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A TRADIÇÃO TIFONIANA

©Por Cláudio Carvalho

2002 e.v.

Faze o que tu queres deverá ser a totalidade da Lei.

"A TRADIÇÃO TIFONIANA [1] É A MANIFESTAÇÃO DA ENERGIA(K) NESTE ÆON DE


AQUARIUS-LEO."

A Tradição Tifoniana provém de um período antiqüíssimo representada em dados tanto histórico como
geofísico do planeta. Apesar de sua evidência no período pré-dinástico, e na primeira dinastia do antigo Khem
[2] ou Egito, esta Fonte mantenedora dos aspectos evolutivos da Terra na verdade retroage a milhões de anos
atrás, no período Lemuriano [3] e mais tarde na fase Atlantiana [4]. Posteriormente esta Tradição surgiu como
Culto na África Primal através de poderosos ritos aos Antigos Deuses, dos quais muitos são hoje preservados
juntamente com outras influências do sincretismo religioso como, por exemplo, no Vodu.

Mas recorremos às primeiras evidências históricas no antigo Egito quando Tífon [5], a Grande Serpente, era
tipificada como a Mãe de Set, o Deus Primal do antigo Khem. Tífon representava as Forças Primordiais que
exaltavam a criação do Universo com seus mundos e planetas. Algumas regiões do Egito pré-dinástico,
principalmente nas regiões ao sul, a Deusa Ta-Urt era a representação da Grande Mãe Estelar sob a forma de
uma Hipopótamo grávida, simbolizando um Dragão das Águas [6]. Ela era para os Tifonianos considerada a
Mãe das Revoluções que foi identificada ao norte como a constelação da Grande Ursa. Set seu Filho era
considerado o Deus do Sul cuja estrela que o representava era conhecida como Sírius [7] ou Sothis [8]. Set ou
Sut significa negro sendo uma adumbração do Submundo ou a região conhecida como Amenta [9]. Set nas
tradições posteriores foi visto como um Deus do mal que mais tarde se tornou o Shaitan [10] nas lendas
judaico-cristãs. Esse equívoco surgiu apenas pela má compreensão dos mistérios de Set, principalmente nas
dinastias posteriores do Egito onde os sacerdotes do Culto Solar ou Solaritas [11] o repudiaram substituindo-o
pelo Deus Sol ou Hórus [12] e mais tarde por Atom [13].

A Tradição Tifoniana percorreu o processo evolutivo da Corrente chamada Parampara [14], cujo fluxo
Æonico de sua vibração elevou Tífon para o seu devido lugar de origem, e esta Energia primal está vinculada
hoje ao Æon de Aquarius-Leo cuja Lei ou Palavra é Thelema [i.e. do Grego significando Vontade]. As
características fundamentais de Tífon são referentes a uma Nova Sexualidade ou Tantra no sentido de uma
Iniciação totalmente diferente do Æon passado de Pisces-Virgo. Aqueles que têm a pretensão de conhecer os
fundamentos da Lei de Thelema e do seu representante maior, o Grimoire do Liber AL vel Legis ou O Livro
da Lei devem perceber as premissas fundamentais do AL que estão impregnadas em seus versos com a Força
Mágika de Tífon e Set.

Um novo conceito de Iniciação está em ênfase neste período Æonico, dês-rotulando todas as formalidades
ritualísticas [15], como palavras de passe, cerimônias, graus, cartas patentes, declarações e estatutos, e etc. Set
antes mesmo de Hórus é o Silêncio Primal daquele sono sem sonhos, mais além do que a marcha de Hórus
surgindo como a Criança Conquistadora e Coroada. A aspecto marcial de Hórus é equilibrado pela Justiça de
Maat, a Deusa da Verdade [16]. Em seu aspecto mais oculto surge por detrás de Hórus seu irmão gêmeo Set,
ensinando através do Silêncio, e revelando seus mistérios àqueles que somente possuem a Verdade em seus
corações tão leves quanto de uma pena [17].

