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S em perceber, nossas vidas foram moldadas por esse estranho dispositivo que
a maioria de nós nem sabe como funciona. Mais ainda, hoje, milhões de
transistores podem ser construídos minuciosamente em pequeninas placas de
silício. São os circuitos integrados, ou microchips. Nos microchips, toda a
informação e entretenimento do mundo podem ser armazenados em formato
digital, processados e enviados a qualquer canto deste planeta interconectado.
Mas nem sempre as coisas foram assim…
página inicial Por milhares de anos, os homens pré-históricos viveram da caça de animais
referências selvagens e da coleta de plantas e frutas fornecidas pela Natureza. Não eram
créditos
tempos fáceis e cada refeição se transformava numa grande empreitada atrá
de alimento. A troca de experi ências (isto é, a velocidade de propagação de
(C) 2000 LSI
conhecimentos) entre os diversos indiv íduos ou entre grupos distintos era
incrivelmente lenta. Uma grande transformação veio mudar esse panorama
A Lei de Moore pré-histórico: a revolução agrícola. As mudanças resultantes desse processo
foram profundas, e dentre elas a domesticação de animais teve um significado
Em 1965, Gordon Moore, um dos fundadores da Fairchild Semiconductor essencialmente importante: o deslocamento humano por longas distâncias foi
e mais tarde da Intel, publicou em uma edição da revista Electronics um
gráfico semi-log com o número de transistores em um chip de silício em
enormemente facilitado. A velocidade de propagação de conhecimentos
função da data de seu lançamento no mercado. O resultado foi uma linha começava a se acelerar.
reta, indicando que o número de transistores dobrava a cada ano -- o
que corresponde a um crescimento exponencial. Nos anos seguintes, o
número passou a dobrar a cada dezoito meses, taxa que, de certa Muitos milhares de anos depois, uma nova revolução, iniciada em algumas
maneira, é observada at é hoje. poderosas nações da época, assolou o mundo: a revolução industrial. O
advento das máquinas a vapor e um pouco mais tarde dos trens e em seguida
Uma projeção feita pela Semiconductor Industry Association (SIA), dos automóveis consolidaram o domínio dos homens sobre as máquinas. Um
baseada na Lei de Moore, indicou que se alcançará alguns limites físicos pouco mais tarde, desvendado o eletromagnetismo, a velocidade de
por volta de 2005 -- quando o transistor completar á 60 anos. Naquele
ano, os transistores ter ão dimensão da ordem de 0,1 mícron e chips propagação de informações atingiu níveis impressionantes, gra ças, sobretudo,
conterão sozinhos de 5 a 10 bilhões de transistores. Os chips terão por ao tel égrafo e ao telefone.
volta de 10 centímetros quadrados de área e serão fabricados em wafers
de 12 a 16 centímetros de diâmetro.
Mais recentemente, o surgimento de computadores pessoais relativamente
O duradouro progresso exponencial da microeletr ônica, com chips baratos e de redes de comunicação globais como a Internet colocam a
dobrando de capacidade a cada 18 meses, é um evento único no humanidade frente a uma nova onda de transformações. As luzes que se
desenvolvimento tecnológico da humanidade. A única outra tecnologia acendem são de uma era em que bits valem mais que átomos e que bens
que vem se desenvolvendo com tamanha velocidade é a comunicação
por fibra óptica -- a qual d á-se o nome de fotônica. Essas duas materiais n ão são mais garantia de poder e riqueza. Hoje, expressões como
tecnologias é que constituem os alicerces da “era da informa ção”. “tempo real” e “sob demanda” nos dão idéia de quão rápido corre a informaçã
através dos canais de comunicação que envolvem o globo.
Sobre a Lei de Moore
(no site da Intel) Depois da revolu ção agrícola e da revolução industrial, o homem vive a
http://www.intel.com/intel/museum/25anniv/hof/moore.htm revolução do conhecimento. Não há atividade humana que resista a esse
/museum/25anniv/hof/moore.htm
período de transição; o impacto das redes de computadores, da
microeletrônica, da nanotecnologia, das telecomunicações é total, pode ser
Eletricazine www.eletricazine.hpg.ig.com.br
Andrew Grove e a Intel sentido no trabalho, na educação, no entretenimento, nas artes. O homem,
inabalável, segue como parte integrante e atuante neste cenário de
Em 1957, o jovem Andr ás Gróf deixou sua cidade natal, Budapeste, singularidade e de intensas mudanças tecnológicas. A sociedade é agora “pó
capital da Hungria, então sob o domínio comunista e ocupada por tropas industrial” e vive-se o que é chamado de “era da informação”.
