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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

ESTADO DE SANTA CATARINA


SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COORDENADORIA DE PROGRAMAS COMUNITÁRIOS

1ª Edição
Agosto - 2014

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 1


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

APRESENTAÇÃO

Todos os dias nos deparamos com situações que podem colocar em risco nossa
integridade física, nosso conforto e nossos bens. Muitas vezes, por desconhecimento de
determinados riscos, acabamos provocando ou contribuindo com acidentes que podem ser
evitados com adoção de simples medidas de prevenção.
Vivemos iludidos de que ―os acidentes só acontecem com os outros‖, até que somos
atingidos por algum evento natural adverso, acidente ou incidente que expõe toda a nossa
fragilidade e nos acorda para o mundo real, demonstrando que devemos estar sempre preparados.
Visando contribuir ainda mais com a comunidade catarinense, buscando a preparação das
pessoas e a formação de mentalidade e cultura de prevenção, de antecipação e de disseminação
de conhecimentos, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, disponibiliza a comunidade
o Curso Avançado de Atendimento de Emergência – CAAE.
O CAAE tem por finalidade a formação do agente comunitário de proteção civil nível II e
brigadista particular, curso que o capacita a atuar no auxílio da comunidade em emergências,
também o tornam apto a se candidatar ao ingresso no serviço comunitário do Corpo de
Bombeiros Militar. Inserida nesta capacitação estão o Atendimento pré-hospitalar, o Controle de
incêndios, a Prevenção e sistemas preventivos, a Brigada de incêndio e o Estágio Operacional.
Dentre outros critérios o candidato a frequentar o CAAE deverá ter sido aprovado no
Curso Básico de Atendimento a Emergências – CBAE, e ter concluído este a menos de dois
anos, ter conceito favorável da Coordenadoria do Serviço Comunitário da OBM e estar
classificado no número de vagas oferecidas pela OBM.
Deste modo, disponibilizamos este manual para você aluno (a) do Curso Avançado de
Atendimento as Emergências, visando fornecer informações necessárias para que possa
aprimorar seus conhecimentos de proteção civil, que fará a diferença quando alguém necessitar
no salvamento de vidas ou proteção do patrimônio.

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IMPORTANTE

ORIENTAÇÕES GERAIS DO ALUNO

Apresentações das Unidades Didáticas (UD)

 Todas as matérias possuem apresentações pré-definidas, nelas estão definidas o assunto


abordado, o tempo de instrução e os objetivos que devem ser alcançados.
 Ao final os objetivos são revistos para que verifiquem se foram ou não cumpridos.
 Cada slide possui um assunto para ser apresentado em aproximadamente 2 a 3 minutos.
Existem casos que alguns slides são considerados mais importantes ou requerem um tempo
maior para sua apresentação ou execução, é o caso de aulas práticas por exemplo. Neste caso o
tempo virá discriminado no próprio slide (Canto inferior direito) com o tempo médio necessário
para execução da tarefa.
 Ao final da aula, toda a apresentação prevista deverá ser repassada, pois as apresentações
seguem rigidamente o plano de aula, qualquer reposição deve ser feita em horário extra ao
previsto, para que não afete a quantidade e qualidade dos temas abordados pelo referido curso.
 As apresentações foram organizadas de maneira que seja de fácil localização, obedecendo
aos seguintes critérios:
 A sigla CAAE refere-se ao Curso Avançado de Atendimento a Emergências.
 Os primeiros dois caracteres após a sigla CAAE se referem ao Módulo, identificado com
a letra ―M‖, seguido do numero deste modulo, exemplo: ―M1‖, ou seja, Módulo 1;
 Os próximos dois caracteres se referem a Lição, identificado com a letra ―L‖, seguido do
numero desta lição, exemplo, ―L1‖, ou seja, Lição 1;
 Seguido do nome da unidade didática desta lição, exemplo, ―Noções Básicas de anatomia
e fisiologia (corpo humano)‖;
 Exemplos: ―CAAE-M1L1 - Noções Básicas de anatomia e fisiologia (corpo humano)‖,
ou seja, Módulo 1, lição 1 – Unidade Didática: Noções Básicas de anatomia e fisiologia
(corpo humano); ―CAAE-M4L3 - Aspectos Técnicos‖, ou seja, Modulo 4, lição 3-
Unidade Didática: Aspectos Técnicos.

BOA SORTE E BOM APRENDIZADO!

