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Época normal
O negócio jurídico pode ser visto como um instituto caracterizador da vontade, ou seja, algo
que comporta a vontade de duas partes e a partir desta origina um vínculo obrigacional
perante ou ambas, ou somente uma delas. Um exemplo típico de um negócio jurídico que
envolva vínculos obrigacionais entre ambas as partes é o contrato de compra e venda, ou o
contrato de locação, ou o contrato de mandato. Como podemos ver a enumeração destes será
incontável, mas também, como antes mencionado, podem existir negócios jurídicos que
envolvam vínculos obrigacionais perante apenas uma das partes, como por exemplo a
herança. Em suma, na minha opinião, o negócio jurídico cinge-se à manifestação da vontade
das partes de criarem uma relação entre elas.
- vamos fazer um contrato: a senhora paga-me x e eu entrego-lhe uns tantos kgs de cocaína.
Aqui deparamo-nos com um caso de ilicitude em sentido restrito do negócio, ou seja, resultam
condutas executivas contrárias a normas jurídicas imperativas. Dentro desta, ainda podemos
caracterizar esta ilicitude como ilicitude da conduta em si, por outras palavras, o que aqui está
em questão é a ilicitude da conduta que os contraentes têm, i.e venda de drogas.
- imagine que eu comprava o seu colar para matar aquele aluno ali.
Ilicitude do fim.
Para responder a isso, tenho de fazer uma questão: nessa situação, eu sabia a intenção da
professora/e? E porquê desta pergunta? Bem, graças ao art.º 281 CC. Neste fica promulgado
que a negócios cujos quais apenas o fim seja contrário à lei ou à ordem pública, ou ofensivos
dos bons costumes, este apenas será nulo quando o fim for comum a ambas as partes. Ou seja,
o art.º 281 apenas censura a comunhão de objetivos, daí a questão de saber se eu terei ou não
conhecimento do fim do negócio.
Atendendo ao facto que eu tenho conhecimento do fim do negócio então devo recusar a
celebração deste, a prejuízo da sua eventual nulidade.
Se, por outro lado, eu não tiver qualquer maneira de conhecer o fim do negócio (tendo em
conta que o objeto deste é um colar, e este segundo o critério bónus pater famílias nunca seria
considerado uma arma, ou mesmo que tivesse esse propósito) não vemos maneira de imputar
ao vendedor a presunção de conhecimento, e como tal, este negócios seria válido.
- imagine que tem uma casa com um grande jardim e eu sou seu vizinho e planto umas
árvores enormes para você nunca mais receber sol no seu jardim. X
- o seu cabelo é uma coisa? X
- todos os dias vai ao café, a senhora já sabe que quer sempre um café. Já nem diz nada,
chega lá e ela serve logo. Um dia ela dá-lhe um café mas você só foi lá procurar um amigo
Teorias da Vontade.
Formas da proposta
Normalmente, é definido como um evento ao qual o direito associe determinados efeitos. Este
evento está sujeito a múltiplas classificações, dentro das quais: lato sensu e stricto sensu; se
operarem no espaço da autonomia privada podem ser atos jurídicos stricto sensu ou negócios
jurídicos; os atos jurídicos podem ser lícitos ou ilícitos, entre outros evidentemente.
Um facto jurídico costuma ser identificado, numa visão maquinista, com uma realidade apta a,
integrando uma previsão normativa, desencadear a sua estatuição. Um pequeno ponto a
apontar, esta definição tem uma natureza figurativa: o facto jurídico apenas justifica que uma
decisão, tomada com base em modelos que o tenham em conta, seja legitima. Nenhuma
norma opera, por si, de modo automático.
Bem, a reserva mental cinge-se a uma declaração feita com o objetivo de enganar o
declaratário, não pretendendo o declarante aquilo que declara que quer. Pode ser absoluta,
relativa; inocente ou fraudulenta.
