Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
www.bambualeditora.com
contato@bambualeditora.com
R913t
Rudá, Terra de, 2008-
Tornar-se Presente, o milagre do Agora - o livro do Retorno /
Terra de Rudá – Rio de Janeiro: Bambual Editora, 2018.
ISBN 978-85-94461-06-3
1. Textos de meditação e contemplação. 2. Meditação.
3. Comunidade. I. Título
CDD 242 / 158.128 / 307
Dedicamos este livro àqueles que um dia
sonharam ter um rosto, um nome e um lugar.
Vivemos um tempo... 08
A Terra de Rudá 11
O Tornar-se Presente 13
Portais Energéticos 19
O livro do Retorno 33
O Milagre do Agora 39
Vivemos um tempo de descuidos. Pessoas
vão e vêm e seus olhos não se cruzam, suas
falas não se encontram, seus silêncios não
se falam. Quem são essas pessoas que
parecem ter um rosto, que parecem ter
um rumo mas, ainda assim, fazem planos
de amanhã serem felizes? Desabitadas
de si, elas rezam juntas, compram juntas
e se distraem juntas. Ainda não sabem
que toda a bem-aventurança passa pela
Presença, a Presença do Ser animando
este corpinho de desejos.
A Terra de Rudá
Em 2008, no Rio de Janeiro, um grupo de psi-
coterapeutas, educadores, artistas, místicos,
contadores de histórias, bordadeiras e dança-
rinos se reuniram em torno de um mesmo ideal
– inspirar pessoas a acessarem suas múltiplas
inteligências psicoespirituais. Através de inú-
meros recursos criativos, retiros de imersão,
cursos, workshops, palestras, performances,
intervenções..., com o intuito de provocar uma
ressignificação de vidas adaptadas a um velho
mundo de inseguranças materiais, pequenos
prazeres compensatórios e olhares acomoda-
dos com a insubstância do autoesquecimento,
· 11
trabalhamos com uma palheta informacional
diversa que contempla contrastes ricos ao
aprendizado, tais como o plano mágico, o sim-
bólico, o cartesiano, o alquímico... Chamamos
Educação Espiralada a este processo, onde todo
e qualquer estímulo vivencial nos convoca a
elaborações em diversos níveis da cognição.
Este grupo, com afeto e indignação, busca
trazer à tona o instinto de transcendência que
habita cada alma, cada gesto, cada promessa
de felicidade. Surgiu então a Terra de Rudá
e sua Educação Espiralada. O Projeto Rudá
e o Tornar-se Presente são tentativas de acordar
o humano que, na ignorância de si, distrai-se
com agendas lesivas ao Ser. Seja bem-vindo
à Jornada e aos milagrosos desafios do auto-
conhecimento. Este livro revela um pouco
dos conceitos e práticas que têm inspirado
muitas pessoas a soltarem uma vida desatenta
do essencial e despertarem para a potência de
Tornarem-se Presentes.
12 ·
O Tornar-se Presente
Foi na primavera de 2014 que a ideia de cons-
truirmos uma egrégora de meditação, reflexão
e partilhas nos tomou o coração. A este Campo
de Potência chamamos Tornar-se Presente
– lugar onde a gratuidade do amor recria
o olhar e inspira um crescimento psicológico
e espiritual. Sem nenhum viés religioso, a Terra
de Rudá se alegra em tocar em lugares onde
o Conhecimento de Si é a bússola, o Caminho,
as pegadas e a chegada na relação do humano
com o Sagrado. Com uma intensa produção
de conteúdo filosófico, ao longo dos 365 dias
do ano, nós, educadores, nos oferendamos ao
· 13
Ato de dançarmos a angústia do autoesqueci-
mento com a música do Ser e a coreografia da
Consciência. O indivíduo que recordou de si é
um curador de feridas ancestrais. O Tornar-se
Presente, como uma comunidade virtual con-
temporânea, possibilita que um número muito
grande de pessoas, ao mesmo tempo que rece-
bem conteúdos psicoespirituais em uma atmos-
fera amorosa, também exercem seus potenciais
de terapeutas e educadores que são.
A Estrutura
14 ·
Também é enriquecido pelo Calendário da
Luz, criação de Sergio Seixas e Lygia Franklin,
que através do I Ching – O Livro das Mutações,
oráculo milenar da cultura chinesa, possibilita
encontrar a qualidade de energia que a Luz
informa a cada dia, semana, estação... Este
conjunto de informações visa dar um lastro de
conteúdo consciencial para que a prática da
meditação encontre uma raiz e possa crescer e
florescer na mais elevada transcendência, lugar
onde informações não chegam e o Vazio Fértil
nos toma na Surpresa do Agora.
· 15
Este livro traz o registro dos temas semanais
com os respectivos comentários. Abaixo segue
um exemplo do modelo padrão das postagens,
com o céu astrológico e o Calendário da Luz:
Dia 01/10/2018
16 ·
excessivas informações prejudicariam a clareza
e concisão da essência dos conteúdos, além do
fato de que, ao contrário dos temas que são
constitutivos da experiência humana atemporal
e universal, os trânsitos astrológicos de tempos
atrás não têm interesse na atualidade.
A Dinâmica
· 17
· sextas-feiras ao almoçar: faz-se a invocação:
18 ·
Portais Energéticos
Há milênios, culturas neolíticas se reuniam em
torno de enormes círculos de pedras, em florestas
repletas de seres encantados, fogueiras e céus
estrelados para comungarem A Experiência, O
Mistério. Ritos de fertilidade, culto aos ances-
trais, comunicação com seres de outras dimen-
sões eram contemplados com o objetivo de
xamãs e suas tribos sutilizarem-se cada vez mais.
Solstícios e equinócios são portais de vivificação e
enraizamento em diversos níveis de Consciência.
Inverno, Primavera, Verão e Outono são músicas
em que o Ser necessita dançar para que a Vida
se cumpra no Propósito. Colocar-se alinhado,
· 19
em meditação, com estas frestas dimensionais é
acelerar o processo evolutivo.
Altares
20 ·
sul pois, daqui pra frente, a luz, aos poucos, retor-
nará a seu ápice. Brindemos!!! É necessário lem-
brar então que o primeiro dia do ano, do ponto
de vista energético para o hemisfério norte, se dá
em torno do 21 de dezembro, período em que
dia após dia a luz do Sol retornará depois de sua
declinação mais abissal. Pensem bem, quando
nossos calendários estão desregulados segundo a
psyche humana, podemos nos perder em nossos
ciclos, ritmos e escolhas.
· 21
Seja bem-vindo a este pequeno rito que lhe
remeterá a milênios daqui, onde o homem e a
natureza eram um único organismo.
