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Vários destes conceitos são aplicados nas soluções pro-


jetivas de projetos de construção civil como coberturas
e estruturas de edifícios, de obras de arte como pontes
que devem apresentar estanqueidade e cumprir a fun-
ção a que se destinam. Para o desenvolvimento do pro-
jeto, devem ainda ser considerados outros fatores inci-
dentes nestas estruturas, como ventos, sua velocidade,
direção, chuvas, intempéries que podem comprometam
as características do material.
Deste modo, é possível vislumbrar a complexidade
dos projetos de Engenharia Mecânica demonstrando
que, mesmo para estes, já existem estabelecidas orienta-
ções e exigências que propiciarão desenvolvimento de
projetos de modo que o produto final atenda às exigên-
cias de Segurança do Trabalho, garantindo que o uso de
máquinas, equipamentos, estruturas que integram obras
de construção civil garantindo a integridade dos traba-
lhadores que os utilizam.

2.3 Riscos inerentes à profissão


do engenheiro industrial

O Engenheiro Industrial pode atuar em empre-


sas de vários ramos de atividade, em virtude de sua
atribuição profissional estabelecida pelo Conselho Fe-
deral de Engenharia e Agronomia (CONFEA). Como
exemplos de área de atuação, podemos mencionar tra-
tamento de água, petroquímica, alimentos, processos
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metalúrgicos, beneficiamento de minérios, produção
de veículos automotores.
Assim, com atribuições multidisciplinares, estes
profissionais estarão expostos aos vários riscos existen-
tes, sendo estes os riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e de acidentes.
Os riscos físicos são compostos pelos agentes:
ruído, vibrações, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes, temperaturas extremas, pressões anormais
e umidade. Os riscos químicos são compostos pelos
agentes: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapo-
res e substâncias compostas ou produtos químicos. Os
riscos biológicos compõem-se dos agentes: vírus, bac-
térias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos. Para os
agentes ergonômicos, seus agentes são: esforço físico
intenso, exigência de postura inadequada, levantamen-
to e transporte manual de cargas, imposição de ritmos
excessivos, controle rígido da produtividade, trabalhos
em turnos e noturno, jornadas prolongadas de trabalho,
monotonia, repetitividade, situações que possam cau-
sar estresse físico ou psicológico. E riscos de acidentes,
cujos agentes são: arranjo físico inadequado, máquinas
e equipamentos sem proteção, ferramentas defeituosas
ou inadequadas, iluminação inadequada, eletricidade,
probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamen-
to inadequado, animais peçonhentos, outras situações
que podem contribuir para ocorrência de acidentes.
Apresentados os riscos e seus agentes, conforme
a Portaria n.° 25 de 29 de dezembro de 1994, que as-
sim os classifica de acordo com sua natureza, é possível
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constatar que um conjunto de medidas deverá ser de-
senvolvido para proteger este profissional. Pela nature-
za de sua atividade e dependendo do ramo de atividade
onde estiver atuando, o Engenheiro Industrial estará
exposto a determinados agentes de risco. Em virtude
disso, como responsabilidade do empregador, deverão
ser previstas medidas que, relacionadas entre si, deverão
contribuir para a preservação da saúde do mesmo. Os
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho deverão identificar os ris-
cos presentes nas situações de trabalho de Engenheiro
Industrial e estabelecer medidas que o protejam dos
riscos, preservem o meio ambiente e permitam o de-
senvolvimento das atividades previstas para atender os
objetivos do negócio da empresa.
Para melhor indicar as medidas que atuarão na pre-
venção de acidentes ou doenças ocupacionais a que o
Engenheiro Industrial está exposto, precisam ser iden-
tificados os riscos ambientais existentes na situação de
trabalho, além os agentes ergonômicos e os agentes de
acidentes. Os riscos físicos, químicos e biológicos se-
rão identificados, avaliados e medidas de controle serão
implementadas pelo Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA) estabelecido pela NR9. Os agentes
ergonômicos presentes em sua atividade profissional
serão identificados e recomendações serão efetuadas na
Análise Ergonômica do Trabalho (AET), estabelecida
pela NR17. E para os agentes de acidentes, devem ser
previstas medidas de controle desenvolvidas para os
agentes identificados, como instalar proteção em má-
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quina ou sistema de combate a incêndio, ou medidas
que integrem programas que as empresas podem de-
senvolver para prevenção de riscos de acidentes.
As medidas de controle que serão desenvolvidas
relativas aos riscos identificados têm o empregador
como responsável por sua implementação porque este
deve, de acordo com a NR1, “cumprir e fazer cumprir
as disposições legais e regulamentares sobre segurança
e medicina do trabalho” (Brasil, 1978).
O Engenheiro Industrial deverá tomar ciência
dos riscos aos quais está exposto, pois esta é também
uma das atribuições do empregador que, dentre ou-
tras, determina que este deve informar aos trabalha-
dores a que riscos podem estar expostos, que meios
serão definidos pela empresa para prevenir os riscos e
quais medidas de controle serão adotadas pela empre-
sa e que esta deverá cumprir.
Para melhor identificar os riscos a que este profis-
sional se expõe em sua situação de trabalho deverão ser
analisadas as tarefas que compõem sua atividade profis-
sional, e como consequência deverão ser desenvolvidas
e implementadas medidas de controle.
O Engenheiro Industrial que se familiarizar com
as medidas de controle em virtude dos riscos identifi-
cados terá condições de, desenvolvendo sua atribuição
profissional, reportar-se aos profissionais de Seguran-
ça do Trabalho, tão logo constate que deverá atuar
junto a um novo processo do qual desconhece os ris-
cos presentes ou potenciais e solicitar a contribuição
técnica relativa à Segurança do Trabalho, pois novos
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projetos, instalações ou processos poderão apresentar
“novos” riscos.
O Engenheiro Industrial inserido na cultura da Se-
gurança do Trabalho desenvolverá o conhecimento de
questões relacionadas à saúde e segurança do trabalha-
dor de modo que, no desenvolvimento de sua atividade
profissional, contribuirá para orientação e conscientiza-
ção dos demais trabalhadores, em virtude de suas ações
estarem em conformidade com as exigências técnicas,
legais e com as medidas de controle estabelecidas pelo
empregador para prevenir acidentes do trabalho.
A Engenharia de Segurança do Trabalho efetiva
as exigências relativas à proteção do trabalhador, inde-
pendentemente do ramo de atividade, procurando per-
manentemente a atualização quanto a novos processos
produtivos, equipamentos com novas características e
funcionamento para atuar na antecipação da identifica-
ção dos riscos ou no reconhecimento destes para me-
lhor desenvolver as medidas de controle que protegen-
do o trabalhador, propiciem que este desenvolva suas
atividades de trabalho sem se envolver em acidentes do
trabalho ou desenvolver doenças ocupacionais.

