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U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

COMPORTAMENTO HUMANO E PÂNICO


EM INCÊNDIOS

Impressão
e
Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 03

UNIDADE 2 – GASES TÓXICOS ............................................................................. 05


2.1 Principais gases tóxicos ...................................................................................... 08
2.2 Índice de toxicidade ............................................................................................. 13
2.3 Efeitos e consequências sobre o ser humano ..................................................... 15
2.4 Lesões por inalação de fumaça ........................................................................... 17

UNIDADE 3 – AS CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO HUMANO .......................... 20


3.1 A visão da Psicologia .......................................................................................... 20
3.2 Os estudos sociológicos ...................................................................................... 22

UNIDADE 4 – COMPORTAMENTO HUMANO EM SITUAÇÕES DE RISCO .......... 29


4.1 A resposta fisiológica e o comportamento humano ............................................. 29
4.2 Características dos ocupantes ............................................................................ 32
4.3 O abandono de edificações – movimento, tempo e comportamento das
pessoas ..................................................................................................................... 34

UNIDADE 5 – O PÂNICO ......................................................................................... 39


5.1 Definições............................................................................................................ 40
5.2 Sintomas do pânico e reações instintivas............................................................ 40
5.3 Causas do pânico ................................................................................................ 42
5.4 Características de pessoas em pânico ................................................................ 44

UNIDADE 6 – PRIMEIROS SOCORROS EM INCÊNDIOS ...................................... 47

UNIDADE 7 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS: DICAS EMPÍRICAS ....................... 51

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 59

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Embora pareça difícil e realmente o é: manter a calma é condição básica


para que sejam amenizadas as consequências de um incêndio! Chamar o Corpo de
Bombeiros ou Brigada de Incêndio que, na maioria das cidades se dá pelo número
192 ou 193, vem na sequência ou concomitantemente por quem está fora do perigo.

Outras dicas de imediato seriam molhar um pano limpo e amarrar no rosto


como uma máscara para evitar que se respire aquela fumaça que já sabemos ser
bem tóxica! Agachar bem próximo ao solo onde o calor é menor e há mais oxigênio
também, são ações recomendadas.

Todas essas atitudes e outras que veremos ao longo do módulo, são


importantes para que um incêndio não traga consequências mais graves para
aqueles que estão sofrendo o sinistro.

Essa breve introdução, deixa claro que nosso caminho passa pelo
comportamento humano frente ao pânico que se instala quando em uma situação de
perigo iminente que decorre dos incêndios, principalmente se lembrarmos que os
gases dissipados no ar são uma das causas desse pânico.

De imediato, lembramos três reações que são típicas do ser humano em


situações de perigo: a fuga, a luta e a inércia, sobre as quais também discorreremos.

Segundo o Centro de Pesquisas, Perícias e Testes do Corpo de Bombeiros


Militar do Estado do Rio de Janeiro, as reações humanas são condicionadas por um
mecanismo fisiológico, no qual o homem, ao ser informado sobre uma situação de

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perigo, se identifica com base em experiências, cognitivas anteriores ou de


conhecimento adquirido através da informação e de relatos, lhe permite estabelecer
comparações (ARAÚJO, 1999).

Podemos inferir que essas reações fisiológicas passam, é claro, pela


prevenção. Pois bem, iniciaremos o módulo elencando os gases mais tóxicos e que
podem ser liberados em situação de incêndio, na sequência, as discussões
perpassam o comportamento humano de acordo com algumas ciências como a
Psicologia e a Sociologia. O pânico também terá uma unidade específica.

Primeiros socorros em situações específicas de incêndio e dicas de


prevenção numa conotação bem empírica complementam o módulo.

Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como


premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.

Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se


outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos
estudos.

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UNIDADE 2 – FUMAÇA E GASES TÓXICOS

Didaticamente, podemos definir gases tóxicos como aqueles compostos que,


quando inalados, ingeridos ou absorvidos através da pele, podem provocar uma
grande variedade de danos ao ser humano, desde simples irritações até a morte,
sem contar os danos ao patrimônio.

A fumaça, por sua vez, é uma mistura de partículas sólidas muito finas, que
não queimaram totalmente, aerossóis, vapores e gases tóxicos em suspensão no ar,
decorrentes de um material combustível submetido a uma combustão (BRENTANO,
2007).

Nesse sentido, o controle e a extração da fumaça são ações de extrema


importância e a mesma é responsável por 80% das mortes em sinistros de incêndio.
Além disso, Silva, Vargas e Ono (2010, p. 23) afirmam que os produtos gasosos
podem ser tóxicos e/ou asfixiantes e a fumaça, além de prejudicar a visibilidade no
local, retém os ocupantes da edificação mais tempo em contato com os gases.

Vamos nos valer de algumas ponderações de Mitidieri (2008) acerca do


comportamento dos materiais e componentes constitutivos diante do fogo que nos
servirá como justificativa para entrarmos especificamente nos gases tóxicos:

 a geração de fumaça e de gases tóxicos, a redução da quantidade de


oxigênio disponível e o calor desenvolvido em estágios mais avançados são
fatos característicos das distintas fases do incêndio e que oferecem risco à
vida humana;

 a probabilidade de os fenômenos associados ao incêndio (fumaça, gases


nocivos, calor e falta de oxigenação) provocarem lesões aos ocupantes do
edifício, tanto os usuários como as pessoas envolvidas no salvamento e no
combate, define o risco à vida humana;

 o risco à propriedade está presente desde o momento do início do incêndio e


pode evoluir gradativamente atingindo a inflamação generalizada no ambiente
e a propagação do fogo para outros ambiente e edifícios vizinhos;

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 a fumaça, os gases quentes e o calor danificam os materiais e equipamentos


contidos no edifício, assim como o próprio edifício (ou seja, os seus
elementos construtivos) e os edifícios adjacentes. Portanto, o risco à
propriedade é caracterizado pela probabilidade de ocorrência desses fatores;

 quanto mais suscetível for o sistema construtivo à ação do incêndio, maior


será o risco à propriedade. O colapso estrutural de partes do edifício pode
implicar danos às áreas não atingidas pelo fogo e também aos edifícios
vizinhos.

Reafirma-se, portanto, que os gases tóxicos não causam problemas apenas


para as pessoas que estão no ambiente inflamado, mas para todos ao redor e para
o imóvel em si e outros equipamentos que lhe pertencem.

Brentano (2007) explica ainda que a parte visível dos produtos em


combustão são partículas de matéria sólidas, que não queimaram totalmente, e
vapores, que são gasosos, mas, ao entrarem em contato com a temperatura normal
do ambiente, tornam-se sólidos ou líquidos por condensação.

De acordo com Seito (2008, p. 48), a composição química e o mecanismo de


formação da fumaça são muito complexos. Na queima de combustíveis sólidos há
uma combustão incompleta dos gases e dispersão de partículas, produzindo fuligem.

Essa combustão incompleta provoca a formação de grandes quantidades de


monóxido de carbono: CO – o gás mais tóxico. Quanto mais escura a fumaça, neste
caso, maior a concentração deste gás. Combustíveis líquidos, quando em
combustão, geram fumaça escura na queima incompleta de moléculas de
hidrocarbonetos – resultantes de misturas inadequadas no centro da zona de
combustão, devido à falta de oxigênio ou excesso de combustível. A combustão de
gases não gera nenhum tipo de resíduo (BRENTANO, 2007, p. 283).

O mesmo autor destaca que a fumaça se difere quanto ao material que


estiver em combustão. É possível identificar o tipo de combustível através da cor da
fumaça em um incêndio:

 a fumaça branca ou cinza clara é resultante da queima de combustíveis


comuns – madeiras, papéis, tecidos, entre outros;

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 quando a coloração for preta ou cinza escuro, a fumaça é originária da


combustão incompleta, geralmente, de produtos derivados de petróleo –
pneus, óleos, gasolina, graxas, plásticos, entre outros;

 a fumaça de cor vermelha ou amarela indica que a queima é de um


combustível líquido e que, geralmente, seus gases são tóxicos (BAUMEL,
2012).

O controle da fumaça é de extrema importância visto que enquanto sua


velocidade está em torno de 1m/s, e na direção vertical, no caso das escadas, está
entre 2 e 3 m/s (IT nº 02/2011, CBMESP), a velocidade de fuga de um ocupante
adulto em perfeitas condições físicas é em torno de 1 a 2m/s.

Voltando a uma ilustração que já foi exposta no módulo 4, vejamos o cenário


de fuga de uma vítima em paralelo com a proliferação de fumaça em um percurso de
100 metros.

Fonte: Cunha e Martinelli Jr. (2008, p. 261).

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Enfim, os gases tóxicos específicos liberados em um incêndio variam de


acordo com cinco fatores principais: a natureza do combustível, a taxa de calor, a
taxa ou velocidade de aquecimento, a temperatura dos gases desprendidos e as
concentrações de oxigênio (OLIVEIRA, 2005).

2.1 Principais gases tóxicos


Os principais gases tóxicos são:

a) Amônia (NH3):

É um gás tóxico produzido a partir da decomposição bacteriana de


compostos nitrogenados, como proteínas e ácido úrico, existentes nos dejetos das
aves. Segundo vários estudos, a concentração máxima de amônia permitida na
atmosfera é de 25 ppm (partes por milhão). Acima deste valor, a maioria dos seres
vivos desenvolve problemas respiratórios e imunodepressão.

É um gás muito usado em ciclos de compressão (refrigeração), devido ao


seu elevado calor, de vaporização e temperatura. Também é utilizado em processos
de absorção em combinação com a água. A amônia e seus derivados, ureia, nitrato
de amônio e outros, são usados na agricultura como fertilizantes. Também é
componente de vários produtos de limpeza. Outro produto importante derivado da
amônia é o ácido nítrico. Em condições ambientais correntes, a amônia é encontrada
em estado gasoso e apresenta um odor penetrante característico. Embora este
composto contribua significativamente na produção de alimentos na forma de
fertilizantes (adubos), em geral, o gás, propriamente dito, é cáustico e pode causar
danos sérios à saúde. Para os seres humanos, em particular, a exposição a
concentrações muito altas de amônia gasosa pode causar danos sérios nos pulmões
ou ser letal.

b) Cianureto de Hidrogênio (HCN)

Também chamado ácido cianídrico ou ácido prússico, é gás incolor com


típico odor amargo, lembrando amêndoas. É um composto extremamente volátil.
Puro, pode ser encontrado tanto na forma líquida quanto gasosa, devido ao seu
baixo ponto de ebulição e grande volatilidade. Os sais de cianeto são cáusticos e

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pode ocorrer sensação de queimação na língua e inflamação da mucosa gástrica


após a ingestão. Em casos de inalação pode ocorrer irritação nasal.

