Você está na página 1de 15

Técnicas de equalização adaptativa usadas em Cadernos de

Pós-Graduação
sistemas de comunicação digital em Engenharia
Elétrica

Antonio Newton Licciardi Junior


Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
Maria D. Miranda
Professora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Presbiteriana Mackenzie

RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo identificar quais as técni-


cas de equalização adaptativa se destacam nos padrões e sistemas
de comunicação usados comercialmente. Na Seção 1, efetuam-se
considerações sobre o processo de transmissão da informação e suas
limitações físicas. Na Seção 2, são apresentados vários esquemas de
equalização adaptativa como forma de compensar efeitos indesejá-
veis do meio de transmissão. Finalmente, nas Seções 3 e 4, apresen-
tam-se possibilidades práticas de aplicações da equalização adaptativa
e o que está sendo usado em equipamentos comerciais.
Palavras-chave: Equalização adaptativa. Transmissão digital. Apli-
cações da equalização autodidata. Interferência
inter-simbólica.

1 O PROCESSO DE TRANSMISSÃO DE INFORMAÇÃO E


SUAS LIMITAÇÕES FÍSICAS

Os sistemas de comunicação podem ser caracterizados a partir de três ele-


mentos básicos: a fonte emissora de informações codificadas, o canal de comunicação
e o receptor das informações transmitidas pela fonte através do canal (HAYKIN,
1996). Em um processo ideal de comunicação, toda informação codificada chega ao
receptor através do canal de comunicação sem sofrer qualquer alteração. Na prática,
devido a limitações físicas inerentes existentes neste sistema, o processo de transmis- MACKENZIE

13
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Cadernos de são de informação não ocorre de forma ideal. Como limitações físicas do sistema,
Pós-Graduação
pode-se citar:
em Engenharia
Elétrica ¨ A capacidade de realizar a fonte transmissora e o receptor. Entenda-se como a
possibilidade de implementação prática de modelos teóricos estudados e planeja-
dos.
¨ O ruído inerente do sistema de comunicação. A forma mais básica e inseparável de
ruído existente em sistemas eletrônicos de comunicação é o térmico. Embora seja
possível tratá-lo, não é possível eliminá-lo dos sistemas eletrônicos (HAYKIN,
1996; TAUB; SCHILLING, 1986). A existência de ruído no processo de comuni-
cação pode fazer com que um símbolo emitido por uma fonte sofra alterações, não
sendo entendido ou corretamente decodificado pelo receptor do sistema.
¨ A potência finita do transmissor. Uma maneira de reduzir a interferência provocada
por certa potência de ruído inerente ao processo de comunicação é elevar a potên-
cia do sinal codificado a ser transmitido. Entretanto, existem fatores práticos que
limitam a potência do transmissor.
¨ Sensibilidade finita do receptor. Um aumento da sensibilidade do sistema de recep-
ção pode ser conseguido através de uma implementação prática do receptor que
busque melhor eficiência, ou dotando o mesmo de melhores condições de identifi-
car o sinal codificado do ruído do sistema.
¨ Resposta em freqüência do canal de comunicação. Um canal ideal permite a passa-
gem de todas as componentes de freqüência do sinal, promovendo alterações cons-
tantes de fase e de amplitude. Em situações físicas reais, os canais de comunicação
permitem a passagem de certos intervalos de freqüências com limites tipicamente
finitos. Nesse intervalo, as componentes do sinal costumam sofrer alterações de
fase e de amplitude distintas entre si, devido às características particulares de cada
canal. A resposta em freqüência do canal pode possuir característica estacionária
ou não estacionária. Como exemplo desta última pode-se citar um canal de comu-
nicação celular, com o receptor se movimentando em relação a fonte. Quando é
estudado um novo sistema, verifica-se qual a melhor faixa de freqüências aproveitável
do canal de comunicações. Na seqüência projetam-se o transmissor e o receptor
para que operem preferencialmente dentro dessa faixa.

2 TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DO SINAL

O canal possui características físicas próprias independentes das do sinal trans-


mitido sobre o qual atua, dentro da faixa de freqüências em que operam os sistemas de
comunicação. Tal aspecto pode acarretar certas distorções da informação. Tal fenô-
meno de distorção acaba por provocar alterações nos símbolos emitidos pela fonte ou
pelo transmissor através do canal, bem como interferência entre símbolos emitidos por
esta, também chamada de interferência inter-simbólica (ISI). Esses dois últimos são os
principais efeitos causados pelo canal de comunicação. Essas alterações e interferên-
MACKENZIE cias podem causar entendimentos errôneos dos símbolos pelo receptor.
14
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
As alterações e interferências citadas devem, dentro da viabilidade física e da Cadernos de
Pós-Graduação
capacidade de realização, ser compensadas no receptor, em geral, antes da decodificação
em Engenharia
do sinal. Faz-se necessário então o uso de equalizadores de sinais nos receptores. A Elétrica
finalidade destes é compensar os efeitos comentados, minimizando a alteração simbó-
lica e a interferência inter-simbólica na recepção. No Diagrama 1, é apresentado um
diagrama de blocos básico de um sistema de comunicação de canal. O sinal a(t)
representa a seqüência simbólica emitida pela fonte no decorrer do tempo, enquanto
m(t) representa o sinal a(t) de comunicação após ser submetido a um canal com certa
resposta em freqüência e largura de faixa finita, e u(t) o sinal de saída do canal de
comunicação m(t) adicionado de ruído sistêmico indesejável. Pode-se dizer que o
desafio básico que leva à implementação de um equalizador é a necessidade de a
partir do sinal u(t) disponível no receptor recuperar-se um sinal ã(t). Deseja-se que
este sinal ã(t) seja o mais similar possível ao sinal a(t) emitido pela fonte. Em situação
ideal de equalização, o sinal ã(t) deve ser idêntico ao sinal a(t) adicionado de ruído
do sistema, considerando um fator de escala e uma defasagem constante.

