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reservas cambiais com as crises financeiras conhecido como efeito de profecias auto-
Essa medida é afetada pela composição da dívida e pelo equilíbrio das contas públicas.
nível adequado, calculado pelo modelo de buffer stock. De posse da PCD, do nível
de decisão baseado em controle ótimo estocástico clássico e por impulso que pode ser
considerado em eventos de crises cambiais. Dessa forma, este trabalho contribui com a
de superávit primário minimiza este impacto. Além disso, o Brasil depende de acesso a
1
em momentos de crises financeiras, com desdobramentos negativos para o
risco de default, a menos que o governo decida por um choque fiscal com incremento
o impacto de uma crise financeira na dívida pública e nos riscos de que o banco central
2
Sumário
1. INTRODUÇÃO 4
5. CONCLUSÕES 59
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 62
3
1. Introdução
A gestão da dívida pública, em geral, não é feita apenas sob a ótica financeira baseada
na tradicional teoria de carteira (relação risco e retorno), ou apenas sob o ponto de vista
de política fiscal, já que várias decisões de política monetária têm impacto no perfil de
dívida pública.
entanto, quando existe um histórico recente de fragilidade, o governo leva tempo para
construir credibilidade, junto aos agentes privados, de uma política fiscal forte. O
desafio, então, é administrar regimes monetário e fiscal que guardem perfeita sinergia,
demanda do mercado por hedge cambial. Alguém poderia argumentar que não caberia
ao governo suprir essa demanda por hedge, e a taxa de câmbio deveria flutuar
econômicos chegariam a uma taxa de câmbio de equilíbrio entre oferta e demanda por
moeda estrangeira via mercado à vista, futuro, de opções e via utilização de outros
4
objetivos de política monetária, com destaque ao objetivo de meta de inflação, o banco
Por outro lado, a presença de freqüentes choques externos gera grande instabilidade
na economia e poderia ser vista como uma forma de "dominância externa". Em adição
implicações para a economia, como incerteza em relação aos valores dos ativos e
passivos indexados ao dólar. Neste caso, em sua função objetivo o banco central
poderia considerar diferentes metas (Fraga et al., 2003). Existem várias razões para
e Gerlach, 2002).
entrada de moeda estrangeira é a elevação da taxa de juros, que tem como objetivo
estratégia tem impacto direto na dívida interna indexada à taxa de juros. A intervenção
no mercado de câmbio pode ser feita também via venda de dólares por parte do banco
5
credibilidade do banco central para enfrentar a crise, faz com que muitas empresas
aumentem a demanda por proteção cambial o que funciona como combustível para
alimentar a pressão contra a moeda nacional. Assim, o banco central decide vender
endividamento público.
composição da dívida pública, diz respeito à sinalização que o banco central quer dar
títulos indexados à inflação é uma forma de mostrar ao mercado que o banco central
confia que a inflação está sob controle. Da mesma forma, a emissão de títulos
indexados ao câmbio poderia ser vista como uma forma de mostrar ao mercado a
confiança que o banco central tem de que o câmbio não irá se depreciar de forma
brusca.
Central do Brasil dispõe: taxa de juros, compra e venda de moeda estrangeira e compra
6
restrições de política monetária, com ênfase nas conseqüências em termos das metas
para inflação. O modelo mitiga os efeitos de crises cambiais buscando uma estratégia
macroeconômicos.
aspectos relacionados aos seus riscos. Nesse capítulo é apresentada uma medida de
conclusões da monografia.
7
2. Composição e Risco da Dívida Pública
A literatura que trata sobre gerenciamento de dívida pública não dedica muita atenção
maturidade da dívida (Missale et al., 2002). Drudi e Giordano (2000) também apontam a
perfil ótimo de endividamento, que seria aquele que minimizaria o risco da dívida, ou
consideração a questão dos custos da dívida, já que se o custo for muito elevado
8
minimização dos custos de financiamento no longo prazo, assegurando a manutenção
títulos públicos.
da oscilação das variáveis as quais a dívida esteja atrelada, como câmbio, inflação ou
Por outro lado, a decisão do governo de gerenciar sua dívida pública depende da
títulos indexados à taxa de juros; ii) títulos que pagam uma taxa de juros real
adicionada da inflação no período; iii) títulos que pagam a taxa de juros internacional
segundo período iguala os impostos aos gastos e ao valor da dívida. Uma das
estrangeira é útil nos casos em que a taxa de câmbio real não flutua substancialmente.
que a emissão de títulos cujo valor não pode ser reduzido via inflação pode aumentar o
9
risco de default. Considerando, então, os argumentos de Goldfajn (1998) e Drudi e
dívida.
A dívida pública brasileira pode ser dividida em dois segmentos. O primeiro é a dívida
títulos públicos: i) com taxas de juros pré-fixadas; ii) com taxas de juros pós-fixadas; iii)
redução de custos para um determinado nível de risco, ou seja, uma composição ótima
financeiro, a análise poderia ser estendida para uma abordagem integrada entre ativos
ambos.
o montante da dívida (D) e o PIB, ou, Produto Interno Bruto, que é denominada de Q,
10
custo do serviço da dívida (Giavazzi e Missale, 2004). A figura 2.1 apresenta a evolução
da razão entre a dívida líquida do setor público consolidado e o produto interno bruto.
No início do plano Real, em julho de 1994, essa razão oscilava em torno de 30%. A
política de juros elevados, para atração de capitais e manutenção do câmbio fixo, fez
com que essa razão chegasse ao patamar de 40%. Com a mudança para o regime de
câmbio flutuante, em janeiro de 1999, a depreciação cambial fez com que a razão entre
dívida e PIB saltasse para cerca de 50%. Com a crise da Argentina, em 2001, novas
70
60
50
% PIB
40
30
20
10
0
1
4
/9
/9
/9
/9
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/9
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/0
/0
/0
/0
n
n
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
ja
11
As crises financeiras podem acontecer de repente e ameaçar países provocando
grandes perdas. Cole e Kehoe (1996 e 2000) apresentaram dois trabalhos com um
consideração na definição de três zonas: i) zona sem crise; ii) zona de crise; e iii) zona
de default.
monetária.