Grande parte dos plásticos contém na sua composição compostos


nitrogenados, que por combustão liberam gás cianídrico. Devido à liberação de
cianeto de hidrogênio durante a queima de diversos tipos de plástico, as vítimas de
incêndios eventualmente têm como causa morte o envenenamento. Na tragédia da
Boate Kiss, em Santa Maria (RS), vários dos jovens que morreram vítimas do
incêndio, foi devido o fogo ter entrado em contato com o teto que era de espuma.
Esse contato soltou cianeto e os jovens morreram por asfixia.

c) Dióxido de Carbono (CO2)

É um dos gases do efeito estufa que menos contribui para o aquecimento


global, já que representa apenas 0,03% da atmosfera. O excesso de dióxido de
carbono que atualmente é lançado para a atmosfera resulta da queima de
combustíveis fósseis, principalmente pelo setor industrial e de transporte.

d) Dióxido de Enxofre (SO2)

É um gás incolor, muito solúvel na água, gás irritante para as mucosas dos
olhos e vias respiratórias. Em concentrações elevadas, pode provocar efeitos
agudos e crônicos na saúde humana, especialmente em nível de aparelho
respiratório e agravar problemas cardiovasculares pela presença simultânea do SO2
e de partículas na atmosfera. É um gás que contribui para o efeito estufa. Países
industrializados emitem grandes quantidades desse gás na atmosfera,
principalmente a partir de centrais termoelétricas à base de petróleo ou carvão e
fábricas de ácido sulfúrico.

e) Gás Cloro (Cl2)

Gás extremamente tóxico e de odor irritante, encontrado formando parte de


cloretos e cloratos, sobretudo na forma de cloreto de sódio nas minas de sal gema e
dissolvido na água do mar. O cloro é aplicado principalmente no tratamento de
águas, no branqueamento durante a produção de papel e na preparação de diversos
compostos clorados, como, por exemplo, o hipoclorito de sódio e hipoclorito de
cálcio.

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f) Monóxido de Carbono (CO)

É um gás inodoro, incolor e insípido e é classificado como asfixiante, cuja


ação tóxica provoca uma deficiência de oxigênio nos tecidos orgânicos, causada por
uma alteração no mecanismo de transporte de oxigênio. Acidentes desse tipo
ocorrem com certa frequência, principalmente com pessoas fechadas em garagem
com um automóvel em funcionamento. Em baixas concentrações no ar, ele pode
produzir afecções crônicas, principalmente em pessoas anêmicas ou com
deficiências respiratórias ou circulatórias. A principal origem do monóxido de
carbono está na combustão incompleta do carvão e do petróleo. Calcula-se em 260
milhões de toneladas por ano a produção mundial desse gás.

O seu maior perigo reside provavelmente no fato de ser “invisível”, e ao


contrário do que se supõe, os gases de escapamento de automóveis são mais
tóxicos que as fumaças negras dos caminhões a óleo, pois a combustão nos
motores à gasolina produz mais monóxido de carbono que a dos motores a diesel. O
monóxido de carbono possui grande afinidade química pela hemoglobina do sangue,
em substituição ao oxigênio, o que pode causar a morte por asfixia.

g) Sulfeto de hidrogênio (H2S)

É um gás incolor, de cheiro desagradável característico, que devido a sua


toxidez é capaz de irritar os olhos e/ou atuar no sistema nervoso e respiratório
podendo matar (de acordo com a concentração) um ser humano em questão de
minutos. Ocorrências de H2S podem ser encontradas nas jazidas de petróleo e gás
natural, na extração de sal (cloreto de sódio), nas águas subterrâneas, em esgotos
sanitários, entre outros. Nos segmentos industriais, o H2S é oriundo de processos de
remoção de gases ácidos, de tratamento de efluentes, de fermentações, entre
outros.

OBS.:
Óxidos de nitrogênio – NOx: uma grande variedade de óxidos, óxi-ácidos e
óxi-anions, correspondentes aos estados de oxidação do nitrogênio de +1 a +5,
pode ser formada num incêndio. As suas formas mais comuns são: monóxido de
dinitrogênio (N2O); óxido de nitrogênio (NO); dióxido de nitrogênio (NO2) e tetróxido
de dinitrogênio (N2O4). O óxido de nitrogênio não é encontrado livre na atmosfera

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porque é muito reativo com o oxigênio formando o dióxido de nitrogênio. Esses


componentes são bastante irritantes inicialmente; em seguida, tornam-se
anestésicos e atacam particularmente o aparelho respiratório, onde forma os ácidos
nitroso e nítrico, em contato com a umidade da mucosa. Esses óxidos são
produzidos principalmente pela queima de nitrato de celulose e decomposição dos
nitratos inorgânicos (SEITO, 2008).

Enfim, a fumaça possui composição química altamente complexa e variável,


podendo apresentar cerca de duas centenas de substâncias com quantidades
percentuais variando conforme o estágio do incêndio. A composição química do
material em combustão, o calor e a oxigenação presente no ambiente, influenciam
na formação dessas substâncias (SEITO, 2008, p. 51).

Os gases tóxicos, de acordo com Falcão (1995 apud SOUZA, 2012, p. 27),
podem ser classificados em seis grupos, considerando os principais efeitos
psicológicos associados â exposição:

a) Naturais: aqueles presentes normalmente no ar e que não produzem


efeitos danosos em concentrações normais e à pressão atmosférica normal. Ex.:
oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono.

b) Asfixiantes: aqueles que impedem ou privam os tecidos, de obter o


oxigênio. Ex.: monóxido de carbono.

c) Irritantes: os que produzem inflamações nas membranas das mucosas do


aparelho respiratório ou dos olhos, tais como o fosfagênio, dióxido de enxofre,
nitrosos, amoníacos, ozônio, entre outros.

d) Tóxicos: os que depois de sua absorção, agem como venenosos sobre os


tecidos. Ex.: dissulfeto de hidrogênio.

e) Narcóticos: aqueles que depois de sua absorção, produzem efeitos


anestésicos em maior ou menor grau. Ex.: dissulfeto de hidrogênio.

f) Vesicantes: são os que além de irritantes provocam vesículas na pele.

Para comprovar e reafirmarmos a morte por fumaça em incêndios temos três


ilustrações abaixo.

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Vejamos:

Vítimas fatais: queimaduras x intoxicação por inalação de fumaça

Fonte: Mitidieri (2008 apud SIEBEN, 2014, p. 54).

Morte em incêndio no Reino Unido

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Fonte: Colt (2014 apud SIEBEN, 2014, p. 55).

Mortes em incêndios NFPA

Fonte: tocantins (2008 apud SIEBEN, 2014, p. 55).

Guarde...

Os gases tóxicos provocam, além de asfixia, lesões nas vias respiratórias,


intoxicação, devido à sua composição, e queimaduras, pelas altas temperaturas
durante o incêndio. O primeiro gás a ser inalado, quando ocorre a combustão
completa dos materiais envolvidos no sinistro, é o dióxido de carbono (CO 2). Mesmo
não sendo tóxico, este gás é prejudicial, pois estimula a respiração contribuindo para
uma maior inalação de outros gases presentes no ambiente. O volume de ar
respirado triplica caso a concentração de CO2 no ar for entre 2 e 4 % (MITIDIERI,
2008).

2.2 Índice de toxicidade


Os métodos para determinar a toxicidade dos gases utilizam a análise
qualitativa e quantitativa e a análise biológica com ratos e cobaias. A toxicidade é
expressa pela seguinte equação:

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Usando esse conceito, é possível, por comparação, avaliar a toxicidade dos


compostos gasosos existentes no ambiente.

Numa atmosfera que contém dois ou mais componentes tóxicos, a


toxicidade desse ambiente é estimada primeiramente como Ø = ∑ Ø i

Caso o efeito de sinergia exista, efeito esse verificado por meio de


experiências com cobaias, a toxicidade desse ambiente é calculada por:

O “índice de toxidez” pode ser determinado quando produtos de combustão


são gerados por diversos materiais.

Exemplificando: quando a massa m de um material é decomposta num


ambiente de volume V que resulta uma atmosfera de toxicidade Ø, então o “índice
de toxidez” é expresso por:

Quando c e cf são expressos em relação de volumes, tem-se:

C= v /V

v é o volume de produtos gasosos provenientes de massa m do material,


então:

Caso os componentes tóxicos sejam mais de um, então:

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t1, t2 . . .n são os “índice de toxidez” dos componentes 1, 2...n.

O “índice de toxidez” produzido por materiais decompostos depende das


condições do experimento.

O valor máximo obtido, ou seja, o “índice de toxidez” máximo fornecerá o


potencial de perigo de um material quanto à geração de produtos gasosos perigosos
às pessoas (SEITO, 2008).

2.3 Efeitos e consequências sobre o ser humano


Só para começar a discorrer sobre os efeitos e consequências da fumaça
sobre nós, de imediato, qualquer leigo já diria que a fumaça “incomoda”, faz tossir,
irrita os olhos, etc. Esse conhecimento empírico diz quase tudo, não é verdade?!
Afinal de contas, um produto que faz tossir e irrita os olhos com certeza não é algo
benéfico para o ser humano.

Pois bem, a densidade ótica enquanto uma característica da fumaça tem


papel importante! Interfere na evacuação de pessoas e na produção de vítimas.
Seus efeitos negativos são contundentes, já que tanto a evacuação de pessoas
como o trabalho do corpo de bombeiros (nas operações de salvamento, combate e
resgate), ficam prejudicados pela falta de visibilidade. Sua ação química sobre o
organismo humano é mais intensa por, geralmente, estarem acompanhadas de
gases tóxicos.

Ainda definindo a fumaça, esta seria “uma concentração visível de partículas


de sólidos e/ou líquidos em suspensão gasosa resultante de uma combustão ou
pirólise” (ISO/GUIDE52/TAG5, 1990), e, sua produção na combustão é
aproximadamente o volume do ar que penetra na coluna dos gases quentes, por
segundo!

Quanto mais completa for a combustão, mais vivas e claras serão as


chamas, e a emissão de fumaça, nesse caso, é pequena. Quando se tem um
suprimento de ar incompleto e uma temperatura mais baixa, haverá pouca ou
nenhuma chama, porém a geração de fumaça será maior, e será escura e com teor
de monóxido de carbono mais elevado.

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Os efeitos irritantes da fumaça, frequentemente causam sérias lesões, pois


por meio de uma ação física ela atua sobre as mucosas, brônquios e particularmente
sobre os olhos.

Em se tratando de um edifício, a propagação da fumaça é muito rápida. A


fumaça é carreada com os gases quentes, fazendo com que várias áreas sejam
permeadas em período muito reduzido, gerando pânico e intoxicando pessoas.

A toxidade da fumaça, juntamente com sua densidade, talvez seja o fator


mais crítico dentre os que intervêm na reação ao fogo dos materiais, devido ao
elevado número de vítimas que proporciona.

A toxicidade da fumaça gerada pelos materiais quando em combustão é um


tópico que vem sendo discutido há alguns anos, porém, até hoje não se tem
métodos suficientemente precisos e efetivos para uma correta qualificação e
quantificação dos gases desprendidos numa situação de incêndio. Alguns países
estabeleceram cotas máximas toleráveis pelo corpo humano, porém, na prática,
verifica-se que tais cotas se desviam das reais.

Os gases têm um efeito direto irritante nos olhos, nariz, peito e vias aéreas
superiores. Se chegarem aos pulmões, podem gerar reações inflamatórias agudas
ou crônicas, tais como: bronquite, asma e pneumonia química.

Nesse sentido, quando uma substância tóxica é absorvida na corrente


sanguínea e distribuída através do corpo, é caracterizado como efeito sistêmico.
Alguns compostos como o arsênico, quando absorvidos em quantidades tóxicas,
podem causar distúrbios em várias partes do corpo: sangue, sistema nervoso,
fígado, rins e pele.

No caso de ocorrer um acidente de proporções elevadas, que ponha em


risco a integridade das pessoas presentes e do edifício, como um incêndio, o risco
de uma explosão ou a libertação de gases tóxicos, o edifício deve ser evacuado
imediatamente.

Fechamos a unidade com uma tabela, através da qual podemos encontrar e


comparar os efeitos fisiológicos provocados por gases tóxicos e as concentrações
expressas em ppm a partir das quais os efeitos tóxicos são produzidos. Mas ainda

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veremos bem mais sobre essa questão da toxicidade da fumaça quando tratarmos
da fisiologia e do comportamento humano.

