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MEIO E A ecologia industrial dentro do contexto empresarial O objetivo da ecologia industrial dentro de um contexto globalizado é estabelecer o total uso/ reuso de reservas, para que o sistema nao descarte nenhum residuo, ou seja, que haja a emissdo-zero Biagio F. Giannetti, Cecilia IM.V.B. Almeida e Silvia H. Bonilla 76 © www.banasqualidade.com.br * Setembro * 2007 oje é clara a percepgdo do poder da sociedade moderna em alterar © ambiente econdmico, social ¢ da natureza, As ripidas mudangas do iiltimo século resultaram em al- _gumas surpresas desagradiveis, como o poder destrutivo el dos sistemas de produgdo e consumo. A relagio ambiente mudou radicalmente com a invengo das ‘maquinas que multiplicaram a capacidade do homem de alterar 0 ambiente, A Revolugio Industrial, iniciada no século XVII, e a utilizago de combustiveis fosseis em larga escala trouxeram uma série de conseqiiéncias, que podem ser descritas como 0 resultado de um processo de erescimento descontrolado capaz de, eventual- mente, destruir a biosfera efeito estufa; + destruigdo da camada de ozinio; + acidificagao do solo e de dguas superficiais; + dissipagdo de substincias téxicas no ambiente; + aciimulo de substincias nio-biodegradéveis no ambiente; + aciimulo de lixo radioativo, + diminuigdo da drea de floresta tropicais eda biodiversidade, ete Desde o inicio da historia da humanidade, os residuos ou ma- teriais excedentes de cada processo eram simplesmente descarta- dos. O ambiente se encarregava de absorver os residuos descarta- dos pelo homem e a produedo, por mais primitiva que fosse, era ‘sempre constituida por um sistema aberto com fluxo linear de ma- teriais. Lidar com residuos provenientes da produgdo de bens ¢ servigos era considerado antieconémico, pois havia espaco sufici- ente para descartar © pequeno volume de residuos e nio existia Timitagao para matérias-primas. ‘Com o aumento da populagdo mundial, o descarte dos residu- 68 se tornou cada vez mais problemitico e, atualmente, diversos selores da Sociedade tém tomado consciéncia da pressio que 0 acti= além das substincias toxicas dissipadas no ambiente ~ pode exercer sobre 0 meio ambiente e, conseqiiente- mulo de residuos mente, sobre a satide e a qualidade de vida dos individuos, As priticas de remediagao ede tratamen- tomostraram-se insuficientes para lidar com © problema ambiental. Nas iltimas décadas, conceitos foram desenvolvidos como respos- ta a presses exercidas tanto pelo proprio meio ambiente como pela sociedade. ( meio tradicional de combate & polui- 40 € 0 emprego de sistemas de final de tubo (end of pipe), ou seja, o tratamento de resi- duos e efluentes. Nesse tipo de abordagem, o tratamento eo controle dos poluentes ocor rem depois que esses sio gerados. Esse tipo de agdo (comando e controle) traz implicita a idéia de que a quantidade de matéria-pri- ima e de energia do planeta éilimitada e que 6 ambiente apresenta capacidade também ilimitada de absorver residuos, sejam eles tratados ou nio (Figura 1) ‘Um segundo passo no controle de emis- s8es e residuos foi o Programa de Preven- fo 4 Poluigdo, langado pela Agéncia de Protegio Ambiental (Environmental Protec- tion Agency ~ EPA), dos Estados Unidos, visando reduzir a poluigio por meio de es- Figura 1 Representagéo de uma empresa convencional em quetantoa capacidade de carga doambiente como asquantidades de matéria-prima ede energia si consideradasilimitadas —— = |} inn S| ‘neiatininds ena ida Figura 2 —Representacdo de uma empresa onde so apli loerga > > ata ria MEIO AMBIENTE Mai impa e Des ento Sustent De 21 a23 de novembro, na Universidade Paulista, no Campus indiandpois,& Rua Or. Bace- lar, 1212, Vila Clementino, So Paulo, seré realizado o 1st Intemational Workshop: Advances in Cleaner Production, um férum multe interdisiplinar de troca de informagdes e resultados de jpasquisa sobre tecnologias, conceitose plticas baseadas em Produgao Mais Limpa, projetadas para auxliar a almejada mudanca para uma sociedade sustentével. 