculares e pelo vestíbulo.
Na parte posterior do vestíbulo estão as cinco aberturas dos canais semicirculares, e na parte
anterior, a abertura para o canal coclear.
Os canais semicirculares não têm função auditiva, mas são importantes na manutenção do
equilíbrio do corpo. São pequenos tubos circulares (três tubos em forma de semicírculo) que
contêm líquido e estão colocados, respectivamente, em três planos espaciais (um horizontal e
dois verticais) no labirinto posterior, em cada lado da cabeça. No término de cada canal
semicircular existe uma válvula com a forma de uma folha - a crista ampular. Essa estrutura
contém tufos pilosos (cílios) que se projetam de células ciliares semelhantes às maculares.
Entre os canais semicirculares e a cóclea está uma grande cavidade cheia de um líquido
chamado perlinfa - o vestíbulo. No interior dessa cavidade existem duas bolsas membranáceas,
contendo outro líquido – a endolinfa: uma póstero-superior, o utrículo, e um anteroinferior,
o sáculo. Tanto o utrículo quanto o sáculo contêm células sensoriais agrupadas em estruturas
denominadas máculas. Células nervosas da base da mácula projetam cílios sobre uma massa
gelatinosa na qual estão localizados minúsculos grânulos calcificados, semelhantes a pequenos
grãos de areia - os otólitos ou oogônios.
O utrículo e o sáculo comunicam-se através dos ductos utricular e sacular.
Unidades de Medidas de Som

O som é transmitido por ondas sonoras. A intensidade do som é determinada pela sua
frequência (distância entre picos consecutivos) da onda: o número de ciclos de uma onda
sonora. A audição é determinada pela amplitude da onda, ou seja, pela altura da onda sonora.
O timbre (interação de ondas diferentes) é determinado pela complexidade e forma das ondas
sonoras, que confere ao som sua qualidade única. A frequência auditiva (se o som é grave ou
agudo) é medida em Hertz (Hz). A intensidade do som (se o som está “alto” ou “baixo”) é medida
em Decibel (dB).

Em resumo, temos as seguintes medidas do som:

Frequência (Hertz ou Hz): mede a quantidade de


oscilações por segundo que as ondas das moléculas de
ar fazem em uma onda sonora (1 Hz = 1 ciclo/segundo).
A frequência auditiva é a grandeza que determina se o
som é agudo ou grave:
• Baixa frequência – tons graves

• Alta frequência (relacionada com a


discriminação dos sons e entendimento dos
fonemas) – tons agudos

• A capacidade média da população de


interpretar frequência sonora „ de 200 a
10000 - 20000 Hz.
Intensidade sonora (Decibel ou dB): mede o que chamamos vulgarmente de “altura do som”.
Zero dB não quer dizer a “ausência de som”, mas sim, a intensidade mínima do som necessária
para que o ouvido normal perceba o som.
É considerado um indivíduo de audição normal aquele que consegue captar com intensidade
de zero até 25 dB. Zero decibel não significa, portanto, ausência de som: trata-se da capacidade
mínima que o indivíduo normal tem de discriminar a intensidade do som. Acima de 25 dB, passa
a existir um limiar doloroso e uma faixa de som potencialmente lesiva para audição (que ocorre
por volta de 80 dB).

Hidrodinâmica da Audição

O funcionamento da orelha interna é praticamente baseado nesta dinâmica dos fluidos