12
Figura 2.2 - Composição Cambial da DPMFi em Poder do Público
50
40
% da DPMFi
30
20
10
m 99
m 00
m 01
m 02
m 03
ju 0
ju 1
ju 2
ju 3
ju 4
se 0
de 0
se 1
de 1
se 2
de 2
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de 3
04
0
t /0
0
t /0
0
t /0
0
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/0
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/0
/0
z/
z/
z/
z/
z/
n/
n/
n/
n/
n/
ar
ar
ar
ar
ar
de
indexam a dívida. Alguns trabalhos que analisam o perfil ótimo da dívida pública, como
importante destacar que nada garante que essa matriz de covariância não se altere
com o tempo, o que pode causar problemas em sua estimação com conseqüências
para as conclusões.
13
Os autores propõem uma medida de sustentabilidade que leva em consideração o fato
de que a acumulação da dívida para qualquer país envolve variáveis estocásticas que
produto interno e crescimento do produto interno, taxa de juros real, déficit primário,
taxa de câmbio real e inflação. Com a estimação do vetor auto-regressivo são geradas
probabilidade é utilizada como uma medida de risco. Uma limitação dessa abordagem é
similar ao de Giavazzi e Missale (2004), onde essa razão evolui de acordo com as
seguintes equações:
( ) ( )
I t +1Qt = rt*+1 χ pos Qt + rtUS + p te χ e Qt + rt I + π t +1 χ π Qt + rt χ pre Qt (2.2)
juros real doméstica, pe o prêmio de risco exigido pelo mercado para os títulos
14
indexados ao câmbio, a variável r corresponde à taxa SELIC, e χ é o vetor composição
escolher entre títulos que pagam a taxa SELIC (pré-fixados ou pós-fixados), títulos
aproximação mesmo se os títulos tiverem uma maturidade maior que um ano, porque o
componente estocástico dos seus retornos é dominado por movimentos na taxa SELIC,
2004).
retorno em reais de títulos indexados ao câmbio depende da taxa de juros nos EUA, do
dos títulos indexados à SELIC é determinado pelo comportamento da taxa SELIC sobre
a vida do título e, assim, entre os períodos t e t+1. Essa taxa é chamada de r*.
Diferente de Giavazzi e Missale (2004), que avaliaram a evolução da relação dívida PIB
variâncias dos processos estocásticos associados à razão dívida PIB não são
15
constantes. Dessa forma, na especificação dos parâmetros do modelo utilizamos o fato
de que algumas variáveis têm comportamento de variância não constante, isto é, não
homocedástica.
que o Brasil adotou o sistema de metas de inflação, a partir de junho de 1999. Nesse
sistema, o governo estabelece metas a serem perseguidas para a inflação e, para isso,
inflation target. Assim, não há uma experiência muito longa com esse sistema, o que
ainda dificulta uma avaliação quantitativa de sua eficácia. Por outro lado, as evidências
desenvolvimento oito aderiram a este sistema. A maioria dos países desenvolvidos que
enquanto a maioria dos países em desenvolvimento que fizeram essa opção iniciou
No Brasil, o sistema de metas de inflação foi implementado pelo banco central, que
16
e simular o mecanismo de transmissão de política monetária, incluindo os principais
é o logaritmo da taxa de câmbio real, π é a inflação e εs são ruídos brancos. O índice (')
significa que todas as variáveis são medidas como desvios dos valores médios.
A equação (2.3) é a curva IS, onde o produto depende do produto do período anterior,
da inflação, que neste caso depende da inflação do período anterior, efeito de inércia, e
relação entre câmbio e taxa de juros. Um aumento da taxa de juros torna os ativos
17
Esta abordagem é similar à utilizada por Ball (1998), Moreira e Cavalcanti (2001),
Bogdanski et al. (2000) e outros autores, que denominam esse tipo de sistema de
Para completar o nosso pequeno modelo macroeconômico falta ainda estabelecer uma
política de ação por parte da autoridade monetária. De acordo com Taylor (1994), a
pela maior robustez dessa última. Nós utilizamos a regra estabelecida na equação (2.6),
que guarda similaridade com algumas regras testadas em Ball (1998). Atribuímos maior
peso para o parâmetro da inflação, já que o Banco Central do Brasil adota o regime de
18
Além disso, os diversos modelos implicam em diferentes técnicas para identificação dos
função da evolução dessas variáveis. Sem dúvida, quanto mais adequado o modelo
para a economia e quanto melhor for a estimação dos parâmetros, melhor será a
confiança nos resultados em termos de avaliação do risco da dívida, o que nos remete
a (2.6), permite que sejam obtidas algumas conclusões sobre a composição da dívida
elaborada de forma a reduzir esses efeitos, embora outros problemas existam, como o
Foram usados dados trimestrais do produto interno bruto (PIB), valores médios
trimestrais para a taxa de câmbio (PTAX) e taxa de juros (SELIC). Os dados de inflação
variáveis do modelo são desvios dos valores médios, que foram calculados em base
Plano Real e as séries históricas foram coletadas no sítio do Banco Central do Brasil.
19
Para avaliar o comportamento das variáveis realizamos testes de estacionariedade de
Dickey-Fuller ampliado (ADF). A tabela 2.1 revela que, à exceção da PTAXD1, todas as
confiança. Como as séries são calculadas como diferenças dos valores médios, esse
resultado surpreende. Atribuímos esse fato à quebra estrutural para essa variável com a
Estatística t Valor-p
PIBD -3.12 0.035
IPCAD -3.68 0.009
SELICD -3.06 0.040
PTAXD -2.29 0.079
De fato, o correlograma dessa variável indica que a série é estacionária, já que apenas
estacionária.