0 Workshop est vinculado a \vérios eventos que abordam questdes e experincias regionals ebrasileras, como a IV Semana Paulista de ProdugSo Mais Limpa ea IV Conferéncia Paulista de Produgo Mais Limpa. Essasinciativas visam encorejarainovay8o industrial, a melhoria de produtos atuais, além da ‘mplementago de novos process0s,prodstos e sevigos mais impos. AS inicatives ambicionam estimularo desenvolvimento e a implementagdo de paltcas governamentaise também programas educacionas oientados&Produgdo Mais Limpa e ao Desenvolvimento Sustentével, Produgo Mais Uma 6 um conceit que vaialém do simples controle da poluigdo.Envolv pesquiss e desenvolvi- ‘mento de noves pracessos, materiaise produto que resultem em meio eficiéncia no uso de recu- 05 €energia. Prevengo é a primeira abordagem dos governos e das corporagdes comprometidas com o desenvolvimento sustentével, Para isso é necessério assegurarestratégias ambientalmente amigaveis & economicamente robustas de produgdo e de servigos. Mais informagdes ww.advancesincleanerproductionnet/ forgos cooperativos entre indistrias e ag ccias governamentais, com base na troca de informagSes e na oferta de incentives. Qua- ¢ pela Division of Technology, Industry and Environment (DTIE):“Produgdo Mais Lim- ‘paé aaplicagao continua de uma estratégia se ao mesmo tempo, em 1989, a expressio _integrada de prevengao ambiental a proces- Produgio Mais Limpa foi langada pela Uni- sos, produtos € servigos, para aumentar a ted Nations Environment Program (Unep) _eficiéncia de produgio e reduzir os riscos para o ser humano ¢ 0 ambiente” ‘A Produgio Mais Limpa tem como ob- {tivo melhorara eficincia, a lucratividade € competitividade das empresas enquanto protege o ambiente, 0 consumidor e 0 tra- balhador. £ um conceito de melhoria conti- rua que tem por conseqiiéncia tornar 0 pro- ‘cesso produtivo cada vez menos agressivo ‘a9 homem e 6 meio ambiente. O principal ponto desse conceito é a necessidade de de- senvolver mais e mais os pracessos de pro- dug, passo a passo, com a anélise conti- rua do processo, melhorando ¢ otimizando 60 proceso antigo e/ou implementando to- tal ouparcialmente novos processos. As pri- Prot ticas de Produgio Mais Limpa consistem em otimizar processosisolados ¢ em fazer com ue materiais, como agua e matérias-primas, cireulem 0 maximo possivel dentro do pro- ceesso antes do descarte, esultando em me- Saproto a Processo 2 > es (ey —— > Thor aproveitamento de matéria-prima e cnergia (Figura 2). Outro conceito bastante utilizado atual- ) mente é 0 da ecoefici zado pelo World Business Council for Sus- tainable Development (WBCSD) ¢ forte- mente associado a0 impacto dos negécios no ambiente. Em termos simple neia, conceito utili= Teaneno Setembro 2007 # www-banasqualidade.com.br © 77 MEIO AMBIENTE Figura 3 ~ Algumas respostas do sistema industrial aos problemas ambientais ecoeficiéncia de “produzir mais com menos” pela eficiente utili- zagio de reservas em processos econdmicos. sistema industrial vem respondendo ao problema da poluigo ‘com solugies que vao desde o simples controle dos efluentes — pas- sando por Programas de Prevengo & Poluigo, Produgio Mais Lim- pa e Ecoeficiéncia. A Figura 3 mostra de forma simplificada, as varias transformagdes pelas quais 0 modo de tratar materiais, ener- aia residuos vem passando nas tltimas décadas. enfoque preventivo mostrou que se pode obter beneficio eco- nomico e, a0 mesmo tempo, minimizar a poluigdo ¢ as priticas de Produgio Mais Limpa, ecoeficiéncia ¢ prevengdo & poluigdo ja se cham disseminadas por varias empresas. Ecologia industrial ‘A idGia de otimizar processos, categorizar todas as ‘operages de uma indiistria e acompanhar todos os pas- sos de fabricagio de um produto acaba, inevitavelmen- te, levando a um conhecimento profundo do sistema, permitindo, principalmente, o planejamento de ages de longo prazo. Por outro lado, esse conhecimento detalha- do do sistema leva a analise das interagdes do produtor ‘com outras empresas, sejam elas