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Mapping Heritage: A Participatory

Technique for Identifying Tangible and


Intangible Cultural Heritage
“Mapeamento” do Património: Uma Abordagem Participativa para
Identificação do Património Cultural Tangível e Intangível
Jeff La Frenierre

Amândio Furtado
Mestrado em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica
Unidade Curricular: SIG e Comunidades Locais
Estrutura da Apresentação

Definição de Conceitos
Nota Introdutória (Enquadramento)
Objectivos
Apresentação do Tema
Considerações Finais
Referencia Bibliográfica
Alguns Conceitos
PGIS – Participatory GIS - SIG’s Participativos (Utilização dos SIG no
processo de participação e inclusão efectiva do conhecimento local)

PPGIS – Public Participatory GIS (Praticas emergentes que procuram especificamente


aplicar tecnologia SIG em situações dirigidas localmente visando o de desenvolvimento comunitário)

P3DM – Participatory TriDimensional Modeling (Modelação Tridimensional


Participativa) Técnica que possibilita o equilíbrio entre a necessidade de
incorporação de uma grande quantidade de informação com um alto grau
de exactidão, implicando o uso de tecnologia e conhecimentos individuais
avançados em cartografia. Técnica desenvolvida recentemente utilizada
sobretudo na gestão dos recursos naturais

Património Imaterial - é uma concepção de patrimônio cultural que abrange as


expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em
respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras. São exemplos de
patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão,
celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras
tradições. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrim%C3%B4nio_cultural_imaterial)
Nota Introdutória (Enquadramento)

Enquadrado na Unidade Curricular SIG e Comunidades


Locais, pretende-se com este trabalho fazer a análise de um
documento versando a temática dos Sistemas de Informação
Geográfica e a Participação Pública (PPGIS) nomeadamente
de técnicas recentemente desenvolvidas no processo da
preservação da “herança” cultural envolvendo o conhecimento
de populações com diferentes níveis de conhecimentos.

O tema é apresentado revela a interpretação individual do


documento de base (anteriormente referido) recorrendo-se
também a outros documentos (suplementares) tidos como
material de apoio fundamental na compreensão do tema.
Objectivos

Analisar e apresentar, o conteúdo do documento em


questão .

Estabelecer possíveis elos de ligação e possibilidades


de aplicabilidade (das técnicas) em comunidades
residentes em locais, cuja herança histórica e cultural
merece ser preservada através da valorização tanto do
património material como do imaterial em Cabo Verde
em especial na recentemente elevada a Património da
Humanidade (Centro histórico da Rib.ª Grande).
Apresentação do Tema
A Participação Comunitária tem sido cada vez mais considerada
como a chave para o sucesso em muitos projectos de conservação
e desenvolvimento.

Entre as vantagens, a considerar a capacidade de se obter uma


compreensão mais aprofundada das necessidades da comunidade,
uma capacidade melhorada de adaptar o projecto ao encontro das
condições locais e um espírito aprimorado de cooperação intra
comunitário e entre a comunidade e os parceiros externos.

Mudanças Conceptuais, significativas nos estudos do património.

Ênfase colocado na questão da colecção de extensa colecção de


elementos do património material e imaterial proporcionando melhor
compreensão holística do património cultural.
Reconhecimento que o património “não pode ser reduzido a um inventário de objectos sem marginalização
dos elementos mais importantes” (Brawn, 2005: p. 41, citado por Frenierre, 2008)
Maior importância ao conhecimento inerente à criação de um
objecto que no objecto em si”. (Cultura somali).

Maior envolvência das comunidades e do seu conhecimento na


gestão do património elevando os níveis de participação.

Sociedades pós-coloniais (ruptura com a linha conceptual das


antigas colónias) na busca da preservação da sua herança cultural

Globalização com o consequente aumento da mobilidade cultural e


individual) contribuem para a “erosão das tradições orais a
conhecimento local que suportaram o sentido do lugar”.

Reconhecimento que a fricção entre os Stakeholders, na questão


da gestão do património potenciam e levam à busca de soluções
através de métodos participativos para a resolução de conflitos.
Talvez a motivação principal de tornar a gestão de património mais
inclusiva encontra as suas raízes nos esforços de boa governação
que considera que os melhores resultados alcançam-se através de
uma participação justa e igual de todos os intervenientes (Arnstein,
1969; Chambers, 1997, citado por Frenierre, 2007)

A UNESCO tem adoptado cada vez mais esta perspectiva e tem


desempenhado um papel fundamental na integração do
conhecimento e das populações na gestão dos património cultural
A envolvência e inclusão das comunidades na gestão do património
tem trazido diversas vantagens nomeadamente:
Maior capacidade de obtenção de um entendimento mais preciso
das necessidades da comunidade, capacidade apurada de
adaptação dos projectos á realidade local, maior espírito de
colaboração tanto entre os elementos da comunidade como entre a
comunidade e parceiros externos.

Normalmente os projectos participativos têm sido mais eficientes,


(análise custo-benefício) e sustentáveis que os projectos
desenhados sem a componente participação local.

Desenvolvimento de soluções criativas capazes de dar resposta à


resolução de determinados problemas, reforçando o
relacionamento entre os gestores (especialistas) e comunidades
alvo, com amplo apoio popular das iniciativas de gestão e na
redução do vandalismo e outras questões de segurança
Assim um conjunto de técnicas foram desenvolvidas para
incentivarem a participação comunitária nas iniciativas de
pesquisas e gestão do património

Uma das técnicas mais eficientes é conhecida como Mapas


Participativos (PM) (Rambaldi et al., 2006ª, citado por Frenierre)
implicando a envolvência das comunidades no seu design, para
identificar e na comunicação dos valores mais importantes.
(podem funcionar como ferramentas altamente efectivos na gestão do património).

