Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
24 de Outubro de 2010
2
goncalve@uel.br
01.07.2010
Conteúdo
3
4 CONTEÚDO
3 Oscilações 153
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
3.2 O Oscilador Harmônico Simples . . . . . . . . . . . . . . . . 154
3.3 Oscilações Harmônicas em Duas Dimensões. . . . . . . . . . 158
3.3.1 Solução da equação de movimento (3.13) em coor-
denadas cartesianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
3.3.2 Solução da equação de movimento (3.13) em coor-
denadas polares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
3.3.2.1 Solução via Equação de Movimento . . . . 160
3.3.2.2 Solução via Integral Primeira de Movimento. 163
4 Gravitação 165
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
4.2 O Potencial Gravitacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
4.2.1 O Significado Físico do Potencial Gravitacional . . . 170
4.3 A Lei de Gauss e a Equação de Poisson . . . . . . . . . . . . 172
Appendix 178
Índice 192
6 CONTEÚDO
Lista de Figuras
7
8 LISTA DE FIGURAS
11
12 LISTA DE TABELAS
Capítulo 1
1.1 Introdução
A descrição1 de um dado fenômeno físico, deve ser independente da esco-
lha do sistema de coordenadas utilizados para descrevê-lo, por exemplo a
escolha de coordenadas polares, cartesianas ou esféricas não deve interferir
no resultado final. Isto porque uma medida de uma determinada grandeza
física tal como velocidade de uma partícula ou sua massa não pode ser
afetada pela escolha do sitema de coordenadas. Certamente essa escolha
é determinada pela simplicidade da forma que as equações de movimento
terão num dado sitema de coordenadas.
Neste contexto, a descrição de fenômenos físicos utilizando o forma-
lismo vetorial é apropriado já que permite apresentar as equações de forma
concisa, compacta, de forma invariante com relação as transformações or-
togonais e independente da origem do sistema de coordenadas.
O conceito de vetor como uma quantidade que possui módulo, direção
e sentido é útil para o desenvolvimento conceitual e para uma identifica-
ção mais direta (menos abstrata) de algumas grandezas físicas. Conside-
rando que o estudante já possui este conhecimento, os vetores são discuti-
dos no contexto de matrizes para evidenciar suas propriedades com relação
as transformações de coordenadas. A notação matricial e a convenção de
soma de Einstein serão amplamente utilizadas em todas as operações com
matrizes, objetivando expor ao estudante a notação utilizada no forma-
lismo tensorial.
1
O material deste capítulo é, em parte, baseado na referência 5.
13
14 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
M (1, 2) = vermelho,
M (2, 2) = verde.
Já, no sitema S 0 a cor é representada pelo par de números (x0 , y 0 ), por
exemplo
M 0 (1, 410 ; 1, 410 ) = verde.
Como a cor ou a massa não mudam quando descritos ou medidos com
relação a diferentes sistemas de coordenadas, definimos um escalar como
uma grandeza que sob transformação de coordenadas transforma-se
como
M (x, y) = M 0 (x0 , y 0 ). (1.1)
Em conclusão, a massa ou “cor ” de uma partícula pode ser descrita por
um número com relação a um dado sistema de coordenadas, entretanto
1.3. TRANSFORMAÇÃO DAS COORDENADAS 15
a = x1 cos θ, b = x2 sin θ,
(1.2)
c = x1 sin θ, d = x02
c + d = x2 cos θ,
(1.3)
a + b = x01 ,
π
x01 = x1 cos θ + x2 sin θ = x1 cos θ + x2 cos −θ ,
2 (1.4)
0
π
x2 = −x1 sin θ + x2 cos θ = x1 cos θ + + x2 cos θ.
2
2
Sistema de coordenadas: Conjunto de três retas perpendiculares fixas com origem nas
intersecções, utilizado para localizar pontos no espaço.
3
O sistema S 0 pode ser obtido de forma geral por rotação e translação, para a discussão
inicial será considerada somente rotação
16 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
(x0i , xj ),
e o número cos(x0i , xj ) por
= cos(x01 ,
λ11 x1 ) = cos θ,
= cos(x01 , x2 ) = cos( π2 − θ) = sin θ
λ
12
λ21 = cos(x02 , x1 ) = cos( π2 + θ) = − sin θ,
= cos(x02 ,
λ22 x2 ) = cos θ.
Destas equações encontramos que
A transformação inversa é
x1 = x01 cos(x01 , x1 ) + x02 cos(x02 , x1 ) + x03 cos(x03 , x1 )
= x01 λ11 + x02 λ21 + x03 λ31
= λ11 x01 + λ21 x02 + λ31 x03 ,
18 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
λ11 λ12 λ13
λ = λ21 λ22 λ23 . (1.9)
λ31 λ32 λ33
1 0 0
λ = 0 0, 866 0, 5 .
0 −0, 5 0, 866
Utilizando as equações (1.7), encontra-se que
e consequentemente
2 2 2
O(α, β, γ) = O(α, β, γ)xy + Ox3
2
cos2 α + cos2 β + cos2 γ ,
= O(α, β, γ)
porem, das equações anteriores obten-se que sin2 θ = cos2 α + cos2 β, que
substituida na equação anterior fornece a equação
que não será demonstrada aqui mas será pedida como problema.
0
Considere que o seguimento OP da figura (1.4) seja um dos eixos do
sistema de coordenadas S 0 , por exemplo o eixo x01 . Isto possibilita identifi-
car os cosenos diretores com os parâmetros λij , e de fatos são as mesmas
quantidades! Neste caso à equação (1.11) corresponderá a relação
λ211 + λ212 + λ213 = 1, (1.13)
devido a correspondencia
λ11 = cos(x01 , x1 ) = cos α,
λ12 = cos(x01 , x2 ) = cos β,
λ13 = cos(x01 , x3 ) = cos γ,
4
Para obter esta relação utilize a lei dos cosenos
1.4. PROPRIEDADES DAS MATRIZES DE ROTAÇÕES 23
e
3
X
λ1j λ2j = 0.
j=i
Quando escritas para todos os três eixos obtem-se três equações do tipo
(1.100) e três do tipo (1.14), todas podem ser escritas em uma forma com-
pacta como
3
X
λ2ij = 1, i = 1, 2, 3.
j=1
(1.15)
3
X
λik λjk = 0, i, j = 1, 2, 3.
k=i
3
X
λik λjk = δij , i, j = 1, 2, 3. (1.16)
k=1
Note a posição dos índices que são somados. Eles estão no local das coorde-
nadas do sistema com linha, isto expressa a ortogonalidade do sistema sem
linha6 . Em resumo a equação 1.16 expressa uma transformação ortogonal
entre dois sistemas de coordenadas, o S que é ortogonal por escolha e o S 0
que foi girado com relação a S e escolhido ortogonal (θ = π/2 na equação
(1.12)). Já, a equação (1.19) também expressa uma transformação ortogo-
nal entre dois sistemas de coordenadas, só que neste caso o sitema girado
foi o S e para ele foi feita a escolha do valor θ = π/2, para o angulo entre
seus eixos.
Finalmente é necessário acrescentar que nada impede que ao invés de
girar o sistema de coordenadas, giremos o estado7 ou o ponto representa-
tivo 8 do sistema. Esta situação está esquematizada na figura 1.6.
6
Na equação 1.12 aplicada a esta situação devemos escolher o angulo θ = π/2, indi-
cando que ois eixos do sistema de coordenadas S são ortogonais.
7
O estado do sistema pode ser representado por uma função de onda no espaço de
Hilbert
8
Neste caso o estado do sistema pode ser representado por um ponto no espaço de
configuração ou um ponto no espaço de fase.
1.4. PROPRIEDADES DAS MATRIZES DE ROTAÇÕES 25
x1 = OP cos α,
x2 = OP sin α.
na forma matricial
x01
λ11 λ12 λ13 x1
x0 = λx ⇐⇒ x02 = λ21 λ22 λ23 x2 , (1.22)
x02 λ31 λ32 λ33 x2
que após ser múltiplicada adquire a forma
x01 = λ11 x1 + λ12 x2 + λ13 x3
x02 = λ21 x1 + λ22 x2 + λ23 x3 . (1.23)
0
x3 = λ31 x1 + λ32 x2 + λ33 x3
xi = λji x0j
= λtij x0j =⇒ (1.29)
x = λ t x0 ,
ou na forma matricial
0
x1 λ11 λ21 λ31 x1
x2 = λ12 λ22 λ32 x02 , (1.30)
x2 λ13 λ23 λ33 x02
Definition 1.6.2. Matriz Identidade é a matriz que ao multiplicar qualquer
outra não altera esta última.
Representando a matriz identidade por 1 ou I e uma matriz genérica
qualquer por A teremos
IA = AI = A.
A matriz identidade (ou unidade) I é diagonal e possui elememtos 0 ou 1,
em três dimensões ela possui a forma
1 0 0
I= 0 1 0 , (1.31)
0 0 1
e seus elementos de matrix Iij podem ser representados com a utilização da
delta de Kronecker
Iij = δij . (1.32)
Como uma interessante aplicação da matriz transposta, considere o pro-
duto da matriz λ por sua transposta λt em duas dimensões
t λ11 λ12 λ11 λ21 λ211 + λ212 λ11 λ21 + λ22 λ12
λλ = = .
λ21 λ22 λ12 λ22 λ11 λ21 + λ22 λ12 λ221 + λ222
1.6. ALGUMAS PROPRIEDADES E DEFINIÇÕES ADICIONAIS 29
AAt = I. (1.34)
aa−1 = 1, a 6= 0 a ∈ R.
1
X−1 = (CofX)t , (1.37)
det X
onde det X é o determinante da matriz X calculado, por exemplo, da forma
para uma matriz X3×3. Os termos x1i , x2j , x3k representam os elemen-
tos das linha 1, 2 e 3, respectivamente da matrix X. O simbolo εijk precisa
ser definido! Ele é denominado de simbolo totalmente antisimétrico defi-
nido como
1,
se i, j, k são permutações pares de 1,2,3, e i 6= j 6= k;
εijk = 0 se pelo menos um índice (qualquer) for repetido,
−1 se i, j, k são permutações ímpares de 1,2,3, e i 6= j 6= k.
