Fundamentos de Citologia

Citologia é o nome dado ao ramo da Biologia que estuda as células de seres vivos (do
grego cito, célula e logus, estudo ou reflexão). Costuma-se dividir ainda este ramo em Citologia
Animal, responsável por estudar as células dos seres do Reino Animal, e Citologia Vegetal,
responsável por estudar as células dos seres do Reino Vegetal. Sendo o ser humano
classificado como um Animal, todas as informações sobre células que usaremos virão dos
estudos do primeiro ramo, a Citologia Animal.
Vale a pena, no entanto, recordar alguns conceitos gerais sobre células. Primeiro, célula
é a menor unidade funcional de um ser vivo, ou seja, qualquer ser vivo será composto por pelo
menos uma célula e essa célula em si tem todas as estruturas e “maquinário químico”
necessário para manter-se viva e se reproduzir (desde que os agentes externos não atuem
contra sua sobrevivência).
Segundo, as células podem ser de dois tipos:
1) PROCARIÓTICAS ou PROCARIOTAS
São células mais simples, desprovidas de núcleo e de outras organelas membranosas
(por exemplo, retículo endoplasmático). Nessas células, o material genético fica espalhado no
citoplasma da célula. As células dos seres dos Reinos Monera (bactérias) e Archea são desse
tipo.

2) EUCARIÓTICAS ou EUCARIOTAS
São células mais complexas, com núcleo e uma variedade de organelas membranosas.
Nessas células, o material genético fica protegido no núcleo. As células dos seres dos Reinos
Animal, Vegetal e Fungi são desse tipo.
Apesar de existirem diferenças entre esses três tipos por causa da existência ou não de
uma Parede Celular (uma segunda camada protetora presente apenas em células vegetais) e
de pequenas estruturas chamadas organelas celulares ou citoplasmáticas (a palavra
“organela” quer dizer “pequeno órgão”), podemos identificar três estruturas básicas que
qualquer célula animal, vegetal ou de fungo possui. São elas:

A) MEMBRANA CITOPLASMÁTICA (MEMBRANA CELULAR, MEMBRANA

PLASMÁTICA ou ainda PLASMALEMA).
É a parte da célula que faz fronteira entre seu interior (ou conteúdo) e o exterior (ou
ambiente). É responsável por proteger a célula de agentes nocivos externos, controlar a
entrada e saída de substâncias, unir células entre si em tecidos e fazer comunicação entre as
células vizinhas;

B) CITOPLASMA.
É a parte líquida do interior da célula na qual estão flutuando todas as organelas
celulares e substâncias úteis e inúteis (excretas) dela. Permite a circulação dessas substâncias
no interior da célula de acordo com suas necessidades;

C) NÚCLEO.
É uma estrutura com forma normalmente arredondada localizada no interior da célula
que pode estar ou não centralizada. Essa estrutura possui uma membrana chamada Carioteca
que a separa do resto do citoplasma. Em seu interior estão preservados o material genético
(DNA e RNA) e uma série de proteínas úteis para a proteção, cópia e manutenção do material
genético.
É uma parte essencial da célula pois sem esta estrutura todas as outras funções
celulares ficam comprometidas já que não existirá uma base de informações para a célula se
guiar. Assim, qualquer célula sem núcleo morrerá em pouco tempo.
 A ilustração acima é de uma célula eucariótica animal.

ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

Aqui serão citadas todas as Organelas Celulares ou Citoplasmáticas (pois estão

flutuando no citoplasma como veremos mais a frente), contudo, algumas delas são esclusivas
de células vegetais, portanto, só precisamos dar mais atenção à elas quando estudamos os
Vegetais.
A) RIBOSSOMOS
Os ribossomos são organelas não membranosas encontradas tanto
nas células procarióticas, como as bactérias, quanto nas eucarióticas, como
nas células animais.
Podem ser encontradas livres no citoplasma ou associadas a outra organela,
o retículo endoplasmático granuloso. Tem como função a síntese de
proteínas.