Diferentes técnicas de desenho dos PM, implicando níveis de


sofisticação na cognição espacial dos membros das comunidades,
diferentes níveis de acesso à tecnologia, (comunidades e
facilitadores) diferentes complexidade da situação da gestão, têm
sido desenvolvidos.
Entre as técnicas desenvolvidas com o intuito da participação
publica, ressaltam-se:
Ephemeral Mapping (Mapas efémeros)

Sketch Mapping (Mapas Esboço)

Scale Mapping (Mapas à Escala)

Photomaps (FotoMapas)
Pode-se também recorrer a tecnologias geoespacial
avançada como GPS e SIG’s – P3DM (M3DP)

G. Rambaldi, um dos precursores na utilização desta técnica descreve-a assim:


“P3DM integra conhecimento de pessoas e informação espacial (curvas de nível) para
produzir modelos de mapas de relevo a escala fixa que provaram ser de fácil utilização
(amigável) e relativamente apurado no armazenamento de dados e nas ferramentas de
análise e ao mesmo tempo excelentes meios de comunicação.”
A ideia principal inerente a M3DP, assenta no facto de se ter uma
perspectiva “global” do território, a partir de um ponto de
observação privilegiada, proporcionando assim aos “observadores”
a “visão de Pássaro”

Apesar de não implicar a utilização de tecnologia na fase de


construção, requer um significativo trabalho preparatório, diversos
materiais e Workshops de vários dias.

A implementação do M3DP implica várias fases:


1 – Identificação da área de estudo
2 – Construção do relevo 3D (“em branco”) utilizando materiais como madeira etc.
3 – Engajamento dos participantes na construção dos mapas
4 – Facilitação aos participantes da representação do seu conhecimento espacial
5 – Generalização de dados do modelo (para serem usados por várias entidades)
6 – Transferência oficial de posse do modelo final saído do workshop para a comunidade
7 – Sintetização dos dados abstraidos do modelo com outros dados espaciais e não
espaciais
8 – Verificação no terreno das características identificadas no modelo.
M3DP em Pratica - ilhas Fiji
Projecto desenvolvido em 2005 na ilha de Ovalau, nas Fiji
População aproximada de 8600 habitantes distribuídos por 27 aldeias

Fonte: Google Earth – Novembro 2009


O Workshop, para a elaboração do Mapa Participativo, concebido
de modo a se integrar o conhecimento local no desenvolvimento de
um plano de gestão dos recursos de Ovalau.

O Workshop teve a duração de 11 dias.

Implicou a participação de 82 elementos representando 24


comunidades, estes identificaram 79 elementos naturais
característicos e 83 locais como significativo no âmbito do
património cultural (apenas 30 sítios históricos estavam
catalogados pelos Museus de Fiji)

Os Workshops realizados proporcionaram aos habitantes das


aldeias uma oportunidade única de documentar o seu
conhecimento, apresentando tanto o conteúdo como a sua
distribuição da riqueza do património cultural (material e imaterial)
da ilha
O Workshop, para a elaboração do Mapa
Participativo, concebido de modo a se integrar
o conhecimento local no desenvolvimento de
um plano de gestão dos recursos de Ovalau.

Fonte: Rambaldi, G., & Callosa-Tarr, J. (2002) – www.aipad.org


Considerações Finais

Ressaltar importância da abordagem participativa


através das experiencias com a elaboração dos
mapas participativos na gestão do património cultural.

Os Mapas Participativos oferecem a oportunidade de


inclusão de conhecimentos diversos, onde as
comunidades jogam um papel essencial no processo
de planificação.

Oportunidade de colaboração e troca de experiencia


entre os participantes dos workshops e melhoria nas
relações entre os diversos stakeholders
Excelentes meio de integração de conhecimento local
e meio de comunicação

Potencial de aplicabilidade da técnica da modelação


tridimensional participativa em Cabo Verde,
nomeadamente em Cidade Velha, recentemente
nomeada Património da Humanidade

Numa visão critica é necessário ver que ainda restam


diversas “arestas” a serem limadas nas questões de
integração/inclusão do conhecimento local através
dos SIG’s, existindo ainda questões conceptuais e de
ética a serem melhor definidas.
www.iapad.org
Para maior aprofundamento do tema podem ser consultados alguns documentos
tidos como referencia na matéria

www.iapad.org
Referencia Bibliográfica

Frenierre, J. L. (2008). Mapping Heritage: A Participatory Technique for Identifying Tangible


and Intangible Cultural Heritage. (A. Galla, & B. Cope, Edits.) The International Journal of
the Inclusive Museum , I (1), pp. 96-103.

Referencia Complementar

Rambaldi, G., & Callosa-Tarr, J. (2002). Participatory 3-Dimensional Modelling: Guiding


Principles and Applications. Los Baños, Philippines: ASEAN Regional Centre for
Biodiversity Conservation (ARCBC).

Rambaldi, G., Tuivanuavou, S., Namata, P., Vanualailai, P., Rupeni, S., & Rupeni, E. (Abril
de 2006). Resource use, development planning, and safeguarding intangible cultural
heritage: lessons from Fiji Islands. Participatory Learning and Action - Mapping for
change:practice, technologies and communication , 54 (3), pp. 28-35.

http://www.iapad.org
http://maps.google.com
http://www.panoramio.com/photo/17729262

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