1
A letra D indica que trata-se da série das diferenças entre a variável e o seu valor médio.
20
Figura 2.3 - Correlograma da PTAXD
sentido de que a taxa SELICD causa PIBD e a PTAXD causa o IPCAD. Os resultados
de Granger não capturam relação entre a PTAXD e a taxa SELICD, o que pode indicar
21
Tabela 2.2 - Teste de Causalidade de Granger
Hipótese Nula Estatística - F Valor-p
SELICD não causa (Granger) PIBD 3.9837 0.0273
PIBD não causa (Granger) SELICD 1.8556 0.1879
22
Como o modelo especificado nas equações (2.3) a (2.5) não assume endogeneidade,
equação (2.3) pôde ser estimada utilizando OLS, o que demonstra a dificuldade de
A presença de uma quebra estrutural para a variável da PTAXD pôde ser capturada por
GARCH(1,1) e EGARCH(1,1)2.
2
Engle (1982) iniciou os estudos com modelos ARCH (autoregressive conditional heteroskedasticity) e
Bollerslev (1986) estendeu o modelo com a família GARCH, considerando a variância como um processo
autoregressivo e de média móvel (ARMA). O modelo EGARCH apresentado em Nelson (1991) é uma
extensão da família GARCH e considera assimetria na variância, o que permite capturar o efeito de
inovações mais intensas em um determinado sentido do que no outro.
23
Por outro lado, a estimação via OLS para as equações (2.4) e (2.5), mesmo utilizando
uma variável dummy para capturar a quebra estrutural, não conduziu a estimativas
ε t = vt ht (2.7)
onde σv2 = 1 e:
q p
ht = α 0 + ∑ α i ε 2
t −i + ∑ β i ht −i (2.8)
i =1 i =1
regressivos ou GARCH.
Para a regra de Taylor, equação (2.6), calibramos os parâmetros atribuindo maior peso
Dessa forma, o nosso modelo está completamente especificado, o que permite que
24
implementados ao longo de 2003, permitiram uma redução na exposição cambial do
setor público. Essa queda teria sido favorecida pela demanda por hedge cambial,
swap em diferentes moedas versus DI, pré, SELIC, IGP-M e demais indexadores, e de
Dessa forma, a partir do modelo apresentado pelas equações (2.1) a (2.6), construímos
macroeconômicas que têm impacto na dívida pública. Geramos diversos cenários com
então, uma medida de risco da dívida similar àquela usada por Garcia e Rigobon
(2004), ou seja, contamos quantas vezes, de um total de dez mil cenários, a relação
Para utilizarmos as equações (2.1) e (2.2), além das variáveis desvios (PIBD, SELICD,
PIB anual médio de 2,4%. Assim, a variável PIB considerada em cada passo, nas
equações (2.1) e (2.2) é a soma entre o PIB médio e o PIBD, do modelo. A taxa SELIC
25
média para o período foi de 20%, que é o valor adicionado à variável SELICD do
soma dos valores médios dos prêmios e dos valores esperados pelo mercado para
essas variáveis correspondem ao valor da SELIC, ou seja, 20% no período. Isso porque
assumimos que não há um prêmio adicional pago pelas distintas formas de indexação
desvalorização cambial esperada pelo mercado, assumimos que o valor esperado para
computados pela PTAXD, do modelo. Esse raciocínio vale também para o IPCA.
desvios, em base trimestral, calculamos os desvios padrões: 1,6% para o PIBD, 1,7%
da razão entre dívida e PIB. A figura 2.4 apresenta o comportamento desta variável
primário, por parte do governo, a partir de agosto/02, como tentativa de reduzir a razão
26
Figura 2.4 - Resultado Primário do Governo Federal
4.5
Supervávit (% PIB)
3.5
2.5
0
4
00
01
02
03
04
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00
01
02
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r/0
r/0
r/0
r/0
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o/
o/
o/
z/
z/
z/
z/
z/
ab
ab
ab
ab
ab
de
ag
de
ag
de
ag
de
ag
de
ag
Fonte: Banco Central do Brasil
Dessa forma, realizamos duas simulações, apresentadas na figura 2.5, com diferentes
(SPV) médio, de dezembro/99 a agosto/04 que foi igual a 3,6%. Na segunda simulação
evento de crise da dívida. Além disso, a elevação do superávit primário permite maior
de 3,6% a indexação cambial implica em uma PCD que varia entre 10 e 28%. Por outro
27
lado, com um superávit primário de 4,5% a flexibilidade de indexação cambial da dívida
0.3
0.25
SPV=3,6
0.2
PCD
0.15
0.1
SPV=4,5
0.05
0
0.01 0.11 0.21 0.31 0.41 0.51 0.61 0.71 0.81 0.91
Composição Cambial da Dívida
desvalorização cambial de 20% sem retorno do câmbio para o nível original (choque
de 22% de indexação cambial da dívida seria tolerável. Por outro lado, com um
superávit primário de 3,6% a indexação cambial não seria uma decisão adequada do
28
Figura 2.6 - PCD - Valores Médios do Período de Câmbio Flutuante e
Simulação de Superávit Primário, com Choque Cambial
0.8
SPV=3,6
0.6
PCD
0.4
SPV=4,5
0.2
0
0.01 0.11 0.21 0.31 0.41 0.51 0.61 0.71 0.81 0.91
Composição Cambial da Dívida
crises cambiais pode ser avaliada usando os resultados do modelo das equações (2.1)
eventos de crises cambiais e este modelo será utilizado na avaliação dos impactos
estrangeira.