Efeitos fisiológicos de gases tóxicos em ppm

Efeito após Mortal em Imediatamente


Gás
30-60min 30 min mortal
Ácido cianídrico – HCN 100 150 180
Ácido clorídrico - HCL 1000 1300 1300
Ácido fluorídrico - HF 50 250 -----
Ácido sulfídrico – H2S 300 600 1000
Amoníaco – Nh3 500 2200 2500
Cloro – Cl2 40 150 1000
Dióxido de carbono 3500 ----- 6000
Fosgênio – COCl2 25 30 50
Monóxido de carbono 1500 4000 10000
Vapores nitrosos – NO/NO2 100 ----- 200

2.4 Lesões por inalação de fumaça

Antônio, Castro e Freire (2013), em uma revisão de literatura sobre lesão por
inalação de fumaça em ambientes fechados em adultos, com dano direto às vias
aéreas, intoxicação por cianeto (HCN) e por monóxido de carbono (CO), fazem
algumas inferências pesquisadas em autores variados que valem ser apresentadas.

 Não é possível predizer as interações fisiopatológicas de todas as toxinas


produzidas pela fumaça, ainda mais se considerarmos a ampla variedade dos
componentes envolvidos na pirólise, bem como a imprevisível taxa de
formação de subprodutos, dependendo da temperatura, espaço e composição
do ambiente.

 Durante um incêndio em atividade, tipicamente, a concentração de oxigênio


(O2) cai para 10-15%, ponto no qual ocorre o óbito por asfixia.

 Entre 60% e 80% dos óbitos imediatos ocorridos na cena de um incêndio são
atribuídos à inalação de fumaça. O cenário clássico é de um incêndio em

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espaço fechado, com perda de consciência, na presença de queimaduras


faciais ou de grandes SCQs.

Quanto às lesões por inalação de fumaça, estas podem ser classificadas,


didaticamente, em três tipos:

1) Acometimento de via aérea superior por lesão térmica de boca, orofaringe


e laringe.

2) Acometimento de via aérea inferior e parênquima causado por materiais


químicos e particulados oriundos da fumaça.

3) Asfixia metabólica, através da qual alguns constituintes da fumaça


impedem a entrega de oxigênio aos tecidos e/ou seu consumo pelos mesmos.

O manejo imediato de vítimas de Lesão por Intoxicação (LI) deve-se focar


primariamente no “esquema” ABCDE do trauma que veremos na unidade sobre
primeiros socorros.

Mas vale saber um pouco sobre a fisiologia da respiração!

O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por


vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades
pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a
traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos
pulmões, ou seja, o sistema é formado pelas vias respiratórias e pelos pulmões.

O ar inspirado, rico em oxigênio, enche os pulmões ao nível dos alvéolos


(sacos onde ocorrem as trocas gasosas com o sangue – hematose). Os pulmões
são protegidos pela caixa torácica, formada pelo Esterno e pelas costelas. Os
movimentos são feitos pelo Diafragma e pelos músculos intercostais. Quando
inspiramos, a caixa se expande e o diafragma desce, entrando o ar. Quando
expiramos, a caixa volta ao normal e o diafragma sobe novamente, expelindo o ar,
cheio de gás carbônico. O sangue deve nutrir os tecidos e, por isso, leva os
nutrientes e os gases respiratórios. Quando chega às células dos tecidos diversos,
ocorre uma troca entre eles e o sangue arterial, que libera o oxigênio e recebe o gás
carbônico, que é carregado principalmente sob a forma de íons Bicarbonato, mas
também é levado dissolvido no plasma e ligados à hemoglobina.

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A anidrase carbônica é a enzima que vai catalisar a reação da água com o


dióxido de carbono no sangue. A hemoglobina é o pigmento das hemácias que lhes
dá a coloração característica e através dos seus íons Ferro, carregam o oxigênio
inspirado para todas as células do corpo.

Dica: O CO (monóxido de carbono), um gás inodoro, faz uma ligação


altamente estável com a hemoglobina, incapacitando-a de transportar o oxigênio. Se
o indivíduo for exposto ao CO por um período prolongado, pode chegar à morte por
asfixia.

Em altitudes mais elevadas, o ar é mais rarefeito e a disponibilidade de


oxigênio, mais baixa. As pessoas que vivem ao nível do mar, ao subirem a tais
altitudes, sentem o impacto da carência de oxigênio. O organismo, para suprir tal
carência, começa a produzir mais hemácias na medula óssea, pela ação do
hormônio Eritropoetina e, portanto, vai haver maior número de moléculas de
hemoglobina para captarem mais oxigênio.

A asfixia consiste na obstrução mecânica das vias aéreas e tem como sinais
e sintomas:

 incapacidade de falar;

 respiração difícil e barulhenta;

 gestos de sufocação.

A intoxicação ou envenenamento ocorre quando o indivíduo entra em


contato, aspira ou ingere, acidental ou não, substâncias tóxicas de natureza diversa.

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UNIDADE 3 – AS CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO


HUMANO

Numa primeira vista, a ciência da qual nos lembramos quando se trata de


“comportamento humano” com certeza é a Psicologia, mas, hoje em dia, esse
estudo pode acontecer por meio de várias outras ciências. Da Filosofia milenar,
passando pela Sociologia que muitas contribuições nos trouxeram nos últimos
séculos, até áreas bem contemporâneas como a Neurociências, encontraremos
reflexões acerca do comportamento humano, lembrando que pelo avançar dos
séculos, dos estudos, dos erros, das falhas, dos equívocos, dos experimentos, das
invenções, dos desenvolvimentos práticos e teóricos é que viemos percebendo o
foco de cada uma dessas ciências, frisando ainda que elas não invadem ou
invalidam os conhecimentos uma da outra, ao contrário, felizmente acrescentam,
somam, contribuem sobremaneira para entendermos nossa evolução (ARCAS,
2000).

Vamos discorrer um pouco sobre essas áreas que estudam e buscam


explicar o comportamento humano justificando que desde o século XX, as noções de
comportamento humano e ciência tornaram-se praticamente indissociáveis, quando
a primeira tornou-se objeto de estudo da ciência.

3.1 A visão da Psicologia


Por definição, Psicologia é o estudo científico dos processos mentais e do
comportamento do ser humano e as suas interações com o ambiente físico e social.
A palavra provém dos termos gregos psico (alma ou atividade mental) e logia
(estudo).

A Psicologia procura descrever sensações, emoções, pensamentos,


percepções e outros estados motivadores do comportamento humano e as
investigações para tanto, geralmente, acontecem através do método de observação.
O tipo de observação mais utilizado é a sistemática, delimitada pelas condições do
que se pretende observar.

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Em se tratando do comportamento humano em situações de estresse como


durante e após um incêndio de proporções considerável, podemos trabalhar com a
Psicologia das emergências.

Bruck (2007) em sua tese de Doutorado em Psicologia explica que o assunto


“trauma” vem adquirindo novos significados, considerando principalmente
acontecimentos sociais recentes, sejam eventos adversos, catástrofes, desastres,
sejam as situações-limite vividas pelas pessoas no cotidiano urbano.

A psicologia das emergências estuda o comportamento das pessoas nos


acidentes e desastres desde uma ação preventiva até o pós-trauma e, se for o caso,
subsidia intervenções de compreensão, apoio e superação do trauma às vítimas e
profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Para Bruck (2007), o assunto se estende às questões que vão desde a


experiência pessoal do trauma até os eventos adversos provocados por
calamidades, sejam estas naturais e/ou provocadas pelo homem. A psicologia das
emergências é um tema de angústia pública, sentimento difuso de mal-estar que se
origina dos acontecimentos públicos traumáticos, chamados estressores, tais como
os incêndios em edificações com muitas pessoas, acidentes de trânsito, assim como
os provenientes das demais situações limites de toda a violência urbana. O trauma é
uma experiência que explode a capacidade de suportar um revés, traz a perda de
sentido, desorganização corporal e paralisação da consciência temporal, pode
deixar marcas que influenciam a criatividade e a motivação para a vida.

Nessa direção, os objetivos nos primeiros auxílios psicológicos são de aliviar


as manifestações sintomáticas e o sofrimento, reduzindo os sentimentos de
anormalidade e de enfermidade.

As contribuições da psicologia são muito importantes na prevenção e


redução de desastres, bem como no tratamento das consequências psicológicas
oriundas de um evento adverso vivido por um indivíduo, por uma comunidade ou
cidades inteira (MELO; SANTOS, 2011).

Enfim, a Psicologia, enquanto área que investiga o comportamento e o


sofrimento humano, deve preparar-se para agir em situações de emergência, tendo
em mente sempre que algumas reações “bizarras” de pessoas que acabam de sofrer
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um evento adverso podem ser respostas absolutamente normais diante de eventos


que não são normais, e cabe a esse profissional fazer essa distinção.

3.2 Os estudos sociológicos


Se fizermos o caminho percorrido das ciências sociais, veremos que estas
possuem como objeto de investigação e estudo do comportamento social humano.
Comportamento este que pode assumir diversas expressões e formas sociais
(BARBOSA, 2003).

O mesmo autor pondera que na medida em que o conhecimento acerca do


comportamento humano foi sendo ampliado, as ciências sociais foram se dividindo
em diversas ciências particulares. Dessa forma se consolidaram na:

a) Sociologia, que se ocupa do estudo das relações sociais e das formas de


associação dos diversos grupos sociais. São temas de investigação da sociologia a
divisão social da sociedade, os conflitos sócio-políticos, os processos de mudança
social, etc.

b) Economia, que se ocupa do estudo do processo de produção, circulação,


distribuição e consumo de bens e serviços. São temas da investigação da economia
o padrão de acumulação capitalista vigente, as políticas públicas sobre a esfera do
mercado, etc.

c) Antropologia, que se ocupa do estudo das origens e desenvolvimento da


cultura dos diversos grupos humanos (étnico, nação, entre outros), bem como suas
identidades culturais. São temas de investigação da antropologia a indústria cultural,
mitos e ritos antigos reminiscentes na nossa contemporaneidade, entre outros.

d) Ciência Política, que se ocupa do estudo das relações de poder no âmbito


das macro e microestruturas sociais. São temas de investigação da Ciência Política:
o caráter e o papel do Estado, as lutas e conflitos políticos, entre outros.

Embora não esteja delimitado pela Sociologia, como campo de estudo, a


questão do comportamento humano em situações de estresse pode vir a ser
estudada pela área, assim propomos algumas reflexões acerca do assunto porque
acreditamos que a aglomeração de pessoas em situações de sinistralidade nos leva

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a algumas conclusões que podem contribuir para o trabalho do Engenheiro no


momento de elaboração de projetos de segurança contra incêndio e pânico.

Estudos de França (2010) apontaram que em cada etapa de seu processo


evolutivo, o comportamento coletivo passou por diversas abordagens relacionadas à
finalidade desse comportamento, às características individuais de seus membros e
aos seus objetivos. O autor separou esses estudos do comportamento coletivo pela
sua abordagem e finalidade dentro de um contexto histórico e social. Interessa-nos
compartilhar nesse tópico, a abordagem que trabalha o pânico em multidões.

O comportamento coletivo engloba vários tipos dentre eles a massa, que


pode ser entendida como um aglomerado de pessoas agindo no mesmo espaço
físico ao mesmo tempo; o público, que é um grupo de pessoas separadas,
normalmente sem a ocorrência de interação física e discutindo algum tema
específico (como a opinião pública); e a multidão que precisa de uma proximidade
física entre seus elementos e uma ação mais coordenada face a um objetivo definido
durante o processo social.

O pânico pode ser desencadeado por diversos fatores, tais como ameaças
naturais (enchentes, terremotos, erupções vulcânicas), ameaças provocadas pelo
homem (atentados terroristas, perda do controle social por parte do Estado), entre
outros. Em uma situação de pânico sempre há um risco iminente e uma sensação de
urgência em agir por parte dos indivíduos.