22 ·
E, por fim, lembre-se que um rito é um ativador
psíquico. Se ele for feito sem presença, sem
um contato profundo com o coração, de nada
adiantará. A partir dessa singela experiência,
observe seus sonhos ao longo da semana e
também algumas situações que lhe surgirão
como indicativo de belas transformações. Esse
período de sete dias é o melhor para vivermos
este chamado.
· 23
a energia do Norte, que é o lugar de intensa luz
e calor. No Oeste, junte folhas secas, caídas ao
chão e coloque-as neste ponto – lugar em que o
Sol, a Lua e os planetas declinam todos os dias.
E ao Sul, ponha sementes e um cálice com água.
Este é o lugar em que a energia está em latência,
esperando a nova estação para brotar vida.
24 ·
“Agradeço à Vida por tudo o que Ela me
proporciona e peço que um novo ciclo que
está em latência possa, no tempo certo,
vir à tona com leveza e abundância.”
· 25
essas delicadas joias e o direcione para o Oeste
- lugar onde o Sol declina, juntamente com
nossos amados mortos, direção das despedi-
das, território do Outono, onde a sabedoria
se aninha. Coloque a Leste (lugar onde nasce
o Sol) um vaso com flores. Ao Norte (área de
maior luminosidade no hemisfério sul) ponha
uma vela (que poderá ser apagada cada vez que
sair de casa) e ao Sul (para o nosso hemisfério,
fonte de luminosidades e temperaturas mais
amenas), ponha um cálice com água.
26 ·
ao solo como folhas a fertilizar a terra
que, em breve, trará novos frutos. Adeus
a tudo aquilo que não mais me traduz. ”
· 27
e ao Sul, uma vela (que poderá ser apagada cada
vez que se sai de casa).
28 ·
Observe, ao longo dessa estação, as transforma-
ções que este alinhamento te trará.
· 29
Já as pessoas do hemisfério norte, do ponto de
vista geocêntrico, o Sol cruza a linha imaginária
do equador celeste e se dirige, dia após dia, para
latitudes mais abaixo. Temos 90 dias de folhas
que caem, terra que seca, últimas colheitas antes
do inverno e a luz aos poucos se recolhe. Damos
a sugestão abaixo para o altar de outono.
30 ·
que, em breve, trará novos frutos. Adeus
a tudo aquilo que não mais me traduz.”
· 31
O Livro do Retorno
Num tempo em que o corre-corre, a ansiedade e
a desatenção nos deixam vulneráveis às manipu-
lações, tanto emocionais quanto às do establish-
ment, faz-se necessário uma atenção cuidadosa.
Quanto mais funcionarmos no “piloto automá-
tico”, mais nossa vida estará nas mãos de terceiros.
Tornar-se Presente – uma Experiência em
Pertencimento nasceu no dia 08 de dezembro de
2014 e em 2018 conta com milhares de pessoas
em diversas partes do Brasil e do mundo fazendo
parte dessa egrégora. Mantemos contato
através de grupos de WhatsApp, onde diaria-
mente realizamos partilhas de conhecimentos;
· 33
de uma página no Facebook com o mesmo nome
– Tornar-se Presente; através da nossa revista
eletrônica semanal – Notícias da Terra e pelo
site www.terraderuda.org.br. Para quem não
participa ainda, este livro é um convite. Faça
contato conosco através dos meios eletrôni-
cos acima ou para facilitar, através do e-mail:
contato@terraderuda.org.br.
34 ·
com correntes religiosas e, sim, com a Potência
do Agora. São proposições celestes que nos
convidam a nos tornarmos disponíveis a nós
mesmos. Assim, ficará menos difícil saber o que
estamos sentindo – limpando um campo men-
tal, intoxicado por stress e desejos dos outros
em nós, poderemos ser quem somos e agirmos
com mais liberdade.
· 35
pessoas. Compartilhar é respirar o mundo.
Então, o objetivo da Terra de Rudá é criar um
campo vibracional de potência. Que cada vez
mais e mais pessoas façam contato com o que
estão sentindo e estejam mais presentes para
que possam discernir o que de fato querem para
suas vidas.
36 ·
É tempo de reconhecermos a neces-
sidade de um novo começo. Ou nos
tornamos presentes ou viveremos
para um amanhã que nunca chegará.
V - Surfar o Fluxo.
O Milagre do Agora
199
Por trás de acontecimentos
incompreensíveis há uma Inteligência
surpreendentemente harmônica.
O que foge à razão encontra na Fonte um
destino inexorável.
· 39
198
Uma pessoa que não se tornou um
Indivíduo é uma bomba prestes a estourar.
Alguém que não conhece o seu Rosto, que
não ocupa o seu território e, portanto, não é
Presença em seus Atos, é um fraco a caminho
de usar a força.
197
Toda Vitória Justa conhece Derrotas
Profícuas. A Memória Sélfica é o chão onde
o verdadeiramente novo pode se enraizar.
Propósito realizado, mil mortes concebidas –
eis a saga daquele que se tornou Presente.
196
A vulnerabilidade é um lugar onde
medos e superações podem travar
um Embate Lúcido.
Quando a insegurança assume o comando,
somente o discernimento resgatará A Via.
40 ·
195
Matrimônio e Família são potências
de Diferenciação e Pertencimento.
Estar junto sem estar misturado. Estar junto
em plena singularidade. A Memória como
escada para a verticalização do sujeito.
194
O Amor e a Arte são soberanos,
ainda que em tempos sombrios.
Quando a desesperança parece vitoriosa…
a Consciência que gera o Amor, que gera a
Arte, mais cedo ou mais tarde, assume o seu
lugar no mundo.
193
O medo de se expor é o medo
da não-aceitação.
Quando não expressamos o que sentimos,
bloqueamos primaveras afetivas em um
coração faminto de Amor.
· 41
192
Nos cotidianos mais prosaicos habitam
as iniciações para as mortes iluminadas.
Quem não enxerga o eterno no efêmero adia
o Gozo da Existência.
191
Quando a razão abusa de seu poder,
a psyche revida sob a forma de
comportamentos incompreensíveis.
Apertar demais ou afrouxar em demasia
atesta o frágil discernimento da relação
Consciência–realidade.
190
A gangorra “Controle X Permissão”
caotiza o Foco e esgarça os humores.
Ao não se dar conta de um inconsciente
demandante, o ego torna-se um controlador
contumaz e acaba por desperdiçar o Fluxo
Fluido da Flama.
42 ·
189
O Propósito demanda Foco,
Constância e Entrega.
Somente o Comprometimento com
o Caminho leva a pessoa distraída de si
ao Indivíduo Autor de seu Gesto.
188
A rigidez é uma compensação
da ausência de sabedoria.
