7.1 Introdução
A indissociabilidade da educação e do cuidado, apesar de amplamente
debatido e defendido no âmbito acadêmico e na formação continuada de
professores da educação infantil, não se evidencia como uma realidade presente
em todas as instituições. Talvez isso seja motivado pelas amarras históricas que
vinculam ainda no imaginário de alguns profissionais, o cuidado, ao atendimento
assistencialista ou higienista. O cuidado do corpo é visto por alguns como de
caráter não educativo, desvalorizado e o trabalho educativo (escolar) como o
valorizado. Essa hierarquização e a falta de clareza e intencionalidade na realização
das atividades do cuidado, a dificuldade de os profissionais de propor esses
momentos de forma diferenciada, a delegação deste na responsabilização distinta
entre os profissionais e a segmentação dessas atividades em espaços e horários
diferenciados, dificultam a sua significação.
A formação do educador não pode ser aquela que visa apenas o acúmulo
de informações, exige um conhecimento profundo de pedagogia e psicologia
infantil, de sociologia da infância e de cultura da criança associado a grande
dose de experiência prática. Deve incluir atenção ao corpo, aos sentimentos, às
emoções, à fala, à arte, o canto, o conto e o encanto. “Uma educação fragmentada
não produz eco na alma de uma criança” (HADDAD, 2006, p. 540).
A prática da educação e cuidado às crianças pequenas na Educação Infantil
está fundamentada na atitude incorporada pelos professores de reconhecer-se como
educador e cuidador. Para isso devem prever em sua formação o desenvolvimento