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE

Comissão de Elaboração

MÓDULO I - Atendimento pré-hospitalar


2º Ten BM Fábio Luiz Alves Pacheco
2º Ten BM Marcos Luciano Colla

MÓDULO II - Controle de incêndios


2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz
Sd BM Clodoaldo Ribas dos Santos

MÓDULO III - Prevenção e sistemas preventivos


2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz

MÓDULO IV - Brigada de incêndio


2º Ten BM Marcos Luciano Colla
Sd BM Marcio Floriano Barbosa

MÓDULO V - Estágio Operacional


2º Ten BM Fábio Luiz Alves Pacheco

Edição e Diagramação
2º Ten BM Marcos Luciano Colla

Supervisão
Tenente Coronel BM Altair Francisco Lacowicz

COORDENADORIA DE PROGRAMAS COMUNITÁRIOS

Ten Cel BM Altair Francisco Lacowicz


Ten Cel BM Edson Biluk
Maj BM Jorge Artur Cameu Junior
Cap BM Davi Pereira de Souza
1º Ten BM Nauro Ricardo Muck

1ª Edição
Agosto - 2014

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...................................................................................................................................................... 3
PLANO DE ESTUDO (PROGRAMA DE MATÉRIAS) .................................................................................................... 7
1. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ........................................................................................................ 9
1.1 NOÇÕES BÁSICA DE ANATOMIA E FISIOLOGIA ................................................................................................ 9
1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE BIOSSEGURANÇA (SEGURANÇA DO SOCORRISTA)................................................... 18
1.3 SINAIS VITAIS: PRÁTICA E VERIFICAÇÃO ....................................................................................................... 20
1.4 AVALIAÇÃO DO PACIENTE .............................................................................................................................. 24
1.5 PARADA RESPIRATÓRIA E OXIGENOTERAPIA ................................................................................................. 30
1.6 PARADA CARDÍACA E PRÁTICA DE RCP ......................................................................................................... 38
1.7 HEMORRAGIAS E ESTADO DE CHOQUE ........................................................................................................... 45
1.8 INTOXICAÇÃO E ENVENENAMENTO................................................................................................................ 50
1.9 FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES E USO DE BANDAGENS E ATADURAS ....................................................... 54
1.10 TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO ....................................................................................................................... 59
1.11 TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR ................................................................................................................... 62
1.12 PARTOS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA ........................................................................................................ 65
1.13 ESCALA DE TRAUMA E FICHAS DE APH ........................................................................................................ 70
1.14 FRATURAS, LUXAÇÕES E ENTORSES ............................................................................................................... 72
1.15 TÉCNICAS DE REMOÇÃO ................................................................................................................................. 76
1.16 LIMPEZA E DESINFECÇÃO ............................................................................................................................... 78
1.17 QUEIMADURAS E LESÕES AMBIENTAIS ........................................................................................................... 81
2. EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ...................................................................................................................... 87
2.1 FUNDAMENTOS BÁSICOS DO COMBATE AOS SINISTROS ................................................................................. 87
2.2 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI ........................................................................................ 100
2.3 CLASSES DE INCÊNDIO .................................................................................................................................. 105
2.4 FUNDAMENTOS OPERACIONAIS .................................................................................................................... 114
2.5 FUNDAMENTOS TÉCNICOS ............................................................................................................................ 127
2.6 TÉCNICAS E TÁTICAS DE EXTINÇÃO ............................................................................................................. 146
2.7 OPERAÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO E SALVAMENTO .............................................................................. 159
2.8 TREINAMENTO PRÁTICO ............................................................................................................................... 167
3. PREVENÇÃO E SISTEMAS PREVENTIVOS ........................................................................................ 169
3.1 SISTEMAS PREVENTIVOS ............................................................................................................................... 169
3.2 RELATÓRIOS ................................................................................................................................................. 178
3.3 INSPEÇÕES PREVENTIVAS ............................................................................................................................. 189
4. BRIGADA DE INCÊNDIO ......................................................................................................................... 191
4.1 ASPECTOS LEGAIS ........................................................................................................................................ 194
4.2 ASPECTOS TÉCNICOS .................................................................................................................................... 198
5. ESTÁGIO OPERACIONAL ...................................................................................................................... 218
5.1 DO ESTÁGIO OPERACIONAL SUPERVISIONADO ............................................................................................ 218
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................... 223

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PLANO DE ESTUDO

O plano de estudos visa a orientá-lo/a no desenvolvimento da disciplina. Possui


elementos que o/a ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de
estudos.

