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UNIDADE 4

SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Ao final desta Unidade, você deverá ser capaz de:

 reconhecer os principais pontos acerca das precauções para


manutenção da saúde e segurança a bordo;
 identificar os cuidados necessários para manuseio da carga,
considerando os perigos;
 avaliar a atmosfera do tanque de carga;
 classificar os equipamentos e dispositivos de proteção;
 conhecer as práticas e procedimentos do trabalho seguro;
 aplicar ações práticas acerca das operações de combate em caso de
incêndios; e
 conhecer as reações a emergências que podem ocorrer nas atividades a
bordo.

“A sorte não existe.


Aquilo a que chamas de sorte é o cuidado com os pormenores”.

Winston Churchill

Esse princípio de Sir Winston Leonard Spencer Churchill, primeiro ministro do Reino
Unido durante a Segunda Guerra Mundial, nos faz refletir acerca dos cuidados que devemos
ter no momento em que estamos planejando uma ação, ou seja, em todos os contextos da
nossa vida quando estamos pensando em realizar uma atividade ou esta se faz necessária,
refletimos acerca de todas as possibilidades que podem ocorrer na expectativa de traçar
estratégias para que nossa atividade fim seja concluída com sucesso, não é mesmo?

Esse fundamento não poderia ser diferente nas atividades de operação e manutenção
em navios que estão sujeitas a riscos, os quais, se não forem bem controlados, podem resultar
em acidentes com sérias consequências para as pessoas, para o meio ambiente e para os
bens materiais. Um trabalho de manutenção eficiente não ocorre por acaso, mas é o resultado
da realização de treinamentos adequados e cumprimento de procedimentos específicos para
as atividades realizadas no local de trabalho.

Cabe ressaltar que, para manutenção da segurança a bordo, as exigências referentes ao


uso e padronização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são estabelecidas por leis
nacionais e internacionais, que também exigem treinamentos e exercícios referentes ao seu
uso.
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Portanto, todos os equipamentos de proteção individual devem ser regularmente
inspecionados e mantidos prontos para uso. Essa ação é de responsabilidade do departamento
de Segurança Meio Ambiente e Saúde (SMS) da empresa o qual orienta e fiscaliza seu uso a
bordo, em estreito acordo com o Comandante.

Dessa forma, para conservação da segurança da tripulação, do meio ambiente, da carga


e da estrutura física do navio, vamos iniciar nosso estudo, conhecendo os possíveis perigos
das cargas.

Bom estudo!

4.1 CUIDADOS COM OS PERIGOS DAS CARGAS

As Folhas de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ) trazem


informações sobre as cargas que serão transportadas e são essenciais para a segurança do
navio e da tripulação. Essas folhas devem ser mantidas em local público a bordo para que
todas as pessoas embarcadas conheçam os riscos que elas oferecem.

Vale anotar!

As cargas não deverão ser recebidas se não houver suficientes informações


disponíveis para seu manuseio e transporte seguros, uma vez que essas
informações são fundamentais para o plano de carregamento do navio.

Todas as pessoas envolvidas nas operações deverão familiarizar-se com as cargas


estudando as FISPQ ou outras folhas de informações fornecidas pelos terminais. As ações a
serem tomadas nas emergências são facilmente identificadas nestas folhas.

A seguir, destacamos as principais informações que devem constar nas folhas de


informação de segurança de produto químico. São elas:

 composição da substância;
 identificação de perigos;
 medidas de primeiros socorros;
 medidas de combate a incêndio;
 medidas de controle para derramamento;
 controle de exposição e proteção individual;
 propriedades físicas e químicas;
 estabilidade e reatividade; e
 informações toxicológicas.

Portanto, conhecer as informações contidas na Ficha de Informação de Segurança de


Produto Químico (PISPQ) é de grande importância para a segurança das pessoas,
principalmente as que estão diretamente envolvidas com a operação do navio.

Para que você se familiarize com a FISPQ do GLP, consulte no final deste material o
Anexo 3.

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4.2 AVALIAÇÃO DA ATMOSFERA DO TANQUE (EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO)

Como você sabe, o ar atmosférico é composto por aproximadamente 21% de oxigênio,


78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Do ponto de vista fisiológico, em qualquer ambiente
com concentração de O2 abaixo de 16%, ocorre um aumento natural da pulsação e da
frequência respiratória, diminui a concentração, o raciocínio e a coordenação das pessoas.

De forma análoga, para ambiente com concentração de O2 abaixo de 12,5% há uma


diminuição acentuada da capacidade de julgamento e coordenação motora, a respiração fica
prejudicada, levando a danos permanentes ao coração, e provocando náusea e vômito. Sendo
assim, torna-se obrigatório o uso de respirador autônomo ou linha de ar com cilindro auxiliar de
escape, pois o ambiente é considerado IPVS (diz-se da atmosfera que é Imediatamente
Perigosa à Vida e à Saúde).

Como forma de prevenção à saúde do trabalhador e eventuais erros de calibração dos


medidores, recomenda-se que, para qualquer concentração abaixo de 19,5% de O2, sejam
utilizados respiradores de adução de ar.

4.2.1 Avaliação quanto a vapores inflamáveis

O ponto de fulgor (Flash Point) é a menor temperatura na qual uma substância libera
vapores em quantidades suficientes para que a mistura de vapor e ar logo acima de sua
superfície propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.

Considerando que a temperatura ambiente em uma região seja de 25ºC, se ocorrer o


vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15ºC, isso significa que o produto nessas
condições está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas uma fonte de ignição para que
haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do
produto for de 30ºC, significa que ele não está liberando vapores inflamáveis.

Para dar continuidade ao nosso assunto, vamos relembrar alguns conceitos tratados na
Unidade 3.

Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da fonte de
ignição, uma mistura chamada "ideal" de ar atmosférico (oxigênio) com gás combustível. A
quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21%, em volume. Já a
quantidade de gás combustível necessário para a queima varia para cada produto e está
dimensionada através de duas constantes:

 Limite Inferior de Inflamabilidade ou Explosividade (LII/LIE); e


 Limite Superior de Inflamabilidade ou Explosividade (LSI/LSE).

O LII é a mínima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de


provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição.

Concentrações de gás abaixo do LII não são combustíveis, pois, nessa condição, tem-se
excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Essa condição é
chamada de "mistura pobre".

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Já o LSI é a máxima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de
provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição.

Concentrações de gás acima do LSI não são combustíveis, pois, nessa condição, tem-se
excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, e isso é
chamado de "mistura rica".

A figura 4.1, demonstrada abaixo apresenta esses índices. Observe!

2,1% 9,5%

MISTURA MISTURA
MISTURA RICA
POBRE INFLAMÁVEL

LII/LIE LSI/LSE

Figura 4.1: Componentes da faixa inflamável do propano.

Pode-se concluir, então, que os gases ou vapores combustíveis só queimam quando sua
porcentagem em volume estiver entre os limites (inferior e superior) de inflamabilidade, que é a
"mistura ideal" para a combustão.

4.2.1.1 Indicador de gás combustível (explosímetro)

Os explosímetros são instrumentos especialmente fabricados para medir, em


porcentagem, a concentração em volume no ar de um gás ou vapor inflamável.

Normalmente, os explosímetros ou detectores de gases ou vapores inflamáveis fornecem


leituras em uma escala que varia de 0 a 100% do Limite Inferior de Inflamabilidade (LII),
expressando concentrações em percentual do volume, ou seja, cada 1% em volume
corresponde a 10.000 ppm de concentração do gás.

O uso dos explosímetros possibilita a obtenção de resultados quantitativos e


não qualitativos. Isso significa que é possível detectar a presença e a
concentração de um gás ou vapor inflamável em uma composição de gases.
Porém, não é possível diferenciar um determinado gás dentre as várias
substâncias presentes nessa composição.

Observe o explosímetro na figura 4.2 abaixo.

Figura 4.2: Explosímetro.

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A sensibilidade e a precisão dos detectores de gases e vapores inflamáveis podem ser
afetadas pela influência de fatores, tais como a presença de material em partículas (poeira),
alto teor de umidade e temperaturas extremas. Por essas razões, a sonda de amostragem de
muitos modelos é equipada com filtro e um agente secante.

A maioria dos explosímetros disponíveis no mercado é equipada com sensores para


detecção de outros gases, como, por exemplo, o O2. Isso vem facilitar os trabalhos de
monitoramento, pois a detecção de gases ou vapores inflamáveis deve estar associada às
concentrações normais de oxigênio na atmosfera, ou seja, aproximadamente 21%.

A concentração mínima de O2 para o perfeito funcionamento de um explosímetro é da


ordem de 14%.

Mas como é a operação de um explosímetro?

O explosímetro opera a partir do princípio do “Wheatstone Bridge”. O filamento sensor


está situado na câmara de amostra de gás. O gás a ser mensurado é aspirado para dentro da
câmara onde o filamento aquecido provocará a ignição de qualquer gás inflamável. O calor
produzido mudará a resistência do filamento sensor e deixará a ponte fora de equilíbrio. Essa
condição é indicada pela deflexão do mostrador. A escala do mostrador é comumente calibrada
para 0 a 100 % (ou 0 a 10%) do LII.

Essa explicação está ilustrada na figura 4.3 a seguir. Analise-a!

Figura 4.3: Princípio da “Ponte de Wheststone”.

A escala do mostrador normalmente tem duas posições:

 % de gás; e

 % do LII.

É importante verificar o % de gás antes do % de LII porque, se a concentração de gás


estiver acima do LSI do gás, ele rapidamente mostrará 100% do LII e, então, retornará para
leitura de 0% no mostrador. A mistura é muito rica para entrar em ignição, exceto quando a
câmara de amostra ainda não estiver totalmente cheia. Há um risco de faltar essa indicação e
se pensar que a atmosfera é segura porque 0% do LII será inadvertidamente mostrado.
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4.2.1.2 Tankscop

O tankscop é um instrumento especialmente concebido para a detecção de gases


combustíveis em atmosferas inertizadas e que utiliza um sensor de condutividade térmica que
mede e apresenta de forma instantânea a concentração percentual em volume de gás
combustível.

Atualmente existem modelos mais modernos que medem vários tipos de gases inclusive
gases combustíveis em um só equipamento.

Veja um tankscop na imagem a seguir.

Figura 4.4: Tankscop (medidor de gás combustível em atmosfera inertizada).

Figura 4.5: Tankscop Multi gases (%LIE – CO ppm – %02 – H2S ppm).

4.2.2 Vapores Tóxicos

4.2.2.1 Medidores de gases tóxicos

Até então conhecemos as características dos vapores inflamáveis. Agora, vamos estudar
os princípios dos medidores de gases e sua importância nas operações.

Vamos lá!

Os medidores de gases tóxicos normalmente operam com o princípio de absorção de


gases em um tubo químico que resulta na mudança de sua coloração. O gás é aspirado
através do tubo, por meio de uma bomba de fole operada manualmente, provocando mudança
na coloração da substância contida no interior do tubo, indicando a presença quantitativa do
gás que deve ser obtida na escala existente no próprio tubo.

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Ambas as saídas do tubo de vidro devem ser quebradas imediatamente antes do uso. O
número de aspirações (bombadas) necessárias e a data de validade estão na bula que
acompanha os tubos. Estas também trazem uma lista constando os gases para os quais são
indicados.

A bomba deve ser comprimida e o tubo, recém-quebrado, inserido corretamente. Apenas


uma direção é certa, a qual está indicada no tubo, por uma seta. É importante bombear
corretamente para obter resultados confiáveis.

A bomba também deve ser checada para verificar e corrigir possíveis vazamentos uma
vez que, caso ocorram, acarretará aspiração de apenas pequenos volumes do gás que se quer
medir. De outra forma, se o corpo da bomba estiver rachado, entrará certa quantidade de ar,
que não passou pelo tubo, interferindo em uma medição precisa. Se essa situação ocorrer, a
bomba deve ser imediatamente substituída. Nesses procedimentos cada sucção leva 100 cm3
de oxigênio para o instrumento.