soviéticas. Primeiro foram os horrores da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Agora era a ameaça de um governo totalitário. Muitas
pessoas desapareciam sem deixar rastro. O jovem sabia que era hora de O microchip marcou -- assim como a m áquina a vapor, a eletricidade e a
fugir: “Eu poderia ficar aqui sentado, e um dia, quando sa ísse para
comprar pão, nunca mais seria visto”.
linha de montagem em outros tempos -- um avanço singular no
desenvolvimento tecnológico da humanidade. Na nova economia, sai a linha de
produção, os carros, o aço, a produção em massa, o marketing de massa e a
mídia de massa que distribuíam seus produtos provenientes de grandes
indústrias, est údios e editoras. Entram os websites, rápidos como a luz numa
fibra óptica, provendo conteúdo especializado e customizável, milhares deles, a
poucos cliques do mouse de distância. É a informação em estado puro, na
forma de bits -- intangível, inodoro, incolor, invis ível, mas mensurável (não em
volts, mas em milh ões de dólares!).
Acabou indo para Nova York, onde adaptou seu nome para Andrew
Grove. A partir daí, sua carreira foi mete órica. Formou-se brilhantemente The Mind, Culture, and Activity Homepage
em engenharia química na City College de Nova York e mais tarde http://communication.ucsd.edu/MCA/index.html
obteve seu Ph.D. pela Universidade da Calif órnia. Trabalhou algum
tempo na Fairchild Semiconductors, mas a empresa n ão ia bem na
época. Foi então que dois de seus chefes -- Gordon Moore e Robert Information Technology an People Journal
Noyce -- o convidaram para fundar uma nova empresa. Alguém sugeriu
http://www.mcb.co.uk/cgi-bin/journal1/itp
Integrated Electronics, o que foi logo abreviado para Intel.
A Intel percorreu um longo caminho at é tornar-se o que é hoje: líder no Journal of Computer Mediated Communication
mercado de microprocessadores para PCs. Os microprocessadores s ão http://www.ascusc.org/jcmc/
superchips contendo milh ões de transistores que funcionam como
cérebro dos computadores. Sem os chips, a chamada Revolução Digital
seria impossível. Para atender à demanda crescente de processamento, Phil Agre’s Home Page
todo m ês são produzidos pela Intel 4 quatrilhões
(4.000.000.000.000.000) de transistores, mais do que meio milhão para http://dlis.gseis.ucla.edu/people/pagre/
cada habitante do planeta. Um único chip Pentium II carrega mais de 7
milhões deles e é capaz de realizar 588 milhões de c álculos por segundo. Discussões sobre a revolução digital e a sociedade do
conhecimento
Mas os chips não estão só nos computadores. Eles estão em todo lugar:
aparelhos de som, r ádios, calculadoras, relógios digitais, vídeo games,
http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac333/
elevadores, etc. Dominando hoje um dos produtos mais importantes no
mundo – o microchip – a Intel é responsável por cerca de 90% dos
microprocessadores para computadores pessoais do planeta. Em 1997, A Infoera: O Imenso Desafio do Futuro
chegou a valer mais de US$ 115 bilhões de d ólares (mais do que a IBM), http://www.lsi.usp.br/~infoera/
alcançando um rendimento anual de US$ 5,1 bilhões (sétima empresa
mais rentável do mundo).
Para responder a essa quest ão, ele projetou o Edvac (Electronic Discrete
Variable Automatic Computer) que formalizou o conceito de programa
armazenado. Essa foi a primeira vez em que alguém propôs um máquina
cujas instruções fossem armazenadas como números numa memória
eletrônica. Muitas das id éias e conceitos concebidos por von Neumann
são empregados at é hoje no campo da computação.
http://www.pbs.org/wgbh/aso/databank/entries/dt45en.html
/databank/entries/dt45en.html
Eletricazine www.eletricazine.hpg.ig.com.br
http://inventors.about.com/education/inventors/library/weekly/aa060298.htm
education/inventors/library/
weekly/aa060298.htm
Visionários da computação
http://home.cnet.com/category/topic/0,10000,
0-3805-7-273927,00.html
Pioneiros da computação
http://ei.cs.vt.edu/~history/people.html
people.html
Mas existem limites para a computação? Até onde vai o sonho humano de
computar? É certo que, teoricamente, não existem limites. Tudo depende da
tecnologia em que se baseiam os sistemas computacionais. A computação
baseada em chips de silício certamente encontrará seus limites. Empecilhos de
natureza física e tecnológica tornarão inviável a evolução ad infinitum dos
chips de silício.
http://squint.stanford.edu/
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