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Saneamento

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Básico, Hidrologia
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e Drenagem Urbana
Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação
Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Nilza Maria Coradi de Araújo
Prof.ª Maria Clara Telles Caggiano

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Saneamento e Saúde, Doenças de veiculação
Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução;
• Saneamento e Saúde;
• Doenças de Transmissão Hídrica;

Fonte: iStock/Getty Images


• Doenças de Origem Hídrica;
• Medidas de Proteção;
• Sistema de Abastecimento de Água.

Objetivos
• Apresentar noções gerais do Saneamento do Meio e conceituar mostrando a importân-
cia do Saneamento Básico;
• Estudar todas as partes que envolvem o Sistema de Abastecimento de Água.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

Contextualização
Através do estudo desta unidade você vai sentir a importância e a necessidade do
Saneamento Básico para a vida humana e preservação do meio ambiente.

Antes de começar, analise as notícias, a seguir, a respeito do tema.

“Vergonha básica”
No ritmo atual, o Brasil só conseguirá oferecer água potável e tratamento de esgoto a todos os
brasileiros na metade do século XXI.
Fonte: Adaptado de Revista Veja (Por Otto von Sothen) <https://goo.gl/oVMm1M>

“Dia Mundial da Água: cada vez mais escassa”


A má gestão e o descuido são a causa da crise hídrica e da imundície dos oceanos. Mas ainda há
tempo para uma reversão.

A escassez do líquido da vida já é uma realidade. 844 milhões de pessoas no mundo não têm
água potável. Parte do globo vive essa falta no dia a dia, enquanto a outra tem a preciosidade
ao seu dispor. O impasse poderá intensificar as mudanças no clima, os conflitos sociais e gerar
custos à população. A boa notícia é que há tempo para mudar.

Distribuição desigual, desmatamento, lixo descartado sem cuidado e descaso sãs as causas. Mesmo
locais acostumados à abundância, como aqui no Brasil, começaram a suar com os efeitos do des-
caso. O país é a nação mais alagada da Terra, mas é também um péssimo exemplo no trato com
o bem. A água doce, de rios e lagos, vem sendo afogada ao se tornar depósito de toneladas de lixo
e esgoto, o que coloca em risco a saúde de milhares de pessoas sem acesso a saneamento básico.
Fonte: Adaptado de Revista Veja (Publicado em 22 mar 2018, 17h38) <https://goo.gl/9CizVZ>

“Cidades do Brasil dão exemplo em saneamento básico”


Mesmo com muito a ser feito no país, administrações locais mostram avanços em serviços de
água e esgoto, no caso de Franca, no interior de São Paulo, é um desses exemplos. Com pouco
mais de 300 mil habitantes, ela ocupa há quatro anos a primeira colocação do Ranking do Sa-
neamento das 100 Maiores Cidades, elaborado anualmente pelo Instituto Trata Brasil, que avalia
a evolução dos indicadores nos maiores municípios do país. Além disso, ela ficou em 5º lugar
no Ranking da Universalização do Saneamento, elaborado em 2017 pela Associação Brasileira
de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), com base em números de 231 cidades brasileiras.

Nos últimos anos, Franca praticamente universalizou o fornecimento de água, assim como a co-
leta e o tratamento de esgoto. Segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo), os investimentos na cidade foram de R$ 300 milhões desde 2012, principalmente
nas obras do Sistema Sapucaí, novo sistema local de produção de água.

Mas, para a empresa, os investimentos não explicam sozinhos a boa situação do saneamento bá-
sico de Franca. A Sabesp os vê como reflexo de políticas de longo prazo adotadas por diferentes
administrações, que priorizaram planejamento e gestão.

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“Esses fatores, aliados a equipes permanentemente treinadas e comprometidas em melhorar a
qualidade de vida das pessoas e as condições ambientais, têm possibilitado manter os excelentes
indicadores de saneamento em Franca ao longo dos anos”, afirma o superintendente da Sabesp
para a região, Gilson Santos de Mendonça.

Um resultado direto desses números está na saúde da população. Franca teve 460 internações
por doenças diarreicas entre 2007 e 2015, enquanto Ananindeua (PA), a pior colocada no
ranking do Trata Brasil, teve 36.473 (um número 79 vezes maior).

Exemplo no Triângulo Mineiro


A menos de 300 km de Franca fica Uberlândia, uma das cidades mais importantes do Triângulo
Mineiro, com mais de 600 mil habitantes. Lá, o índice de coleta de esgoto é de 97,23%, sendo
que todo ele é tratado. Já o abastecimento de água chega a 100% da população. As perdas na
distribuição caíram, segundo o Instituto Trata Brasil, de 28,4% em 2016 para 25,54% em 2017.

O DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto) é responsável pelo saneamento básico em


Uberlândia. De acordo com a empresa, um dos fatores que levam a esses resultados é o planeja-
mento de longo prazo. Uma das suas principais obras hoje é a conclusão da estação de captação
e tratamento de água Capim Branco. Quando pronta, ela terá capacidade de atender 3 milhões
de pessoas, mesmo que a cidade tenha hoje pouco mais de 20% dessa população.

De acordo com a empresa, R$ 385 milhões foram investidos em água e esgoto em Uberlândia
entre 2005 e 2017.

Sucesso na região Norte


Das regiões do Brasil, o Norte tem os piores índices de atendimento em saneamento básico. Em
2015, a água tratada chegava a 56,9% da população, enquanto a coleta de esgoto alcançava
16,42% e o tratamento de esgoto apenas 8,66%. No entanto, uma cidade da região se destaca
pelos avanços no setor: é Palmas, no Tocantins, a capital mais jovem do país. Lá, o fornecimen-
to de água foi praticamente universalizado (atinge 99,99% da população). Já a coleta de esgoto
chega a 92% moradores, sendo que todo ele é tratado.
Fonte: Adaptado de G1 -02/02/2018 15h40 - Atualizado 05/02/2018 15h35 <https://goo.gl/o8UrYN>

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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

Introdução
Ao longo da nossa História, os povos sempre se instalaram próximos aos cursos
d’água ou rios para poderem matar sua sede, desenvolver a agricultura para o alimento
e criar animais para sua subsistência.

Na História do Antigo Egito já havia iniciado obras de controle de cheias (do fluxo
de água) do rio Nilo, com a projeção dos níveis de água durante os períodos anuais,
sistema de irrigação, construção de diques e a utilização de tubos de cobre no palácio
real do faraó Quéops. Na História da Grécia também existiu medidas sanitárias, como
o tratado de Hipócrates “Ares, Águas e Lugares”, que informava aos médicos sobre a
relação entre o ambiente e a saúde. Os Filósofos como Platão e Aristóteles se preocupa-
vam com a qualidade da água e com medidas sanitárias. No Império Romano também
foi desenvolvido um sistema de abastecimento de água, o aqueduto Aqua Appia, com
cerca de 17km de extensão, em 312 a.C., e foi a primeira grande civilização a cuidar
especificamente do saneamento, criando diversos outros grandes aquedutos, reservató-
rios, grandes termas, banheiros públicos, chafarizes e nomeando Sextus Julius Frontinus
como Superintendente de Águas de Roma.

Porém, durante a Idade Média, a falta de hábitos higiênicos se agravou com o êxodo
rural, aumentando a população e o crescimento desordenado das cidades sem infraestru-
tura, o que desencadeou vários problemas de saúde pública e meio ambiente, as cidades
ficaram imundas gerando o aparecimento da Peste Negra.

Este crescimento desordenado da população urbana, a concentração e o aumento de


indivíduos por metro quadrado é um problema que enfrentamos atualmente nos grandes
centros urbanos, pois sem infraestrutura para atender a demanda, gerou-se muitos pro-
blemas ambientais, tais como o aparecimento de doenças de veiculação hídrica e outros
vetores, além da falta de água, devido principalmente à carência de Saneamento Básico.

No Brasil, início do século XX, até a década de 1930, houve o incremento do siste-
ma de abastecimento de água e o desenvolvimento de tecnologias para tratamento de
esgotos. Destaca-se ainda o Engenheiro Saturnino de Brito, considerado o Patrono da
Engenharia Sanitária e Ambiental no Brasil, que se destacou com a criação, em 1907,
dos canais de drenagem de Santos para evitar a proliferação de insetos nas áreas alaga-
das, que funcionam ainda hoje.

Entre as décadas de 1930 e 1940, foi elaborado o Código das Águas, o primeiro ins-
trumento de controle de uso dos recursos hídricos, a partir dessa época foram aprimo-
radas tecnologias de tratamento e identificação de parâmetros de controle de qualidade
de água e esgoto.

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Apesar de alguns países da Europa, Estados Unidos e Ásia já terem uma preocupação
com o meio ambiente e uma visão de Desenvolvimento Sustentável desde da década
de 70, no Brasil, somente na década de 1990 e começo do século XXI, deu-se maior
atenção ao tema Desenvolvimento Sustentável e a preocupação com o meio ambiente.

De acordo com o Relatório Brundtland, desenvolvimento sustentável refere-se “procurar


satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades; significa possibilitar que as pessoas,
agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social, econômico, de
realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da
terra e preservando as espécies e os habitats naturais”.

A preocupação com saneamento, ao longo da história, esteve quase sempre relacio-


nada à transmissão de doenças. Entretanto, o crescimento acelerado da população mun-
dial e do parque industrial, o consumo excessivo e consequente aumento na produção de
resíduos, o descarte irresponsável desses resíduos no meio ambiente, têm levado a uma
preocupação mais abrangente: a escassez dos recursos naturais.

Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu hábitat
numa relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a todos sem
transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos.

Para isso, é necessário que se construa um novo modelo de desenvolvimento em que


se harmonizem a melhoria da qualidade de vida das populações, a preservação do meio
ambiente e a busca de soluções criativas para atender aos anseios de cidadãos de ter
acesso a certos confortos da sociedade moderna.

Saneamento e Saúde
Desde a antiguidade, o homem aprendeu, por experiência própria, que a água suja
e o acúmulo de lixo transmitem doenças e que é preciso adotar medidas para dispor de
água limpa e livrar-se dos detritos. Assim, iniciou-se a ideia do saneamento básico.

Mas o que é Saneamento?

Saneamento é o ato ou efeito de sanear, quer dizer: tornar são, saudável, ou seja,
criar meios para manter a saúde. Então, equivale à saúde. O saneamento vai impedir que
qualquer fator desarmonize o meio, afete a saúde do homem e desequilibre os ecossiste-
mas. Portanto, o saneamento previne as doenças e promove a saúde.

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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

A palavra “sanear” vem do latim sanu, que significa tornar saudável, habitável, higie-
nizar e limpar.

“Saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exer-


cem ou podem exercer efeitos nocivos ao homem, prejudicando o seu bem-estar físico,
mental ou social” (Organização Mundial da Saúde).

“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a


ausência de doença ou enfermidade” (Organização Mundial da Saúde).

As atividades que englobam o Saneamento do Meio, são:


• Sistema de Abastecimento de água;
• Sistema de Coleta e tratamento de águas residuárias;
• Sistema de limpeza pública;
• Sistema de drenagem urbana;
• Acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou destino final dos resíduos
sólidos (lixo);
• Controle da poluição ambiental (água, ar, solo, acústica e visual);
• Saneamento dos alimentos;
• Controle de artrópodes e de roedores de importância em saúde pública;
• Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação, de recreação e
dos hospitais;
• Saneamento e planejamento territorial e dos meios de transporte;
• Saneamento em situação de emergência;
• Aspectos diversos de interesse no saneamento do meio (cemitérios, aeroportos,
ventilação, iluminação, insolação etc.).

Constituem os Sistemas do Saneamento Básico:


• O Sistema de Abastecimento de Água;
• O Sistema de Água Residuárias;
• O Sistema de Limpeza Urbana;
• O Sistema de Drenagem Urbana.

No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e definido


pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações
operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drena-
gem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.

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A importância sanitária do Saneamento Básico traz um resultado rápido na saúde e
na qualidade de vida, ocasionando a melhoria do equilíbrio dos ecossistemas, conser-
vação da flora e da fauna e a proteção dos recursos hídricos. Promove a educação de
hábitos higiênicos e da limpeza pública, o aumento da vida média da população servida,
em uma diminuição dos índices de mortalidade em geral e em particular da infantil. Além
disso, verifica-se a redução de horas perdidas pelo trabalhador com doenças relativas a
falta de saneamento básico e garante a produção para as indústrias que utilizam a água
como matéria prima.

Doenças de Transmissão Hídrica


A água pode ser um veículo de transmissão de doenças notadamente do aparelho
intestinal quando há presença de microrganismos patogênicos responsáveis por deter-
minadas doenças.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), grande parte de todas as doenças


que se alastram nos países em desenvolvimento são provenientes da água de má qualidade.
A água contaminada pode prejudicar a saúde das pessoas através das seguintes situações:
• através da ingestão direta;
• na ingestão de alimentos;
• pelo seu uso na higiene pessoal;
• no lazer;
• na agricultura e na indústria.

Os microrganismos patogênicos dão origem as doenças de transmissão hídrica oca-


sionadas por:
• Bactérias: febre tifoide, febres paratifoides, disenteria bacilar, cólera;
• Protozoários: amebíase ou disenteria amebiana;
• Vermes (helmintos) e larvas: esquistossomíase;
• Vírus: hepatite infecciosa e poliomielite.

As principais doenças causadas por veiculação hídrica dividem-se por tipo de transmissão:
• Transmissão direta por meio da água: ocorre geralmente em regiões desprovidas
de serviços de saneamento, provocando as seguintes doenças: cólera, febre tifoide,
febre paratifoide, disenteria bacilar, amebíase ou disenteria amebiana, hepatite in-
fecciosa e poliomielite;
• Transmissão indireta por meio da água: esquistossomose, fluorose, malária, fe-
bre amarela, bócio, dengue, tracoma, leptospirose, perturbações gastrointestinais
de etiologia escura, infecção dos olhos, ouvidos, garganta e nariz.

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As doenças relacionadas com a água podem ser agrupadas conforme a tabela a seguir.

