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Imperatriz
2018
SILAS ANTONIO DA SILVA SOBRINHO
Imperatriz
2018
SILAS ANTONIO DA SILVA SOBRINHO
Aprovado em: / /
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Msc. José Gilson Sales e Silva (Orientador)
Mestre em Matemática
Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
___________________________________________________
Prof. Msc. Juscimar da Silva Araújo
Mestre em Matemática Aplicada e Computacional
Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
___________________________________________________
Prof. Ms. Cleidivan Silva Macena
Mestre em Ciências
Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
Ao arquiteto do universo, por dar-me a
oportunidade de existir, e à minha família pelo
apoio incondicional.
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho tem como objetivo geral, analisar diversas relações entre a
matemática e a música. Nesse sentido, o principal objeto a ser analisado será a
partitura musical, e a partir daí pretende-se encontrar tais relações de uma maneira
clara e dinâmica. O pontapé inicial abordará um pouco da história das áreas em
questão, assim como a evolução da escrita musical, nesse caso, a partitura. Em
seguida, busca-se entender como matemática e música começaram a se relacionar,
desde o famoso experimento de Pitágoras com o monocórdio. Tendo em vista que o
presente trabalho visa alcançar não apenas músicos profissionais e matemáticos,
mas também todo e qualquer leitor que desperte interesse no assunto, serão
abordados alguns tópicos relevantes para o entendimento da partitura musical.
The present work has as general objective, to analyze several relations between
mathematics and music. In this sense, the main object to be analyzed will be the
musical score, and from that it is intended to find such relations in a clear and
dynamic way. The kick-off will address a bit of the history of the areas in question, as
well as the evolution of musical writing, in this case, the score. Next, we try to
understand how mathematics and music began to be related, from the famous
experiment of Pythagoras with the monochord. Considering that the present work
aims to reach not only professional musicians and mathematicians, but also any
reader who arouses interest in the subject, will be approached some topics relevant
to the understanding of the musical score.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 11
2. BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DAS PRIMEIRAS RELAÇÕES MATEMÁTICA-MÚSICA .................. 12
2.1 O experimento com o monocórdio ............................................................................................ 13
2.2 Um breve resumo sobre a história da partitura .................................................................. 14
3 AS ESCALAS ................................................................................................................................... 19
3.1 A escala temperada .............................................................................................................. 22
3.1.1 Progressão geométrica e logaritmo na escala temperada .......................................... 24
4 O SOM SOB UM PONTO DE VISTA FÍSICO .................................................................................... 28
5 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A PARTITURA ....................................................................................... 30
5.1 Elementos de uma partitura ................................................................................................ 31
5.1.1 Figuras rítmicas .................................................................................................................... 33
5.2 Praticando a leitura .............................................................................................................. 36
CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 41
11
1. INTRODUÇÃO
1
HOUAISS, Instituto Antônio. Minidicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. ver. e aum. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2004. p. 551.
12
Essa busca da causa primeira fez com que cada filósofo adotasse um
princípio para se apoiar nele e tentar, através de tal princípio, fundamentar questões
que ainda não tinham uma resposta. Para Tales, por exemplo, a base de tudo era a
água, enquanto que para Heráclito o fogo era a causa primeira de tudo o que existe,
para Pitágoras a essência de todas as coisas se baseava no número.
Provavelmente criada por Pitágoras, a Escola Pitagórica, ou mais
precisamente os pitagóricos, defendiam o número como princípio metafísico, assim
como tudo o que existia era número ou podia ser representado por ele. É muito
provável que esse foi um dos motivos que levou Pitágoras a buscar relações entre a
matemática e a música.
13
Figura 1 – O monocórdio
Fonte: http://viola-de-arco.blogspot.com.br
14
Figura 3 – a oitava
Fonte: http://viola-de-arco.blogspot.com.br
Figura 4 – a quinta
Fonte: http://viola-de-arco.blogspot.com.br
Era um verdadeiro desafio, por assim dizer, trazer a música para o papel,
representando-a de uma maneira escrita para que a mesma atingisse um padrão
universal como é o caso hoje da partitura. Diversos povos tiveram suas parcelas de
contribuição para atingir tal objetivo, porém foram os gregos que começaram a obter
melhores êxitos nessa tentativa. “Na antiguidade, os gregos fixavam os sons tendo
por base uma única linha denominada: som básico. Para representar os sons
musicais, escreviam sinais e letras do seu alfabeto, acima ou abaixo da linha”.