contidos nos dois labirintos. Assim que o estribo realiza o movimento de pistão sobre a janela
oval, ocorre uma compressão da perilinfa, a qual é deslocada na forma de uma onda de choque.
Esta onda se propaga até o nível da janela redonda, onde o impacto é amortecido e, assim, a
perilinfa é descomprimida.
No mecanismo da audição, devemos levar em consideração, neste momento, a perilinfa
localizada nas rampas cocleares. Esquematicamente, como podemos ver no desenho abaixo,
temos a rampa vestibular em contato com a janela oval e a rampa timpânica em contato com a
janela redonda. Entre as duas rampas, está situado o ducto coclear (rampa ou escala média),
componente auditivo do labirinto membranoso, contendo o órgão de Corti.
Em resumo, a energia sonora, depois de conduzida ao longo da orelha externa, estimula o
movimento dos ossículos da orelha média, fazendo com que o estribo estimule a propagação
sonora pela perilinfa, a partir da janela oval. Como a janela oval se abre na rampa vestibular,
este é o primeiro espaço a receber as vibrações da base do estribo. A rampa média
(representada pelo próprio ducto coclear) está entre a rampa vestibular e a rampa timpânica e
está preenchida por endolinfa, como vimos anteriormente. Esta rampa tem duas fronteiras:
membrana de Reissner e a membrana basilar. A membrana de Reissner (vestibular) separa a
rampa vestibular da rampa média. Atendendo à sua espessura (por ser muito fina), não oferece
obstáculo à passagem das ondas sonoras. Deste modo, a compressão e propagação do som
ao longo da perilinfa é facilmente propagada à endolinfa dentro do ducto coclear, onde está
contido o órgão de Corti.
O órgão de Corti consiste em: membrana basilar; membrana tectorial; e células ciliadas entre
as duas membranas, apresentando ainda células de suporte. As células ciliadas são as
receptoras do sinal vibratório, capazes de transformar a energia sonora propagada pela
endolinfa em impulso nervoso. Este impulso ser‚ propagado através do componente coclear do
N. vestíbulo-coclear, percorrendo a via auditiva, até o córtex auditivo, onde acontecer‚ a
interpretação do som.

Transdução Auditiva

As extremidades ciliares são unidas por uma ligação. O


movimento ciliar gerado pelo deslocamento da membrana
tectorial produz tensão nos cílios, capaz de abrir canais iônicos na
extremidade adjacente. Desta forma, íons de cálcio e sódio fluem
para dentro dos cílios e produzem uma despolarização e
condução do impulso nervoso. A intensidade do sinal sonoro
determina o sentido da vibração dos cílios das células ciliadas dos
órgãos de Corti.
Em outras palavras, cada cílio é interligado ao outro por meio de
um cross-link que, dependendo da intensidade vibratória, esta
mesma ligação é responsável por abrir um canal iônico, entrando
Na+ e Ca2+, levando a geração de um potencial de ação e,
eventualmente, de um impulso nervoso, que segue pelo nervo
coclear até seus respectivos núcleos no tronco encefálico.
Via auditiva.

Depois que o estímulo sonoro na forma mecânica é convertido


em uma transmissão eletroquímica – graças a ação do cílio das
células ciliadas do órgão de Corti – o impulso chega até os neurônios
de 1° ordem localizados no gânglio espiral (de Corti), os quais formam
o componente coclear do nervo vestíbulo-coclear (VIII par craniano).
O impulso é então levado para neurônios de 2°ordem dos núcleos
cocleares dorsal e ventral, localizados na ponte. Os axônios destes
neurônios cruzam para o lado oposto (constituindo o corpo
trapezoide), contornam o núcleo olivar superior e inflectem-se
cranialmente para formar o lemnisco lateral do lado oposto. As fibras
do lemnisco lateral terminam fazendo sinapse com os neurônios III no
colículo inferior. Existe um certo número de fibras provenientes dos
núcleos cocleares que penetram no lemnisco lateral do mesmo lado,
sendo, por conseguinte, homolaterais.
A partir do colículo inferior, a via prossegue até o núcleo geniculado
medial, onde estão neurônios de 4° ordem. Por fim, o trajeto dessas vias continua pela radiação
auditiva até o córtex auditivo, localizado principalmente no giro temporal transverso anterior.
Conclui-se, portanto, que os sinais a partir de ambos os ouvidos são transmitidos para os dois
lados do encéfalo, com predominância da transmissão pela via contralateral.

EQUILÍBRIO

Aparelho Vestibular.

