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Acústica Arquitetônica: Materiais Isolantes, Absorventes, Refletores e

Difusores.

1. ACÚSTICA ARQUITETÔNICA

Acústica Arquitetônica é a arte e a ciência de promover tratamentos


adequados das edificações a título de se obter isolamentos convenientes e
proporcionar boas condições de audibilidade.
Estas questões se baseiam no conhecimento dos princípios universais de
comportamento dos materiais acústicos utilizados, os quais, sob nenhum pretexto,
podem ser definidos exclusivamente em função dos aspectos plásticos.

2. MATERIAIS ABSORVENTES

2.1. ABSORÇÃO ACÚSTICA


Trata do fenômeno que minimiza a reflexão das ondas sonoras num mesmo
ambiente. Ou seja, diminui ou elimina o nível de reverberação (que é uma variação
do eco) num mesmo ambiente. Nestes casos se deseja, além de diminuir os Níveis
de pressão Sonora do recinto, melhorar o nível de inteligibilidade. Contrariamente
aos materiais de isolamento, estes são materiais leves (baixa densidade), fibrosos
ou de poros abertos.

2.2. FIBROSOS
Neste tipo de material as
fibras ao receberem o som
acompanham o movimento das
moléculas do ar, absorvendo a
parte da energia sonora, que se
transforma em calor. Outra parcela
atravessa o material e uma
pequena parte é refletida (± 20 %).
2.3. POROSOS
O som penetra nos poros e é refletido inúmeras vezes, até ser absorvido.
Uma pequena parcela atravessa o material, contudo em menor quantidade que nos
fibrosos.

2.4. COEFICIENTE DE ABSORÇÃO SONORA

Coeficiente de Absorção Sonora de Sabine - αsab


Obtido em condições de teste padronizadas, onde uma amostra do material
é colocada numa sala grande, altamente reverberante. Os valores dos coeficientes
são obtidos medindo-se a taxa de redução sonora da sala com e sem a amostra no
seu interior.
Obs.: A maioria dos coeficientes de absorção sonora publicados são obtidos
desta forma.
Coeficientes de Absorção
Absorção total em sabines - Frequências
Espessura
Material (c/s)
(cm)
125 250 500 1000 2000 4000
Lã de rocha 10 0,42 0,66 0,73 0,74 0,76 0,79
Lã de vidro solta 10 0,29 0,55 0,64 0,75 0,80 0,85
Feltro, leve 1,2 0,02 0,04 0,10 0,21 0,57 0,92
Piso de tábua de madeira sobre vigas. Encerado 0,15 0,11 0,10 0,07 0,06 0,07
Piso de madeira, com espaço livre por baixo 0,40 0,30 0,20 0,17 0,15 0,10
Parquê sobre areia 0,20 0,15 0,13 0,12 0,09 0,06
Parquê sobre sarrafos de madeira 0,16 0,14 0,12 0,11 0,09 0,07
Parquê de madeira dura sobre asfalto 2 0,04 0,04 0,07 0,06 0,06 0,07
Linóleo (pano-couro) sobre concreto 0,6 0,01 0,01 0,15 0,02 0,03 0,03
Placas de cortiça sobre concreto 0,02 0,02 0,03 0,03 0,04 0,04
Carpete simples, forrado 0,10 0,25 0,40
Tapete de lã, forrado 1,5 0,20 0,25 0,35 0,40 0,50 0,75
Carpete de juta 0,02 0,02 0,04 0,08 0,16 0,27
Concreto aparente não pintado 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03
Mármore 0,01 0,01 0,02
Parede de alvenaria não pintada 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07
Parede de alvenaria pintada 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02
Reboco liso sobre alvenaria 1,5 0,03 0,04 0,04
Reboco de gesso sobre alvenaria, pintado ou não 0,02 0,02 0,02 0,03 0,04 0,04
Reboco caiado sobre tela (estuque) 2 0,04 0,05 0,06 0,08 0,04 0,06
Reboco fibroso 5 0,35 0,30 0,20 0,55 0,10 0,04
Reboco de vermiculite acústico 3 0,23 0,30 0,37 0,42 0,48 46
Reboco de vermiculite não-acústico 3 0,12 0,10 0,07 0,09 0,07 0,07
Tábuas de pinho 2,5 0,16 0,13 0,10 0,06 0,06
Chapa metálica sobre sarrafos de 4cm 0,16 0,18 0,12 0,10 0,09 0,08 0,07
Compensado de madeira sobre 10cm de lã de vidro 0,6 0,30 0,11 0,06 0,05 0,02 0,02
Compensado de madeira sobre sarrafos de 5cm 0,3 0,20 0,28 0,26 0,1 0,12 0,11
Madeira maciça envernizada 5 0,1 0,05 0,04 0,04
Tábuas de fibras de madeira polida 1,8 0,08 0,13 0,16 0,30 0,35 0,35
Vidro simples 0,35 0,25 0,18 0,12 0,07 0,04
Vidro com grande superfície 0,18 0,06 0,04 0,03 0,02 0,02
Cortina de algodão esticada (0,5kg/m2) 0,04 0,13 0,03
Idem com 75% de dobras 0,04 0,23 0,40 0,57 0,53 0,40
Idem com 50% de dobras 0,07 0,31 0,49 0,81 0,66 0,54
Cortina de veludo (0,6 kg/m3) esticada, junto à parede 0,05 0,35 0,38
Idem, a 10cm da parede 0,06 0,27 0,44 0,50 0,40 0,35
Idem com 50% de dobras 0,14 0,35 0,55 0,72 0,70 0,65
Água (piscina) 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02
Superfície de abertura livre sob um balcão, com relação
0,30 0,50 0,60
profundidade/altura do balcão igual a 2,5
Idem, com relação igual a 3 0,40 0,65 0,75
Ar (por m3) 0,003 0,007 0,02
Abertura de palco 0,028 0,037 0,046