- baixar o spread do empréstimo da casa durante um ano pelo facto de a pessoa estar
desempregada. Depois o banco passa a cobrar um spread de 5% (usura).
Por outro lado, ainda encontramos nesta situação um contraente débil, numa situação de
dependência. Basta analisar a situação do contraente de se encontrar desempregado, ou seja,
de não ter fundo suficientes para cobrir as prestações que deve ao banco.
Em último ponto, expomos o facto de que após a descida os juros durante um ano, a
instituição bancária impõe uma subida de 5% do spread, o que significará um acréscimo de 5%
à taxa de juros.
Por estes factos enunciados remeto para a possibilidade de utilizar o regime da usura art. 282º
(ambos os artigos). Após a leitura deste artigo, encontramos no seu segundo ponto a remissão
para o regime especial postergado nos artigos 559.º-A e 1146º do mesmo código, artigos estes
que tratam da matéria a respeito de juros e contratos de mútuo (respetivamente), ou seja,
regimes estes que nos interessam para a análise da situação.
Segundo o art. 559º-A, é nos dito que o disposto no art. 1146.º é aplicável “… a toda a
estipulação de juros…”, e como tal, após analisar o art. 1146º descobrimos que este negócio é
havido como usuário por comportar estipulação anual de juros entre 3% a 5%. Confirmando
então a possibilidade de conduzir esta hipótese ao regime usuário, como mencionado à pouco.
Regressando então ao regime de usura (art. 282.º CC), concluímos que este negócio poderá ser
anulável pela parte interessada.
- compro o seu código. Passados 30 anos vem bater-me à porta para pedir o dinheiro
Primeiramente, creio que se deva analisar o negócio em questão antes de uma futura
ponderação da situação em questão. Aqui está presente um negócio de compra e venda de um
bem móvel (o código civil), segundo este tipo de contrato surgem obrigações (graças à sua
natureza sinalagmática) de entrega do bem e da respetiva prestação. A matéria do
cumprimento de obrigações aparece tutelada nos artigos 762º e seguintes do CC. No entanto o
que nos interessa a respeito do caso em questão é a matéria dos prazos da prestação, tutelada
nos artigos 777º e seguintes.
Ao analisarmos o artigo. 777.º/1 encontramos enunciado que credo tem a todo o tempo o
direito a exigir o cumprir da obrigação e o devedor a exonerar-se dela. Aqui, remetemos para
os prazos de prescrição, tutelados nos artigos 309º e seguintes CC.
Segundo o art. 309.º é nos transmitido que o prazo de prescrição é de 20 anos. Mas o que é a
prescrição poderão perguntar. Bem a prescrição constitui o direito potestativo de transformar
obrigações civis em naturais, pelo decurso do tempo, ou seja, com o decorrer do tempo o
sujeito portador de direito perde a sua capacidade de o fazer valer. Como tal, visto que
passaram 30 anos após a venda do código, concluímos que como foram passados 10 anos do
prazo legalmente estabelecido da prescrição, o dever de prestação fora extinto.
Imagine que não tinha passado 30 anos, mas sim 15, manteria a sua resposta?
De facto manteria, contudo não com as mesmas justificações. A minha forma de justificar a
solução dada cingir-se ia numa base de confiança criada entre os contraentes. Ora um dos
princípios base do nosso sistema jurídico é o da confiança, ou seja, tem de haver uma
confiança no sistema para que as soluções sejam as mais justas e para que ocorra um tráfego
natural do ordenamento. 15 anos é bastante tempo, ainda para mais para a venda de um
simples código civil, ora é em impensável chegar à conclusão de que passados 14 anos e 9
meses da entrega do bem, que o vendedor estaria ainda ciente de que a prestação não teria
sido paga e estaria a aguardá-la. A nosso ver, embora aqui o prazo da prescrição dite 20 anos,
cremos que este deva ser reduzido, com algumas situações particulares em mente
evidentemente. E esta sugestão não é só por mim defendida, mas também pelo regente desta
cadeira, o senhor doutor professor António Menezes Cordeiro.
