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Escola Superior de Educação de Lisboa

Paulo Ferreira Rodrigues

MODELO DE PLANO DE SESSÃO DE MÚSICA

DESCRIÇÃO das ATIVIDADES da SESSÃO

Fases sequenciais Organização do espaço,


Estratégias de dinamização / tarefas musicais a concretizar
de trabalho do grupo, dos recursos

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Observações:

O plano da sessão de música deve estar organizado em 4 fases de trabalho:

1. exploração rítmica e vocal a partir do texto da 1. ensino da melodia da canção


canção 2. exploração rítmica e vocal a partir do texto da
OU
2. ensino da melodia da canção canção
3. junção da melodia e do texto da canção 3. junção da melodia e do texto da canção
4. utilização da canção 4. utilização da canção

Na fase de utilização da canção deve ser explorada uma tipologia de atividade de entre as seguintes possibilidades:

- movimento corporal;
- acompanhamento rítmico corporal / objetos sonoros;
- interpretação expressiva (mudanças de andamento e intensidade);
- criação de estrutura formal (introdução, coda);
- realização de jogo musical;
- etc.


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Conceitos e Conteúdos de desenvolvimento musical – 2ª Infância

Timbre Intensidade Ritmo Altura Forma


Que atividades musicais?
Duração
Sons: - som e silêncio -  som curto e som longo -  movimento [melódica e/ou
[grafismos] sonoro: subida, rítmica]
-  corpo e voz Dinâmica - ostinatos rítmicos descida, -  pergunta e
-  meio -  forte e piano -  ritmos livres com e sem permanência resposta
envolvente -  crescendo e vocábulos -  agudo e grave -  repetição e
Mover-se Criar -  natureza diminuendo -  batimentos rítmicos: (mais ou contraste
-  objetos pulsação, divisão, estrutura menos -  frase e secção
-  introdução,
Escutar sonoros [grafismos: ler rítmica e compasso distantes)
-  instrumentos e registar] -  acentuações: regulares e [- grafismos] interlúdio e coda
Tocar musicais irregulares - solo e coro
Cantar - gravações -  padrões rítmicos: isolados e Melodia -  organizações
combinados (de ações: -  melodias formais (frases
caminhar, correr, saltitar… / simples a-b; a-a-b-b;
- RITMO de palavras: pera, ananás…) com e sem a-b-c...;
- MELODIA secções A-B-A...)
Que elementos de Expressivi- palavras
-  TIMBRE dade Andamento -  melodias e
linguagem musical? -  FORMA -  rápido, médio e lento canções mais
-  ELEMENTOS EXPRESSIVOS -  acelerando e retardando elaboradas

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Pensar numa atividade musical... Esclarecer e organizar ideias...

•  Uma atividade concretiza-se em diferentes fases / etapas CATEGORIAS DE ATIVIDADES


CONCEITOS DA MÚSICA
•  Cada fase / etapa de trabalho pressupõe a realização de determinadas MUSICAIS PARA A 1ª INFÂNCIA
tarefas musicais - Sonoridades
•  Para a concretização das tarefas musicais o educador deve utilizar as - Rimas para a infância - TIMBRE (som)
estratégias de dinamização mais adequadas - Canções - INTENSIDADE (dinâmica)
- Jogos de tradição infantil - RITMO (duração, andamento)
!  Atividade – conjunto organizado de ações musicais com uma finalidade - Movimento
- ALTURA (melodia)
definida - Ritmo
- FORMA (organização)
!  Fases / etapas – momentos de trabalho que, sendo sequenciais, interligados - Audição Musical
e tendo uma progressão lógica, permitem concretizar a atividade
!  Tarefas – ações musicais concretas que se pretende que a criança faça em - são os tipos de intervenção musical... - são os elementos de linguagem musical
cada momento da atividade. A concretização da tarefa seguinte pressupõe a - uma atividade tem diferentes momentos utilizados nas atividades...
concretização da tarefa anterior (progressão) (fases, etapas...), organizados por graus - é o vocabulário musical que está
!  Estratégia – técnicas de dinamização de ações musicais que permitem ao de complexidade... presente ao fazer-se determinada
educador orientar as crianças nas tarefas a realizar (didática da música) - como descrever uma atividade? atividade...