(Reinato, 2014, p. 17)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Neuma
Fonte: https://bustena.files.wordpress.com
17
A figura 7 já nos diz muita coisa, como por exemplo a linha com algumas
palavras e alguns sinais colocados acima ou abaixo, na tentativa de melhor
representar a música a ser cantada.
Um ponto interessante a ser observado é que a notação musical surgiu
durante a Idade Média, um período considerado por muitos historiadores como
“período das trevas”, pois nesse momento da história a Igreja dominava o cenário.
Como tudo era feito em prol da Igreja, pouco se produziu no que diz respeito ao
conhecimento científico.
Um monge chamado Hucbaldo que viveu no século IX, entre 840 – 930, e
que residiu no monastério de San German de Auxerre, entre 860 e 872,
propôs traçar linhas para aclarar a escrita musical. Em seus apontamentos
observam-se duas linhas coloridas que marcavam uma distância de uma
quinta (intervalo compreendido entre cinco notas da escala), como se fosse
um Fá e um Dó. (REINATO, 2014, p. 23, grifo do autor)
18
Por volta do século X surgiram mais duas linhas sugeridas pelo monge
Beneditino Guido Di Arezzo. Formando assim um tetragrama, aproximando-se ainda
mais do atual pentagrama, faltando para isso apenas uma linha.
Figura 9 – o tetragrama
Figura 10 – o pentagrama
Fonte: https://aprendapiano.com/como-montar-triades-na-partitura
19
3 AS ESCALAS
Com base nesses conceitos, entende-se que para compor uma melodia é
necessário a utilização de vários sons diferentes. Claro que nada impede alguém de
compor uma melodia utilizando apenas dois sons, mas percebe-se que o resultado
seria uma composição musical muito repetitiva, alterando no máximo as durações
dos tempos de cada um desses sons no decorrer da melodia. Porém, se a intenção
é compor uma melodia fazendo o uso de uma maior variedade de sons, é
necessário primeiramente conhecê-los.
Med (1996, p.13) afirma que “Embora sejam inúmeros os sons
empregados na música, para representa-los bastam somente sete notas: dó – ré –
mi – fá – sol – lá - si”. Através dessas sete notas é possível compor diferentes
melodias, assim como as diversas escalas musicais. Med (1996, p. 86) utiliza três
conceitos para o termo escala, um deles é o seguinte: “escala é o conjunto de notas
disponíveis num determinado sistema musical”. Existem diversos tipos de escalas na
música, e o que diferencia umas das outras é a estrutura com que é formada cada
uma delas. Na música ocidental, as escalas que conhecemos são variações da
escala diatônica.
A escala acima recebe este nome devido ao seu primeiro grau se tratar
da nota dó. Seguindo a sequência tem-se que o segundo grau está representado
pela nota ré, o terceiro pela nota mi, o quarto fá, o quinto sol, o sexto lá, o sétimo si e
o oitavo dó. A nota dó do oitavo grau se diferencia da fundamental (primeiro grau)
por se tratar de uma nota mais aguda compreendida no intervalo de uma oitava.
A estrutura da escala diatônica em seu modo maior (tendo em vista que
existem outros modos, portanto outras estruturas) apresentada anteriormente é
essa: tom, tom, semitom, tom, tom, tom e semitom, onde “T” na figura 11 representa
tom e “ST” representa semitom. Como as escalas obedecem certos padrões, e tendo
em vista que a matemática é reconhecida por buscar padrões em tudo o que existe,
é possível assim, compreender esta mesma escala diante de uma visão matemática.
Vale ressaltar que mesmo utilizando o ciclo das quintas, algumas notas
encontradas ultrapassam o intervalo de uma oitava. Para perceber isso basta
convencionar a fundamental da escala como dó1 e a oitava como dó2, e observa-se
que a partir da quinta de sol, a nota ré encontrada faz parte de uma outra oitava,
sendo necessário transpor a mesma à oitava inicial para que seja possível analisar
os intervalos compreendidos numa mesma oitava.
