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CAUSOS DE JUNDIAHY
Salve, Jundiaí formosa, cidade feita de rosas, saudades vou levar...(Lamartine Babo)
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A ONDA TUPI
Neste detalhe do brasão municipal dá para notar um índio mais alto que as árvores (usado
como símbolo na campanha pelo tombamento da Serra do Japi em 1981) e um rio repleto de
jundiás abaixo da fortificação colonial. São duas coisas que não devem ficar fora de um papo
sobre o centro histórico interfluvial.
A ONDA PORTUGUESA
A ONDA AFRICANA
Menos de cem anos depois do surgimento da vila colonial sobre as anteriores
terras indígenas (o pesquisador amador Francisco de Matheo encontrou
vestígios de cemitério indígena na área do largo da Catedral ao largo São
Bento, na década de 1980) as fazendas e o trato de cavalos já começavam a
utilizar o trabalho de imigrantes africanos, traficados pelo regime econômico
do trabalho escravo. No século XVIII essa população já era bastante
expressiva.
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Por estes dias, encontrei uma antiga citação a Jundiaí no jornal dessa
bela cidade norte-americana. O fato aconteceu porque, de vez em quando,
busco coisas com o nome clássico da nossa cidade, que uso em um espaço
eletrônico para identificar a importância do centro histórico interfluvial entre os
rios Jundiaí, Guapeva e do Mato, que delimitam a maior parte da vida “urbana”
entre 1650 e 2000.
Os navios vindos da África, onde muitos brasileiros atuavam nos postos de troca
de escravos com os reis locais no litoral foram proibidos pelo governo
independente de Dom Pedro 1º em 1830. Como ocorre até hoje, a ilegalidade
não suspende atividades que são lucrativas ao ponto de um navio ou uma carga
humana perdidos não ameaçarem o lucro do negócio.
Também é notado que nessa época o tráfico de escravos passou a ser interno,
com a mão de obra ociosa na decadência do açúcar no Nordeste sendo vendida
para a afluência do café no Sudeste. Uma outra lei, rejeitada por alguns anos
nas assembleias provinciais (estaduais) dominadas pelos grandes fazendeiros,
passou a cobrar taxas desse comércio de pessoas no valor correspondente a
150 a 200 libras esterlinas, que obviamente eram dribladas com subfaturamento.
A proporção se invertera e os filhos de escravos que fizeram fortunas ao norte
encontraram a liberdade (sem compensações) no sul abolicionista e
republicano, embora ainda escravocrata. Faz pensar.
O livro publicado pela Prefeitura Municipal de Jundiaí em 2002, com uma versão resumida do
estudo arqueológico de Walter Morales Fagundes, antropólogo que pesquisOU junto ao Museu
de Arqueologia e Etnologia da USP, é encontrado na Prefeitura e em sebos e bibliotecas mas
não está disponível para download gratuito na internet...
A ONDA FERROVIÁRIA
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foi inaugurada a Companhia Paulista de Estradas de Ferro para a ligação com
o interior da província. O uso do trabalho assalariado pelas ferrovias, embora
sem dias de folga ou jornadas limitadas, levou muitos trabalhadores escravos
para a alforria antes da Abolição e permitiu o surgimento do clube negro mais
antigo em atividade no estado de São Paulo. Além de uma série de marcas em
Jundiahy - o futebol, o gabinete de leitura, o clube recreativo, a banda, a
cooperativa, a escola técnica, etc. - a Companhia Paulista tornou-se em
meados do século XX, segundo alguns analistas, uma das primeiras ferrovias
em qualidade do mundo ocidental. Durou exatamente 100 anos até sua
estatização pelo governo paulista em 1971.