Neste momento a Tradição Tifoniana reflete suas Forças primordiais através de um complexo estelar oculto
da Constelação de Canis Major cuja energia negra imanente provém de Sírius B [18].

Toda sua riqueza estelar está bem além do que a consciência humana pode conceber pela tentativa ao menos
de racionalizar estas Forças Primordiais que estão aqui desde tempos imemoriais. Tífon assim com Set
representam as Fontes Silenciosas que se refletem microcosmicamente nos planos interiores de cada
humanidade, mas poucos são os que tem acesso a essas dimensões Transplutonianas, que são tipificados pelos
Véus da Não-Existência na Qabalah. Mas isso não quer dizer que deve está reservado apenas a alguns. Não.
Este Vaso Ultimal de Sabedoria está aberto a todos, mas chegar lá dependerá do processo evolutivo de cada
um nas devidas encarnações, além de um grande esforço em todos os planos da existência justamente pela
simplicidade do Caminho.

Hoje, assim como há muito tempo atrás, o processo de Iniciação a Arte Real se dá apenas no Silêncio, o que
invariavelmente trás grande aflições as pessoas, porque necessariamente elas tendem para a necessidade de
recompensas, fama e ser mestre disto ou daquilo. Mas felizmente isto também faz parte do processo evolutivo
que a própria Corrente do Parampara 'usufrui' para que os que estão no momento certo de suas evoluções
poderem perceber onde está o erro e aprender pelos ditos exemplos à não cometer os mesmos equívocos. Os
Deuses sabem o que é certo, pois Eles são totalmente amorais.

Tífon vem resguardar a Grande Sabedoria de Dagon e Estelar abrindo somente àqueles que expandem suas
consciências para além do universo conhecido, e suas verdades transformam-se Zero com o Universo. As
emanações de Ta-Urt como representadas no Livro de Thoth [19] são as referencias primordiais para que o
Lamatroniko ou aquele que Trilha o Caminho do Silêncio e em Silêncio possa alcançar a fusão do Sujeito e
Objeto, e mais do que isto, tornando-se a Não-manifestação, o NADA. Em suas emanações, Tífon é
representada pelo seu aspecto mais essencial chamada Nut entre os antigos Egípcios e neste Æon por Nuit,
apresentando assim os mais profundos mistérios claramente para aqueles que sabem ver e ouvir as palavras da
Deusa Estelar. Set por sua vez remonta nestes dois livros [i.e. de Thoth e o AL] o centro de todas as
pestilências que são testemunhas que velam pelo Soberano Santuário daqueles imprudentes e crentes. Nuit
como Hadit [Set] introduz apenas os Lamatronikos nos Mistérios Maiores da revelação Arcana que Ele
diretamente transmite ao andarilho. Isto é claramente revelado no Grimoire do AL no Livro de Set [20].

As formas de Iniciação somente são conferidas diretamente pelo Iniciador ou Set. Não há outra fórmula a não
ser esta. As ditas cátedras ou escolas de Iniciação institucionalizadas estão literalmente MORTAS. A
Iniciação se dá pela sua própria unidade para que todos possam um dia retornar ao Nada Primal. Portanto
quaisquer sistemas de Iniciação que não vele pelo Silêncio, e pela Natureza própria do Lamatroniko lidando
apenas com sua própria Individuação está contra a Corrente Evolutiva.

Amor é a lei, amor sob vontade.