Onde quero chegar com isto tudo é ao facto de se estabelecer, durante os 14 anos e 9 meses
uma confiança pela parte do comprador de que não era necessária a devida prestação, que
talvez se tratasse de uma doação, infinitas são as possibilidades, que embora tenha sido uma
compra e venda, o vendedor após algum tempo decidiu que não era necessária a prestação.
Enfim, muitas são as possibilidades. Eu acredito, que para a resolução deste problema não
seria necessária a prestação da compra e venda.
- a água dos rios é imóvel, mas eu quero comprar-lhe um copo de água do rio que passa na
sua propriedade e que é curativa.
- o que é um prazo?
O prazo consiste no período que decorre desde o aparecimento de um facto até ao momento
que o que estiver a esse facto se extinga. Se estivermos a falar do prazo contratual então este
significa a duração desde o início de atividades negociais (ou pré-negociais) até à conclusão do
contrato. Se estivermos a falar de efeitos, desde o momento em que se gera os efeitos até ao
momento em que se extingam. Se de direitos, desde o momento que sejam atribuídos até ao
momento em que cessem. Depende do contexto em questão, sendo a primeira definição a
mais genérica.
- o que é um termo?
Numa definição ampla e simples, o termo consiste na cláusula pela qual as partes subordinam
a eficácia de um certo NJ ou declaração negocial a um evento futuro e certo. Esta matéria está
regulada nos artigos 278º e 279º CC
- e termo certo?
Bem, o termo certo é uma das várias modalidades do termo, este cinge-se a quando é
conhecido o momento do termo em antemão.
- e condição certa?
Antes da explicitação do conceito de condição certa, creio que é de boa-fé explicitar o conceito
de condição. A condição cinge-se à cláusula contratual típica que subordina a eficácia de uma
declaração de vontade a um evento futuro e incerto.
A condição certa resume-se a uma condição de momento certo, ou seja, caso ocorra numa
situação prefixada, ainda que incerta, e.g “quando o beneficiário perfizer 30 anos de idade”,
esta condição poderá ou não suceder, consoante o beneficiário sobreviva até essa idade.
- um medicamento por lei custa 5 euros mas o farmaceutico vende por 6 euros (LDC)
Antes de definir o conceito de doação modal, acho por bem definir o conceito de doação para
uma explicação mais completa. Uma doação, segundo o artigo 940º CC, é (ler o artigo). O
modo é uma estipulação típica de negócios gratuitos, pela qual o beneficiário da liberdade é
onerado com uma obrigação que não constitui, todavia, a contrapartida da atribuição
patrimonial gratuita. Portanto, o modo é uma estipulação típica de negócios gratuitos, como
tal, sendo a doação um negócio gratuito, a doação modal é uma doação na qual está inserida
um modo.
Respondendo à segunda questão, uma doação modal pode ser de facto bivinculante. Aliás, o
modo pode ser singular, caso comporte uma só vinculação, ou complexo, caso comporte
várias.
- A e B celebram um contrato pelo qual B presta serviços de jardinagem a A, por 1000 euros
por mês, e pelo prazo de 2 anos. Como classifica esta cláusula?
Eu classifico esta cláusula como uma condição resolutiva, visto que face a conclusão dos
serviços após a passagem do prazo dos 2 anos os efeitos produzidos pelo negócio se
extinguem. E ainda dentro desta, inserimos a caracterização desta cláusula resolutiva como
certa, visto que ela só se resolve após a execução dos serviços durante dois anos, ou seja sabe-
se que ao fim de dois anos, em partida, a cláusula será resolvida no entanto pode ocorrer esta
não resolução, seja pelo termino antecipado do contrato, seja pelo falecimento do contratado,
entre muitos outros.