A origem da Previdência - Alguns anos mais tarde, em 1906, uma das primeiras greves
operárias do país deixou dois mortos no largo do Fórum e também repressões em fábricas do
pólo têxtil da Vila Arens, surgidas perto da estação, e também de estudantes da Faculdade de
Direito do Largo São Francisco da atual USP (na capital, que fez manifestações de apoio a
Jundiahy). O movimento aconteceu contra um desconto de 30% dos salários para uma caixa de
pensão e por condições básicas de trabalho. Posteriormente, o deputado e fazendeiro local Eloy
Chaves formulou a primeira lei da Previdência em 1923. Se você quiser saber como esse
episódio repercute no futuro da Previdência, dê uma olhada na fala de Antonio Galdino nas
NOTAS.
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Tomanik narra que os participantes “brancos” da convenção reuniram
recursos para pagar a libertação de uma escrava que surgiu na porta do evento.
Em 1874 já estava organizado o PRP (Partido Republicano Paulista) que
desencadeou a mudança. No ano seguinte, uma nova visita do imperador Dom
Pedro 2º a Jundiaí, ao contrário de1847, enfrentou resistência na Câmara
Municipal aos gastos necessários por parte dos vereadores Cruz e Joaquim
Feliciano de Godoy. Na visita, ele hospedou-se no atual Solar do Barão. O
imperador ainda faria nova visita em 1886.
A ONDA ITALIANA
Com a proibição do governo imperial de Pedro II para a vinda de
afroamericanos dos Estados Unidos, dentro de algumas teses racistas da
época, os empresários rurais e os políticos da economia do café criaram o
projeto de colonização italiana que teve seu marco inicial em 1887 com o
projeto do Núcleo Colonial Barão de Jundiahy, no caminho da estrada de
Atibaia (que deixava o centro interfluvial na atual região da Vila Graf e
ladeira Torres Neves).
O livro de Eduardo Carlos Pereira, no Circolo Italiano, destaca tecnologias trazidas pelos
migrantes
A ONDA INDUSTRIAL
O livro, da Editora Komedi, registra a ocupação humana com uma visão ambiental.
A ONDA LOGÍSTICA
Uma característica que a imposição dos costumes rodoviárias não mudou foi a
localização de Jundiahy, uma geografia histórica que começa nas trilhas
indígenas e depois pelo seu uso por tropas de animais, estradas e rodovias ou
também nas estradas de ferro que formaram cidades na região e no interior.
Veja as referências a partir do centro interfluvial.
Ao norte, a Barreira tinha a ponte para a estrada de Itatiba (rumo ao sul de Minas Gerais) onde
surgiram bairros como Jundiaí-Mirim e os rurais Rio Acima e Mato Dentro.
A noroeste, a Ponte de Campinas obviamente tem esse nome pela estrada rumo ao interior que
passa pelas atuais Louveira e Vinhedo e onde surgiram bairros como Hortolândia e os rurais
Engordadouro (e mais além os núcleos italianos como o Traviú), Corrupira e Fernandes.
A oeste, o largo da Bandeira (antigo largo do Rocio) marca o início da rua do Retiro no rumo de
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Itu e Sorocaba e que passa pelas atuais Itupeva e Cabreúva, onde surgiram bairros como o
Retiro, o Aeroporto, o Eloy Chaves e o rural Medeiros.
Ao sul, o largo da Saúde marca o início da estrada de Bom Jesus de Pirapora pela Serra do Japi,
onde surgiram bairros como Vianelo, Vila Rami, Vila Comercial e o rural Santa Clara.
A sudeste, antes pela Ponte Torta, a região da ladeira Cavalcanti ou do largo Monte Castelo
indicam a estrada de São Paulo ligando a cidade com a capital e o porto de Santos onde foram
surgindo bairros como a Vila Arens, a Vila Progresso e os rurais Santa Gertrudes e Castanho.
Também pelas regiões da ladeira Cavalcanti e da várzea do Guapeva, a antiga estrada da Várzea
conectava o bairro têxtil e ferroviário da Vila Arens com os atuais municípios de Várzea
Paulista e Campo Limpo Paulista ao longo da bacia.
