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Resumo
1
Pedagoga. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Graduanda em Educação Especial Noturno na Universidade Federal de Santa Maria. Email:
mariane.carloto@gmail.com
2
Pedagoga. Psicopedagoga. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM). Email: amanda.pfcezar@gmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
lugares, com diferentes formas de aprender e relacionar-se. Cria um ambiente de estudos, com
foco na formação profissional, troca de saberes e diálogos entre professores e estudantes
(FIORIN, 2015).
Nesse contexto ressalta-se a grande preocupação de refletir como ocorre a formação
profissional dos estudantes e como se organiza o currículo para atender estes propósitos.
Percebe-se que a divisão de disciplinas por especialidades fortalece o saber escolar, pois são
ricos em técnicas, teorias, procedimentos prevendo um fim, que é a compreensão e
apropriação de tudo que foi ensinado.
Defende-se aqui que o currículo vai muito além da transposição de saberes e técnicas e
de um conceito pronto, mas sim, da religação dos saberes ensinados ao contexto dos
estudantes, sendo significativo na sua vivência. Nesse sentido Morin (2005, p. 24) aponta que
“o desenvolvimento da aptidão para contextualizar e globalizar os saberes torna-se um
imperativo da educação”. A Universidade precisa exercer suas funções de ensino, pesquisa e
extensão, tornando cada vez mais um desafio o estabelecimento da contextualização e
diálogos entre as disciplinas dos cursos da graduação.
Nessas relações, torna-se fundamental que o professor se questione sobre o que
ensinar, por que ensinar, para quem ensinar, de que forma ensinar, como estabelecer suas
estratégias de ensino visando a aprendizagem dos estudantes. Sendo assim, deve-se prever
que todo conhecimento precisa relacionar-se com o sujeito, para que tenha significado.
Por tudo isso, é importante que a teorização educacional repense e renove suas práticas
curriculares na medida em que o currículo não pode ser visto apenas como um espaço de
transmissão de conhecimentos porque o currículo está envolvido naquilo que somos, naquilo
que nos tornamos, naquilo que nos tornaremos.
Silva (2006) explica que ainda estamos no meio de uma luta pela definição do que
significa uma “boa” educação, do significado da própria identidade social e que queremos ver
construído. A valorização da identidade de cada estudante torna-se ponto inicial para se
pensar adaptações curriculares, já que envolver um olhar atento, uma aproximação e
reconhecimento de suas necessidades e demandas.
O êxito na introdução de uma inovação no que se refere ao processo de aprendizagem
propõe que a expressão currículo cita aos caminhos da inteligência que o aprendiz percorre
em sua carreira de vida, com vistas à construção de sua cidadania e da sua competência
profissional. Sabe-se que a escolha por uma formação em um Curso Superior visa autonomia
em decidir uma área profissional, compromisso e dedicação com os estudos por parte dos
estudantes; cumprir a carga horária, ensinar os conteúdos e habilidades exigidas de cada
profissional, produção de conhecimento científico por parte dos docentes não podem
impossibilitar o diálogo e relações dentro da sala de aula. A motivação e o desenvolvimento
de um trabalho significativo, e primordialmente, a inclusão por meio do currículo, precisa
destas aproximações.
Historitizando o currículo
essenciais para qualquer curso (SAVIANI, 2010). A ordem relaciona-se com a apropriação do
saber e a disciplina com a forma como é transmitida.
Desde então, o currículo escolar imbrica-se a ordem, sequência disciplinar e
prioridades de ensino. Posturas que influenciam na produção de estigmas: quem aprende e
quem não aprende. Saviani (2010, p. 26) sublinha que
A partir das ideias de Mittler (2003) dá-se início às proposições estabelecidas como
importantes para o campo do Ensino Superior. Pode-se analisar o currículo utilizando
algumas perguntas. O currículo deve propor o que se ensinar e o que os alunos devem
aprender? O currículo é o que se deve o ensinar ou o aprender, ou inclui também o como, as
estratégias, os métodos e os processos de ensino?
São nestas perspectivas que encara-se o currículo neste trabalho, ampliando o olhar do
currículo da listagem de conteúdos para os outros componentes fundamentais para que se
desenvolva: os sujeitos envolvidos e suas identidades. O currículo é o espaço que envolve
poder, percurso, envolve a vida dos sujeitos, os contextos e discursos. “O currículo é
documento de identidade” (SILVA, 2005, p. 150).
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Esses pressupostos trazidos por Silva (2005) revelam que as práticas curriculares não
são neutras, e tão pouco acabadas, mas constitui-se na e pelas relações estabelecidas no
convívio da sala de aula. Também não se dá de forma linear, mas de acordo com as vivências
históricas, sociais e culturais.
Ressalta-se que, a partir da percepção de que o currículo não é e não pode ser estático
é que se poderão pensar as adaptações curriculares no Ensino Superior. Realizar adaptação
curricular não significa facilitar o ensino para os estudantes, não é diminuir a qualidade do
ensino, mas sim efetivar a garantia de igualdade de condições de permanência, aprendizagem
e conclusão da etapa de Ensino.
Aqui retoma-se a ideia de identidade e contexto, pressupondo que para adaptar
primeiro deve-se questionar para quem adapta? Por que adaptar? E para isso precisa conhecer
o estudante, dialogar e relacionar-se. Compreender como aprende, como se organiza para
estudar, como pensa sua rotina diária.
Em 2000 0 Ministério da Educação (MEC) lançou o Projeto Escola Viva - Garantindo
o acesso e permanência de todos os alunos na escola, na qual trouxe alguns conceitos
importantes para as adaptações curriculares:
Metodologia
[...] alguns autores entendem a pesquisa qualitativa como uma ‘expressão genérica’.
Isto significa, por um lado, que ela compreende atividades de investigação que
podem ser denominadas específicas. E, por outro, que todas elas podem ser
caracterizadas por traços comuns. Esta é uma ideia fundamental que pode ajudar a
ter uma visão mais clara do que pode chegar a realizar um pesquisador que tem por
objetivo atingir uma interpretação da realidade do ângulo qualitativo (2010, p.120).
Para alcançar os objetivos e as reflexões propostas pela pesquisa foi realizada uma
revisão de literatura em livros e Políticas Publicas considerados relevantes trazendo
informações pertinentes ao tema de pesquisa buscando apoio nos seguintes autores: Fiorin
(2015), Freire (1996), Morin (2005), Saviani (2010), Silva (2005, 2006).
Conclusão
REFERÊNCIAS
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 11. ed. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
OLIVEIRA, Eloiza de; MACHADO, Kátia da S. Adaptações Curriculares: caminho para uma
Educação Inclusiva. In: GLAT, Rosana. Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio
de Janeiro: 7 letras, 2009.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 2000.
SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo com feitiche. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.