Veja a demonstração da bomba de fole com tubo detector na figura 4.6.

Figura 4.6: Bomba de fole com tubo detector.

4.2.2.2 Analisadores CMS

Um analisador CMS – Chip-Measurement-System (Sistema de Medição por Chip) – é um


sistema projetado para a determinação quantitativa da concentração de gases ou vapores
perigosos no ar.

É utilizado para monitorar a concentração de gases ou vapores perigosos no local de


trabalho, durante as operações do navio e em espaços confinados. Esse equipamento fornece
uma leitura eletrônica automática da concentração do gás e registra o resultado da medição
óptico-eletronicamente, eliminando o fator humano. Consta apenas do chip da substância e do
equipamento analisador.

A entrada de gás para a amostra de ar é localizada na frente do analisador, protegida


contra poeira e outras impurezas. Quando os mecanismos integrados estabelecem uma
conexão estanque entre todo o sistema de condução de gás e a capilaridade aberta do chip,
um sistema de bombeamento especial suga um fluxo de ar constante através da capilaridade.

Observe o analisador CMS na figura 4.7.

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Figura 4.7: Analisador CMS.

A seguir são destacadas as principais vantagens dos analisadores CMS para a medição
de gases e vapores tóxicos no ambiente de trabalho.

 É fácil ser usado através das seguintes etapas:


1. inserir o chip;
2. mover a chave deslizante; e
3. ler o resultado no mostrador.

 O procedimento é igual para todos os gases e vapores.


 Não necessita de calibração.
 Apresenta resultado da medição através de mostrador digital.

Observação importante:

Ambos os métodos acima descritos fornecem uma medição pontual da


concentração do gás ou vapor alvo.

A checagem da atmosfera dos tanques de carga dos navios de gás deve ser efetuada
nas seguintes operações:

 desgaseificação e purga;
 troca de carga; e
 desgaseificação antes de docagem ou reparos.

Atenção!

A atmosfera em um tanque de carga raramente é constante em todo o tanque.


A maioria dos vapores das cargas é mais densa do que o ar, nitrogênio ou gás
inerte e isto faz com que se estendam em camadas diferentes dentro do tanque.
Por isso, amostras devem ser colhidas em diversos níveis e posições do
tanque. Exceção se faz para os gases menos densos como os vapores de
metano ou amônia.

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Figura 4.8: Relação das densidades do GLP até Amônia.

A figura 4.8 (Relação das densidades) é usada nos navios de GLP para ajudar a recordar
as diferenças de densidades entre GLP e amônia.

4.2.3 Asfixia

Para determinação das condições da atmosfera de um espaço, temos necessidade de


fazer rigorosa avaliação do teor de oxigênio existente neste usando equipamento específico
para tal prevenindo, assim, acidentes respiratórios como a asfixia.

Para evitar tal acidente, vamos conhecer os analisadores de oxigênio.

4.2.3.1 Analisadores de oxigênio

Existem diferentes tipos de analisadores de oxigênio disponíveis. O modelo mostrado na


figura 4.9 opera, difundindo o O2, através de uma membrana de teflon em uma solução de
potassium chloride onde a célula química é ativada. Quando o dispositivo é fechado, os fluxos
percorrem o circuito e podem ser medidos. O O2 excedente que é absorvido pela solução
causa deflexão adicional que é medida provendo uma indicação da porcentagem de O2, que
está presente naquela amostra.

Observe a figura 4.9, ela ajudará você a compreender melhor o que foi explicado neste
parágrafo.

Figura 4.9: Analisador de Oxigênio (oxímetro).

Meios mais sofisticados para detectar oxigênio incorporam duas ou três escalas, onde
cada uma pode ser usada para um propósito diferente.

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Por exemplo:

 O2 no ar: escala 0 – 25% de O2 por volume;


 O2 em gás de caldeira: escala 0 - 8% de O2 por volume; e
 O2 no N2: escala 0 – 1% de O2 por volume.

Os equipamentos para análise de oxigênio que apresentam escalas diferentes são


extremamente sensíveis e utilizam baterias do tipo recarregáveis. Devem ser sempre
calibrados com ar fresco (20.8% de O2) e de N2 (0% de O2).

Deve-se ter cuidado para não derramar líquido dentro de um instrumento de medição de
gases, o que certamente resultará em erro ou em mau funcionamento. Lembre-se de que, para
uma verificação rápida de um analisador de oxigênio, pode-se usar o ar exalado de uma
respiração, que contém aproximadamente 17% de oxigênio.

Calibre sempre o equipamento de teste de gás antes de cada uso. O instrumento deverá
ser calibrado, usando o gás de calibragem, geralmente o pentano. As baterias devem ser
verificadas, antes de cada uso.

Antes de prosseguir seus estudos, responda às perguntas a seguir. Estas estão


devidamente contextualizadas com os conteúdos estudados até aqui e, portanto, são muito
importantes para seu aprendizado.

Tarefa 4.1

Reflita acerca das seguintes questões.

4.1.1) Quais são as principais informações de segurança que constam nas FISPQ?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.1.2) Qual é a finalidade do tankscope?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

A fim de evitar acidentes, vamos conhecer os equipamentos e dispositivos utilizados para


proteção durante as atividades a bordo.

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4.3 EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

A entrada de pessoas em tanques de carga ou em outro espaço confinado somente deve


ser feita se o espaço estiver livre de gás. Se essa condição não puder ser satisfeita, então
deve-se considerar que o espaço apresenta perigos respiratórios e, obviamente, é obrigatório o
uso de equipamentos de proteção respiratória (se necessário em conjunto com roupas de
proteção) e somente nos casos extremamente necessários como nos resgates e, ainda assim,
após uma avaliação minuciosa dos riscos conforme procedimentos existentes.

4.3.1 Equipamentos de proteção respiratória (evacuação e resgate)

Há quatro tipos de equipamentos de proteção respiratória:

 equipamentos de proteção respiratória de curta duração;


 equipamentos de proteção respiratória que utiliza ar fresco;
 aparelho de proteção respiratória de ar comprimido respirável; e
 equipamento de proteção respiratória tipo filtros químicos.

Cada tipo de equipamento de proteção respiratória apresenta vantagens e desvantagens,


e a escolha adequada dependerá do tipo de atmosfera que se espera encontrar no espaço
confinado. Nessa escolha, é muito importante assegurar-se se há ou não oxigênio no espaço, o
que representa uma condição de eliminação imediata da utilização de filtros.

Para selecionar o equipamento de proteção respiratória adequado a cada situação, você


precisa conhecer as especificidades de cada um deles. Por isso, apresentamos essas
características a seguir.

4.3.1.1 Equipamentos de proteção respiratória de curta duração (Emergency Equipment


Breathing Device – EEBD)

Consistem em um pequeno cilindro de ar comprimido e uma máscara, arrumados de tal


forma em uma caixa ou bolsa que podem ser rapidamente retirados e utilizados. Para sua
melhor compreensão, observe as figuras 4.10 e 4.11.

Figura 4.10: Equipamento autônomo de proteção respiratória de curta duração (EEBD).

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Figura 4.11: Equipamento autônomo de proteção respiratória de curta duração (EEBD).

Seu tempo de duração é limitado em cerca de 15 minutos (sem esforço físico além do
normal) e somente deve ser usado para fuga nos casos de emergência.

Dependendo do tipo de carga que o navio está autorizado a transportar (consta no Ship’s
Certificate of Fitness), esse equipamento deve estar disponível em todos os camarotes da
tripulação. Também pode ser disponibilizado de maneira preventiva durante as inspeções para
fornecimento do Atestado de Livre de Gás dos Espaços Confinados.

4.3.1.2 Equipamentos de proteção respiratória que utiliza ar fresco (Fresh Air Breathing
Apparatus – BA)

Esse equipamento é composto por uma máscara facial ligada a uma mangueira flexível
(traqueia) de comprimento máximo de 40 metros com a aspiração posicionada em atmosfera
não contaminada, através da qual o ar é fornecido com a ajuda de um fole ou de um ventilador.
É um equipamento de simples operação e manutenção e sua duração depende apenas da
operação do fole ou do ventilador. Entretanto, tem a desvantagem de limitar os movimentos do
usuário em razão do peso da mangueira, além de necessitar de grande cuidado para que a
mangueira não fure ou se rompa.

Esse equipamento, na verdade, foi substituído pelas Máscaras Autônomas de Circuito


Aberto ou Fechado e pelos Respiradores de Adução de Ar Tipo Linha de Ar Comprimido.
Porém, ainda são encontrados em alguns navios apenas como um equipamento opcional na
falta destes. Seu uso deve ser monitorado por rádio para possibilitar resgate em caso de
necessidade.

Veja a demonstração na figura 4.12.

Figura 4.12: Fresh Air Breathing Apparatus (BA) MSA.


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4.3.1.3 Aparelho de proteção respiratória de ar respirável comprimido

É um equipamento que possui uma válvula projetada para manter leve pressão positiva
dentro da máscara, o que não garante que os gases perigosos vazem para dentro da máscara,
se os cuidados necessários não forem tomados. Antes da entrada no espaço confinado, é
necessário o ajuste correto da máscara à face do usuário e que seja previamente testada
quanto à perfeita vedação (teste de vedação). Testes efetuados indicam ser virtualmente
impossível impedir vazamento contínuo durante as operações em faces não adequadamente
barbeadas.

Esse tipo de respirador é apresentado em duas formas distintas, a seguir.

 1. Respiradores de Adução de Ar tipo Linha de Ar Comprimido (Airline Breathing


Apparatus – ALBA)

A maioria dos conjuntos de máscaras de ar comprimido pode ser usada na versão linha
de ar, por meio da qual o cilindro de ar comprimido e a válvula redutora de pressão são
colocados fora da atmosfera contaminada e conectados à máscara facial e válvula de controle
por uma mangueira de ar. À custa da redução de seu raio de ação e da necessidade de um
cuidado adicional na condução da mangueira de ar, o usuário é aliviado do peso e do volume
do cilindro de ar e sua autonomia operacional pode ser prolongada pela mudança no arranjo
dos cilindros e pelo uso de grandes cilindros de ar, de fornecimento contínuo.

É utilizado para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração IPVS –
Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde – e em ambientes confinados.

 2. Máscara Autônoma de Circuito Aberto ou Fechado (Self-Contained Breathing


Apparatus – SCBA)

Nesse equipamento o usuário carrega o ar em um cilindro de ar comprimido a uma


pressão inicial entre 135 e 200bar. A pressão é reduzida na saída do cilindro para cerca de
5bar e alimentada para a máscara facial, conforme exigido pela respiração do usuário através
de uma válvula de demanda que fornece uma ligeira pressão positiva no interior da máscara.

A sua autonomia depende da capacidade do cilindro de ar e da demanda respiratória. Um


equipamento típico que fornece cerca de 30 minutos de ar (com esforço físico), pode pesar
aproximadamente 13 kg e o cilindro, que é carregado nas costas, pode dificultar os
movimentos do usuário dentro de um espaço confinado. Quando apropriadamente ajustado é
de operação simples e automática.

O indicador e o alarme são os dispositivos que irão alertar quanto à diminuição do


suprimento de ar. Observe a Self-Contained Breathing Apparatus (SCBA) na figura 4.13.

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Figura 4.13: Self-Contained Breathing Apparatus (SCBA) MSA.

Vamos lá! Continue! Recupere a força, a respiração e siga em frente!

4.3.1.4 Equipamento de proteção respiratória tipo filtro

São filtros substituíveis acoplados às máscaras, capazes de filtrar os contaminantes


respiratórios de determinada atmosfera onde haja oxigênio suficiente para as pessoas e que
funcionam durante a respiração normal do usuário. O tipo de filtro deve ser escolhido de acordo
com a concentração do gás ou gases tóxicos existentes na atmosfera.