França (2010) trabalhou, dentre outros, com o modelo de pânico em


multidões baseado na teoria do Interacionismo Simbólico, definido por Blumer como
formação de uma multidão nos seguintes estágios:

Primeiro há a ocorrência de um evento escapista ou excitante (normalmente


relacionado com a agitação social), que chama a atenção do indivíduo e o pressiona
a agir. Com isso, os membros da coletividade direcionam a sua atenção para o
evento. De acordo com Blumer, os indivíduos se submetem ao evento, e inicia-se o
desenvolvimento de uma multidão ativa. Uma das bases do comportamento coletivo
está na insatisfação das pessoas, provocada pela incapacidade de satisfazer seus
impulsos e desejos. Quando essa insatisfação está associada a uma reação circular
que se torna contagiosa, ela passa a ser uma agitação social (social unrest).

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Neste estado, de acordo com Blumer, as pessoas tendem a se mover


erraticamente, sem rumo, as rotinas normais não funcionam mais e, por conta disso,
surgem novas linhas de ação organizada (MUUKKONEN, 1999 apud FRANÇA,
2010).

Em seguida há o processo de milling, que faz com que os indivíduos fiquem


mais sensibilizados e compreensivos, de modo que se tornem mais preocupados
uns com os outros. Com um foco maior uns com os outros, os indivíduos respondem
aos demais de forma rápida, direta e inconsciente, preparando a formação de um
humor comum. Neste terceiro momento, por meio do milling, o grupo reencontra um
objeto comum de atenção, de modo que o humor, o imaginário e os sentimentos das
pessoas fiquem focados.

Chegando em uma quarta etapa, pela compreensão da situação através do


foco obtido, surge uma excitação coletiva, que Blumer categorizou como uma forma
mais intensa de milling e uma reação circular pura. O comportamento excitado
interfere no processo de imaginário direcionado. A excitação coletiva diminui a
capacidade de utilizar a linguagem ou o imaginário para criar imagens diferentes das
formadas pela coletividade. Desta maneira, ele pode entrar em uma linha de conduta
que não conseguiria conceber, e muito menos executar.

Para ignorar tal comportamento excitado, o indivíduo precisa se autoexcluir


do cenário onde a ação ocorre, ou direcionar a sua atenção para outro objeto, com o
auxílio de algumas fórmulas verbais. Por exemplo, em uma situação de emergência,
enquanto alguns membros da coletividade buscam sair do ambiente, outros entram
em um estado de negação e passam a rezar ou maldizer o destino pela condição
inoportuna.

A tendência natural dos indivíduos é lidar com o comportamento excitado e


procurar algum interesse nele. Nesse estado, o indivíduo tende a guiar-se mais
pelas emoções do que pela razão. Em condições de stress, o indivíduo pode ainda
reorganizar significativamente os seus sentimentos, costumes e traços de
personalidade.

Em um quinto momento, a excitação coletiva leva ao contágio social, que é


uma forma intensa de milling e excitação coletiva e, portanto, é uma forma avançada

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de reação circular. Pode-se dizer também que o contágio social é a disseminação


rápida e irracional de humor, impulso ou forma de conduta que ocorre, por exemplo,
nos surtos coletivos, nas manias, nas modas passageiras. Em formas extremas, o
contágio social se apresenta de forma epidêmica, como a histeria da guerra ou
pânico no mercado financeiro. A característica mais importante do contágio social é
que ele atrai e “infecta” indivíduos que normalmente estão desvinculados da ação
social, como espectadores e passantes. O indivíduo pode estar apenas curioso, ou
ligeiramente interessado nesse comportamento. Na medida em que se contagiam e
prestam mais atenção a esse comportamento, os indivíduos estão mais inclinados a
segui-lo. Finalmente, após o contágio social, forma-se o comportamento coletivo
elementar. Na figura abaixo há uma visão geral desses estágios.

Estágios do Comportamento Coletivo de Blumer

Fonte: Mcphail (1989 apud FRANÇA, 2010, p. 24).

Esse modelo apresentado, ainda que não se relacione diretamente como


nosso objeto de estudo, dá uma boa pincelada no comportamento humano visto pela
Sociologia.

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Tomemos como exemplo a tragédia ocorrida na Boate Kiss, em Santa Maria


(RS). Ouvimos naqueles dias expressões como “as pessoas entraram em pânico”,
que a situação era “caótica”, e predominava o “cada um por si”.

Martins (2013), logo após a tragédia, comentou que o comportamento


coletivo é tendencialmente irracional, provocado por fator geralmente repentino,
como uma faísca, uma explosão, um grito, uma falsa notícia alarmante, em
situações sociais, em que as referências estáveis de conduta, que são as normais e
corriqueiras, não operam plenamente.

As pessoas estão cercadas, predominantemente, por desconhecidos e os


códigos de conduta são em boa parte improvisados no momento, de reciprocidades
meramente reativas. Quando um começa a correr, todos correm, mesmo sem saber
o motivo. É essa característica sociológica do comportamento coletivo que impõe a
prudência e a providência de que as situações de multidão sejam regulamentadas e
condicionadas por marcos e instrumentos de referência de conduta e de segurança
em situação de emergência: saídas largas e em número proporcional ao público
presente, extintores de incêndio, especialistas em orientação de multidão,
iluminação, entre outros. São os lembretes das normas sociais interiorizadas, que
essas situações invariavelmente colocam entre parênteses. O caso de Santa Maria,
pelas informações até então disponíveis, sugeria que o alto índice de mortes foi
agravado pela falta desses cuidados.

Quando do pânico decorrem mortes, as pessoas surpreendidas nos trajes,


nos atos, no cenário e na circunstância “impróprios para morrer”, numa cultura
funerária como a nossa, tradicional, que pressupõe a morte em família, as sequelas
sociais são imensas. Cria-se a situação culturalmente anômala do ausente que não
chega, do filho que não volta. A espera passa a regular a vida da família, numa
sociedade em que já não há lugar para esperar (MARTINS, 2013).

Pesquisas ao redor do mundo com pessoas que sobreviveram a diversas


tragédias como incêndios, inundações, tumultos, ataques terroristas, entre outras,
trazem a revisão de alguns posicionamentos dominantes no senso comum, como o
de que as pessoas entram facilmente em pânico, agindo de modo irracional ou que

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sempre predomina o comportamento egoísta, no qual, cada um tenta salvar sua


própria pele sem se importar com os outros.

A investigação científica das situações de tragédias, por exemplo, derruba o


mito do egoísmo extremo, demonstrando que o comportamento predominante é de
cooperação e solidariedade. Geralmente, as pessoas começam ajudando quem está
com elas e tendem a estender esta ajuda àqueles desconhecidos em volta, criando
um forte sentimento de identidade coletiva (SCARPATO, 2013).

Existe um ponto crítico, no entanto, em que o comportamento tende a mudar


e a sobrevivência passa a contar mais do que o sentido de coletividade. Para que
ocorra esta mudança na direção do comportamento precisam ocorrer duas
condições simultâneas: as pessoas se sentirem sem saída e sob o risco iminente de
morte. Num incêndio, por exemplo, quando o fogo está próximo, a fumaça
intoxicando e as saídas parecem escassas, fugir imediatamente da situação torna-se
imperativo para preservar a própria vida.

Nesta hora crítica, o estado emocional de pânico entra em ação, ativando


padrões automáticos de comportamentos de luta/fuga. O comportamento racional,
solidário e cooperativo dá lugar então a um comportamento de emergência, em que
sair da situação torna-se a única prioridade.

Quando as pessoas entram neste estado emocional de pânico, acabam se


empurrando, se atropelando, o que aumenta os danos de uma tragédia, com
pessoas que morrem pisoteadas e sufocadas no meio da multidão tentando sair de
um lugar ameaçador em saídas insuficientes, essa tem sido a realidade.

Esse comportamento, estudado por várias áreas, nada mais é do que o


instinto de sobrevivência do ser humano e não uma atitude de crueldade.

Como justifica Scarpato (2013), é o atendimento a uma lógica primária de


preservação da vida. Com o perigo aumentando e a sensação de risco de morte
iminente, sair da situação o mais rápido possível é o comportamento mais coerente
pela lógica de preservação do cérebro humano. Depois de sair, muitas pessoas
voltam para ajudar os outros, muitas vezes até colocando em risco a própria vida.

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Enfim, o que aumenta as mortes e danos numa tragédia não decorre do


“comportamento irracional” das pessoas, mas das limitações do ambiente, como
insuficiência de saídas, ausência de sinalização, falta de liderança e treinamento em
procedimentos de evacuação, entre outros, eis onde o Engenheiro pode dar sua
valiosa contribuição no momento de elaboração de projetos que atentem para
aspectos de segurança contra incêndios, aqui mais precisamente no terceiro estágio,
na fuga iminente.

Guarde...

As estratégias para lidar com tragédias precisam oferecer condições para as


pessoas saírem daquela situação antes de entrarem neste “modo de pânico”. Esta
deve ser uma prioridade no planejamento arquitetônico de espaços públicos e no
desenvolvimento de estratégias de evacuação.

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UNIDADE 4 – COMPORTAMENTO HUMANO EM


SITUAÇÕES DE RISCO

É fato que as pessoas reagem de maneira diferente nas diversas situações.

Devido à exposição ao risco, não há como realizar experimentos que demonstrem


com máxima certeza o comportamento humano.

Os ensaios sempre são ensaios, tentam se aproximar ao máximo da realidade, mas


são ensaios, frise-se.

As afirmativas acima nos levam, de antemão, a inferir que o estudo do


comportamento humano em situações de incêndio e pânico é um estudo complexo,
visto que são impraticáveis as realizações de certos experimentos que venham a
demonstrar as reais reações e comportamentos sem que venha a se expor a riscos
a integridade física dos envolvidos nestes e, com isto, os estudos existentes
fornecem apenas partes das situações reais experimentadas por vítimas em
situações reais de incêndio.

Estes estudos têm sido conduzidos nos últimos 40 anos, iniciando-se na


década de 60 nos Estados Unidos e na Inglaterra, intensificados a partir da década
de 70, pela ocorrência do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo, em 1974.
Cenas bem vivas, até hoje, de pessoas se lançando ao espaço na tentativa de
escapar das chamas percorreram todo o mundo, via televisão, tornando-se uma
referência trágica mundial e aguçando a curiosidade científica mundial. De todos os
fatos observados, uma coisa é certa: o treinamento prévio de como agir ou
sobreviver em meio a um incêndio, realizado com uma certa periodicidade, pelo
menos uma vez ao ano, é a forma mais segura de se reduzir as fatalidades e os
acidentes decorrentes dos incêndios (ARAÚJO, 1999).

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4.1 A resposta fisiológica e o comportamento humano


As reações humanas são condicionadas por um mecanismo fisiológico, no
qual o homem, ao ser informado de uma situação de perigo, se identifica com base
em experiências cognitivas anteriores ou de conhecimento adquirido através da
informação e de relatos, o qual lhe permite estabelecer comparações. As reações
mais típicas são:

 a fuga, na maior parte dos comportamentos; ou,

 a luta da situação de perigo, ou a ausência dela;

 a inércia, em que nada mais é do que um processo total de negação do fato


relacionado com o perigo, motivado por uma situação maior e mais complexa
que a capacidade individual de ser tomada qualquer ação, quer fugir ou lutar.