(1.39)
Alguns exemplos:
ε123 = 1,
ε231 = ε123=1,
ε132 = −ε123 = −1,
ε321 = ε213 = −ε123 = −1,
ε121 = ε223 = 0.
i · (k × j) = 1,
i · (j × k) = −1,
i · (k × i) = 0.
aij ≡ (−1)i+j Mij = (−1)i+j det B(n−1)×(n−1) |sem linha i; sem coluna j . (1.41)
2+1
b12 b13
1+2
a21 = (−1) M21 = (−1) = −(b12 b33 − b32 b13 );
b32 b33
2+2 b11 b13
2+2
a22 = (−1) M22 = (−1) = b11 b33 − b31 b13 ;
b31 b33
2+3 b11 b12
2+3
a23 = (−1) M23 = (−1) = −(b11 b32 − b31 b12 );
b31 b32
1+3 b12 b13
1+3
a31 = (−1) M31 = (−1) = b12 b23 − b22 b13 ;
b22 b23
3+2 b11 b13
3+2
a32 = (−1) M32 = (−1) = −(b11 b23 − b21 b13 );
b21 b23
3+3 b11 b12
3+2
a33 = (−1) M33 = (−1) = b11 b22 − b21 b12 .
b21 b22
32 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
x2 = λ2 x,
que podemos usar para construir a transformação composta de duas trans-
formações sucessivas
x0 = λ1 x,
(1.45)
x00 = λ2 x0 = λ2 λ1 x.
34 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
x001
1 0 0 0 1 0 x1
x002 = 0 0 1 −1 0 0 x2
x002 0 −1 0 0 0 1 x2
0 1 0 x1 x2
= 0 0 1 x2 = x3 .
1 0 0 x2 x1
0 1 0 1 0 0 0 0 1
λ4 = λ1 λ2 = −1 0 0 0 0 1 = −1 0 0 = 6 λ3. ,
0 0 1 0 −1 0 0 −1 0
(1.47)
implicando em uma diferente orientação final dos eixos.
(AB)t = Bt At , (1.50)
[µλ]t = λt µt , (1.51)
λt = λ−1 =⇒
λλt = λλ−1 = I.
Utilizando as propriedades que serão pedidas como problemas
det λt = det λ, (1.53)
det(AB) = det A det B, (1.54)
encontra-se que
det λλt = det λ det λt = (det λ)2 = det I = 1 =⇒ det λ = ±1. (1.55)
A equação (1.55) posui um importante significado: todas as trasnformações
ortogonais possuem determinante ±1, as rotações, também denominadas de
transformações próprias possuem determinante igual a 1 enquanto que as
inversões, ou transformações impróprias possuem o determinante −1. Um
resultado muito importante é que uma transformação própria não pode ser
reduzida a imprópria e vice-versa, assim não é possível pela composição de
várias rotações obter uma reflexão!
Ainda que um pouco fora do contexto do curso, observamos que a pró-
priedade de o determinante de transformações ortogonais possuir os va-
lores ±1possibilita classificar o grupo de rotações em duas categorias dis-
juntas: o das transformações próprias ou rotações e o das trasnformações
impróprias ou reflexões. Existem outras transformações.
ξφ = ψ, é um escalar. (1.62)
Na equação (1.61) assumimos que o resultado da multiplicação de um es-
calar por um vetor, resulta em um vetor. De fato este resultado deve ser
verificado e isto pode ser feito utilizando a definição de vetor. Se B é um
vetor ele deve se transformar como
cos(A, B) = ΛA B
i Λi , (1.66)
42 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
onde
Ai Bi
ΛA
i ≡
, ΛB
i ≡ . (1.67)
A B
Utilizando as equações (1.66) e (1.67), a equação (1.65) pode ser reescrita
como
A·B
= cos(A, B) =⇒ A · B = AB cos(A, B) , (1.68)
AB
Proposition 1.10.1. O produto interno de dois vetores é uma grandeza esca-
lar.
Demonstração. A e B são vetores portanto transformam-se sob a matriz
ortogonal λ da forma
A0i = λij Aj , Bi0 = λij Bj ;
e o produto interno desses vetores ´e
A0 · B0 = λij λik Aj Bk = δjk Aj Bk = Ak Bk = A · B,
utilizando a equação (1.16). Este resultado, ou seja
A0 · B0 = A · B (1.69)
1.11. VETORES UNITÁRIOS 43
A · B = Ai Bi = Bi Ai = B · A
A · (B + C) = Ai (B + C)i = Ai (Bi + Ci ) = Ai Bi + Ai Ci = A · B + A · C.
i, j, k em coordenadas cartesianas,
e1 , e2 , e3 em um sistema de coordenadas curvilineares qualquer,
er , eθ , eφ em coordenadas esféricas,
r̂, θ̂, φ̂ em coordenadas esféricas.
(1.73)
Analogamente, um vetor pode ser representado por uma das seguintes for-
mas
A = (A1 , A2 , A3 ),
A = A1 e1 + A2 e2 + A3 e3 , (1.74)
A = A1 i + A2 j + A3 k.
A = A i ei ,
Ai = ei · A, i = 1, 2, 3. (1.75)
ei · ej = δij , (1.76)
C=A×B (1.77)
Ci ≡ εijk Aj Bk , (1.78)
C1 = ε123 A2 B3 + ε132 A3 B2
= A2 B3 − A3 B2 ;
(1.79)
C2 = A3 B1 − A1 B3 ;
C3 = A1 B2 − A2 B1 .
A · (B × D) = D · (A × B).
A · (B × D) = Ai εijk Bj Dk
= Ai εkij Bj Dk
= Dk εkij Ai Bj
= D · (A × B).
C0 = A0 × B0 = (λA) × (λB)
De outra forma
C0 = λC =⇒
(1.84)
Ci0 = λij Cj = λij εjkl Ak Bl ,
que concorda plenamente com o resultado anteiror. As equações (1.81)
(1.83) expressam o resultado do produto vetorial das componentes trans-
formadas, enquanto que a equação (1.84) é a transformação do produto
vetorial. Os dois resultados são iguais e se transformam segundo a lei de
transformações de vetores.
A seguir demonstramos alguma propriedades básicas do produto veto-
rial:
(A × B) × C = εijk ei εjpq Ap Bq Ck
= − (δip δkq − δiq δkp ) ei Ap Bq Ck
(1.87)
= ei Ak Bi Ck − ei Ai Bk Ck
B(A · C) − A(B · C).
Comparando as equações (1.86) e (1.87) conclui-se que
A × (B × C) 6= (A × B) × C, (1.88)
ou seja o produto vetorial de três vetores não é associativo.
Nos cálculos anteriores utilizamos uma importante propriedade do ten-
sor de Levi-Civita, cuja demonstração será pedida como problema;
εijk εipq = δjp δkq − δjq δkp . (1.89)
d d
A(s) = Ai (s)ei (s), (1.96)
ds ds
em geral. No sistema de coordenadas cartesianos os vetores unitários são
constantes, portanto não dependem do parâmetro s, qualquer que seja, e a
expressão anterior reduz-se a
d d
A(s) = ei Ai (s), (1.97)
ds ds
em um sistema de coordenadas Cartesianos! Coloca-se agora a seguinte
questão: A derivada de um vetor também é um vetor? Para responder a
esta questão utiliza-se a definição de vetor! Em outras palavras, deve-se
verificar como se comporta a derivada sob uma transformação ortogonal
11
. Considere então a derivada das componente do vetor A no sistes S 0 ,
sendo que d/ds = d/ds0 tem-se que
0
dA0i
d dAj dAi dAj
0
= 0 λij Aj = λij =⇒ = λij ( ). (1.98)
ds ds ds ds ds
Ou seja, as grandezas dAi /ds trasnformam como as componentes de um
vetor e por isto são as componentes de um vetor que na forma vertorial
escrevemos como aparece na equação (1.96).
As condições de analíticidade das funções e a existência das derivadas
também se aplicam ao vetores (certamente porque os vetores são campos
ou funções com várias variáveis)12 . Estendendo a definição de derivada de
11
O motivo de introduzir uma notação diferente para a componente Ai do vetor A é que
em coordenadas curvilineares tem-se os coeficientes de Lamé multiplicando cada compo-
nente, ou seja a expressão para um vetor em termos de suas componentes em coordenadas
cartesianas é
A = Ai ei ,
entretanto, em coordenadas curvilineares ortogonais a expressão é
A = Aξ eξ .
12
As condições de exitência ou continuidade de uma função em um ponto são:
f (z0 ) existe;
lim f (z) existe,
z→z0
d dA dB
(A + B) = + , (1.100)
ds ds ds
d dA dB
(A · B) = ·B+A· , (1.101)
ds ds ds
d dA dB
(A × B) = ×B+A× , (1.102)
ds ds ds
d dφ dB
(φB) = B+φ . (1.103)
ds ds ds
13
Exemplos clássicos de campos vetorias que descrevem fenômenos físicos são, por
exemplo, o campo gravitacional e eletromagnéticos. Estes campos não são analíticos para
partículas puntiformes! Eles possuem singularidades na origem do sistema de coordena-
das.
1.14. EXEMPLOS DE DERIVADAS 53
dr(t)
v(t) ≡ = ṙ(t), (1.105)
dt
dv(t) d2 r(t)
a(t) ≡ = v̇(t) = = r̈(t). (1.106)
dt dt2
Nesta notação os pontos sobre as variáveis dinâmicas representam deriva-
das com relação ao tempo: um ponto significa derivada primeira e dois
pontos, derivada segunda. Em coordenadas cartesianas retangulares os ve-
tores posição, velocidade e aceleração podem ser escritos como
r = x1 e1 + x2 e2 + x3 e3 = xi ei
Vetor posição,
v = ṙ = ẋi ei Vetor velocidade, (1.107)
a = v̇ = r̈ = ẍi ei Vetor aceleração .
ea · eb = δab , (1.109)
ea × eb = εabc ec (1.110)
ea = λai ei , a, i = 1, 2, 3. (1.113)
ei = λia ea . (1.114)
F = F a ea , Fa = F · ea . (1.119)
Fa = F · ea = F · (λai ei ) = λai F · ei
= λai Fi = λa1 F1 + λa2 F2 + λa3 F3 .
