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INTRODUÇÃO A

BIOSSEGURANÇA

PROFª. Cristiane Rocha


CONTEUDOS DA DISCIPLINA
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Conceitos
Risco em Clinicas de Estética
Medidas de contenção de Risco
Normas básicas de Biossegurança
Procedimentos de limpeza e esterelização de artigos
Normas de segurança utilizadas no manuseio ,
preparo e armazenamento de produtos químicos;
Sinalização de segurança / medidas de emergência;
Níveis de Biossegurança em Saúde;
Gerenciamento de residuaos em saúde
Níveis de Biossegurança
Aula 1: Introdução a Biossegurança
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OBJETIVOS
Após o termino da aula o aluno deverá ser capaz de:
- Definir biossegurança;
- Conhecer os riscos de contaminação em clínicas de
estética;
- Reconhecer os principais métodos de contenção de
riscos;
- Conhecer as normas básicas de Biossegurança;
- Conhecer os EPIs, utilizados nas Clinicas de Estética;
Biossegurança
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Bio (raiz grega) = vida

Segurança = estado, qualidade ou


condição de quem ou do que está livre de
perigos, incertezas; situação em que nada há
a temer.

Biossegurança = Segurança da vida


Medidas de Biossegurança

Conjunto de procedimentos, ações, técnicas,


metodologias, equipamentos e dispositivos
capazes de ELIMINAR OU MINIMIZAR
RISCOS inerentes as atividades profissionais
que podem comprometer a saúde do homem,
dos animais, do meio ambiente ou a qualidade
dos trabalhos desenvolvidos
Hospitais
Hospitais

Indústrias Laboratório

Biossegurança

• Clinicas
Universidades

UBS

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Biossegurança onde ?
 hospitais  engenharia de
 indústrias segurança
 veterinárias  medicina do trabalho

 laboratórios  saúde do trabalhador

 universidades  higiene industrial

 PCMSO Programa de controle  infecção hospitalar


médico de Saúde Ocupacional
 clínicas de estética
 CIPA Comissão Interna de
prevenção de acidentes de trabalho
Risco para a Saúde
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É qualquer fator que coloque o trabalhador


em situação vulnerável, que possa afetar
sua integridade e seu bem estar físico e
psíquico.

Atividade de risco são as capazes de


proporcionar dano, doença ou morte
Risco para a Saúde
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TIPOS DE RISCOS
-Riscos Físicos

-Riscos Químicos

-Riscos Biológicos

-Riscos Ergonômicos
Riscos Físicos: formas de energia como
ruídos, vibrações, pressões anormais, radiações
ionizantes ou não, ultra e infra-som.

Riscos Biológicos: bactérias, fungos, bacilos,


parasitas, protozoários, vírus, etc.

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Riscos Químicos: contato produtos químicos
que possam entrar no organismo do indivíduo
por via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores.

Riscos Ergonômicos: qualquer fator que


interfira nas características psicofisiológicas tais
como: postura inadequada que pode levar a
problemas de coluna, ritmo excessivo de
trabalho, movimentos repetitivos;
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Biossegurança em Clínicas de Estética

Crescimento do mercado de estética =


exigência da qualidade dos serviços prestados =
necessidade de redução de riscos por possíveis
contaminações.
EX: Transmissão de doenças de pele podem ser contraídas
através de pincéis, pinças, extratores de comedões e
pústulas, lixas de caneta diamantada, compartilhamento
de toalhas, etc.
Procedimentos podológicos que possuem alto risco de
infecção cruzada, pois se faz o uso de alicates, cortador de
unhas, espátulas, que são instrumentais perfuro cortantes,
e há uma grande rotatividade de clientes;
Contenção de Riscos

Conceito: é o termo usado para descrever


os métodos de segurança utilizados na
manipulação de materiais potencialmente
perigosos para reduzir ou eliminar a
exposição da equipe de trabalho, de outras
pessoas e do meio ambiente.
Contenção de Riscos
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Incluem 3 Pontos:
1 Boas práticas nas técnicas clinicas-
laboratoriais
2 O equipamento de segurança (Barreiras
primárias)
3 O projeto e construção das instalações
(Barreiras secundárias)
Elementos de contenção