fornecedores, consu- midores de subprodutos ou consumidores fina. Nesse contexto, a analogia entre sistemas industriais Producio Mas Limpa Ecotficiendia Preven & Poluigdo mais importante, ¢ 0 estudo das interacdes entre os sistemas indus- trial e ecol6gico e, conseqiientemente, os efeitos ambientais que es- tas empresas causam tanto nos componentes bidticos como nos abi- Sticos da ecosfera, Sob a ética da ecologia industrial, o sistema industrial pode ser escrito como: Um conjunto de elementos (empresas, fbricas onde sto pro- duzidos bens com suporte de servigos e informagies); ‘Um conjunto interligado a outros conjuntos pela transferéncia, de material, servigos e informagio; Um conjunto que interage com o ambiente fisico ¢ social em que esta inserido. A observagio do sistema como um todo permite visualizar as Figura 4 ~ Representacdo de uma ecorrede, mostrando a otimizagao dos fluxos de materiais/energia devido a formacao da rede. 0s fluxos de produto nao esto representados, somente aqueles que caracterizam uma ecorrede ¢ ecossistemas vem ganhando forga e levando a consi deragies sobre as interagSes do sistema com © meio ambiente. A analogia com os ecossistemas permite um passo além: fechar os ciclos de materiaise energia com a formagio de uma ecorrede (Figura 4) que imita 0s ci clos biolégicos fechados. A ecologia industrial prope, portanto, fechar os ciclos, considerando que o sistema industrial ndo apenas interage com o ambiente, mas que E parte dele e dele depende. Nesse sentido, o sistema industrial sera planejado e devera operar como um sistema biologico dependente do sistema natural. Na ecologia industrial 0 objeto de estudo & a inter-relagdo entre empresas, entre seus pro- dutos e processos em escala local, regional e global. Mas, 80 © www.banasqualidade.com.br * Setembro + 2007 MElO AMBIENTE Figura 5 A levada ntegrasdo do parque industrial de Kalundborg, na Dinamarca indistrias como um elemento do sistema e seu relacionamento com outros elementos dentro de um conjunto maior. Dessa forma, sis- tema global, que é resultado de varias contribuigdes menores causa ri, como um todo, menor impacto ambiental do que aquele causado pela soma dos impactos das unidades individuais. O objetivo da eco- logia industrial neste contexto é estabelecer o total uso/reuso de re- servas, para que o sistema nio descarte nenhum residuo, ou seja, © exemplo clissico e mais conhecido da ecologia industrial & 0 parque industrial de Kalundborg, na Dinamarca. As empresas que compem 0 parque sio altamente integradas (Figura 5), utilizando residuos umas das outras como fonte de energia e de matéria-prima, Os participantes vio desde grandes empresas, como a Asnaes- vverket e a Refinaria Statoil ~ as maiores do pais, A Novo Nordisk & uma indiistria de biotecnologia com 45% do ‘mercado mundial de insulina e $0% do de en- zimas. Jé a Gyproe, fabricante de divisérias, & ‘uma empresa de porte médio que emprega 175, ‘rabalhadores. Além da interacao entre empre- sas, 0 reaproveitamento de material ¢ energia também favorece a sociedade local. O iodo gerado no tratamento de efluentes € utilizado ‘como fertlizante pelas fazendas das vizinhan- as e na criagdo de peixes; as cinzas geradas pela termoelétrica entram na pavimentagdo de estradas;€ 0s luxos de calor slo tilizados para manutencio de estufas e para o aquecimento da cidade. ‘Como resultados mais significativos dessa cooperagio, temos: redugdo do consumo de energia; redugio das emissdes de didxido de <> Indistia carbono (CO,)¢ de enxofie (SO); redugdo do > Froceso Volume de efluentes liquidos; ¢ reaproveita- il Tatamento MEIO AMBIENTE mento de residuos tradicionais, como en- xofie, cinzas ¢ iodo. Entretanto, a con- trbuigdo mais importante de Kalundborg a demonstragdo de que esse tipo de ar ranjo pode ser aplicado também a outros setores, com resultados igualmente be- néfieos, tanto para as empresas como para o ambiente Aauecimento ‘No Brasil, hi grandes oportunidades ade para a aplicagao da ecologia industrial Pode-se citar