Disciplina é Ato no Propósito;
rigidez é gesto na obrigação.
187
Adultos mimados tornam-se
crianças intransigentes.
Ao não amadurecer emocionalmente o
adulto terceiriza o ônus de seu nanismo.
· 43
186
A cultura é o manto que adorna
e aquece o corpo do Real.
As raízes de um povo culminam
nas asas de seus indivíduos.
185
Quando não há Fogo no Ato,
há frigidez no gesto.
Aquele que teme a sua própria potência
ignora o Sopro que lhe habita a Existência.
184
A nutrição do corpo, das emoções, da mente
e do espírito é a iguaria do Ser Desperto.
A Iluminação é o sacio das bocas
que nos demandam verticalizar.
44 ·
183
Em toda dispersão mora
a centelha do Foco.
O Propósito começa no frágil desejo do ego
e culmina na forte Convocação do Caminho.
182
Nas águas da psyche eu entrego
os meus medos de me tornar
aquilo para o qual nasci.
Na Vida muitos batismos são necessários.
As mortes do ego nos reconciliam com o Ser.
181
Quando o Conhecimento enraíza
no coração surge a Sabedoria em Ato.
Ato é o gesto inoculado pela Consciência.
· 45
180
No crepúsculo do poder reside
a alvorada do sentir.
Na decrepitude de velhos poderes,
a alma demanda por novos sentires.
Aqui o feminino sagrado assume o seu lugar.
179
Em minhas botas de chumbo
moram pés alados.
Em meu medo das mudanças habita
o viço das transformações.
178
Quais as inteligências que fundam
o homem verticalizado?
A Inteligência de Estabelecer-se no mundo,
de crescer emocionalmente, de atualizar-se
intelectualmente e de Viver em Deus através
dos Atos no mundo.
46 ·
177
Certas frestas abrem o olhar para passagens
numinais, certas frestas revelam à alma
a eternidade que há nas passagens.
Quem tem olhos, que veja
o Sublime no Absurdo.
176
A carne e o carma carecem
de cântaros de Consciência.
A matéria densa clama pelo seu retorno à Luz.
· 47
175
Quando o masculino é denso,
o feminino é vento.
No par a alquimia busca o equilíbrio.
174
Somente as Mortes atualizam a Vida.
Quando submetemos o gesto ao Fogo do
Espírito, a Presença se manifesta
no Ato de se estar vivo.
173
O Ato Criador redime o passado.
O Poder de Reinventar-se
é Ato de Amor à Fonte
que nos dá a Potência em Ser.
48 ·
172
Há uma Potência no Humano
que pede espaço.
Consciência, Liberdade e Ato Criador
são atributos de Deus em mim.
171
O Despertar demanda ofício.
Discernimento, Ato e Constância
no trabalho psicológico preparam
o salto à Iluminação.
170
No centro de minha escuridão
há uma Luz Incomensurável.
Quem não conhece a sua Sombra
não conhece a sua Luz.
· 49
169
O desamor é um rio que
desagua no oceano de Ágape.
A rejeição, mais cedo ou mais tarde,
nos conduzirá à autoaceitação
e suas plenitudes.
168
O dia chegará em que
desapareceremos na Presença.
A Iluminação é A Experiência.
Ainda que não lembremos é nesta “Morte”
que nos tornamos Vivos.
50 ·
167
Em toda dor humana a Justiça
e a Misericórdia estão presentes.
Ainda que não compreendamos, tudo
o que nos acontece está sob
os cuidados da FONTE.
166
Recordar-se “eu” para
Esquecer-se em Deus.
O Propósito da existência
é Tornar-se Essência.
165
Tem momentos em que nos recordamos
de Atlântida. Nestes instantes, nossos
poderes psíquicos afloram.
Em alguns lugares de nossa psyche moram
continentes enteógenos suficientes
à Iluminação.
· 51
164
Há em mim alguém que quer entrar;
há em mim alguém que quer sair.
A luta entre partir e permanecer culmina
em enraizar e florescer.
163
O excesso de pensamentos resseca e nos
afasta do poderoso lago dos sentimentos.
Existem várias instâncias para se chegar no
discernimento. São elas: o pensamento,
a emoção, o sentimento, a psyche e enfim
o discernimento. Usar apenas o mental é
postergar a Vida.
162
Família: nutrição ou claustro?
Afeto e crescimento emocional são
características da família que amadureceu
psicologicamente. Quando pertencimento
e diferenciação não ocorrem, quando os
membros de uma família não se tornam
indivíduos, os vínculos asfixiam e as pessoas
ficam reféns de carências emocionais crônicas.
52 ·
161
Quando a pressão do “Não”
chega a um limite, o “Sim” irrompe
demandando clareza e coragem.
Padrões comportamentais rígidos
se sustentam até que a força da Consciência
nos desperte o prazer da liberação.
160
O medo da Vida é o medo de Ser.
Há uma casca grossa que enclausura
o Eros da Consciência. Esta casca chama-se
medo e este medo nasce da ignorância de si.
Quebrar a casca é da Lei.
159
Há de se ter coragem para dizer adeus
quando o potencial de transformação
de uma relação se exaure.
Uma relação termina quando a sua
capacidade de produzir mortes
e renascimentos se esvai por conta de
insuficiência de ferramentas psicoespirituais
que ressignifiquem as atitudes.
· 53
158
Enraizar na alma é florescer no mundo.
O dharma é algo tão sério que
somente uma gargalhada lúcida
saberá honrá-lo.
157
Sacrifício é o Estranho Êxtase
que se sente ao sustentar
um Caminho em Consciência.
O sagrado ofício traz a bem-aventurança
de realizarmos aquilo para o qual nascemos.
156
Dharma é o Caminho através do qual
as coisas se tornam elas mesmas.
Ao honesto processo do indivíduo
de ir ao seu próprio Encontro,
chamamos de Verdade.
54 ·
155
Uma vida sem entusiasmo
é uma vida em desperdício.
Não encontrar um sentido maior
em cada gesto que se faz é possuir
um corpo desabitado de sua alma.
154
A Inquietação é filha do Conhecimento,
neta da Sabedoria e bisneta da Iluminação.
A verdadeira espiritualidade é fundada
no autoconhecimento.
153
Há muitos saberes que nos aproximam
da Fonte, mas somente o Amor
é a certeza da União.
Esoterismo é o estudo das forças
ocultas que habitam as coisas.
Religião é a sistematização do Mistério
sob a forma de crenças, dogmas e normas.
Mística é A Experiência em Deus.
· 55
152
… e aí… quando abre…
não há nada dentro!
Mora no vazio das coisas a plenitude
do Nada. Amar é descamar.
Viver é ir além da morte.
151
O mundo é a pele do Plano.