A resposta fisiológica ao medo é um dos fenômenos fisiológicos mais


básicos, inerentes às espécies animais, e a garantia de sua sobrevivência e
evolução. Os seres vivos, em especial os animais, cujo homem é parte integrante da
espécie, ao perceberem da ocorrência de um determinado perigo, pelos seus
sentidos, sendo os mais importantes e influentes: a visão, a audição, o olfato, e o
tato, têm o seu processamento lógico-sensorial baseado na definição ou não de uma
situação de perigo como visto anteriormente. Esta situação, sendo identificada como
uma situação de perigo, é transmitida um impulso elétrico pelo Sistema Nervoso
Central (o qual corre em grande parte pelo interior da coluna vertebral) a um
conjunto de glândulas situadas sobre os rins – as glândulas suprarrenais, as quais
se incumbem de liberar o hormônio adrenalina (ou epinefrina) para a corrente
sanguínea (ARAÚJO, 1999).

Duas pessoas reagem de forma diferente a uma mesma situação quando ela
ocorre e, mesmo assim, uma destas pode agir de uma determinada forma hoje e,
diferentemente, daqui a algumas horas, dias ou semanas.

Há certos fatores que podem determinar como nós agiremos em


determinadas situações. Experimentos e estudos apontam que nós agimos frente ao
calor, fumaça e chamas baseados nos seguintes fatores:

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a) Idade – os mais novos, devido ao desconhecimento e as restrições de


mobilidade, e os mais velhos (por isso, as faixas de maior vulnerabilidade nos
incêndios é até os 5 anos e acima dos 65 anos), além destas restrições de
mobilidade, devido a outros problemas de ordem sensorial e neurológica (agravadas
ainda por mal de Parkinson, Alzheimer, entre outros) tem a sua capacidade de lidar
com o incêndio reduzida tornando-se um fator crítico de sobrevivência.

b) Tamanho – pessoas de maior massa muscular podem tolerar melhor altas


doses de materiais tóxicos gerados nos incêndios, entretanto, no tocante ao
condicionamento cardiorrespiratório, crucial nestas condições de sobrevivência,
estas pessoas, em geral, mal condicionadas, podem tornar-se vítimas potenciais.

c) Condições físicas pré-existentes – a condição geral de um indivíduo


poderá ter um efeito na sua sobrevivência em um incêndio, nestas, podemos incluir
a Estabilidade Cardíaca (determinada pela condição anatomo-fisiológica do sistema
cardiocirculatório).

d) Condição Aeróbica (associada ao condicionamento cardiorrespiratório) –


Mobilidade (ligada ao biotipo, peso, altura, flexibilidade articular, doenças
musculoesqueléticas), neste aspecto, temos também de considerar grávidas,
pessoas com restrição motora, visual e auditiva, em especial cadeirantes.

e) Capacidade Respiratória – a maior parte das “Causas Mortis” nos


incêndios decorre da inalação de fumaça. Por esta razão a Capacidade Respiratória
é uma condição crítica de sobrevivência na situação de um incêndio. Quaisquer
doenças crônicas pré-existentes como enfisema pulmonar e asma (devido a
alteração respiratória por conta da alteração e da elevação da frequência
respiratória, em decorrente da obstrução dos músculos pulmonares, contraem-se,
interrompendo o ciclo respiratório e provocando vasoconstrição – diminuição do
calibre das vias aéreas pulmonares. Fatores estes associados a fumaça, stress,
calor, entre outros), podem reduzir consideravelmente esta capacidade. Fatores
agudos como resfriados, gripes ou pneumonias podem vir a afetar esta capacidade.
E no caso de fumantes, as condições pulmonares, bem reduzidas, em geral,
dificultam a ações de troca pulmonar a nível alveolar, em termos de absorção de O 2,
e, consequentemente, dificultando uma boa irrigação sanguínea cerebral,

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indispensável para a tomada de ações, quer quanto ao critério, quanto à velocidade


das mesmas, quer quanto ao impulso neurológico em uma situação de incêndio.

f) Medicação, drogas e álcool – estes elementos reduzem substancialmente


a capacidade de avaliação e da percepção dos riscos inerentes a um incêndio,
alterando substancialmente a capacidade de se tomar a decisão adequada frente a
emergências. Estatísticas recentes (United States Fire Administration – USFA , Abril,
17, 2008) citam que pelo menos 10% das fatalidades em incêndios residenciais tem
como causa principal o uso de drogas ou álcool, em especial nas comunidades mais
pobres. Neste aspecto, a faixa etária envolvida neste tipo de evento se situa entre 20
a 64 anos, cujos índices são duas vezes maiores que as outras faixas etárias, e os
homens são os mais predominantes neste aspecto.

4.2 Características dos ocupantes


Concordamos com Araújo (2008), quando diz que o estudo do
comportamento das pessoas em incêndios é importantíssimo para a escolha dos
procedimentos, do que fazer em caso de incêndio e o caminho a seguir até a rota de
fuga e a saída em segurança.

O relatório da NFPA (2005) menciona que a maioria dos incêndios em


prédios elevados ocorre em quatro classes de edifícios: escritórios, hotéis,
apartamentos e hospitais.

Os edifícios de escritórios, atualmente, estão sendo projetados e construídos


para maximizar o espaço disponível, com divisórias baixas, como estações de
trabalho. Isso adensa e aumenta a população no pavimento, diminui a
compartimentação, o que facilita uma possível contaminação de fumaça, em uma
situação de incêndio.

Mas, via de regra, a maioria da população está familiarizada com as rotas de


fuga e saídas de emergência, fato que facilita a evacuação do ambiente, se houver
necessidade de abandono de área.

Em hotéis, o público usuário é rotativo e nem sempre está habituado a


observar onde estão as saídas de emergência e os procedimentos de emergências.

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Vejamos um exemplo de norma de comportamento em caso de incêndio de


um hotel.

O texto abaixo foi afixado no lado interno da porta de um apartamento do Hotel


Metrópole, em Roma, junto de um mapa do pavimento indicando onde o hóspede
está em relação aos corredores, saídas de emergência sinalizadas, trajetos em
linha vermelha e tracejado preto, botoeiras de alarme de incêndio, iluminação de
emergência e equipamentos de combate a incêndios com extintores de incêndio e
hidrantes.

Se possível, alcançar a escada de emergência seguindo o percurso “A” indicado


com a linha tracejada em vermelho. Se não for possível alcançar a escada de
emergência, seguir o percurso “B” (indicado com tracejado preto) que remete à
escada principal.

Em todos os casos, não servir-se absolutamente dos elevadores.

Se não for possível usar o corredor, permanecer no próprio quarto com intenção
de ser socorrida, mantendo a calma e assinalando a própria presença.

INSTRUÇÕES DE INCÊNDIO

Se você descobrir um incêndio:

1. Imediatamente acione a botoeira de alarme de incêndio mais próxima.

2. Ataque o fogo, se possível, com os equipamentos instalados, mas sem riscos


pessoais. Ao ouvir o alarme:

3. Deixe a edificação e siga para o ponto de reunião “B”.

Os incêndios em apartamentos têm, na maioria das vezes, a particularidade


de permanecerem confinados dentro da unidade de origem, face à
compartimentação dos ambientes.

Em hospitais, há setores em que as pessoas internadas não podem ser


facilmente removidas, como centros cirúrgicos, unidades de terapia intensiva; deve
haver, portanto, cuidadosa compartimentação e rigoroso controle de materiais e
equipamentos contra a eventualidade de um princípio de incêndio.

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Nos locais em que as pessoas permanecem em vigília, por exemplo, em


locais de trabalho, o tempo de reação aos alarmes é inferior aos ambientes em que
pessoas repousam ou apresentam dificuldade de locomoção, a exemplo de hospitais
e até mesmo de edificações prisionais, principalmente se não estiverem
familiarizadas com as rotas de fuga e saídas de emergência, como nos hotéis e
assemelhados (ARAÚJO, 2008).

4.3 O abandono de edificações – movimento, tempo e comportamento das


pessoas
A segurança contra incêndios em edifícios passa fundamentalmente pela
segurança das pessoas, o que significa criar condições seguras, ou seja, provisão
de rotas de fugas adequadas, para que as pessoas possam abandonar o edifício de
forma incólume (VALENTIN; ONO, 2006).

A confiabilidade deste elemento deve ser, necessariamente, mais elevada


que dos outros elementos do sistema, pois na hipótese do incêndio ocorrer,
pondo em risco a incolumidade dos usuários do edifício, significando que
outros elementos do sistema falharam, a evacuação segura do edifício não
poderá falhar. Trata-se desta forma, do elemento mais importante e mais
diretamente associado à segurança da vida humana, em caso de incêndio
(BERTO, 1991, p. 276-7).

Para que possa se ter uma evacuação satisfatória, além das proteções
passivas e ativas, faz-se necessário conhecer o comportamento e o movimento das
pessoas em situações de incêndio.

Determinar a velocidade de deslocamento das pessoas em situações


normais pode ser uma tarefa fácil, entretanto, em situações de incêndio torna-se
extremamente complexa devido aos vários fatores que podem interferir neste
processo.

Segundo Valentin e Ono (2006), de uma forma geral, a pessoa tem um


comportamento adaptativo, ou seja, consegue abandonar o edifício sem se afastar

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dos padrões normais de comportamento. Entretanto, em alguns casos, podem surgir


alguns fenômenos que contribuam para que o indivíduo passe a ter um
comportamento não adaptativo. Um comportamento não adaptativo pode ser
definido: “[...] pela prática de uma ou várias ações que contribuem para dificultar a
evacuação do edifício e o próprio combate ao incêndio” (COELHO, 1997).

A probabilidade de um comportamento não adaptativo aumenta se não


forem consideradas as seguintes medidas de segurança contra incêndio:

 concepção correta dos caminhos de evacuação (visibilidade das saídas,


larguras suficientes, adequada relação entre largura e altura dos degraus das
escadas, existência de corrimãos nas escadas, entre outros);

 passagens estreitas ou estrangulamentos nos caminhos de evacuação;

 existência de sinalização de segurança;

 existência de iluminação de emergência;

 detecção do incêndio em sua fase inicial e adequados sistemas de alarme;

 existência de lugares de refúgio e sistema de comunicação com os ocupantes


(edifício muito alto);

 sistema adequado de controle de fumaça.

É importante compreender que o tempo total de abandono é composto por


várias parcelas de tempo e que o tempo de caminhamento é somente uma delas.
Faz-se necessário entender cada uma destas parcelas de tempo, pois se a
somatória de tempos que precedem o caminhamento for muito alta, quando o
ocupante decidir efetivamente iniciar o movimento, o limite tolerável pode ser
mínimo, ou seja, os gases quentes e tóxicos podem já ter invadido as rotas de fuga
ou o incêndio pode já ter se alastrado.

O tempo de abandono inclui:

 tempo de detecção do incêndio – pode ser curto quando as pessoas estão


despertas no recinto em que iniciou o incêndio, ou longo se o incêndio ocorrer
em sala distante da presença de pessoas e não houver sistema de detecção

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automática de incêndio. Neste caso, ao ser descoberto, o incêndio já terá se


desenvolvido, gerado uma grande quantidade de fumaça ou gases tóxicos;

 tempo de alarme – depende das ações realizadas pelas pessoas que tomam
conhecimento do incêndio ou das características dos sistemas de detecção e
alarme;

 tempo de reconhecimento – mesmo soado o alarme muitas pessoas querem


se certificar do que está havendo antes de decidir a abandonar o local;

 tempo de resposta – algumas pessoas ainda vão executar certas tarefas


antes de iniciarem o abandono. Estas tarefas podem ser de caráter pessoal
ou tarefas necessárias referentes a algum tipo de processo produtivo. A soma
do tempo de reconhecimento e de resposta é denominada de tempo de pré-
movimento;

 tempo de caminhamento – é aquele efetivamente gasto no deslocamento da


saída. Inúmeros fatores influem neste tempo como o estado físico e mental
das pessoas e a idade, entre outros. Este é o tempo que está relacionado às
distâncias de caminhamento, citadas nas normas e regulamentações.