a(t) Canal m(t) u(t) Receptor ã(t)


Fonte (Largura de Faixa Finita) +

Ruído
Diagrama 1 – Diagrama de blocos básico do sistema de comunicação e os sinais
de interesse no processo de equalização.

Os equalizadores podem ser classificados quanto ao modo de funcionamento


como: adaptativos ou não-adaptativos. Os equalizadores não-adaptativos são aque-
les que efetuam compensações nas componentes dos sinais de forma preestabelecida,
sendo incapazes de modificar suas condições de operação ou de equalização. Esses
foram os primeiros a surgir em implementações de sistemas de comunicação, sendo
adequados para canais que possuem características estacionárias e bem conhecidas,
ou ainda para aqueles cujas características de transmissão não sofram desvios grandes
ou alterações com o passar do tempo. Tais tipos de equalizadores foram utilizados até
o fim da década de 60 (HAYKIN, 1996). Na década de 70, começaram a aparecer
no mercado as primeiras implementações eletrônicas práticas de equalizadores
adaptativos. Isso foi possível graças à evolução de processadores e microprocessadores
integrados em pastilhas de semicondutores.

2.1 A EQUALIZAÇÃO ADAPTATIVA

Os equalizadores adaptativos são implementados usando algoritmos que têm


condições de verificar periodicamente características do canal de transmissão e com-
pensar ou equalizar, dentro de sua capacidade e de sua limitação física, variações
produzidas por este sobre os símbolos emitidos pela fonte. MACKENZIE

15
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Cadernos de Em relação à maneira de implementar o tratamento dos símbolos recebidos
Pós-Graduação
nesses equalizadores, diz-se que os algoritmos adaptativos podem ser de processamento
em Engenharia
Elétrica de blocos de dados ou de processamento em tempo real. Por algoritmo de tempo real
entenda como aquele cuja velocidade de cálculo de correções dos coeficientes do
filtro é pelo menos igual à velocidade de recepção de símbolos pelo mesmo.
Nos algoritmos adaptativos que tratam blocos de dados, os símbolos recebi-
dos são previamente armazenados até que formem um conjunto ou bloco de tamanho
preestabelecido. Somente então o algoritmo do equalizador processa esse bloco de
dados para obter as condições de ajuste necessárias dos coeficientes do equalizador,
a fim de compensar os efeitos do canal de comunicação sobre os símbolos recebidos.
Esse processo pode ser repetido consecutiva e iterativamente, com o objetivo de
manter os coeficientes do equalizador atualizados em relação às alterações de caracte-
rísticas que possam ocorrer com o canal de comunicação, de interesse em diversas
situações reais não-estacionárias.
Nos algoritmos adaptativos de tempo real, a cada recepção de novo símbolo
do canal é promovido o cálculo recursivo dos coeficientes do mesmo, buscando o
ponto ótimo de operação do equalizador. Por ponto ótimo entenda como o conjunto
de coeficientes que melhor compensam os efeitos do canal de comunicação naquele
momento, dentro do critério de equalização preestabelecido (HAYKIN, 1996;
WIDROW; STEARNS, 1985). De uma maneira geral, pode-se dizer que é possível
executar cálculos matemáticos mais elaborados nos algoritmos de equalização em blo-
co, enquanto nos algoritmos de tempo real tende-se a buscar uma maior simplicidade
computacional nos cálculos, para que os mesmos possam ser processados em tempo
real com a recepção simbólica pelo sistema equalizador. Por outro ponto de vista,
estes últimos exigem menos capacidade de memória para armazenagem de informa-
ção dos símbolos recebidos nos circuitos equalizadores, resultando em implementações
mais simples que os de processamento de bloco. Se adicionalmente é necessária a
compensação de variações de características do canal que ocorrem rapidamente em
ambientes não estacionários, o algoritmo adaptativo de tempo real pode ser uma apli-
cação bem mais interessante e eficaz que o de processamento de blocos.
Os equalizadores adaptativos podem ser implementados utilizando duas téc-
nicas: a de equalização supervisionada ou a de equalização autodidata.