Para isso, existem filtros para um único tipo de gás ou para mais de um tipo de gás.
Esses filtros são adequados somente para concentrações de gás relativamente baixas e, uma
vez utilizados, não há meio seguro de se avaliar a capacidade restante do filtro.

Observe a figura 4.14.

Figuras 4.14: Filtros e máscara facial inteira com filtro para mais de um tipo de gás tóxico acoplado.

Se o ambiente considerado tiver uma atmosfera IPVS (Imediatamente Perigosa à Vida ou


à Saúde), ou caso não se possa garantir que não seja, então um respirador adequado deverá
ser usado.

4.3.2 Roupas e equipamentos de proteção

Além dos equipamentos de proteção individual básicos para as tarefas mais comuns a
bordo, os tripulantes que estiverem envolvidos nas operações de manuseio de carga deverão
usar equipamentos de proteção individual adequados aos perigos de cada operação. Esses
equipamentos, entre outros, constam de: aventais, luvas especiais com mangas longas e
calçados (resistentes às substâncias químicas), além de óculos e proteção facial contra
respingos químicos.
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Adicionalmente às roupas de proteção respiratória, também devem ser utilizadas roupas
protetoras para o corpo todo para quando se precisar entrar em locais onde possam ser
encontrados resíduos perigosos das cargas.

Os tipos de roupas de proteção variam desde as que oferecem proteção contra respingos
até as roupas completamente fechadas, com pressão positiva, que normalmente são
incorporadas ao capacete, luvas e calçados. Essas roupas também podem ser resistentes a
baixas temperaturas e a solventes.
É desejável que as roupas que oferecem proteção total sejam usadas quando for entrar
em espaços confinados que contenham gases tóxicos, tais como amônia, cloro, óxido de
etileno, óxido de propileno, VCM ou butadieno.

4.3.2.1 Armazenamento e manutenção dos equipamentos de segurança e proteção.

Lembre-se:

As roupas de trabalho e os equipamentos de proteção em uso devem ser


mantidos em local de fácil acesso, fora dos espaços das acomodações, exceto
as roupas e os equipamentos novos ou os que passaram pelo processo de
higienização. Esses materiais poderão ser guardados em espaços dentro das
acomodações desde que sejam espaços segregados das áreas comuns.

O equipamento de proteção individual adicional para produtos químicos deve ser usado
sempre em qualquer operação que ofereça perigo de contato das pessoas com as substâncias.
Devem ser regularmente inspecionados e mantidos prontos para uso imediato.

Alguns equipamentos de proteção individual podem apresentar determinado grau de


dificuldade em sua utilização. Por essa razão, e para possibilitar sua utilização de forma rápida
e segura durante as emergências, as tripulações devem ser submetidas a treinamentos
regulares que devem ser ministrados por pessoas previamente treinadas.

Os cilindros de ar respirável destinados aos treinamentos devem ser marcados de forma


diferenciada para que apenas os cilindros totalmente cheios sejam utilizados nas emergências.
A pressão dos cilindros deve ser regularmente verificada e os que não se encontrarem
totalmente cheios devem ser imediatamente recarregados.

4.3.2.2 Conjunto completo de equipamentos de segurança

Os navios que transportam cargas tóxicas devem dispor de, pelo menos, dois conjuntos
completos de equipamento de segurança que permitem a entrada do pessoal em um
compartimento com gás, para que se possa trabalhar por, pelo menos, 20 minutos.

Pare e pense!

Esses conjuntos completos são compostos, obrigatoriamente, por quais


equipamentos de segurança? Onde essa exigência está descrita?

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Esse equipamento é adicional às exigências da SOLAS II-2/10.10 e consiste em:

 um equipamento de respiração autônomo (para ar respirável e não oxigênio);


 roupa de proteção, botas, luvas e óculos de proteção;
 cabo guia à prova de fogo com cinto resistente as cargas transportadas; e
 lanterna à prova de explosão.

Para o equipamento descrito acima todos os navios deverão possuir:

 um conjunto reserva de garrafas de ar completamente carregadas para cada


equipamento de respiração;
 um compressor de ar especial capaz de fornecer ar comprimido de alta pressão e de
pureza aceitável (veja a figura 4.15);
 um dispositivo ou tomadas que facilitem o enchimento das garrafas de ar disponíveis
para os equipamentos autônomos de respiração; ou
 garrafas de ar disponíveis completamente carregadas com capacidade total de ar de,
pelo menos, 6.000 litros para cada equipamento de respiração autônomo acima
exigidos.

Figura 4.15: Compressor de ar respirável.

4.3.3 Ressuscitadores

Esse equipamento proporciona uma respiração rica em oxigênio para auxiliar na


recuperação de pessoas vitimadas por deficiência de oxigênio ou por gases tóxicos.

Os ressuscitadores são designados para uso como um aparelho de ventilação artificial e


ressuscitação cardiopulmonar. Os modernos ressuscitadores de oxigênio medicinal possuem
cilindros bastante leves, com um módulo de controle que os tornam de uso fácil e prático no
transporte para as áreas onde possam ocorrer acidentes respiratórios, tais como os espaços
confinados.

Consistem em uma máscara facial, cilindro com oxigênio pressurizado e controles


automáticos para evitar danos a vitima e dar alertas audíveis no caso de obstruções no
conduto de ventilação.

Observe a imagem de um ressuscitador portátil na figura a seguir.

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Figura 4.16: Ressuscitador portátil.

4.3.4 Equipamentos de salvamento e escape

Adicionalmente aos equipamentos de proteção respiratória, também são usados outros


equipamentos auxiliares para a segurança das operações de salvamento. São eles:

 detectores de gás:
1. oxímetro;
2. explosímetro; e
3. tankscop;

 lanternas aprovadas;
 sistema de comunicação (rádio) com bateria totalmente carregada; e
 cabos salva-vidas e suspensórios de segurança.

Figura 4.17: Equipamento de resgate (maca – alça – cabo de segurança).

Todos os equipamentos de detecção de gases devem estar recentemente calibrados e


ser testados imediatamente antes do uso.

Todos os tripulantes devem conhecer a localização desses equipamentos para não


perder tempo nas emergências.

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Figura 4.18: Kit de resgate de acidentado.

Por falar em ressuscitadores, está na hora de você alongar, se hidratar e recuperar


o ânimo. Agora o que você acha de verificar o que aprendeu sobre esses assuntos?

Teste seus conhecimentos, respondendo às perguntas que se seguem.

Tarefa 4.2

Responda:

4.2.1) O que são equipamentos de proteção respiratória tipo filtro?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.2.2) Defina EEBD.


____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________

Agora que você está mais animado e inteirado quanto aos equipamentos e
dispositivos de proteção, vamos aprender acerca das práticas e procedimentos para
garantir um trabalho seguro.

Vamos lá!

4.4 PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE TRABALHO SEGURO

A qualificação das pessoas para a prática da prevenção de acidentes deve sempre ser
levada em consideração na execução de qualquer tarefa. Essa qualificação é indispensável
para identificação e avaliação dos riscos e perigos, ou seja, as características agressivas em
máquinas, equipamentos, energias, matérias-primas etc., das diversas atividades com
possibilidade de causar acidentes ou doenças ocupacionais.

112
Todo trabalhador precisa saber identificar os riscos e os perigos de sua atividade para
que possa se proteger no desenvolvimento de suas tarefas. Portanto, antes de iniciar uma
tarefa, identifique os perigos para que possa realizá-la de maneira segura. O risco de um
acidente ocorrer será maior ou menor, conforme o próprio trabalhador souber se proteger dos
perigos identificados.

Durante a execução de tarefas, todos os procedimentos existentes devem ser


rigorosamente cumpridos, uma vez que são capazes de cobrir possíveis falhas de avaliação de
riscos e perigos por parte do executor.

4.4.1 Espaços confinados

Os tanques de carga são considerados espaços confinados, e as entradas nesses


espaços devem ser planejadas de acordo com a NR33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em
Espaços Confinados).

Você sabe qual é o principal objetivo da NR33?

É estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o


reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nesses espaços.

É vedada a designação para trabalhos em espaços confinados sem a prévia capacitação


do trabalhador. Todos os Trabalhadores Autorizados e Vigias devem receber capacitação
periodicamente, a cada doze meses e todos os Supervisores de Entrada devem receber
capacitação específica, com carga horária mínima de quarenta horas.

É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços confinados sem a


emissão da Permissão de Entrada e Trabalho – PET. É dever do empregador identificar os
espaços confinados adequadamente e os riscos específicos de cada um desses espaços.

Confira na figura 4.19.

Figura 4.19: Sinalização para identificação de espaço confinado.

Já aprendemos as principais normatizações quanto a entrada em espaços confinados.


Mas afinal, como definir esses espaços?

Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é
insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento
de oxigênio.

113
Quando se avalia a atmosfera de um tanque, busca-se obter informações no que se
refere aos riscos respiratórios que possam existir, tais como:

 tipo de atmosfera (seus constituintes);


 inflamabilidade;
 toxicidade;
 reatividade; e
 deficiência de oxigênio.

A atmosfera dos tanques deve ser avaliada sempre imediatamente antes de uma entrada
ser autorizada, durante as operações de inertização, desgaseificação e purga, e para verificar
uma condição de tanque livre de gás (gas-free). Além disso, para controle de qualidade do
produto, a atmosfera do tanque deve ser avaliada para garantir que sua atmosfera não o
contaminará.

Conheça, a seguir, as principais medidas técnicas de prevenção que devem ser adotadas
para entrar com segurança em espaços confinados:

a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas


não autorizadas;

b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;


c) proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e mecânicos;
d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e) implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos
em espaços confinados;
f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para
verificar se o seu interior é seguro;
g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos
trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço
confinado;
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os
trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se
as condições de acesso e permanência são seguras;
i) proibir a ventilação com oxigênio puro;
j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e
k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme,
calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de
radiofrequência.

A seguir, apresentamos outras recomendações preventivas que devem ser adotadas:

 os equipamentos fixos e portáteis (com alarme audiovisual), inclusive os de comunicação


e de movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços
confinados;

 em áreas classificadas, os equipamentos devem estar certificados ou possuir documento


contemplado no âmbito do INMETRO – Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade;

114
 as avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas do lado de fora do espaço
confinado;

 adotar as medidas específicas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou


explosão em trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou
outros que liberem chama, faíscas ou calor;

 adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação, soterramento,


engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática, queimaduras, quedas,
escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e outros que possam afetar a
segurança e saúde dos trabalhadores;

 a presença de vapores de carga e/ou gás inerte deve sempre ser suspeita em qualquer
espaço adjacente ao tanque ou ao equipamento de conexão ou de gás inerte;

 considerar a necessidade de uso de roupa de proteção, incluindo um equipamento de


respiração autônoma, cinto de segurança do tipo paraqueda e um colete ou roupas
refletiva;

 manter equipamentos de emergência a postos na entrada (equipamento de respiração,


linhas da vida, alça de resgate, maca e desfibrilador);

 registrar a entrada e a saída das pessoas desses espaços;

 manter a equipe de emergência preparada para resgate; e

 impedir a entrada de qualquer pessoa deverá entrar em um espaço confinado até que as
condições de trabalho sejam totalmente seguras. É responsabilidade do Comandante do
navio e do oficial de serviço garantir que essas condições sejam criadas.

Anote!

Se não for possível emitir o Certificado de livre de gás em razão da condição da


atmosfera, mais esforços devem ser feitos até que tal condição seja alcançada. O
uso de equipamento respiratório não é substituto em caso de não se conseguir
tornar o espaço livre de gás.

Você sabia que as permissões de entrada também precisam garantir, após a inspeção
visual, que o tanque ou espaço confinado está “livre de líquido”? É isto mesmo: os espaços que
contenham líquidos voláteis não podem ser considerados livres de gás.