O sistema ou aparelho vestibular é o conjunto de órgãos do ouvido interno dos


vertebrados responsáveis pela manutenção do equilíbrio. No homem, é formado pelos três
canais semicirculares (que abrigam os ductos semicirculares) e o vestíbulo (que contém o sulco
e o utrículo). Ao vestíbulo, encontra-se igualmente ligada a cóclea que, como vimos, é a sede
do sentido da audição. Ao conjunto de todas estruturas, dar-se o nome labirinto ósseo (canais
semicirculares, vestíbulo e cóclea), devido à complexidade da sua forma tubular e constituição
calcificada (e dentro do labirinto ósseo, est‚ presente o labirinto membranoso, representado
pelos ductos semicirculares, sáculo, utrículos e ducto coclear).
Portanto, o sistema vestibular é constituído por uma estrutura óssea dentro da qual se encontra
um sistema de tubos membranosos cheios de líquido (endolinfa) cujo movimento – provocado
pelo deslocamento da cabeça – estimula células ciliadas que enviam impulsos nervosos ao
cérebro ou diretamente a centros que controlam o movimento dos olhos ou os músculos que
mantém o corpo numa posição de equilíbrio. Além da endolinfa, no sáculo e no utrículos
encontram-se os otólitos, que são corpúsculos rígidos cujo movimento estimula igualmente os
nervos que controlam a postura do animal.

Podemos, então, diferenciar três componentes do aparelho vestibular:

Saco vestibular (vestíbulo): componente do labirinto ósseo que abriga um grupo de


órgãos receptores (o utrículo e o sáculo) em cada ouvido interno e que detecta a
inclinação da cabeça.
Canais semicirculares: anéis ósseos que abrigam ductos semicirculares membranosos
dispostos nas três dimensões do plano, sendo capazes de detectar mudanças na rotação
da cabeça.
Ampolas: consiste em dilatações ou alargamento dos canais semicirculares rente ao
vestíbulo. A ampola contém a célula gelatinosa, que se move em resposta ao movimento
da endolinfa no interior dos canais.

Nas ampolas, existem pequenos ossículos


denominados otólitos que circundam livres em uma matriz
gelatinosa em contato com a extremidade apical das células
ciliadas. Estas células, como foi visto, produzem um impulso
nervoso a partir dos movimentos desses cílios, que ser‚
propagado por meio do componente vestibular no N.
vestíbulo-coclear até os núcleos vestibulares localizados na
ponte (tronco encefálico).

As células receptoras do aparelho vestibular, portanto, são


similares as células ciliadas encontradas na cóclea,
apresentando mecanismo de transdução semelhante. Vale ressaltar que o consumo de glicose
(para produção de ATP) por estas células é altíssimo. Pacientes que tem resistência à insulina
apresentam problemas de vertigem (tontura) devido a carência energética nessas células.
Gânglio vestibular (de Scarpa) é a sede dos corpos dos neurônios bipolares (de 1° ordem) que
levam a informação do aparelho vestibular para os núcleos vestibulares (neurônios de 2° ordem)
e, deste, para o cérebro e cerebelo (daí a relação do cerebelo com o equilíbrio).

RESUMINDO:

O sentido de equilíbrio depende de grupos de células sensoriais ciliadas localizadas na parede


interna do sáculo e do utrículo e na base dos canais semicirculares. As fibras nervosas que
partem dessas células sensoriais levam informações sobre a posição relativa dos cílios até os
centros de equilíbrio no encéfalo. Quando a cabeça se movimenta, a inércia do líquido no interior
dos canais semicirculares exerce pressão sobre os cílios das células sensoriais. A pressão faz
com que os cílios se curvem, estimulando as células sensoriais a gerar impulsos nervosos e
transmiti-los ao encéfalo. Se rodopiarmos a uma velocidade constante, o líquido no interior dos
canais semicirculares vai passando a se mover em consonância com os canais, o que diminui
a pressão sobre as células sensoriais. Se pararmos bruscamente de rodopiar, o líquido dos
canais semicirculares continuará a se mover devido à inércia, estimulando as células sensoriais.
A sensação de tontura que sentimos resulta do conflito de duas percepções: os olhos informam
ao sistema nervoso que paramos de rodopiar, mas o movimento do líquido dos canais
semicirculares da orelha interna informa que nossa cabeça ainda está em movimento.