Objetivo Geral:

O Curso Avançado de Atendimento de Emergências e destina à formação do agente


comunitário de proteção civil nível II e brigadista particular, curso que o capacita a atuar no
auxílio da comunidade em emergências, também o torna apto a se candidatar ao ingresso no
serviço comunitário do Corpo de Bombeiros Militar.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Programa de matérias do curso avançado de atendimento a emergências

Conteúdo Programático Carga horária horas/aula


(Art. 70)
I Atendimento pré-hospitalar 32
II Extinção de incêndios 32
III Prevenção e sistemas preventivos 12
IV Brigada de incêndio 16
V Estágio Operacional* 240 (140)
TOTAL *332 (232)
* Conforme § 6º do Art. 6º deste Regulamento, justificado no plano de ensino o motivo da
impossibilidade de estrutura/alojamento, para atuação em serviço de 24 horas contínuas (Ex:
inexistência de alojamento feminino).

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CAAE – Módulo I

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Instrutor

_______________________________________________

_______________________________________________

32 h/a

CBMSC

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Módulo I – Unidade Didática 1

Noções Básica de Anatomia e Fisiologia (Corpo Humano)

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conhecer principais termos utilizados em APH;


2) Descrever as funções gerais dos seguintes sistemas: respiratório, circulatório, muscular,
esquelético, nervoso, reprodutivo (masculino e feminino) e digestivo;
3) Definir as cavidades do corpo humano com seus componentes;
4) Listar o nome dos principais ossos do sistema esquelético;
5) Descrever a coluna vertebral.

1. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1.1 Noções Básica de Anatomia e Fisiologia

Introdução

Iniciando o Curso Avançado de Atendimento a Emergência surgirão inúmeros termos


novos que farão parte de todo seu estudo nesta disciplina, são termos de uso comum no
atendimento pré-hospitalar. Alguns são alto explicativos e se fazem compreender como, por
exemplo, ―Pressão Alta‖, outros necessitarão de pesquisa ou auxílio do instrutor para melhor
compreensão como ―mediastino‖. Aproveite e pesquise o que significa esse termo!

Mediastino: cavidade torácica que abriga alguns dos principais órgão do corpo humano
(coração, pulmão, grandes vasos) situa-se entre o final do pescoço e o diafragma.

Terminologia comum

Avaliação geral do paciente - série de procedimentos que visa estabelecer a segurança do


socorrista, a analise da gravidade e situação da vítima, estabelecendo dai a técnica indicada para
o problema identificado.
Obstrução ou parada respiratória - Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que
poderá ou não, ser acompanhada de parada cardíaca.

Terminologia técnica

Imprudência: Falta de atenção, imprevidência, descuido. Ex.: Dirigir em alta velocidade.


Negligência: Desprezar, desatender, não cuidar. Ex.: Não usar EPI necessário.
Imperícia: Ignorância, inabilidade, inexperiência. Ex.: Realizar procedimento invasivo.
Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar
problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o adequado socorro pré-
hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes
Omissão de socorro: ―Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou
em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública‖.

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Sistemas do Corpo Humano

Sistema Circulatório

Movimenta o sangue, transporta o oxigênio e nutrientes para as células do corpo, remove


os resíduos e o dióxido de carbono das células.
O sistema circulatório é composto por _______________ (veias, artérias e capilares)
_______ e ________.

Sistema Respiratório

Promove a troca de ar, introduzindo o oxigênio e expelindo o dióxido de carbono. Este


oxigênio é deslocado para o sangue, enquanto o dióxido de carbono é removido. O sistema
respiratório e o sistema circulatório são intimamentes ligados, pois é o sangue que leva o
oxigênio até as células e capta o gás carbônico para levá-lo até o pulmão a fim de realizar a troca
por oxigênio e trocar por gás carbônico nas células novamente.
O sistema respiratório é composto pelas ________________________ e _________.
Sendo estas compostas basicamente por:

 Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia;
 Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos.

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Sistema Musculoesquelético O Esqueleto

O sistema esquelético é composto de ______ e __________.

Conceito de Cartilagem: É uma forma elástica de tecido


conectivo semirrígido – forma partes do esqueleto nas quais ocorre
movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio;
consequentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por
difusão de longo alcance.
Conceito de Ossos: Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que se unindo aos
outros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma forma
especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua
matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas).

Funções do Sistema Esquelético:

 - __________________________________ (apoio para o corpo)


 - __________________________________ (coração, pulmões, cérebro).
 - __________________________________ (movimentação)
 - __________________________________ (cálcio, por exemplo).
 - __________________________________ (suprimento contínuo de células sanguíneas
novas)

Número de Ossos do Corpo Humano:

Divisão do Esqueleto

Esqueleto Axial – Composta pelos ossos da _______, _______ e do _______.


Esqueleto Apendicular – Composta pelos membros _________ e _________.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas ________ e
_________.