Por trás do gesto há uma fome de Deus.
Interesse-se por você e seus desdobramentos
no outro. Assim começa o milagre
de degustar o Incompreensível.
150
A Mística do Ato é a entrega
lúcida nos braços do Agora.
O religioso tenta chegar a Deus
através da fé; o místico vive em Deus.
56 ·
149
O fanatismo ideológico
compromete a inteligência.
Há uma diferença entre doutrinar e partilhar.
O primeiro abre uma franquia para disseminar
“a verdade”, o segundo, experiencia a Vida
em constantes transformações.
148
Preocupar-se em demasia sobre o que
o outro pensa a seu respeito é deixar-se
sequestrar pelo autoesquecimento.
Quando se é “objeto do outro” dá-se a falência
de sua própria alma. Tornar-se “sujeito de si”
é assumir quem se é, e isto é o Propósito.
147
Pessoas muito mentais têm dificuldades
de amadurecer emocionalmente.
A secura da mente evapora as águas
dos sentimentos que abastecem o lago
da psyche, lugar de conteúdos necessários
ao amadurecimento.
· 57
146
O Amor é uma escada em espiral. Começa
com o outro, passa pelo eu e chega ao Todo.
A Consciência é o incenso que faz ascender
o perfume do Amor.
145
Certos Encontros se dão em
longínquas estradas da alma.
Muitas vezes precisamos sair de territórios
conhecidos para vivermos a misteriosa
Surpresa do Espelho.
144
Há aqueles que se colocam reféns de
controles racionais perfeccionistas e há os
que se postam servidores do “dharma”.
A fronteira entre obsessão e disciplina
é tênue como o bom senso.
58 ·
143
Na palavra há o Verbo
e no Verbo, o Caminho.
Quem sabe ler os acontecimentos
sabe reescrevê-los.
142
O Agora é o Corpo de Deus.
Para percebê-Lo é preciso
uma loucura lúcida.
O controle é a vã tentativa da ignorância em
dar conta daquilo que não compreende.
141
O Conhecimento é a substância que nutre
a Confiança e o Discernimento.
Estudar as realidades que nos cercam
é disponibilizar-se a compreender os
processos pelos quais passamos e, portanto,
aprender a amar o Plano que habita os dias.
· 59
140
Há uma Festa que nos celebra os dias.
O usufruto da existência nos demanda
ir além daquilo que é doce
e amargo na Vida.
139
É no coração que a Consciência
aninha seus rebentos.
Sem Amor não haverá amanhã. Sem
Consciência não chegaremos ao Agora.
O homem que terceirizou sua alma
é um defunto social.
138
Quem não se recria se adia.
A potência do humano em se reinventar é o
sumo que transforma passados em presentes.
Presenteie-se com sua Presença renovada.
60 ·
137
Quantas Mortes geram uma Vida? Quantas
despedidas preparam uma chegada?
A coragem de viver é a coragem de soltar, pois
o que É, permanece; o que aparenta ser, passa.
136
Expresso, logo Existo.
Aquilo que não cabe no peito, na mente, na
alma, pede vida através de sua existência.
Co-criar ou sucumbir? – eis a questão.
135
Conservar, questionar e transformar –
eis a coreografia do humano.
Cuidar da sobrevivência física, material
e emocional. Depois, saber o seu lugar
no mundo e, por fim, recordar-se
corpo do Corpo.
· 61
134
O ego é um lindo vaso que precisa ser
construído cuidadosamente para depois
ser quebrado com uma lúcida porrada.
Todo veículo necessita ser descartado
quando chega ao seu objetivo. O ego é um
veículo que intermedia a relação “Ser–
mundo”. A autorrealização depende
de sua potência e morte.
133
Há uma luta silenciosa entre o que se vê,
o que se sente e o que se dá conta de viver no
mundo. Desconforto e ansiedade são sinais
de que algo necessita ser conscientizado.
A autogestão implica em harmonizar o
absurdo do mundo com o Prumo da Psyche.
62 ·
132
A Casa é o Lar daqueles que se encontram
e, não, abrigo para os que se escondem de si.
A família não pode ser um esconderijo para
os que temem suas potências em Ser e, sim,
um continente afetivo tão acolhedor quanto
provocador de posicionamentos.
131
No Silêncio há um útero que gesta
a nova vida.
O Solstício de Inverno traz um portal onde
nossos mortos nos pedem reconhecê-los
e nossa imortalidade nos reconhece deuses
a caminho de Casa.
130
Há na dispersão um diálogo aflito entre
a curiosidade juvenil e a forte cobrança por
resultados no mundo.
Uma cultura bipolar oscila entre desejos
imaturos e severas responsabilidades. Por isso,
quando estamos ausentes de nós, ansiedade
e pressa nos visitam os dias.
· 63
129
A Esperança é filha do Trabalho
e neta da Consciência.
Esperança não é um desejo e, sim, uma
conquista do Bom Combate entre “zona de
conforto” e “Consciência ativadora do Gesto”.
128
Há uma criança em nós capaz de resignificar
todo o nosso drama existencial.
Se não há humor, leveza e criatividade
certamente erramos o Caminho.
127
O narcisismo adolescente em adultos não
crescidos leva a um não-comprometimento
com os processos psíquicos e isto gera
enorme ansiedade.
Quando não crescemos emocionalmente
terceirizamos nossas atitudes. Alguém vai
ter que nos bancar. Isto asfixia o indivíduo
independente que há em nós.
64 ·
126
Quando o homem ultrapassa a fronteira
entre sustentar-se e ostentar-se
materialmente, a psyche paga um preço
altíssimo sob a forma de recalques,
vinganças e tiranias.
Necessitamos de muito menos do que
imaginamos para nos manter no mundo.
Quando enxugamos nossos excessos, o tempo
que sobra é para aprendermos a Surfar
o Fluxo, ou seja, respirar em Deus.
125
O feminino que aceita permanecer
ferido leva a desvios que comprometem a
construção da Mulher e seus atributos.
Rejeições, abandonos, desqualificações… são
gemidos de uma alma que tem por direito
ser potência plena.
· 65
124
Nutrir-se emocional e materialmente
é a base do processo de se tornar
um indivíduo independente.
A maturidade espiritual se fortalece quando
não negamos o mundo e suas demandas.
123
Chega-se mais preparado à
espiritualidade quando os territórios
material e emocional se encontram
mais nutridos. Do contrário, o risco da
carência conduzir o gesto é grande.
O telhado de uma casa é colocado quando a
fundação e as paredes já foram erguidas.
122
O medo de Despertar faz-nos acovardar
e estabelecer vínculos apequenados.
Assumir as magníficas responsabilidades que
o Despertar demanda traz à tona a falta que
tivemos de uma Educação para a Potência.