OLFATO

O epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual com
seis pêlos sensoriais, os receptores olfativos são neurônios genuínos, com receptores próprios
que penetram no sistema nervoso central. O olfato é responsável por diferenciar e sentir os
odores e cheiros. O olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto
mastigamos, sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro. A cavidade nasal, que começa a
partir das janelas do nariz, está situada em cima da boca e debaixo da caixa craniana. Contém
os órgãos do sentido do olfato, e é forrada por um epitélio secretor de muco. Ao circular pela
cavidade nasal, o ar se purifica, umedece e esquenta. O órgão olfativo é a mucosa que forra
a parte superior das fossas nasais - chamada mucosa olfativa ou amarela, para distingui-la
da vermelha - que cobre a parte inferior.
O ar inalado, ao carrear moléculas aromáticas, é obrigado a circular por entre as conchas
nasais. Na região superior da fossa nasal, estão os cílios (com seus microrreceptores) das
células olfatórias mergulhadas em um muco próprio da mucosa nasal. As partículas aromáticas
mergulham neste muco que reveste a cavidade nasal. Receptores específicos (que variam de
pessoa para pessoa) se ligam a cada partícula aromática, gerando uma complexa transdução
de sinal químico em impulso nervoso, o qual alcança o bulbo olfatório, passando pela lâmina
crivosa (cribriforme) do osso etmóide.
A mucosa vermelha é dessa cor por
ser muito rica em vasos sanguíneos,
e contém glândulas que secretam
muco, que mantém úmida a região.
Se os capilares se dilatam e o muco é
secretado em excesso, o nariz fica
obstruído, sintoma característico do
resfriado.
A mucosa amarela é muito rica
em terminações nervosas do nervo
olfativo. Os dendritos das células
olfativas possuem prolongamentos
sensíveis (pêlos olfativos), que ficam
mergulhados na camada de muco
que recobre as cavidades nasais. Os
produtos voláteis ou de gases
perfumados ou ainda de substâncias
lipossolúveis que se desprendem das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas
fossas nasais e se dissolvem no muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os
prolongamentos sensoriais.

Processo de transdução de sinal olfatório.

A transdução do sinal olfatório é algo complexo. Em resumo: a substância odorífera que


se dissolve no muco epitelial estabelece conexões com microrreceptores presentes nos cílios
das células olfatórias. No momento desta conexão, os microrreceptores sofrem uma mudança
conformacional que ativa uma proteína G por meio de sua subunidade alfa, a qual converte
GDP por GTP que, por sua vez, ativa a enzima adenilato ciclase, que converte ATP em AMPc.
O AMPc ativa canais iônicos por meio da PKA (fosforilando o canal iônico), iniciando, assim,
uma despolarização. Devemos ter em mente que toda subunidade alfa de uma proteína G é
inativa quando ela está ligada ao GDP. Portanto, para que ela seja ativada, deve haver a quebra
da ligação entre o GDP e a ligação subsequente a uma molécula de GTP livre no citoplasma.

Via olfatória

As próprias células olfatórias representam os neurônios de 1• ordem da via olfatória – são


neurônios bipolares localizados na mucosa olfatória cujos prolongamentos periféricos são muito
pequenos e que apresentam os receptores da olfação. Seus prolongamentos centrais agrupam-
se em feixes que, em conjunto, formam o nervo olfatório.
Estes filamentos atravessam a
lâmina cribriforme do osso etmoide e
fazem sinapse com as chamadas
células glomerulares mitrais
(neurônios de 2° ordem), localizadas
no bulbo olfatório (formando o
glomérulo olfatório). Os axônios
destas células mitrais seguem pelo
trato olfatório e ganham as estrias
olfatórias laterais e mediais.
Admite-se que os impulsos olfatórios
conscientes seguem pela estrita
olfatória lateral
terminam na área cortical de projeção
para a sensibilidade olfatória, situada na
parte anterior do úncos e do giro para-
hipocampal (mais especificamente, nas
áreas pré-piriforme e peri-amigdaloide), relacionando-se com a noção consciente da olfação.
As fibras da estria olfatória medial incorporam-se à comissura anterior, área septal e áreas
próximas ao corpo amigdaloide (integrante do sistema límbico, relacionado com a emoção),
estando este componente mais relacionado com o princípio emotivo e prazeroso do estímulo
olfatório.