A expressão inversa é
Fi = F · ei = F · (λia ea ) = λia F · ea
= λia Fa = λiξ1 Fξ2 + λiξ2 Fξ2 + λiξ3 Fξ3 .
Em resumo, as equações
Fa = λai Fi ,
(1.120)
Fi = λia Fa ,
1.15. COORDENADAS CURVILINEARES 57
λt = λ−1 .
r = xi + yj + zk = r(x, y, z),
x = x(ρ, φ, z) = ρ cos φ,
y = y(ρ, φ, z) = ρ sin φ,
z = z(ρ, φ, z) = z.
Ou as transformações inversas
x
tan φ = ,
y
ρ 2 = x2 + y 2 .
de escala, ha :
s 2 2 2
∂x ∂y ∂z
hρ = + +
∂ξ1 ∂ξ1 ∂ξ1
s
2 2 2
∂x ∂y ∂z
= + +
∂ρ ∂ρ ∂ρ
q
= (cos φ)2 + (sin φ)2 + (0)2
= 1;
s 2 2 2
∂x ∂y ∂z
hφ = + +
∂ξ2 ∂ξ2 ∂ξ2
s
2 2 2
∂x ∂y ∂z
= + +
∂φ ∂φ ∂φ
q
= (−ρ sin φ)2 + (ρ cos φ)2 + (0)2
= ρ;
hz = 1.
Colecionando os resultados anteriores
hρ = 1,
hφ = ρ, (1.128)
hz = 1.
s 2 2 2
∂x ∂y ∂z
hr = + +
∂ξ1 ∂ξ1 ∂ξ1
s
2 2 2
∂x ∂y ∂z
= + +
∂r ∂r ∂r
q
= (sin θ cos φ)2 + (sin θ sin φ)2 + (cos θ)2
= 1;
s 2 2 2
∂x ∂y ∂z
hθ = + +
∂ξ2 ∂ξ2 ∂ξ2
s
2 2 2
∂x ∂y ∂z
= + +
∂θ ∂θ ∂θ
q
= r (cos θ cos φ)2 + (cos θ cos φ)2 + (− sin θ)2
= r;
s 2 2 2
∂x ∂y ∂z
hφ = + +
∂ξ3 ∂ξ3 ∂ξ3
s
2 2 2
∂x ∂y ∂z
= + + ξ˙b
∂φ ∂φ ∂φ
q
= r (− sin θ sin φ)2 + (sin θ cos φ)2 + (0)2
= r sin θ.
hr = 1
hθ = r, (1.132)
hφ = r sin θ.
1 ∂s
er = = sin θ cos φi + sin θ sin φj + cos θk,
hr ∂r
1 ∂s
eθ = = cos θ cos φi + cos θ sin φj − sin θk, (1.133)
hθ ∂θ
1 ∂s
eφ = = − sin φi + cos φj.
hφ ∂φ
er · ei er · ej er · ek sin θ cos φ sin θ sin φ cos θ
λ = eθ · ei eθ · ej eθ · ek = cos θ cos φ cos θ sin φ − sin θ .
eφ · ei eφ · ej eφ · ek −ξ˙b sin θ cos φ 0
A matriz inversa é
sin θ cos φ cos θ cos φ − sin θ
λ−1 = sin θ sin φ cos θ sin φ cos φ ,
cos θ − sin θ 0
i sin θ cos φ cos θ cos φ − sin θ er
j = sin θ sin φ cos θ sin φ cos φ eθ
k cos θ − sin θ 0 eφ
er sin θ cos φ + eθ cos θ cos φ − eφ sin θ
= er sin θ sin φ + eθ cos θ sin φ + eφ cos φ ,
er cos θ − eθ sin θ
A expressão (1.136) deve ser utilizada com cuidado. Note que a grandeza
Sab é antisimétrica, Sab = −Sba por isto, por exempo em coordenadas car-
tesianas tem-se que:
1
dA1 = ε1bc Sbc = S23 = dx2 dx3 = dydz,
2!
1
dA2 = ε2bc Sbc = S31 = dx3 dx1 = dzdx,
2!
1
dA3 = ε3bc Sbc = S12 = dx1 dx2 = dxdy.
2!
Na expressão anterior,
g ≡ det(gab ) (1.138)
As expressões genéricas dos operadores diferenciais são
e
∇Ψ = ∂a Ψ, (1.139)
h a
1 A
∇·A= ∂a hξ1 hξ2 hξ3 , (1.140)
hξ1 hξ2 hξ3 h a
1
∇×A= εabc (eh)a ∂b (Ah)c , (1.141)
hξ1 hξ2 hξ3
" #
1 X hξ h ξ hξ
∇2 Ψ = ∂a 1 2 3
∂a Ψ (1.142)
hξ1 hξ2 hξ3 a h2ξa
1 √
∇2 Ψ = − √ ∂µ [ gg µν ∂ν Ψ] . (1.143)
g
Exemplos
Example 1.15.3. Seja o campo vetorial A = 5rer + 2 sin φeθ + 2 cos θeφ ,
expresso em coordenadas esféricas. Obtenha a expressão deste campo em
coordenadas cartesianas.
As equações que relacionam os dois sitemas, exemplo (1.15.2),
x = r sin θ cos φ,
y = r sin θ sin φ,
z = r cos θ,
y
tan φ = ,
x
p
x2 + y 2
tan θ = ,
p z
r = x2 + y 2 + z 2 .
z z
cos θ = =p ,
r x + y2 + z2
2
s
√
p
z2 x2 + y 2
sin θ = 1 − cos2 θ = 1 − = p ,
x2 + y 2 + z 2 x2 + y 2 + z 2 (1.144)
x xr x
cos φ = = p =p ,
r sin θ 2
r x +y 2 x + y2
2
y
sin φ = p .
x2 + y 2
1
er = p (xi + yj + zk) ,
x2 + y2 + z2
!
1 z(xi + yj) p 2
eθ = p p − x + y2k , (1.145)
x2 + y 2 + z 2 2
x +y 2
−yi + xj
eφ = p .
x2 + y 2
Utilizando as equações (1.144) e (1.145), o vetor A pode ser reescrito
como
!
2xyz 2yz
A = 5x + p −p p i
x2 + y 2 + z 2 (x2 + y 2 ) x2 + y 2 + z 2 x2 + y 2
!
2xy 2 z 2xy
+ 5y + p +p p j
x2 + y 2 + z 2 (x2 + y 2 ) x2 + y 2 + z 2 x2 + y 2
!
2y
+ 5z − p k
x2 + y 2 + z 2
1. Em coordenadas cartesianas:
1
(i∂x + j∂y + k∂z ) ln x2 + y 2 + z 2
∇φ =
2
x x x
= i 2 +j 2 +k 2
(x + y 2 + z 2 ) (x + y 2 + z 2 ) (x + y 2 + z 2 )
r er
= 2 = .
r r
2. Em coordenadas esféricas:
∇φ = (er ∂r + eθ r∂θ + eφ r sin θ∂φ ) ln r
= er ∂r ln r + eθ r∂θ ln r + eφ r sin θ∂φ ln r
er
= .
r
1. O divergente:
∇ · A = (i∂x + j∂y + k∂z ) · x2 zi − 2y 3 z 2 j + xy 2 zk
= ∂x x2 z − ∂y 2y 3 + ∂z xy 2 z
= 2xz − 6y 2 + xy 2 =⇒
∇ · A(1, −1, 1) = 2 − 6 · 1 + 1 = −3.
2. O rotacional:
∇ × A = εijk ei ∂j Ak
= i ∂y xy 2 z + ∂z 2y 3 z 2 + j ∂z x2 z − ∂x xy 2 z
k ∂x y 2 z − ∂z x2 z
= i 2xyz + 4y 3 z + j x2 − y 2 z − kx2 =⇒
3. O Laplaciano:
∇2 A = ∂x2 + ∂y2 + ∂z2 x2 zi − 2y 3 z 2 j + xy 2 zk
= 2xzi − 0j + y 2 zk + 0i − 6y 2 z 2 j + 2xyzk + x2 i − 4y 3 zj + xy 2 k
= i 2xz + x2 − j 6y 2 z 2 + 4y 3 z + k y 2 z + 2xyz + xy 2
1 3x2
=− +
(x2 + y 2 + z 2 )3/2 (x2 + y 2 + z 2 )5/2
2x2 − y 2 − z 2
= ;
(x2 + y 2 + z 2 )5/2
1 2y 2 − x2 − z 2
∂y2 p = ;
x2 + y 2 + z 2 (x2 + y 2 + z 2 )5/2
1 2z 2 − x2 − z 2
∂z2 p = .
x2 + y 2 + z 2 (x2 + y 2 + z 2 )5/2
68 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
2. Em coordenadas esféricas:
2 1 2
1 1
∇ψ= ∂r r sin θ∂r + ∂θ (sin θ∂θ ) + ∂φ ∂φ
r² sin θ sin θ r
1 1 1
= 2 ∂r r2 ∂r = − 2 ∂r (1) = 0, para r 6= 0.
r r r
ds = ds(t) = (he)a dξa = hξ1 dξ1 eξ1 + hξ2 dξ2 eξ2 + hξ3 dξ3 eξ3 ,
a = (ḣξ1 ξ˙1 + hξ1 ξ¨1 )eξ1 + (ḣξ2 ξ˙2 + hξ2 ξ¨2 )eξ2 + (ḣξ3 ξ˙3 + hξ3 ξ¨3 )eξ3
(1.148)
+ hξ ξ˙1 ėξ + hξ ξ˙2 ėξ + hξ ξ˙3 ėξ .
