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Desastre
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Desastre (do grego, "má estrela") é um evento de causa


natural e/ou tecnológica que afeta a normalidade do
funcionamento social e, por extensão, provoca danos e
prejuízos à sociedade, afetando a economia, ecossistemas,
estrutura básica e desenvolvimento humano. Os estudos e
pesquisas sobre desastres compreendem uma área
interdisciplinar, a sinistrologia.[1][2]

Índice Torre do Bashundhara City em chamas.

Definição e classificação
Situação de Emergência
Estado de Calamidade Pública
Ver também
Referências

Definição e classificação
Por definição, um desastre só acontece quando afeta pessoas. Dessa forma, se uma chuva intensa
cai sobre uma área no meio do oceano, sem afetar pessoas ou ecossistemas, não seria um desastre.
Mas se a mesma chuva cair sobre um lugar densamente povoado, com edificações frágeis sobre
morros e encostas, poderá vir a se tornar um desastre, pois atinge pessoas, direta ou
indiretamente, e causa danos e prejuízos. [3][4][5][6]

Portanto, o desastre não é natural, é essencialmente social. A causa não foi apenas a ameaça
natural da tempestade, mas o fato de haver pessoas em situação de vulnerabilidade vivendo no
local onde a tormenta desabou. "A gênese do desastre está na incapacidade em fornecer
conhecimento, preparação e treinamento para a população sobre o que fazer em uma situação de
crise", [7] permitindo assim, que se amplie sua vulnerabilidade e, consequentemente, o impacto de
desastres.[5]

No Brasil, adota-se dois conceitos de desastre, que são semelhantes, pois se desenvolveram a partir
de ideias semelhantes sobre o risco como o foco para reduzir desastres. [3] A padronização
internacional de conceitos é feita pela Estratégia Internacional de Redução de Desastres, da
Organização das Nações Unidas, EIRD ONU, que lidera as ações de redução de riscos e desastres
no mundo todo. [8][9][10]

No conceito do Glossário de Defesa Civil, Estudos de Riscos e Medicina de Desastres, organizado


no final da década de 1990, por Antônio Luiz Coimbra de Castro para a Secretaria Nacional de
Defesa Civil (SEDEC), define-se desastre como o “resultado de eventos adversos, naturais ou
provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais

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e/ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais" [11].

De acordo com a EIRD ONU, “desastre é uma séria interrupção no funcionamento de uma
comunidade ou sociedade causando uma grande quantidade de mortes, bem como perdas e
impactos materiais, econômicos e ambientais que excedem a capacidade da comunidade ou
sociedade afetada de fazer frente à situação mediante o uso de seus próprios recursos.” [1]

Os desastres são classificados no Brasil pela Classificação e Codificação Brasileira de Desastres,


Cobrade, atualizada para o alinhamento com a padronização internacional, definida pela ONU. A
Cobrade [12] divide os desastres em duas categorias: naturais e tecnológicos. A categoria desastres
naturais divide-se em cinco grupos, treze subgrupos, vinte e quatro tipos e vinte e três subtipos. Os
desastres tecnológicos dividem-se em cinco grupos, 15 subgrupos e 15 tipos.

O desastre possui, tecnicamente, quatro etapas, prevenção, preparação, resposta e reconstrução.


Nas duas primeiras, o trabalho é comunitário, em integração com os órgãos de atenção ao desastre
e prevenção de riscos.[13] Na etapa de reconstrução, a estrutura básica e as edificações danificadas
em um desastre serão recuperadas para que seja possível a volta à normalidade. A etapa de
resposta acontece logo depois que um evento ocorre e as equipes de emergências mobilizam seus
recursos para o atendimento: Defesa Civil (municipal, estadual, nacional), Bombeiros Militares e
voluntários, Polícia Civil e Militar, Forças Armadas, órgão de administração pública (municipais,
estaduais e federais) e demais organizações públicas e privadas que sejam preparadas para atender
emergências e crises humanitárias, como Organizações Não Governamentais, instituições locais,
COMDECs, entre outras. Quando um desastre possui grande dimensão, é comum o fluxo de
organizações internacionais.[2][14]

O órgão governamental que lidera as ações de mitigação e redução de riscos e desastres é a Defesa
Civil.

Situação de Emergência

A Situação de Emergência (SE) é decretada pelo prefeito quando um desastre atinge seu município
e os danos não são severos, ou seja, o município tem condições de dar a resposta. É “o
reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal provocada por desastres, causando
danos suportáveis e superáveis pela comunidade afetada”. [2]

Nessas condições, os recursos humanos, institucionais, materiais e financeiros, quando superiores


às possibilidades locais, podem ser reforçados e suplementados por recursos estaduais e federais já
existentes e disponíveis no Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. [15]

Estado de Calamidade Pública

Quando o desastre atinge uma localidade e provoca danos sérios e a capacidade local de resposta
não tem condições de atender à dimensão do evento, é decretado Estado de Calamidade Pública
(ECP), para que o Estado disponibilize ajuda federal à localidade afetada.[2]

Os danos sérios resultam em prejuízos sociais e econômicos vultosos, os quais são dificilmente
suportáveis e superáveis pelas comunidades afetadas. Nessas condições, os recursos humanos,
institucionais, materiais e financeiros necessários para o restabelecimento da situação de
normalidade são superiores às possibilidades locais e exigem a intervenção coordenada dos três
níveis do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.[2]

Os decretos de SE ou ECP são feitos pelo Prefeito ou pelo Governador. Entretanto, quando o