Crânio

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O crânio possui duas divisões principais: caixa encefálica (crânio propriamente dito):
composto por 8 ossos ________ e irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o
encéfalo. Face: composta por 14(quatorze) _______ que se fundem para dar sua forma.

Coluna vertebral

A coluna vertebral é uma estrutura óssea central, composta de 33(trinta e três)


_________, dividida em cinco regiões:

 Coluna cervical (pescoço): composta de ____________ vértebras;


 Coluna torácica (parte superior do dorso): composta de ____________ vértebras;
 Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de ____________ vértebras;
 Coluna sacral (parte da pelve): composta de ____________ vértebras;
 Coluna coccígea (cóccix ou cauda): composta de ____________ vértebras.

Os músculos

São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua
contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas
denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema
nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.

Funções dos Músculos:

a) Produção dos __________________: Movimentos globais do corpo, como andar e


correr.

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b) Estabilização das __________________: a contração dos músculos esqueléticos


estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar
em pé ou sentar.
c) Regulação do __________________: a contração sustentada das faixas anelares dos
músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
d) Movimento de __________________: as contrações dos músculos lisos das paredes
vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover
alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo
de linfa e o retorno do sangue para o coração.
e) _________________: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande
parte desse calor liberado pelo músculo é usada na manutenção da temperatura corporal.

Sistema reprodutor

O sistema reprodutor humano fica localizado na cavidade _______. A célula reprodutora


masculina recebe o nome de espermatozoide e a célula feminina é conhecida como óvulo.

Todas as diferenças anatômicas e sentimentais experimentadas pelo homem e pela mulher


são provenientes dos hormônios sexuais, que também são diferentes em ambos os sexos.
No homem atua a testosterona e na mulher a progesterona e o estrogeno. Também na
mulher há o ciclo menstrual onde há aproximadamente cada 28 dias ela perde aproximadamente
20 a 80 ml de sangue através da vagina. Hemorragia natural designada de metrorragia.

Sistema nervoso

Funções

 Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos;


 Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

Divisão

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Sistema Nervoso Central – SNC


O sistema nervoso central é uma porção de recepção de
estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. A
porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os
estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos
órgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer
que o SNC constituído por estruturas que se localizam no
esqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula espinhal
e o encéfalo.
Sistema Nervoso Periférico – SNP
O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios e as
terminações nervosas.
Sistema Nervoso Visceral – SNV: O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com
o meio interno, compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) –
músculo liso e gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou
involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV.
Sistema Nervoso Somático – SNS: O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo
com o meio externo, compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras
(eferente) músculo estriado esquelético.

Sistema nervoso central

Meninges: O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou
membranas) de tecido conjuntivo chamado em conjunto, de meninges. Estas lâminas são de fora
para dentro: dura-máter, aracnoide e pia-máter.
O Sistema Nervoso Central – SNC é dividido anatomicamente em:
__________: Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que
compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.
_________________: É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal
vertebral. A medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e
retransmissão de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectados
através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que controlam. Estes
feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo mensagens entre o encéfalo e o
sistema nervoso periférico. Estas mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de
impulsos elétricos. Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ou
segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais que formam
uma espécie de ―cabeleira‖ nervosa, comparada à cauda equina.
___________: Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa
craniana, é centro da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós
mesmos e do ambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente,
respostas emocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a consciência, as
sensações e origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e o diencéfalo.
Cerebelo: Possui a função de determinar o _____________________ e sua orientação no
espaço, bem como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do
organismo.
Tronco encefálico: Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios
cerebrais e por onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras.
Ponte: Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos
de fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela inervação dos
músculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos mímicos da face, das glândulas
salivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar captadas na língua.

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Bulbo: Porção inferior do tronco encefálico no sentido craniocaudal, sendo que o grande
forame (forame magno) constitui o limite convencional com a medula espinhal. No bulbo,
localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respiração e o funcionamento
vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. Com a lesão do bulbo, são
cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sanguíneos e dos pulmões.

Sistema nervoso periférico

O Sistema Nervoso Periférico – SNP – é dividido anatomicamente em:


Nervos: São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo,
tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do SNC ao periférico.
Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais.
Nervos cranianos: São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles
(10) originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também
denominados por números em sequência craniocaudal.
Nervos espinhais: Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e
abandonam a coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em
porções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira, reconhecemos nervos
espinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos.

Sistema digestório

O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato digestório é


____________ que se estende da cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canal
alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas do trato digestório incluem:
___________________________________________________________________________.
Os órgãos digestório acessórios são os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado,
vesícula biliar e o pâncreas.