2.2 A EQUALIZAÇÃO ADAPTATIVA SUPERVISIONADA

Na técnica de equalização supervisionada, faz-se com que periodicamente,


ou quando identificada à necessidade, a fonte emita uma seqüência de símbolos que
seja previamente conhecida pelo receptor (GODARD, 1980; HAYKIN, 1996;
WIDROW; STEARNS, 1985). Através de comparações entre os sinais recebidos
através do canal e o sinal conhecido de treinamento, o algoritmo do equalizador do
receptor pode ajustar os coeficientes deste, para melhor compensar ou equalizar os
efeitos provocados pelo canal. Esse processo digital supervisionado é mostrado no
MACKENZIE Esquema 1. Os sinais an, mn e un correspondem aos sinais a(t), m(t) e u(t) do

16
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Diagrama 1 devidamente amostrados ou na forma discreta no tempo. No Esquema 1, Cadernos de
Pós-Graduação
observa-se d(n), que corresponde ao sinal de treinamento usado no processo de
em Engenharia
equalização. O sinal y(n) é a seqüência simbólica recebida e equalizada. O sinal e(n) Elétrica
corresponde ao erro desse processo. A seqüência e(n) é obtida comparando o sinal
de treinamento esperado d(n) com o sinal equalizado y(n). A partir da informação de
erro e(n), o algoritmo implementado efetua a correção dos coeficientes do filtro do
equalizador, com o objetivo de minimizar a média quadrática de e(n) , por exemplo.
Para testes e verificações da eficiência do algoritmo supervisionado, pode-se
usar como sinal d(n) o sinal original a(n) devidamente defasado. Essa defasagem tem o
objetivo de compensar atrasos dos sinais provocados pelo canal e pelo filtro do equalizador.
Na prática, é comum o uso de sinais de treinamento d(n) pré-armazenados no receptor.
Durante o processo de ajuste do equalizador, a fonte emite a seqüência a(n) de treinamen-
to e o algoritmo do equalizador então compara, através de e(n), o sinal recebido e equalizado
y(n) com a seqüência armazenada d(n). Após o término do processo de treinamento dos
coeficientes do filtro, o equalizador passa a operar em modo dito de decisão direta. Nessa
situação, o sinal y(n) após ser tratado por um decisor é utilizado como sinal de treinamento
d(n). Por decisor entenda como o módulo do receptor que compara os símbolos da se-
qüência y(n) com o alfabeto simbólico possível de ser produzido pela fonte. A seguir, ele
escolhe o símbolo desse alfabeto que estiver mais próximo do fornecido por y(n), apontan-
do este como sua decisão ou saída. São exemplos desse tipo de equalização: o algoritmo
do gradiente estocástico, conhecido como LMS - Least Mean Squares (WIDROW;
STEARNS, 1985), e o algoritmo dos mínimos quadrados recursivo, conhecido como
RLS - Recursive Least Squares (HAYKIN, 1996).

Ruído

a(n) Canal m(n) u(n) Filtro y(n)


Recepção
Fonte (Largura de Faixa Finita) + do Equalizador

_
Atraso ou d(n) e(n) Algoritmo de Equalização
Armazenamento Prévio
(da seqüência de treinamento)
+ para Correção de
Coeficientes do Filtro
+
Esquema 1 – Esquema básico do processo de equalização adaptativa supervisionado.

2.3 A EQUALIZAÇÃO ADAPTATIVA AUTODIDATA

Na técnica de equalização autodidata, assume-se a impossibilidade de que


periodicamente (ou quando necessário) o equalizador seja treinado com uma seqüên-
cia simbólica preestabelecida do transmissor (GODARD, 1980; SHALVI; MACKENZIE

17
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Cadernos de WEINSTEIN, 1990). Em tais condições, a partir das características estatísticas do
Pós-Graduação
sinal emitido a(n) e o sinal no receptor u(n), o método estima o sinal que foi transmi-
em Engenharia
Elétrica tido. Então é possível compensar, ou equalizar, os efeitos do canal de comunicação
sobre os símbolos emitidos pela fonte. O Esquema 2 apresenta o diagrama de blocos
básico desse processo autodidata.
Os métodos de equalização autodidatas podem ser classificados em dois gru-
pos. Os que efetuam o processo de equalização determinando as características esta-
tísticas de segunda ordem (variância ou potência) dos sinais transmitidos, compensan-
do suas alterações, chamados de métodos autodidatas de segunda ordem (HAYKIN,
1996). Outros métodos, chamados de HOS ou EOS (high order statistics ou estatís-
ticas de ordem superior) efetuam o processo de equalização determinando as caracte-
rísticas estatísticas de ordem superior a dois dos sinais transmitidos, compensando
suas alterações (HAYKIN, 1992). Estas estatísticas normalmente são conceituadas
matematicamente através das definições de cumulantes estatísticos e de funções espe-
rança (HAYKIN, 1996). Exemplos de algoritmos de métodos que trabalham nesta
modalidade: de Godard (1980) e de Shalvi e Weinstein (1990). As técnicas de
equalização são mostradas de forma simplificada no Esquema 3.

Ruído

a(n) Canal m(n) u(n) Filtro y(n)


Fonte + Recepção
(Largura de Faixa Finita) do Equalizador

Algoritmo de Equalização
para Correção de
Coeficientes do filtro

Esquema 2 – Esquema básico do processo de equalização adaptativa autodidata.

Equalizador

Não Adaptativo Adaptativo

Assistido Autodidata

De ordem 2 De Ordem Superior

MACKENZIE Esquema 3 – Classificação de técnicas de equalização.