- Abel atribui a Bento poderes de representação. Bento faz-se substituir por Carlos e compra
um apartamento a Bento.
Um contrato sinalagmático consiste num contrato cujo qual dê lugar a obrigações recíprocas,
ficando as partes na situação de credor/devedor. E.g contratos de compra e venda, locação,
mandato oneroso, empreitada.
Contratos bilaterais são contratos que envolvam duas partes. Estas partes não equivalem
necessariamente a pessoas olhemos só para o exemplo das pessoas coletivas, a pessoa
coletiva pode incorporar várias pessoas, mas apenas uma parte.
Doações?
São contratos que implicam a participação dos celebrantes em determinados resultados (e.g
contrato de sociedade, art 980º)
Bem, a forma consiste no modo utilizado para exteriorizar a vontade, desde que acompanhada
por sinais exteriores sensíveis pelas pessoas que presenciem a declaração ou que,
posteriormente, dela tenha conhecimento, cuja falta tem como consequência a nulidade,
regulada no art. 220º CC.
A formalidade não se confunde com isto, a formalidade consiste nos actos ou factos
complementares cuja satisfação ou verificação são exigidas para a prática do ato ou para a
celebração do negócio, podendo ser anteriores, concomitantes ou posteriores à celebração do
negócio.
A forma qualificada consiste na forma escrita adequada para determinado negócio, desde que
promulgada por lei, e.g escritura publica em negócios relacionados com imoveis.
Um contrato realizado oralmente tem forma, desde que o contrário não seja requerido por lei
(art. 219º CC).
- a compra e venda de um imóvel pode ser feita verbalmente? E se for, qual o desvalor?
Pode ser transformado num negócio válido? Que requisitos tem que respeitar para se
transformar? (não pode porque requer por lei forma escrita; pode ser transformado pelo
principio do Favor Negotii; necessita da forma escrita)
A confirmação equivale ao ato pelo qual, numa situação de anulabilidade, o titular do direito
potestativo de proceder à impugnação opta, antes, pela vinculação do negócio. Este negócio
de facto poderia ser confirmado desde que cumpridos os requisitos da confirmação: posterior
cessação do vício de que serviu fundamento à anulabilidade; o seu autor tem de ter
conhecimento do vício e do seu direito. Cumpridos estes requisitos então o negocio poderia
ser confirmado.
- foi ao bar e pediu um queque. Perguntou se era de hoje e a senhora disse que sim. Comeu
o veio depois a saber que o queque estava lá há uma semana. É válido ou inválido?
(possivelmente inválido graças ao fim do negócio)
- A é vizinho de B. B tem como passatempo brincar com uns dirigíveis. A, que não gosta de B,
decide meter uns espigões no telhado e os dirigíveis vão constantemente lá bater e
rebentam. X (seria abuso de direito tho com azo a indeminização por dano a bens
patrimoniais)
- A tem um edificio que tem um painel de azulejos que vendeu a B. No dia seguinte A vende
todo o prédio a C X
- A confere poderes de representação a B para que este compre uma casa com piscina no
Algarve. B compra uma casa a C que não tem piscina. A já não quer a casa.
- conhece algum contrato que possa subjacer à procuração além do contrato de mandato? X
- A tem um terreno onde foi descoberta uma mina de ouro. A tira o ouro todo. O ouro são
frutos? X
- A foi comprar charutos cubanos a uma tabacaria. Fumou os charutos todos com os amigos
numa festa. Depois descobiu que os charutos eram de Palma de Maiorca. Pode anular-se o
negócio se os amigos já fumaram os charutos todos?
Não se poderia anular o negócio, visto que o bem fora consumido, mas poderia dar azo a
indemnização por violação dos deveres de confiança e informação.
Não, existem negócios onerosos que não são sinalagmáticos. Por exemplo, a obrigação de o
mandatário entregar ao mandante as coisas adquiridas em execução do mandato também não
é sinalagmática.