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TRABALHO DE DIREITO EMPRESARIAL

Tatiana de Borba Dolabela

1.
A empresa individual de responsabilidade limitada, também conhecida como
EIRELI, é uma dotação patrimonial personificada com fins comerciais muito próxima
das fundações, a modalidade EIRELI permite a separação do patrimônio privado e
empresarial, com exceção dos casos de fraude, devidamente comprovados.
A empresa individual de responsabilidade limitada não possui sócio e sim
instituidor, e é vedado o instituidor de indústria. Uma pessoa natural pode instituir
somente uma EIRELI, e uma EIRELI pode instituir outra EIRELI.
A EIRELI tem como principal objetivo acabar com o sócio fictício. Essa era uma
prática muito comum nas empresas de sociedade limitada, modalidade na qual são
necessárias, no mínimo, duas pessoas. Já na Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada, a empresa é aberta com único dono, sem necessidade de ter um sócio.
Para instituir uma EIRELI é preciso declarar um capital social mínimo de 100
salários mínimos. O objetivo da exigência desse capital social funciona como uma
garantia para empregados e fornecedores. Em caso de falência, os credores sabem
que vão poder contar com esse valor.
O produtor rural, nas condições mencionadas do art. 971 do CCB,17 pode
constituir EIRELI. A premissa estabelecida pelo legislador pátrio para o empresário que
exerce atividade rural foi a da inscrição facultativa. Optando, contudo, pela inscrição,
passa a ser equiparado ao empresário sujeito ao registro, ou seja, é para todos os fins
empresário propriamente dito. Sendo a EIRELI uma terceira forma de organização da
atividade econômica, entre a figura do empresário individual e a das sociedades, é
lógico sustentar que pode ser utilizada pelo empresário rural que passará a ser
equiparado a empresário, aplicando-se, no que couber, as regras das sociedades
limitadas.
A EIRELI poderá adotar firma ou denominação, sempre sucedida da
expressão “EIRELI” e pode ser registrada tanto perante o Registro Civil de
Pessoas Jurídicas (EIRELI simples) quanto perante o Registro Público de
Empresas Mercantis (EIRELI empresária).
2.
Nome empresarial é a expressão pela qual o empresário (pessoa
natural ou jurídica) se apresenta no mercado a fim de contrair
obrigações. O nome empresarial deve obedecer dois princípios: o da
novidade e o da veracidade.
O princípio da novidade diz que é necessário inovar ao registrar o
nome. A extensão territorial da novidade é nacional se registrado na lei
especial. Dentro do princípio da novidade temos a anterioridade: quem
registrou primeiro é o dono, não importando onde registrou ou se foi
como marca) exceto os nos casos de marca notoriamente conhecida
(não registrada, possui proteção no seu ramo) disposto no artigo 126
LPI.
Temos também dentro deste princípio a especificidade: ao inovar
é necessário fazer especificamente no seu ramo de atividade para que o
consumidor não seja levado a erro, exceto em casos de marca de alto
renome disposto no artigo 125 LP1 (proteção em todos os tipos de
atividades).
O princípio da veracidade ou da autenticidade tem como objetivo
se extrair, a partir do nome empresarial. No Brasil a responsabilidade se
presume ilimitada. Tratando-se de sociedade em que haja sócios de
responsabilidade ilimitada o nome empresarial identificará um, alguns ou
todos os sócios que respondem sem limitação. A omissão determina
responsabilidade solidaria e ilimitada para o administrador que omitir.
As espécies de nome empresarial são: firma e denominação. A
firma (ou razão) social (ou individual) é a espécie de nome empresarial
que identifica um, algum ou todos os sócios podendo ou não indicar o
objeto.
A firma é usada por sociedade em nome coletivo, sociedade em
comandita simples (só podem aparecer na firma os nomes dos sócios
ilimitados), sociedade em comandita por ações, sociedade limitada ( ou
o nome de todos sócios ou de alguns ou só um seguido pela expressão
e companhia limitada, se algum sócio que estiver no nome sair da
sociedade ou morrer o nome da sociedade deverá mudar).
A denominação é a espécie de nome abstrata, a denominação
não identifica os membros componentes da sociedade e
necessariamente tem que informar o objeto da sociedade. As
sociedades anônimas só podem fazer uso da denominação (art 1160
CC). De acordo com o parágrafo segundo do artigo 1.158 do código civil
a denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido
nela figurar o nome de um ou mais sócios.
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. O
adquirente do estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o
permitir usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a
qualificação de sucessor.
3.
Segundo o artigo 966 do código civil considera-se empresário
quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
O primeiro elemento, que trata da profissionalidade, engloba os
seguintes componentes: habitualidade (exercício continuo da atividade);
pessoalidade e o monopólio de informações (o empresário tem o
domínio de informações de todas as etapas do processo de produção).
É uma atividade econômica porque persegue a produção de
lucros e organizada porque articula fatores de produção (capital, matéria
prima, mão de obra e tecnologia) para este fim.
O lucro não é essencial a atividade empresarial, o essencial é o
animus lucrandi, a intenção de lucrar, que é um fator subjetivo. Se o
lucro fosse essencial à atividade empresarial não existiria o instituto da
falência, mas verifica-se que o lucro deve ser endêmico, para que o
empresário possa se estabelecer e desenvolver financeiramente.
Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual,
de natureza cientifica, literária ou artística. Essas pessoas estão sendo
excluídas de serem empresárias porque a atividade intelectual vem
primeiro, vem na frente do que a atividade empresarial. Isso ocorre
porque a motivação ética intelectual é diferente da motivação
empresarial, que visa dinheiro. Porem quando a atividade intelectual
também tiver outra atividade não intelectual poderá ser considerada
empresário (Ex. hospital, que além de funcionar com a atividade
intelectual vai funcionar também como hospedagem)
O produtor rural também não é considerado empresário mas pode
ser empresário se registrar. De acordo com o art 971 O empresário, cuja
atividade rural constitua sua principal profissão, pode observada as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva
sede, caso em que, depois de inscrito ficara equiparado, para todos os
efeitos, ao empresário sujeito a registro. Porem a maioria dos produtores
rurais não se registra como empresário porque recebem incentivo fiscal
por serem produtores rurais, e ao se registrarem, vão perder esses
benefícios, o único benefício é o da recuperação judicial

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