29
3. Nível Adequado de Reservas Cambias
liquidez e em eventos de crises. De fato, desde janeiro de 1999 ocorreram três períodos
após a crise da Argentina em 2001 e o terceiro ocorreu antes das eleições presidenciais
que o país se encontra com nível de reservas acima do nível adequado possibilitariam
reservas são maiores, já que o banco central intervém com freqüência no mercado para
Por outro lado, os países mantêm reservas internacionais por diferentes motivos.
internacional. Outros países intervêm comprando moeda estrangeira para manter sua
(2004) destacam aspectos relacionados ao receio de crises externas que teria levado a
30
metade dos anos 1990s. De fato, o volume de reservas internacionais tem papel
80000
70000
(US$ milhões)
60000
50000
40000
30000
20000
94
95
96
97
98
99
00
01
02
03
04
o/
o/
o/
o/
o/
o/
o/
o/
o/
o/
o/
ag
ag
ag
ag
ag
ag
ag
ag
ag
ag
ag
Fonte: Banco Central do Brasil
apresenta o volume de reservas pelas importações. Após o Plano Real esse indicador
se situou em torno de 10,6 meses, enquanto que no período de câmbio flutuante o valor
3
Veja por exemplo Frankel e Rose (1996), Kohlscheen e O'Connell (2004), Aizenman e Joshua (2002) e
FMI (2000).
31
Figura 3.2 - Razão Volume de Reservas por Importações
20
15
10
0
de 0
de 2
de 4
de 6
de 8
de 0
de 2
de 4
de 6
de 8
de 0
de 2
de 4
de 6
de 8
de 0
02
7
0
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
de
divisão do volume de reservas internacionais pela dívida de curto prazo (Haldane et al.,
2001). A tabela 3.1 apresenta dados históricos da razão de Guidotti para o Brasil, onde
32
que tiveram impacto no balanço de pagamentos brasileiro. A tabela 3.2 apresenta
alguns desses resultados. Vale destacar que nas crises do México, da Ásia e da
Rússia, o regime cambial brasileiro era fixo. No período de câmbio flutuante, o impacto
das crises foi menor em termos de variações nas reservas internacionais, sendo que no
pior cenário as reservas perderam US$ 10,7 bilhões. Embora na crise da Rússia a
perda de reservas tenha sido bem maior, o regime cambial no Brasil naquela época era
de câmbio fixo.
apresentam de forma objetiva um número que possa ser considerado como nível
adequado de reservas. Uma abordagem que estabelece de forma direta esse número é
políticas de ajuste como elevação da taxa de juros ou controles cambiais que são
adotadas para combater uma crise do balanço de pagamentos e que podem redundar
33
externa, o custo de oportunidade é a diferença entre a taxa de juros do empréstimo e a
Dessa forma, o modelo de buffer stock considera que a demanda por reservas segue
que seria uma estimativa para o custo de ajustamento. O modelo considera ainda que o
RO = C 1 / 2σ R2 rR−1 / 4 (3.1)
ln R = b0 + b1 ln σ R + b2 ln rR + u (3.2)
4
Para maiores detalhes sobre a estimação do modelo de buffer stock, ver Frenkel e Jovanovic (1981),
Salman e Salih (1999), Ramachandran (2004) e Flood e Marion (2002).
34
um processo heteroscedástico, o que é razoável, pois durante ataques especulativos as
reservas variam de forma mais intensa que em outros períodos. Assim, com dados
diários das reservas cambiais do Brasil, para o período de janeiro de 1999 a agosto de
Coeficiente Valor-p
Constante 122966.0 0.00
ARCH(1) 0.022597 0.00
GARCH(1) 0.678098 0.00
reservas.
5
O EMBI+ é uma medida do spread sobre os títulos do tesouro americano, que as emissões soberanas
do Brasil pagam no mercado internacional. Esse índice é calculado e divulgado pelo banco JP Morgan
Chase.
35
Figura 3.3 - Volatilidade Estimada da Variação das Reservas
1800
1600
1400
(US$ milhões)
1200
1000
800
600
400
99
99
00
00
01
01
02
02
03
03
04
04
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
2/
8/
2/
8/
2/
8/
2/
8/
2/
8/
2/
8/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
A partir dos dados de reservas, da volatilidade e do EMBI+, construímos uma variável
então foi estimada como 7,8927, que corresponde ao valor médio dessa variável no
reservas, apesar de terem se recomposto após abril de 2000, estavam abaixo do nível
36
adequado, pelo menos até 28/09/2001, quando houve novo aporte de recursos do FMI.
seguida. Em junho de 2002, o Brasil teve acesso a mais US$ 10 bilhões do FMI. A taxa
de câmbio foi pressionada em função das incertezas com as eleições de 2002, mas as
reservas seguiram acima do valor adequado definido pelo modelo, na maior parte do
tempo.
75000
65000
(US$ milhões)
55000
45000
35000
25000
99
99
00
00
01
01
02
02
03
03
04
04
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
2/
8/
2/
8/
2/
8/
2/
8/
2/
8/
2/
8/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
1/
Efetivo Buffer Stock
37
4. Crises no Mercado de Câmbio
um regime de câmbio fixo que prevaleceu após a conferência de Bretton Woods para
apresenta uma revisão detalhada da literatura sobre a taxa de câmbio desde os anos
1970's.