As inspeções também devem ser efetuadas para se saber se há um acesso alternativo e


também para assegurar que não há conexões entre tanques. Se tais conexões existirem, então
ambos os tanques devem ser tornados livres de gás e certificados simultaneamente. De outra
forma, eles devem ser isolados fisicamente por meio de flanges cegos instalados nas conexões
que os unem. Válvulas não são consideradas meios eficazes de efetivo isolamento físico entre
esses tanques.

Antes da entrada de algum membro da tripulação em qualquer espaço confinado do


navio, o Comandante, os Chefes de Seções e a Equipe do Passadiço devem ser informados.

Além do Equipamento de Proteção Individual obrigatório para a tarefa que será realizada,
tais como, capacete, luvas, sapatos ou botas de segurança etc., a entrada em espaço
confinado exige também:

115
1. máscara de fuga de 10 minutos;
2. monitor pessoal de O2;
3. lanterna do tipo aprovado; e
4. rádio VHF portátil.

Se for necessário entrar em espaço confinado usando o equipamento de respiração


autônoma, o tripulante deve ter os seguintes cuidados:

1. não deve retirar a máscara;


2. deve sinalizar regularmente;
3. verificar o tempo de permanência; e
4. sair do compartimento usando a mesma rota de entrada.

Em caso de acidente, o procedimento será:


1. acionar o alarme;
2. contatar a equipe de resgate e ativar o plano de resgate;
3. vestir o aparelho de respiração autônoma e a roupa de proteção; e
4. ninguém na equipe de resgate deverá retirar as máscaras para ajudar os acidentados.

Na situação de entrada em espaços confinados, o papel da pessoa em espera na entrada


é ser um “elo” na cadeia de comunicação. Experiências mostram que essa pessoa sofre
grande pressão psicológica para fazer ela mesma a operação de resgate, sem atraso e muitas
vezes o faz sem sequer dar o alarme.

Treinamento e exercícios frequentes com a equipe de


resgate devem ser efetuados para evitar erros ocasionais.

4.4.2 Prevenção de acidentes antes e durante reparos e de manutenção

A experiência tem mostrado que os trabalhos de manutenção podem resultar em


acidentes sérios, causando perdas materiais, contaminações ambientais e até mesmo a morte
de pessoas envolvidas. Na realidade, o problema não é a manutenção em si, mas a
preparação para a manutenção. Muitas vezes, os procedimentos adotados nessa preparação
não são os adequados.

Em outras situações, os procedimentos adequados estão disponíveis, mas não são


seguidos. Alguns exemplos de erros típicos de preparação:

 o equipamento não está devidamente identificado, assim o equipamento errado é aberto;

 o equipamento ainda pode conter produtos perigosos, ao ser liberado para a


manutenção e os testes necessários para verificar a presença desses produtos não
foram feitos de maneira adequada; e/ou

 o pessoal da manutenção pode não ter sido alertado dos perigos existentes, ou mesmo
tendo sido alertados, não seguiram os procedimentos necessários.

116
Vamos, agora, às práticas e aos procedimentos característicos dos trabalhos a
quente, a frio e com eletricidade!

4.4.2.1 Trabalho a quente

É qualquer trabalho com a utilização de instrumentos ou aparelhos que gerem energia


ou calor suficiente para iniciar a combustão de materiais ou a ignição de misturas explosivas.
Observe a figura 4.20.

Figura 4.20: Trabalho a quente (centelhas incendiárias geradas por esmerilhamento).

Nos navios-tanques os serviços a quente não devem ser efetuados nas áreas com
risco de gás. É preciso garantir, durante todo o tempo, ausência total de resíduos oleosos,
materiais combustíveis e/ou misturas explosivas. Devem ser consideradas alternativas como
efetuar serviços a frio ou a remoção da peça para a oficina mecânica. Não se podem autorizar
trabalhos a quente se não é possível garantir condição adequada durante todo o tempo de
execução do serviço.

Devem ser levadas em conta a possibilidade da presença de vapor de hidrocarboneto na


atmosfera e a existência de fontes potenciais de ignição para o trabalho “a quente” fora das
oficinas da praça de máquinas. Os principais perigos do trabalho a quente são os incêndios e
as explosões.

São considerados trabalhos a quente:

 trabalhos com solda elétrica;


 cortes com maçarico ou disco;
 esmerilhamentos;
 uso de agulheiros e furadeiras pneumáticas e marteletes manuais e pneumáticos; e
 intervenção em componentes e equipamentos elétricos em zonas perigosas.

Agora que você identificou as atividades classificadas como trabalhos a quente,


apresentamos as precauções acerca dessas ações:

a) observar a condição de limpeza quanto à presença de resíduos oleosos e materiais


inflamáveis;
b) garantir que a atmosfera da área esteja com oxigênio de 20,8% (em volume) e o % de
LEL inferior a 1%;

117
c) para serviços a quente com o uso de equipamento de corte e solda oxiacetilênica e
solda elétrica, devem ser mantidos, próximo à área, equipamentos portáteis de
combate a incêndio, pronto para uso; e
d) utilizar EPIs ( NR6 do Mte) adequados à tarefa em questão.

4.4.2.2 Trabalho a frio

Trabalho a frio é qualquer trabalho em que não existe a possibilidade de ser gerada uma
fonte de ignição. Porém, oferece elevado risco ao indivíduo, ao meio ambiente e ao navio.

São classificados como trabalhos a frio:

 trabalhos como manutenção e reparos em redes, válvulas, equipamentos e acessórios


em zonas perigosas; e
 manutenção e reparos em redes, válvulas, equipamentos e acessórios do sistema de
água salgada na praça de máquinas que implicar alagamento do compartimento e
pintura em ambientes fechados.

4.4.3 Segurança em trabalhos com eletricidade

A corrente elétrica é agressiva ao homem e pode causar incêndios e explosões e,


portanto, graves consequências. Como precaução de segurança geral, é fortemente
recomendável o uso de dispositivos mecânicos de travamento e de etiquetas de segurança.

Nenhum trabalho deverá ser executado em qualquer equipamento ou fiação, nem


qualquer caixa à prova de chama e à prova de explosão deverão ser abertas, nem as
características especiais de segurança proporcionadas com o equipamento padrão deverão ser
reduzidas, até que toda a alimentação para o equipamento ou respectiva fiação tenha sido
cortada. A "voltagem" não deverá ser religada até que o trabalho tenha sido completado e as
medidas de segurança acima tenham sido restabelecidas inteiramente.

Os serviços de eletricidade só devem ser efetuados por pessoal qualificado e utilizando


EPIs e ferramentas com isolamento adequado às tensões envolvidas. A realização de serviços
de eletricidade em zonas perigosas deve ser precedida da emissão de uma PT (Permissão de
Trabalho) para serviço a quente.

Antes de iniciar o serviço, é necessário que o circuito em questão seja desalimentado


através da remoção de fusíveis ou pelo travamento mecânico dos disjuntores, que o circuito
esteja totalmente desenergizado, que não possa ser alimentado de outro local e que seja
cumprido o procedimento de utilização de etiquetas de advertência.

Figura 4.21: Disjuntor desligado e etiqueta de advertência.


118
Não desista! Continue navegando na Unidade 4, que
objetiva tratar da sua segurança a bordo!

Continue estudando!

4.4.4 Lista de Verificação de Segurança Navio/Terminal

A responsabilidade e deveres para a conduta segura das operações, enquanto o navio


está no terminal, são compartilhadas em conjunto entre o comandante do navio e o
representante do terminal. Antes de as operações de carga e lastro iniciarem, o comandante,
ou seu representante, e o representante do terminal devem:

 acordar por escrito os procedimentos de movimentação, incluindo as vazões máximas


de carregamento ou descarga;
 acordar por escrito as ações a serem tomadas nos casos de emergência durante as
operações de movimentação; e
 completar e assinar a Lista de Verificação de Segurança Navio/Terminal.

Os terminais podem querer emitir uma carta explicativa para o comandante de navios
visitantes, advertindo sobre as expectativas do terminal com relação à responsabilidade
conjunta para a condução segura das operações, e solicitando a cooperação e compreensão
do pessoal do navio-tanque.

Você sabe quais são os pontos importantes a serem tratados na Lista de


Verificação?

Então, vamos aprender agora!

4.4.4.1 Orientação de uso

A responsabilidade e os deveres para as declarações contidas na Lista de Verificação de


Segurança Navio/Terminal estão atribuídas no documento. A aceitação da responsabilidade é
confirmada pelo preenchimento do espaço designado e finalmente ao assinar a declaração no
final da Lista de Verificação. Uma vez assinada, a Lista de Verificação detalha as bases
mínimas para operações seguras, conforme acordada através da troca mútua de informações
críticas.

O Oficial Responsável deve pessoalmente verificar todos os tópicos das


responsabilidades do navio-tanque. Igualmente, o Representante do Terminal deve
pessoalmente, verificar todos os tópicos de responsabilidade do terminal. No comprimento
dessas responsabilidades, os representantes devem assegurar que os padrões de segurança
em ambos os lados da operação são completamente aceitáveis.

119
4.4.4.2 Composição da Lista de Verificação

A Lista de Verificação de Segurança Navio/Terminal é composta de quatro partes, as


duas primeiras (Partes “A” e “B”) são referentes à transferência de líquidos a granel. Isso é
aplicável para todas as operações. A Parte “A” identifica as exigências de verificações físicas e
a Parte “B” identifica elementos que são verificados verbalmente.

A Parte “C” contém tópicos adicionais relacionados à transferência de Químicos Líquidos


a Granel e a Parte “D” contém aqueles para os Gases Líquidos a Granel.

A segurança das operações exige que todas as declarações relevantes sejam


consideradas e as responsabilidades e deveres associados para a conformidade sejam
aceitos, conjuntamente ou individualmente. Onde ambas as partes não estão preparadas para
aceitar um dever designado, um comentário deve ser feito na coluna denominada
“observações” e deve ser avaliado se as operações podem continuar.

Preste atenção!

Onde um item em particular é considerado não aplicável ao navio, ao terminal


ou à operação planejada uma notificação deve ser feita na coluna de
“observações”.

4.4.4.3 Código dos itens

A presença das letras “A”, “P” ou “R” na coluna intitulada “Códigos” indica o seguinte:

A (“Aceitação” (Agreement) => isso indica a concordância ou procedimentos que devem


ser identificados na coluna de “Observações” da Lista de Verificação ou comunicado de alguma
forma mutuamente aceita;

P (“Permissão” (Permission) => em caso de resposta negativa, as declarações


codificadas com ‘P’, operações não devem ser conduzidas sem a permissão escrita das
autoridades apropriadas;

R (“Verificar Novamente” (Re-check) => indica itens a serem reverificados em intervalos


apropriados, conforme concordado por ambas as partes, em períodos descritos na declaração.

A declaração conjunta não deve ser assinada até que ambas as partes tenham verificado
e aceito suas responsabilidades e deveres designados.

É Hora de beber uma xícara de café, recobrar o fôlego e depois recordar o que aprendeu,
você não acha?

120
Tarefa 4.3

Leia atentamente e responda as questões a seguir:

4.3.1) Qual o principal objetivo da NR33?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.2) Identifique e descreva o principal cuidado que deve ser tomado antes de iniciar
trabalhos em eletricidade.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Vamos, então, conhecer as operações de combate a incêndios, objetivando a


continuidade da garantia da segurança da tripulação.

Vamos lá!

4.5 OPERAÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIOS

4.5.1 Prevenção de incêndios

Também é de sua responsabilidade!

Os procedimentos de prevenção implementados a bordo do navio devem ser do


conhecimento de todos os tripulantes, que também devem estar aptos a agir
nos casos de incêndio nos terminais, de forma que todos possam auxiliar no
combate, evitando maiores danos.

No entanto, é de responsabilidade do Comandante e dos oficiais por ele designados a


detecção e correção de irregularidades que venham a contribuir para o risco de incêndio
durante todas as operações desenvolvidas pelo navio quer esteja em viagem ou quer atracado
nos terminais. Contudo, a tripulação deve ter comportamento seguro de modo a colaborar com
a eliminação dos riscos de incêndio e explosão.