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desastre é evidente, de acordo com a intensidade do desastre e seu impacto social, econômico e
ambiental, o Secretário Nacional de Defesa Civil, com base na documentação enviada, poderá
reconhecer a Situação de Emergência ou o Estado de Calamidade Pública. [15]

Desde 1º de janeiro de 2013, o registro de desastres e a solicitação de Reconhecimento Federal de


Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública, é realizado no Sistema Integrado de
Informações sobre Desastres (S2ID), uma plataforma digital que substitui os antigos documentos
Avadan (Avaliação de Danos) e Nopred (Notificação Preliminar de Desastres). [16]

As condições essenciais para a solicitação do reconhecimento federal por decretação de Situação de


Emergência (SE) ou Estado de Calamidade Pública (ECP) são:

necessidade comprovada de auxílio federal complementar; e/ou


exigência de reconhecimento, em norma vigente, para liberação de benefícios federais às
vítimas. [15]

Ver também
O grande nevoeiro de 1952
Acidente nuclear de Chernobil
Tsunami
Desastre de Bhopal
Desastre de Minamata
Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
Defesa civil
Enchentes e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro em 2011
Enchentes em Santa Catarina em 2008
Morro do Bumba

Referências
1. «Terminology - UNISDR» (http://www.unisdr.org/we/inform/terminology). www.unisdr.org.
Consultado em 30 de outubro de 2015
2. Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil. «Manual de
Planejamento em Defesa Civil - Volume 1» (http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?u
uid=3c113eb7-2790-42d7-850f-28404ec9e90d&groupId=10157). Ministério da Integração
Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil
3. BECK, Ulrich., Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. (São Paulo: editora 34,
2011.). Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. [S.l.: s.n.] Verifique data em:
|ano= (ajuda)
4. Frandalozo A. S., J. (2014). «Do desastre para o risco: qualidade na cobertura em revistas
semanais de informação» (https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/128973). Universidade
Federal de Santa Catarina
5. UNISDR (2015). «Sendai Framework for Disaster Risk Reduction 2015 - 2030» (http://www.pre
ventionweb.net/files/43291_sendaiframeworkfordrren.pdf) (PDF). United Nations
6. WORLD BANK; UNITED NATIONS., Natural hazards, unnatural disasters: the economics of
effective prevention. (Washington, DC: 2010.). Natural hazards, unnatural disasters: the
economics of effective prevention. [S.l.: s.n.]

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7. Frandalozo A.S., J. (2015). «A redução de vulnerabilidades como estratégia no enfrentamento


de desastres» (https://www.academia.edu/16495544/A_redu%C3%A7%C3%A3o_de_vulnerabi
lidades_como_estrat%C3%A9gia_no_enfrentamento_de_desastres). Razón y Palabra
8. «Estrategia Internacional para la Reducción de Desastres» (http://www.eird.org/vivir-con-el-ries
go/index2.htm). www.eird.org. Consultado em 1 de novembro de 2015
9. UNISDR. United Nations International Strategy for Disaster Reduction. (Geneva: United
Nations Office for Disaster Risk Reduction (UNISDR), 2007.). «Hyogo Framework for Action
2005-2015: Building the Resilience of Nations and Communities to Disasters.» (http://www.unis
dr.org/files/1037_hyogoframeworkforactionenglish.pdf) (PDF). United Nations. Verifique data
em: |data= (ajuda)
10. «UNISDR - Oficina Regional de Las Américas» (http://www.eird.org/americas/). www.eird.org.
Consultado em 1 de novembro de 2015
11. CASTRO, Antonio Luiz Coimbra de (1998). «Glossário de Defesa Civil, Estudos de Riscos e
Medicina de Desastres» (http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=71458606-5f48
-462e-8f03-4f61de3cd55f&groupId=10157). Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional,
Secretaria Nacional de Defesa Civil
12. Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil (2012). «Classificação e
Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)» (http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_fi
le?uuid=f9cdf8bf-e31e-4902-984e-a859f54dae43&groupId=10157). Ministério da Integração
Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil
13. SHAW, Rajib; ISHIWATARI, Mikio; ARNOLD, Margaret. (2012). «Nonstructural Measures
Community-based Disaster Risk Management - Knowledge note 2-1 cluster 2.» (https://web.arc
hive.org/web/20130404221105/http://wbi.worldbank.org/wbi/Data/wbi/wbicms/files/drupal-acqui
a/wbi/drm_kn2-1.pdf) (PDF). Kyoto University, World Bank. Arquivado do
[<http://wbi.worldbank.org/wbi/Data/wbi/wbicms/files/drupal-acquia/wbi/drm_kn2-1.pdf original]
Verifique valor |URL= (ajuda) (PDF) em 4 de abril de 2013
14. ZENATTI, Ana Paula de Assis; SOUSA, Soledad Yaconi Urrutia de., Comunicação em
desastres: a atuação da imprensa e o papel da assessoria governamental. (Florianópolis:
Associação Catarinense de Imprensa, 2010.). Comunicação em desastres: a atuação da
imprensa e o papel da assessoria governamental. [S.l.: s.n.] Verifique data em: |ano= (ajuda)
15. Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil (2013). «Curso de
Capacitação dos Gestores de Defesa Civil para uso do Sistema Integrado de Informações
sobre Desastres (S2iD)» (http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=ef4651d8-e5d
d-4113-b133-ec13508e19bd&groupId=10157). Ministério da Integração Nacional, Secretaria
Nacional de Defesa Civil
16. Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil (2012). «Sistema
Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID» (http://www.mi.gov.br/web/guest/defesa-civi
l/s2id). Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil

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