18
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
3 APLICAÇÕES DA EQUALIZAÇÃO AUTODIDATA E SEUS Cadernos de
Pós-Graduação
DESAFIOS em Engenharia
Elétrica
A equalização supervisionada muitas vezes é inviável, parcialmente eficiente
ou complexa de ser implementada. Como exemplo pode-se destacar:
a) equalização de sinais em telefonia celular móvel e em transmissões/recepções mó-
veis mais genericamente;
b) equalização e identificação de sinais sísmicos;
c) melhor equalização do sinal de ECG (eletrocardiograma) recebido através de
transdutores elétricos fixados sob a pele humana;
d) equalização de sinais captados por microfones que podem ser movimentados livre-
mente em ambientes.
No escopo de comunicação digital, a necessidade da equalização autodidata
destaca-se em duas situações:
¨ Compensação de alterações na comunicação digital entre rádio bases e satélites ou
sondas de comunicação. Nessa situação, a transmissão de informação é efetivada
com a fonte emissora movimentando-se em relação ao receptor, o que provoca
alterações dinâmicas nas características do canal de transmissão (SOARES; LE-
MOS; COLCHER, 1995; TANENBAUM, 1997). Pode ser utilizado então um
algoritmo para equalização do canal, autodidata ou supervisionado, com boa ca-
pacidade de busca recursiva do ponto ótimo de operação. Essa busca ou ajuste do
ponto ótimo de operação pelo equalizador necessita ocorrer em velocidade maior
que a de variação de coeficientes do canal a ser equalizado.
¨ Equalização de sinais em telefonia celular móvel e em transmissões e recepções
móveis, mais genericamente. Constitui-se um desafio comum para a construção de
sistemas baseados em rádio comunicação, o tratamento da interferência inter-sim-
bólica provocada pela propagação de sinais eletromagnéticos por múltiplos cami-
nhos ou percursos. Esse fenômeno ocorre basicamente devido à existência de obs-
táculos entre o transmissor e receptor, que provocam reflexões e refrações das
ondas transmitidas. Isso faz com que a antena do receptor capte sinais oriundos de
caminhos diversos e, por conseqüência, com atrasos de propagação diferentes.
Esses diversos sinais recebidos de forma superposta pela antena podem provocar
alterações nos símbolos emitidos originalmente pela fonte ou ainda interferência
entre os mesmos. Tais alterações simbólicas podem ser agravadas se for conside-
rado o movimento relativo entre a fonte e o receptor, alterando as condições de
reflexão de múltiplo percurso de maneira dinâmica. Esse fenômeno é conhecido na
literatura como fading ou desvanecimento do sinal (CHISHTIE, 1997; HOOLE,
1994; PROAKIS, 1989).
As alterações simbólicas do sistema descrito limitam a capacidade de trans-
missão do canal. Por capacidade do canal entenda como a taxa de máxima de trans-
missão simbólica possível de ser realizada livre de erros, considerando as limitações
MACKENZIE

19
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Cadernos de físicas inerentes dos sistemas de comunicação (SHANNON, 1948). Existem duas
Pós-Graduação
correntes de estudos, cujos resultados são aplicados nos sistemas de rádio comunica-
em Engenharia
Elétrica ções, para o tratamento de alterações simbólicas. A primeira atua na origem da trans-
missão, estudando as formas mais eficazes de codificação simbólica para o canal de
comunicação. Tais técnicas são, em geral, calcadas em conceitos da Teoria de Infor-
mação, oriunda dos estudos iniciais de Shannon (SHANNON, 1948). A segunda atua
na recepção dos símbolos transmitidos pelo canal, estudando, em geral, técnicas e
algoritmos eficientes e eficazes de equalização.
Nas caracterizações de comunicação móvel, o fenômeno de interferência inter-
simbólica por reflexões de múltiplos percursos é agravado pela característica não es-
tacionária do mesmo. Isso é devido à possibilidade de transmissão de informações
com o movimento do receptor em relação ao transmissor, fazendo com que os trajetos
de múltiplos percursos e as características do canal de comunicação sofram alterações
com o tempo. Um problema teórico enfrentado é o projeto de equalizadores adaptativos
que operem de forma eficiente para tais situações. É muito importante, então, obter
um algoritmo com boa capacidade de busca do ponto ótimo de operação, em função
de alterações dinâmicas de parâmetros do canal. Também é extremamente desejável
que o mesmo seja autodidata, para evitar a necessidade de retreinar periodicamente o
equalizador com seqüências simbólicas específicas, aspecto que reduziria o ciclo de
trabalho útil do sistema de comunicação.