Os equipamentos de combate a incêndio devem ser mantidos, o tempo todo, em


perfeitas condições de funcionamento para que não falhem nas emergências, assim como
todos das equipes de combate a situações de emergências devem estar suficientemente
treinados e em bom estado de saúde física e emocional.

As normas de segurança e meio ambiente próprias dos terminais devem ser conhecidas
e cumpridas também pelas tripulações dos navios atracados.

121
Observação Importante!

Uma boa prevenção de incêndio inclui a limitação da presença de materiais


combustíveis a bordo bem como o manuseio seguro daqueles existentes para
atender a demandas de serviço.

O transporte de cargas inflamáveis sujeita o navio ao risco de incêndio uma vez que não
se pode eliminar totalmente a possibilidade do líquido ou seu vapor escapar. A carga inflamável
vai sempre existir assim como o ar atmosférico na área da carga. Desse modo, só nos resta
eliminar as possibilidades de fontes de ignição, para que não venha a surgir ao mesmo tempo
de um vazamento de gás ou líquido.

4.5.2 Agentes de extinção de incêndio em gases liquefeitos

Para o controle de incêndios especificamente em gases liquefeitos, é essencial que a


fonte de combustível seja eliminada. Se esta fonte não puder ser isolada, é mais seguro deixar
que o gás queime enquanto se faz o resfriamento das áreas próximas com água, prevenindo
que o fogo se alastre. Caso a chama seja apagada sem que o combustível seja cortado,
haverá acúmulo de gás na área, com grande risco de explosão e grave alastramento do
incêndio.

Quando GNL ou GLP vaza, 30% irá evaporar rapidamente, formando uma nuvem de
vapor e o resto formará uma poça no convés. Se a nuvem de vapor incendiar, será
rapidamente consumida e a chama, como um flash, irá para a área da poça e a envolverá
completamente. O calor das chamas, então, será irradiado sobre a superfície da poça,
aumentando o grau de vaporização do líquido. O vapor desprendido alimentará as chamas e
aumentará sua altura até que atinja uma altura máxima. Nesse ponto, é alcançado um
equilíbrio com relação à poça que se formou limitando essa máxima altura.

4.5.3 Extinção de incêndios

Fogo é um processo de combustão que se desenvolve em alta velocidade acompanhado


de desprendimento de energia sob a forma de luz e calor. Chama-se de fogo ao resultado de
um processo exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto orgânico, como o papel, a
madeira, plástico, gás de hidrocarboneto, gasolina e outros, suscetíveis à oxidação, em contato
com uma substância comburente, como o oxigênio do ar, por exemplo, ao atingir a energia de
ativação, também conhecida como temperatura de ignição, entra em combustão.

A energia para inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de
uma chama. Iniciada a reação de oxidação, também denominada combustão ou queima, o
calor desprendido pela reação mantém o processo em atividade.

A combustão, portanto, nada mais é do que a oxidação em que um material combustível


reage na presença de oxigênio e, ao ser exposto a uma fonte de calor, resulta na liberação de
energia na forma de chama aquecida, luminosidade e gases.

122
Para que haja fogo, é necessária a combinação de três elementos básicos: combustível,
oxigênio e temperatura. Esses elementos podem ser representados pela figura geométrica que
chamamos de “Triângulo do Fogo”:

 combustível;
 comburente (oxigênio do ar); e
 calor (temperatura de ignição).

Figura 4.22: Triângulo do fogo.

Modernamente, adota-se um quarto elemento, que é a reação em cadeia, formando,


então, o chamado “Quadrilátero do Fogo”. Após seu início, a combustão é sustentada pelo
calor produzido durante o processamento da reação. O calor radiado, agindo sobre o
combustível, provoca sua decomposição em partículas menores que, ao se combinarem com o
oxigênio, queimam-se, radiando outra vez calor para o combustível, criando, assim, um ciclo
autossustentável. E, assim, o fogo continua agindo em um corpo (combustível), decompondo-o
em partes cada vez menores.

Você saberia classificar os tipos de incêndio? Para conhecê-los e aprender as formas


corretas de combate a cada um deles, continue estudando!

4.5.3.1 Classificação dos incêndios

A classificação dos incêndios é feita de acordo com os materiais envolvidos, bem como a
situação em que se encontram. É importante classificarmos os incêndios para que possamos
escolher o método de extinção e o agente extintor adequados. A classificação adotada no
Brasil foi elaborada pela NFPA – National Fire Protection Association.

Saiba Mais!

A NFPA é uma organização internacional de desenvolvimento de normas


fundada em 1896 para proteger pessoas, bens e o meio ambiente contra os
efeitos danosos de incêndios. É hoje a principal fonte de informações em todo
mundo para o desenvolvimento e disseminação de conhecimento sobre
segurança contra incêndio e proteção da vida. Sua sede está localizada na
cidade de Quincy, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos.

123
Os incêndios são classificados da seguinte forma:

CLASSE “A”

São incêndios em materiais de fácil combustão. Possuem a característica de queimarem


em sua superfície e em profundidade (o fogo penetra no material combustível). Deixam muitos
resíduos (brasas ou cinzas). Exemplo: madeira, papel, tecidos, borracha, etc.

Figura 4.23: Incêndio Classe “A”.

CLASSE “B”

São aqueles que possuem as características de queimar somente na sua superfície, não
deixando resíduos. O fogo alastra-se por toda sua superfície em grande velocidade.
Necessitam de grandes quantidades de oxigênio para seu desenvolvimento e geram bastante
calor. Verificam-se nos líquidos inflamáveis, como, por exemplo: óleo, querosene, graxas,
vernizes, tintas, acetonas, cera e gases, como o butano, metano e propano.

Figura 4.24: Incêndio Classe “B”.

CLASSE “C”

São incêndios que acontecem em equipamentos elétricos e/ou eletrônicos energizados.


Alguns aparelhos permanecem com carga (energia) acumulada durante algum tempo, mesmo
que já tenham sido desligados. Sendo assim, é denominado incêndio Classe “C” qualquer
incêndio que envolva equipamento elétrico e/ou eletrônico, ainda que já tenha sido desligado.

Figura 4.25: Incêndio Classe “C” (tomada elétrica em curto).

124
CLASSE “D”

São aqueles que ocorrem envolvendo materiais pirofóricos (metais). É caracterizado por
uma queima em altas temperaturas e de intensa luminosidade. Exemplos: magnésio, titânio,
zircônio, sódio, lítio, cádmio, etc.

Figura 4.26: Incêndio Classe “D”.

O assunto tratado nesta Unidade é extremamente


relevante em sua atividade a bordo, portanto, não desanime,
toda a força avante, pois estamos quase chegando ao porto
de destino.

4.5.3 2 Fontes de ignição

As possíveis fontes de ignição são controladas na área da carga pela instalação de


equipamentos intrinsecamente seguros e pela utilização apenas de equipamentos aprovados
para áreas inflamáveis. Os trabalhos a quente, que certamente produzirão fontes de ignição
capazes de iniciar a combustão de certos vapores, devem ser proibidos durante as operações
e, quando autorizados, apenas mediante a emissão de uma Permissão para Trabalho (PET),
emitida após uma avaliação, contemplando a identificação dos perigos e riscos e as medidas
de controle.

Você sabe quais são as principais fontes de gases inflamáveis da carga?

Confira a sua resposta!

As principais fontes de emissão de gases inflamáveis da carga são os vazamentos pelas


bombas, flanges de conexão, mangotes, válvulas de alívio, bocas de lavagem, bocas de
medição, etc.

Uma mistura de vapor da carga e ar não entrará em ignição a menos que as proporções
de ambos formem a faixa inflamável. Os limites dessa faixa (LII e LSI) variam para cada carga.
Nas concentrações abaixo (mistura pobre) ou acima (mistura rica) desses limites, esses
vapores não entrarão em combustão. Porém, as concentrações acima do limite superior
poderão ser diluídas com ar até que entrem na faixa inflamável. Como bolsões de ar podem ser
encontrados em qualquer sistema, haverá sempre a possibilidade de que isso ocorra.

125
A maioria das fontes de ignição a bordo dos navios de gás tem sua temperatura superior
à temperatura de autoignição da maioria dos gases liquefeitos que transportam, que variam de
165oC para o acetaldehyde a 630oC para o methyl chloride.

As temperaturas das fontes de ignição mais comuns são: chama de um palito de fósforo
e de uma centelha elétrica cerca, de 1.100oC, e a brasa de um cigarro de 300 a 800oC.

4.5.3.3 Procedimentos básicos para o controle dos incêndios

Os métodos de extinção do fogo se baseiam na remoção ou redução de um ou mais


elementos que constituem o triângulo do fogo. Levando-se em consideração também a
existência do quarto elemento, a reação em cadeia, que passa a fazer parte do quadrilátero do
fogo, a extinção poderá ocorrer de quatro maneiras:

 resfriamento (redução da temperatura);


 abafamento (remoção do oxigênio);
 isolamento (eliminação do suprimento de combustível); e
 quebra da reação em cadeia (inibição do processo de queima).

O resfriamento consiste em reduzir a temperatura do material abaixo da temperatura de


ignição ou até um ponto determinado em que não ocorra a emanação de vapores inflamáveis.
É mais eficiente para sólidos em geral.

O abafamento consiste na supressão do oxigênio ou na diminuição da sua concentração


às proximidades do combustível para um valor abaixo de 16%. Não havendo o comburente,
não haverá combustão, exceto naquelas substâncias que não têm oxigênio em sua
composição molecular e que queimam sem necessidade de oxigênio, como o fósforo branco ou
amarelo. É mais eficiente nos líquidos inflamáveis.

O isolamento consiste na retirada do combustível que está alimentando a combustão,


podendo ser parcial ou total, diminuindo o tempo de duração do incêndio ou o extinguindo
completamente.

A quebra da reação em cadeia consiste na introdução de determinadas substâncias à


reação química da combustão com o propósito de inibi-la. É criada uma condição especial em
que o combustível e o comburente perdem ou têm muito reduzida a capacidade de manter a
reação em cadeia.

A reação somente permanece interrompida enquanto houver a presença do agente


extintor, pelo que se faz necessário mantê-lo até o resfriamento natural da área ou até que se
proceda ao resfriamento pelos métodos conhecidos.

Já que aprendemos a classificar e prevenir os incêndios, chegamos a um ponto muito


importante desta unidade! Vamos tratar dos métodos de combate a incêndios que são
essenciais para atuação correta em casos de acidentes. Toda atenção deve ser dedicada a
esse assunto!

126
4.5.3.4 Métodos de combate a incêndio

 Água

A água é o mais conhecido e utilizado agente extintor devido à sua fácil disponibilidade,
eficiência e baixo custo. A água pode ser aplicada na forma de jato sólido, neblina de alta
velocidade ou de baixa velocidade (spray). Na forma de neblina, também pode proteger o
pessoal de combate do calor irradiado pelo incêndio.

A água reage, evaporando-se em contato com altas temperaturas, aumentando o seu


volume em até 1.700 vezes. Com esse aumento cria-se um bolsão de vapor d’água,
deslocando-se no ar, diminuindo a quantidade de oxigênio e resfriando o material, reduzindo a
temperatura para valores abaixo do seu ponto de fulgor, evitando reignição.

Figura 4.27: Caixa de incêndio (mangueira – esguicho – chave).

É indicada para incêndios Classe A.

Por ser excelente condutor de eletricidade, a água nunca deverá ser utilizada nos
incêndios da Classe C. Determinados produtos químicos reagem perigosamente com a água e,
por esse motivo, ela não poderá ser usada como agente extintor nos incêndios com essas
substâncias.

Nos incêndios com gás liquefeito, nunca deve ser lançada diretamente na poça de
líquido, uma vez que essa ação aumentará a vaporização, causando violenta e incontrolável
ebulição do líquido.