A tomada de decisão do ocupante, situada entre o tempo de reconhecimento


e o tempo de resposta, torna-se muito mais complexa do que em uma tomada de
decisão cotidiana, devido a:

 existência de maior risco em um incêndio do que em outras situações, onde


as consequências de uma tomada de decisão podem determinar sua
sobrevivência;

 o tempo disponível é limitado e o tomador de decisão sente que sua decisão


deve ser tomada rapidamente;

 as informações disponíveis para a tomada de decisão são ambíguas e


incompletas (PROULX, 2002 apud VALENTIN; ONO, 2006).

Diante desta situação, independente de sua experiência anterior, idade, sexo


ou treinamento, toda pessoa envolvida em uma situação de emergência sentirá
algum estresse. Este sentimento não é uma situação anormal, pelo contrário, o
estresse é visto como um sentimento necessário para motivar reação e ação. A

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tomada de decisão mediante o estresse é frequentemente caracterizada pelo


estreitamento das opções. Por este motivo, o treinamento constante de abandono
torna-se extremamente importante.

Frise-se que os modelos matemáticos são cada vez mais utilizados na


análise de projetos baseados em desempenho como alternativa ao comprimento dos
códigos prescritivos, uma vez que estes são capazes de prever as áreas onde
ocorrerá congestionamento durante o abandono. Olenick e Carpenter (2003 apud
VALENTIN; ONO, 2006) apresentam um levantamento dos vários modelos de
simulação na área de segurança contra incêndio, onde são identificados 16 modelos
de simulação de abandono desenvolvidos em vários países.

Da análise dos incêndios catastróficos que houve no mundo, verifica-se que


o ponto nevrálgico das edificações é a vulnerabilidade de circulação interna seja elas
horizontal ou vertical aos efeitos do incêndio (fumaça, calor e chamas).

Nesse contexto é que o projeto de combate a incêndio e pânico interfere na


segurança física das vias de circulação horizontal e vertical. As escadas a prova de
fumaça, a sinalização e iluminação de emergência, o correto dimensionamento dos
hidrantes de parede e extintores possibilitam uma evacuação segura das pessoas
para fora da edificação até a chegada do Corpo de Bombeiros (PRADO, 2011).

Guarde...

 Pessoas diferentes também tendem a reagir de forma diferente à mesma


situação de perigo, dependendo de diversos fatores. Igualmente, a mesma
pessoa pode reagir diferentemente a duas situações de perigo semelhantes,
em alturas diferentes.

 As reações das pessoas perante uma situação de incêndio são várias:

- Fuga ao perigo; Luta contra o perigo; Inércia perante o perigo.

 São fatores de ordem individual (Idade, Porte Físico, Estado de Saúde).

 São fatores relacionados com o incêndio (Temperatura, Fluxo de Calor,


Redução do nível de oxigênio, Exposição aos gases do incêndio).

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 São fatores relacionados com os sistemas de alarme (Sistema de Socorro,


Sistema de notificação sonora, Cheiro de fumo, notificação pessoal e
barulhos).

 O treinamento prévio de como agir ou sobreviver em meio a um incêndio,


realizado com uma certa periodicidade, pelo menos uma vez ao ano, é a
forma mais segura de se reduzir as fatalidades e os acidentes decorrentes
dos incêndios.

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UNIDADE 5 – O PÂNICO

Araújo (2008), Abolins, Bianchini e Nomellini (2008) fazem algumas


colocações que nos levarão a desenvolver o pensamento sobre o pânico nessa
unidade. Vejamos:

 as pessoas têm reações diferentes diante de situações adversas, em caso de


sinistros, quando sentem ameaçadas em sua integridade física;

 em um incêndio, o comportamento mais frequente é a tensão nervosa ou


estresse, e não a reação de medo e que foge ao controle racional, ou seja, o
pânico. Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante de uma situação
de incêndio, como se estivessem paralisadas nos primeiros minutos, não
acreditando que estejam sendo envolvidas numa situação de risco grave;

 a fumaça, que dificulta a visibilidade, durante um incêndio, contém CO, entre


outros gases, que possui mais afinidade com a hemoglobina do sangue que o
oxigênio. Isso afeta o sistema nervoso central, provocando sintomas como
mal-estar, distúrbios de funções motoras, perda de movimento, perturbações
de comportamento (fobia, agressividade, pânico, coma, entre outros);

 a falta ou inobservância de detalhes construtivos integrantes do sistema de


saídas de emergência acarreta, no caso de utilização real, o
desencadeamento de lesões corporais, entrada em pânico e até casos mais
graves;

 quando o movimento tem uma restrição aproximando-se dos 45 metros por


minuto, é quando se originam os contatos físicos, onde os espaços são
disputados pela força física, causando as lesões e dando origem ao pânico;

 saídas de emergência bem planejadas atenuam o pânico quando da ocasião


de sinistros;

 estresse x pânico – em situação de estresse, a pessoa pensa, ainda está no


seu estado racional, ao contrário de uma situação de pânico no qual a pessoa
está sob controle do instinto, a pessoa não pensa. Seu pensamento é
instintivo.

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5.1 Definições
Conforme Sumida e Macau (2004), pânico define-se pelo pavor ou susto
inesperado que gera uma ação desconexa instantânea no corpo diante de um
perigo. Esse organismo reage imediatamente, desenvolvendo reações químicas e
físicas, causando exaltação e medo, o que é conhecido como pânico individual.

O pânico coletivo é o que abrange uma grande quantidade de pessoas


(multidão) em uma situação de perigo específica em que todos estão envolvidos.
Uma particularidade importante no comportamento do pânico é a presença de uma
situação ameaçadora iminente. Disto infere-se que:

Pânico é um estado emocional incontrolável onde a pessoa perde o controle


sobre o seu próprio corpo passando a agir sob o comando do seu instinto.

A natureza dotou os animais com um sistema de defesa que é acionado pela


situação de pânico. Nesta situação, fala mais alto o instinto animal registrado em seu
inconsciente. Muitas das situações de pânico são herdados dos pais.

O pânico é caracterizado pela produção exagerada de adrenalina que


produz no organismo reações estranhas.

5.2 Sintomas do pânico e reações instintivas

O que define um ataque de pânico é um período distinto de intenso temor ou


desconforto, no qual quatro (ou mais) dos seguintes sintomas desenvolveram-se
abruptamente e alcançaram um pico em 10 minutos.

Os 13 sintomas somáticos ou cognitivos são: palpitações, sudorese,


tremores ou abalos, sensações de falta de ar ou sufocamento, sensação de asfixia,
dor ou desconforto torácico, náusea ou desconforto abdominal, tontura ou vertigem,
desrealização ou despersonalização, medo de perder o controle ou de
“enlouquecer”, medo de morrer, parestesias e calafrios ou ondas de calor (DSM IV).

(1) Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado.

(2) Sudorese.

(3) Tremores ou abalos.

(4) Sensações de falta de ar ou sufocamento.


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(5) Sensações de asfixia.

(6) Dor ou desconforto torácico.

(7) Náusea ou desconforto abdominal.

(8) Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.

(9) Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização


(distanciar de si mesmo).

(10) Medo de perder o controle ou enlouquecer.

(11) Medo de morrer.

(12) Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).

(13) Calafrios ou ondas de calor (MAGALHÃES, 2014).

Quanto às reações instintivas podemos falar em alguns tipos de


comportamento a partir de comparações do mundo animal para que o conteúdo seja
suavizado (sic):

a) Comportamento de Bando – o indivíduo corre com os outros, junto com os


outros. É o que acontece com animais “pequenos” frente ao predador “grande” como
no caso das anchovas que se defendem do ataque do tubarão na forma de um
cardume compacto.

Na hora do pânico, a adrenalina toma conta do nosso corpo e não


conseguimos pensar. Nossa reação é instintiva e multas pessoas seguem o grupo
de forma inconsciente.

b) Instinto de sobrevivência – tendo sido vítima de muitas enchentes, alguns


grupos “fogem” para locais altos. As formigas e mais alguns animais que fazem
ninho no chão como as corujas, promovem mudanças e migrações para locais mais
altos na aproximação da temporada de chuvas.

Na hora do pânico, sob a ação da adrenalina, o instinto desse grupo sinaliza


“locais altos” e estando num prédio sob incêndio, a pessoa “corre” para o alto
mesmo tendo consciência que a fuga segura é para baixo, para fora do prédio.

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c) Instinto de Fuga – detectado o “foco” do perigo, o animal “foge” para longe


do foco. O exemplo típico é o da galinha em fuga que foge sempre para o lado
oposto ao do foco. Se o foco é um carro à noite com o foral aceso, a galinha foge
“para a frente” e se o carro muda de direção, a galinha muda para a mesma direção
e continua na frente do carro.

Na hora do pânico pela ocorrência de um incêndio, este grupo “foge” do foco


do fogo. Mesmo havendo setas e outros indicadores de saída, é possível que este
grupo corra ao contrário para fugir do fogo.

d) Instinto de Fome – traumatizado, até hoje, pela acirrada disputa por um


naco de alimento que nossos antepassados enfrentavam todo dia, o ser sob pânico
não “soma” e nem “divide” – apenas “subtrai” e sai correndo para um canto protegido
onde pode se acalmar e satisfazer a sua fome.

Na hora do pânico, a enorme “concorrência” pela disputa de corredores,


escadarias e portas de saída, este grupo tende a “eliminar” o concorrente,
empurrando para o lado e passando por cima.

Não existe amizade, companheirismo e muito menos solidariedade, por


indivíduos deste grupo, na hora do pânico. Depois, tendo atingido um “refúgio”
seguro, a razão volta e junto sentimentos de amizade e de solidariedade. Muitos que
“saíram”, procuram “voltar” para salvar aqueles que estão tendo dificuldades de sair.

e) Instinto de Defesa – não reagir, não provocar, não agredir são atitudes
defensivas para aquele grupo de pessoas que viveram longos períodos sob
permanente opressão e submissão. Calar-se, resignar-se, abaixar a cabeça,
obedecer, ajoelhar são as reações características. Neste grupo, o desmaio é
frequente.

5.3 Causas do pânico

Não é necessário que ocorra um evento catastrófico, ruidoso e de grandes


proporções como um incêndio ou uma enchente. Uma situação qualquer, mesmo
que calma, mas que possa produzir estresse nas pessoas pode desencadear uma
situação de pânico.

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Numa reunião séria, uma pessoa que tenha aquele tique de ficar apertando
o botão da caneta pode produzir em uma outra pessoa cargas de estresse.

Pessoas que falam sempre em tom de gozação e com um sorriso irônico nos
lábios, causam irritação nas pessoas “sérias” aumentando o estresse.

Motoristas “presos” no congestionamento ficam irritados com a demora e


principalmente pela “esperteza” de outros motoristas que dão uma de esperto
forçando a passagem e andando no acostamento. Estes eventos aumentam o nível
de adrenalina causando irritação, impaciência, nervosismo e estresse deixando a
pessoa, permanentemente ou o dia todo, no limiar do estado de pânico.

Uma discussão entre duas pessoas que, de início, conversavam


amigavelmente, pode ocorrer uma exaltação que acirra os ânimos, aumentando
gradativamente o estresse e pode culminar com trocas de socos e pontapés,
características do estado de pânico.

Outras situações de pânico ocorrem em local com aglomeração de pessoas


como cinema, teatro, igreja, escola, ginásio, estádio, arena, boate, restaurante, entre
outros.