Funções

 Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditas alimentares,


que asseguram a manutenção de seus processos vitais.
 Transformação mecânica e química das macromóléculas alimentares ingeridas (proteínas,
carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas
pelo intestino.
 Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares
sanguíneos da mucosa do intestino.
 Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com
restos de células descamadas da parte do trato gastro intestinal e substâncias secretadas
na luz do intestino.

Fases

 ____________: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico.


 ____________: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago.
 ____________: Introdução do alimento no estômago.
 ____________: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples.
 ____________: Processo realizado pelos intestinos.
 ____________: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinais.

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Noções de anatomia humana

Posição anatômica
Posição Anatômica é a posição padronizada de descrição do
organismo, empregando-se os termos de posição e direção.
O corpo humano deverá estar em:
 em posição ortostática;
 com a face voltada para frente;
 com o olhar dirigido para o horizonte;
 com os membros superiores estendidos ao longo do tronco;
 com as palmas voltadas para frente;
 com os membros inferiores unidos.

Divisão do corpo humano e planos anatômicos


O corpo humano é dividido em:

 __________;
 __________;
 __________; e
 __________.
Nos membros empregam-se termos
especiais de posição
 Proximal: situado mais próximo à raiz do
membro;
 Médio: situado entre proximal e distal; e
 Distal: situado mais distante da raiz do
membro.
Além desta divisão, para identificar as
partes do corpo humano, são definidos como
Planos Anatômicos:
 _______________: direito e esquerdo;
 _______________: superior e inferior;
 _______________: anterior (ventral) e
posterior (dorsal).

Quadrantes abdominais
QSD QSE
Maior parte do fígado Baço
Vesícula biliar 1º 2º Maior parte do estômago
Parte do intestino delgado Parte do intestino grosso
Parte do intestino grosso Parte do intestino delgado
Parte do pâncreas Parte do pâncreas
Parte do estômago Parte do fígado
QID 3º 4º QIE
Apêndice Parte do intestino grosso
Parte do intestino delgado Parte do intestino delgado
Parte do intestino grosso Parte do ovário (mulher)
Parte do ovário (mulher)

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Divide-se o abdômen em quatro para avaliar possíveis lesões internas. Podemos referir a
eles como Quadrante superior esquerdo e direito e quadrante inferior esquerdo e direito. Ou nos
referimos como 1º, 2º, 3º ou 4º quadrante, em sentido horário. Observe a figura:

Cavidades do corpo humano e seus componentes

O corpo humano possui 5 cavidades. As cavidades têm por objetivo alojar e proteger os
órgãos vitais. As cinco cavidades são:

1. Cavidade _____________;
2. Cavidade _____________;
3. Cavidade _____________;
4. Cavidade _____________; e
5. Cavidade _____________.

Pulsos palpáveis

Cabeça e pescoço Membros inferiores e superiores

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Módulo I - Unidade Didática 2

Princípios Básicos de Biossegurança (Segurança do Socorrista)

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conceituar Biossegurança.
2) Conceituar Doenças infectocontagiosas;
3) Listar os principais EPIs utilizados pelos socorristas;
4) Citar e enumerar as principais enfermidades infecciosas a qual o socorrista está sujeito e
os meios de transmissão no ambiente pré-hospitalar;

1.2 Princípios básicos de biossegurança (segurança do socorrista)

Biossegurança

É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos


inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação
de serviços, que pode comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a
qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
O serviço pré-hospitalar, devido sua peculiaridade, faz com que o socorrista fique muito
exposto a riscos, entre eles o biológico. Por isso, é necessária a utilização rigorosa dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luva de látex ou de vinil, óculos protetor, máscara
facial e coletes. Estas normas devem ser seguidas, para diminuir os riscos pelos quais o
socorrista está exposto.

Doenças infectocontagiosas

São enfermidades causadas por micro-organismos patogênicos (bactérias, vírus ou


parasitas) que são transmitidas a outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes,
fluídos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda pela picada de insetos transmissores de
doenças.

Principais EPIs utilizados pelos socorristas

 __________________;
 __________________;
 __________________;
 __________________

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Saiba mais

Coloque aqui as definições de cada equipamento:

luvas descartáveis: Proteção contra fluidos corporais que possam entrar em contato com
ferimentos nas mãos, ou podem ser levados por ela até a boca, olhos ou mucosas.
óculos de proteção: Proteção contra fluidos corporais que possam entrar com contato com a
mucosa dos olhos durante o atendimento pré-hospitalar.
mascaras faciais: Proteção contra fluidos corporais e doenças que podem ser transmitidas
através da respiração.
colete: Acessório utilizado para guardar os materiais de uso individual e serve de proteção do
socorrista sinalizando ajudando a sinalizar o local da ocorrência por ser feito com material
refletivo.