O sistema de borrifo (dilúvio) com o qual os navios de gás são equipados cobre a área de
carga no convés e a parte frontal da superestrutura. São projetados para proteger a carga e as
acomodações do calor irradiado no caso de incêndio a bordo. O sistema de borrifo é a primeira
linha de defesa contra incêndios, uma vez que a água pode absorver grandes quantidades de
calor, que é seu primeiro objetivo.

Se houver vazamento de líquido, sem chamas, deve ser avaliado se o sistema de borrifo
do convés deve ou não ser acionado. Se o sistema for acionado, haverá uma rápida geração
de vapor, uma vez que o gás líquido ganhará calor ao ser atingido pela água.

Em qualquer incêndio envolvendo vazamento de GNL ou GLP, as seguintes ações


devem ser adotadas:

127
 a chama não deve ser apagada até que a fonte de líquido tenha sido eliminada;
 a principal ação da equipe de emergência será resfriar os equipamentos sob risco e
toda a área sobre a qual a chama irradia calor;
 se possível, a aproximação deve ser feita a favor do vento; e
 todos os esguichos devem ser do tipo variável de borrifo a jato sólido. A aproximação
deve ser feita com os esguichos na posição máxima de borrifo para proteger o pessoal
do calor irradiado. Quando próximo da fonte de vazamento, os esguichos devem ser
ajustados de forma a direcionar a água em maior quantidade para o fogo, porém
sempre evitando formar jato sólido.

 Pó químico seco

O principal equipamento de proteção exigido pelo Código IGC é a instalação de um


sistema de pó químico seco de capacidade suficiente para extinguir incêndios a bordo.

Esses sistemas tanto podem utilizar monitores (10 kg/s) quanto mangueiras manuais com
pistolas de pó (3,5 kg/s). As mangueiras são instaladas em estações distribuídas de forma a
cobrir toda a área da carga. Os monitores são instalados para proteger os manifolds e podem
ser acionados tanto no local quanto remotamente. O sistema é pressurizado com nitrogênio até
alcançar a pressão adequada para distribuir esse pó aos canhões e linhas de mangueiras
manuais.

O pó químico seco é um mistura de sais diferentes de ácidos, principalmente bicarbonato


de sódio, com aditivo de proteção contra umidade para melhorar o armazenamento. É um pó
composto de finíssimas partículas, produzido à base de bicarbonato de sódio ou bicarbonato
de potássio.

É o agente mais indicado para incêndios da Classe B, que envolvem líquidos


inflamáveis. Em razão de o pó químico ser um mau condutor de eletricidade, também poderá
ser utilizado, alternativamente, em incêndios da Classe C, podendo, contudo, danificar os
equipamentos devido aos resíduos que deixa sobre o material. Também pode ser utilizado em
incêndios da Classe A, dependendo do material combustível, embora não seja muito eficaz por
não possuir propriedades de resfriamento.

Esse sistema é um meio altamente efetivo para extinguir incêndios em gás inflamável.
Quando o pó chega até ao fogo, este se apaga quase que imediatamente, isolando o
combustível do oxigênio. Em contato com o material aquecido, parte do pó se decompõe, o que
acaba auxiliando na extinção do incêndio por abafamento, porém sua real propriedade
extintora é por quebra da reação em cadeia, pela absorção de radicais livres do processo de
combustão.

O pó químico seco tem baixo efeito resfriador e seu uso pode ser ineficiente em
superfícies metálicas quentes, quando o fogo poderá facilmente reiniciar. A reignição dessas
superfícies pode ser evitada pelo resfriamento com água previamente à ação de extinção das
chamas com pó químico seco.

128
Em resumo, o pó químico seco tem as seguintes características:

 é um bom agente abafador;


 atua como inibidor da propagação das chamas;
 pode ser usado em plantas com utilizam eletricidade;
 não é tóxico;
 é de baixo efeito resfriador; e
 não deve ser usado em equipamentos eletrônicos nem em painéis de controle.

Observe a seguir, as figuras 4.28 e 4.29, que ilustram esse assunto.

Figura 4.28: Vaso de pressão para pó químico seco.

Figura 4.29: Estação de pó químico (mangueira – esguicho – acionador).

 Espuma

A espuma não apaga incêndios em gases liquefeitos embora sua utilização proporcione
efeitos benéficos no controle desses incêndios. Porém, apenas em áreas delimitadas e, para
ser eficaz, é necessário que seja aplicada em camadas de profundidade considerável, de cerca
de 1 a 2 metros. Por essa esta razão, só é encontrada nos terminais e não é prevista para
navios de gás. Observe as figuras a seguir.
129
Figura 4.30: Reservatório de LGE (líquido gerador de espuma).

Figura 4.31:Canhão monitor de espuma.

 Gás Inerte

Gás inerte (ou nitrogênio) é comumente usado em navios de gás e em terminais para a
inertização permanente dos espaços entre barreiras ou para proteger outros espaços
relacionados à carga. Esses espaços incluem os espaços vazios nos navios e os espaços
fechados das plantas em terra, que são normalmente cheias de ar, mas onde gases podem ser
detectados.

Em razão da baixa vazão na qual o GI pode ser fornecido, ele não é normalmente usado
para uma rápida inertização de um espaço fechado no qual esteja ocorrendo um incêndio. Por
essa razão, é utilizado o CO2 em garrafas com alta pressão através de múltiplas bocas de
descarga.

 Dióxido de carbono, anidrido carbônico ou gás carbônico (CO2)

O dióxido de carbono é um gás inerte, mais pesado do que o ar, e não condutor de
eletricidade. É chamado de agente limpo por não deixar resíduos após ser utilizado. É um
excelente agente para extinção de incêndios da Classe C, podendo também ser utilizado em
incêndios da Classe B que envolvam líquidos inflamáveis.

A extinção do incêndio por CO2 é feita pelo deslocamento do oxigênio até um nível no
qual uma combustão não se mantenha. Porém, é essencial que todo o pessoal seja evacuado
antes do espaço ser alagado uma vez que é um agente asfixiante. A injeção de CO2 gera

130
eletricidade estática e sempre haverá o risco de ignição, caso seja disparado inadvertidamente
ou como prevenção em uma atmosfera inflamável.

Veja a seguir na figura 4.32.

Figura 4.32: Sistema fixo de CO2

Em resumo, o dióxido de carbono tem as seguintes características:

 é um excelente agente extintor;


 pode ser usado nos incêndios em equipamentos elétricos e instrumentos;
 não deve ser utilizado em atmosferas inflamáveis uma vez que gera eletricidade
estática; e
 por ser um agente asfixiante, todas as pessoas no espaço a ser alagado devem ser
previamente evacuadas.

 Halon

Os compostos halogenados são chamados de agentes limpos e atuam por quebra da


reação em cadeia. Existem o halon 1211, 1301 e halon 2402. Quando liberados, formam uma
nuvem de gás com aspecto incolor, inodoro e com densidade cinco vezes maior que a do ar.
São utilizados em incêndios Classe B e Classe C. Deverão ser proibidos os sistemas fixos de
extinção de incêndio que utilizam halon 1211, 1301 e 2402 e perfluorcarbonos. Os sistemas
existentes estão em vias de substituição total por força do Protocolo de Montreal (1987) devido
à sua implicação na destruição na camada de ozônio.

Também existem os agentes halogenados, que são soluções alternativas ao halon. Trata-
se de substâncias do grupo dos “refrigerantes” e atuam sobre o fogo por arrefecimento e em
parte por inibição da reação em cadeia. Esses produtos contêm elementos ou compostos de
flúor, cloro, bromo ou iodo, mas, contrariamente ao que sucede com os halons, não induzem à
degradação da camada de ozônio.

Os agentes halogenados modernos apresentam a vantagem de não serem tóxicos nas


concentrações em que são utilizados, pelo que os seus fabricantes anunciam a sua total
compatibilidade com a presença de pessoas.

Esses agentes são efetivamente muito eficientes, pelo que, relativamente aos gases
inertes, por exemplo, requerem um volume muito menor de gás para a instalação fixa,
permitindo baterias de cilindros menores, em espaços mais reduzidos. Por outro lado, o seu

131
custo é muito superior ao dos gases inertes. São exemplos de agentes halogenados os
produtos genericamente designados por FM-200 e FE13.

Observe a figura 4.33.

Figura 4.33: Sistema fixo de Halon de um navio de gás.

O halon possui então as seguintes características:

 é um inibidor de chamas;
 pode ser usado nos incêndios em equipamentos elétricos e instrumentos;
 deve ser usado em condições nas quais se espalhe, tais quais os espaços fechados; e
 torna-se tóxico após sua decomposição no incêndio.

Os compartimentos dos compressores de carga e casas de bombas devem ser


equipados com um sistema fixo de combate a incêndios por CO2, operado remotamente. Deve
ser exibido um aviso nas estações de controle, informando que nesse sistema só pode ser
usado agente extintor e não para fins de inertização, em razão do risco de ignição por
eletricidade estática, caso nesses compartimentos existam gases inflamáveis.

4.5.3.5 Equipamento de bombeiro

Todos os navios que transportam produtos inflamáveis devem possuir a quantidade de


equipamentos de bombeiros, do tipo aprovado. Para os navios de até 5.000 m3, quatro
conjuntos completos e para os acima de 5.000 m3, cinco conjuntos completos.

A capacidade das garrafas de ar respirável dos equipamentos de proteção respiratória,


que fazem parte da roupa de bombeiro deve ter capacidade para, pelo menos, 1.200 litros de
ar.

Além do equipamento de bombeiro, deve haver suficiente, porém nunca menos do que
dois conjuntos de equipamentos de segurança, para permitir que o pessoal entre para trabalhar
em espaços com gás.

Você sabe quais os equipamentos de bombeiro são essenciais para trabalhar em


espaços com gás?

Confira na página seguinte!


132
Um equipamento completo de bombeiro deve ser composto de:

 roupa para proteger da radiação;


 bota de borracha;
 luva de borracha;
 capacete rígido;
 lanterna do tipo aprovado (3 horas de duração);
 machado com cabo;
 cabo guia a prova de fogo; e
 equipamento de respiração do tipo aprovado (utilizando ar).

As roupas do pessoal de combate a incêndio deverão atender às prescrições do Código


de Sistemas de Segurança Contra Incêndio.

Agora você já conhece os procedimentos corretos para o trabalho seguro e


as operações de combate a incêndio que podem evitar acidentes a bordo.
Precisa, porém, aprender também as formas de reação caso ocorram as
emergências.
Portanto, continue estudando!
Lembre-se: determinação deve ser a sua meta.

4.6 REAÇÃO A EMERGÊNCIAS

4.6.1 Estrutura organizacional e planejamento

A organização de emergência dos navios estabelece a implementação de procedimentos


específicos para serem seguidos nas diversas situações de emergência que podem ocorrer, de
modo que a ação seja rápida e eficaz.

Geralmente, a estrutura básica de uma organização de emergência é composta de


quatro grupos, e cada um deve ser liderado por um oficial. São estes:

1. Comando Central: esse grupo é liderado pelo Comandante ou Oficial mais antigo a
bordo, que atuará como coordenador geral da emergência;

2. Grupo de Emergência: tem a função de combater a emergência no local onde esta


ocorrer e geralmente é liderada pelo imediato;

4. Grupo de Apoio: este grupo, sob a liderança de um Oficial, tem a função de suprir
necessidades ao grupo de emergência, incluindo prestar socorro.

5. Grupo de Máquinas ou Grupo Técnico: o Chefe de Máquinas ou um Oficial de


Máquinas mais antigo é quem lidera essa equipe cuja principal função é oferecer auxílio na
emergência, instruído pelo comando central.

133
Atenção! Você deve saber!

A tabela mestra do navio especifica os detalhes dos sinais de emergência.


Todas as pessoas a bordo devem conhecer e saber identificar os diferentes
sinais de alarme. Também devem estar familiarizadas com suas tarefas nas
situações de emergência para proceder adequadamente, quando soar um
alarme.