Taylor, 2003). Durante os anos 1980's, emergiu uma extensiva literatura analisando
para o debate sobre a escolha entre câmbio fixo ou flutuante e apresentava limitações
uma vez que o comportamento básico dos modelos ou era uma variante do modelo IS-
ótimo, alcançado por uma regra de intervenção monetária, depende de forma crítica da
38
natureza, das fontes e das magnitudes relativas dos distúrbios estocásticos que afetam
porém não totalmente livre, ou seja, uma flutuação suja da taxa de câmbio.
disso, haverá uma expansão da oferta monetária, a menos que haja uma esterilização
Existem estudos que sugerem a baixa eficácia das intervenções esterilizadas (Flood e
Marion, 2002), isto é, a evidência sobre a efetividade das intervenções oficiais não é
clara. Por outro lado, existem também pesquisas que sugerem uma ligação significativa
exemplo, apresenta um modelo de controle ótimo para testar a não efetividade das
intervenções cambiais do Banco Central da Austrália (RBA). Nesse estudo, foi utilizada
6
Ver Dominguez e Frankel (1993a,b) e Taylor (1995).
7
Intervenções não esterilizadas são aquelas em que os efeitos na oferta monetária das intervenções no
mercado de câmbio não são neutralizados.
39
Na verdade, após a reunião dos líderes econômicos do G-5, realizada em 1985,
moedas, têm sido regulares e, às vezes, de grandes dimensões (Taylor, 1995). Uma
modelo particular da economia que leve à uma taxa de câmbio próxima de um alvo,
Outra forma de intervenção na taxa de câmbio é utilizar a taxa de juros, uma vez que
contra a moeda doméstica. Taxas de juros mais elevadas induzem uma entrada de
capitais estrangeiros em busca de maior remuneração. Além disso, altas taxas de juros
tornam o custo de oportunidade maior para as apostas contra a moeda doméstica. Por
(Krugman e Miller, 1992). Nesse contexto, um modelo de zona alvo para a taxa de
câmbio surgiu nos anos 1980s e foi formalizado por Krugman (1991). Flood e Garber
40
(1991) definem a zona alvo, como um compromisso entre o regime de câmbio fixo e
completamente flexível. De acordo com Krugman (1991), a zona alvo difere do regime
de câmbio fixo pelo fato de permitir uma faixa de variação para a taxa de câmbio em
assume que as faixas para a taxa de câmbio, bem como o volume de interevnção, são
problema de controle por impulso, isto é, a ação de controle é feita por uma função
impulso (não contínua). A utilização da taxa de juros para controle da taxa de câmbio é
câmbio foi iniciada por Jeanblanc-Picqué (1993). Esse modelo parte de um processo
O modelo assume um custo para esse tipo de intervenção que deve ser minimizado.
Este custo tem dois componentes: um custo fixo e um custo que é função do tamanho
8
Esta faixa é comumente chamada de banda cambial.
41
da intervenção. Dessa forma, como existe um custo fixo, a política ótima não pode ser
de controle ótimo por impulso e enfatiza que esse tipo de estratégia de solução
Mundaca e Oksendal (1998) também derivaram uma política de intervenção ótima para
contínuo, com o uso da taxa de juros doméstica. Outra diferença é que a banda da taxa
Zapatero (1999, 2000). O primeiro dos dois trabalhos publicados por esses autores
(1993). No seu segundo artigo, eles utilizam o controle clássico (controle contínuo
42
intervenção na venda, o que em alguns casos se aproxima mais da realidade no caso
que, infelizmente, têm apenas propósito didático e não refletem números próximos da
A literatura de controle ótimo por impulso, discutida acima, para a taxa de câmbio, é
monetária fará intervenções para manter a taxa de câmbio dentro de uma banda. No
crível e, dessa forma, pode ser exposta a ataques especulativos. Outra situação de
stress que pode surgir em uma economia emergente é a interrupção brusca de entrada
Considerando o regime de câmbio flutuante, mas com flutuação suja, o banco central
para evitar pressões inflacionárias via pass through da taxa de câmbio. Como o objetivo
43
Cadenillas e Zapatero. O uso do movimento browniano geométrico nos permite simular
regime de câmbio flutuante, com uma função de custo que leva em consideração o
controle contínuo que é realizado pelo uso da taxa de juros (r) e o segundo é chamado
44
câmbio é uma variável randômica, isto é, ela é uma função que mapeia Ω em R. Nós
t t
et = e + ∫ p ⋅ ds − ∫ b ⋅ rs ds + σBt − a1
0 0
∑ξ
j:θ j ≤t
1, j − a2 ∑ξ
j:θ j ≤ t
2, j (4.1)
onde,
b.rs é a influência da taxa de juros (rs) na taxa de câmbio. Aqui a taxa de juros
Bt é o movimento browniano;
a1.ξ1 é a influência na taxa de câmbio das intervenções, pela venda (ξ>0) ou compra
a2.ξ2 é a influência na taxa de câmbio das intervenções pela venda (ξ>0) ou compra
indexados ao câmbio.
45
Oksendal (1998). Para o controle ótimo é necessário estabelecer uma função de custo
que deverá ser minimizada. A equação abaixo apresenta essa função de custo:
⎡ T ⎛ _ 2⎞ ⎤
⎛ ⎞
( )⎥
2
J ( s , e) = E
w ( s ,e )
⎢ ∫ exp(− ρ ⋅ t ) k (et − m ) + β ⎜ rt − r ⎟ ⎟dt + ∑ ∑ exp(− ρ ⋅ t ) ci + λiξ ij2
⎜ 2
⎢⎣ s ⎜ ⎝ ⎠ ⎟⎠ ⎥⎦
⎝ i =1 j:θ j ≤T
(4.2)
_
onde, ρ é a taxa de desconto, m é um valor alvo (implícito) para a taxa de câmbio, r é
um valor de referência para a taxa de juros9 e k, β, λ1, λ2, c1, c2 são parâmetros da
neste capítulo, mas enfatizamos que ela é feita levando em consideração as restrições
Oksendal, nós utilizamos uma função de custo quadrática para as intervenções. Dessa
forma, quanto maior o volume da intervenção, maior o seu peso na função de custo, em
9
Aqui nós consideramos este valor de referência como igual a zero, como uma simplificação obtida por
translação de eixo.