1-Prática e técnicas realizadas de forma


adequada

-Adesão rígida às práticas e técnicas padrão para


clinicas de estética (NR - ABNT, 2012)
-Conscientização e treinamento para manuseio
seguro dos materiais;
-Risco ao Trabalhador

-Risco ao Cliente
Normas básicas de Biossegurança
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O profissional deve apresentar-se ao trabalho


utilizando :
-Uniforme limpo e cabelos presos;
-Recomenda-se não usar jóias, bijuterias e
relógios;
-As unhas aparadas, limpas e preferencialmente
sem esmalte;
-Deve-se vestir calças compridas e sapatos
fechados.
-As mãos devem estar sempre higienizadas;
Higienização das mãos
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É a medida individual mais simples e menos


dispendiosa para prevenir a propagação das
infecções relacionadas à assistência à saúde.

Higienização das mãos = lavagem das mãos


Indicação da lavagem das mãos
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-após tocar fluidos, secreções e itens contaminados;


-após a retirada das luvas;
-antes de procedimentos no cliente;
-entre contatos com clientes;
-antes e depois de atos fisiológicos;
Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é
necessário retirar jóias (anéis, pulseiras, relógio),
pois sob tais objetos podem acumular
microrganismos. (Exigência da NR-32)
Higienização Simples das Mãos
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Finalidade
Remover os microrganismos que colonizam as
camadas superficiais da pele, assim como o suor,
a oleosidade e as células mortas, retirando a
sujidade que propícia à permanência e à
proliferação de microrganismos.
Duração do procedimento: 40 a 60 seg.

Na lavagem rotineira das mão o uso de sabão


neutro é o suficiente para a remoção da sujeira,
da flora transitória e parte da flora residente.
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Importante
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No caso de torneiras com contato manual para


fechamento, sempre utilize papel-toalha
Observações

73% das pessoas saem do banheiro com


as mãos contaminadas

Após duas horas 77% exibem o mesmo


germe na boca

50% das pessoas saem do banheiro sem


lavar as mãos

Moriya T. et al. ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (3): 265-73.
Técnica asséptica

Limpeza: manter estado de asseio.

Sanificação: destruição de microorganismos de


uma superfície inanimada.

Desinfecção: agente físico ou químico destruindo


microorganismos patogênicos.

Esterelização: remove todas as formas de vida


microbiana de um objeto ou espécie.
Os termos antissépticos, desinfetantes e
germicidas são empregados como
sinônimos. Entretanto, caracterizamos
como antisséptico quando empregamos
em tecidos vivos e desinfetante quando
utilizamos em objetos inanimados.
DEFINIÇÕES:

Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para


impedir a penetração de microrganismos num ambiente
que logicamente não os tem, logo um ambiente
asséptico é aquele que está livre de infecção.

Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para


inibir o crescimento de microrganismos ou removê-los
de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-
los e para tal fim utilizamos antissépticos ou
desinfetantes.
Moriya T. et al. ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (3): 265-73.
Conceitos:

Degermação: “Refere-se à erradicação total


ou parcial da microbiota da pele e/ou
mucosas por processos físicos e/ou
químicos.”
Margarido, Aspectos Técnicos em Cirurgia
Esterilização: “Processo que garante a
completa ausência de vida sob qualquer
forma.”

Goffi, Técnica cirúrgica


ANTISSEPSIA

 A descontaminação de tecidos vivos


depende da coordenação de dois processos:
degermação e antissepsia.

 A primeira, é a remoção de detritos e


impurezas na pele. Os sabões e detergentes
removem mecanicamente parte da flora
microbiana transitória mas não conseguem
remover a flora residente.
 A segunda, é a destruição de
microrganismos transitórios ou residentes da
pele através da aplicação de um agente
germicida com ação contra microrganismos
muito frágeis como o Pneumococo, porém,
são inativos para Staphylococcus aureus,
Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias
Gram-negativas.
ANTISSÉPTICO IDEAL:

 Estável por longo período de tempo.


