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Anticomunismo no Brasil

Brasil Republicano II
Departamento de História
Universidade Federal Santa Catarina

Profª Drª Simoni Mendes de Paula


• Segundo surto anticomunistas: 1961 – 1964;
• Os norte-americanos concentram esforços
propagandístico, repressivo e social;
• Aliança para o Progresso;
• O Brasil possuía uma tradição anticomunista
forte desde a década de 1930.
• Tendência ao crescimento de organizações de
esquerda.
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Ascensão de Jango
• Manifesto que impedia o retorno de Jango:
“[...] o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem
dúvida alguma, no mais evidente incentivo a
todos aqueles que desejam ver o país
mergulhado no caos, na anarquia, na luta civil.
As próprias Forças Armadas, infiltradas e
domesticadas, transformar-se-iam, como tem
acontecido noutros países, em simples milícias
comunistas.” (p. 234)
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Diário de Notícias 21 de maio
de 1961

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Diário de Notícias
28 de novembro
de 1961
As organizações anticomunistas
• Organizações internacionais:
 Rearmamento Moral, sediada nos EUA e
que propunha uma campanha global contra o
comunismo, a partir do fortalecimento de
valores morais e éticos (honestidade, pureza,
altruísmo e amor).
Organização de encontros massivos, exibição
de filmes e discursos de líderes;
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• Organizações femininas:
 Embora seja novidade a presença da mulher em
mobilização políticas, as propostas não fogem do
tradicional: família, religião e prosperidade;
 Embora sejam formadas quase sempre por mulheres das
classes média e alta, a presença da mulher conferia um
apelo especial, como se toda a sociedade estivesse se
levantando contra a ameaça, “A força simbólica desta
presença feminina era grande, com as mulheres
representando a figura materna, o lar e a dona-de-casa,
em resumo, a família.”

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• Organizações mais influentes: Instituto Brasileiro
de Ação Democrática (IBAD) e Instituto de
Pesquisas e Estudos Sociais (IPES).
 IBAD: organização que financiava candidatos
anticomunistas – criação de uma CPI que culminou com o
fechamento da entidade por decreto de Jango.
 IPES: constituído por empresários cariocas e paulistas.
Tinham como objetivos propagandear as ideias liberais e
democráticas, apresentando as vantagens da livre-
iniciativa sobre o comunismo e o estatismo.
 Os dois grupos financiavam entidades menores.

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Representações dos comunistas
• Objetivo: propagandear o anticomunismo na
sociedade.
• Apresentar o modelo comunista como frágil
economicamente, mostrando a pobreza
existente na URSS;
• A violência, como a prática de fuzilar
opositores em Cuba;
• Enfraquecimento da demonização.
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• Retomada da Intentona e críticas a Prestes.
• Papel da igreja: criação de uma espécie de
ecumenismo anticomunista.
• O melhor exemplo é a Marcha com Deus,
ocorridas em março e abril de 1964, contando
com a presença de rabinos, padres e pastores. A
ideia de não limitar a mobilização se evidencia na
referencia a Deus e não Cristo.
• O papel do rosário como símbolo da luta contra o
anticomunismo e Nossa Senhora de Fátima.
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• Campanha eleitoral de 1962;
• Setores conservadores como a Aliança Eleitoral
pela Família, entidade relacionada a igreja
Católica, recomendando que os eleitores
católicos não votassem em candidatos do PC.
• Entre os partidos, a UDN era a mais
declaradamente anticomunista e dois meses
antes das eleições expediu uma circular para as
bases regionais:
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• “Precisamos empunhar decididamente a
bandeira do combate aos extremismos,
sobretudo o comunismo internacional que
pretende transformar nosso país na próxima
victima da escravização soviética, bem como o
caudilhismo nacional que lhe serve
inconscientemente de instrumento.” P. 250
• Eleição de Miguel Arraes e Leonel Brizola.

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“é a legenda alusiva, que sintetiza o
sentimento da criança brasileira
face aos perigos do futuro incerto
que aguarda o Brasil, se a 7 de
outubro deixarmos de escolher os
verdadeiros democratas para formar
os quadros dirigentes do País,
possibilitando que o extremismo
conquiste os postos que lhes faltam
para estrangular a Liberdade no
Brasil”.
Jornal A Noite, 04/10/1962, p.7.

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