PALADAR

O paladar é um importante sentido do corpo humano que nos permite reconhecer os sabores,
além de sentir a textura dos alimentos ingeridos. A língua é o principal órgão desse sentido e é
capaz de diferenciar entre os gostos doce, salgado, amargo, azedo e umami. Esse último é o
sabor produzido por alguns tipos de aminoácidos. Os receptores do paladar são as papilas
gustativas que existem no epitélio da língua, sensíveis a quatro modalidades básicas de
sabores: doce, amargo, ácido e salgado. O receptor sensorial do paladar é a papila gustativa.
É constituída por células epiteliais localizadas em torno de um poro central na membrana
mucosa basal da língua.
Componentes da língua:
Epiglote: estrutura localizada na
entrada da laringe que garante que
nenhum alimento entre no sistema
respiratório;
Arco palatofaríngeo: separa a
nasofaringe da orofaringe;
Tonsilas palatinas: são as amídalas,
estruturas constituídas por tecido
linfoide, ricas em glóbulos brancos,
localizadas na orofaringe, transição da
boca para a faringe;
Papilas foliadas: definidas como duas ou mais rugas paralelas divididas por sulcos na região
dorsolateral da língua, apresentando numerosos botões gustativos;
Papilas fungiformes: recebem esse nome por assemelharem-se a fungos, em especial a
cogumelos (aparência histológica).
Possuem poucos botões gustativos e estão distribuídas irregularmente entre as papilas da
língua;
Dorso: face superior da língua;
Tonsilas linguais: presentes na base na língua, atrás do V lingual até a epiglote;
Papilas circunvaladas: são papilas gustativas;
Sulco mediano: divide a língua em metades simétricas.

As Quatro Sensações Gustativas-Primárias


Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais
percebem os quatro sabores primários, aos quais chamamos sensações gustativas primárias:
amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas
de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da
língua, não é homogênea.

Até os últimos anos acreditava-se que existiam quatro tipos inteiramente diferentes de papila
gustativa, cada qual detectando uma das sensações gustativas primárias particular. Sabe-se
agora que todas as papilas gustativas possuem alguns graus de sensibilidade para cada uma
das sensações gustativas primárias. Entretanto, cada papila normalmente tem maior grau de
sensibilidade para uma ou duas das sensações gustativas. O cérebro detecta o tipo de gosto
pela relação (razão) de estimulação entre as diferentes papilas gustativas. Isto é, se uma papila
que detecta principalmente salinidade é estimulada com maior intensidade que as papilas que
respondem mais a outros gostos, o cérebro interpreta a sensação
como de salinidade, embora outras papilas tenham sido estimuladas,
em menor extensão, ao mesmo tempo.

GUSTAÇÃO (PALADAR)

Estima-se que existam mais de 10.000 brotamentos gustativos na língua. Os brotamentos


gustativos são encontrados nas papilas na mucosa da língua. As papilas podem ser de três
tipos: folhadas, fungiformes e circunvaladas; mas apenas as papilas fungiformes e
circunvaladas contêm brotamentos gustativos.
O brotamento gustativo apresenta uma extremidade dendrítica (que representa um axônio que
seguir‚ por algum nervo craniano que, dependendo da região da língua, pode ser o facial,
glossofaríngeo ou vago) e outra extremidade receptora. Cada brotamento gustativo „ formado
por três tipos básicos de células:
• Células de suporte: que isolam o receptor.
• Célula basal: de alto índice mitótico.
• Células gustativas: responsáveis pelo sabor.