1 1 2 2 3 3
1.16. OS VETORES POSIÇÃO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO EM COORDENADAS CURVILINEARES
Nesta expressão deve estar claro que as derivadas totais com relação ao
parâmetro t dos fatores de escala e vetores unitário são da forma
∂hξa dξb ∂hξa ˙
ḣξa = = ξb ; (1.149)
∂ξb dt ∂ξb
∂ea dξb ∂ea ˙
ėa = = ξb (1.150)
∂ξb dξ˙b t ∂ξb
ds
v= = ṙer + rφ̇eφ , (1.155)
dt
que é a expressão para a velocidade de uma partícula em coordenadas
polares. A aceleração é
dv
a= = r̈er + ṙφ̇eφ + (ṙφ̇ + rφ̈)eφ − rφ̇2 er
dt (1.156)
= (r̈ − rφ̇2 )er + (2ṙφ̇ + rφ̈)eφ .
hρ = 1,
hφ = ρ,
hz = 1;
A aceleração é
dv
a= = ρ̈eρ + (ρ̇φ̇ + ρφ̈)eφ + z̈k
dt
+ ρ̇φ̇eφ − ρφ̇φ̇eρ (1.160)
= ρ̈ − ρφ̇2 eρ + 2ρ ˙ φ̇ + ρφ̈ eφ + z̈k.
hr = 1,
hθ = r,
hφ = r sin θ;
A aceleração é
dv
a= = r̈er + ṙθ̇ + rθ̈ eθ + ṙ sin θφ̇ + r cos θθ̇φ̇ + r sin θφ̈ eφ
dt
+ ṙ θ̇eθ + φ̇ sin θeφ + rθ̇ −θ̇er + φ̇ cos θeφ − r sin θφ̇2 (sin θer + cos θeθ )
= r̈ − rθ̇2 − r sin2 θφ̇2 er + ṙθ̇ + rθ̈ + ṙθ̇ − r sin θ cos θφ˙2 eθ
+ ṙ sin θφ̇ + r cos θθ̇φ̇ + r sin θφ̈ + ṙφ̇ sin θ + rθ̇φ̇ cos θ eφ ,
(1.165)
R = r sin α,
v = rω sin α,
v =ω×r (1.169)
1 δα 0
λ5 (δα) = −δα 1 0 ,
0 0 1
1 δβ 0
λ5 (δβ) = −δβ 1 0 .
0 0 1
Considere as seguintes composições de rotações com potencias lineares dos
angulos infinitesimais, ou seja desprezamos termos O(δα2 ) e O(δβ 2 ):
1 δβ 0 1 δα 0
λ5 (δβ)λ5 (δα) = −δβ 1 0 −δα 1 0 ,
0 0 1 0 0 1
1 δα + δβ 0
∼ −δβ − δα 1 0 ;
0 0 1
1 δα 0 1 δβ 0
λ5 (δα)λ5 (δβ) = −δα 1 0 −δβ 1 0
0 0 1 0 0 1
1 δβ + δα 0
∼ −δα − δβ 1 0 .
0 0 1
δθ dθ
ω = lim e = e = θ̇e. (1.170)
δt→0 δt dt
A demonstração geométrica é mais elegante. Para isto considere nova-
mente a aplicação de duas rotações finitas sucessivas representadas pelas
matrizes λ3 e λ4 dadas pelas equações (1.46) e (1.47). Faça uma corres-
pondência um a um entre essas rotações e os vetores A e B, então a soma
dos vetores A + B corresponde o produto matricial λ3 λ4 e a soma B + A
o produto matricial λ4 λ3 . Entretanto A + B = B + A, mas λ3 λ4 6= λ4 λ3 ,
portanto não podemos associar vetores a rotações finitas!
76 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
∂φ
dφ = dxi = ∇φ · dx = |∇φ| |dx| cos θ.
∂xi
O significado desta equação é: a variação no valor do campo escalar dφ é
igual ao produto do módulo do gradiente, pelo módulo do deslocamento,
pelo cosseno do angulo entre eles. Considere que |dx| = 6 0 e que seu mó-
dulo possui o mesmo valor para todas direções θ; fixe o valor do |∇φ| .
Nestas condições a equação indica que a variação dφ será máxima quando
θ = 0 e mínima quando θ = π/2 que correspondem ao deslocamento na
direção do gradiente da função e perpendicular ao gradiente da função,
respectivamente. Entretanto, devido o significado de φ, ou seja de altitude,
a variação será máxima para deslocamentos perpendiculares a curvas de
altidudes constantes (é claro!) portanto o angulo θ = 0 indica que o des-
locamento está na direção do gradiente que possui direção perpendicular
às curvas de níveis15 ; conclusão: a variação dφ é máxima na direção do
15
Curvas que possui todos os seus pontos a mesma altura com relção a um certo refe-
rencial
1.19. INTEGRAL DE VETORES 81
Exemplos
Example 1.19.3. Calcule a integral de linha do campo de F = 3xyi − 5zj +
10xk ao longo da curva x = t2 + 1, y = 2t2 , z = t3 , desde t = 1 até t = 2.
1.19. INTEGRAL DE VETORES 85
Solução:
ˆP2 ˆP2
F · dr = (3xyi − 5zj + 10xk) · (idx + jdy + kdz)
P1 P1
ˆP2
= (3xydx − 5zdy + 10xdz)
P1
ˆt=2
3(t2 + 1)2t2 2tdt − 20t3 tdt + 10(t2 + 1)3t2 dt
=
t=1
ˆt=2
12t5 + 10t4 + 12t3 + 30t2 dt = 303.
=
t=1
z
n·k= .
a
x2 + y 2 − 2z 2
(∇ × F) · n = ;
a
ˆ ¨
x2 + y 2 − 2z 2 dxdy
(∇ × F) · nda = a.
a z
S R
√
ˆa ˆ
a2 −x2
3(x2 + y 2 ) − 2a2
= dx dy p ≡ I.
√ a2 − x 2 − y 2
−a − a2 −x2
transformada em
ˆr=a θ=2π
ˆ
3r2 − 2a2
I= √ rdrdθ
a2 − r 2
r=0 θ=0
ˆr=a
3(r2 − a2 ) + a2
= 2π √ rdr
a2 − r 2
r=0
ˆ
r=a
√ 2
a
= 2π 3 a2 − r 2 − √ rdr
a − r2
2
hr=0 3/2 √ ir
= 2π a2 − r2 − a2 a2 − r 2
0
3 3
= 2π a − a = 0.
calcule:
a) A-B e |A − B|
93
94 CAPÍTULO 1. MATRIZES, VETORES E CÁLCULO VETORIAL
b) A componente de B ao longo de A,
c) o angulo entre A e B,
d) A × B,
e) (A − B) × (A + B)
εijk δij = 0,
εijk εljk = 2δil ,
εijk εijk = 3! = 6,
εijk εilm = δjl δkm − δjm δkl .
1.19. INTEGRAL DE VETORES 95
2.1 Introdução
A Mecânica proporciona uma descrição precisa e consistente da dinâmica
de partículas e sistemas de partículas, ou seja um conjuntos de leis formula-
das como sentenças matemáticas que descrevem o movimento dos corpos.
Para isto é necessário utilizar alguns conceitos básicos ou conceitos fun-
damentais como distância e tempo na mecânica com os quais pode se cal-
cular a velocidade e aceleração dos corpos. Outro conceito fundamental é
o de massa que será definido utilizando-se as leis de Newton.
Uma discussão muito mais detalhada, que não será feita aqui, sobre a
concepção de espaço, tempo e massa, como também sobre o que são e o
que não são leis físicas podem ser encontradas em diversos e excelentes
livros textos. Veja por exemplo (XXXX).
II. Um corpo que sofre a ação de uma força move-se de tal forma que a
variação de seu momento no tempo é igual à força que atua sobre
ele.
III. Se dois corpos isolados exercem força, um sobre o outro, esta forças
são iguai em magnetude e opostas na direção
97
98CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
Fg = mg g = mI a
mg gsinθ = −mI lθ̈ =⇒
mg g
θ̈ + θ = 0.
mi l
2.3. SISTEMAS DE COORDENAS 99
Figura 2.2: Bloco no plano inclinado: (a) deslizando sem atrito e (b) em
repouso com coeficiente de atrito estático µe .
dp d
F= = mv = ma,
dt dt
F = iFx + jFy + kFz ,
a = iax + jay + kaz ,
Fx Fy Fz
= ax = ay, = az .
m m m
Com relação ao sistema de coordenadas adotado temos
N = Nj
Fg = mg = m [g cos θ(−j) + g sin θi]
F = Fg + N =⇒
F = mg sin θi + (N − mg cos θ) j + 0k.
Substituindo nas equações de movimento obtem-se
max = mg sin θ,
may = (N − mg cos θ) ,
maz = 0.
102CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
dvx
= g sin θ =⇒
dt
ˆt
dvx 0
dt = g sin θt =⇒
dt0
0
vx (t) = g sin θt.
ˆt ˆt
dx 0 1
dt = g sin θt0 dt0 = g sin θt2 =⇒
dt0 2
0 0
1
x(t) = g sin θt2 .
2
Em resumo, as equações de movimento para o bloco deslizando sem atritro
pelo plano inclinada são
1
x(t) = g sin θt2 ,
2
vx (t) = g sin θt.
2.4. AS EQUAÇÕES DE MOVIMETO DE UMA PARTÍCULA. 103
fµ = µN.
F = Fg + fµ
= (mg sin θ − µe N ) i + (N − mg cos θ) j + 0k.
2.4.1 Atrito
De forma geral a descrição do atrito é complicada, no entanto resultados
experimentais demonstram que muitas situações de interesse teórico e prá-
tico podem ser descritas pela equação
v
F = mg − mκv n , (2.3)
v
onde κ é uma constante representado a intensidade da força de atrito,
n ∈ R e v/v = ev é um vetor unitário na direção do vetor velocidade da
partícula. Novamente, considerando os resutados de experimentos realiza-
dos no laboratório, avalia-se satisfatório a utilização dos seguintes valores
de número n:
104CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
(
v ∼ 24m/s, n = 1,
Experimento indica que para (2.4)
v ∼ 330m/s, n = 2.
m(ax i + ay j + ak k) = −mκvx i
dvx
m = −mκvx
dt
0 = maz = may .
10
Out[5]=
4
1 2 3 4 5
2.4. AS EQUAÇÕES DE MOVIMETO DE UMA PARTÍCULA. 107
fica mais evidente que ela pode ser integrada através de uma mudança de
variável
g
u = |ż| − ,
κ
que fornece a equação
du u(t)
+ κu = 0 =⇒ ln = −κ(t − 0) =⇒
dt u(0)
u(t) = u(0)e−κt .