46
conjunto de valores impulso admissíveis. O objetivo é encontrar um conjunto de
controle combinado (rt, ξt) na equação (4.1) que minimize a função de custo da equação
clássico, e o controle por impulso. A solução deste sistema é alcançada utilizando uma
Hamilton-Jacobi-Bellman (HJB).
controles por impulso possíveis. A seqüência υ=(θ1, θ2,…, θN; ξ11, ξ12,… ξ1N; ξ21, ξ22,…
⎡s + t ⎤ ⎡s⎤
X t = X t(r ) = ⎢ (r ) ⎥; t ≥ 0; X 0 = ⎢ ⎥ = x (4.3)
⎣et ⎦ ⎣e ⎦
controle ótimo:
propriedades:
47
φ é estocasticamente C2 com relação à Xt(r) para todo r:R2→R (4.6)
φ ≤ Mφ em R2 (4.7)
( 2 2
)
Lr φ (s, e ) + exp(− ρs ) k (e − m ) + β (r ) ≥ 0 (4.8)
para quase todo par (s,e) com relação à medida de Green para Xt(r), para todo r=r(s,e):
R2→ R.
Então,
φ (x ) = Λ(x ) (4.9)
^
e o controle estocástico ótimo combinado é w* = w ∈ W .
relacionado ao encontrado por Brekke e Oksendal (1997), embora seja insuficiente para
48
problema similar usando QVI. Cadenillas e Zapatero (2000) também apresentaram uma
continuum, ou região D (ver apêndice A), onde a intervenção com compra e venda de
dólares e/ou títulos e swaps cambiais (controle impulso) não deve ser efetuada
então,
b ∂φ
r= exp( ρs ) (4.11)
2 β ∂e
e:
49
∂ 2ψ ∂ψ ⎛ ∂ψ ⎞
2
+A − B⎜ ⎟ − Cψ (e ) = − E (e ) (4.12)
∂e 2
∂e ⎝ ∂e ⎠
onde
2p b2 2ρ 2ke 2
A= , B= , C= , E (e ) = (4.13)
σ2 2 βσ 2 σ2 σ2
e, além disso:
⎛ ⎞
ψ (e ) = ψ ⎛⎜ e + a1 ξ1 + a 2 ξ 2 ⎞⎟ + ∑ ⎜⎜ ci + λi ξ i2 ⎟⎟
^ ^ 2 ^
(4.14)
⎝ ⎠ i =1 ⎝ ⎠
A taxa de juros, o volume da intervenção com moeda estrangeira, com títulos e swaps
A próxima seção apresenta a identificação dos parâmetros da equação (4.1), com base
parâmetros da função de custo que será feita com o auxílio dos resultados dos
capítulos 2 e 3.
Os parâmetros da equação (4.1) são estimados com base na equação abaixo, para o
diários:
Para a taxa de câmbio (e) foi utilizada a PTAX, publicada pelo Banco Central do Brasil.
O diferencial de taxa de juros (r) foi calculado usando a taxa SELIC e a taxa de juros
americana. Como as intervenções com compra e venda de dólares (ξ1t) não são
informações públicas, elas foram estimadas usando dados de impacto monetário com
swaps (o Banco Central do Brasil publica essas informações). As figuras 4.1 a 4.4
51
Taxa de Câmbio (R$/US$)
17 Taxa de Câmbio (R$/US$)
/0
2 17
/0
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
15 /9 9 2
/0
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
6 15 /9 9
06 /9 9 /0
/1 6
0 06 /9 9
31 /9 9 /1
/0 0
1 31 /9 9
26 /0 0 /0
/0 1
5 26 /0 0
19 /0 0 /0
/0 5
9 19 /0 0
16 /0 0 /0
/0 9
1 16 /0 0
14 /0 1 /0
/0
5 1
04 /0 1 14 /0 1
Taxa de Câmbio
/0
Taxa de Câmbio
/0
9 5
02 /0 1 04 /0 1
/0 /0
1 9
29 /0 2 02 /0 1
/0 /0
4 1
21 /0 2 29 /0 2
/0 /0
8 4
12 /0 2 21 /0 2
/1 /0
Dollar à Vista
2 8
09 /0 2 12 /0 2
/0 /1
4/ 2
Diferencial de Juros
03 09 /0 2
/0
4/
0
03
Figura 4.1 - Taxa de câmbio e Diferencial de taxa de juros
500
-500
1000
1500
-2000
-1500
-1000
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
52
Figura 4.3 - Taxa de Câmbio e Intervenções com Títulos
4.5 3000
29 /0 2
21 /0 2
12 /0 2
09 /0 2
03
4/
2
6
0
1
5
9
1
5
9
1
8
2
/0
/0
/1
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/1
/0
17
4.5 4000
4 3500
3.5 3000
3 2500
2.5 2000
2 1500
1.5 1000
1 500
0.5 0
0 -500
15 /9 9
06 /9 9
31 /9 9
26 /0 0
19 /0 0
16 /0 0
14 /0 1
04 /0 1
02 /0 1
29 /0 2
21 /0 2
12 /0 2
09 /0 2
03
4/
2
0
1
5
9
1
5
9
1
4
8
2
/0
/0
/1
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/0
/1
/0
17
EGARCH(2,1) com base nos valores-p, e nos critérios Akaike e Schwarz. Os resultados
são apresentados na tabela abaixo. Os sinais dos coeficientes estão de acordo com as
53
têm significância estatística a um nível de 95%, embora tenham significância estatística
títulos e swaps são mais difíceis de serem capturados, uma vez que não fica muito claro
se o vencimento de um título ou swap sem a sua rolagem pode ser interpretado como
pode demandar moeda estrangeira para manter posições de hedge. Assim, é possível
que a taxa de câmbio seja afetada. O impacto dependerá do nível da demanda por
Uma vez que os coeficientes da equação (4.1) foram estimados, é necessário agora
54
i) os pesos atribuídos aos desvios da taxa de câmbio de um "alvo implícito" que
endividamento público;
Nós simulamos o modelo com diversos parâmetros para a função de custo, usando
câmbio igual a 0.01, cinco vezes maior do que o valor apresentado na tabela 1, que foi
de 0.002. Dessa forma, os parâmetros da função de custo foram calibrados até que
eventos de crises pelo Banco Central do Brasil. Embora existam diferentes formas para
cambiais. Vale destacar que o objetivo é apenas apresentar uma metodologia que
diferentes cenários. Para a função de custo, a tabela 4.2 apresenta na sua primeira
55
linha os valores dos parâmetros usados na simulação base. O restante da tabela
crise: com flexibilidade de oscilação na PTAX, com nível de reservas abaixo e acima do
valor adequado, estabelecido pelo modelo do capítulo 3, com baixo e com alto nível de
adequado.