66 ·
121
O Caminho chama o Caminhar.
Você é a partida, o percurso e a chegada.
Deixe que a Lei te sentencie o Amor.
A insegurança e a indecisão tentarão
te impedir de Despertar. Vá ao teu Encontro
e a Liberação emergirá de teu interior.
120
Quando algo ou alguém nos é arrancado
do convívio, há de se Confiar
na Inteligência dos Dias.
Faça o que tem que ser feito. Se feridas
emocionais fragilizam sua ação, encare-as
com a espada da Consciência e faça o que tem
que ser feito. O Grande Plano agradece.
119
Os inícios demandam discernimento,
coragem e assertividade. Você é carona
ou motorista em sua Vida?
Olhe para frente e perceba se seus desejos
estão alinhados com o seu Propósito de Vida.
· 67
118
No Equinócio de Outono um Portal
de Despedidas se abre. Aproveite
para rever-se e dizer adeus a tudo
aquilo que não é mais você.
Eu consinto que velhas posturas fundadas no
medo e no adiamento caiam ao solo como
folhas a fertilizar a terra que, em breve, trará
novos frutos. Adeus a tudo aquilo que não
mais me traduz.
117
A relação de intimidade é a música
através da qual a psyche nos revela o sabor
agridoce do Amor.
Integrar as polaridades masculino/feminino
é a saga do indivíduo consciente.
116
A Memória é o Caminho para a Liberação.
Recobrar a nossa verdadeira origem cósmica
nos trará de volta para além de nossos
dramas emocionais.
68 ·
115
Morrer em Deus é viver aspergido
em Seu Corpo do Agora.
Quando o “eu” se rende ao “Noûs”,
a missão está cumprida. Quando
o ego se rende à Inteligência
Una, a Jornada foi concluída.
114
Toda injustiça é uma incompreensão
dos nossos méritos ocultos.
Ainda que não consigamos entender, nossa
psyche compreende perfeitamente o porquê
de certas coisas nos acontecerem.
113
Muitas vezes o medo e a culpa são álibis
de quem não se instrumentalizou.
Apropriar-se de ferramentas
psicoespirituais facilita a construção
do Humano e suas Inteligências.
· 69
112
Consciência e Liberdade são substâncias
que formam o indivíduo que integrou
dentro de si o masculino e o feminino.
Aquele que se estabilizou, amadureceu
e transcendeu conhece o que é a Liberdade de
Servir ao Grande Plano.
111
Render-se ao Êxtase Esclarecido que há em
toda a Experiência de Prazer. Render-se ao
Êxtase Esclarecido que há em toda
a Experiência de Dor.
Há um lugar em nós onde o mundo não
interfere no Gozo Perene do Ser que Vive
em nosso interior. Este lugar chama-se
Êxtase Lúcido ou Esclarecido, pois está além
do bem e do mal.
110
A finalidade do “eu” é des-existir.
Nossas relações de afeto e desafeto, mais cedo
ou mais tarde, cumprirão a função de levar
o “eu” à sua sagrada insustentabilidade.
70 ·
109
A Iluminação é a implosão consciente
de camadas de autodefinições
que chamamos de personalidade.
Quando criamos estruturas psicoespirituais
para soltarmos nossas autodefinições,
um salto lúcido nos acomete.
108
O Conhecimento nos leva a zonas
limítrofes da Experiência. Lá, onde
habitam a Morte, a Sabedoria e o Amor.
Certos aprendizados nos provocam
“Trancos de Oitava” que são solavancos
que sutilizam nosso patamar evolutivo.
107
A derrota do ego é a vitória do Self.
Quando a Consciência conduz o ego
a uma derrota justa, o Ser Que É emerge
sob a forma de Ato.
· 71
106
Celebrar a uva que se tornou vinho.
Celebrar o peixe que se tornou mar.
O fim do pronome “eu” é a exclamação
“Aaaahhh!!!”. Ao irmos ao “fim” de nossas
identificações identitárias e de nossas
projeções psicológicas, chegamos ao Oceano
do Pertencimento, ou seja, ao lugar
do amparo sélfico que nos constitui.
105
A Obra é Aquilo que nos tornamos.
O que se deixa no mundo é do mundo.
O que se torna Consciência é Amor.
104
Tem pessoas que carregam pedras;
outras constroem catedrais.
O significado que atribuímos ao gesto é alma
que emprestamos ao corpo.
72 ·
103
A reta e a curva são digitais das escolhas
que fazemos.
A rigidez moral e a liberdade em se
reinventar são forças que habitam camadas
profundas da psyche.
102
A busca de um Significado para o
Caminho atende ao Instinto de Verdade
que nos habita.
Uma vida sem sentido é uma vida em
desperdício.
101
Um pensamento embotado impede
a ressignificação dos afetos.
A mente aberta é janela para a cura
de ressentimentos.
· 73
100
É no desejo que a Jornada
Humana se inicia.
O desejo é o estímulo para virmos em nossa
direção. A cada realização ou frustração
abrem-se portais com a pergunta:
O que isso me revela?
99
Em cada Gozo há uma morte;
em cada morte, um reencontro.
Reencontrar-se através das despedidas
é encarar a face de Deus, é beber
do cálice Vazio e Pleno, é sentir
a Presença na falta.
98
Frio como um vulcão, quente como um
iceberg – eis o Corpo do Agora.
Entregar-se ao Absurdo e dançar a Graça são
os passos daquele que confia nas escrituras
sagradas dos acontecimentos.
74 ·
97
Precisamos rachar para o inteiro brotar.
Assim como a semente que se abre para que
a nova vida se dê, também nós, sementes de
Deus, necessitamos nos deixar rasgar para
que a verdade nos reconstrua.
96
Quando a nossa imagem é arranhada,
abre-se mais uma nova chance
de irmos para além dela.
Temos um desejo de sermos bons, bonitos
e bacanas e esse desejo pode nos levar a uma
perigosa fantasia sobre nós mesmos. Somente
os que conhecem a sua feiura poderão
conhecer a sua Beleza.
95
Entre um pensamento e outro respira
o Vazio Fértil, o Nada Pleno,
o Sopro de Deus.
Identificar-se com a mente
é aderir-se a um vendaval.
· 75
94
Quando, na plenitude da dor, o coração
se abre ao Mistério, as bênçãos
retornam à Casa.
Muitas vezes a dor tem a sublime missão de
nos tirar da cabeça que julga e nos levar para
o sentimento que compreende.
93
O Amor é o Real.
Fora do Amor tudo mais é adiamento.
76 ·
92
Propósito, constância e determinação
são ferramentas do artífice de Deus.
O buscador de resultados deve ser um
lapidador de processos.
