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Alavancagem Financeira, segundo Gitman, é “definida como a capacidade da

empresa em usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de


variações no lucro antes dos juros e imposto de renda sobre o lucro por ação”.
Segundo outros autores, em resumo e interpretando-os, a alavancagem
financeira acontece, positiva, quando os capitais de terceiros de longo prazo
produzem efeitos positivos sobre o patrimônio líquido.
Dessa forma, podemos concluir que só é vantajoso para uma empresa, os
capitais de terceiros de longo prazo, quando o retorno sobre o ativo for superior ao
retorno sobre o patrimônio líquido.
De nada adiantaria a uma empresa captar recursos a longo prazo, se estes
fizessem com que o retorno sobre o patrimônio líquido recuasse em sua posição
anterior à da captação. Alavancagem financeira é isso. É a “alavanca” que esta
captação produz ou não no retorno aos acionistas.
O resultado da alavancagem financeira pode ser melhor interpretado pela
fórmula, e seu coeficiente ao qual denominamos de grau:

Se o GAF for igual a 1,0 = a alavancagem financeira será considerada nula


Se o GAF for maior que 1,0 = a alavancagem financeira será considerada
favorável
Se o GAF for menor que 1,0 = a alavancagem financeira será considerada
desfavorável
Tomando-se por exemplo, uma indústria com os seguintes dados:
A conclusão extraída é a de que, em 2000 o grau de alavancagem embora
positivo, tinha um resultado de 3,18. No ano de 2001 a empresa fez crescer seu
ativo incorporando mais recursos, e o grau de alavancagem embora positivo
diminuiu para 2,35.
Os resultados de 3,18 e 2,35 têm o seguinte significado:
1 a) em 2000 – a alavancagem financeira é favorável em 218%, ou
seja, os capitais de terceiros contribuem para gerar um retorno
adicional de 218% sobre o patrimônio líquido
2 b) em 2001 – a alavancagem financeira é favorável em 135%, ou
seja, os capitais de terceiros contribuem para gerar um retorno
adicional de 135% sobre o patrimônio líquido

O estudo da alavancagem tem mostrado, pelos diversos autores, diversas


fórmulas dando-nos uma série de interpretações até diferentes entre si.
Uma delas, que nos pareceu também interessante conclui pela seguinte fórmula:

Utilizando-se do exemplo da mesma indústria, precisamos expor os dados da


demonstração de resultado nos anos de 2000 e 2001, com as adaptações que se
fazem necessárias:
Assim, em 2001, teríamos a seguinte interpretação do grau de
alavancagem financeira por esta fórmula:

A diferença, nesta maneira diferente de abordar a alavancagem financeira, foi


bastante pequena, de 2,35 para 2,20.
Entretanto, foi observado que os dados são coletados na demonstração do
resultado do exercício, através da segregação das despesas financeiras (ou
mesmo receitas financeiras) das despesas operacionais. Em dado momento,
temos o LAJIR – cujo significado é: lucro antes dos juros e imposto de renda.
A alavancagem financeira é demonstrada justamente pelo reflexo dos capitais de
terceiros nas vendas líquidas, em relação ao lucro líquido após a diminuição do
reflexo das despesas financeiras provocadas por estes mesmos capitais de
terceiros.
ALAVANCAGEM OPERACIONAL
Nem sempre aumento de vendas significa maior lucro
A informação mais conhecida e valorizada no dia-a-dia do Distribuidor é o volume
de vendas, tanto de Veículos Novos e Usados, como de Peças e Serviço. Muitos
titulares e gerentes perseguem, com afinco, o crescimento das vendas, porque
acreditam que a iniciativa aumentará automaticamente os resultados da empresa.
Entretanto, essa relação pode não se concretizar, ou, ainda, acontecer o
inesperado: o aumento das vendas representar uma redução nos resultados.
Tudo depende do Grau de Alavancagem Operacional do Distribuidor. E o que é
Grau de Alavancagem Operacional? É a capacidade que o Distribuidor possui, de
acordo com a sua estrutura de custos fixos, para implementar um aumento nas
vendas e gerar um incremento ainda maior nos resultados, ou, para diminuir as
vendas e produzir uma redução maior nos resultados.
O Grau de Alavancagem Operacional é determinado pelo montante de Custos
Fixos existente na estrutura de resultados dos vários departamentos operacionais
do Distribuidor. A estrutura de resultados é a seguinte:

Quanto maiores os Custos Fixos em comparação à Margem de Contribuição,


maior será o Grau de Alavancagem Operacional. E quanto maior o Grau de
Alavancagem Operacional, mais sensível ficará o Resultado Operacional se
houver qualquer variação na Venda Bruta.
Considerando, por exemplo, os dados da coluna Atual, simularemos duas
situações. A primeira delas leva em conta um aumento de 10%, e, a outra, uma
diminuição de 20% na Receita Bruta.
No caso em que há aumento de 10% na Receita Bruta (observar que a Margem
de Contribuição sobe na mesma proporção), o Resultado Operacional cresce em
25%. Por outro lado, quando a Receita Bruta registra queda de 20%, o Resultado
Operacional diminui em 50%.
Em ambos os casos, o Grau de Alavancagem Operacional é de 2,50, ou seja,
25%/10% = 2,50 e 50%/20% = 2,50. Isso significa que a cada 1% de variação na
Receita Bruta, o Resultado Operacional é influenciado em 2,5%.
O Grau de Alavancagem Operacional é calculado pela seguinte fórmula:

Pelo quadro a seguir, podemos visualizar a influência do Custo Fixo no Grau de


Alavancagem Operacional:
Quanto maior for o Grau de Alavancagem Operacional, maiores serão os riscos,
pois o Resultado Operacional ficará muito sensível a qualquer variação na Receita
Bruta, tanto para mais como para menos. Em épocas de dificuldades de vendas, o
Distribuidor sente fortemente os reflexos.
Tipos de Grau de Alavancagem Operacional
Venda Resultado

Cálculo dos Graus de Alavancagem Operacional


Considerando os dados do composite da Posição Econômica Financeira (PEF) de
2001, os Graus de Alavancagem Operacional das áreas de negócios de Veículos
Novos, Veículos Usados, Peças & Acessórios e Serviço, são os seguintes:
Obs: Custos Fixos incluem os salários dos mecânicos.
Conclusão

É bom relembrar que quanto maior for o Grau de Alavancagem Operacional, maior
será a sensibilidade da área de negócio para gerar lucro. Por outro lado, o inverso
também é verdadeiro, ou seja, o impacto no resultado de uma queda nas vendas
será na mesma proporção.
Dependendo do Grau de Alavancagem Operacional, o Distribuidor pode identificar
as áreas de negócio mais sensíveis aos aumentos de vendas, as quais devem,
portanto, receber mais atenção.
Nos exemplos de cálculos citados, fica evidente que Veículos Usados é a área
que apresenta o maior Grau de Alavancagem Operacional. Evidentemente,
esforços no sentido de aumentar o seu volume de vendas surtirão maiores efeitos
no Resultado Operacional.
Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio
Administração Financeira
6º Semestre – Sala 09
Equipe: George Henrique; Jose Jacob; Tadeu Furtado; Ricardo Targino; Samuel
Salviano; Bertone Luna; Wellington Araruna; José Jailton; Luiz Henrique.

Alavancagem

Juazeiro do Norte-CE, 14 de Dezembro de 2006.

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