Os planos de segurança e os planos de incêndio do navio mostram as localizações e


detalhes de todos os equipamentos que serão usados nas emergências e todas as pessoas
devem saber essas localizações e detalhes bem como estar familiarizadas com seu uso.

Todos os equipamentos existentes a bordo, necessários numa emergência, devem ser


mantidos em boas condições operacionais e prontos para uso. Isso é necessário já que seu
uso e funcionamento corretos serão capazes de diminuir as consequências da emergência,
que pode significar perdas, quais sejam: lesão às pessoas, danos à propriedade, poluição do
meio ambiente e interrupções de processos operacionais. Dentre esses equipamentos também
devem ser considerados os sistemas de alarme e sistemas de comunicação.

Uma emergência pode ocorrer em qualquer hora e em qualquer situação. As ações de


combate correspondentes só terão o efeito esperado, se forem planejadas e consolidadas em
treinamentos periódicos. Portanto, todas as pessoas a bordo devem saber com clareza suas
tarefas em situações de emergência e participar ativamente dos exercícios realizados, a fim de
se tornarem aptas a reagir corretamente nas emergências reais.

Quando uma carga está sendo transferida, navio e terminal tornam-se uma unidade
operacional, e é nessa situação que as chances de acidentes aumentam. Nessa circunstância,
a área do manifold, provavelmente, será a mais vulnerável. O planejamento e a preparação são
essenciais para que o pessoal possa enfrentar com sucesso as emergências a bordo de
navios-tanque.

O plano de emergência tem os seguintes objetivos principais:


 resgatar e fazer o tratamento de vítimas;

 salvaguardar as pessoas embarcadas;

 minimizar os danos ao navio, a propriedade e ao meio ambiente; e

 conter e manter o acidente sob controle.

4.6.2 Alarmes

O alarme geral de emergência consiste em sete ou mais sinais sonoros (que podem
ser verificados na Tabela Mestra) curtos seguidos de um longo e deve ser soado nas seguintes
situações de emergência:
 incêndio;

 colisão;

 abandono;

 encalhe;

 homem ao mar;

 rompimento de mangotes;
134
 grandes derrames de carga ou escape de vapor; e
 todas as outras situações de emergência que precisem de ações imediatas.

Confira, no Anexo 4, a Tabela Mestra de alarmes de emergências.

Existem ainda outros alarmes instalados para avisar as pessoas sobre falhas
operacionais ou situações que possam representar riscos operacionais. Dentre esses riscos
podemos citar:
 alarme de gases;

 alarme do sistema de carga;

 falhas na planta de reliquefação ou nos sistemas auxiliares da planta;

 falhas nos sistemas da praça de máquinas e espaços de máquinas;


 descarga de CO2 para a praça de máquinas ou casa de bombas; e
 alarme do gás inerte, etc.

4.6.3 Procedimentos de emergência

No desenvolvimento dos planos para lidar com incidentes, as seguintes situações, dentre
outras, devem ser consideradas:
 pessoas desaparecidas;

 colisão;

 encalhe;

 presença de água dentro dos espaços vazios e espaços entre barreiras;

 vazamentos nos sistemas de contenção de carga;

 rompimento nas conexões, redes ou derramamento de carga;

 abertura das válvulas de alívio;

 incêndios fora da área da carga;

 vazamento de carga seguido de incêndio; e

 incêndio nos compartimentos dos compressores ou de motores elétricos.

Nesse caso, as seguintes informações devem ser rapidamente disponibilizadas:


 tipos, quantidades e disposição das cargas;

 as localizações de outras substâncias perigosas;

 o plano de arranjo geral;

 os dados de estabilidade; e

 as localizações dos equipamentos de combate a incêndio e das instruções sobre seus

usos.

Em situações de emergência, devem ser seguidos os procedimentos existentes no


sistema de gestão da empresa, que deve incluir:
 acionar o alarme;

 localizar e informar a localização, a natureza da emergência e os possíveis perigos;

 parar qualquer tarefa relacionada à operação;

 retirar qualquer embarcação que esteja a contrabordo do navio;

 organizar as pessoas e os equipamentos; e

 tomar as ações necessárias para minimizar as consequências da emergência.

135
O tripulante que perceber uma situação de emergência deve acionar o alarme e informar
ao Oficial de Serviço que, por sua vez, alertará ao grupo de emergência. As pessoas que se
encontrarem nas proximidades deverão tomar ações apropriadas, tentando controlar o
incidente até que a equipe de emergência chegue e assuma as ações.

Caso a emergência ocorra, estando o navio em um terminal, devem ser disponibilizados


rebocadores na proa e na popa, prontos para manobrar o navio.

4.6.4 Retirada do navio do berço

A retirada em emergência de um navio do berço somente será realizada após decisão


gerencial conjunta do terminal com o navio quando, autoridades do porto e a praticagem
poderão ser consultadas. Nesse caso, será acionado o desarme automático dos gatos de
amarração para que o navio seja retirado de forma controlada, com todo o apoio logístico
necessário.

Normalmente, não é seguro remover do berço um navio no qual está ocorrendo um


incêndio. Experiências mostram que um navio com grave acidente a bordo, como é o caso de
um incêndio, oferece menor perigo para o porto se for mantido atracado, recebendo assistência
do terminal.

Ao contrário, se a emergência ocorrer envolvendo apenas o terminal, a boa prática indica


que o navio seja retirado do berço para, assim, evitar que se envolva nessa situação de
emergência.

4.6.5 Primeiros socorros

Na FISPQ (MSDS) (Anexo 3), são encontrados os procedimentos de primeiros socorros


com os quais todas as pessoas devem estar familiarizadas. Um serviço médico em terra deve
ser consultado, caso seja necessário.

Caso ocorra respingo ou vazamento de produto nos olhos ou na pele, os chuveiros de


emergência instalados no convés devem ser utilizados. Para a maioria dos produtos, o correto
tratamento é lavar o local com água doce corrente durante cerca de 15 minutos e retirar a
roupa atingida.

Caso ocorra sintoma por exposição ao vapor, o tratamento para a maioria dos casos é
remover a vítima para o ar fresco e fazer respiração artificial se a vítima tiver parado de respirar
ou estiver respirando de modo irregular.

Todas as pessoas a bordo devem estar instruídas e treinadas em técnicas de


ressuscitação “boca a boca” e em primeiros socorros básicos.

Verifique o que aprendeu realizando a tarefa a seguir.

136
Tarefa 4.4

Responda as questões a seguir.

4.4.1) Como funciona o método de extinção de incêndios por resfriamento?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.4.2) Em caso de incêndio do navio atracado em um terminal, ele deve ser retirado?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Considerações Finais

Esta Unidade abordou os principais pontos acerca da saúde e segurança do trabalho a


bordo. Identificamos os cuidados necessários perante aos perigos das cargas e os
equipamentos e dispositivos de proteção. Completando este estudo conhecemos as práticas e
os procedimentos do trabalho seguro, a classificação e operações de combate a incêndios,
principalmente as reações a emergências. Portanto, conhecer as múltiplas possibilidades de
atuação frente às atividades que inevitavelmente devemos executar certamente tornará o
trabalho mais seguro para a tripulação, o navio e o meio ambiente.

Parabéns!
Você concluiu com êxito a Unidade 4.
Valeu a pena ter embarcado nesse navio gaseiro.
Agora chegou ao Porto chamado término do Material Didático
e certamente trouxe a sua bagagem repleta de conhecimentos!
Vamos consolidar esse conhecimento adquirido?
Realize o teste de autoavaliação com muita atenção!

137
Teste de autoavaliação da Unidade 4

4.1) Qual é o significado da sigla IPVS?


____________________________________________________________________________

4.2) Um produto de ponto de fulgor de 30ºC derramado numa região de temperatura


ambiente de 25ºC libera vapores perigosos?
____________________________________________________________________________

4.3) Identifique as operações nas quais deve ser feita a checagem da atmosfera dos
tanques de carga dos navios de gás?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.4) Descreva incêndio CLASSE “B”.


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.5) Como é feita a extinção de incêndio por CO2?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.6) Como é composta a estrutura básica de uma organização de emergência?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.7) O que deve ser feito se durante uma emergência ocorrer sintoma por exposição ao
vapor?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

138
4.8) O que deve ser feito no caso de respingo de produto nos olhos ou na pele?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

PARABÉNS!
Você estudou todo o material! Esperamos que todos
os conhecimentos adquiridos aqui sejam de fato
aplicados a sua rotina a bordo!
Consulte este material sempre que necessário!
Até a próxima!

139
140
Chave de respostas das tarefas e dos testes de autoavaliação da unidade 1.

Tarefas

1.1.1) Os navios totalmente pressurizados transportam suas cargas à temperatura ambiente.

1.1.2) Os navios totalmente refrigerados transportam suas cargas à pressão próxima da


pressão atmosférica.

1.2.1) Os gases químicos formam um grupo de gases liquefeitos produzidos através de


processo químico, tais como o cloro, a amônia e o monômero de cloreto de vinila (VCM).

1.2.2) O GNL é o gás natural resfriado a temperaturas inferiores a –160°C para transformá-lo
em líquido e, assim, possibilitar sua transferência e estocagem. É composto
predominantemente de metano, podendo conter outros componentes normalmente
encontrados no gás natural.

1.3.1) É a temperatura na qual ocorre a ebulição de um líquido. A água pura, por exemplo, ao
nível do mar, entra em ebulição à temperatura de 100ºC.

1.3.2) É a pressão exercida pelo vapor na superfície do líquido a uma determinada


temperatura. É expressa como pressão absoluta.

1.4.1) Até 6 átomos de carbono, por molécula.

1.4.2) Até 25 átomos de carbono, por molécula.

T e s te d e a u to a v a l i a ç ã o

1.1) Os códigos de gás da IMO têm por finalidade prover um padrão internacional para o
transporte marítimo seguro de gases liquefeitos a granel e outras substâncias e se aplicam a
todos os navios de gás independentemente do seu tamanho.

1.2) Representa o ajuste máximo permissível da válvula de alívio de pressão de um tanque de


carga dos navios de gás liquefeito.

1.3) Para dar ao GLP, que não tem cheiro, um odor característico que funcionará como um
alarme de presença de gás no ambiente para prevenir incêndios e intoxicação.

1.4) Quando comparado com outros hidrocarbonetos combustíveis, o metano gera menos
dióxido de carbono durante a queima por unidade de calor produzido e a chama da queima do
metano é muito limpa e possui menos partículas do que outros hidrocarbonetos causando
menos poluição que outros hidrocarbonetos combustíveis.

1.5) É o estudo do comportamento dos materiais em temperaturas muito baixas.

1.6) O GLP é uma mistura de proporção variável de butano e propano. Na verdade, trata-se de
uma falsa mistura uma vez que, na realidade, apenas partilham o mesmo espaço.

1.7) Dessa forma: navios totalmente pressurizados, navios semirrefrigerados e navios


totalmente refrigerados.

141
1.8) São estes: liquefação por remoção do calor, liquefação por pressurização, e liquefação
pela combinação desses dois processos.

Chave de respostas das tarefas e do teste de autoavaliação da Unidade 2

Tarefas

2.1.1) Os espaços com perigo de gás são aqueles, dentro da área da carga, que não estão
equipadas com sistemas aprovados para garantir que sua atmosfera seja mantida em
condições seguras durante todo o tempo.

2.1.2) Air lock é uma câmara de descompressão (antessala) projetada com o objetivo de
proteger um espaço livre de gás da entrada de vapores perigosos.

2.2.1) São os do tipo A, tipo B e tipo C.

2.2.2) Os tanques de membrana são diferentes, pois não são autossustentados. São
sustentados pela estrutura do navio através do seu isolamento térmico, que se acomoda a
essa estrutura.

2.3.1) As ondas de pressão podem ocorrer durante a transferência de carga se uma válvula for
fechada e também se uma válvula for aberta repentinamente, o que aumentará a pressão na
rede depois desta válvula.