4 O USO DE ALGORITMOS DE EQUALIZAÇÃO EM


EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL

Efetuou-se pesquisa das especificações técnicas de diversos tipos de equipa-


mentos de comunicação digital usados comercialmente, como MODEMS de comuni-
cação de dados. O objetivo básico foi verificar os métodos de equalização que têm
sido utilizados nos equipamentos disponibilizados para uso nessa área. Como estraté-
gia de pesquisa, partiu-se das especificações técnicas de fabricantes de equipamentos
e levantamentos de modelos de processadores de sinais digitais (DSPs - digital signal
processors) existentes em equipamentos comerciais. Em seqüência, foram levantadas
as especificações de funcionamento dos DSPs e os relatórios técnicos de fabricantes
de processadores. Em tais especificações, buscou-se identificar o algoritmo de
equalização utilizado. Dentre os materiais pesquisados, destacam-se pela didática e
pelo conteúdo os da Texas Instruments.
Até a década de 1960, o processo de equalização de canais de comunicação
telefônicos era efetivado com equalizadores fixos ou ainda equalizadores cujos
parâmetros ou coeficientes eram ajustados manualmente (HAYKIN, 1996). Na dé-
cada de 60 tem-se a divulgação de inúmeros trabalhos de pesquisadores (GERSHO,
1969; LUCKY, 1965; UNGERBOECK, 1972) que reformularam a questão de
equalização adaptativa usando o critério de erro médio quadrático. Em 1972,
Ungerboeck apresentou uma análise matemática sobre a convergência do algoritmo
MACKENZIE LMS para filtros transversais adaptativos (UNGERBOECK, 1972). A partir dos es-
20
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
tudos e pesquisas conduzidos basicamente na década de 1960, desenvolveram-se e Cadernos de
Pós-Graduação
aperfeiçoaram-se os métodos e algoritmos de equalização adaptativa que, por sua
em Engenharia
melhor eficiência e eficácia, passaram então a ser usado em equipamentos comerciais. Elétrica
Por exemplo, o algoritmo adaptativo LMS para filtros transversais é ainda muito utili-
zado nos equipamentos de comunicação atuais, em função de sua simplicidade e
robustez de implementação.
A seguir, é apresentado um resumo de uma pesquisa feita a partir das
especificações e relatórios técnicos de equipamentos comerciais e de DSPs.

4.1 MODEMS DE COMUNICAÇÃO SOBRE LINHAS


TELEFÔNICAS

O objetivo básico de um MODEM de comunicação é viabilizar a comunica-


ção digital através de um canal telefônico, que possui limitação de banda entre 300 e
3400 Hz, usando esquemas de modulação e demodulação específicos. Para velocida-
des de comunicação de dados entre 2400 a 4800 bps, é comum a utilização de modu-
lações por deslocamento de fase de portadora ou PSK (Phase Shift Keying). Para
velocidades maiores que 4800 bps, é usual a utilização de modulação combinada de
fase e de amplitude da portadora ou QAM (Quadrature Amplitude Modulation).
Informações complementares sobre modems podem ser obtidas em (PROAKIS, 1989;
TAUB; SCHILLING, 1986). Os padrões sobre modems de comunicação em linhas
telefônicas são ditados pelas normas da série V do ITU-T - International
Telecommunication Union, organismo de padronização. Como exemplo é possível
citar: o V32 que especifica padrões de comunicação de modems a dois fios para
velocidade de até 9600 bps e o V34 que especifica modems a dois fios para velocida-
des de até 33600 bps.
De acordo com especificações dos fabricantes, para modems que obedecem
a padrões anteriores ao V34 ITU-T, é utilizado o algoritmo do gradiente estocástico
(LMS) de equalização adaptativa supervisionada em filtros transversais (TREICHLER;
FIJALKOW; JOHNSON, 1996). O alfabeto simbólico desses MODENS, basea-
dos tipicamente em modulação QAM, possui símbolos representados no plano com-
plexo, por possuírem informações de amplitude e de fase. Dessa forma, os coeficien-
tes dos filtros utilizados no processo de equalização também são complexos, para que
seja possível compensar eficientemente distorções de amplitude e de fase dos sinais
(TREICHLER; FIJALKOW; JOHNSON, 1996). É relativamente comum a utiliza-
ção de filtros transversais com aproximadamente 80 coeficientes a serem treinados
(MASSEY; IYER, 1997; TREICHLER; FIJALKOW; JOHNSON, 1996). Durante
a fase de treinamento do equalizador, uma seqüência previamente conhecida do re-
ceptor é enviada pelo transmissor. Após a etapa inicial de treinamento, os modems
passam a operar em modo de decisão direta ou DDA (Decision Direct Adaptation),
em que o sinal de treinamento do equalizador é obtido a partir da saída do módulo
decisor. Operando dessa maneira, o equalizador mantém certa capacidade de com-
pensação de variações do canal telefônico (tracking) sem a necessidade de
MACKENZIE
retreinamento (HAYKIN, 1996; TREICHLER; FIJALKOW; JOHNSON, 1996).
21
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Cadernos de Para MODENS que operam no padrão V34 ou posterior a este como o V90,
Pós-Graduação
que especifica até 56 Kbps para recepção e até 33,6 Kbps para transmissão, é
em Engenharia
Elétrica utilizada, em geral, a equalização através de decisão realimentada ou DFE (Decision
Feedback Equalizer) (HAYKIN, 1996; MASSEY; IYER, 1997; TREICHLER;
FIJALKOW; JOHNSON, 1996). O Esquema 4 representa o equalizador, sendo u(n)
o sinal recebido do canal e y(n) a saída equalizada. Esse equalizador possui uma
seção direta e uma seção de realimentação. A seção direta consiste de um filtro trans-
versal que recebe como entrada o sinal a ser equalizado. Em tal seção é usado o
algoritmo LMS supervisionado conforme também já foi mencionado, para modems de
padrão anterior ao V34. A saída do filtro da seção direta é aplicada ao decisor. A saída
do decisor alimenta o filtro da seção de realimentação. Essa última seção geralmente
pode ser implementada como um filtro transversal, usando o mesmo algoritmo da
seção direta. Tal seção tem por objetivo básico de retirar a porção de ISI, produzida
pelos símbolos passados previamente detectados, das estimativas dos futuros símbo-
los (saída do equalizador da seção direta). O DFE é mais utilizado em sistemas de
equalização de canais de rádio que sofrem de severa ISI ocasionada por fenômenos
de fading (CHISHTIE, 1997; HAYKIN, 1996).
Algoritmos que possuem melhores características de convergência como o
RLS e seus derivados (HAYKIN, 1996, Seção 1.7.1) não são em geral utilizados nos
modems de comunicação para canais de telefonia. A possível razão para isso é o fato
desses últimos algoritmos implicarem uma complexidade de implementação nos DSPs
consideravelmente maior que o LMS. Outro aspecto é de que o equalizador baseado
no algoritmo LMS, em geral, possui capacidade adequada de tracking para o canal
telefônico (MASSEY; IYER, 1997).