91
Achar que se tem o controle da situação
é crer que se pode competir com Deus.
Muitas vezes a racionalidade é uma tentativa
de desviar o Fluxo, subjugar o Natural
e desconfiar de Deus. A prepotência é a vitória
da ignorância na vida pessoal e na coletiva.
90
Uma relação afetiva profunda é um
transbordamento de prumos e curas.
A diferença entre um gesto no mundo e o
Ato na Vida é a qualidade alquímica
que é produzida.
· 77
89
Entre a ponte e o desfiladeiro, a alma
humana escolhe o segundo, pois somente
as alturas fomentam as asas.
Artesão é aquele que cria segundo um molde,
Artista se reinventa sob a tutela do Risco.
88
“FaSer” significa fazer no Ser.
Quando obramos no mundo com a
inspiração do Ser deixamos de operar como
máquinas agendadas sob pressão e tornamo-
nos veículos do Propósito.
87
Purgar o que os olhos veem.
Olhar o que não é passível de purgação.
Em toda a manifestação
o Imanifesto é Presença.
78 ·
86
A carne é o ateliê de Deus.
O ego é o laboratório onde o Ser
se expressa e o Amor é o fogo
que tudo transmuta.
85
Despertar implica em Educar.
Aquele que acordou para o Caminho
ouve o chamamento para partilhá-lo.
84
O Ato de Criarmos e Recriarmos
é o sumo de Deus em nós a
nos infundir Gesto.
Quando nos reinventamos estamos
dizendo: “Sim, sou corpo do Teu Corpo,
feito da mesma farinha e por isso me permito
um novo nascimento Agora. ”
· 79
83
Ser aceito por corresponder àquilo
que o outro quer que eu seja ou por aquilo
que de fato sou?
A família e as relações de intimidade são as
experiências mais desafiadoras. Tornamo-nos
indivíduos no convívio cotidiano
ou seremos dragados.
82
Quando nossos objetivos são frustrados
fica a pergunta: O meu desejo está alinhado
com a Vontade do meu Ser?
São os obstáculos que nos fazem saltar.
81
Escolhas enraizadas, colheitas apreciadas.
O gesto compromissado com o Caminho
vira Ato e este se torna Presença,
Graça, Beleza e Cura.
80 ·
80
Cinco verbos constroem uma família:
Acolher, Nutrir, Confrontar,
Diferenciar e Soltar.
Pertencer é estar em união
e singularidade.
79
O impasse é o obstáculo que provoca
a Consciência a se manifestar gesto.
Tudo o que vive traz um instinto
de superação.
78
A dispersão adia o Ato que adia
a Obra que adia a Vida.
Perder o foco é ser levado pelos
acontecimentos, é largar-se
no banco do carona.
· 81
77
No fruto do Não se encontra
a polpa do Sim.
Quando a rejeição é ordenhada, bebe-se o leite
da aceitação. Quando nos vitimamos com a
rejeição perdemos a força propulsora do Não.
76
Conhecimento sem Memória é gesto
sem comprometimento.
Em tempos de dispersão, é necessário
discernir o que é da Lei e o que é da norma.
A miséria se alimenta de nossa ausência.
75
Há uma luta entre desejo e Propósito.
Há uma fronteira entre conhecer e Saber.
Quando estamos distraídos, a Verdade do Ser
se confunde com mil informações inúteis.
82 ·
74
Segurança é o que sentimos quando
habitamos a Casa do Dharma.
Escoltado pela Consciência e nutrido pela
Confiança no Fluxo, o buscador torna-se
anfitrião de si mesmo.
73
O suporte para o Salto é o Chão que assenta.
Pedra, suor e Propósito constroem
o templo, a prece e os olhos. Somente
o firme realiza o suave.
72
Do Caos ao Tao o Homem
faz a sua travessia.
Nosso Caos tem sido a vitória da cisão
que sentimos sobre a Unidade que Somos.
E o Tao é o Caminho pelo qual as coisas
se tornam elas mesmas.
· 83
71
Ter Segurança é Ser Quem se É.
Quando o Conhecimento de Si é chão
que se assenta, a casa é Agora
e o alimento é o dharma.
70
A Obra do escultor é retirar
os excessos da pedra.
O Caminho é a chegada. O processo
é o resultado. A pergunta é a resposta.
84 ·
69
O andarilho de Deus vai ao encontro do seu
Mistério e conhece o milagre da Presença.
Quando o conhecimento é inoculado pela
Consciência nasce a Sabedoria e,
com ela, o Ato Vivo.
68
Imersão e Transcendência são chamados
da alma em se fazer Ato.
Mergulhar na psyche e flanar na Consciência
são coreografias da verdade em nós.
67
Certos enfrentamentos são travados no
interior de nossa fome de Deus, lugar onde
mora toda a nossa resistência ao sagrado.
Ao longo de seis meses (de 20 de março até 20
de setembro no hemisfério sul) nossa psyche
nos convidará a um Sono Lúcido – lugar de
estreitar laços com o Mistério que Somos.
· 85
66
As folhas caem das árvores. As personas
caem de rostos mimetizados
pelo medo de Ser.
Começa o outono no hemisfério sul. Aqui se
inicia a longa jornada do Silêncio em se fazer
ouvido. A luz, lentamente, se recolhe. É tempo
de conhecermos a floresta escura da alma. É
tempo de nossa nudez essencial mostrar que
muitos trajes são desnecessários.
65
Há no sacrifício um misterioso prazer em
desaparecermos no Gesto Dhármico.
Tem um momento em que precisamos
oferendar nossos projetos para
o Grande Plano.
64
Morra em Deus e você
reconhecerá Seu Rosto.
Solte crenças, convicções, interpretações,
opiniões… Deixe que o Agora lhe fale: “Sim,
Isto És Tu!” Nesse momento você é diluência
no Grande Corpo. Sinta-se Pertencendo.
86 ·
63
Se abrirmos os olhos
lembraremos de nossas asas.
O Homem é feito da mesma
substância que a dança.
62
Quando não sabemos mais nada a nosso
respeito, estamos prontos para nascer.
É no avesso que nos tornamos Verso.
Nosso primeiro nascimento é biológico,
o segundo é ontológico. Deixe a psyche fazer
o trabalho que tem que ser feito, não
a atrapalhe com autodefinições
e atitudes de controle.
61
Há uma luta entre partir e ficar.
Há uma luta entre deixar uma postura
acomodada e ir ao encontro de atitudes
potentes ao espírito. A preguiça é
mãe do abandono.
· 87
60
Um dia recordaremos nossa origem
e ficaremos perplexos com a distância
que criamos entre Potência e Ato.
