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Por outro lado, a Internet é tão múltipla que acaba criando um problema para o
historiador, pois existem múltiplas tipologias de fontes e perspectivas acerca da
História dentro da própria Internet que podem ser alvos de estudos pelos
historiadores, o que pode levar o risco de afogamento em meio a estes
múltiplos pontos de vista no mar de informações em que se lançam as redes de
links da Internet (LUCCHESI, 2012).
Portanto, nessa perspectiva, narrar seria uma forma que os seres humanos
tem para elaborar significados e experiências durante o tempo e o espaço,
sendo algo fundamental em nossa organização cultural. Nesse ponto, devemos
ter em mente que nenhuma narrativa é atemporal ou imparcial, isto é, as
narrativas sofrem influências de suas temporalidades, e também do público em
que ela se destina, a partir desses problema é que a História como ciência,
para Rüsen, se diferencia de outras narrativas históricas:
Além disso devemos ter em mente que não há uma única narrativa histórica,
pelo contrário existem uma multiplicidade de narrativas, e que um sujeito pode
elaborar vários tipos de narrativas, e que em sua grande maioria de vezes são
conflituosas, como no caso do Regime Militar Brasileiro.
Como foi dito no início do presente artigo, faz-se necessário de como ocorre a
recepção dos Websites que vão ser analisados sobre a luz dos conceitos aqui
selecionados, analisar somente essas narrativas e classifica-las, ignorando
como ocorre a mediação pelos alunos e pelos professores certamente
enfraqueceria qualquer análise que vise entender como ocorre a elaboração
das narrativas desses alunos sobre o Regime Militar. Nisso, a Teoria de
Mediação de Martin-Barbeiro se torna relevante para o presente estudo e
sendo possível um diálogo dele com as concepções de Isabel Barca sobre o
Ensino de História.
A mediação é aqui entendida como são os lugares que estão entre a produção
e a recepção. Nesse sentido, a comunicação pensada sob a perspectiva das
mediações deve levar em consideração o entendimento de que entre a
produção e a recepção há um espaço em que a cultura cotidiana se dinamiza e
também ao dizer respeito às distintas formas através das quais os indivíduos
se constituem em sociedade, tenciona, relaciona e põe em evidência sujeito e
estrutura, aspectos micro e macrossociológicos. (GRIJÓ,2011) Trazendo para
o nosso estudo sobre as narrativas sobre o Regime Militar, podemos entender
como o local em que ocorre os embates de memórias divergentes sobre a
natureza do período entre 1964 e 1985.
Rüsen divide as narrativas em quatro níveis, que a seu ver podem ser
identificados a partir da historiografia As narrativas tradicionais são aquelas que
articulam as tradições e relembram as origens que constituem a vida no
presente. Na narrativa tradicional o tempo "ganha um sentido de eternidade"
(RÜSEN, 1993, p.7; 1992, p.30).
Já PROST (1996) tem três tipos de narrativa histórica: Relato, Quadro e Trama.
A narrativa como relato se caracterizam como essencialmente cronológicas,
com acontecimento ou situação histórica como ponto de partida, sendo
necessário, no mínimo, dois acontecimentos ou situações ordenadas no tempo,
tanto de forma descritiva como de forma estrutura, para que se tenha um
relato.
Genética
Tradicional
17%
25%
Exemplar
Crítica 17%
42%
Trama
13%
Relato
50%
Quadro
38%
História
14%
Jornalistico
14%
Pesquisa
Notícia Escolar
Militares 57%
14%
Militar
13%
Historiador
38%
Jornalista
25%
Pedagogo
Agrônomo
13% 13%
Entretanto, do outro lado temos uma narrativa que vai contra essa concepção
do Regime Militar como somente um período de violência e perseguição, que é
o caso do website Sangue Verde Oliva.
Devido ao amplo acesso dos jovens alunos do Ensino Médio à internet, criou-
se a possibilidade destes terem acesso a uma variada gama de informações e
perspectivas de narrativas sobre o período de 1964 a 1985 aqui chamado de
Regime Militar, juntamente com isso abriu-se também para o historiador uma
nova gama de possibilidades de fontes, tanto para o Ensino de História quando
para outras áreas da Ciência da História.
Mas uma questão fica sem resposta, como os alunos recebem e apropriam
dessas narrativas? Partindo de Martin-Barbeiro será de formas diferentes e não
de forma unilateral, onde os produtores dessas narrativas são aceitos sem
resistências ou mudanças, e devido a multiplicidade das perspectivas das
narrativas do período do Regime Militar pode ser uma excelente ferramenta
para o professor de História para o trabalho desse tema a partir da perspectiva
de Isabel Barca que conhecimento se origina a partir de conhecimentos prévios
e que devemos ter essa informação em conta se queremos produzir
conhecimento.
7. REFERÊNCIAS
7.1. Fontes Utilizadas
7.2. Bibliografia
BARCA, Isabel. O pensamento histórico dos jovens: idéias dos adolescentes
acerca da provisoriedade da explicação histórica. Braga: Universidade do
Minho, 2000.