u(n) + y(n)
Recepção
Seção Direta + Decisor

Seção de
Realimentação

Esquema 4 – Esquema básico do DFE (Decision Feedback Equalizer).

4.2 SISTEMAS CELULARES

Em 1992, os organismos de padronização EIA - Eletronics Industries


Association - e TIA - Telecommunications Industry Association - adotaram o pa-
drão IS-54 para viabilizar sistemas celulares digitais de alta capacidade baseados em
técnica de múltiplo acesso por divisão no tempo conhecida como TDMA - Time
Division Multiple Access. O objetivo básico foi viabilizar a substituição e a melhoria
MACKENZIE das redes celulares analógicas então existentes. Outro padrão, também baseado em
22
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
TDMA, que surgiu na mesma época na Europa e está igualmente difundido hoje, é o Cadernos de
Pós-Graduação
GSM - Global System for Mobile Communications - padronizado pelo ETSI -
em Engenharia
European Telecommunications Standards Institute. Em 1993, o organismo de pa- Elétrica
dronização TIA aprovou a norma IS-95 que regulamenta como sistemas celulares
operam baseados em técnica de múltiplo acesso por divisão de código conhecido
como CDMA (Code Division Multiple Access). O objetivo dessa norma, assim como
o IS-54, é a de competir com o padrão GSM lançado.
O direto espalhamento de seqüência empregado pelo CDMA (IS-95) elimina
a necessidade de utilização de equalizadores tradicionais (SMALLEY, 1994). Por
outro lado, os sistemas que utilizam a técnica TDMA, como o IS-54 e o GSM, fazem
uso intenso de sistemas equalizadores, a fim de compensar a severa ISI que pode
ocorrer provocada por reflexões de múltiplos percursos do sinal emitido pelo trans-
missor. As normas não especificam a obrigatoriedade de uso de certo método ou
algoritmo de equalização, mas sugerem que sejam utilizados equalizadores como o do
tipo DFE, por motivos já comentados. O RLS ou algum derivado deste é o algoritmo
de equalização da seção direta usualmente recomendado (HOOLE, 1994; MOSTAFA;
TRIPATHI; REED, 1997; SMALLEY, 1994). Esses últimos são utilizados no lugar do
algoritmo LMS por convergirem mais rapidamente ao ponto ótimo de operação.
Uma dificuldade introduzida por se trabalhar com algoritmos de equalização
supervisionada é a necessidade de envio periódico de seqüência de treinamento para
o equalizador do receptor. Isso é viabilizado pelos sistemas celulares TDMA da se-
guinte maneira. Um certo trecho de voz a ser transmitido é digitalizado e comprimido.
Uma seqüência de treinamento é então agregada a esse conjunto de bits compondo
um pacote, que é enviado ao receptor, em freqüência binária maior que a da voz
digitalizada (CHISHTIE, 1997). Tal aspecto é necessário a fim de evitar interrupções
na voz digitalizada entre as recepções dos pacotes. Após a utilização da seqüência
inicial de treinamento enviado em cada pacote, o equalizador do receptor passa a
operar em modo DDA, para tentar manter uma boa recuperação dos símbolos que
representam a voz digitalizada neste caso. Observe que caso fosse utilizado um algoritmo
de equalização autodidata, ou seja, algoritmos que não usam seqüências de treinamen-
to, esse procedimento seria desnecessário, possibilitando um melhor aproveitamento
da capacidade do canal.

4.3 PADRÃO IEEE 802.3 E 802.11

O padrão de redes locais especificado pelo subcomite 802.3 do IEEE, co-


nhecido como Ethernet (em par trançado), não especifica a necessidade de equalização
de símbolos transmitidos em velocidades de até 10 Mbps. Além disso, para as veloci-
dades de 100 Mbps (conhecida comercialmente como Fast Ethernet) e superiores,
faz-se necessário o uso de equalização adaptativa. Os chipsets da 3Com e Texas
Instruments verificados (como o TNETE2101) implementam internamente mecanis-
mos de equalização adaptativa, para compensar os efeitos do meio de transmissão.

