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Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Saneamento e Saúde, Doenças de veiculação
Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
Objetivos
• Apresentar noções gerais do Saneamento do Meio e conceituar mostrando a importân-
cia do Saneamento Básico;
• Estudar todas as partes que envolvem o Sistema de Abastecimento de Água.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
Contextualização
Através do estudo desta unidade você vai sentir a importância e a necessidade do
Saneamento Básico para a vida humana e preservação do meio ambiente.
“Vergonha básica”
No ritmo atual, o Brasil só conseguirá oferecer água potável e tratamento de esgoto a todos os
brasileiros na metade do século XXI.
Fonte: Adaptado de Revista Veja (Por Otto von Sothen) <https://goo.gl/oVMm1M>
A escassez do líquido da vida já é uma realidade. 844 milhões de pessoas no mundo não têm
água potável. Parte do globo vive essa falta no dia a dia, enquanto a outra tem a preciosidade
ao seu dispor. O impasse poderá intensificar as mudanças no clima, os conflitos sociais e gerar
custos à população. A boa notícia é que há tempo para mudar.
Distribuição desigual, desmatamento, lixo descartado sem cuidado e descaso sãs as causas. Mesmo
locais acostumados à abundância, como aqui no Brasil, começaram a suar com os efeitos do des-
caso. O país é a nação mais alagada da Terra, mas é também um péssimo exemplo no trato com
o bem. A água doce, de rios e lagos, vem sendo afogada ao se tornar depósito de toneladas de lixo
e esgoto, o que coloca em risco a saúde de milhares de pessoas sem acesso a saneamento básico.
Fonte: Adaptado de Revista Veja (Publicado em 22 mar 2018, 17h38) <https://goo.gl/9CizVZ>
Nos últimos anos, Franca praticamente universalizou o fornecimento de água, assim como a co-
leta e o tratamento de esgoto. Segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo), os investimentos na cidade foram de R$ 300 milhões desde 2012, principalmente
nas obras do Sistema Sapucaí, novo sistema local de produção de água.
Mas, para a empresa, os investimentos não explicam sozinhos a boa situação do saneamento bá-
sico de Franca. A Sabesp os vê como reflexo de políticas de longo prazo adotadas por diferentes
administrações, que priorizaram planejamento e gestão.
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“Esses fatores, aliados a equipes permanentemente treinadas e comprometidas em melhorar a
qualidade de vida das pessoas e as condições ambientais, têm possibilitado manter os excelentes
indicadores de saneamento em Franca ao longo dos anos”, afirma o superintendente da Sabesp
para a região, Gilson Santos de Mendonça.
Um resultado direto desses números está na saúde da população. Franca teve 460 internações
por doenças diarreicas entre 2007 e 2015, enquanto Ananindeua (PA), a pior colocada no
ranking do Trata Brasil, teve 36.473 (um número 79 vezes maior).
De acordo com a empresa, R$ 385 milhões foram investidos em água e esgoto em Uberlândia
entre 2005 e 2017.
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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
Introdução
Ao longo da nossa História, os povos sempre se instalaram próximos aos cursos
d’água ou rios para poderem matar sua sede, desenvolver a agricultura para o alimento
e criar animais para sua subsistência.
Na História do Antigo Egito já havia iniciado obras de controle de cheias (do fluxo
de água) do rio Nilo, com a projeção dos níveis de água durante os períodos anuais,
sistema de irrigação, construção de diques e a utilização de tubos de cobre no palácio
real do faraó Quéops. Na História da Grécia também existiu medidas sanitárias, como
o tratado de Hipócrates “Ares, Águas e Lugares”, que informava aos médicos sobre a
relação entre o ambiente e a saúde. Os Filósofos como Platão e Aristóteles se preocupa-
vam com a qualidade da água e com medidas sanitárias. No Império Romano também
foi desenvolvido um sistema de abastecimento de água, o aqueduto Aqua Appia, com
cerca de 17km de extensão, em 312 a.C., e foi a primeira grande civilização a cuidar
especificamente do saneamento, criando diversos outros grandes aquedutos, reservató-
rios, grandes termas, banheiros públicos, chafarizes e nomeando Sextus Julius Frontinus
como Superintendente de Águas de Roma.