como exemplo a indistria oe de mineragio que gera grande quantida- es de de residuos. Na mineragio docarva0, 0s residuos so acumulados nas vizi sihangas das minas, formando verdadei- eae. ras montanhas artficiais. Esse grande volume de re jos ainda pode conter grande quantidade de enxofte e o dano ambiental deve-se, em grande parte, & ddrenagem dcida, ja que os residuos des- cartados continuam nocivos por cente- nas de anos, apés o término da vida econdmica da mina. Oiutra fonte geradora de grande quantidade de residuos & 0s cur- tumes, que utilizam cromo para transformar peles em couro. O cou 10 curtido com cromo é utilizado na manufatura de produtos para vestuirio, calgados, lwvas, méveis, estofamentos de automéveis © vvirios outros produtos de uso pessoal. Os processos para manufatu- +a do couro geram residuos sélidos € liquidos que contém sais de ceromo. Estes, quando descartados ~ principalmente no solo ena gua — constituem elemento de riseo para o meio ambiente. A utilizagao de residuos de mineragdo para tratarefluentes de curtume (Figura 7) pode atenuar a drenagem dcida por descarte de sulfetos minerais, ‘enquanto auxilia na remogio do cromo de efluentes de curtume. Essa proposta requer uma ago integrada do setor industrial em relagdo 20 meio ambiente, a0 contrério do que & feito atualmente, Aaregados para stadasecimento Figura 7 - 0 uso de residuos de mineragio no tratamento de efluentes de curtumes Tratamento2 Minésio benefdiado cowo Mingo Setembro © 2007 * www.banasqu MEIO AMBIENTE Figura 8 ~ Reservas de carvao no sul do Brasil Santa Catarina Rio Grande do Sul com cada empresa procurando reduzir os efeitos danosos de proves- 305 de forma isolada, Uma condigdo favordvel para esta aplicagao de ecologia industrial & encontrada na regio Sul do Brasil. As reser- vas de carvao brasileiras esto localizadas no Rio Grande do Sul ¢ em Santa Catarina (Figura 8). O Paranda também possui alguns de- pésitos earboniferos menores. Por outro lado, aproximadamente 60% do couro processado no Brasil provém de varias manufaturas e curtumes com sede no Vale dos Sinos. Dessa forma, seria razoiivel propor que a cooperagio ‘mineracdo/curtume poderia resultar na implementagio de uma eco- tecnologia na fronteira entre esses dois setores industriais, As duas atividades (mineragao e curtume), desconectadas no ‘momento, poderiam promover uma interagdo, que resultaria num primeiro passo para a implementagdo da ecologia industrial na re- gio. A utilizagio dos residues da minerago para tratar efluentes Perrier Esta publicagdo, de autoria de Biagio F Giannetti e Cecilia M. V. B. Almeida sobre ‘ecologia industrial enfatiza as solugdes em ‘vex de apresentar os problemas relaciona- dos ao meio ambiente. Outrapreocupago foi no dissociar a prética da teora, Por esse motivo, freqdentemente sao encon- ‘trados exemplos de aplicagdes dos con- ceitos epresentados e, quando possvel, rela tados exemplos brasileiros. http://www. blucher.com.br/ livios.asp?Codlivro=03705#Conteudo 82 © www.banasqualidade.com.br * Setembro # 2007 dos curtumes contribuitia, six multaneamente, para dimi- nuir a drenagem acida da mi- Sinos neragio ¢ para a remover © ccromo dos efluentes dos cur- © minasdecarvéo ume Crisciuma Mona aan © exemplo mineragao © Giolsna ccurtume & apenas uma de mui- Boles tas alternativas. Na mesma re- E Inui 90, 0 uso de residuos da F Capane agricultura para tratar efluen- G Condiota tes de curtumes também se mostra viivel. Para isso, so « Porto Alegre a resi tem conta que o Rio Grande do Sul produz 45% de todo 0 ar- roz nacional e aproximada: ‘mente 130 milhdes de metros ciibicos de madeira por ano, As combinagdes agricultural curtume ou madeireiras/eurtu ‘me constituem, também, pos- sibilidades para a implemen- tagdo da ecologia industrial na regido, A interagdo entre empresas leva ao compartithamento de despe- sas. Por exemplo, (a) a mineragio, se isolada, arcaria com o custo da remogio e do combate a drenagem dcida; (b) industria de eurtume arcaria totalmente com 0 custo