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INSTITUTO PROMINAS

CURSO: DIREITO ADMINISTRATIVO


DISCIPLINA: DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
ALUNA: MARIA SANTOS

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO

RESUMO

DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

EDITORA PROMINAS E ORGANIZADORES. Docência no Ensino Superior. In:


MATERIAL DIDÁTICO, 2019, pp. 5 – 51.

Todas as sociedades e povos buscam o desenvolvimentoque somente o conhecimento


poderá proporcionar-lhes. As universidades tem origem na Europa medieval e a Igreja,
enquanto instituição dominante, as criaram e dirigiram por muitos séculos. Somente no século
XI teriam sido criadas as primeiras universidades laicas em Paris e Oxford, dedicadas ao
ensino da medicina, da leis, da astronomia e da lógica. No século XV elas se estenderiam pelo
velho continente e, enquanto locusde relativa liberdadee pensamento crítico, foram
decisivaspara a inovação e formação de uma nova cultura da qual resultaram o Renascimento
e o Iluminismo.

O Brasil colonial conheceu apenas a escola de ler e escrever e de catequese dirigidas


pelos padres jesuítas. Em 1550 os jesuítas fundaram o primeiro colégio da Bahia, onde
prosperou, além da catequese, o correspondente ao ensino fundamental e médio. Essas escolas
se multiplicaram por meio das missões, em grande parte da colônia. Mas, somente com o
advento da República (1889), o Estado nacional daria alguma prioridade à educação formal.

O ensino superior chegou ao Brasil,em 1808,com a instalação da corte real


portuguesa e visava atender à elite dominante. Neste mesmo ano, seriam criadas as faculdades
de medicina e engenharia do Rio de Janeiro e a faculdade de medicina da Bahia. Atualmente,o
sistema universitárioé composto de instituições públicas (federais e estaduais), confessionais e
privadas e a carreira universitária é organizada em blocos de ciências afins. O MEC determina
um currículo mínimo e os mecanismos de acesso e financiamento, especialmente da pós-
graduação, que dispõe de programas de bolsas. Agora a educação é matéria
constitucional,integrante dos direitos sociais e regulada em todos os níveis, pela Lei 9.394/96,
de Diretrizes e Bases da Educação. Às universidades, enquanto instituições pluridisciplinares,
compete a formação profissional de nível superior, o domínio e o cultivo do saber, obedecido
o princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, com vista a formar
cidadãos conscientes e engajados na sociedade.

À universidade é conferida autonomia científica, administrativa,financeira e


patrimonial.O processo de avaliação e qualidade do ensino superior, sob responsabilidade do
MEC, aponta, entretanto, deficiências no ensino universitário. No Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes – ENADE, de 2017, das 2.066 instituições avaliadas, apenas 35,
ou 1,6% do total, obtiveram nota máxima, enquanto 278 instituições, ou 13,45% do total,
ficaram abaixo do limite de qualidade esperado.

O Decreto 9.057/2017 define educação à distância a modalidade de ensino


aprendizagem mediada didática e pedagogicamentepela utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação. Auniversidade, por seucompromisso social com o avanço do
conhecimento e da inovação deve levar à graduação e cursos latu sensu as plataformas EAD.

O bacharelado prepara profissionais para o mercado, a licenciatura prepara


professores para o ensino fundamental e médio.Os cursostecnológicos, de menor duração e
áreas específicas, justificam-sepor nichos especiais.O mestrado inicia a carreira docente eo
doutorado habilita à pesquisa eao desenvolvimento denovos conhecimentos. A extensão
promovea interação universitária com a comunidade, levando capacitação, elaborando
políticas públicas, projetos sociais e ambientais e fomentando a socialização do saber.

A didática é a teoria geral do ensino e Comenius, com sua Didática Magna,no séc.
XVII, propõe a arte de ensinar tudo a todos. Entretanto, a didática sozinha não dá conta da
transmissão do saber. O docente deve ainda estar munido de amplo domínio da ciência e sua
formação deve estimular a interação entre ciência, reflexão e crítica, buscando superar o
empirismo pedagógico. A didática, enquanto arte de ensinar, proporciona ordem, clareza e
simplificação dos conteúdos, bem como sistematiza a transmissão do saber.

A prática pedagógica no ensino superior enfrenta constantes tensões e desafios,


devendo articular-se com a teoria. É desejável que docentes principiantes aprendam com os
docentes mais experientes e saibam valorizar o esforço coletivo. Por outro lado, faz-se
necessário compreender a dimensão humana e histórica da docência e a necessidade de
reiterar a articulação ensino, pesquisa e extensão.
A metodologia opera com juízos de realidade e a didática opera com juízos de valor.
É assim que, para eleger o método adequado deve-se conhecer todos os métodos. A
metodologia dialética é conhecimento não transferido mas construído. Pela teoria dialética, o
aluno percorre etapas na aprendizagem: síncrese, análise e síntese. Nela, mobiliza-se para o
conhecimento, constrói-se o saber e realiza-se a síntese do conhecimento. A articulação de
componentes curriculares direciona para a reflexão e problematização do futuro profissional.