IAIDA ILLA

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Notas:
[1] Sua primeira manifestação se deu na Lemuria, em seguida na Atlântida e posteriormente na África primal,
e no Egito como forma Draconiana. Tífon e Taurt eram representantes da primeira luz solar na escuridão. O
complexo de sete estrelas chamada Ursa Major [i.e. Grande Ursa] é sua maior representante nos céus. Além
do Macaco [ou babuíno] de Thoth, é possível também ser o glifo da Deusa Ursa estando atrás do Magus
representada no ATV I. Esta é com certeza uma teoria menos aceita pelos escolares.
[2] Khem era o antigo nome do Egito, o qual significava negro ou a terra queimada.
[3] Lemúria é um dos grandes continentes perdidos que segundo alguns eruditos existiu por volta de 4 a 5
milhões de anos atrás. Maiores informações ver A Doutrina Secreta, Vol III, por Helena P. Blavatsky, Editora
Pensamento, 1973. Também Atlântida e Lemúria - Continentes Desaparecidos, por W. Scott-Elliot, Editora
Pensamento, 1991.
[4] Atlântida. Alguns eruditos dizem que houve três ou quatro destruições de Atlântida, sendo a última por um
cataclismo por volta de 9000 anos atrás. Veja livros acima.
[5] Tifon é a forma Grega dada a Deusa Taurt no Egito. Tífon é a Suprema Matriz do Universo nutrindo as
suas sete almas ou estrelas, e uma delas é Set.
[6] A Deusa Ta-Urt era adorada pelos antigos Tifonianos como o Dragão das Águas Primordiais, tipificando
desta forma as duas Tradições como sendo uma, ou seja, a Tifoniana e Draconiana.
[7] Sírius representa um complexo binário de estrelas chamadas de Sírius 'A' e Sírius 'B', i.e. Digitária. Fica na
constelação de Canis Major [Cão Maior]. Na Tradição Oculta conhecida como Ordo Tifonianna Occulta
[O.T.O.] Sírius 'B' está imbuída com a Mágika Luz da Ordem da Estrela de Prata [A.A.] que é a estrela de
onze pontas da Grande Irmandade Branca que irradia sua influência para a Terra.
[8] Sothis é a forma em Grego de Sírius.
[9] Amenta é a terra oculta. A morada do sol da meia-noite ou Kephra [o Deus Escaravelho]. No homem
Amenta representa o subconsciente ou mente sonhadora.
[10] Shaitan é a forma Caldéia de Set. O Deus dos Ieside que tinham como sua estrela representante Sothis
anunciando a cheia do rio Nilo. Também organizaram o Culto ao Pavão. O pavão é um totem de Tiphereth.
[11] Os Solaritas eram sacerdotes do Deus com o Disco Solar representando sua realeza e supremacia sobre o
Egito substituindo a Set como seu novo deus. Set foi colocado como o grande mal conspirador entre os
deuses. Seu lugar foi determinado como Amenta, o que representaria em termos muito vagos, o 'inferno'
judaico-cristão através de uma visão maniqueísta. A região de Amenta para os Solaritas indicava um lugar
amaldiçoado.
[12] O Deus que foi representado com a Cabeça de Falcão. Um dos centros de culto deste Deus foi Heliopolis
[forma Grega de Anu].
[13] Também Aten. Durante o reinado de Akhenaton foi suprimido o culto ao antigo Deus Amoun, o Oculto.
Foi um dos maiores representantes dos Solaritas
[14] Macrocosmicamente representa a Corrente Evolutiva manifestada desde o princípio dos tempos. Neste
Æon Crowley colocou-a como Corrente 93.
[15] Quando se coloca ritualística pode-se dizer maçônico, ou seja, tudo aquilo que ainda estiver coadunado
com o Æon passado de Pisces-Virgo, onde ainda era necessária a formação de Lojas instituídas com códigos e
leis a serem seguidas através de uma série de formalidades e práticas complexas. Veja A Ortodoxia
Thelêmica.
[16] Maat era representada nos Mistérios Maiores como um Neter [Néctar] ou Substancia Primordial de
Continuidade mais do que uma Deusa Antropomórfica. Na verdade muitos dos principais deuses Egípcios
assim como em outras Tradições do passado tinham esta mesma percepção.
[17] A pena era um símbolo atribuído a Maat. Geralmente a pena é negra pertencendo ao deus em forma de
abutre Mut. Mut era o representante totêmico de Maat.
[18] Sírius 'B' é o centro de emanação dos fluxos Transplutonianos do Universo 'B', ou seja, acima do Véu do
Abismo. Veja o diagrama qabalístico da Árvore da Vida.
[19] Este é o Grimoire ditado diretamente pelo Deus Thoth aos escribas do Soberano Santuário.
[20] Todo o Capítulo II.

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