Retornando à variável z obtem-se que
g h g i −κt
|ż(t)| − = |ż(0)| − e ,
κ κ
que para as condições iniciais adotadas reduz-se a
g h g i −κt
|ż(t)| − = |ż(0)| − e .
κ κ
Para integrar esta equação é necessário retirar o módulo,
|ż(t)| = −ż(t), |ż(0)| = −v0 ,
portanto obtem-se que
g h g i −κt
ż(t) = − + v0 + e ,
κ κ
que pode ser integrada imediatamente, fornecendo
0 t
g 0 t g e−κt
z(t) − z(0) = − t + v0 + =⇒
κ 0 κ −κ 0
g κv0 + g
1 − e−κt .
z(t) = h − t + 2
κ κ
Resumindo, obtem-se que
g κv0 + g
1 − e−κt ,
z(t) = h − t + 2
κ κi
g h g −κt
v(t) = − + v0 + e .
κ κ
Esta equações fornecem (como deve ser) z(0) = h, e . Para intervalos de
tempos muito grandes ou para o tempo tendendo a infinito obtem-se que
g κv0 + g
z(t) −−−→ h − t + ,
t−→∞ κ κ2
g
v(t) −−−→ − .
t−→∞ κ
2.4. AS EQUAÇÕES DE MOVIMETO DE UMA PARTÍCULA. 109
a) |v0 | < |vl |: Esta é a condição inicial para uma partícula em queda livre
com velocidade inicial menor que a velocidade limite. A partícula
será acelerada até atingir a velocidade vl quando a resultante das
forças que atuam sobre ela será nula. A partir deste ponto a partícula
comporta-se como uma partícula livre com velocidade uniforme vl .
c) c) |v0 | > |vl |: Nesta situação a partícula é lançada com rapidez ini-
cial maior que a velocidade limite para este meio (representado pela
constante κ). A partícula será freada porque a intensidade da força de
atríto é maior que a intensidade da força gravitacional. Esta situação
continuaŕa até o equilíbrio das forças quando a partícula, novamente,
atingirá a velocidade final vl .
∞
−κt
X (−κt)n (κt)2
e = = 1 − κt + + O(k 3 ), n ∈ N.
n=0
n! 2!
(κt)2
g κv0 + g
z(t) ∼ h − t + 1 − 1 − κt +
κ κ2 2!
2
g κv0 + g (κt)
=h− t+ 2
κt −
κ κ 2!
g κv0 + g κv0 + g 2
=h− t+ t− t
κ κ 2
κv0 + g 2 g0
= h + v0 t − t ≡ h + v0 t − t2 .
2 2
(κt)2
g h gi 3
v = − + v0 + 1 − κt + + O(k ) .
κ κ 2!
g g h gi h g i (κt)2
∼ − + v0 + − v0 + κt + v0 +
κ κ κ κ 2!
0
∼ v0 − [v0 κ + g] t ≡ v0 − g t.
Figura 2.7: Movimento de um projétil num meio sem atrito e com campo
graviatacional uniforme de módulo g.
vx (t) = v0 cos θ,
x(t) = v0 t cos θ.
t = x(t)/v0 cos θ
1 g
y(x) = tan θx − 2
x2 ,
2 v0 cos2 θ
1 g v02 v02
tan θ − x I = 0 =⇒ x I = sin θ cos θ = sin 2θ
2 v02 cos2 θ g 2g
2
v02
2
1 g v0
y(xI ) ≡ ymax = tan θ sin θ cos θ − sin θ cos θ
g 2 v02 cos2 θ g
v02
= 1
2
sin2 θ.
g
Resumindo
1 v02
ymax = sin2 θ
2 g
Para se calcular o alcance máximo pode-se proceder de duas formas:
utilizando a equação horária para y(t) ou a equação da trajetória y(x):
v02
xmax = sin 2θ .
g
114CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
xmax = 2xi
v02 1
T = 2Tymax = 2 sin θ cos θ
g v0 cos θ
2v0
= sin θ,
g
suscintamente
2v0
T = sin θ .
g
Uma questão interessante que se coloca é: Qual ângulo de inclinação
fornece um alcance máximo? Para responder, basta calcular os pontos crí-
ticos (ou de inflexão) do alcance máximo xmax como função do angulo θ :
v02
xmax (θ) = sin 2θ =⇒
g
dxmax v02
= 2 cos 2θ = 0 =⇒
dθ g
π π
2θ = =⇒ θ = .
2 4
Ou seja, o alcance máximo é obtido para uma inclinação de 45o .
Utilizando as equações horárias paras as componentes x e y do mo-
vimento, podemos construir as equações horárias para o vetor posição e
velocidade da partícula. Para isto simplismente considere
cujo módulo é
s 2
2 1 2
r(t) = (v0 t cos θ) + v0 t sin θ − gt
2
s 2
2 2 gt sin θ gt
= v0 t cos θ + sin θ − +
v0 2v0
s 2
gt sin θ gt
= v0 t 1 − + .
v0 2v0
2.4. AS EQUAÇÕES DE MOVIMETO DE UMA PARTÍCULA. 115
1
[κ] = .
T
Com esta interação2 , as equações de movimeto tornam-se
ẍ(t) = −κx(t),
ÿ(t) = −g − κy(t) ⇔ ÿ + κẏ + g = 0.
ẋ(0) v0 cos θ
1 − e−κt = 1 − e−κt ,
x(t) =
κ κ
ẋ(t) = vx (t) = v0 cos θe−κt ,
g g + κv0 sin θ −κt
y(t) = − t + 1 − e
κ κ2
g g + κv0 sin θ
e−κt
ẏ(t) = − +
κ κ
v0 cos θ
1 − e−κt =⇒
x(t) =
κ
κx(t)
= 1 − e−κt =⇒
v0 cos θ
1 κx(t)
t = − ln 1 − ,
κ v0 cos θ
2.4. AS EQUAÇÕES DE MOVIMETO DE UMA PARTÍCULA. 117
g 1 κx(t) κx(t)
y [x(t)] = y(x) = − − ln 1 − + Y0
κ κ v0 cos θ U
g κx(t) κx(t)
= 2 ln 1 − + Y0 .
κ v0 cos θ U
g κx(t) κx(t)
y(x) = 2 ln 1 − + Y0 .
κ U U
Substituindo a expressão de Y0 :
g + κv0 sin θ g
κY0 = = v0 sin θ + .
κ κ
Substituindo na expansão de y(x) obten-se
" 2 3 #
κ2 x(t)
g x(t) κ x(t) g x(t)
y(x) = − + + + O(κ3 ) + v0 sin θ +
κ U 2 U 3 U κ U
2
g x(t)
= tan θx(t) − + O(κ).
2 U
Os dois primeiros termos do segundo membro correspondem exatamente
à solução para a equação da trajetória de um projétil em um meio sem
viscosidade. Eis a parábola procurada!
3
Outra questão! Pequena com relação a que? A constante κ possui dimensão de inverso
de tempo e nas expressões das equações de movimento esta constante aparece multipli-
cando o tempo no argumento da exponencial. Podemos então considerar a constante κ
muito pequena com relação ao tempo de voo do projétil.
4
Para obter a expansão em série de potências de uma dada função, pode-se utilizar a
śerie de Taylor para
1 00
f (x0 + x) = f (x0 ) + f 0 (x0 )∆x + f (x0 )(∆x)2 + · · ·
2!
com
∆x = x − x0
dn f
f n (x0 ) =
dxn x=x0
2.4. AS EQUAÇÕES DE MOVIMETO DE UMA PARTÍCULA. 119
κ2 Y0 − g
xi = U
κ3 Y0
∞ n
1 κV 1X n+1 1 κV
Tymax = ln 1 + = (−1)
κ g κ n=1 n g
2
V κ V
= − + O(k 2 ).
g 2 g
g κx(t) κx(t)
y(x) = 0 = 2 ln 1 − + Y0 =⇒
κ U U
U g κx(t)
x=− ln 1 − .
Y0 κ3 U
2 x2
x ∼ xmax − κ
3U
das. Para resolver esta equação podemos fazer iterações5 , numa primeira
aproximação tem-se
2 x2max
x ∼ xmax − κ
3 U
2 4U 2 V 2
= xmax − κ
3 U g2
4 2U V 2
= xmax − κ
3 g2
4 xmax V
= xmax − κ
3 g
e suponha conhecido o valor de f (x) no ponto x0 ,ou seja f (x0 ) ≡ f0 , então como uma
primeira aproximação para o valor de f (x) obtem-se
f1 = g[f0 ],
2.4. AS EQUAÇÕES DE MOVIMETO DE UMA PARTÍCULA. 123
1 e
z(t) − z0 = vz0 t + Ez0 t2 .
2m
Para se integrar as componente x e y das equações diferenciais, introduz-se
a mudança de variáveis
Ex0
Vy ≡ + vy ,
B0
Ey0
Vx ≡ − vx .
B0
Nestas novas variáveis as equações anteriores tornam-se
dVx eB0
= Vy ≡ ωVy ,
dt m
dVy eB0
=− Vx ≡ −ωVx .
dt m
Multiplicando a primeira equação por Vx , a segunda por Vy obten-se que
1d
Vx2 + Vy2 = 0 =⇒ Vx2 + Vy2 = Constante .
2 dt
Esta quantidade é uma constante de movimento que pode ser útil para a
integração das equações anteriore. Entretanto, será considerado um outro
método: multiplica-se a primeira equação po ı, adiciona-se as duas para
obter
dVx dVy
ı + = ıωVy − ωVx =⇒
dt dt
d
ı (Vx − ıVy ) = −ω (Vx − ıVy ) .
dt
Definindo uma nova variável
Vz ≡ Vx − ıVy ,
Figura 2.11: Trajetória gerada pelas curvas paramétricas x(t), y(t) e z(t)
Vx0 Vy0
[x(t) − x0 ] = γy t − sin(ωt) − cos(ωt)
ω ω
Vy0 Vx0
[y(t) − y0 ] = sin(ωt) − cos(ωt) − γx t
ω ω
dp
= F = 0 =⇒
ˆ dt
tf
dp
dt = 0 =⇒ p(tf ) = p(ti ).
ti dt
Theorem 2.5.1. O momento linear total de uma partícula é conservado se a
resultante das forças que atuam sobre ela for nula.