de aquisigao e transporte de insumos para retirada do cromo; (c) no caso da aplicagao da ecologia indus- nr ff ‘Duas normas internacionais foram desenvolidas para normalizar 05 efeitos dos gases do efeito estufa (GEES}: a ISO 14064 e a ISO 14065, A primeira estabelece normes pare quantificagéo, monitora- mento e verificagdo/validagdo das suas emiss6es e a segunda trata os requerimentos para organzagdes valdadores e verificadras de s2U projetos e inventrios. A norma ISO 14064 objetva estabelecer procedimentos para a reducSo dos GEES, notadamente para: promo ‘ver a conssténcia,transparéncia e credibilidade da quantficagdo, ‘monitoramento,relatbrios everificagSo de GEES; permitra identifica- 80 e gerenciamento de responsabilidades, recursos e rscosrelacio- rados com estes gases; facilitar 0 comércio de créditos de GEEs apoiarprojtos, desenvolimentos @ implementagBes de programas de GEES compardveise consistentes ‘ASO 14064 compreende ts partes. A primera, focada na espe- citicagdo e orientagdo para a quantiticagdoe a elaboragdo de inven- tétios de emissBes de GEEs por parte de instiuigdes ou corporagbes; «a segunda, no estabelecimento das regras para projtos, natadamen- ‘te quanto & quantficagdo, monitoramento ¢ elaboracSo de relatérios das reduces de emisso ou melhora da remogéo de GEES; e, a ter- czira edltima, na regulagdo dos aspactos de validagdo e cetificagdo de projetos ou instituigdes. trial, ambas dividiriam parte dos custos envolvides em (a) ¢ (b). Como beneficio ambiental, temos a redugio de residuos e de poluentes. Pode-se considerar que o beneficio mais importante & a diminuigio da demanda por recursos naturais, pela reutilizago de Esses beneficios estariam contribuindo para se atingir 0 desenvolvimento sustentavel. residuos. Uma grande inovagio da ecologia industrial & introduzir, por meio da visio holistica do sistema, o conceito de cooperagio entre empresas de diversos setores, Essa cooperagiio implica na participa- gio de varias dreas do conhecimento. Essa andlise no se limita empresa, ou a um determinado setor, mas a uma rede de empresas localizadas em uma determinada regio e para as quais um espago fisico pode A ecologia industrial & er delimitado, tum novo conceito que surge para lidar com 0s problemas ambientais. Com base numa analogia que asso- cia sistemas industriais com ecossistemas, cla considera que todos 0s residuos/materiais devem ser continuamente reciclados dentro do sistema e, somente a energia solar ilimitada seria utilizada de forma dissipativa A utilizagio da analog traz a tona uma questio sobre o papel 4do ser humano na Terra, ou sea, seu posicionamento perante a natu- reza. Juntamente com a capacidade de conceituar/verbalizar e de modificar/controlar/dominar 0 ambiente, a habilidade de desenvol- ver teenologias gerou a sensagio de que a existéncia humana é “ex- MEIO AMBIE cepeional”, podendo ser considerada & parte da natureza. Pela ana- logia do sistema industrial com os ecossistemas, a ecologia industri- al resgata a idgia de que a antroposfera é parte da biosfera ¢ que somente pode exist em equlibrio dina :0 com as outras partes do sistema, a atmosfera, a hidrosfera 6s fornecem uma base para o desenvolvimento de um sistema in: dust alitosfe (0s seus prineipi 1 que vise a sustentabilidade ambiental. @ BIBLIOGRAFIA Para saber mais BAF Giannettie CM.VB. de Almeida, “Ecologia Industrial: Concet- tos, Ferramentas e Aplicagdes 10, 2006, BR. Allenby, “Industrial Ecology: Policy Framework and Implemen- tation”, Prentice Hall, Nova Jerset, 1999, E.A, Lowe, JL, Warren e S.R. Moran, logy: An Executive Briefing and Sourcebook lumbus, 1997. Editora Edgard Blicher, Sao Pau- Discovering Industrial Eco Batelle Press, Co- ‘ona Game a Ase Si Balint Uveitis nga Pn aia eee rt a ipa ea il — ain ane SOLUCOES aL CORRETAS DoE ee ooo CLC Geen eu RC eet Peete Ce Tel.: (11) 48124487 © farias@mundoazul.net www.mundoazulpiscinas.com.br Setembro * 2007 * www.banasqualidade.com.br * 83

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