Você está na página 1de 3

Códice Sinaítico – Introdução e download

https://talkingreek.wordpress.com/2016/07/30/codice-sinaitico-introducao-e-download/

CÓDICE SINAÍTICO – Uma introdução


Organizado por  Marco Lima
O que é um códice?
A partir do quarto século depois de Cristo, os livros cristãos passaram a ser escritos em codex, palavra
derivada de caudex, que era uma tabuinha coberta de cera na qual se escrevia com um estilete metálico.
Reunidos por um cordão que passava por orifícios feitos no alto dos exemplares, à esquerda, os códices
ficavam em forma de livro, portanto bem mais práticos de serem manuseados que os antigos rolos.

Quais as vantagens para o leitor?


O códex ou liber quadratus apresentava diversas vantagens sobre o rolo. Este era muito incômodo, pois
para encontrar uma determinada passagem no meio de uma obra, era preciso desenrolá-lo até achar o
trecho e depois enrolá-lo de novo. Já o livro pode ser facilmente aberto em qualquer página e, como se
escreve dos dois lados de cada folha, permite economizar material e incluir mais informação. Num rolo
de tamanho normal pode haver espaço apenas para o evangelho de Mateus, ao passo que a Bíblia inteira
cabe em um livro. Além disso, os códices mostravam-se mais fáceis de armazenar e proteger.

Pequeno histórico
O códice surgiu no século I da era cristã, contendo textos escolares, relatos de viagens ou registros
contábeis. Seu uso se multiplicou nos séculos II e III em consequência do incremento da demanda de
livros e da adoção do pergaminho, que no século IV substituiu o papiro. Nessa época, o códice
substituiu definitivamente o rolo e adquiriu a forma característica de livro. Formados por vários
cadernos, ou quaderni, os códices constavam de uma quantidade variável de fólios (folhas escritas dos
dois lados). A numeração das páginas se fazia por fólios; o anverso era denominado fólio reto; o
reverso, fólio verso ou simplesmente reverso.

O códice Aleph
Produzido em cerca de 325 e.c., contem todo o Antigo Testamento grego, além das epístolas de Barnabé
e parte do Pastor de Hermas. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino Tischendorf, em 1844, no
mosteiro de Santa Catarina, situado na encosta do Sinai. Tischendorf viu 129 páginas do manuscrito
numa cesta de papel, para serem lançadas no fogo. Percebendo o seu enorme valor, levou-as para a
Europa. Nesse mesmo ano, ele descobriu 43 folhas de velino contendo porções da Septuaginta (I
Crônicas, Jeremias, Neemias e Ester). Este pesquisador descobriu que as páginas desse manuscrito eram
utilizadas pelos monges para acender o fogo.

Livro de Esther

Em 1859 ele voltou ao mosteiro e encontrou as páginas restantes. Doada por seu descobridor a
Alexandre II, da Rússia, essa preciosidade foi posteriormente comprada pela Inglaterra pela vultosa
quantia de cem mil libras esterlinas. Está no Museu Britânico desde 1933, e é considerada a testemunha
mais importante do texto bíblico por sua antiguidade, precisão e ausência de omissão. Junto com o
Vaticano, o Sinaítico é considerado um dos dois manuscritos mais importantes existentes. Ele é o único
que contém o Novo Testamento completo.

Na tarde deste dia eu estava caminhando com o comissário de bordo do convento na vizinhança, e
quando retornamos, em direção ao ocaso, ele implorou-me para que tomasse um refresco com ele nos
seus aposentos. Mal entramos no lugar, quando, resumindo nosso assunto anterior de conversa, ele
disse: “E eu, demais, li um Septuaginta” — isto é, uma cópia da tradução grega do Antigo Testamento
feito pelos Setenta. Depois de dizer isto, ele baixou-se e, num canto do seu quarto pegou um grande
volume, embrulhado num pano vermelho, e o colocou diante de mim. Quando desenrolei o volume,
para minha grande surpresa, descobri não só cópia dos mesmos fragmentos que eu havia achado
quinze anos antes naquele cesto de lixo, como também outras partes do Antigo Testamento, o Novo
Testamento completo, e além disto, a Epístola de Barnabé e uma parte do Pastor de Hermas.

(Tischendorf, Constantin von. Die Sinaibibel ihre Entdeckung, Herausgabe, und Erwerbung. Leipzig:
Giesecke & Devrient, 1871.)

1. Kurt Aland, Barbara Aland, The Text of the New Testament: An Introduction to the Critical
Editions and to the Theory and Practice of Modern Textual Criticism, transl. Erroll F. Rhodes,
William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Michigan, 1995, p. 107.
2.  Jongkind, Dirk (2007), pp. 22-50. Scribal Habits of Codex Sinaiticus, Gorgias Press LLC, pp.
67-68.

Você também pode gostar