Quando a substância química se liga


ao seu receptor, h‚ um desencadeamento
nervoso que, por meio de componentes
sensitivos de alguns nervos cranianos, leva
o impulso até o córtex para que seja
interpretada a sensação gustativa.
O ser humano é capaz de distinguir quatro tipos
básicos de sensações de sabor: doce (açúcar,
sacarina, álcool e alguns aminoácidos); salgado
(íons metálicos); ácido (íons de hidrogênio); e
amargo (alcaloides como nicotina). Qualquer que
seja a sensação, ou seja, qualquer que seja a
partícula gustativa, ela deve se ligar a um
receptor específico de um brotamento gustativo,
para aumentar os níveis de AMPc, favorecendo a abertura de canais iônicos, geração de uma
despolarização e criação de um impulso nervoso.

Fisiologia do sabor

Para que uma substância possa ser sentida como sabor, ela deve ser dissolvida na saliva e
deve interagir com as terminações gustativas. A ligação de uma substância química despolariza
a membrana do receptor gustativo, que conduz a liberação do neurotransmissor e desencadeia
um potencial de ação, gerando um impulso nervoso que viaja até o córtex cerebral específico.

Transdução do sinal gustatório

O estímulo do sabor é convertido em impulso nervoso, basicamente, por meio dos


seguintes mecanismos: influxo de Na+ para os sabores salgados; ligação de íons H+ aos
receptores e fechamento dos canais de potássio para os sabores ácidos; a capacidade da
gustaducina em aumentar AMPc para os sabores doces e de diminuir AMPc para os sabores
amargos. Desta forma, temos:

Salgado: o Na+ entra normalmente, levando a uma despolarização da membrana.

Ácido: o H+ entra normalmente na célula gustativa, levando a uma despolarização da


membrana.

Amargo: nas terminações nervosas da sensação amarga há a presença da gustaducina,


enzima que ativa uma fosfodiesterase, que destrói o AMPc no momento em que a
partícula de caráter amargo se liga ao seu receptor. Com a destruição do AMPc, ocorre
o fechamento dos canais de K+, que leva a uma despolarização e a geração de um
impulso elétrico.

Doce: a gustaducina relacionada a partículas de caráter doce aumenta os níveis de


AMPc, abrindo-se os canais iônicos de uma maneira diferente da do sabor amargo, a
partir do momento que a partícula se liga ao seu receptor.
Via gustativa.

Em resumo, os pares VII, IX e X cranianos (a depender


da região da língua) levam impulsos dos brotamentos
gustativos até o núcleo do tracto solitário no bulbo. Estes
impulsos trafegam para o tálamo e, deste, para o córtex
gustativo (onde ocorre a interpretação do sabor) e para o
hipotálamo e sistema límbico (onde ocorre a apreciação
emotiva do sabor).

Minuciosamente, os impulsos gustatórios oriundos dos


dois terços anteriores da língua passam primeiramente pelo
nervo lingual e, através do nervo da corda do tímpano, chega
ao nervo facial (VII) e, finalmente para o núcleo do tracto
solitário no tronco encefálico. As sensações gustatórias
oriundas das papilas circunvaladas, na parte posterior da
língua e outras posteriores da boca, são transportadas pelo
nervo glossofaríngeo também para o tracto solitário.
Finalmente, alguns sinais gustatórios são transmitidos para o
tracto solitário a partir da base da língua e de outras partes da
região faríngea pelo nervo vago.

Todas as fibras gustatórias fazem sinapse nos núcleos do tracto solitário e enviam neurônios
de segunda ordem para uma área pequena do núcleo medial posterior ventral do tálamo,
localizado medialmente ao lemnisco medial (que traz informações táteis e proprioceptivas da
medula). A partir do tálamo, neurônios de terceira ordem são transmitidos para a ponta inferior
do giro pós-central no córtex parietal e do interior da área opérculo-insular. Esta situa-se
ligeiramente lateral, ventral e mostrar à área da língua.
REFERÊNCIAS

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12 ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2011
https://afh.bio.br/
https://www.todamateria.com.br/olhos/
https://retinapro.com.br/blog/principais-partes-do-olho/
https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/40225677/FISIOLOGIA_II
I_01_-_Neurofisiologia_-_COMPLETA_-_MED_RESUMOS_2011.pdf4a
https://enfermagemflorence.com.br/anatomia-do-paladar/

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