3. MATERIAIS ISOLANTES
Quando se ouve um som que vem do outro lado de uma parede que separa
dois recintos, dizemos que o som foi transmitido pela parede. O som que incide
sobre a parede faz com que esta vibre e se torne uma nova fonte de som, irradiando
para ambos os lados.
A capacidade de uma parede em transmitir o som é medida pelo seu
coeficiente de transmissão (τ), que é dado pela relação entre a energia sonora
incidente (no lado da fonte) e a energia sonora transmitida (do lado receptor).
Normalmente, estamos interessados em que a parede transmita para o outro
recinto o mínimo possível do som, ou seja, queremos isolar o som entre a fonte e o
receptor. A medida da capacidade de um material em isolar o som é dada pela sua
perda de transmissão (PT), também chamada de isolação:

Um material isolante é aquele que dificulta a passagem do som através dele,


refletindo. Logo, o material isolante é mau absorvente. Um material bom isolante do
som deve ser rígido, compacto e pesado. Ex.: concreto, alvenaria, vidro.

Perda por Transmissão (PT)


Atenuação
Material
(PT)
Parede de tijolo maciço com 45 cm de espessura 55 dB
Parede de 1 tijolo de espessura de 23 cm 50 dB
Parede de meio tijolo de espessura com 12 cm e rebocado 45 dB
Parede de concreto de 8 cm de espessura 40 dB
Parede de tijolo vazado de 6 cm de espessura e rebocado 35 dB
Porta de madeira maciça dupla com 5 cm cada folha 45 dB
Janela de vidro duplos de 3 mm cada separados 20 cm 45 dB
Janela com placas de vidro de 6 mm de espessura 30 dB
Porta de madeira maciça de 5 cm de espessura 30 dB
Janela simples com placas de vidro de 3 mm de espessura 20 dB
Porta comum sem vedação no batente 15 dB
Laje de concreto rebocada com 18 cm de espessura 50 dB

3.1. “LEI DA MASSA”


Pode-se estimar a perda por transmissão de um material (PT) utilizando a
chamada “Lei da Massa” , obtida empiricamente e depois confirmada pela teoria,
que pode ser representada pela seguinte fórmula:

PT = 20 log10W + 20 log10f - 33,

onde:
PT = perda por transmissão em dB
W = densidade superficial da estrutura em libras/ft2
f = freqüência do som em Hz

com: W = ρ x e
onde:
ρ = massa específica (lb/ft3)
e = espessura do material (ft)

3.2. CÁLCULO DA ATENUAÇÃO OFERECIDA POR PARTIÇÕES NÃO-


HOMOGÊNEAS
Existem muitas situações onde não se pode tratar uma partição
simplesmente como uma estrutura homogênea, por exemplo, quando estão
presentes janelas, portas, orifícios, etc...
Estas partições devem ser subdivididas em componentes individuais. Neste
caso, o coeficiente de transmissão composto, dado por:
onde:
τi = coeficiente de transmissão do componente i
Si = área do componente i

4. MATERIAIS REFLETORES
Podem ser isolantes, e aumentam a reverberação interna do som. Como
azulejos, cerâmica, massa corrida, madeira, papel de parede (em geral, materiais
lisos).

5. MATERIAIS DIFUSORES

5.1. DIFUSOR ACÚSTICO

Quando o som incide numa superfície rígida plana esta reflete o som apenas
para uma direção, sendo o ângulo de reflexão do som igual ao ângulo de incidência.
A colocação de material absorvente apenas permite diminuir a quantidade de
energia que é refletida, mas não evita que o som se redirecione apenas para uma
direção. Um difusor permite então que o som refletido se espalhe pela sala.

A utilidade do difusor é reter as características acústicas da sala e ao


mesmo tempo evitar colorações do som e problemas com ecos. O difusor mais
simples de construir é uma superfície encurvada tal como a indicada na figura
seguinte.
No entanto o difusor acima indicado apenas espalha o som relativamente ao espaço
e não funciona no domínio do tempo, ou seja, as reflexões provenientes do difusor
são emitidas por este ao mesmo tempo. Para ter um difusor que seja eficiente tanto
a nível espacial como temporal é necessário uma geometria mais complexa, usando
uma combinação de poços com diferentes profundidades.

6. BIBLIOGRAFIA

Material de Internet

1. Arch-tec - http://arch-tec.com.br/html/Acustica_Arquitetonica.html

2. Som e Acústica - Produtos, Projectos e Ensaios - ACUSTICA

AMBIENTAL, ARQUITECTURAL E INDUSTRIAL - F.A.Q -


http://www.someacustica.com/someacustica/index.php?

page=perguntas-frequentes

3. http://pcc261.pcc.usp.br/ACUSTICA%20-%20nova%20abr-

02%20internet.pdf

Livros

1. ACIOLI, José de Lima - Física Básica para Arquitetura (UnB, 1994)

Revistas

1. Arquitetura e Construção – jul/93

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