 Amplo espectro de ação.
 Solúvel em água.
 Ativo em baixa concentração.
 Ação bactericida imediata.
 Não manchar a pele e vestuário.
 Eficaz à temperatura ambiente.
 Ação bacteriostática.
 Ausência de toxicidade e baixo custo

Filho, M.A.S.R, et.al PREVENCÃO DA INFECÇÃO DE FERIDA CIRÚRGICA EM CIRURGIA VASCULAR. Liga Acadêmica Vascular do Vale do São Francisco
OS ANTISSÉPSTICOS

 Um antisséptico adequado deve exercer


a atividade germicida sobre a flora cutâneo-
mucosa em presença de sangue, soro,
muco ou pus, sem irritar a pele ou as
mucosas.

 Os agentes que melhor satisfazem as


exigências para aplicação em tecidos vivos
são os iodos, a clorhexidina, o álcool e o
hexaclorofeno.
Para a desinfecção das mãos:

Usa-se soluções antissépticas com detergentes e se destinam à


degermação da pele, realizando antissepsia parcial.

Como exemplos citam:


 Solução detergente de PVPI a 10% (1% de iodo ativo)
 Solução detergente de clorexidina a 4 %, com 4% de álcool
etílico.

Solução alcoólica para antissepsia das mãos:


 Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1 % (álcool etílico a 70%,
com ou sem 2 % de glicerina)
 Álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina.
Moriya T. et al. ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (3): 265-73.
Compostos de iodo

 O mais eficaz dos antissépticos.

 Germicida de amplo espectro atuando


contra esporos, germes anaeróbios, vírus e
fungos.

 Um dos antissépticos mais utilizados em


cirurgia por seu efeito imediato, ação residual e
amplo espectro.
Iodóforos

 O iodo pode ser dissolvido em polivinilpirrolidona (PVP)

 O mais usado é a solução de PVPI que é bactericida,


tuberculicida, fungicida, virucida e tricomonicida. Além disso não
é irritante, é facilmente removível pela água e reage com metais.

 Para as feridas abertas ou mucosas, (sondagem vesical),


usamos o complexo dissolvido em solução aquosa.

 Para a antissepsia da pele integra antes do ato cirúrgico,


usamos o complexo dissolvido em solução alcóolica.
Clorhexedina ou Cloro-hexidina

 Germicida que apresenta mais


efetividade contra bactérias Gram-positivas
do que Gram-negativas e fungos.
Álcool

 Álcoois etílico e isopropílico exercem ação


germicida quase imediata, porém sem nenhuma
ação residual, além disso ressecam a pele em
repetidas aplicações.

 É bactericida, fungicida e virucida para alguns


vírus, razão pela qual é usado na composição de
outros antissépticos.
Normas básicas de Biossegurança
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Manipulação de Instrumentos e Materiais


Cortantes e de Punção
Instrumentos pérfuro-cortantes
devem ser descartados em
caixas apropriadas, rígidas e
impermeáveis que devem ser
colocadas próximo a área em
que os materiais são usados.
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Normas básicas de Biossegurança
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Manipulação de Instrumentos e Materiais


Cortantes e de Punção
Nunca deve-se reencapar agulhas após o uso.
Não remover com as mãos agulhas usadas das
seringas descartáveis e não as quebrar ou
entortar.
Normas básicas de Biossegurança

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Normas básicas de Biossegurança
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Touca e faixas devem ser descartáveis;


Utilizar instrumentos esterilizados ou
descartáveis.

•Limpeza

•Desinfecção

•Esterilização
Meios de esterilização
Físico

Calor seco
Estufa
Flambagem(chama)
Fulguração(eletricidade)

Calor úmido
Fervura
Autoclave

Radiações
Raios alfa
Raios gama
Raios x

Químico
Desinfetantes
Esterilização

- Calor úmido (vapor sob


pressão) – Autoclave, maior
poder de penetração e redução
do número de microrganismos.
Calor
- Calor seco - Incineração,
flambagem, ar quente (estufa)
Esterilização
AUTOCLAVE - Dispositivo selado que permite a entrada de
vapor sob pressão.
Esterilização

ESTUFA - Calor seco


Ação: desnaturação das proteínas microbiana
Esterilização
Produtos Químicos – Desinfetantes e Esterilizantes
Elementos de contenção

2-EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA -BARREIRAS PRIMÁRIAS

EPCs

EPIs
EPIs
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Proteção para a cabeça


Óculos - Devem ser usados para a proteção dos
olhos, durante a manipulação de produtos
químicos. Exemplo: ao manipular tinturas e
químicas para alisamentos.
EPIs
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Proteção para a cabeça