Não é objetivo deste trabalho mostrar como transpor as notas de uma
oitava para outra, faz-se necessário apenas entender como elas são descobertas e
quais frações representam estas notas compreendidas no intervalo de uma mesma
oitava. Supondo o comprimento de uma corda, que produz o som fundamental de
uma escala, tenha como comprimento um, como unidade de medida, e sabendo
ainda que para reproduzir a oitava basta dividir essa mesma corda ao meio e fazê-la
vibrar, obtém-se a seguinte configuração:
O termo logaritmo foi criado por Napier: de logos e arithmos, que significam,
respectivamente, “razão” e “número”. E a obra em que, no ano de 1614,
apresentou essa sua descoberta recebeu o título de Mirifice logarithmorum
canonis descriptio [...] (IEZZE, 2004, p. 55).
2 4 8 16 32
21 22 23 24 25
Nesse caso a sequência geométrica de razão dois passou a ser
representada sob forma de potências de base dois. E o que ela tem a ver com a
sequência aritmética? Simples, é só observar que cada expoente da sequência
geométrica, agora representada na forma de potências de base dois, é a sequência
aritmética apresentada anteriormente.
Trazendo raciocínios utilizados na progressão geométrica para a escala
temperada, é possível imaginá-la não como uma simples escala musical, mas como
uma progressão geométrica tendo em vista que ela possui 12 intervalos igualmente
espaçados entre os seus graus consecutivos. A distância entre uma nota qualquer e
a sua subsequente gera um intervalo, e este nada mais é do que uma razão quando
pensamos em uma progressão geométrica.
Sabendo que um intervalo de oitava é delimitado por uma nota
fundamental e sua respectiva oitava, ou seja, trata-se de um intervalo compreendido
entre um dó1 qualquer e um dó2 que corresponde à sua oitava, podemos
representar esse intervalo sob uma visão matemática. Para efeito de análise é
necessário entender que se trata de um intervalo fechado, ou seja, deve-se incluir as
extremidades ao intervalo em questão. Se por convenção adotarmos um, como
unidade de medida para a fundamental de uma escala, e sabendo que a frequência
da oitava dobra em relação à fundamental, podemos definir esse intervalo da
seguinte forma: 1 ≤ x ≤ 2.
É notável que não é possível dividir o intervalo fechado 1 ≤ x ≤ 2 de forma
discreta em 12 partes, mas com o surgimento dos logaritmos foi possível dividi-lo de
uma maneira geométrica. É fato que se a escala temperada trata-se realmente de
uma Progressão Geométrica, é possível fazer uso de algumas fórmulas desse tipo
de sequência para encontrar dados ainda não fornecidos como por exemplo, a razão
empregada nessa P.G.
Já se sabe, por convenção, que o primeiro termo da sequência é o
número 1 e o último termo se trata do número 2. Diante desses dados conhecidos,
26
uma fórmula interessante a ser utilizada seria a do termo geral da P.G, que se trata
da seguinte fórmula:
an = a1 . 𝑞 𝑛−1
a13 = a1 . 𝑞13−1
2 = 1 . 𝑞12
𝑞12 = 2
12
q = √2
q ≅ 1, 059463
Fonte: https://musicaeadoracao.com.br
1⁄ 2⁄ 3⁄ 4⁄ 5⁄ 6⁄ 7⁄ 8⁄ 9⁄ 10⁄ 11⁄
20 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 2 12 , 21
dó dó♯ = ré♭ ré ré♯ = mi♭ mi fá fá♯ = sol♭ sol sol♯ = lá♭ lá lá♯ = si♭ si dó
Esta mesma escala pode ser entendida como uma escala logarítmica,
pois sabe-se que a potenciação pode ter como operação inversa a radiciação ou o
logaritmo. Nesse caso específico o uso do logaritmo é mais adequado, pois o
objetivo é descobrir um expoente em vez de uma base que seria o caso de utilizar a
radiciação.