Na docência, além do ensino, pesquisa e extensão, realizam-se ainda as orientações


acadêmicas (monografias, dissertações e teses), estabelecem-se relações com outras
universidades do país e do mundo, além da interação com os órgãos de pesquisa, reforçando o
caráter teórico, prático, nacional e internacional da formação.

O planejamento estratégico superior do ensino, com seus conteúdos, prazos,


métodos, custos, responsabilidades e avaliações periódicas exige treinamento adequado, troca
de experiências e motivação como condição do sucesso dessa ferramenta. Ele projeta, de
modo sistemático, o futuro das instituições, garantindo-lhes as aspirações de longo prazo.
Situada entre a missão institucional e os planos operacionais da organização, a estratégia
carrega consigo respostas às questões-chave do planejamento estratégico. As operações são
passos que, quando bem executados, realizam a estratégia.

Quanto à avaliação, para além de guardar relação com as finalidades mais gerais da
educação, ela só faz sentido quando avalia não somente a aprendizagem e o aprendiz, mas
também quando opera a crítica ao ensino, sua didática e seu método,e ao professor.

Não há avanços sociais sem acesso às novas tecnologias e nesse contexto o ensino à
distância emerge como modalidade indispensável aos tempo atuais. Enquanto alternativa
educacional, essa modalidade caracteriza-se pela separação física entre professores e alunos (e
de alunos entre si) durante o ato pedagógico da instrução, cuja mediação se faz em tempo real,
através de recursos tecnológicos avançados. Ele deve ser realizado por meio de instituições
educacionais consagradas com uso de métodos adequados, em ambiente de aprendizagem
acadêmico e nunca de forma espontânea ou empírica.

O slide lanterna foi o primeiro equipamento tecnológico usado na educação


presencial, ainda no século XIX. As práticas de recitação oral tradicionais, em vigorno século
XX, cederam espaço a novas teorias focadas em abordagens visuais no processo de ensino
aprendizagem.Em que pese as resistências ainda persistirem, o ensino à distância cresce
resoluto e o MEC reconhece que ele pode ser implantada na educação básica, na educação
técnica de nível médio e na educação superior.

Dentre os recursos que facilitam o acesso à informação estão os chats, os correios


eletrônicos, as plataformas do google, as videoconferências e as live. As novas tecnologias
disponíveis, associadas à internetconstituem a revolução mais marcante já conhecida depois
das grandes navegações e chegaram para transformar, de modo avassalador, o mundo e o
tempo em que vivemos. A educação deve fazer uso inteligente delas.Os especialistas devem
ser desafiados a aferirem os impactos dos modelos de educação presencial e da EAD sobre os
estudantes para posteriores análises comparativas.

Hoje, os ambientes virtuais de aprendizagem disponibilizam, mais e mais acesso


contínuo a professores, bibliotecas e trocas de experiências entre alunos. Enquanto o modelo
tradicional favorece a socialização, a EAD ainda não estimulasuficientemente a comunicação
entre alunos. A falta de conexão emocional e física entre alunos pode, em alguns casos, tornar
mais lento o processo de aprendizagem. Instituições e professores devem estar atentos a esses
desafios e buscar superá-los por meio de atendimento personalizado.

Mesmo casos de resistência ao modelo EAD e ainda, a insegurança e a baixa resposta


da comunidade estudantil a investimentos no desenvolvimento e implantação de modelos de
AVA em universidades devem ser compreendidas como parte de um período de
adaptação.Mas, conteúdos mal projetados,o sentimento de isolamento dos alunos e a crença
de que a EAD é inferior ao ensino presencial podem concorrer para a desmotivação de alunos
e professores.

Em que pese os desafios, a EAD já é uma realidade do presente. O Brasil dispõe de


conectividade à internet em escala suficiente para suportar grandes volumes de transporte de
dados, as universidades projetam investimentos nessa modalidade de ensino e muitos cursos
migram nessa direção, com satisfatória demanda, graças ao crescente acesso popular à
conectividade e à flexibilidade de horários e metodologias de ensino.

O novo professor deixará de repassar conhecimentos, passando a criar ambientes de


aprendizagem e facilitação do processo de desenvolvimento intelectual do aluno.O
profissional da docência deverá reavaliar sua prática pedagógica e buscar soluções
tecnológicas inovadoras, científicas e didáticas, adaptando-se aos desafios de um mundo
repleto de ambiguidades e incertezas, cuja única segurança repousa sobre uma sólida e
continuada formação intelectual, capaz de sensibilizá-lo quanto às mudanças do mundo que o
cerca, revendo e atualizando conhecimentos, habilidades e destrezas didático-pedagógicas.

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