A expressão para a conservação do momento é uma equação vetorial
o que significa que se a força total se anular, as três componentes do mo-
mento linear se conservam. Entretanto uma situação particular pode acor-
rer. Considere uma vetor unitário constante e, então
dp
F·e= ·e
dt
d(p · e)
= .
dt
Se a força na direção do vetor unitário se anular, F · e , então a componente
do momento linear p · e será conservada:
p · e = constante. (2.5)
O momento angular de uma partícula com relação a origem O do sistema
de coordenadas S é definido como
L = r × p, (2.6)
e o torque N que atua sobre uma partícula, localizada a uma distância r da
origem O do sistema de coordenadas é definido pela equação
N = r × F. (2.7)
A variação temporal do momento angular, eq. (2.6), é
dL d
= (r × p) = v × p + r×p
dt dt (2.8)
= 0 + N,
128CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
Se
T2 < T1 =⇒ W12 < 0 a partícula realiza trabalho . (2.11)
Neste caso a partícula realiza trabaho como consequência da diminuição
de sua energia cinética. É necessário reforçar que a força F que atua sobre
a partícula é a resultante de todas as forças que atuam sobre ela.
Considere a expressão integral que define o trabalho calculada desde a
posição 1 até a posição 2, ao longo de diferentes curvas ou trajetórias como
esquematizado na figura 2.12.
Para um tipo particular de campo, a integral terá o mesmo valor para
qualquer trajetória entre os pontos 1 e 2. Campos para os quais esta con-
dição é satisfeita são chamados de campos irrotacionais ou conservativos,
por examplo considere que o campo F satisfaz
∇ × F = 0, F é um campo conservativo (2.12)
Utilizando um bem conhecido teorema vetorial
∇ × F = 0 =⇒ F = −∇U,
onde U é um campo escalar e o sinal negativo foi escolhido por mera con-
veniência. Podemos, para campos conservativos, reescrever a equação que
defini o trabalho como
ˆ 2
W12 = F · ds.
1
ˆ 2
=− ∇U · ds
1 (2.13)
ˆ 2
=− dU
1
= U1 − U2 .
130CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
mg(z1 − z2 ) = U1 − U2 .
−mgz2 = U1 − U2 ,
U = U (r).
2.5. TEOREMAS DE CONSERVAÇÃO 131
dE dT dU
= + .
dt dt dt
Por clareza calcula-se cada termo separadamente:
dT
= mv · a = p · a;
dt
enquanto que
dU ∂U ∂U
= ·v+
dt ∂x ∂t
∂U
= ∇U · v +
∂t
∂U
= −F · v + .
∂t
Substituindo estas expressões naquela da energia obtem-se que
dE ∂U
= p·a−F·v+
dt ∂t
∂U
= .
∂t
Se acontecer da energia potencial não depender explicitamente do tempo,
a energia total do sistema será conservada. Este resultado é estabelecido
como um teorema.
Figura 2.13: Disco de raio R que gira com velocidade angular constante ω0
n −→ p + e− + ν−
p + Energia −→ n + e+ + ν+
L=r×p
= r × (mv)
= r × (mω × r)
= m ωr2 − r (ω · r) .
I ≡ mr2 (2.16)
denominada de momento de inércia.
A conservação do momento angular impõe que
L(tf ) = L(ti )
Im = mR2 .
2.5.1 Energia
A compreensão atual do conceito de energia não é a que se se tinha na
época de Newton. Para uma discussão detalhada veja a referência XXX.
Considere uma partícula puntiforme sob a influência de uma força con-
servativa derivada de uma energia potencial U . O teorema 2.5.3 é formu-
lado como
1
E = mvx2 + U (x) (2.17)
2
para uma partícula com um grau de liberdade. Desta expressão pode-se
isolar a velocidade, uma vez que E é constante, e escreve-la como
r
2
vx = ± [E − U (x)],
m
que por sua vez, considereando que vx = dx/dt, pode ser rescrita como
r
dx 2
=± [E − U (x)], (2.18)
dt m
134CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
Caixa 2.1
2.5. TEOREMAS DE CONSERVAÇÃO 137
n −→ p + e− + ν−
porque esta reação produz partículas com energia menor que a energia
da barreira nuclear. Para entender como isto ocorre é necessário utilizar
alguns conceitos novos e que estão de certa forma fora do constexto do
curso, mas são interessantes como ilustrações das previsões, limitações e
alterações de uma dada teoria.
Caixa 2.2
138CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
O método WKB.
Não é possível em algumas linhas discutir este método, nem é este o obje-
tivo aqui, mas somente espô-lo o mais brevemente possível. Considere uma
equação diferencial de segunda ordem da forma
d2 y
+ f (x)y = 0.
dx2
Busquemos uma solução da forma y(x) = eıφ(x) , neste caso
h 0
i
y 0 = ıeıφ(x) φ0 , y 00 = eıφ ıφ00 − φ 2
ıφ00 − φ0 ² + f = 0.
Em segunda aproximação
d 0 1 f0
φ00 = φ =± √ ,
dx 2 f
ı f0 ı f0
0
p p
φ ∼± f 1+ √ =± f± .
4f f 4f
e a solução aproximada é
´√ 1 ´√
f dx ± ln f 1/4
y(x) ∼ eıφ(x) = e±ı e = 1/4
e±ı f dx
f
2.5. TEOREMAS DE CONSERVAÇÃO 139
Caixa 2.3
Tunelamento
Tunelamento significa passar através da barreira de potencial e não por
cima dela.O problema ou inconsistência do decaimento β nuclear é no con-
texto clássico relacionado a violação da conservação da energia: como pode
um próton ou neutron resultantes do decaimento β escaparem do núcleo
atômico se não possuem energia suficiente para passarem pela barreira de
potencial. No contexto clássico o próton ou neutron são partícula com posi-
ção momento e trajetórias totalmente bem definidas. Também a barreira de
potencial possui um limite (altura) bem definida, portanto classicamente a
partícula precisa ter uma energia total maior do que a da barreira de po-
tencial para poder transpô-la. Na mecânica clássica não existe o princípio
da incerteza de Heisenberg.
Quânticamente a partícula pode tunelar, ou passar através. Para se cál-
cular a probabilidade de tunelamento utilizou-se um simples modelo onde
calcula-se a o coeficiente de transmissão para uma partícula em um poço de
potencial quadrado de largura a e profundidade −V0 . Gamov utilizou este
modelo e o método WKB para explicar o decaimento β como um exem-
plo de tunelamento uma vêz que o neutron no interior do núcleo atômico,
quando decai via n −→ p + e− + ν− produz partículas com energia menor
do que a da barreira de potencial nuclear.
Caixa2.4
140CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
d2 ψ 2m
+ 2 [E − U (x)] = 0,
dx2 ~
na aproximação do método de WKB possui como solução
´ q 2m
1 ı [E−U (x)]dx
ψ∼ 1/4 e ~2 .
2m
~2
[E − U (x)]
1
U (x + x0 ) = U (x0 ) + κ (∆x)2 + O(∆x3 ).
2
Pode-se simplificar ainda mais: fixe x0 = 0, U (x0 ) = U (0) = 0, a escolha
clássica, e pequenos deslocamentos com relação à posição de equilíbrio,
x0 = 0, para obter
d2 U (x)
1
U (x) = κx2 , κ≡ (2.20)
2 dx2 x−x0
dP dv
F= =m .
dt dt
142CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
Se a partícula for livre, ou seja não estiver sobre a ação de forças, então
F = 0 e a equação anterior reduz-se a
ou na forma
r
2
x = x0 ± [E − U0 ]t
m
= x0 ± vx0 t.
Note que a grandeza
r s
2 2 1 2
[E − U0 ] = mv = vx0 .
m m 2 x0
Para uma força constante F = F0 a energia potencial possui a forma U (x) =
F0 x, em uma dimensão. Substituindo na integral primeira de movimento
obtem-se que
ˆ x
du
t − t0 = ± q .
2
x0
m
[E − F0 u]
2
Fazendo a mudança de variável ν ≡ m
[E − F0 u] =⇒ dν = − m2 F0 du, obtem-
se que
ˆ v
m dν 0
t=∓ √
2F0 v0 ν 0
2m √ 0 v
=∓ ν
2F0 v0
m √ √
=∓ ν − ν0 .
F0
Esta equação pode ser invertida para expressar-se ν = ν(t):
2
F0 √
ν(t) = ∓ t + ν0
m
2
2F0 √ F0
= ν0 ∓ ν0 t + t2 .
m m
2
Substituindo de volta a expressão ν(t) = m
[E − F0 x(t)] , e notando que
2
ν(t) = [E − F0 x(t)]
m
= v(t)2 ,
144CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
obtem-se que
2
2 2 2F0 F0
[E − F0 x(t)] = v0 ∓ v0 t + t2 =⇒
m m m
E 1 1 2 1 F0 2
x(t) = − mv0 ± v0 t − t.
F0 F0 2 2m
Note que obteve-se o mesmo resultado que anteriormente, porém foi ne-
cessário mais cálculos e interpretação das constantes que aparecem neste
procedimento.
Em alguns casos é mais fácil integrar a equação de movimento, em ou-
tros é mais fácil resolver a integral primeira de movimento.
Example 2.5.7. Potencial da molécula de amônia. Dado o potencial
2
U (x) = W e−x 4x4 − 8x2 − 1
• Pontos de extremos
r
1 7
x = 0, x = ± √ , x = ± .
2 2
• Pontos de Mínimos
1
U 00 (x) > 0 função côncava x = ± √ .
2
• Máximos relativos
U 00 (x) < 0 função convexa x = 0.
• Máximos absolutos
r
00 7
U (x) < 0, x=±
2
• Assíntotas
2
lim U (x) −→ e−x x4 −→ 0+ .
x−→±∞
Problem 2.0.4. Uma partícula é lançada verticalmente para cima com ve-
locidade inicial v0 em um campo gravitacional uniforme. Coonsiderando
que sobre a partícula atua uma força de atrito proporcional ao quadrado
da velocidade instantânea, mostre que a velocidade da partícula quando
retornar a posição inicial será de
v0 vf
v=q ,
v0 ² + vf2
147
148CAPÍTULO 2. MECÂNICA NEWTONIANA - DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA.
