O papel que vem sendo destinado aos telefones móveis é bastante mais complexo, pois, em vez de ter se estabelecido apenas como um canal per se, ele tem sido utilizado como um instrumento complementar para ajudar no processo de compras, inclusive (ou principalmente) “in store”. Por Alexandre Horta, sócio-sênior e diretor da GS&MD - Gouvêa de Souza
O papel que vem sendo destinado aos telefones móveis é bastante mais complexo, pois, em vez de ter se estabelecido apenas como um canal per se, ele tem sido utilizado como um instrumento complementar para ajudar no processo de compras, inclusive (ou principalmente) “in store”. Por Alexandre Horta, sócio-sênior e diretor da GS&MD - Gouvêa de Souza
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O papel que vem sendo destinado aos telefones móveis é bastante mais complexo, pois, em vez de ter se estabelecido apenas como um canal per se, ele tem sido utilizado como um instrumento complementar para ajudar no processo de compras, inclusive (ou principalmente) “in store”. Por Alexandre Horta, sócio-sênior e diretor da GS&MD - Gouvêa de Souza
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Alexandre Horta, sócio-sênior e diretor da GS&MD – Gouvêa
de Souza
Com uma previsão de que, no Natal de 2011, mais de 50% dos
aparelhos telefônicos móveis em uso nos Estados Unidos sejam smartphones, tanto varejistas quanto indústrias e empresas de serviços têm ampliado significativamente as alternativas disponíveis para ajudar seus consumidores e prospects a aproveitar melhor todos os recursos disponíveis em seus aparelhos para obterem a melhor experiência de compras possível. Existe uma profusão de aplicativos (gratuitos obviamente) disponíveis para download, de tal forma que a pessoa interessada em adquirir algum produto novo possa, por meio do seu dispositivo móvel, ter informação, comparação, localização, obtenção de cupons de descontos, etc. Esse arsenal de aplicativos, por si, já é uma novidade em relação a como o mobile tem se comportado em relação ao e-commerce. Inicialmente, muitos acreditavam que o uso de aparelhos celulares significaria a simples portabilidade do e-commerce. Todavia, o m- commerce nesses moldes efetivamente não chegou a decolar. As estimativas de vendas no canal m-commerce em 2010 nos Estados Unidos apresentam um máximo de US$ 2,2 bilhões, número modesto considerando a dimensão do mercado virtual americano. O papel que vem sendo destinado aos telefones móveis é bastante mais complexo, pois, em vez de ter se estabelecido apenas como um canal per se, ele tem sido utilizado como um instrumento complementar para ajudar no processo de compras, inclusive (ou principalmente) “in store”. Devido à possibilidade de identificar oportunidades, fazer pesquisas de informações relativas aos produtos desejados, localizar lojas onde o produto esteja disponível, compartilhar informações com seu grupo de referência, navegar dentro da loja e, finalmente, realizar pagamentos, o celular vem se convertendo no melhor assistente de compras dos consumidores americanos e grande parte dessas funcionalidades está disponível por meio dos aplicativos baixados do site do varejista predileto ou do fabricante do produto desejado. A vantagem em se utilizar os tais aplicativos, em vez de navegar no site de alguma empresa, é que os aplicativos podem se valer de determinados recursos úteis ao apoio às compras e que estão disponíveis nos smartphones, tais como o GPS e o serviço de localização. Para dar-se conta da importância que o consumidor americano vem “emprestando” ao seu telefone celular como instrumento de assistência nas compras, 73% dos mobile shoppers declararam preferir o uso de seus aparelhos durante um processo de compra em uma loja, para obter informações relevantes para sua decisão, contra 15% dos que declararam preferir a assistência de um vendedor para obter as mesmas informações. Esse comportamento, inclusive, reforça outra pesquisa apresentada em uma das super sessions da NRF, em que o consumidor “mais antenado” (aquele que usa com maior intensidade os recursos tecnológicos à disposição) costuma preferir tomar suas próprias decisões a partir de uma base de informações obtidas. Um exemplo interessante de como essa mudança de comportamento pode ser aproveitada de forma benéfica pelas empresas foi o lançamento do Volkswagen Golf GTI no mercado americano. Toda a comunicação realizada indicava a existência de um aplicativo disponível para download no qual, além de se poder obter toda uma série de informações técnicas sobre o veículo, o aplicativo permitia ao interessado, realizar uma simulação (em forma de game) de como conduzir o veículo e de programar um Test-Drive real com o objeto do desejo. Os resultados dessa campanha inovadora foram muito positivos à Volkswagen: quase 7 milhões de aplicativos foram “baixados”, as vendas do veículo foram mais de 10% superiores às originalmente estimadas e, o melhor de tudo, os custos com a campanha de lançamento foram de apenas 3% de um lançamento tradicional! Outro aspecto interessante e que vem sendo identificado no comportamento do consumidor que se vale dos seus smartphones como assistentes de compra é que a extrema facilidade com que o recolhimento das informações requeridas para uma decisão segura é realizado provoca uma genuína mudança no processo de compra. Anteriormente, o tempo requerido para a obtenção de informações e comparação de alternativas sobre um determinado produto (mais técnico e/ou de valor relevante para o consumidor) era relativamente grande, o que retardava a decisão de comprar e, em muitas ocasiões, ocasionava desistência. A maior facilidade proporcionada pelos “assistente mobile” vem convertendo um processo de compra, tipicamente planejado, em praticamente uma compra de impulso, reduzindo os níveis de prorrogação e/ou de desistência. Obviamente, o impacto sobre o comportamento de consumo proporcionado pelo uso do mobile é diferente de acordo com a categoria de produtos envolvida, particularmente porque o conjunto de atividades associadas à compra varia de acordo com o produto a ser adquirido. Produtos técnicos requerem maior volume de informação e de análise de recomendações de outras pessoas que já adquiriram esse produto, como forma de ampliar a segurança do consumidor; para produtos de compra recorrente, bastam pesquisa de preços e ofertas, além da pesquisa de lojas e disponibilidade. Enfim, ainda que a presença do mobile como um instrumento a favor do consumidor seja relativamente recente (ao menos nessa configuração), as transformações que ele tem provocado têm chamado a atenção dos estudiosos e particularmente dos departamentos de marketing das empresas varejistas e fabricantes de bens de consumo, convencidos dos benefícios que isso lhes proporciona. Quanto ao Brasil, onde o número de smartphones ainda é bastante pequeno (cerca de 4% da população de telefones celulares), tais movimentos, apesar de indicarem um cenário interessante para o futuro, também indicam o longo caminho que se há de trilhar para oferecer ao consumidor brasileiro um padrão de serviços equivalente e estimulador.