Segundo Pereira (2013, p. 42) “A escala temperada pode ser interpretada
como uma escala logarítmica de base 2”. Com base nessa afirmação, é possível
utilizar a propriedade log 𝑎 𝑎𝑚 = m para se chegar à seguinte conclusão:
1 2
1 2
log 2 20 = 0, log 2 212 = , log 2 212 = , ... , log 2 21 = 1
12 12
Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/notas-escalas-musicais
A nota lá, com frequência 440 Hz, geralmente é utilizada como padrão
para a afinação dos instrumentos musicais em algumas orquestras. Se fosse
possível uma pessoa alternar 440 passos no intervalo de um segundo, seria possível
ouvir o som correspondente a essa nota lá.
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Nos primeiros capítulos deste trabalho foi abordada uma breve história
sobre a notação musical, mais especificamente sobre a partitura. A partir deste
capítulo, será feita uma abordagem para entender como funciona esse tipo de
escrita musical na prática. Para isso se faz necessário primeiramente conhecer
vários elementos que são utilizados em uma partitura, para que posteriormente seja
possível entende-la ao menos no que diz respeito às noções básicas.
Já mencionado nos primeiros capítulos deste trabalho, a partitura surgiu
como uma ferramenta que pudesse ser utilizada para registrar músicas “no papel”.
Isso deve-se ao fato de que várias composições musicais, antes de qualquer tipo de
escrita musical, eram transmitidas oralmente de pessoa para pessoa. Esse método
se mostrava inviável, e prova disso eram as modificações que decorriam nas
composições musicais no decorrer do tempo.
Com o surgimento da partitura o ambiente musical passa a ser outro. Não
há a necessidade, para músicos que leem partituras, de ter que decorar uma música
31
quando ela está escrita. Músicos de hoje podem executar composições que foram
criadas antes mesmo deles terem nascido, e para que isso ocorra basta esses
músicos terem contato com partituras de épocas anteriores ao seu nascimento.
Para ler uma partitura, um músico deve se familiarizar com vários
símbolos e seus respectivos significados. A relação matemática-música é bem clara
quando se escreve uma partitura, pois como veremos adiante é como se fosse um
exercício de aritmética, alternando valores para cada figura de som e de silêncio.
Para o famoso músico e trompetista Wynton Marsalis “Música é
matemática porque você está contando o tempo todo 1234,2234, 123, 223, 12345,
12345,12345. As notas de uma escala, cada harmonia é uma frequência que é
matemática. Quando todas são tocadas juntas, há várias frequências. A série de
sobretons, cada nota tem várias notas acima, todas fórmulas matemáticas. A divisão
da partitura, por exemplo, se a música tem 32 divisões ou 400 divisões é como a
geometria. Há diversos tipos de música, quando você fala da batida como a batida
do samba, são vários tipos de ritmos uns contra os outros como na matemática.
Cada ritmo representa um número e como os números se encaixam então, música é
matemática” (informação verbal)2.
Neste trabalho não serão abordados todos os símbolos que são utilizados
na partitura por dois motivos, primeiro pela infinidade deles e segundo pelo fato de
buscar apenas uma compreensão básica. Para a edição dos pequenos trechos de
partituras, utilizaremos como ferramenta de auxílio o programa MuseScore2 que se
trata de um software livre.
Algumas definições dos elementos a seguir estarão baseadas de acordo
com a obra de Priolli (Princípios Básicos Da Música Para A Juventude, 2006)
Pentagrama ou pauta: é a reunião de 5 linhas horizontais, paralelas e
equidistantes, formando entre si 4 espaços. É nas linhas e nos espaços de pauta
que se escrevem as notas. A pauta, entretanto, não é suficiente para conter todos os
sons musicais que o ouvido musical pode apreciar. Por esse motivo, usam-se linhas
chamadas suplementares superiores e suplementares inferiores [...]
2Informação verbal fornecida pelo músico e trompetista Wynton Marsalis em entrevista concedida à
Tv Escola no ano de 2000
32
As figuras rítmicas, como o próprio nome já diz, são figuras que compõem
o ritmo musical. Para cada tempo de duração do som ou do silencio em uma música,
existe uma figura correspondente. A figura 18 a seguir apresenta as figuras mais
utilizadas na partitura.