Ao amadurecermos emocionalmente
e libertarmo-nos de nossas crenças sobre
proteção e segurança, ficaremos
com o que É. A imersão no Ser
nos recobrará o Rosto.
59
É necessário construir o vaso
que se irá quebrar.
Estruturar o ego para ir além dele.
58
Conhecer a Luz que há na escuridão.
Quando as provações nos visitam há de se ter
uma “escuta poliglota”.
88 ·
57
Eu não sou o que penso ser.
Quando nos identificamos com o “eu”,
a Vida nos escapa.
56
Existem despedidas que são ruidosas.
O grito, por vezes, é o sussurro da alma
pedindo que se restabeleça a relação entre
o “desejo do eu” e a “Vontade do Espírito”.
Enterrar o que se foi. Celebrar o que
está por vir.
55
Qual o seu ponto máximo de aproximação
de Si Mesmo? Até onde você consegue ir?
O quanto você se defende de você?
Esteja disponível aos “downloads fotônicos”.
Esteja disponível às informações
que vem do Alto.
· 89
54
A Liberdade nasce quando o gesto,
inoculado pela Consciência,
se transforma em Ato.
Só a Consciência é capaz de Ser.
Só a Consciência é capaz de amar. Somente
a Consciência ata cotidiano ao Caminho.
53
O homem é território de vísceras e asas,
de vícios e preces, de vinhos e teses.
Acolhe tuas tempestades e os dias te
contemplarão inteiro.
Não há nada de errado com aquilo que,
em nós, não compreendemos. Somos uma
misteriosa ponte entre abismos distantes.
Usufrua o não-entendimento.
90 ·
52
Quando religiões nos protegem
da Experiência em Deus, somente
a Consciência nos devolverá a Ele.
Precisamos de estrutura psicológica para lidar
com a Potência Afetiva do Agora,
do contrário idealizaremos intermediários
para nos defender do Gozo da Existência.
51
A Lei é o Amor entre
o Caminho e o caminhar.
Ser livre para obedecer ao que em nós clama
por inteireza.
50
O medo da Potência é o medo
de Deus em nós.
“Poder Ser” demanda “Saber Lidar”.
Ou amamos as responsabilidades decorrentes
do nosso poder anímico ou seremos
fantasmas transitando na vida.
· 91
49
Adaptar-se ao mundo é esquecer-se
num corpo vazio da centelha.
Toda cura passa pela Memória. Distrair-se do
Propósito é servir à expectativa do outro.
48
E aí quando abre… não há nada dentro.
O “eu” é uma construção. Oferende-o
à Consciência e o Presente retornará.
92 ·
47
Quando a vida resseca, a Morte chove.
Quantas mortes são necessárias para nos
tornarmos vivos?
46
Estar no controle da relação é deixar que
o medo vença a Consciência, a Confiança
e, portanto, o Amor.
Aqueles que são inquilinos de si procuram ser
proprietários do outro.
45
O destino do Par é se tornar Impar.
Todo plural aspira a Singularidade.
Unir para diferenciar-se. Amar é Sentir-se
Sujeito de seu Caminho, pois só aquele
que consegue distinguir Sujeito de Objeto
poderá fazer de seu peito uma ânfora de
afetos incontidos.
· 93
44
Uma relação de amor demanda:
1- Espelho, 2- Bússola,
3- Cinzel, 4- Champanhe.
Espelho para nos vermos através do outro.
Bússola para discernirmos onde nos
encontramos na relação. Cinzel para nos
esculpirmos novas atitudes. E Champanhe
para celebrar o Encontro que moverá mundos.
43
Tornar-se Sujeito de Si para não se
transformar em Objeto do Outro.
O que é ser sujeito? O que é ser objeto?
Se isto não está claro, é fácil tornarmo-nos
reféns das expectativas do outro.
42
Tempo de unir aquilo que está separado
e separar aquilo que não é dado unir.
No hemisfério sul, a primavera traz novas
brotações aos afetos que estavam em latência.
No hemisfério norte, as folhas partem em
direção a uma nudez que o outono impõe aos
plátanos e aos planos.
94 ·
41
A dispersão é uma estratégia
para adiar-se.
Esconder-se atrás da dispersão
é o álibi do medo em atravancar o gesto.
40
Estar no controle é perder
a Potência do Risco.
Risco + Consciência = Vida.
Segurança – Consciência = Medo.
· 95
39
No ateliê dos dias o artesão
faz de si a sua Obra.
Só há uma razão para se estar vivo:
Tornar-se quem se É e tudo
mais virá por acréscimo.
38
Quando o Conhecimento encontra o Amor
nasce a Sabedoria. Quando a Sabedoria se
faz Ato surge um novo mundo.
Eis a estratégia da desconstrução de nossas
trapaças: conhecer o jogo luz/sombra,
encontrar-se no jogo luz/sombra e exercer-se
no jogo luz/sombra.
37
O Encontro é o vinho
que abastece a alma.
Imantar o Encontro é conhecer
as videiras do pronome “eu”.
96 ·
36
O Amor não demanda território para
a Sua Presença. Ele é seu próprio
território e Presença.
O dharma do humano é exercer-se Amor.
A missão do mundo é se fazer cupido
para o Encontro.
35
Há de se elevar o olhar para
a Festa que há nos dias.
A Festa da Vida habita a angústia
do mundo.
34
Ainda que o mundo pareça uma agenda
a ser preenchida, a Vida é Festa
a ser celebrada.
Ou recordamos a Festa que somos,
ou nos esquecemos à espera
de um amanhã idealizado.
· 97
33
Até que se torne cálice vazio, a mente
é bebida que embriaga.
A meditação começa com um silêncio ruidoso
e um dia terminará com ruídos silenciosos.
A espera em alerta nos faz pescadores de
segredos, verdadeiros ourives da alma.
32
Compreender o que se sente é o início
da Grande Transformação.
Quando o céu convida à introspecção,
o prumo é aquietar-nos e mergulhar no
Silêncio que nos constitui.
31
Tornar–se íntimo de seu mundo
interior e cuidar de assuntos que
necessitam purgação.
Amadurecer emocionalmente
transforma a si e ao entorno.
98 ·
30
Enraizar no Ser e ver brotar
gestos de lucidez.
A casa é o lugar do pouso. O peito, a morada
do Sonho. Tempo de Pertencimento.
29
Início de um novo ciclo. Momento
auspicioso para rever o que foi, desejar
o que se quer e abrir-se ao que virá.
Estamos no início do ano do Calendário
da Luz para o hemisfério sul. Um reveillon
de fótons, energético, vibracional, potente.
Celebremos a Luz que, ao atingir seu ponto
de menor intensidade, começa a retornar aos
poucos ao seu ápice. Eis o verdadeiro ano
novo segundo as informações da Luz
dia-a-dia para o nosso hemisfério.