As situações de pânico são potencializadas pelo conteúdo emocional


praticado nos locais de concentração de pessoas. Nas igrejas, em geral, as pessoas
ficam “calmamente” orando, mas existem igrejas que apelam para o emocional com
o aumento gradativo do tom de voz do pastor. As pessoas elevam suas emoções
com a produção de adrenalina. Se ocorrer um incêndio neste momento, as reações
das pessoas serão totalmente desprovidas de razão.

Outros locais utilizam-se de artifícios para produzir estados emocionais com


o fornecimento de bebidas alcoólicas e o entoar de músicas eletrônicas. Estas
músicas ritmam na frequência cardíaca da pessoa, vibrando, inicialmente em torno
de 90 batidas por minuto, recebendo um aumento gradativo para 100, 120 e assim
por diante. O batimento cardíaco aumenta na mesma proporção, influenciado, ou
induzido, pelo volume alto e envolvente da energia sonora.

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A causa do pânico pode também ter origem psicológica. Chama-se síndrome


do pânico e a pessoa pode surtar, sem mais nem menos, pois existe predisposição
psicológica em que a pessoa se julga perseguida ou ameaçada.

5.4 Características de pessoas em pânico

Pessoas em estado de pânico e mesmo em breves instantes de situações


de pânico não agem de forma “normal”. Eis algumas características do pânico:

a) Perda da racionalidade. Não adianta conversar com a pessoa em pânico


tentando convencer que “não há perigo” ou que “está tudo normal”. Muitas vezes, a
pessoa entra em pânico por uma discussão aparentemente boba como um conflito
de trânsito. A pessoa entra em pânico, por exemplo, pelo aparecimento de um
alguém com brincadeiras “sem graça” que, muitas vezes sem querer, produz um
disparo na situação de pânico. A pessoa que entra em pânico não diminui seu grau
de pânico enquanto aquela pessoa que produziu o disparo da situação permanecer
nas proximidades.

A melhor solução é levar, mesmo que seja à força, a pessoa sob pânico para
longe do local.

b) Reações Instintivas: é muito forte a reação instintiva de preservação da


integridade. Muitos homens fortes não conseguem segurar uma frágil senhora em
pânico. O melhor é gritar por socorro para atrair mais pessoas para que, em grupo,
consigam segurar e levar a pessoa para longe do local.

Em se tratando de situações de incêndio, é preciso usar todos os artifícios


para que as pessoas não entrem em pânico e se já o estão, que sejam minimizados
seus efeitos, os quais sabemos podem ser devastadores.

Guarde...

Seis processos sequenciais foram identificados como padrões-resposta a


situações de emergência, predecessores do pânico os quais se alternam
sucessivamente em uma espiral crescente, são eles:

1) RECONHECIMENTO

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Da forma que um indivíduo é informado ou tem a sensação de “que algo não


corre bem”, ou seja, de que um incêndio está se desenvolvendo próximo a si, tem
um impacto direto sobre as suas ações.

2) VALIDAÇÃO

Este processo consiste na tentativa de avaliar o quão séria representa a


ameaça a que ele está exposto, quando são colocadas questões do tipo: “Devemos
desocupar o prédio ou aguardar as instruções?”; “Este cheiro de fumaça será de
algo que realmente está queimando?”.

3) DEFINIÇÃO

Este processo consiste basicamente no conhecimento da informação sobre


o perigo ao qual o indivíduo está exposto, dentro de certas variáveis qualitativas,
como a natureza da ameaça, a magnitude do risco, e o contexto temporal de
desenvolvimento da emergência, neste caso do incêndio. Neste aspecto, o indivíduo
pode determinar o curso de andamento da situação, com questões do tipo “Com
quanta fumaça nós ainda poderemos ver?” ou “Quanto calor nós ainda poderemos
sentir?”.

4) AVALIAÇÃO

Este processo pode ser descrito como um conjunto de atividades cognitivas


e psicológicas requeridas para que o indivíduo venha a responder à ameaça. A
habilidade individual de se controlar a ansiedade e o stress tornam-se fatores
preponderantes e, neste processo, a ameaça causada pelo incêndio determinará,
segundo o padrão psicológico ou vivencial do indivíduo a ação subsequente: a de
fugir ou a de lutar contra o fogo.

5) EXECUÇÃO

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Esta parte do processo é relativa ao conjunto de mecanismos os quais o


indivíduo lançará mão, o qual foi estabelecido previamente, durante o processo de
Avaliação, e que será a garantia de sua sobrevivência.

6) REAVALIAÇÃO

Este é o processo mais estressante para o indivíduo, em especial quando


uma última tentativa tem acabado de falhar, e a subsequência destas tentativas (por
exemplo: tentar escapar de locais aonde as portas se encontram fechadas ou
obstruídas), pode levar, devido a recorrência do stress, cansaço à perda
subsequente da coordenação motora ao incremento da possibilidade de sucesso,
tornando as decisões cada vez menos racionais e daí ao pânico como elemento final
(ARAÚJO, 1999).

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UNIDADE 6 – PRIMEIROS SOCORROS EM INCÊNDIOS

Partindo novamente da fisiologia dos seres vivos, todas as células


necessitam de oxigênio e nutrientes, sem os quais entram em sofrimento, podendo
resultar em morte. Com a morte das células, segue-se a morte dos tecidos, órgãos e
do próprio ser vivo. O suprimento de oxigênio e nutrientes para a célula, assim como
a retirada de resíduos, são realizados pelo sangue de forma contínua. O sangue se
desfaz do gás carbônico e se abastece de oxigênio nos pulmões e de nutrientes pela
absorção de alimentos digeridos no tubo digestivo.

Pois bem, visto que somos seres de uma complexidade tamanha, a qual nos
faz fortes e frágeis ao mesmo tempo, o atendimento inicial a uma vítima de sinistro
como o incêndio tem protocolos básicos que são essenciais para manter a vida.
Evidentemente que estes protocolos são seguidos por uma equipe treinada que
geralmente é a Brigada de Incêndio.

Nas palavras de Camillo Junior e Leite (2008, p. 293): devemos, como


medida inicial e antes do atendimento a possíveis vítimas, observar o local, eliminar
riscos potenciais para o socorrista, vítima e terceiros, já que não se quer o
surgimento de novas vítimas, inclusive brigadistas.

Para tanto, a observação das seguintes medidas são fundamentais:

 sinalizar e isolar adequadamente o local do atendimento;

 verificar a utilização de EPI adequado;

 solicitar sempre apoio ao corpo de bombeiros (telefone de emergência 193);

 liberar a via trafegável o mais rápido possível e com segurança;

 cuidado com a contaminação e outros riscos, tais como explosão, agressões


vindas de terceiros, entre outros.

O objetivo do atendimento inicial à vítima é identificar situações que


coloquem a vida em risco, iniciar o suporte básico de vida e desencadear a
continuidade dos cuidados necessários: imobilização, remoção e acionamento de

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serviços de apoio (pré-hospitalar, bombeiros, serviços de energia elétrica, entre


outros).

Com atendimento organizado e eficiente, é possível oferecer maiores


chances de sobrevida às vítimas de trauma e reduzir as sequelas.

Os passos iniciais no atendimento à vítima são: controle ou segurança de


Cena e Avaliação Primária ou análise da vítima.

O controle da cena não diz respeito apenas à segurança de quem vai


atender o acidente, mas também à da vítima. Toda vítima em situação perigosa deve
ser retirada para uma área segura antes de se iniciarem a avaliação e o tratamento.

Os riscos mais presentes para as vítimas e os socorristas são: fogo, fios


elétricos caídos, explosivos, materiais perigosos, incluindo sangue e fluidos
corporais, tráfego de veículos, inundações, armas (Ex.: pistolas, revólveres e facas)
e condições ambientes como o calor e frio extremos.

O objetivo da avaliação primária é determinar a condição atual da vítima,


priorizando as ações que causam risco de vida para o paciente, sendo elas
dispostas da seguinte maneira: vias aéreas, respiração, circulação e reanimação.
Esta avaliação, de modo geral, é feita sem mobilizar a vítima de sua posição inicial,
salvo condições especiais: como risco de explosão, incêndio, afogamento,
desabamento, sendo, assim, desenvolvidas as ações subsequentes.

O socorrista deve aproximar-se da vítima pelo lado que ela está olhando,
pois isto evita que ela mova a cabeça em direção ao socorrista, e perguntar como
ela está, ao mesmo tempo que imobiliza a cabeça da vítima com uma das mãos.
Tente tranquilizá-la e pergunte o que aconteceu (se a vítima responder claramente
os seus questionamentos, significa que ela está consciente, orientada e com as vias
aéreas desobstruídas).

A seguir, realiza-se o ABCDE, que é um método desenvolvido para priorizar


as ações no atendimento à vítima, ações estas que devem ser seguidas
protocolarmente, conforme abaixo descrito:

A = Via aérea com controle cervical

B = Respiração

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C = Circulação e controle de grandes hemorragias

D = distúrbios neurológicos

E = Exposição das vestes

IMPORTANTE: só se avança para o passo seguinte após completar o


anterior.

A = airway (liberação das vias aéreas): manobra de desobstrução de vias


aéreas (para trauma, usar a elevação da mandíbula ou a tração do mento e, para
casos clínicos, a extensão cervical); verificar se não há pequenos objetos no interior
da boca da vítima.

B = breathing (respiração): diante da inexistência da sequência ver, ouvir e


sentir (observação visual, auditiva e tátil), realizar duas ventilações (ventilação de
resgate), preferencialmente utilizando-se de barreira, máscara ou reanimador
manual e, como último recurso, a respiração boca a boca.

C = circulation (circulação): verificar presença de pulso por meio de palpação


de pulso central (carotídeo no adulto e criança ou braquial no bebê); caso não haja
presença de pulso, iniciar a reanimação cardiorrespiratória imediatamente, que
consiste na compressão torácica (sobre o osso externo e entre a linha dos mamilos).
Na proporção de trinta compressões e duas ventilações ao ritmo de cem
movimentos por minuto. A cada dois minutos ou aproximadamente 4/5 ciclos, os
sinais vitais devem ser checados. Caso haja disponibilidade, a utilização precoce do
desfibrilador externo automático pode ser fundamental.

D = disability: distúrbios neurológicos verificados por meio de estímulo


doloroso (compressão pinçada no músculo do trapézio), abertura ocular espontânea
e simetria das pupilas (tamanhos e formas). Essas observações podem trazer
diagnóstico de acidente vascular cerebral (AVC), uso de drogas, traumas de crânio,
entre outros.

E = exposition: expor, retirando vestes para diagnóstico de ferimentos e


fraturas severas que possam, por meio de perda de sangue, levar a vítima ao estado
de choque e à morte, ou, ainda, retirar de exposição as vítimas que estejam sobre o
efeito de frio intenso (hipotermia) ou calor excessivo. Lembrar que nesses casos, o

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brigadista socorrista deve preservar a vítima de exposições desnecessárias, desde


que isso não interfira no atendimento.

Essas são consideradas medidas de análise primária, que consistem na


sequência ordenada de procedimentos, levadas a efeito para evitar problemas que
levem a vítima a óbito, de forma imediata, desde que não sejam tratados (CAMILLO
JUNIOR; LEITE, 2008).

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UNIDADE 7 – PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS: DICAS


EMPÍRICAS

Sendo o incêndio um fato indesejado e inesperado que põe em risco a vida


humana e os bens, nada melhor do que nos prevenirmos, certo? Em muitas
situações, claro que é possível a prevenção, tanto que, de imediato, vamos
enumerar várias dicas que contribuem com ela. Embora pareça uma unidade muito
básica, que até mesmo fuja “à conotação científica” que deveria ter um material para
o nível de especialização que se propõe, insistimos que de tão óbvias e empíricas
que possam parecer, merecem nossa atenção.

