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1.1 Introdução
Este capítulo tem como objetivo apresentar aspectos gerais e as principais propriedades da proteção
de sistemas elétricos de potência.
A proteção de qualquer sistema elétrico é feita com o objetivo de diminuir ou evitar risco de vida e
danos materiais, quando ocorrer situações anormais durante a operação do mesmo.
Geralmente, os sistemas elétricos são protegidos contra sobrecorrentes (curtos-circuitos) e
sobretensões (internas e descargas atmosféricas).
A proteção contra curtos-circuitos, que é o objetivo deste curso, é feita, basicamente, empregando-se
fusíveis e relés que acionam disjuntores.
O equipamento fundamental para proteção contra sobretensões é o pára-raios
As principais são:
• Confiabilidade: probabilidade do sistema de proteção funcionar com segurança e corretamente, sob todas
as circunstâncias.
• Seletividade : o sistema de proteção que possui esta propriedade é capaz de reconhecer e selecionar as
condições que deve operar, a fim de evitar operações desnecessárias.
• Velocidade : um sistema de proteção deve possibilitar o desligamento do trecho ou equipamento
defeituoso no menor tempo possível.
• Sensibilidade : um sistema de proteção deve responder às anormalidades com menor margem possível de
tolerância entre a operação e não operação dos seus equipamentos. Por exemplo, um relé de 40 A com 1%
de tolerância é mais sensível do que outro de 40 A com 2%.
De modo geral, a atuação de um sistema de proteção se dá em três níveis que são conhecidos como
principal, de retaguarda (socorro) e auxiliar.
a) Proteção principal : Em caso de falta dentro da zona protegida, é quem deverá atuar primeiro.
b) Proteção de retaguarda : é aquela que só deverá atuar quando ocorrer falha da proteção principal.
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b) Proteção auxiliar : é constituída por funções auxiliares das proteções principal e de retaguarda, cujos os
objetivos são sinalização, alarme, temporização, intertravamento, etc.
Na Fig. 1.1, pode-se observar os diversos níveis da proteção de um sistema elétrico (geração,
transmissão e distribuição). As zonas de proteção (retângulos tracejados) que se interceptam funcionam como
proteção principal ou de retaguarda, a depender da localização da falta.
Diz-se que uma corrente é simétrica, quando as envoltórias da onda desta corrente são simétricas
em relação ao eixo dos tempos, caso contrário, é considerada assimétrica. Em algumas situações, como nos
casos dos curtos-circuitos, as ondas de correntes, inicialmente, são assimétricas, depois se tornam simétricas
(Fig. 1.2).
Componente exponencial
Esta seção tem por objetivo fazer um estudo qualitativo dos diversos tipos de curtos-circuitos e da
natureza das correntes que se originam destas faltas inerentes aos sistemas elétricos.
Em sistemas elétricos trifásicos e aterrados, os curtos-circuitos podem ser de quatro tipos:
• Trifásico;
• Bifásico;
• Bifásico-terra;
• Fase-terra
De acordo com o tempo de duração, estas faltas podem ser classificadas em:
• Transitórias, passageiras ou de curtas durações;
• Permanentes
• Transitória (assimétrica);
• Regime (simétrica)
Durante o período transitório, em torno de 0,1s (6 ciclos de 60Hz), essa corrente é assimétrica,
conhecida como corrente dinâmica. Passado este período, a corrente entra em regime permanente,
tornando-se simétrica. Devido a estas características, é comum representá-la pela equação abaixo.
−t
I CURTO = I M cos wt + I 0 e τ
(1.1)
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Onde:
IM : Valor máximo da componente simétrica, que permanece no circuito até a extinção do curto-circuito
(componente em regime);
I 0 : Componente que cai exponencialmente de acordo com a constante de tempo circuito τ , que é função dos
parâmetros do mesmo:
L
τ= (1.2)
R
Os parâmetros L e R , dependem do local da falta e das componentes de seqüências positiva, negativa
e zero das impedâncias envolvidas no curto-circuito.
Na Eq. 1.1, quando a componente exponencial tende a zero, a corrente de curto-circuito entra em
regime. Para cada tipo de curto-circuito, o valor eficaz desta componente em regime é calculado através da
teoria de componentes simétricas (circuitos de seqüências).
O valor da componente dinâmica (assimétrica), na prática, é determinado multiplicando-se o valor
eficaz da componente em regime pelo fator de assimetria (fa) calculado ou estimado no ponto da falta.
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Continuação da Tab. 1.2 Fatores de assimetria
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