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Exercícios propostos

Na realização destes exercícios vamos organizar as


informações relativas ao conteúdo apresentado de for-
ma a aplicá-las quando necessário.

1) Pesquise quais são as exigências para que um deter-


minado profissional possa atuar como Engenheiro de
Segurança do Trabalho.

2) Um engenheiro de produção que atua numa metalúr-


gica determina os processos, tarefas a serem realizadas
para cumprir no prazo e, com as características solicita-
das pelo cliente, a confecção de um novo produto. Com
certeza, vistoria e acompanha a produção. Quando es-
tiver no ambiente de produção, chão de fábrica, estará
exposto a vários riscos. Como este saberá quais são os
riscos e como deverá se proteger destes?

3) No desenvolvimento do projeto mecânico de um


novo equipamento ou em modificações que devem ser
efetuadas em equipamentos já existentes por que devem
ser considerados aspectos relacionados à segurança do
trabalho no desenvolvimento deste novo produto?

4) O Engenheiro Industrial trabalhando numa empre-


sa que produz alimentos poderá estar exposto a agentes,
como ruídos advindos das máquinas de preparação de
massas e ao calor proveniente de fornos que assam os ali-
mentos. A exposição a estes agentes poderá comprome-
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ter sua saúde. Existe por parte da empresa alguma ação
que deva ser tomada para proteger este trabalhador?

5) Os agentes ruído e calor da questão anterior, sendo


identificados pela empresa, deverão resultar em alguma
ação para que o trabalhador não tenha sua integridade
física comprometida?

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