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Fases sequenciais de trabalho – são os momentos intermédios necessários à concretização de uma atividade (ou das atividades de uma
sessão), organizados numa sequência lógica. As fases (ou etapas) da atividade devem ser diversificadas, progressivamente mais
complexas e com enfoques específicos (corresponde a uma desmontagem da atividade nas suas ações fundamentais, apresentando-as
/ concretizando-as depois de forma sequencial).

- Não há uma sequência fixa de fases de trabalho que possa ser aplicada a qualquer atividade. Assim, a lógica da sequência das fases
dependerá das características da atividade a realizar, isto é, das ações que é suposto a criança conseguir fazer.

- Por exemplo, para a realização de um jogo de música e movimento será necessário, em função das suas características (jogo de imitação,
jogo de reação rápida, jogo com componente social de troca de pares, jogo com utilização de sequência rítmica corporal...), pensar em
fases iniciais e intermédias de trabalho que, sequencialmente, permitam:
• criar o clima / ambiente desejado; realizar um aquecimento / preparação rítmico-motora (ou auditiva, ou vocal...); fomentar a
concentração; focalizar o grupo para determinado contexto / situação;
• proceder à preparação de ações específicas necessárias ao jogo (ou seja, desenvolver competências prévias à realização do
jogo), a que podem corresponder diversos momentos da sessão;
• estruturar as regras / experimentar o jogo por etapas progressivas;
• realizar o jogo / introduzir variantes (diversos graus de dificuldade);
• concluir a sessão (dar um sentido de conclusão...).

- Ou, por exemplo, para ensinar uma canção e utilizá-la num jogo com ritmo corporal e movimento, é necessário estruturar outro tipo de
faseamento, cujas tarefas / estratégias permitam concretizar momentos de:
• aquecimento / disponibilização corporal e vocal;
• ensino da frase rítmica com percussão corporal;
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• audição / apresentação da canção;


• ensino da melodia;
• exploração do texto;
• ensino da melodia com texto;
• exploração das ações de movimento;
• interpretação da canção em simultâneo com as ações de movimento;
• interpretação da canção em simultâneo com a frase rítmica em percussão corporal;
• exploração da utilização do espaço em função das necessidades do jogo;
• estruturação do jogo;
• fruição do jogo.

Organização do espaço, do grupo, dos recursos – refere-se, num plano logístico, à organização da sala onde decorre a atividade e à
organização dos materiais a serem utilizados (recursos musicais e extramusicais), de acordo com as necessidades de cada fase de
trabalho; e, num plano didático, à organização dos participantes na atividade (neste caso, as crianças devem ser organizadas de forma
diversificada durante a sessão, de acordo com as especificidades de cada fase de trabalho – em pé, sentados; em roda, dispersos, em
dois grupos...).

Estratégias de dinamização / tarefas musicais a concretizar – corresponde a uma das partes fundamentais da descrição da concretização da
atividade, colocando o enfoque na ação do dinamizador. Refere-se à explicitação das técnicas e dos procedimentos que devem ser
mobilizados pelo dinamizador em cada uma das fases da atividade, de forma a concretizá-la com todo o seu potencial.
As estratégias devem ser adequadas ao público-alvo, ou seja, o dinamizador deve ter uma intervenção que ajude os participantes a
realizarem as ações (ou tarefas) da atividade de forma progressivamente mais satisfatória (e com ganho de autonomia). Assim, na
indicação das estratégias deve-se:

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• descrever com pormenor e de forma sequencial (progressiva) todos os procedimentos metodológicos necessários à
concretização com sucesso das tarefas da atividade;
• incidir fortemente no processo, isto é, naquilo que o dinamizador tem de fazer (e não apenas na descrição do produto final ou do
que é pedido aos participantes para fazerem);
• clarificar as ações (tarefas) a realizar quer pelo orientador quer pelos participantes;
• decidir e organizar as atitudes que o orientador deve adotar de forma a orientar adequadamente cada momento da sessão:
- equilíbrio entre estratégias de instrução e estratégias de demonstração;
- ponte entre a imitação do modelo dado e a autonomia dos participantes;
- apoio na realização de tarefas (ações) que ainda não estão autónomas;
- clima relacional;
• identificar as componentes críticas da tarefa / ação (o que pode ser mais difícil de concretizar e requer maior preparação prévia e
apoio por parte do dinamizador);
• promover os comportamentos dentro da tarefa (o que é esperado) e controlar os comportamentos fora da tarefa (enfoque).

Componentes críticas da tarefa / ação:


- A componente crítica de uma tarefa corresponde à ação (ou parte da ação) em que os participantes precisam de ter maior apoio e
orientação.
- Mediante o nível de competência requerido por determinada tarefa, o orientador deverá prever quais as ações que podem ser um entrave
ao bom desempenho da criança, dando-lhes particular enfoque em termos de conceção de estratégias que ajudem a ultrapassar essas
dificuldades (todas as atividades apresentam desafios que constituem um factor de desequilíbrio momentâneo que, uma vez superado,
resulta num novo equilíbrio mais sofisticado).
- É necessário analisar a tarefa e ter plena noção de quais os comportamentos esperados (saber qual a tarefa), de forma a fazer-se uma
boa gestão de cada um dos momentos de dinamização da atividade (recorrendo às estratégias que melhor respondam à
intencionalidade de cada fase de trabalho).

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- Pressupõe uma progressão da aprendizagem (sucessivas ampliações da competência base segundo níveis crescentes de dificuldade e/ou
complexidade), considerando duas dimensões: por um lado a progressão dentro da própria tarefa (estruturação de fases de
desempenho), por outro a progressão na aquisição da competência no decorrer do tempo (relacionado com a periodicidade e qualidade
da experiência, com questões de maturação individual ou com características associadas a níveis etários).
- Uma progressão pressupõe também a integração de aprendizagens anteriores enquanto competências base para uma nova estrutura de
compreensão e/ou funcionamento musical e de movimento que se pretendem fomentar com a atividade.

ATITUDES DO ORIENTADOR (em relação às estratégias de dinamização):


- faz demonstração / dá o exemplo prático;
- valoriza a comunicação não verbal na demonstração (utiliza uma imagem, age sem falar, dá atenção à expressão facial e corporal...);
- realiza momentos pontuais de instrução para uma tarefa (ou seja, “fala”), utilizando vocabulário correto, claro e adequado ao contexto /
público-alvo;
- é o modelo para a imitação em simultâneo (ou seja, “age”);
- é o modelo para a reprodução em eco;
- solicita ações em coletivo (grande grupo, pequeno grupo) e prepara ações individuais (requer maior autonomia dos participantes);
- solicita ações autónomas por parte dos participantes quando criadas as condições adequadas;
- explica / descreve ações, ideias ou conceitos (palavra) como forma de ampliar / melhorar o desempenho ou a compreensão das crianças;
- direciona as ações / desempenho dos participantes utilizando técnicas de enfoque (manter os participantes na tarefa, contribuindo para uma
concretização mais aprofundada);
- apoia o desempenho / performance dos participantes utilizando técnicas de antecipação (apoio vocal, gestual, palavra);
- observa do exterior e dá apoio pontual na realização da tarefa;
- faz acompanhamento da tarefa, incentiva e focaliza as ações;
- fornece informação de retorno (dá mais ideias, corrige, redireciona ou amplia as ações) em diferentes momentos do processo;

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- apresenta a estrutura da atividade / encadeamento de ações a realizar (ajudar a estruturar a memória das ações vividas), mobilizando ou não
conceitos (vocabulário);
- demonstra gostar do que está a fazer (motivação das crianças);
- (...)

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