Tabela 1 − Doenças de Veiculação Hídrica


Transmissão Doença Agente Patogênico Formas de Prevenção
Cólera Vibio cholerae
Febre Tifóide Salmonella Typhi
Implantar sistema de
Leptospirose Leptospira interrogans abastecimento de água;
Giardiase Giardia Lamblia melhorar as moradias e as
instalações sanitárias
Amebíase Entamoeba Histolytica
Pela água Hepatite infecciosa Hepatite virus A
Balatidium coli,
Cryptoporidium, Baccilus
cereus, S. aureus,
Campylobacter, E.coli
Diarreia aguda Proteção dos mananciais
entorotoxogênia e Shigella,
Yersinia entericilítica,
Astrovirus, Calicivirus,
Norwalk, Rotavirus A e B
Escabiose Sarcoptes scabiei Implantar sistema de
Pediculose (piolho) Pediculus humanus esgotamento sanitário
Tarcoma Clamydia Trachoma Instalar abastecimento de água
Conjuntivite bacteriana aguda Haemophilus Agyptius e instalações prediais no domicílio
Pela falta da água Salmonelose Salmonella Typhimurium Executar melhorias sanitárias
Tricuríase Tricuris Trichiura domiciliares coletivas
Entrobíase Enterobius vermiculares
Instalar reservatório de água
Ancilostomíase Ancylostoma duodenale
adequado com limpeza sistemática
Ascaridíase Ascaris lumbricoides
Plasmodium vivax, P. malarie Eliminar o aparecimento de
Malária
e P. falciparum criadouros com inspeção
Por vetores que se sistemática e medidas de controle
Dengue Grupo B dos arbovírus (drenagem, aterro e outros)
relacionam com a água
Febre Amarela RNA vírus Dar destinação final adequada
Filariose Wuchereria bancrofti aos resíduos sólidos
Controle de vetores e
Associado à àgua Esquistossomose Schistosoma mansoni
hospedeiros intermediários
Fonte: Adaptado de JR. PHILIPPI, Arlindo et al (2005)

Doenças de Origem Hídrica


Existem contaminantes tóxicos que podem ser encontrados nos sistemas públicos de
abastecimento de água.
• Contaminantes naturais de uma água que esteve em contato com formações mine-
rais venenosas, como por exemplo: o flúor, o selênio, o arsênio e o boro;

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• Contaminantes naturais de uma água na qual se desenvolveram determinadas colô-
nias de microrganismos venenosos, como certos tipos de algas que são encontradas
nos mananciais;
• Contaminantes introduzidos na água em virtude de certas obras hidráulicas defei-
tuosas (principalmente tubos metálicos) ou práticas inadequadas no tratamento de
água. Como por exemplo: pela corrosão de tubulações metálicas, tratamento de
água empregando-se o Sulfato de Alumínio, Cal, Cloro e Flúor;
• Contaminantes introduzidos nos mananciais por certos despejos industriais, por
esta razão é de grande importância o controle dos despejos industriais;
• Contaminantes introduzidos nos mananciais pelo uso de pesticidas largamente em-
pregado no combate às pragas da agricultura e aos vetores de doenças humanas e
de animais;
• Esgotos sanitários lançados nas sarjetas, contaminando córregos e cursos d´água com
substâncias como detergentes, matéria orgânica que alteram o balanço de oxigênio
dos cursos d’água, favorecendo a eutrofização, além de outras alterações químicas;
• Os poluentes carregados pelas chuvas que são introduzidos nos cursos d’água.

Medidas de Proteção
Todas as medidas de proteção para impedir a contaminação da água por algum
agente transmissor de doença são feitas após a elaboração de Planejamento e Projetos
de Sistemas de Abastecimento de água e Sistemas de Coleta e Tratamento de águas Re-
siduárias da Região, sendo que a eficiência poderá ser comprometida caso as obras se-
jam parcialmente implantadas, pois os Sistemas estão inter-relacionados. Por exemplo,
a ausência de sistema de tratamento de efluentes poderá resultar na contaminação do
manancial da cidade e, portanto, inviabilizar ou encarecer o sistema de abastecimento de
água. Assim, a prática sugere que o processo de planejamento da região a ser atendida
deve considerar as modificações e buscar alternativas de mitigação, atuando de forma
integrada, no que se refere as atividades de saneamento do meio, tendo como base ter-
ritorial a bacia hidrográfica.

Entretanto, na prática é comum a implantação de sistema de abastecimento de água


sem a implantação de rede coletora e sistema de tratamento de efluentes, que se traduz
em um aumento na taxa de consumo de água de uma comunidade e um extravasamento
das fossas negras e, em geral, lançamento nas sarjetas, dentre outros problemas decor-
rentes. Um benefício à saúde pública, que é o abastecimento de água potável, mas na
ausência da implantação conjunta e concomitante do esgotamento sanitário, acarreta a
contaminação e a possibilidade de doenças por veiculação hídrica.