A leste, a antiga ponte São João Batista ligava o centro histórico com os acessos para Jarinu,
Atibaia e Bragança (e também com essa outra bacia). Foi onde surgiram núcleos italianos no
final do século XIX como a Colônia e os rurais Caxambu, Toca, Roseira e Ivoturucaia.
A ONDA INTERIORANA
Sim, Jundiahy produziu cinema. Em 1959, o filme era sobre um rapaz pensa ter matado o filho
de um típico coronel do interior em faroeste onde tem ainda que lidar com dois amores. Em
nossa seção audiovisual no You Tube estão agrupados diversos tipos de registros locais feitos
por oiu sobre jundiahyanos mas também curta-metragens. Veja em VÍDEOS
A ONDA ESVAZIANTE
A ONDA DO RENASCIMENTO
O século XXI, que alguns estudiosos dizem ter causado a revalorização das
identidades locais diante da globalização, também trouxe novidades para o
centro histórico interfluvial. O processo de perdas vinha sendo denunciado
desde os anos de 1970, como as casas do período dos bandeirantes nas ruas
Senador Fonseca e Zacarias de Góes, a célebre "casa do sal", na esquina das
ruas do Rosário e Monlevade ou o belíssimo casarão que abrigava o Lar
Anália Franco, na ladeira Siqueira. Mas chegou a um ponto traumático para a
memória da comunidade em 2008, com a demolição da lanchonete e
restaurante A Paulicéia pouco tempo depois das celebrações do seu
centenário.
Isso também pede um cuidado atento com o centro, com o entorno e até
mesmo com toda a região, numa fase em que as pressões ocorrem no processo
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chamado por alguns de "megalopolitano", sobre os setores imobiliário e
industrial, no que pode ser chamada de "onda paulistana".
O hospital criado pela ordem católica dos vicentinos surgiu cinco anos depois
da fundação do clube de cultura negra 28 de Setembro e quatro anos antes das
primeiras escolas públicas, a Siqueira de Morais e a Conde do Parnaíba. E
salvou milhares de vidas nesses 107 anos. Mas seus avanços médicos (neste
ano foi inaugurado um novo equipamento de radioterapia, depois de lutas com
apoio tanto de gente do PSDB, como o ex-prefeito Ary Fossen, como do PT,
como a vereadora Marilena Negro) talvez não foram acompanhados à altura
pelos cuidados na engenharia pública.
Embora a rua da Saúde que inspire o largo de mesmo nome de nosso mapa de
Jundiahy esteja ligada a um antigo posto desse tipo no começo da antiga
estrada de Pirapora, o núcleo mais antigo a merecer atenção imediata da
comunidade está no largo das Rosas. Ali a história enfrenta desafios
ambientais (como a proliferação de pombas vindas com os imigrantes
europeus ou os microorganismos típicos de prédios antigos) que pedem um
trabalho integrado de biólogos, historiadores e sanitaristas à altura de
Jundiahy. Afinal, história ou saúde não existem sem a outra.
Veja também
MUSEU DE RUA e MEIO AMBIENTE
Veja também
ARTE COTIDIANA e AGENDA ESPECIAL
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Se quiser uma visão "oficial" da cidade em 2005, relembre aqui a REVISTA
DOS 350 ANOS
FOLCLORE
O Pintor de Jundiaí
(domínio público)
Lá em cima
Quero tudo bem pintado
Só para as mocinhas
Do sapato envernizado
Lá embaixo
Quero um pé de bananeira
Só para alegrar o coração
Da cozinheira
No portão
Quero sete cachorrões
Só para assustar
A cara feira dos ladrões
FELIZ 1918
O ano termina tendo demonstrado a impressionante da
força do movimento operário anarquista na greve geral do
país (mais concentrada em São Paulo), duramente
reprimida pelo governo da Velha República. O que só
enfraqueceria esse movimento e abriria caminho para o
centralismo comunista posterior.
P.S.
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