MACKENZIE

23
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Cadernos de O padrão de rede locais sem fio especificado pelo subcomite 802.11 do IEEE
Pós-Graduação
(Wireless LAN) para velocidades de transmissão de dados de 11, 5 ou 1 Mbps, reco-
em Engenharia
Elétrica menda a utilização de equalização adaptativa baseada em algoritmos como o DFE. O
objetivo é o de fazer com que o equalizador seja capaz de compensar eventual ISI
intensa causada por reflexões de múltiplo percurso do sinal transmitido.

4.4 RÁDIO-ENLACE DIGITAL E SISTEMAS DE TV A CABO

Equipamentos para estabelecimento de rádio enlace digital de alta velocidade


habitualmente trabalham com modulações PSK ou QAM (GRAY, 1994; TREICHLER;
FIJALKOW; JOHNSON, 1996). Tais equipamentos operam acoplados a antenas
direcionais em visada direta. Dessa forma, pode-se afirmar que, em geral, são bem
estudadas as condições de instalação dos referidos por técnicos e engenheiros. O
equalizador do canal desses equipamentos deve então ser capaz de compensar so-
mente variações que podem ocorrer por fenômenos atmosféricos. Tais equalizadores
são relativamente simples, se comparados com os de sistemas celulares (TREICHLER;
FIJALKOW; JOHNSON, 1996). Eles habitualmente são construídos em filtros trans-
versais com um número reduzidos de coeficientes ou TAPS (10 a 20) e utilizam
algoritmos adaptativos autodidatas como o CMA (Constant Modulus Algorithm)
de Godard (1980, Seção 1.7.2) durante o estabelecimento da comunicação inicial
(GRAY, 1994). Estabelecida a condição de regime de operação, é usual que esse
algoritmo seja trocado no DSP pelo supervisionado em DDA, a fim do equalizador ser
capaz de compensar pequenas variações do canal e, ao mesmo tempo, reduzir o es-
forço de processamento. Aplicação semelhante é encontrada nas aplicações de TV a
Cabo, em que os DSPs responsáveis pela equalização do sinal trabalham da mesma
maneira (GRAY, 1994; TREICHLER; FIJALKOW; JOHNSON, 1996). É válido
comentar que, em sistemas digitais de alta velocidade, a utilização de equalizadores do
tipo DFE não é adequada, pelo tratamento da seção de realimentação dos mesmos.
Isso porque é relativamente comum a necessidade de efetuar pipelining de informa-
ções nos equipamentos digitais. Entenda por pipe uma estrutura eletrônica de
armazenamento temporário de bits de forma que o primeiro bit a entrar é o primeiro a
sair da mesma. Em tal situação, os equalizadores baseados em filtros lineares transver-
sais são desejáveis (TREICHLER; FIJALKOW; JOHNSON, 1996).

4.5 UTILIZAÇÃO DE EQUALIZAÇÃO ADAPTATIVA

Observa-se, em todos os equipamentos comerciais pesquisados, o uso de


algoritmos de equalização adaptativa, a fim de compensar efeitos de ISI. Os algoritmos
supervisionados são mais utilizados que os autodidatas atualmente. Alguns motivadores
podem ser enumerados:
¨ Os algoritmos de equalização supervisionados são pesquisados há mais tempo (desde
a década de 1960) que os autodidatas (desde a década de 1980).

MACKENZIE

24
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
¨ O algoritmo supervisionado LMS é bastante simples e robusto de ser Cadernos de
Pós-Graduação
implementando, embora não possua características ótimas de convergência. É pos-
em Engenharia
sível notar que é utilizado em várias soluções comerciais de comunicação de dados. Elétrica
¨ Os métodos de equalização autodidatas são, em sua concepção, mais interessantes
que os supervisionados, por dispensarem a utilização de seqüência de treinamento.
Por outro lado, os algoritmos atuais exigem uma maior capacidade de processamento
dos DSPs que alguns algoritmos supervisionados, como o LMS.
¨ Os algoritmos autodidatas possuem desafios ainda não bem resolvidos analitica-
mente. Como exemplo, é válido citar a questão do processo de inicialização do
filtro do equalizador. Ele determina o desempenho do processo de equalização e,
hoje, ainda não possui solução determinista, que garanta sempre o melhor desem-
penho de equalização possível.
Os aspectos exemplificados e abordados, sobre a utilização comercial em
comunicação digital de algoritmos de equalização adaptativa, enfatizam a importância
e a necessidade de estudos e pesquisas que busquem esclarecer e melhorar o desem-
penho dos métodos e algoritmos autodidatas de equalização.