3
Problem 2.0.10. Uma partícula está submetida a uma força F = −kx+ kxα ,
com k e α são constantes e k > 0. Determine U (x) e discuta o movimento.
O que acontece se E = (1/4)kα2 ?
Problem 2.0.15. Verifique qual das seguintes forças são conservativas. En-
contre o potencial para as conservativas.
Oscilações
3.1 Introdução
Neste capítulo será discutido o movimento oscilatório deuma partícula. Ini-
cialmente será discutido o movimento harmônico unidimensional para em
seguida estender a discussão para casos mais gerais. Problemas de movi-
mentos oscilatórios é muito importante, ele ocorre em praticamente todas
as áreas da Física, tanto na clássica quanto na quântica. Pode se dizer que
o oscilador harmônico simples, como um exemplo particular de um movi-
mento oscilatório, serve como um laboratório para teste de novas idéias e
teorias.
Considere o movimento unidimensional de uma partícula com relação
a um ponto de equilíbrio estável. Pode-se obter a expressão da força F (x)
que atua na partícula quando considera-se pequenos deslocamentos com
relação a posição de equilíbrio. A expansão em série de Taylo fornece
1 d2 F
dF
F (x + x0 ) = F (x0 ) + ∆x + 2
(∆x)2 + O(x3 ). (3.1)
dx x=x0
2! dx x=x0
153
154 CAPÍTULO 3. OSCILAÇÕES
Nesta expressão o sinal negativo foi introduzido porque esta é uma força
restauradora, ou seja ela atua sempre de forma a restaurar a configuração
do sistema para a posição inicial, ou numa linguagem informal quando o
deslocamento quando x é positivo a força é negativa, para x negativo a
força é positiva, este argumento fica claro na linguagem vetorial
F = −kxi,
e na figura (3.1)
Esta expressão para a força restauradora é uma equação linear em x,
bastante simplificada para a descrição de sistemas oscilantes. Sistemas
físicos que satisfazem ou que podem ser aproximadamente descritos por
equações lineares obedecem a lei de Hooke.
− kx = mẍ =⇒ (3.3)
ẍ + ω02 x = 0. (3.4)
Neste momento não será levada em consideração uma fase δ constante que
pode ser adicionada à equação, por exemplo x(t) = A cos(ω0 t ± δ), já na
descrição de um único oscilador a fase pode ser ajustada via condições
iniciais para ser nula. Entretanto, a fase é indispensável na descrição de
oscilações em duas ou mais dimensões.
A velocidade da partícula em movimento harmônico pode ser obtida da
solução (3.6)
vx (t) = ẋ = −ω0 A sin(ω0 t), (3.7)
e com esta pode-se obter a expressão para a energia cinética
1 A2
T = mẋ2 = mω02 sin2 (ω0 t) . (3.8)
2 2
A energia potencial é
ˆx
1 A2
U =− F · ds = kx2 = mω02 cos2 (ω0 t), (3.9)
2 2
0
e a energia total
1 1
E = T + U = mω02 A2 = kA2 . (3.10)
2 2
Na figura 3.2 estão representados os comportamentos das energias cinética,
potencial e total.
O perídodo T do movimento, definido por
1 2π
T = = , (3.11)
ν0 ω0
onde ν é a frequência linear do sistema, pode ser expresso em funçaão da
massa e constante elática, pela equação
r
m
T = 2π . (3.12)
k
156 CAPÍTULO 3. OSCILAÇÕES
In[4]:= Plot@85 Sin@xD Sin@xD, 5 Cos @xD Cos @xD, 5<, 8x, 0, Pi<D
Out[4]=
2
Resumidamente temos
r
k
ω0 = 2πν0 =
rm
1 1 k
ν0 = =
T 2π m
L = ler × mveθ
= ml(lθ̇)k.
A equação de movimento é
g
θ̈ + sin θ = 0.
l
Esta equação não possui solução analítica porque é não linear na variável
θ através da função sin θ. Entretanto se as amplitudes de oscilações forem
pequenas 1 pode-se utilizar a expansão em série da função sin θ :
∞
X θ2n+1
sin θ = (−)n ,
n=0
(2n + 1)!
sin θ ∼ θ,
g
θ̈ + sin θ = 0,
l
θ̈ + ω02 θ = 0,
r
g
ω0 = ,
l
s
l
T = 2π .
g
1
Pequenas amplitudes de oscilações significam pequenos desvios angulares (para θ me-
dido em radianos) da posição de equilíbrio. Neste caso a aproximação sin θ ∼ θ pode
ser utilizada para 0 ≤ θ ≤ 0, 2 graus radianos, o que corresponde a aproximadamente
0 ≤ θ ≤ 11o
158 CAPÍTULO 3. OSCILAÇÕES
mr̈ = −kr,
ou
r̈ + ω02 r = 0.
A relação das coordenadas cartesianas com polares é
x = r cos θ,
y = r sin θ.
ẍ + ω02 x = 0,
(3.14)
ÿ + ω02 y = 0.
Figura 3.5: Coordenadas polares de uma partícula sob a ação de uma força
F
que em componentes é
ẍ + ωx2 x = 0,
ÿ + ωy2 y = 0.
A mudança de variável
1
u= (3.21)
r
transforma a equação para a forma
d2 u mk 1
2
+u− 2 3 =0.
dθ L0 u
A solução desta equação pode ser uma combinação linear das soluções
s
1 −i(C2 +θ) mk
u1 = − e −4 2 + 2C1 e2i(C2 +θ) + e4i(C2 +θ) + C12 ,
2 L0
s
1 mk
u2 = e−i(C2 +θ) −4 2 + 2C1 e2i(C2 +θ) + e4i(C2 +θ) + C12 ,
2 L0
com
u = u1 + u2
s
1 mk
= cos (θ + C2 ) C12 + 2C1 e2i(C2 +θ) + e4i(C2 +θ) − 4 ,
2 L20
s
1 2 mk
= cos (θ + C2 ) [C1 + e2i(C2 +θ) ] − 4 .
2 L20
3.3. OSCILAÇÕES HARMÔNICAS EM DUAS DIMENSÕES. 163
Gravitação
4.1 Introdução
Em meados de 1966 Newton formulou e verificou numericamente a lei da
graviatação que ele publicou em seu livro Principia em 1687. Ele esperou
praticamente 20 anos para publicar seus resultados porque ele não con-
seguia justificar seu método numérico que funcionava considerando a terra
e lua como partículas puntiformes.
A lei da Graviatação Universal de Newton estabelece que todos partícu-
las massivas atraem-se mutuamente com uma força diretamente proporcional
as massas das partículas e inversamente proporcional ao quadrado da distân-
cia entre elas. Esta afirmativa pode ser escrita numa sentença matemática
como
mM
F = −G 2 er (4.1)
r
com o sinal negativo indicando que a força é atrativa. O vetor unitário er
tem a direção da mass M para m. Uma forma mais rigorosa de apresentar
esta equação é definir um sistema de coordenadas e com relação a origem
localizar as duas partículas. Isto esta feito na figura 4.1
Nesta configuração a equação anterior deve ser reescrita como
mM mM
F(rm ) = −G 2 e = −G (rm − rM ) . (4.2)
|rm − rM | |rm − rM |3
165
166 CAPÍTULO 4. GRAVITAÇÃO
esferas que podem ser colocadas em cada lado das esferas menores. Veja a
representação idealizada deste experimento, esquematizado na figura 4.2
O valor mais preciso obtido para a constante G até aquela data era
F M
g(r) = = −G 2 er . (4.3)
m r
4.1. INTRODUÇÃO 167
Note que em geral o vetor unitário er não é constante, ele depende das
variáveis de integração. A quantidade g tem dimensão de força por unidade
de massa que é igual a aceleração. De fato próximo a superfície da terra o
módulo de g é a quantidade que denominamos de aceleração gravitacional
constante. Medidas com um pendulo simples é suficiente para mostrar que
o módulo de g vale aproximadamente 9, 8m /s2 na superfície da terra.
∇ × g = 0,
portanto pode ser escrito como o gradiente de um campo escalar o qual
denominamos Φ :
g = −∇Φ , (4.5)
dΦ(r)
g = −er ,
dr
que para uma partícula puntiforme de massa M dada pela equação (4.3)é
:
M dΦ
−G 2 er = −er ,
r dr
4.2. O POTENCIAL GRAVITACIONAL 169
rref = ∞ (4.6)
pontanto
M
Φ(r) = −G , (4.7)
r
numa forma simplificada, entretanto quando nos referimos a um sistema
de referência com a carga num ponto r0 no espaço e o observador no ponto
r com relação à origem do sistema, a equação (4.7) deve ser escrita como
M
Φ(r) = −G . (4.8)
|r − r0 |
Esta expressão pode ser extendida para uma distribuição contínua e volumétrica
de matéria, da mesma forma que para a expressão da força:
ˆ
ρ(r0 )dv 0
Φ(r) = −G . (4.9)
|r − r0 |
g = −∇Φ =⇒
ˆ
− g · ds = Φ(r) − Φ(rref ) = Φ(r),
Γ
ou resumidamente
ˆ
Φ=− g · ds (4.11)
Γ
1
A condição de velocidade constante de fato esta implicita na definição de trabalho já
neste caso a força exercida pelo agente externo deve cancelar a força exercida pelo campo,
sendo assim esta observação pode parecer redundante.
4.2. O POTENCIAL GRAVITACIONAL 171
= − Fg · ds
ˆ r2
r1
= m ∇Φ · ds
ˆ r2
r1
= m dΦ
r1
= m (Φ(r2 ) − Φ(r1 )) .