B) CENTRÍOLOS
Os centríolos, assim como os ribossomos, são organelas não
membranosas, encontrados aos pares, nas células animais,
geralmente próximo ao núcleo celular. Constituídos por túbulos de
proteínas, participa da formação de cílios e flagelos, além de ser
fundamental no processo de divisão celular.
Os cílios e os flagelos são estruturas proteicas organizadas a
partir dos centríolos; os cílios podem ser encontrados, por exemplo,
na traqueia e auxiliam no transporte de muco e na eliminação de
impurezas; os flagelos, encontrados nos espermatozoides, atuam
na mobilidade da célula.

C) CITOESQUELETO
O citoesqueleto é encontrado nas células eucarióticas. Ele é formado por microfilamentos
e microtúbulos de proteínas responsáveis pela organização interna e pelo formato da célula;
também permite o deslocamento de substâncias e de organelas no espaço intracelular e
participa dos movimentos celulares etc.

D) RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO
O retículo endoplasmático é formado por uma rede de
canais interligados e distribuídos por toda a célula. Presente
nas células eucarióticas, atua no transporte de substâncias
pelo citoplasma. Pode ser de dois tipos: granuloso e não
granuloso.
Se possuir ribossomos aderidos à sua membrana, será
denominado retículo endoplasmático granuloso. O retículo
endoplasmático granuloso participa da síntese de proteínas;
 Se não houver ribossomos aderidos, será denominado
retículo endoplasmático não granuloso, que participa da
síntese de lipídios e da desintoxicação celular.

E) COMPLEXO GOLGIENSE
O complexo golgiense é constituído por
membrana lipoproteica, formado por sáculos
achatados, empilhados, localizados geralmente
próximo ao núcleo das células eucarióticas. Tem como
principal função a secreção celular. Neste processo,
recebe, transforma e libera substâncias no interior de
vesículas que atuarão no próprio citoplasma ou no
meio extracelular.
.

F) LISOSSOMOS
Os lisossomos são organelas membranosas originadas do
complexo golgiense. Em seu interior, encontram-se enzimas
digestivas, o que lhe confere, por exemplo, a função de digestão
intracelular. A digestão intracelular pode ocorrer a partir de
substâncias absorvidas pela célula nos processos de
endocitose, no reaproveitamento de partículas ou na reciclagem
de organelas velhas da própria célula.

G) MITOCÔNDRIAS
As mitocôndrias são organelas formadas por dupla
membrana lipoproteica. Encontradas em grande número,
tanto em células animais quanto em células vegetais, têm
como função a liberação de energia para o metabolismo
celular.
O principal processo de liberação de energia nas
células é denominado respiração celular. É semelhante ao
processo de combustão que ocorre nos motores dos
automóveis. Nos motores, o combustível reage com o
comburente, no caso, o oxigênio, liberando energia, para gerar o movimento do motor, ou seja,
o gás carbônico, que é liberado durante o processo. Nas células, o combustível é proveniente
das moléculas orgânicas, principalmente a glicose. Ao ser degradada na presença do oxigênio,
a glicose libera energia e gás carbônico. A energia é utilizada para as atividades celulares e o
gás carbônico é eliminado na respiração.

H) CLOROPLASTOS
Os cloroplastos, assim como as mitocôndrias, possuem
membrana lipoproteica e participam de processos energéticos.
Presentes nas células vegetais, são responsáveis pela
fotossíntese.
Esta organela utiliza gás carbônico e água, na presença
de luz e de clorofila, e sintetiza carboidrato, principalmente
glicose e oxigênio. Este processo é de fundamental importância
para a vida na Terra, pois transforma a energia proveniente do
Sol em energia química para as diversas atividades metabólicas
dos seres vivos.

I) VACÚOLOS
Os vacúolos são estruturas típicas das células vegetais e ocupam a maior parte do
volume celular. Têm como principal função armazenar água e outras substâncias, como
pigmentos, sais minerais, aminoácidos, carboidratos, látex etc. Participam de diferentes
mecanismos que controlam a quantidade de água no interior da célula.
 PAREDE CELULAR
A parede celular é uma estrutura típica dos vegetais, das células bacterianas e dos
fungos e tem como principal função dar proteção extra à membrana plasmática.
Difere por sua constituição química: nas bactérias, a parede celular é composta por
substâncias complexas, formadas por carboidratos e proteínas; nos vegetais, é composta por
celulose, um carboidrato estrutural resistente; nos fungos, por quitina, um carboidrato
nitrogenado.