Consideramos para efeito das simulações, apresentadas na tabela 4.2, que a taxa de
câmbio alvo (implícita pelo Banco Central do Brasil) seja de 3,5. Dessa forma, as
intervenções com dólar à vista, títulos e swaps acontecerão a uma taxa superior a 3,7.
de 3,857. Vale destacar que a intervenção usando a taxa de juros ocorre assim que a
uma taxa de juros 3 pontos percentuais menor que o caso base e com menor volume
de intervenção com títulos e swaps (US$ 62 milhões a menos). Por outro lado, se
que NAR), a taxa de juros deverá ser maior, bem como a utilização de títulos e swaps.
Com um baixo nível de indexação cambial da dívida (baixo NIC), de acordo com os
swaps cambiais. Em relação ao caso base da tabela 4.2, houve um aumento de US$
329 milhões na intervenção com títulos e swaps, com uma redução de US$ 31 milhões
0,9%. No entanto, se o nível de indexação cambial da dívida for elevado (alto NIC), a
flexibilidade com a utilização de títulos e swaps é menor, o que conduz à uma maior
utilização dos ativos e a um maior nível de taxa de juros, o que traz maiores impactos
Finalmente, a última simulação, apresentada na tabela 4.2, demonstra que com baixa
disponibilidade de ativos (reservas < NAR) e com alta indexação cambial da dívida (alto
decida por um choque fiscal com incremento do superávit primário, a estratégia ideal do
57
em tempos de ataques especulativos e de interrupção de fluxos de entrada de capitais
estrangeiros.
58
5. Conclusões
A maior indexação cambial da dívida tem como efeito colateral maior exposição ao risco
uma única medida o equilíbrio das contas públicas pode ser mensurado e a PCD é
59
disponibilidade de reservas internacionais é um fator crucial que precisa ser levado em
consideração.
também a indexação cambial da dívida como forma de suprir a demanda por hedge dos
pequeno em termos de impacto no valor da taxa de câmbio, o que não significa que não
sejam eficazes. Assim, durante os eventos de crise, o Banco Central do Brasil toma
decisões sobre três variáveis: taxa de juros, reservas cambiais e indexação cambial da
mercado.
Com baixa disponibilidade de reservas e com alta indexação cambial da dívida, ou seja,
é elevar a taxa de juros além do que seria necessário quando comparado à uma
menos que o governo decida por um choque fiscal com incremento do superávit
60
momentos de estabilidade econômica, a fim de que haja flexibilidade para a utilização
probabilidade de crise da dívida, PCD). Nesse sentido, esse trabalho contribui com uma
crises cambiais.
61
6. Referências Bibliográficas
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62
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63
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Exchange Rates. Journal of International Economics, v. 60, p. 85-107, 2003.
KRUGMAN, Paul. Target Zones and Exchange Rate Dynamics. The Quarterly Journal of
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64
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Research paper of Central Bank of Turkey, 1999.
SVENSSON, Lars. Why Exchange Rate Bands? Monetary Independence in Spite of Fixed
Exchange Rates. NBER working paper series. Working Paper Nº 4207, 1992.
65
Apêndice A - Prova da Proposição 4.1
É possível associar um operador diferencial de segunda ordem L à difusão de Ito da
espaço das funções contínuas duas vezes diferenciáveis em R2 com suporte compacto,
∂f ∂f 1 ∂2 f
Le (s, e ) = Lr ( s ,e ) f (s, e ) = − (brs − p ) + σ 2 2 (A.1)
∂s ∂e 2 ∂e
que é definido para todas as funções f:R2→R para as quais as derivadas envolvidas
existem em x=(s,e).
Neste caso, o controle contínuo descreve um controle de Markov, já que as funções fu=-
b.rs e a "função crise" fc=p na equação (4.1) não dependem do ponto de início x=(s,e).
propriedades:
10
Veja Oksendal (1995).
66
φ é estocasticamente C2 com relação à Xt(r) para todo r:R2→R (A.3)
φ ≤ Mφ em R2 (A.4)
(
Lr φ (s, e ) + exp(− ρs ) k (e − m ) + β (r ) ≥ 0
2 2
) (A.5)
para quase todo par (s,e) com relação à medida de Green para Xt(r), para todo r=r(s,e):
R2→ R.
Nós destacamos que fu+fc = p-b.rs é uma função continua de Lipschitz e a função de
custo, equação (4.2), tem o mesmo sinal em qualquer ponto e é localmente limitada
Em adição às equações (A.3) a (A.5), os autores consideraram que existe uma função
^
r : R2→ R tal que o valor minimal de zero é alcançado pelo lado esquerdo da relação
( )
Lr (s ,e )φ (s, e ) + exp(− ρs ) k (e − m ) + βr 2 = 0
^
2
(A.7)
11
Brekke e Oksendal (1997) apresentaram um teorema de verificação para o controle estocástico
combinado (contínuo e por impulso), e Mundaca e Oksendal (1998) utilizaram esse resultado.