Máscaras - Devem ser usadas para evitar o
contato com aerossóis (lixamento plantar) contra
gases durante a manipulação de produtos
químicos, para evitar a inalação dos mesmos.
EPIs
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Proteção para os membros superiores


Luvas - As luvas são de uso
obrigatório nos procedimentos
potencialmente invasivos, em
que exista risco de contato
com o sangue, no caso das
atividades desempenhadas por
manicuros, pedicuros, dentre
outros, devendo ser
desprezadas após o uso em cada
cliente.
EPIs
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Proteção para os membros superiores


-Devem ser usadas, também, no contato com
produtos químicos de ação corrosiva, cáustica,
alergênica, tóxica e térmica (como por
exemplo, as tinturas e as composições químicas
para alisamento de cabelos).
-No caso da preparação de cera quente para
depilação (quando manipulada em panela),
devem ser usadas luvas resistentes ao calor
(couro) até a altura dos cotovelos, devido ao risco
de queimaduras, por respingamento.
EPIs
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Escolha das luvas


Natureza do risco
Agentes de risco
Tipos de atividades a serem executadas
-Luvas de algodão e tecido
-Luvas de látex
-Luvas borracha natural, neoprene, nitrílicas, buton
(mais resistentes).
-Tamanho adequado às mãos
EPIs
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Proteção do tronco
Aventais - Devem ser usados
aventais impermeáveis,
resistentes aos produtos
químicos e ao calor, capas e ou
outras vestimentas para situações
em que haja risco de lesões
provocadas por agentes químicos
(ex: amônia, cloro, água
oxigenada).
EPIs
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Proteção para membros inferiores


Sapatos - Usar sapatos fechados. Calçados impermeáveis
para trabalhos realizados em lugares úmidos; calçados
impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;
calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos e
calçados de proteção contra riscos de origem elétrica
Elementos de contenção

3-PROJETO E CONSTRUÇÃO DAS INSTALAÇÕES


(BARREIRAS SECUNDÁRIAS)

Gerência-zelar para que as instalações estejam de


acordo com o funcionamento da Clinica e com o nível
de Biossegurança recomendado para os agentes ali
manipulados. Podem Incluir:
-Isolamento da área de trabalho para acesso
ao público;
-Dependência para descontaminação (autoclave);
-Dependências para lavagem de mãos,
Obs: Independente do nível de biossegurança deve
haver uma pia para lavagem de mãos.
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Elementos de contenção
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Todo estabelecimento de beleza devem respeitar as


seguintes normas sanitárias:
Possuir paredes e pisos lisos e impermeáveis para não acumular
microorganismos, poeira ou resquícios de secreções;
Deve ter: lixeira de pedal com saco plástico para descarte de
material contaminado, lavatório com sabonete líquido e papel
toalha.
Maca com superfície lisa ou lavável, forrada de lençol TNT ou
papel branco (resistente). Todos descartáveis devem ser
trocados a cada cliente.
Mesa auxiliar (carrinho) com superfície lisa e lavável, para
acomodar bandeja forrada com papel toalha para os materiais
de uso;
Referências
BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil.Doenças
relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de
saúde. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001.580 p. (Série A. Normas e
Manuais Técnicos; n.114).

BRASIL, 1994. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde.


Brasília. Ministério da Saúde. Coordenadoria de Controle de Infecção Hospitalar. 2º ed.
Brasília. 1994.

SÃO PAULO, 1993. Dispõe sobre o funcionamento dos estabelecimentos que exercem
a atividade de podólogo (pedicure). Portaria CVS – 11 de Agosto de 1993. São Paulo.
Secretaria de estado da Saúde. Coordenadoria dos Institutos de Pesquisa. Centro de
Vigilância Sanitária. 1993

SÃO PAULO, 2001. Código sanitário do Estado de São Paulo. Lei nº 10.083 de
Setembro de 1998. Decreto Estadual 12.342 de Setembro de 1978. 4º ed. Bauru. São
Paulo. EDIPRO. 1994.
Biossegurança
Responsabilidades

“Nenhum trabalho é tão urgente, que não


possa ser planejado e executado com
segurança”

“Você é responsável pela sua


segurança e dos seus colegas”

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