Porém, durante a Idade Média, a falta de hábitos higiênicos se agravou com o êxodo
rural, aumentando a população e o crescimento desordenado das cidades sem infraestru-
tura, o que desencadeou vários problemas de saúde pública e meio ambiente, as cidades
ficaram imundas gerando o aparecimento da Peste Negra.
No Brasil, início do século XX, até a década de 1930, houve o incremento do siste-
ma de abastecimento de água e o desenvolvimento de tecnologias para tratamento de
esgotos. Destaca-se ainda o Engenheiro Saturnino de Brito, considerado o Patrono da
Engenharia Sanitária e Ambiental no Brasil, que se destacou com a criação, em 1907,
dos canais de drenagem de Santos para evitar a proliferação de insetos nas áreas alaga-
das, que funcionam ainda hoje.
Entre as décadas de 1930 e 1940, foi elaborado o Código das Águas, o primeiro ins-
trumento de controle de uso dos recursos hídricos, a partir dessa época foram aprimo-
radas tecnologias de tratamento e identificação de parâmetros de controle de qualidade
de água e esgoto.
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Apesar de alguns países da Europa, Estados Unidos e Ásia já terem uma preocupação
com o meio ambiente e uma visão de Desenvolvimento Sustentável desde da década
de 70, no Brasil, somente na década de 1990 e começo do século XXI, deu-se maior
atenção ao tema Desenvolvimento Sustentável e a preocupação com o meio ambiente.
Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu hábitat
numa relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a todos sem
transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos.
Saneamento e Saúde
Desde a antiguidade, o homem aprendeu, por experiência própria, que a água suja
e o acúmulo de lixo transmitem doenças e que é preciso adotar medidas para dispor de
água limpa e livrar-se dos detritos. Assim, iniciou-se a ideia do saneamento básico.
Saneamento é o ato ou efeito de sanear, quer dizer: tornar são, saudável, ou seja,
criar meios para manter a saúde. Então, equivale à saúde. O saneamento vai impedir que
qualquer fator desarmonize o meio, afete a saúde do homem e desequilibre os ecossiste-
mas. Portanto, o saneamento previne as doenças e promove a saúde.
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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
A palavra “sanear” vem do latim sanu, que significa tornar saudável, habitável, higie-
nizar e limpar.
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A importância sanitária do Saneamento Básico traz um resultado rápido na saúde e
na qualidade de vida, ocasionando a melhoria do equilíbrio dos ecossistemas, conser-
vação da flora e da fauna e a proteção dos recursos hídricos. Promove a educação de
hábitos higiênicos e da limpeza pública, o aumento da vida média da população servida,
em uma diminuição dos índices de mortalidade em geral e em particular da infantil. Além
disso, verifica-se a redução de horas perdidas pelo trabalhador com doenças relativas a
falta de saneamento básico e garante a produção para as indústrias que utilizam a água
como matéria prima.
As principais doenças causadas por veiculação hídrica dividem-se por tipo de transmissão:
• Transmissão direta por meio da água: ocorre geralmente em regiões desprovidas
de serviços de saneamento, provocando as seguintes doenças: cólera, febre tifoide,
febre paratifoide, disenteria bacilar, amebíase ou disenteria amebiana, hepatite in-
fecciosa e poliomielite;
• Transmissão indireta por meio da água: esquistossomose, fluorose, malária, fe-
bre amarela, bócio, dengue, tracoma, leptospirose, perturbações gastrointestinais
de etiologia escura, infecção dos olhos, ouvidos, garganta e nariz.
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As doenças relacionadas com a água podem ser agrupadas conforme a tabela a seguir.
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• Contaminantes naturais de uma água na qual se desenvolveram determinadas colô-
nias de microrganismos venenosos, como certos tipos de algas que são encontradas
nos mananciais;
• Contaminantes introduzidos na água em virtude de certas obras hidráulicas defei-
tuosas (principalmente tubos metálicos) ou práticas inadequadas no tratamento de
água. Como por exemplo: pela corrosão de tubulações metálicas, tratamento de
água empregando-se o Sulfato de Alumínio, Cal, Cloro e Flúor;
• Contaminantes introduzidos nos mananciais por certos despejos industriais, por
esta razão é de grande importância o controle dos despejos industriais;
• Contaminantes introduzidos nos mananciais pelo uso de pesticidas largamente em-
pregado no combate às pragas da agricultura e aos vetores de doenças humanas e
de animais;
• Esgotos sanitários lançados nas sarjetas, contaminando córregos e cursos d´água com
substâncias como detergentes, matéria orgânica que alteram o balanço de oxigênio
dos cursos d’água, favorecendo a eutrofização, além de outras alterações químicas;
• Os poluentes carregados pelas chuvas que são introduzidos nos cursos d’água.