O sistema de limpeza urbana deverá considerar, também, os resíduos sólidos gerados


nos processos de tratamento de água para abastecimento e de águas residuárias.

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Sistema de Abastecimento de Água


A água possui inúmeros usos, alguns diretamente ligados com a saúde humana:
• água utilizada para higiene, rega de hortaliças, preparação de alimentos, fabricação
de bebidas e alimentos, atividades recreativas, usos comerciais e para fabricação de
produtos e para o consumo humano.

Ressalta-se que atualmente é um grande desafio garantir a qualidade e a quantida-


de suficiente de água para atender e garantir a saúde humana e prevenir as doenças.
A utilização da água para abastecimento da população deve ter prioridade sobre os de-
mais usos dos recursos hídricos.

Do ponto de vista operacional, o abastecimento de água pode ser considerado um


processo que faz parte do Ciclo do Abastecimento de água e Esgotamento Sanitário.

Esse ciclo compreende um conjunto de atividades inter-relacionadas que têm início na


Gestão dos Recursos Hídricos para preservação dos mananciais.

Ciclo do Abastecimento e Esgotamento Sanitário


A água bruta captada é transportada do manancial até a Estação de Tratamento de
água (ETA) por uma Adutora de água Bruta (AAB).

MANANCIAL TRATAMENTO RESERVAÇÃO


DE ÁGUA

REUSO
TRATAMENTO REDE DE
DE ESGOTO DISTRIDUIÇÃO

BIOSÓLIDO

COLETA DE ESGOTOS
AFASTAMENTO
BIOGÁS

Figura 1

Após o processo de tratamento, a água é transportada, por meio de tubulação de-


nominada Adutora de Água Tratada (AAT), até os reservatórios localizados em pontos
estratégicos do sistema de abastecimento. A partir desses reservatórios ocorre a dis-
tribuição da água tratada por meio de tubulações que formam verdadeiras redes. Para
operação eficiente do sistema de distribuição, as redes são divididas em zonas de pres-
são. Cada zona de pressão é constituída por equipamentos especiais que permitem a
operação do sistema de abastecimento de maneira independente, mantendo as pressões
mínimas necessárias para que a água chegue até as moradias. Estima-se que 80% da
água de abastecimento que chega nas moradias retorne como esgotos provenientes das
instalações sanitárias, banheiros, cozinhas e lavanderias em geral. Esses esgotos são
recolhidos por meio de redes coletoras e afastados das áreas urbanas por tubulações de

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maior porte, chamadas interceptores, e também por caminhão do tipo limpa- fossa ou
outros meios até as Estações de Tratamento de Esgotos (ETE).

Nesta unidade veremos apenas o Sistema de Abastecimento de água.

No esquema a seguir é mostrado um exemplo de um Sistema de Abastecimento de água.

Figura 2 − Esquema de Sistema de Abastecimento de Água

Captação
A captação pode ser feita em mananciais de águas das seguintes formas:
• Superficiais; Sistema de Abastecimento de Água;
• Subterrâneas ou;
• Meteóricas (água proveniente da chuva, neve ou granizo).

Adução
A adução de água bruta consiste no transporte da água da captação até a estação de
tratamento e desta até os reservatórios. O transporte é feito por adutoras de água bruta
e adutoras de água tratada, respectivamente.

As adutoras tanto de água bruta como água tratada podem operar como:
• condutos livres: quando operam por gravidade e a água ocupa apenas parte da se-
ção do escoamento, apresenta assim superfície livre sujeita à pressão atmosférica.
Os condutos livres podem ser abertos (canal) ou fechados;
• condutos forçados: são aqueles em que a água ocupa toda a seção de escoamen-
to, com pressão diferente da atmosférica, podendo ser por recalque (bombeamen-
to), no sentido ascendente, ou por gravidade, no sentido descendente.

Tratamento de Água Bruta


O Tratamento de Água Bruta consiste em tratar a água que é encontrada na natu-
reza com impurezas da atmosfera e, em seu escoamento que carreia substâncias que
alteram as suas características físico-químicas e sua qualidade. Algumas substâncias são
dissolvidas na água e outras ficam em suspensão. Antes do consumo, portanto, a água

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precisa passar por um processo de adequação das suas características aos padrões de
potabilidade estabelecidos pela Portaria 1.469/00 do Ministério da Saúde, que alterou a
Portaria 36/90. Para atingir os padrões de potabilidade são utilizados vários processos
que dependem da qualidade e da quantidade da água a ser tratada, bem como das cir-
cunstâncias em que se fará o uso da água.

Existem muitos tipos de tratamento como por exemplo, fervura, sedimentação sim-
ples, filtração lenta, aeração, irradiação ultravioleta, ozônio, membrana filtrante, porém
o mais utilizado atualmente é processo convencional.