Nesta expressão o elemento de área nda depende dos angulos θ e φ que não
são iguais aos angulos θ0 e φ0 da distribuição de massa m. De fato para se
fazer este cálculo em toda sua generalidade é necessário utilizar o teorema
de adição dos harmônicos esféricos. Entretanto a integral do fluxo pode ser
substancialmente simplificada colocando a massa m na origem do sistema
de coordenadas
r0 = 0,
e escolhendo a forma esférica para a superfície S. Neste caso o vetor
posição do observador r (que é o raio da superfície S) é o raio da superfície
esférica S:
˛
1 2
Φg = −Gm r sin θdθdφ
|r|2
˛
= −Gm sin θdθdφ
(
−Gm4π, se a massa estiver no interior de S
=
0, se a massa estiver no exterior de S
∇ · g = −4πGρ(r0 ) (4.16)
4.3. A LEI DE GAUSS E A EQUAÇÃO DE POISSON 175
que é a forma diferencial da Lei de Gauss. Note que esta é uma equação
diferencial! Substituindo a equação (4.5) para g obtemos a equação de
Poisson
∇2 Φ = 4πGρ(r0 ) (4.17)
(a). r > a
Para esta região a integral do fluxo (lado esquerdo do sinal de igualdade
na Lei da Gauss) fornecerá
˛ ˛
g · nda = g(−n) · nda
˛
= g(r)r2 sin θdθdφ
= g(r)r2 4π,
ρ0 (a3 − b3 )
g(r) = , r=a (4.18)
3 r2
.
Para o interior da esfera:
(b). b < r < a.
Para esta região a integral do fluxo (lado esquerdo do sinal de igualdade
na Lei da Gauss) fornecerá
˛ ˛
g · nda = g(−n) · nda
˛
= g(r)r2 sin θdθdφ
= g(r)r2 4π,
b3
ρ0
g(r) = r− 2 b5r5a (4.19)
3 r
O potencial para r = a
ˆ r ˆ r
Φ(r) = − g · ds = − g(−r̂) · [−r̂(−dl)]
ˆ∞r ∞
=− g(−r̂) · [−r̂(−dl)]
ˆ r ∞
ρ0 (a3 − b3 )
= dr
∞ 3 r2
ρ0 (a3 − b3 )
=− , r = a.
3 r
Entretanto utilizando
m
ρ0 = 4 ,
3
π(a3 − b3 )
pode se escrever a expressão do potencial como
Gm
Φ(r) = − .
r
A importância deste resultado é que nesta forma o potencial independe dos
raios da distribuição de matéria, ou seja independe de a ou b, indicando
que neste caso (r = a) o problema pode ser tratado como se toda a massa
estivesse concentrada em um ponto na origem do sistema de coordenadas.
Equações Diferencias de 2a
Ordem Inomogêneas.
179
180APÊNDICE A. EQUAÇÕES DIFERENCIAS DE 2A ORDEM INOMOGÊNEAS.
e a inversa é
ˆ∞
1
f (t) = √ dωe−ıωt f (ω). (A.5)
2π
−∞
o que implica em
F (ω)
x(ω) = .
−ω 2 − 2ıβω + ω02
Substituindo esta expressão da transformada de Fourier inversa, equação
(A.5) obtem-se que
ˆ∞
1
x(t) = √ dωe−ıωt x(ω)
2π
−∞
ˆ∞
1 F (ω)
=√ dωe−ıωt .
2π −ω 2 − 2ıβω + ω02
−∞
ˆ∞
0 1 0 1
G(t, t ) ≡ dωe−ıω(t−t ) (A.7)
2π −ω 2 − 2ıβω + ω02
−∞
A.1. FUNÇÕES DE GREEN EM UMA DIMENSÃO 181
ω 2 + 2ıβω − ω02 = 0 =⇒
(
2ıβ 1 ω1
q q
− ± −4β 2 + 4ω02 = −ıβ ± ω02 − β 2 ≡
2 2 ω2
&
1
Iarco = dzeıR(cos θ−ı sin θ)|τ |
(z − ω1 ) (z − ω2 )
&
1
= dzeR(ı cos θ+sin θ)|τ | .
(z − ω1 ) (z − ω2 )
que diverge para R −→ ∞, impossibilitando o uso do teorema de Jordan.
Fixe t − t0 > 0 e calcule a integral para o contorno da figura A.2
ˆR &
I= dzf (z) = dzf (z) + dzf (z)
−R arco
= Ireta + Iarco .
A integral Iarco se anula para R tendendo a infinito:
&
−ıθ −ıR(cos θ−ı sin θ)|τ | 1
lim Iarco = lim −ıR e dθe
R→∞ R→∞ (z − ω1 ) (z − ω2 )
" & #
ı 1
= lim − e−ıθ dθe−ıR(cos θ−ı sin θ)|τ | −ıθ ω1 −ıθ ω2
R→∞ R e − R e − R
&
ı
= lim − eıθ dθe−ıR cos θ|τ | e−R sin θ|τ | = 0.
R→∞ R
Resta portanto
ˆR &
I= dzf (z) = dzf (z) + dzf (z)
−R arco
ˆR
lim I = lim dzf (z) + 0.
R→∞ R→∞
−R
ˆ∞
= dωf (ω) = −2πG(t, t0 );
−∞
A.1. FUNÇÕES DE GREEN EM UMA DIMENSÃO 183
I = 0, t − t0 < 0.
h√ 2 2 0 i
sin √ω0 −β (t−t ) 0
e−β(t−t ) , t − t0 > 0;
G(t, t0 ) = ω02 −β 2 (A.9)
0
0 , t − t < 0.
185
186 APÊNDICE B. TÓPICOS EM FUNÇÕES ANALÍTICAS
= ı f (a + ρeıϕ )dϕ.
C
˛
0 1 f (z)
f (a) = dz,
2πı (z − a)2
˛
2 f (z)
f 00 (a) = dz,
2πı (z − a)3
˛
3! f (z)
f 000 (a) = dz,
2πı (z − a)4
˛
n! f (z)
f (n) (a) = dz.
2πı (z − a)n+1
Definition B.1.4. Resíduo: Seja f (z) uma função, de uma variável com-
plexa, analítica sobre e dentro da curva C exceto no ponto z0 no interior de
C, onde f (z0 ) possui uma singularidade isolada. Neste caso a integral
˛
1
f (z)dz,
2πı
B.2. A FUNÇÃO DE HEAVISIDE OU DEGRAU 187
que se anula quando f (z) é analítica, não o será quando existir um polo no
interior da curva C e seu valor é chamado de resíduo de f (z) no ponto z0 e
representado por ˛
1
Resf (z0 ) ≡ f (z)dz, (B.3)
2πı
C
Suponha que f (z) possua polos de ordem n. Neste caso é mais simples
representar f (z) como uma função meromórfica
g(z)
f (z) = , (B.4)
(z − a)n
então
˛
1 2πıf (n−1) (a)
1 g(z)
Resf (z0 ) = dz =
2πı (z − a)n 2πı (n − 1)!
C (B.5)
2πıf (n−1) (az)
=
(n − 1)! z=a
ˆ∞
1 e−ıωτ
θ(τ ) = lim+ − dω (B.7)
ε→0 2πı ω + ıε
−∞
Para provar que a função degrau pode ser representada pela equação
(B.7) é necessário verificar se esta representação satisfaz à definição (B.6).
Para isto faz-se a extensão analítica desta representação e sua integração
no plano complexo para os dois contornos esquematizados na figura B.2.
O integrando da equação (B.7) possui um único polo simples
ω + ıε = 0 =⇒ ω = −ıε.
ˆR &
−ızτ −ıR(cos θ−ı sin θ)τ
e e
lim I = lim lim
lim+ R→∞ dz + Re−ıθ dθ
ε→o ε→o + R→∞ z + ıε Re−ıθ + ıε
−R arco
ˆR &
−ızτ −ıR(cos θ−ı sin θ)τ
e e
lim
= lim+ R→∞ dz + e−ıθ dθ
ε→o z + ıε e−ıθ + ıε/R
−R arco
ˆR &
e−ızτ
lim
= lim+ R→∞ dz + dθe−ıR cos θτ −R sin θτ
ε→o z + ıε
−R arco
ˆ∞
e−ıωτ
= lim+ dω
ε→o ω + ıε
−∞
= −2πıθ(τ ).
Por outro lado, a integral I pode ser calculada com o auxílio do teorema
dos resíduos:
I = −2πıe−ı(−ıετ ) = −2πıe−ετ ,
−2πıθ(τ ) = −2πı =⇒
θ(τ ) = 1, τ > 0.
Para τ < 0, utiliza-se o contorno do semi-plano superior da figura B.2.
Nota-se imediatamente que o integrando é analítico nesta região do plano
complexo, portanto I = 0 e
θ(τ ) = 0, τ < 0.
ẍ + 2β ẋ + ω02 x = 0, (B.9)
2β 1
q
α=− ± 4β 2 − 4ω02 (B.11)
2 2
As funções soluções da equação (B.9) devem ser necessariamente funções
convergentes, por isto somente soluções multiplicadas por e(−βt) serão
consideradas. A solução mais geral combinação é uma combinação linear
das soluções com freuquência positiva e negativa:
√ 2
√ 2 2
2
xh (t) = e−β Ae β −ω0 t + Be− β −ω0 t (B.12)
Bibliografia
191
Índice
aceleração, 53 Jacobiano, 54
Adjunt, 30
Kronecker, 23
campo central, 168
campo escalar, 40 Lei de Gauss, 174
campo gravitacional, 166 Levi-Civita, 30
cofatores, 31 Massa Gravitacional, 98
cosenos diretores, 18 Massa Inercial, 98
eixo instantâneo de rotação, 73 matriz de transformação, 18
energia potencial gravitacional, 171 matriz inversa, 29
energia potencial gravitacional intrin- matriz quadrada, 26
sica, 172 matriz transposta, 26, 27
energia total, 131 menor, 31
equação de Poisson, 175 momento linear, 127
equação transcendental, 121 movimento limitado, 135
escalar, 14 movimento periódico, 135
escalar, 14 na forma geométrica, 76
fluxo, 173 Newton, 192
fluxo de vetor, 82 notação de Einstein, 18
função de Green, 181 obuseiro, 115
função de Heaviside, 187 ondições iniciais, 98
função degrau, 188 ortogonalidade da matriz \boldsym-
função meromórfica, 187 bol{\lambda}„ 29
gradiente, 78 partícula livre, 98, 127
Graviatação Universal de Newton, 165 ponto de equilíbrio, 134
192
ÍNDICE 193
produto vetorial, 45
raio vetor, 53
referencial inercial., 99
resíduo, 187
retangular, 53
simbolo \varepsilon_{ijk}, 30
singular, 29
singulares, 54
velocidade, 53
velocidade angular, 73
vetor, 40
vetores unitários, 43