Medidas de Proteção
Todas as medidas de proteção para impedir a contaminação da água por algum
agente transmissor de doença são feitas após a elaboração de Planejamento e Projetos
de Sistemas de Abastecimento de água e Sistemas de Coleta e Tratamento de águas Re-
siduárias da Região, sendo que a eficiência poderá ser comprometida caso as obras se-
jam parcialmente implantadas, pois os Sistemas estão inter-relacionados. Por exemplo,
a ausência de sistema de tratamento de efluentes poderá resultar na contaminação do
manancial da cidade e, portanto, inviabilizar ou encarecer o sistema de abastecimento de
água. Assim, a prática sugere que o processo de planejamento da região a ser atendida
deve considerar as modificações e buscar alternativas de mitigação, atuando de forma
integrada, no que se refere as atividades de saneamento do meio, tendo como base ter-
ritorial a bacia hidrográfica.
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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
REUSO
TRATAMENTO REDE DE
DE ESGOTO DISTRIDUIÇÃO
BIOSÓLIDO
COLETA DE ESGOTOS
AFASTAMENTO
BIOGÁS
Figura 1
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maior porte, chamadas interceptores, e também por caminhão do tipo limpa- fossa ou
outros meios até as Estações de Tratamento de Esgotos (ETE).
Captação
A captação pode ser feita em mananciais de águas das seguintes formas:
• Superficiais; Sistema de Abastecimento de Água;
• Subterrâneas ou;
• Meteóricas (água proveniente da chuva, neve ou granizo).
Adução
A adução de água bruta consiste no transporte da água da captação até a estação de
tratamento e desta até os reservatórios. O transporte é feito por adutoras de água bruta
e adutoras de água tratada, respectivamente.
As adutoras tanto de água bruta como água tratada podem operar como:
• condutos livres: quando operam por gravidade e a água ocupa apenas parte da se-
ção do escoamento, apresenta assim superfície livre sujeita à pressão atmosférica.
Os condutos livres podem ser abertos (canal) ou fechados;
• condutos forçados: são aqueles em que a água ocupa toda a seção de escoamen-
to, com pressão diferente da atmosférica, podendo ser por recalque (bombeamen-
to), no sentido ascendente, ou por gravidade, no sentido descendente.
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precisa passar por um processo de adequação das suas características aos padrões de
potabilidade estabelecidos pela Portaria 1.469/00 do Ministério da Saúde, que alterou a
Portaria 36/90. Para atingir os padrões de potabilidade são utilizados vários processos
que dependem da qualidade e da quantidade da água a ser tratada, bem como das cir-
cunstâncias em que se fará o uso da água.
Existem muitos tipos de tratamento como por exemplo, fervura, sedimentação sim-
ples, filtração lenta, aeração, irradiação ultravioleta, ozônio, membrana filtrante, porém
o mais utilizado atualmente é processo convencional.
Mistura Rápida
Mistura rápida é a operação destinada a dispersar os produtos químicos aplicados
na água, na canaleta de entrada dos floculadores. Para que ocorra a mistura, a canaleta
precisa ter dispositivos hidráulicos que causem turbulência na água, conforme vemos no
exemplo da foto a seguir.
Floculação
Após a aplicação dos produtos químicos na Mistura Rápida as águas, são encaminha-
das aos Floculadores onde ocorrem a coagulação e a floculação.
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Decantação
Após a Floculação, a água segue para os Decantadores onde acontece a sedimentação
dos agrupamentos de flocos formados na etapa da floculação. Nessa etapa do tratamento,
procura-se evitar ao máximo a turbulência na água para que haja deposição das partículas
solidas suspensas. A decantação é utilizada para águas com muita turbidez e cor.
Filtração Rápida
Após a decantação, a água é encaminhada aos filtros rápidos de areia que são cons-
tituídos por camada, suporte, um fundo falso, pedregulho ou brita e areia, conforme o
link a seguir.