2.3.2) Nos navios de GNL, a pressão dos tanques de carga é controlada pela queima do
vapor (BOG) pelo sistema de propulsão.

2.4.1) As bombas instaladas em navio de gás liquefeito são centrífugas do tipo submersível ou
de profundidade.

2.4.2) A finalidade é elevar a temperatura das cargas refrigeradas para tanques pressurizados
do terminal porque os tanques e o material das redes de terra não suportarão as baixas
temperaturas das cargas.

2.5.1) O termo inertização se refere ao processo de tornar um ambiente não combustível


pela introdução de gases compatíveis, os quais podem ser armazenados no navio em
vasos cilíndricos, produzidos a bordo ou ainda fornecidos de terra.

2.5.2) É a substituição da atmosfera inertizada de um tanque de carga introduzindo-se o vapor


da carga a ser carregada até um nível apropriado que permita o resfriamento do tanque para o
carregamento.

Teste de autoavaliação

2.1)
Gás inerte é uma mistura de gases (como os gases da descarga de uma caldeira) contendo
oxigênio insuficiente para manter a combustão de hidrocarbonetos.

2.2)
O gás inerte, além de ser usado para tornar a atmosfera dos tanques de carga insuficiente para
a combustão de hidrocarbonetos, serve para minimizar o processo de corrosão do ambiente e
proteger a carga contra polimerização, oxidação e umidade. Também é usado para manter
142
pressão positiva no porão e nos espaços entre barreiras, prevenindo a formação de misturas
inflamáveis.

2.3)
São chamados de sistemas de contenção de carga os tanques onde a carga é, de fato, contida
e que ficam dentro dos porões de carga do navio os quais fazem parte da estrutura do navio.

2.4)
São vasos de pressão fabricados em aço carbono com pressão de projeto para suportar até
17,5 bars. Esses vasos podem ser tanto esféricos quanto cilíndricos.

2.5)
A rede de vapor tem por finalidade levar boil-off gas (BOG) para a planta de reliquefação ou
para terra através da crossover.

2.6)
R: A finalidade da rede de condensado é levar o gás reliquefeito da planta de reliquefação para
o tanque de carga.

2.7)
A finalidade da rede de borrifo é borrifar a carga líquida dentro do tanque durante o processo
de resfriamento (cooling-down) do tanque.

2.8)
As bombas de recalque são usadas nas redes de descarga dos navios de gás quando há
grande contrapressão nas linhas de terra, e isso ocorre quando descarregando para tanques
pressurizados, ou quando o aquecedor de carga estiver sendo usado.

Chave de respostas das tarefas e dos testes de autoavaliação da unidade 3.

Tarefas

3.1.1) Nos vazamentos de gás, poderá haver deficiência de oxigênio se este for deslocado
pelo gás inerte ou nitrogênio que estiver sendo utilizado a bordo. Se o oxigênio for deslocado e
substituído pelo vapor da carga, além da asfixia poderá haver outras complicações provocadas
pelos efeitos narcóticos, irritantes e/ou tóxicos dessa carga.

3.1.2) Os principais sintomas narcóticos causados pelos hidrocarbonetos são:


• sensação de embotamento;
• a pele começa a ficar entorpecida ou insensível;
• os movimentos tornam-se descontrolados ou confusos; e
• o indivíduo entra numa fase emocional ou de excitação.

3.2.1) Porque uma carga liquefeita por pressurização se encontra na temperatura ambiente ou
próximo desta somente enquanto estiver adequadamente armazenada nos tanques de carga.
Porém, se vazar, haverá vaporização instantânea, com queda brusca de temperatura,
oferecendo o mesmo perigo das cargas refrigeradas.

143
3.2.2) É a mistura de um vapor de hidrocarboneto e oxigênio na qual a quantidade de vapor é
insuficiente para gerar uma combustão. Ocorre quando um líquido inflamável está numa
temperatura inferior a do seu ponto de fulgor, não produzindo vapor suficiente para produzir
uma mistura inflamável com o ar.

3.3.1) O principal risco é o incêndio e a explosão se forem realizados em áreas onde há ou poderá
haver misturas inflamáveis, uma vez que podem gerar calor ou centelhas suficientes para iniciar a
combustão de hidrocarbonetos.

3.3.2) Para evitar a possibilidade de centelhas, normalmente são colocadas juntas isolantes entre os
flanges do braço de carregamento ou mangotes e o da tomada de carga do navio.

3.4.1) SMPEP (Ship Marine Polutions Emergency Plan) é um plano de combate à poluição
ocorrida em navios químicos e em navios gaseiros.

3.4.2) São estas:


 Incêndio;
 Abandono;
 Colisão/abalroamento;
 Encalhe;
 Agua aberta;
 Perda de propulsão;
 Perda de governo e governo em emergência;
 Perda de energia; e,
 Explosão/implosão.

Teste de autoavaliação

3.1)

É o risco em que há apenas possibilidade de perda e nenhuma de lucro, como é o caso dos
acidentes que resultam em lesões pessoais.

3.2)

São as perdas que são identificadas como lesões pessoais, poluição do meio ambiente, danos
à propriedade e interrupções dos processos.

3.3)

São estes: asfixia (sufocação); toxicidade (envenenamento); baixas temperaturas;


queimaduras químicas; reatividade; e inflamabilidade.

3.4)

O termo “faixa inflamável” se refere à proporção de gás inflamável, no ar, que é necessária
para que a combustão ocorra. Os limites da faixa inflamável são definidos pelas concentrações
mínimas e máximas de vapor (% do volume) no ar para formar uma mistura inflamável.

3.5)

Se o gás estiver liquefeito por refrigeração, então o líquido se encontra na pressão atmosférica,
ou numa pressão próxima desta. Quando vaza, o líquido entra em contato com as estruturas,
com o solo ou com mar, os quais se encontram na temperatura ambiente. No caso de

144
estruturas e o solo, a diferença de temperatura entre o líquido frio e esses materiais sólidos
provocam uma imediata transferência de calor latente para o líquido, resultando em rápida
evolução de vapor.

3.6)

BLEVE é a abreviatura para “Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion”, e se refere a um tipo
de explosão que pode ocorrer quando um recipiente contendo um líquido pressurizado se
rompe durante um incêndio.

3.7)

A poluição acidental é a poluição resultante de acidentes que ocorreram por motivos não
previstos e que devem ser investigados para que se possam tomar medidas que venham a
evitar sua repetição. A poluição acidental pode causar exposição aguda do trabalhador,
trazendo danos imediatos à sua saúde.

3.8)

Se houver falha durante as operações de abastecimento de combustíveis para o navio.

Chave de respostas das tarefas e testes de autoavaliação da Unidade 4.

4.1.1) São estas:


• composição da substância;
• identificação de perigos;
• medidas de primeiros socorros;
• medidas de combate a incêndio;
• medidas de controle para derramamento;
• controle de exposição e proteção individual;
• propriedades físicas e químicas;
• estabilidade e reatividade; e
• informações toxicológicas.

4.1.2) O tankscope é um instrumento especialmente concebido para a detecção de gases


combustíveis em atmosferas inertizadas e que utiliza um sensor de condutividade térmica que
mede e apresenta de forma instantânea a concentração percentual em volume de gás
combustível.

4.2.1) São filtros substituíveis acoplados às máscaras, capazes de filtrar os contaminantes


respiratórios de determinada atmosfera onde haja oxigênio suficiente para as pessoas e que
funcionam durante a respiração normal do usuário. O tipo de filtro deve ser escolhido de acordo
com a concentração do gás ou gases tóxicos existentes na atmosfera.

145
4.2.2) É um equipamentos de proteção respiratória de curta duração que consiste em um
pequeno cilindro de ar comprimido e uma máscara, arrumados de tal forma em uma caixa ou
bolsa que podem ser rapidamente retirados e utilizados para fuga, em caso de emergência
com risco respiratório.

4.3.1) É estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o


reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nesses espaços.

4.3.2) Antes de iniciar o serviço, é necessário que o circuito em questão seja desalimentado
através da remoção de fusíveis ou pelo travamento mecânico dos disjuntores, que o circuito
esteja totalmente desenergizado, que não possa ser alimentado de outro local e que seja
cumprido o procedimento de utilização de etiquetas de advertência.

4.4.1) O resfriamento consiste em reduzir a temperatura do material abaixo da temperatura de


ignição ou até um ponto determinado em que não ocorra a emanação de vapores inflamáveis.
É mais eficiente para sólidos em geral.

4.4.2) Normalmente não é seguro remover do berço um navio no qual está ocorrendo um
incêndio. Experiências mostram que um navio com grave acidente a bordo, como é o caso de
um incêndio, oferece menor perigo para o porto se for mantido atracado, recebendo assistência
do terminal.

Teste de autoavaliação

4.1)
Diz-se de uma atmosfera que é Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde.

4.2)
Não.

4.3)
São estas: desgaseificação e purga;
troca de carga; e,
desgaseificação antes de docagem ou reparos.

4.4)
Esse incêndio tem a característica de queimar somente na sua superfície, não deixando
resíduos no qual o fogo se alastra por toda sua superfície em grande velocidade.

4.5)
A extinção do incêndio por CO2 é feita pelo deslocamento do oxigênio até um nível no qual uma
combustão não se mantenha. Porém, é essencial que todo o pessoal seja evacuado antes de o
espaço ser alagado, uma vez que é um agente asfixiante.

4.6)
É composta de quatro grupos, e cada um deve ser liderado por um oficial. São elas:
Comando Central: este grupo é liderado pelo Comandante ou Oficial mais antigo a bordo, que
atuará como coordenador geral da emergência;

146
Grupo de Emergência: tem a função de combater a emergência no local onde esta ocorrer e
geralmente é liderada pelo imediato;
Grupo de Apoio: este grupo, sob a liderança de um Oficial, tem a função de suprir
necessidades ao grupo de emergência, incluindo prestar socorro.
Grupo de Máquinas ou Grupo Técnico: o Chefe de Máquinas ou um Oficial de Máquinas
mais antigo é quem lidera essa equipe cuja principal função é oferecer auxílio na emergência,
instruído pelo comando central.

4.7)
O tratamento para a maioria dos casos é remover a vítima para o ar fresco e fazer respiração
artificial, se a vítima tiver parado de respirar ou estiver respirando de modo irregular.

4.8)
Caso ocorra respingo ou vazamento de produto nos olhos ou na pele, os chuveiros de
emergência instalados no convés devem ser utilizados. Para a maioria dos produtos, o correto
tratamento é lavar o local com água doce corrente durante cerca de 15 minutos e retirar a
roupa atingida.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANJOS, Sérgio Andrade dos. Manual do Curso Especial de Familiarização em Navios-


Tanque. Rio de Janeiro, RJ: DPC, 2007.
____. Manual do Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios
Petroleiros. Rio de Janeiro, RJ: DPC 2007.
____. Manual do Curso Especial de Segurança Pessoal e Responsabilidades Sociais. Rio
de Janeiro, RJ: DPC, 2007.
Chemical Distribution Institute (CDI), Ship Inspection Report – Liquefied Gas Carrier, 1998
Edition.
FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química, 3. ed., 2001.
ICS/OCIMF/IAPH. International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals – ISGOTT. 4th
ed. London, 1996.
International Maritime Organization (IMO). Inert Gas Systems. 31st ed. London, 1990.
____. International Code for the Construction and Equipment of Ships Carrying
Dangerous Chemicals in Bulk – IBC Code, 2007 Edition.
____. MARPOL 73/78, London.
____. Safety of Life at Sea 74/78. London, 2004.
____. Specialized Training for Liquefied Gas Tankers – Model Course 1.06, 1999 Edition.
____. STCW 95. London.
____. International Code for the Construction and Equipment of Ships Carrying Liquefied
Gases in Bulk – IGC Code, 1993 Edition.
MCGUIRE, Graham and WHITE, Barry., Liquefied Gas Handling Principles on Ships and in
Terminals – SIGTTO, 3rd ed. Witherby & Company Limited, London 2000.

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