Principais enfermidades infecciosas

Em ambiente pré-hospitalar

Dentre as enfermidades mais comuns encontram-se: AIDS, hepatite, tuberculose,


meningite, gripe, entre outras.

Meios de Transmissão

 Pelas mãos até a boca, nariz, olhos ou feridas na pele;


 Por objetos ou roupas contaminadas, em contato com a boca, nariz, olhos ou ferimentos
na pele;
 Por acidentes com perfuro cortantes.

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Módulo I - Unidade Didática 3

Sinais Vitais, Prática e Verificação

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir sinais/sintomas.
2) Listar os sinais diagnósticos.
3) Demonstrar o uso correto dos principais equipamentos utilizados para aferição dos sinais
vitais.
4) Executar de forma correta a aferição FR e FC e a qualidade de cada.
5) Definir as principais alterações pupilares.

1.3 Sinais vitais: prática e verificação

Sinais e sintomas
A avaliação dos sinais e sintomas ajuda o socorrista a definir a suspeita das lesões ou
emergência médica que acomete a vítima.
Sinal: tudo o que é possível verificar, aferir, medir, mesurar.
Ex.: palidez, diaforese, cianose, êmese.
Sintoma: tudo o que é descrito pelo paciente, que não pode ser verificado, medido,
mensurado, aferido.
Ex.: dor, enjoo, tontura, astenia.

Idades referenciais para APH


No APH classificamos as pessoas conforme as idades da seguinte forma:
 Adulto: maior que 8 anos;
 Criança: entre 1 ano e 8 anos;
 Lactente: do nascimento até 1 ano.

Sinais vitais e suas referências

Os quatro sinais vitais são:


 temperatura corporal;
 pulso;
 respiração; e
 pressão arterial.

Temperatura corporal
A temperatura corporal é de 36,5 à 37ºC para todas as idades.
Podemos aferir também a temperatura relativa da pele, que pode se apresentar fria, normal ou
quente. Essa aferição se faz com o dorso da mão na região frontal da cabeça (testa).

PULSO (bpm – batimentos por minuto)


 Adulto: ___________;
 Criança: 60 a 140 bpm;
 Lactente: 100 a 190 bpm.

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O pulso ideal para de aferir os batimentos cardíacos de um adulto e criança é o pulso


radial (punho). Em um lactente é o braquial (próximo à axila).

RESPIRAÇÃO (frm – frequência respiratória por minuto)


 Adulto: __________;
 Criança: 15 a 30 frm;
 Lactente: 25 a 50 frm.

PRESSÃO ARTERIAL (mmHg – milímetros de mercúrio)

ADULTO

 Sistólica máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg


 Diastólica máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg

A PA de um adulto ideal é 120x80 mmHg


Recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia

Sinais diagnósticos e suas referências

Sinais diagnósticos são utilizados para ajudar a confirmar alguma suspeita de lesão ou
emergência médica. Os três sinais diagnósticos são:

a) pupila;
b) coloração da pele; e
c) perfusão sanguínea.

Pupilas

 Isocoria: iguais;
 Anisocoria: desiguais;
 Midríase: dilatadas;
 Miose: contraídas;

Foto reagentes: quando há atividade cerebral a pupila reage à luz, contraindo na presença
e dilatando na ausência de luz.

Coloração da pele

A pele pode apresentar-se: normal, pálida, avermelhada, cianótica.

Perfusão sanguínea

Perfusão sanguínea é a circulação presente nas extremidades. Quando um trauma ou


emergência médica acomete uma pessoa, essa perfusão pode diminuir por vários motivos. Sendo
assim, a perfusão sanguínea é avaliada pressionando o dedo, a extremidade perde a coloração,
que deverá retornar de 2 a 3 segundos para ser considerada normal. Se demorar, a voltar, pode
ser uma indicação de que há uma falha na circulação sanguínea.

Equipamentos para avaliação do paciente

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 Lanterna pupilar:
 Esfigmomanômetro;
 Estetoscópio;
 Oxímetro de dedo.

Avaliação da lição

1. Atividade teórica

Preencha as lacunas com as idades referencias para APH.