Caso as substâncias que produzam odor ou sabor estejam presentes, uma camada
adicional de carvão ativado será utilizada. A limpeza dos filtros é realizada por meio de re-
trolavagem, a uma taxa várias vezes maior que a taxa de filtração. A agua resultante da la-
vagem dos filtros segue para um sistema de recuperação de agua de lavagem, onde o lodo
pode ser encaminhado para estações de tratamento de esgotos para aumentar a eficiência
relativa à remoção de fósforo, podendo ser utilizado na confecção de tijolos ecológicos.
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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
Desinfecção
Após a saída dos filtros rápidos, a água é encaminhada para a desinfecção cuja a fun-
ção é de eliminar os microrganismos dá água que podem ser patogênicos. A forma mais
utilizada é a aplicação de compostos de cloro que, ao penetrarem a célula, ocasionam
reações químicas no seu sistema de enzimas, comprometendo sua atividade metabólica.
A cloração pode ser realizada nas diversas fases do tratamento, mesmo nos reservatórios
de acumulação de água bruta e no sistema de distribuição de água tratada, o cloro pode
ser aplicado para garantir a desinfecção, nos casos em que a água de distribuição não é
tratada. Nos casos em que o porte do tratamento comporta mão-de-obra especializada
e instalações providas de equipamentos apropriados, passa a ser compensatório o uso
de cloro gás. O intitulado cloro gás (Cl2) é fornecido na forma de gás comprimido (gás e
líquido), em um formato similar ao fornecimento de gás de cozinha, acondicionado em
cilindros de tamanhos variados (50, 68 e 900 kg), podendo também ser fornecido em car-
retas. Ele possui baixo teor de água e por isso é chamado também de cloro seco. As van-
tagens apresentadas ao utilizarmos o cloro gasoso para desinfecção das águas destinadas
ao abastecimento são menor espaço de armazenagem, maior precisão na dosagem e me-
nores perdas do princípio ativo. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo
de cloro residual livre igual a 0,5 mg/L. É obrigatória a manutenção de, no mínimo,
0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de distribuição. O hipoclorito de sódio (NaClO)
e o Hipoclorito de Cálcio (Ca(ClO)2) também podem ser utilizados na desinfecção.
Fluoretação
A água após a desinfecção é fluoretada com objetivo de prevenção de cárie dentária.
Historicamente, a fluoretação da água foi feita pela primeira vez em 1945 nos Estados
Unidos. Hoje, a fluoretação é obrigatória no Brasil, pois, com o passar do tempo, obser-
vou-se a diminuição da incidência de cáries em crianças em áreas onde o flúor ocorria
naturalmente em determinadas concentrações. Porém, o excesso de flúor provoca uma
doença conhecida como fluorose. Seus sintomas são contrários aos esperados quando o
flúor é utilizado nas concentrações adequadas, fragilizando os ossos.
Casa de Química
A casa de química é o local da ETA onde desenvolvem-se as funções auxiliares ligadas
ao processo de tratamento, necessárias à sua perfeita operação, manutenção e controle,
onde se localizam os produtos químicos adicionados no processo de tratamento.
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Laboratório
O laboratório é o local da ETA que tem a função de controlar e acompanhar a efici-
ência do tratamento, por meio de análises e ensaios físicos, químicos e bacteriológicos.
As estações de tratamento com capacidade igual ou superior a 10 mil m3/dia devem
possuir área para laboratório de bacteriologia. As estações com capacidade inferior não
precisam ter laboratórios próprios, desde que mantenham fácil comunicação com um
laboratório central.
Lodos da ETA
No processo de tratamento da água nas ETAs é gerado lodo proveniente da lavagem
dos filtros, dos decantadores e dos tanques de produtos químicos que é um resíduo
sólido, e suas características variam conforme as propriedades da água bruta, dos pro-
dutos químicos utilizados no tratamento e do tempo de detenção, no caso do lodo dos
decantadores. Esse lodo representa um grande desafio para as empresas operadas do
sistema de água, porque constitui importante fator de degradação ambiental quando
disposto no solo ou na água, sem controle, por causa da alta concentração de alumínio,
principalmente. As alternativas para disposição final desse lodo são nos Aterros Sanitá-
rios; disposição controlada no solo; aplicação em processos industriais; disposição em
Estações de Tratamento de Esgotos.