5 CONCLUSÕES

Ao longo do presente trabalho foi dado um tratamento conceitual à equalização


de sinais e aspectos pertinentes. Descreveu-se o processo de transmissão da informação
e suas características. Destacou-se, entre estas, as do canal de comunicação, que como
são próprias e independentes das do sinal transmitido sobre o qual atuam, podem provo-
car distorções da informação e conseqüentes entendimentos errôneos pelo receptor.
Tais efeitos podem ser compensados em parte com a utilização de equalizadores nos
receptores. Na Seção 1 conceituou-se a equalização adaptativa. Verificou-se que a mesma
pode ser implementada nos receptores valendo-se de seqüências de treinamento emiti-
das pelo transmissor, o que caracteriza os métodos supervisionados; ou pela utilização
de estatísticas dos símbolos emitidos, o que caracteriza os métodos autodidatas. Na
Seção 3, apresentou-se possibilidades práticas de aplicação, como a equalização de
canais de comunicação móveis sem fio. Na Seção 4, foram organizados e apresentados
os resultados de pesquisa realizada sobre especificações técnicas de equipamentos co-
merciais e DSPs, com o objetivo de elucidar como as técnicas de equalização estão
sendo aplicadas hoje. Por exemplo, foram comentados os processos de equalização
utilizados em modems de comunicação para linhas telefônicas, em sistemas celulares e
rádio enlaces. Tais aspectos deixam claras a importância e relevância atual sobre estudos
dentro do tema, em particular os das técnicas autodidatas.

MACKENZIE

25
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
Cadernos de Adaptive equalization techniques used in digital communication
Pós-Graduação
em Engenharia
systems
Elétrica

ABSTRACT

In the present work, it is aimed to identify the adaptive equalization


techniques commercially used in patterns and communication systems.
In Section 1, the information transmission process and its physical
limitations are considered. In Section 2, one presents several adaptive
equalization schemes to compensate the undesired effects produced
by the channel. Finally, in sections 3 and 4, practical possibilities
and commercial utilization of adaptive equalization are presented.
Keywords: Adaptive equalization. Digital transmission. Application
of blind equalization. Intersymbol interference.

REFERÊNCIAS

CHISHTIE, M. A. Telecommunications Applications with the TMS320C5x


DSPs. Dallas: Texas Instruments, 1997.
GERSHO, A. Adaptative equalization of highly dispersive channels for data
transmission. Bell System Technology Journal, New York, v. 48, p. 55-70, 1969.
GODARD, D. Self-recovering equalization and carrier tracking in two-dimensional
data communication systems. IEEE Transactions on Communications, (COM-
28), New Jersey, p. 1867-1875, 1980.
GRAY, J. H. Grayship applications notes: Building Digital PSK and QAM
Demodulators using GC2011 and GC3011 chips. Dallas: Texas Instruments, 1994.
HAYKIN, S. Blind deconvolution. New Jersey: Prentice Hall, 1992.
______. Adaptive filter theory. 3rd ed. New Jersey: Prentice Hall, 1996.
HOOLE, D. E. Channel Equalization for the IS-54 Digital Cellular System with
the TMS320C5x. Dallas: Texas Instruments, 1994.
LUCKY, R. W. Automatic equalization for digital communication. Bell System
Technology Journal, New York, v. 44, p. 547-588, 1965.
MASSEY, T.; IYER, R. DSP Solutions for telephony and data/facsimile
modems. Dallas: Texas Instruments, 1997.
MOSTAFA, R.; TRIPATHI N. D.; REED J. H. DSP Implementation of
Communication Systems. Blacksburg: Virginia Polytechnic Institute and State
University, 1997.
PROAKIS, J. G. Digital communications. New York: McGraw-Hill, 1989.

MACKENZIE

26
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.
SHALVI, O.; WEINSTEIN, E. New criteria for blind deconvolution of non- Cadernos de
minimum phase systems (channels). IEEE Transactions on Information Theory, Pós-Graduação
(IT-36), New Jersey, p. 312-321, 1990. em Engenharia
Elétrica
______. Super-exponential methods for blind deconvolution. IEEE Transactions
on Information Theory, (IT-39), New Jersey, p. 504-519, 1993.
SHANNON, C. E. The mathematical theory of communication. Bell System
Technology Journal, New York, v. 27, p. 379-423, 623-656, 1948.
SMALLEY, D. Equalization concepts: a tutorial. Atlanta: Texas Instruments, 1994.
SOARES, L. F. G.; LEMOS, G.; COLCHER, S. Redes de computadores. 2. ed.
Rio de Janeiro: Campus, 1995.
TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
TAUB, H.; SCHILLING, D.L. Principles of communication systems. New York:
McGraw-Hill Book, 1986.
TREICHLER, J. R.; FIJALKOW, I.; JOHNSON, C. R. J. Fractionally Spaced
Equalizers: how long should they really be? I.E.E.E. Signal Processing, New
Jersey, v. 13, p. 65-80, 1996.
TRETTEN, S. A.; BUEHLER, C. J. V.34 Transmitter and Receiver
Implementation on the TMS320C50 DSP. Maryland: Texas Instruments, 1997.
UNGERBOECK, G. Theory on speed of convergence in adaptive equalizers for
digital communications. IBM J. Res. Dev., [S. l.], v. 16, p. 546-555, 1972.
WIDROW, B.; STEARNS, S. D. Adaptive signal processing. New Jersey:
Prentice Hall, 1985.

MACKENZIE

27
Cad. de Pós-Graduação em Eng. Elétrica São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2003.

Você também pode gostar