67
para todo par (s,e)∈D, onde
^
Defina o controle por impulso υ da seguinte forma:
⎛ ^⎛^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^
⎞⎞
⎜ rt ,⎜θ 1 ,...,θ k , ∞;ξ 11 , ξ 12 ,..., ξ 1k ,...;ξ 21 , ξ 22 ,..., ξ 2 k ,...⎟ ⎟
⎝ ⎝ ⎠⎠
para Xt, e
ξ k +1 =Rφ ⎛⎜ X (k ) ⎞⎟ ; k=0,1,2,…
^
^_
(A.10)
⎝ θ k +1 ⎠
onde
X θ − = limt ↑θ k X t (A.11)
k +1
^
⎛^ ^⎞
Faça w = ⎜ u ,υ ⎟ e considere que
⎝ ⎠
68
^ ^
e que
⎡ ⎛ ⎛⎜⎜ w^ ⎞⎟⎟ ⎞⎤
lim k → ∞ E ⎢φ ⎜ X θ⎝ − ⎠ ⎟⎥ = 0 , para todo x∈R
x
(A.13)
⎢ ⎜ k +1 ⎟⎥
⎣ ⎝ ⎠⎦
φ (x ) = Λ(x ) (A.14)
^
e o controle estocástico ótimo combinado é w* = w ∈ W .
69
Apêndice B - Prova da Proposição 4.2
Considere m=0 como uma simplificação alcançada por translação de eixo, e aplicando
∂φ ∂φ 1 2 ∂ 2φ
∂s
− (bα − p ) + σ
∂e 2 ∂e 2
( )
+ exp(− ρs ) ke 2 + βα 2 ≥ 0 (B.1)
∂φ
g (α ) ≡ −bα + βα 2 exp(− ρs ) (B.2)
∂e
é alcançado com:
b ∂φ
α= exp( ρs ) (B.3)
2 β ∂e
na equação (B.1), o lado esquerdo deve ser igual a zero na região D (a região onde não
∂φ b 2 ⎛ ∂φ ⎞ ∂φ 1 2 ∂ 2φ
2
70
Considere também que D=Rx(-η,η), por simetria, para um valor adequado de η ∈ (0,∞).
O intervalo (-η,η) é interpretado como uma banda de valores admissíveis para a taxa de
câmbio, onde não são feitas intervenções, controle impulso, pelo banco central.
∂ 2ψ ∂ψ ⎛ ∂ψ ⎞
2
+A − B⎜ ⎟ − Cψ (e ) = − E (e ) (B.5)
∂e 2
∂e ⎝ ∂e ⎠
onde
2p b2 2ρ 2ke 2
A= , B= , C= , E (e ) = (B.6)
σ2 2 βσ 2 σ2 σ2
Considerando apenas o caso onde e>0, a solução da equação (B.5) é dada por:
f (0 ) = z; f ' (0 ) = 0; 0 ≤ e ≤ T (B.8)
Para um dado z>0, f(e) = fz(e) é a solução do sistema acima. Considere que existe um
(
f z ' (e1 ) = f z ' (e2 ) = G a * , λ* ) (B.9)
71
Escolhemos, então, os dois menores números positivos com essa propriedade, sendo
que a* e λ* são os vetores dos coeficientes a's e λ's das equações (4.1) e (4.2). A taxa
ψ (e ) = f z (e ); 0 ≤ e ≤ η (B.10)
troca:
{ (( ) ( ))
Mφ (e ) = inf ξ φ (s, e − a1ξ1 − a 2ξ 2 ) + c1 + λ1ξ12 + c 2 + λ 2ξ 22 exp(− ρs ) } (B.11)
{ ( ) (
Mψ (e ) = inf ξ ψ (e − a1ξ1 − a 2ξ 2 ) + c1 + λ1ξ12 + c 2 + λ 2ξ 22 )} (B12)
( ) (
h(ξ ) = ψ (e − a1ξ1 − a 2ξ 2 ) + c1 + λ1ξ12 + c 2 + λ 2ξ 22 ) (B.13)
72
A condição de primeira ordem fornece no ponto definido por ξ = ξ (e ) o mínimo da
^ ^
equação (B.13):
∂h ∂ψ ∂e ^ ∂h ∂ψ ∂e ^
= + 2λ ξ = 0 e = + 2λ ξ
2 2 = 0
∂e ∂ ξ^ ∂
1 1
^
∂ ξ1
^
∂ξ2 e ^
∂ξ2
1
assim:
^ ^
2λ ξ 2λ ξ
ψ ' ⎛⎜ e − a1 ξ 1 − a 2 ξ 2 ⎞⎟ = 1 1 = 2 2 = G a * , λ* ( )
^ ^
(B.14)
⎝ ⎠ a1 a2
Das equações (4.10) e (B.10) pode-se afirmar que a função Ψ(e) define uma possível
solução para o mínimo da função de custo. Assim, as equações (B.9) e (B.14) são a
2 ^
e1 = e − ∑ ai ξ i (B.15)
i =1
ψ (e ) = Mψ (e ) para e≥η
nós temos:
⎛ ⎞
ψ (e ) = ψ ⎛⎜ e + a1 ξ1 + a 2 ξ 2 ⎞⎟ + ∑ ⎜⎜ ci + λi ξ i2 ⎟⎟
^ ^ 2 ^
(4.16)
⎝ ⎠ i =1 ⎝ ⎠
73
Isso significa que a autoridade monetária aplica o controle contínuo pelo uso da taxa de
que φ = Mφ.
74