 Lactente: ________________________;
 Criança: ________________________;
 Adulto: ________________________;

2. Cite os quatro sinais vitais e os três sinais diagnósticos.

 Sinais vitais:
___________________;
___________________;
___________________; e
___________________;

 Sinais diagnósticos:
___________________;
___________________;
___________________;

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

3. Atividade prática

 Formação de duplas;
 Orientações do instrutor;
 Avaliação dos sinais vitais e diagnósticos;
 Anotação na planilha.

Nome socorrista: ____________________________________________


Nome paciente: ______________________________ Idade: __________________

Temperatura corporal ou relativa da pele

Pulso

Respiração

Pressão arterial

Perfusão sanguínea

Coloração da pele

Pupilas*

* Pupilas:

 anisocóricas ou isocóricas
 miótica, midriática ou normal;
 fotorreagente ou não fotorreagente;

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Módulo I - Unidade Didática 4

Avaliação do Paciente

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Avaliação geral do paciente dimensionamento da cena;


2) Avaliação inicial;
3) Avaliação dirigida;
4) Avaliação detalhada;
5) Avaliação continuada;
6) Mensuração e colocação do colar cervical;

1.4 Avaliação do paciente

Avaliação geral do paciente

Para realizarmos a avaliação de um paciente devemos observar uma sequência de


procedimentos que ajudam o socorrista a tomar decisões em relação às prioridades em cada caso.
Essa sequencia foi dividida em cinco etapas, onde mostra claramente o que fazer em cada
uma delas. As cinco fases da avaliação geral do paciente são:

1) Avaliação da cena;
2) Avaliação inicial;
3) Avaliação dirigida;
4) Avaliação detalhada;
5) Avaliação continuada.

Avaliação da cena

Na avaliação da cena o socorrista deve ter uma visão ampla da cena para poder identificar
características da cena. Essa etapa da avaliação geral geralmente é rápida, e quando não há
gerenciamento de risco, não compromete mais que 30 segundos.

Confirmar a solicitação

Muitas vezes o ocorrido não condiz com a situação real.

Ex.: o SEM é acionado para atender um desmaio, e no local encontra uma PCR.

Identificar o tipo de situação

A situação se trata de um trauma ou emergência médica;

Observar dos mecanismos de trauma

Em uma ocorrência de trauma, para podermos determinar as suspeitas de lesões das


vítimas envolvidas, devemos imaginar como o trauma aconteceu e, com isso imaginar onde se
encontrará as possíveis lesões.

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Avaliar riscos potenciais:

Riscos que a cena pode produzir para o socorrista, vítimas e terceiros;

Gerenciar os riscos:

Tomar atitudes que minimizam os riscos;

Ex.: Em acidente de transito, acionar a PM para controle do trânsito, estabilizar veículos


antes de atender pacientes que estão dentro do veículo, etc.

Checar número de vítimas

Saber quantas vítimas tem na cena de emergência;

Checar necessidade de recursos adicionais

Solicitar os recursos adicionais se faz necessário;


Ex.: apoio da Celesc, em caso risco com energia, PM em caso de controle do trânsito, etc.

Colocação de EPI

Colocar todos os EPIs necessários antes de abordar a vítima.

Avaliação inicial

A avaliação inicial também é chamada de avaliação primária, é nessa etapa da avaliação


que o socorrista tem o primeiro contato com a vítima. Após toda a avaliação da cena o socorrista
se dirige à vítima e deve:

Formar a impressão geral do paciente

Verifica a posição do paciente, qualquer deformidade maior


ou lesão óbvia e qualquer sinal ou sintoma indicativo de
emergência clínica.
Ex.: Paciente dentro do veículo, sentado com a cabeça sobre
o volante, de olhos fechados.

Apresentar-se como socorrista

O socorrista deve se apresentar falando o nome, informando que é socorrista e pedindo


consentimento para atender.

AVDI
Para avaliar o nível de consciência, usamos a técnica AVDI.
A – o paciente está alerta?
V – responde a estímulo verbal?
D – responde a estímulo doloroso?
I – determina inconsciência.

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Devem-se seguir os passos descritos acima para determinar a inconsciência.

SBV
Oferecer o Suporte básico da vida, através do ABC da vida.
Abertura das vias aéreas: hiperextensão da cervical para casos clínicos e tração
mandibular para casos traumáticos. A colocação do colar cervical adequada garante
permeabilidade das VA.

VOS: para avaliar a respiração utilizamos a técnica VOS.


V – Ver o movimento torácico;
O – ouvir a respiração;
S – Sentir a respiração;
Para realizar esse procedimento o socorrista deve aproximar o ouvido até face e voltar o
olhar para o tórax do paciente.
Verificação de presença de pulso: no caso de ausência de respiração deve-se pesquisar
presença de pulso, de preferencia no ponto carotídeo.