BITTENCOURT, Claudia; SILVA, Maria Aparecida. Tratamento de Água e Efluentes.


Disponível em: https://goo.gl/gjCbS8

O processo convencional de tratamento da água bruta que ocorre em uma ETA é


ilustrado na Figura a seguir.

Esquema de uma ETA convencional, disponível em: https://goo.gl/np3XmH

Mistura Rápida
Mistura rápida é a operação destinada a dispersar os produtos químicos aplicados
na água, na canaleta de entrada dos floculadores. Para que ocorra a mistura, a canaleta
precisa ter dispositivos hidráulicos que causem turbulência na água, conforme vemos no
exemplo da foto a seguir.

Os produtos químicos adicionados na Mistura Rápida são: sais de alumínio e de ferro


para coagulação, polieletrólitos para coagulação e floculação, cal hidratada para corre-
ção do pH (pré-alcalinização) e, em alguns casos, cloro para a pré-cloração. Nesta etapa,
também a água passa pelas grades para retirada material grosseiro.

Floculação
Após a aplicação dos produtos químicos na Mistura Rápida as águas, são encaminha-
das aos Floculadores onde ocorrem a coagulação e a floculação.

O objetivo da Floculação é aglutinar as impurezas contidas na água (elementos e


compostos químicos, bactérias, protozoários e plânctons) em partículas maiores denomi-
nadas flocos, que serão removidos nas próximas etapas por sedimentação nos Decanta-
dores e ainda na Filtração. O fenômeno da coagulação consiste na formação de flocos
a partir da união química das partículas coloidais. A mistura dá água para formação dos
flocos pode ser feita por meio de agitadores mecânicos.

• Esquema de uma ETA convencional, disponível em: https://goo.gl/k8PXGa


• Esquema de Floculadores mecanizados, disponível em: https://goo.gl/839Nga

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Decantação
Após a Floculação, a água segue para os Decantadores onde acontece a sedimentação
dos agrupamentos de flocos formados na etapa da floculação. Nessa etapa do tratamento,
procura-se evitar ao máximo a turbulência na água para que haja deposição das partículas
solidas suspensas. A decantação é utilizada para águas com muita turbidez e cor.

Figura 3 − Decantadores ETA - Guaraú - SABESP - São Paulo


Fonte: fec.unicamp.br

Filtração Rápida
Após a decantação, a água é encaminhada aos filtros rápidos de areia que são cons-
tituídos por camada, suporte, um fundo falso, pedregulho ou brita e areia, conforme o
link a seguir.

Filtração Rápida, disponível em: https://goo.gl/itbKae

Caso as substâncias que produzam odor ou sabor estejam presentes, uma camada
adicional de carvão ativado será utilizada. A limpeza dos filtros é realizada por meio de re-
trolavagem, a uma taxa várias vezes maior que a taxa de filtração. A agua resultante da la-
vagem dos filtros segue para um sistema de recuperação de agua de lavagem, onde o lodo
pode ser encaminhado para estações de tratamento de esgotos para aumentar a eficiência
relativa à remoção de fósforo, podendo ser utilizado na confecção de tijolos ecológicos.

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Desinfecção
Após a saída dos filtros rápidos, a água é encaminhada para a desinfecção cuja a fun-
ção é de eliminar os microrganismos dá água que podem ser patogênicos. A forma mais
utilizada é a aplicação de compostos de cloro que, ao penetrarem a célula, ocasionam
reações químicas no seu sistema de enzimas, comprometendo sua atividade metabólica.
A cloração pode ser realizada nas diversas fases do tratamento, mesmo nos reservatórios
de acumulação de água bruta e no sistema de distribuição de água tratada, o cloro pode
ser aplicado para garantir a desinfecção, nos casos em que a água de distribuição não é
tratada. Nos casos em que o porte do tratamento comporta mão-de-obra especializada
e instalações providas de equipamentos apropriados, passa a ser compensatório o uso
de cloro gás. O intitulado cloro gás (Cl2) é fornecido na forma de gás comprimido (gás e
líquido), em um formato similar ao fornecimento de gás de cozinha, acondicionado em
cilindros de tamanhos variados (50, 68 e 900 kg), podendo também ser fornecido em car-
retas. Ele possui baixo teor de água e por isso é chamado também de cloro seco. As van-
tagens apresentadas ao utilizarmos o cloro gasoso para desinfecção das águas destinadas
ao abastecimento são menor espaço de armazenagem, maior precisão na dosagem e me-
nores perdas do princípio ativo. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo
de cloro residual livre igual a 0,5 mg/L. É obrigatória a manutenção de, no mínimo,
0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de distribuição. O hipoclorito de sódio (NaClO)
e o Hipoclorito de Cálcio (Ca(ClO)2) também podem ser utilizados na desinfecção.