Fonte: https://musicclan.com.br
Uma pergunta interessante a essa altura é: Qual o valor de cada uma das
figuras? A resposta é simples, depende. As figuras de som ou de silêncio (notas e
pausas) não possuem valores fixos. Por esse motivo, o que determina o valor de
cada figura em um compasso qualquer é a fórmula de compasso.
Da fórmula de compasso já se sabe que o numerador indica a quantidade
de tempos compreendida em um compasso e o denominador indica a figura que
preenche um tempo desse mesmo compasso. Nos compassos simples, os
numeradores mais comuns são o 2, 3, e 4 que correspondem aos compassos
binário, ternário e quaternário, respectivamente. Em relação aos denominadores,
estes também são representados por alguns números específicos, como por
exemplo: 1, 2, 4, 8, 16, etc.
dessa partitura deverão conter quatro tempos, e a figura que preenche um tempo
desse compasso é a semínima. Consequentemente, conclui-se que esse mesmo
compasso pode ser preenchido com quatro semínimas. Mas o mesmo compasso
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ainda poderia ser preenchido de diferentes maneiras, podendo ser usada uma única
semibreve ou mesmo uma mínima e duas semínimas, dentre outras opções que
poderiam ser utilizadas de acordo com a necessidade de quem escreve a partitura.
Para ter uma ideia de como um compasso pode ser preenchido de
diferentes maneiras, observe o exemplo da figura 20 a seguir.
4
Figura 20 – compasso preenchido com diversas figuras
4
Fonte: https://musicaeadoracao.com.br
compreender que cada compasso deverá ser preenchido com quatro tempos e a
36
essa corresponderá a nota sol e servirá de referência para definir em que posição
estarão as outras notas.
As notas devem ser escritas tanto nas linhas quanto nos espaços, e o
raciocínio é o seguinte: uma nota sol já pode ser escrita na segunda linha, pois a
clave (sol na segunda linha) assegura isso. Seguindo na escala de dó maior, após a
nota sol tem-se a nota lá, e esta deve ser escrita no espaço imediatamente acima da
segunda linha. O mesmo procedimento pode ser adotado para escrever as notas
que se encontram antes da nota sol. A nota fá antecede a nota sol, por esse motivo
ela deve ser escrita no primeiro espaço que surge antes da segunda linha.
Resumindo, uma escala de dó maior pode ser escrita no pentagrama da
seguinte maneira: nota sol na segunda linha, lá no segundo espaço, si na terceira
linha, dó no terceiro espaço, fá no primeiro espaço, mi na primeira linha, ré no
primeiro espaço suplementar inferior, dó na primeira linha suplementar inferior. A
figura 23 mostra como isso pode ser feito utilizando apenas semínimas.
Vale lembrar que as notas que podem ser utilizadas para escrever uma
partitura não se resumem apenas a uma oitava, por esse motivo é possível utilizar
essas mesmas notas em oitavas acima ou abaixo da que está expressa na figura 23.
Outro detalhe a ser considerado é que além das notas naturais, podem ser escritas
as notas com sustenidos ou bemóis. Mas afinal, como o músico pratica a leitura do
que está escrito? Para entender a leitura, o melhor a fazer é começar a praticar com
as figuras de maior valor como a semibreve, depois mínima e assim
sucessivamente.
Acompanhe a figura 24 para entender como executa-se a leitura com
diferentes figuras.
38
CONCLUSÃO
Com isso, é impossível dizer que música e matemática são áreas que não
tem algo em comum, pois como foi visto, ambas estão intimamente ligadas de
maneira que principalmente a música, talvez não existisse se a mesma não
dispusesse da matemática para compor a sua estrutura.
41
REFERÊNCIAS
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2014.
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https://tvescola.org.br/tve/video/musicadasesferas (acessado em 11/04/2018)
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https://tvescola.org.br/tve/video/matematicanamusica (acessado em 03/05/2018)
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48º ed. 2006
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https://musicaeadoracao.com.br/artigos-tecnicos/teoria-musical/ (acessado em
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IEZZI, Gelson. Fundamentos de matemática elementar, 2: logaritmos. 9. ed. São
Paulo: Atual, 2004.