28
Curiosidade e movimento
aproximam invenção e gesto.
Tempo de inteligência nômade.
Vá ao encontro da experimentação.
O enraizamento está próximo.
· 99
27
A diferença entre intuição e autoengano
está na qualidade daquilo que se colhe.
Quando o sentimento e a ação não se afinam,
é tempo de parar e ouvir os sinais que a psyche
revela através daquilo que nos acontece.
26
Ainda que a visão não alcance,
a intuição revela.
Àqueles que possuem uma autoimagem
distorcida, observem o que lhes acontece.
Os eventos serão o diagnóstico
da sua realidade do momento.
25
A mente é a janela da prisão.
Sob a tutela da mente nos aprisionamos
em fantasias libertárias.
100 ·
24
Quando as pernas pesam,
a caminhada é curta.
Se não se fez o que devia, partir é fuga,
é culpa que nos adia o Ato.
23
Dar conta do cotidiano ou orar
as contas do dia-a-dia?
Há de se encontrar o riso
que há na dor.
· 101
22
Quando a soberba e a inabilidade
se atraem, o gesto vai ao encontro
de seu abismo.
Ficar quieto é ato de sabedoria
quando forças regressivas emergem
do nosso interior.
21
Dar a carne o que é da carne.
Dar ao riso o que é do riso.
Desejar, Sentir, Compreender e Desprender.
Quando o mundo é a carne do Pleroma,
a Vida é o riso que não cabe à boca.
20
Ter Segurança é Ser Quem Se É.
Tudo o que não for essencial pode
alimentar o apego. Assentar-se sobre
seus próprios recursos é assumir
seu território no mundo.
102 ·
19
A coragem madura funda a Consciência.
Das núpcias entre coragem e Consciência
nasce um novo homem verticalizado,
nascem novos mundos e suas espirais.
18
Rasgar velhas cartas,
escrever novas rimas.
Quando o grito nasce das vísceras,
a Verdade é tempestade que se teme,
mas é rumo que se abre;
é chuva que faz brotar.
17
Há de se desejar a Vida como a águia
deseja as alturas.
A potência da luta faz o Homem.
· 103
16
Estar no mundo sem ser do mundo.
Estar na carne sem ser a carne.
Estar no Eu sem ser o eu.
Quando o céu toca a terra, a carne
é inoculada pelo espírito.
104 ·
15
A Inocência Madura é o destino de quem
tornou-se aquilo para o qual nasceu.
O Bom Combate de submeter as coisas
do mundo à essência da Vida é o desafio
da nossa Jornada em nos tornarmos Homens
e Mulheres em pé.
14
Dentro de mim moram o Tigre e o Cervo.
Tornar-me floresta é me fazer corpo
para os embates sagrados.
O outro é o espelho que me devolve, a espada
que me instiga, o desejo que me revela.
13
Ir Vindo é o Caminho que o ego
faz em direção ao Ser.
Quando o desejo se transforma em vontade
e vontade se transforma em dharma (a Lei),
o Caminho estará a salvo de nosso medo de
nos tornarmos quem somos.
· 105
12
Reter o passado é a vitória do medo.
Discernimento, foco, disciplina e ação são
os antídotos contra o caos.
Quando não se tem um bom trabalho
psicológico, pode-se viver uma confusão
emocional. Compreender as emoções
é o início da revolução.
11
Transcendência e Liberação são
experiências da Consciência Expandida.
É tempo de libertar-se de velhos padrões
emocionais. A Experiência no Agora
transforma o passado.
10
A beleza selvagem do Ser inspira asas
e alturas. Não deixe a insegurança
abortar a Inteligência.
Quando a incerteza lhe visitar, enraíze na Lei
e, no tempo certo, o Caminho se mostrará.
106 ·
9
O impossível interessa ao espírito. Há uma
festa em cada salto da Consciência.
Há uma festa que nos respira desde
a eternidade. Ou a merecemos ou nos
entregaremos a um Sono de Adiamento.
8
Segurança é Ser Quem Se É.
Ter segurança é Ser Quem Se É.
Em tempos acelerados, a lembrança de nossa
real natureza nos faz sentir em casa.
Quietude e alumbramento são alguns
dos atributos do Agora.
· 107
7
Não confie no olho, confie no olhar.
Deixe-se visitar pelo extraordinário
que mora no cotidiano.
Quando a razão é visitada pela Imaginação,
o entendimento recria a realidade.
6
Quando não se sabe o que se busca,
qualquer caminho serve. É necessário
discernir “desejo de prazer”
de “Vontade do Espírito”.
A dispersão é companhia de quem
teme se comprometer.
5
Torne-se cálice e o Silêncio saciará
toda a sede.
Em tempos de extravasamento e purgação,
crie espaços para que o Caminho
lhe sussurre ao ouvido.
108 ·
4
Deixar que o adeus gere o Encontro.
O Fluxo ama quem deixa fluir. Não retenha
o passado e o Presente lhe recriará.
3
Estar atento ao prumo
que habita o “acaso”.
Não confundir rigidez com firmeza, obsessão
com foco, medo com prudência.
O Ser é o senhor da casa, o ego é seu servo.
· 109
2
Devolver à Vida posturas que não lhe
traduzem mais. Prepare-se:
Esteja disponível ao Agora.
O Fluxo manda Segurar, Sustentar e Soltar.
Quando um ciclo se encerra, não há
nada que se deva reter.
1
Eu não sou as opiniões
que tenho ao meu respeito.
É necessário criarmos espaços entre aquilo
que chamamos de “eu” e o “Ser Que Somos”.
São nessas frestas que novos
recursos emergem.
110 ·
Estes são alguns dos temas semanais que
a Terra de Rudá, através do Tornar-se
Presente, partilhou nesses tempos de tran-
sição planetária. Reflexões essenciais foram
estimuladas para que pudéssemos recobrar
Memória Ontológica e retornarmos a nós
mesmos. Pois onde estivemos esse tempo
todo? Em algum lugar distante de nós mes-
mos? Em algum lugar tentando ser felizes
à revelia de nosso autodesconhecimento?
O humano é vertigem que necessita ser
dançada. Ou retornamos ao Agora e nos
Tornamos Presença ou seremos corpos
desabitados em busca de prazeres sazonais.
Que os conteúdos deste livro possam ter
provocado um desconforto, o mesmo des-
conforto contrátil da criança ao lutar para se
separar de um útero matricial e nascer para
um mundo tão hostil quanto sublime.
www.terraderuda.org.br
contato@terraderuda.org.br
facebook.com/tornar-sepresente
facebook.com/terraderuda
facebook.com/projetoruda