Fluoretação
A água após a desinfecção é fluoretada com objetivo de prevenção de cárie dentária.
Historicamente, a fluoretação da água foi feita pela primeira vez em 1945 nos Estados
Unidos. Hoje, a fluoretação é obrigatória no Brasil, pois, com o passar do tempo, obser-
vou-se a diminuição da incidência de cáries em crianças em áreas onde o flúor ocorria
naturalmente em determinadas concentrações. Porém, o excesso de flúor provoca uma
doença conhecida como fluorose. Seus sintomas são contrários aos esperados quando o
flúor é utilizado nas concentrações adequadas, fragilizando os ossos.

Em seguida, é feita a correção final do pH da água, para evitar a corrosão ou incrus-


tação das tubulações, adicionado cal hidratada ou (carbonato de sódio).

Casa de Química
A casa de química é o local da ETA onde desenvolvem-se as funções auxiliares ligadas
ao processo de tratamento, necessárias à sua perfeita operação, manutenção e controle,
onde se localizam os produtos químicos adicionados no processo de tratamento.

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Laboratório
O laboratório é o local da ETA que tem a função de controlar e acompanhar a efici-
ência do tratamento, por meio de análises e ensaios físicos, químicos e bacteriológicos.
As estações de tratamento com capacidade igual ou superior a 10 mil m3/dia devem
possuir área para laboratório de bacteriologia. As estações com capacidade inferior não
precisam ter laboratórios próprios, desde que mantenham fácil comunicação com um
laboratório central.

Lodos da ETA
No processo de tratamento da água nas ETAs é gerado lodo proveniente da lavagem
dos filtros, dos decantadores e dos tanques de produtos químicos que é um resíduo
sólido, e suas características variam conforme as propriedades da água bruta, dos pro-
dutos químicos utilizados no tratamento e do tempo de detenção, no caso do lodo dos
decantadores. Esse lodo representa um grande desafio para as empresas operadas do
sistema de água, porque constitui importante fator de degradação ambiental quando
disposto no solo ou na água, sem controle, por causa da alta concentração de alumínio,
principalmente. As alternativas para disposição final desse lodo são nos Aterros Sanitá-
rios; disposição controlada no solo; aplicação em processos industriais; disposição em
Estações de Tratamento de Esgotos.

Segurança
As estações de tratamento de água devem observar condições mínimas de segurança
do trabalho e higiene, por exemplo: guarda-corpo de proteção em locais de circulação
com altura superior a dois metros; os locais de trabalho não devem ter piso com saliên-
cias ou depressões; os pisos devem ser de material antiderrapante; as escadas devem
ser fixas no topo, na base e no máximo a cada três metros; as escadas com altura igual
ou superior a seis metros devem ser providas de gaiolas de proteção; devem contar com
chuveiros de emergências atendendo as normas ABNT.

Reservação
Os principais objetivos da reservação de água num sistema de abastecimento público
são de atender as variações de consumo durante o dia; promover a continuidade do
abastecimento em caso de interrupção da produção de água; manter pressões ade-
quadas na rede de distribuição e garantir reserva estratégica para combate à incêndio.
Os reservatórios podem ser do tipo:
• Elevado: quando há necessidade de aumento da pressão de abastecimento em
regiões altas, conforme figura a seguir:

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UNIDADE
Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

Figura 4
Fonte: Divulgação

• Apoiado, enterrado ou semienterrado: quando o fundo do reservatório está em


contato com o terreno, conforme sua disposição em relação à superfície do terre-
no, conforme ilustra a foto a seguir.

Figura 5
Fonte: Divulgação

Distribuição de Água - Rede de Distribuição


A rede de distribuição é formada por um conjunto de tubulações, conexões, válvulas e
peças especiais assentadas nas vias públicas, no passeio ou nos canteiros dos parques e
avenidas, com o objetivo de fornecer água de forma contínua, em quantidade e pressões
recomendadas a todos os usuários do sistema de abastecimento. As válvulas e demais
acessórios são instalados para permitir manobras, controle de pressão, esvaziamentos e
manutenção da rede sem a interrupção do abastecimento.

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As redes podem ser do tipo:
• Ramificada: possui uma tubulação principal da qual partem tubulações secundárias;
• Malhada sem anel: da tubulação principal partem tubulações secundárias que se
intercomunicam, evitando extremidades mortas;
• Malhada com anel: as tubulações de maior diâmetro (principais) circundam uma deter-
minada área alimentando tubulações menores (secundárias); nesse tipo de rede o abas-
tecimento de um ponto pode ser feito por diversas vias, reduzindo a perda de carga.

As redes funcionam como condutos forçados, ou seja, sob pressão. Os esquemas a


seguir ilustram os tipos de rede de distribuição.