Segurança
As estações de tratamento de água devem observar condições mínimas de segurança
do trabalho e higiene, por exemplo: guarda-corpo de proteção em locais de circulação
com altura superior a dois metros; os locais de trabalho não devem ter piso com saliên-
cias ou depressões; os pisos devem ser de material antiderrapante; as escadas devem
ser fixas no topo, na base e no máximo a cada três metros; as escadas com altura igual
ou superior a seis metros devem ser providas de gaiolas de proteção; devem contar com
chuveiros de emergências atendendo as normas ABNT.
Reservação
Os principais objetivos da reservação de água num sistema de abastecimento público
são de atender as variações de consumo durante o dia; promover a continuidade do
abastecimento em caso de interrupção da produção de água; manter pressões ade-
quadas na rede de distribuição e garantir reserva estratégica para combate à incêndio.
Os reservatórios podem ser do tipo:
• Elevado: quando há necessidade de aumento da pressão de abastecimento em
regiões altas, conforme figura a seguir:
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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
Figura 4
Fonte: Divulgação
Figura 5
Fonte: Divulgação
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As redes podem ser do tipo:
• Ramificada: possui uma tubulação principal da qual partem tubulações secundárias;
• Malhada sem anel: da tubulação principal partem tubulações secundárias que se
intercomunicam, evitando extremidades mortas;
• Malhada com anel: as tubulações de maior diâmetro (principais) circundam uma deter-
minada área alimentando tubulações menores (secundárias); nesse tipo de rede o abas-
tecimento de um ponto pode ser feito por diversas vias, reduzindo a perda de carga.
Estação Elevatória
É uma instalação destinada a transportar e elevar a água para níveis acima dos atin-
gidos pela pressão da rede. É também chamada de booster e pode ser utilizada para
captação de água de mananciais superficiais e subterrâneos, bem como para aumentar
a vazão de adução. O ideal seria que as redes de distribuição de água funcionassem in-
teiramente por gravidade. Dessa forma, os gastos com energia elétrica seriam menores
e o abastecimento da população não estaria sujeito às interrupções na falta de energia.
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Fonte: UFRRJ
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Instalação Predial
A instalação predial é constituída pelo conjunto de tubulações, peças e acessórios
instalado no interior das moradias, com o objetivo de propiciar o uso adequado da água
e suas funções higiênicas. Também é chamado de sistema predial de água fria. A rede
pública abastece o reservatório domiciliar que passa a abastecer a residência. A razão
principal da existência desse reservatório domiciliar (caixa d’ água) é a necessidade de
reserva de água para os períodos de interrupção do abastecimento e pressão insuficiente
em pontos da rede, frequentes em muitas localidades. Esses reservatórios, entretan-
to, constituem pontos potenciais de contaminação quando não são convenientemente
protegidos com tampa. Além disso, precisam ser periodicamente limpos e desinfeta-
dos, conforme as Normas ABNT. O reservatório domiciliar constitui fator de economia
no dimensionamento da rede de distribuição porque atende à demanda no horário de
maior consumo, possibilitando que as tubulações tenham diâmetros menores. Deve ter
capacidade de abastecer o domicílio por um dia, pelo menos. O volume de reservação é
calculado considerando-se o consumo per capita e o número de pessoas a ser atendidas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Governo do Estado de São Paulo - Secretaria da Saúde
Saiba mais sobre Doenças de veiculação hídrica.
https://goo.gl/XWMzBC
Sabesp
Curiosidades, consulte o site.
https://goo.gl/Srdm0
Fenasan
Feira e Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente.
https://goo.gl/ZsbZ5D
Vídeos
Sabesp - Tratamento de Água
Assista ao vídeo sobre estação de tratamento de água e outras curiosidades.
https://youtu.be/P2ShcHsEGts
Leitura
ABNT NBR 12211:1992
Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água.
https://goo.gl/4GwNux
ABNT122 NBR 12216:1992
Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público.
https://goo.gl/4GwNux
ABNT NBR 12213:1992
Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público.
https://goo.gl/4GwNux
Portal Saneamento Básico
Sistema captará água de chuva para utilização no Cepeusp.
https://goo.gl/gqnMLv
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Saneamento e Saúde, Doenças de Veiculação Hídrica e Sistema de Abastecimento de Água
Referências
BITTENCOURT, Claudia; SILVA, Maria Aparecida. Tratamento de Água e Efluentes
- Fundamentos de Saneamento Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos- São Paulo-
1ª edição Editora Érica – Saraiva, 2014.
HOWE, Kerry, et al. Princípios de Tratamento de Água. São Paulo - Editora Cengage
Learning , 2017.
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