Também sabemos que embora seja desejável eliminar todos os riscos,


infelizmente, existem variáveis que são condicionadas por fatores imponderáveis e
uma ação global a fim de eliminar todos os riscos seria antieconômica. Numa
situação de incêndio, podem ocorrer diversos fenômenos, tais como: a presença de
chamas; aumento das temperaturas; presença de fumaça e gases tóxicos; que
podem contribuir para provocar uma instabilidade emocional nas pessoas. Embora,
na maioria das vezes, as pessoas apresentem um comportamento dentro dos
padrões normais, tais fenômenos podem contribuir para que surjam comportamentos
denominados não adaptativos (VALENTIN; ONO, 2006).

Ao longo do módulo teremos várias citações e nos embasaremos nos


autores acima para discutir a questão do comportamento humano nos incêndios,
mas agora vamos às dicas de prevenção que valem tanto para residências
particulares seja em casas térreas ou condomínio de edifícios e até mesmo lojas
comerciais!

a) Em se tratando da eletricidade:

 manter as instalações em bom estado, para evitar sobrecarga, mau contato e


curto-circuito;

 nunca deixar ferro elétrico ligado quando tiver que fazer alguma outra coisa,
mesmo que seja por alguns minutos, pois isto tem sido causa de grandes
incêndios;

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 não sobrecarregar as instalações elétricas com vários utensílios ao mesmo


tempo, pois os fios esquentam e podem ocasionar um incêndio;

 não deixar lâmpadas, velas acesas e aquecedores perto de cortinas, papéis e


outros materiais combustíveis;

 se a casa ficar desocupada por um período prolongado, desligue a chave


elétrica principal;

 não usar tomadas e fios em mau estado ou de bitola inferior à recomendada;

 nunca substituir fusíveis ou disjuntores por ligações diretas com arames ou


moedas;

 observar se os orifícios e grades de ventilação dos eletrodomésticos (como


T.V., vídeo e forno de micro-ondas) não se encontram vedados por panos
decorativos, cobertas, entre outros;

 não usar lixeiras para apagar cigarro, estas podem conter outros tipos de lixo
como papel que incendeiam facilmente.

b) Com Gás:

 caso o gás esteja instalado dentro de casa e ele vier a vazar, não risque
fósforo, não acenda ou apague luzes. Chame os bombeiros e se possível
retire o botijão da sua casa;

 abra as portas e janelas, corte a energia no “relógio” e fique longe do local


onde o gás está vazando;

 ao acender um forno de fogão, riscar primeiro o fósforo e abrir o gás depois;

 manusear botijões de gás com cuidado, evitando que caiam ou sofram


pancadas;

 os botijões devem ser guardados em locais bem limpos, bem ventilados, livres
de óleo e graxa, protegidos contra chuva, sol, e outras fontes de calor;

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 se a casa ficar desocupada por um período prolongado, feche o registro de


gás. Ao instalar um novo botijão use espuma de sabão para testar se há
vazamentos;

 jamais use fogo para tal propósito, mas lembre-se: o sabão não deve ser
usado para vedar vazamentos. Botijões de gás domésticos não devem ficar
juntos do fogão, mas fora da casa e conectados com tubulações metálicas.

c) Prevenção de acidentes na cozinha:

 não usar aventais ou toalhas plásticas na cozinha;

 quando sair de casa verifique que nada ficou aceso e que nenhum perigo de
incêndio colocará em perigo sua residência;

 não coloque panos ou papéis decorativos próximo do fogão;

 os cabos das panelas devem ficar voltados para o centro do fogão;

 cozinha não é lugar para crianças, não permita que elas fiquem sozinhas lá;

 deixar fósforos ou isqueiros ao alcance de crianças é um atentado contra sua


casa e à integridade física das mesmas;

 ao pegar uma panela quente, tenha certeza que conseguirá transportá-la,


evitando que caia de suas mãos.

d) Prevenção de acidentes com automóveis:

As primeiras dicas embora também pareçam fugir a uma prevenção a


incêndios, nas entrelinhas, podemos perceber que existe sim o fator prevenção!

 Use sempre o cinto de segurança.

 Evite deixar crianças sozinhas dentro de automóveis com as chaves na


ignição ou mesmo sem as chaves.

 Respeite sempre e acredite nas placas sinalizadoras.

 Realize manutenções regulares em seu veículo.

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 Não fume nem permitir que fumem perto de veículos acidentados, ou onde
houver forte cheiro de gasolina ou álcool.

 Fumar em automóvel com todas as janelas fechadas cria concentrações


perigosas de monóxido de carbono.

 Forte cheiro de combustível no motor ou na cabine de um carro, ou aumento


repentino de consumo são indícios de vazamento. Cuidado, podem provocar
um incêndio!

e) Prevenção de acidentes gerais:

 jamais deixe crianças trancadas ao sair de casa. Em caso de incêndio, ou


outra emergência, elas não terão como fugir;

 não soltar fogos de artifícios, pode explodir acidentalmente na mão do


usuário, mutilando-o ou queimando-o;

 grande quantidade de papéis, papelões e outros materiais de fácil combustão


não devem ser estocados em locais abertos, próximo a áreas de circulação
de pessoas, mas sim guardados em recintos fechados;

 não avivar chamas de churrasqueiras e braseiros jogando álcool ou outros


inflamáveis;

 não soltar balões, os mesmos podem provocar grandes incêndios;

 após utilizar uma fogueira na mata, camping, entre outros, jogar água na
mesma e cobrir com areia;

 ter cuidado com bolas (balões) de gás para crianças, muitas vezes enchidos
com hidrogênio. Não fumar perto deles, o que pode causar explosões e várias
queimaduras;

 não fumar na cama, pois o fumante pode adormecer e o cigarro provocar um


incêndio;

 não jogar inflamáveis, gasolina, álcool, entre outros, nos ralos, pode causar
acúmulo de gases provocando explosões (JCS, 2011).

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EM SITUAÇÕES DE PÂNICO INSTALADO NÃO FUNCIONAM:

1 - Conversa que tenta convencer o contrário. Se a pessoa em surto de


pânico está “errada”, nem tente convencê-la do contrário. Seu inconsciente vai
produzir mais adrenalina.

2 - Cartazes com recomendações. Na hora do pânico, em que todo mundo


corre para tudo quanto é lado, um cartaz na parede não é nem notado pelas
pessoas. Mesmo escrito com letras garrafais, ninguém tem “cabeça” para parar e
ficar lendo o cartaz.

3 - Aparelhos, instrumentos e componentes que exigem racionalidade.


Extintor de incêndio cheio de “frescuras” com “lacres” e “pinos de segurança”. É
muita atividade preparatória e a adrenalina não permite “lembrar” de todas aquelas
instruções recebidas no treinamento. Se é que a pessoa passou por um treinamento.
Extintor bom é aquele que a gente pega e aperta. Instruções escritas no próprio
extintor também não servem para nada. A adrenalina não dá tempo para apreciar
leituras naquele instante. Outra coisa que não funciona é a mangueira que é
dobrada no meio e que precisa ser esticada por inteiro antes de ser conectada no
hidrante.

4 - Placas devem ser visíveis em qualquer situação. Placas com simples


pinturas não são visíveis, pois os olhos, tomados pela adrenalina “não enxergam
nada”. A pessoa “fica cega”. Placas refletivas também não funcionam, pois à noite
ou numa situação de incêndio, as luzes são cortadas e as placas refletivas não tem
nenhuma luz para refletir. Todas as placas orientativas em situações de pânico
devem ter luminosidade própria.

Para a aprovação, os órgãos responsáveis devem solicitar um atestado de


visibilidade em situações de pânico, obtidas por meio de ensaios de visibilidade
realizados por laboratório credenciado.

Uma placa indicando a Saída de Emergência em um salão, por exemplo,


deve ser visível a partir de qualquer ponto do salão mesmo no escuro e o salão
tomado por grossa fumaça carregada de fuligem.

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5 - Não parar, não abaixar e nem agachar quando estiver num fluxo de
pessoas saindo. Ao diminuir a velocidade, parar ou abaixar, a pessoa será
empurrada pelos que vêm atrás e vai cair. Caindo, será pisoteada.

RECOMENDAÇÕES GERAIS:

 manter a calma e caminhar em ordem;

 não correr, não empurrar, não gritar e não fazer algazarras;

 não ficar na frente de pessoas em pânico, se não puder acalmá-las, evite-as,


se possível avisar um brigadista;

 nunca voltar para apanhar objetos;

 ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las;

 não se afastar dos outros e não parar nos andares;

 levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;

 sapatos de salto alto devem ser retirados;

 não ascender ou apagar luzes, principalmente se sentir cheiro de gás;

 deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal do


socorro médico;

 ver como seguro o local predeterminado pela brigada e aguardar novas


instruções.

EM LOCAIS COM MAIS DE UM PAVIMENTO:

 nunca utilizar o elevador;

 não subir, procure sempre descer;

 ao utilizar as escadas de emergências, descer sempre utilizando o lado


direito.

EM SITUAÇÕES EXTREMAS:

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 nunca retirar as roupas, procure molhá-las, a fim de proteger a pele da


temperatura elevada;

 se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o


corpo;

 proteger a respiração com um lenço junto à boca e o nariz;

 manter-se sempre o mais próximo do chão, é o local com menor


concentração de fumaça;

 sempre que precisar, abrir uma porta, verificar se ela não está quente, e só
abrir vagarosamente;

 se ficar preso em algum ambiente, procure inundá-lo com água, sempre se


mantendo molhado;

 não saltar, mesmo que esteja com queimaduras ou intoxicações.

ENFIM:

O comportamento humano é elemento-chave, importante na evacuação de


um edifício. Se não for considerada a influência do comportamento dos ocupantes
no desenvolvimento de um incêndio, o dimensionamento das condições de
segurança poderá ser demasiado otimista ou desnecessário.

Há necessidade de:

 melhor conhecimento do comportamento humano com relação a situações de


incêndios, condições edilícias, familiaridade com o “layout” e tecnologias de
segurança contra incêndio atuais;

 direcionar o treinamento de abandono de área com maior precisão, que é


essencial e indispensável, bem como às ações das brigadas de incêndio e
dos usuários das edificações.

É importante salientar que o controle de fumaça é apenas parte de conjunto


de ações integradas para segurança contra incêndio. A proteção contra incêndio
acompanha os passos da evolução do incêndio, então primeiro é preciso evitar que
ele ocorra. Depois, que ele se estabeleça e que se propague. Aí, entram as formas
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de extinção e de controle de fumaça, para garantir a saída dos ocupantes. Se o


incêndio se propaga violentamente, por exemplo, o controle de fumaça não é
suficiente.

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REFERÊNCIAS

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diagnóstico, tratamento, evolução (2013). Disponível em:
<http://www.abc.med.br/p/psicologia..47.psiquiatria/509154/transtorno-do-panico-
definicao-causas-sinais-e-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao.htm>.

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Henrique. Saídas de emergência em edificações. In: SEITO, Alexandre Itiu et al. A
segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008.

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Pneumol. 2013;39(3):373-381.

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Editora, 2008.

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BARBOSA, Walmir. Sociologia e Trabalho: uma Leitura Sociológica Introdutória


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BAUMEL. L. F. S. Prevenção e combate a princípio de incêndio. In: Programa


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BERTO, A. F. Medidas de proteção contra incêndio: aspectos fundamentais a serem


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BORBA, Dorico Gabriel; BAUMEL, Sargento Luiz Fernando Silva. Socorros de


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