Estação Elevatória
É uma instalação destinada a transportar e elevar a água para níveis acima dos atin-
gidos pela pressão da rede. É também chamada de booster e pode ser utilizada para
captação de água de mananciais superficiais e subterrâneos, bem como para aumentar
a vazão de adução. O ideal seria que as redes de distribuição de água funcionassem in-
teiramente por gravidade. Dessa forma, os gastos com energia elétrica seriam menores
e o abastecimento da população não estaria sujeito às interrupções na falta de energia.

Figura 6
Fonte: UFRRJ

Ligação Domiciliar de Água


A ligação domiciliar de água é o trecho entre a rede de distribuição e o cavalete na
entrada das habitações, onde é instalado o hidrômetro para medição do consumo de
água. A figura disponível no link a seguir ilustra uma ligação domiciliar de água.

Ligação Domiciliar de Água, disponível em: https://goo.gl/G9iFAz

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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

Instalação Predial
A instalação predial é constituída pelo conjunto de tubulações, peças e acessórios
instalado no interior das moradias, com o objetivo de propiciar o uso adequado da água
e suas funções higiênicas. Também é chamado de sistema predial de água fria. A rede
pública abastece o reservatório domiciliar que passa a abastecer a residência. A razão
principal da existência desse reservatório domiciliar (caixa d’ água) é a necessidade de
reserva de água para os períodos de interrupção do abastecimento e pressão insuficiente
em pontos da rede, frequentes em muitas localidades. Esses reservatórios, entretan-
to, constituem pontos potenciais de contaminação quando não são convenientemente
protegidos com tampa. Além disso, precisam ser periodicamente limpos e desinfeta-
dos, conforme as Normas ABNT. O reservatório domiciliar constitui fator de economia
no dimensionamento da rede de distribuição porque atende à demanda no horário de
maior consumo, possibilitando que as tubulações tenham diâmetros menores. Deve ter
capacidade de abastecer o domicílio por um dia, pelo menos. O volume de reservação é
calculado considerando-se o consumo per capita e o número de pessoas a ser atendidas.

Instalação Predial, disponível em: https://goo.gl/R9D3C7


Instalação Hidráulica, disponível em: https://goo.gl/N9uxui

Controle de Qualidade da Água Distribuída e dos Mananciais


A qualidade da água distribuída é controlada conforme normas e padrões estabe-
lecidos pela Portaria n. 1.469/200011 do Ministério da Saúde. De acordo com essa
portaria, as prestadoras de serviços devem encaminhar às Secretarias de Estado da
Saúde, ou órgãos equivalentes, relatórios mensais relativos ao efetivo cumprimento de
suas disposições.

Nesta Unidade vimos os temas relativos ao Saneamento Básico, as doenças de ori-


gem e veiculação hídrica e o Sistema de Abastecimento de Água, estudando todas
as partes detalhadamente.
Analisamos a importância do desafio de garantir a boa qualidade e a quantidade suficiente
de água para atender a demanda crescente populacional e para preservar a saúde huma-
na, além de manter o equilíbrio dos ecossistemas.
Operacionalmente, o abastecimento de água pode ser considerado um processo que faz
parte do Ciclo do Abastecimento de água e Esgotamento Sanitário. Estes dois sistemas
estão inter-relacionados e devem ser implantados simultaneamente para uma boa Gestão
dos Recursos Hídricos para preservação dos mananciais.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Governo do Estado de São Paulo - Secretaria da Saúde
Saiba mais sobre Doenças de veiculação hídrica.
https://goo.gl/XWMzBC
Sabesp
Curiosidades, consulte o site.
https://goo.gl/Srdm0
Fenasan
Feira e Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente.
https://goo.gl/ZsbZ5D

Vídeos
Sabesp - Tratamento de Água
Assista ao vídeo sobre estação de tratamento de água e outras curiosidades.
https://youtu.be/P2ShcHsEGts

Leitura
ABNT NBR 12211:1992
Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água.
https://goo.gl/4GwNux
ABNT122 NBR 12216:1992
Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público.
https://goo.gl/4GwNux
ABNT NBR 12213:1992
Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público.
https://goo.gl/4GwNux
Portal Saneamento Básico
Sistema captará água de chuva para utilização no Cepeusp.
https://goo.gl/gqnMLv

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UNIDADE
Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água

Referências
BITTENCOURT, Claudia; SILVA, Maria Aparecida. Tratamento de Água e Efluentes
- Fundamentos de Saneamento Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos- São Paulo-
1ª edição Editora Érica – Saraiva, 2014.

HOWE, Kerry, et al. Princípios de Tratamento de Água. São Paulo - Editora Cengage
Learning , 2017.

JR.PHILIPPI, Arlindo; MARTINS, Getúlio. Águas de abastecimento. In: Saneamento,


saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável - Barueri -São
Paulo, Editora Manole – USP, 2005.

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