Colocação do colar cervical

Em caso traumático a colocação do colar se faz nessa fase da avaliação. Em caso clínico
o uso do colar é dispensado.

Oxigenoterapia

A saturação mostra a quantidade de oxigênio presente no sangue. A saturação normal


deve estar entre 90% e 100%. O oxímetro é o aparelho que mostra esta porcentagem.
Pacientes que sofrem trauma ou caso clínico, podem apresentar uma deficiência na
saturação. Portanto deve-se sempre ofertar oxigênio em pacientes traumatizados e emergências
clínicas.

Hemostasia de hemorragias visíveis

Ao realizar a impressão geral, o socorrista perceberá hemorragias evidentes que devem


ser contidas depois de realizada o ABC da vida.

Escala CIPE

Após as avaliações acima descritas, e com as informações colhidas o socorrista deve


decidir a prioridade de transporte do paciente, para isso utiliza-se da feramente CIPE. Veja:
C – Crítico: parada respiratória ou cardiorrespiratória;
I – Instável: paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória
severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax;
P – Potencialmente Instável: paciente com choque compensado portador de lesões
isoladas importantes;
E – Estável: paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais.
Sabendo classificar o paciente, o socorrista deve observar que pacientes críticos e
instáveis devem ser tratados na cena de emergência em no máximo 5 minutos. Os
pacientes Potencialmente instáveis e estáveis em no máximo 12 minutos.

Crítico e instável: 3 a 5 minutos


Potencialmente instável e estável: 10 a 12 minutos

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Avaliação dirigida

É a fase da avaliação onde o socorrista se dirige ao problema do paciente, realizando,


ainda, mais algumas avaliações, a fim de detectar problemas que ameacem a vida do paciente. É
dividida em três fases: __________, ___________________, e __________________________.

Entrevista

Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com o paciente buscando obter


informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidade
existente e outros dados relevantes:

1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido);
2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença)
3) Há quanto tempo isso aconteceu?
4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica)
5) Você tem algum problema de saúde?
6) Você tem tomado algum remédio?
7) Você é alérgico a alguma coisa?

Exame rápido

O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todo


segmento corporal, para descobrir lesões e hemorragias não aparentes.

Ex.: Dor no braço após uma queda: se dirigir ao membro superior referido e avaliar
aspecto físico, motricidade, sensibilidade e realizar o procedimento adequado a suspeita
(imobilização em caso de fratura, curativos em caso de ferimento, etc.).

Aferição dos sinais vitais

Aferição do pulso, respiração, temperatura, PA. Avaliação das pupilas, temperatura


relativa da pele, e perfusão sanguínea. Avalia-se também capacidade de movimentação e reação
à dor.

Avaliação física detalhada

A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo socorrista em cerca
de 2 a 3 minutos. Tem como objetivo a identificação de problemas que não foram relatados pelo
paciente (fraturas, pequenas hemorragias, ferimentos).
O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes, podendo ser realizado
de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergências
médicas evidentes. Em casos onde o paciente é crítico ou instável o exame deve ser realizado
dentro da ambulância, ou se o percurso for pequeno e não der tempo, não há necessidade de fazê-
lo.
Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deve:

1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;


2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e as pálpebras, o nariz, a boca, a
mandíbula e os ouvidos;
3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar
cervical, ou seja, essa verificação é feita na avaliação inicial);

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal;


5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax;
6) Inspecionar o abdome em quatro quadrantes separadamente;
7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital;
8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de
pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade;
9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de
pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade;
10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal (essa avaliação é
feita na hora que se coloca a vítima na maca).

Avaliação continuada

A avaliação continuada é o cuidado que se dispensa ao paciente durante o deslocamento


até a unidade médica. Consiste em avaliar constantemente da presença de consciência, respiração
e pulso e garantir a temperatura corporal e conforto ao paciente.
Ou seja, após a execução de todas as etapas da avaliação geral, o socorrista deve se preocupar
periodicamente em reavaliar o paciente até a sua entrega à unidade médica.
Em pacientes críticos e instáveis a reavaliação deve acontecer a cada 3 minutos e Em
pacientes potencialmente instáveis e estáveis, de 15 em 15 minutos.

Escala CIPE Avaliação Continuada


Estável e potencialmente instável A cada 15 minutos
Instável e crítico A cada 3 minutos

Mensuração do colar cervical

Para a mensuração e colocação correta do colar deve-se seguir observar os seguintes


aspectos:

 A vítima deverá estar com a cabeça em posição neutra;


 Verifique com seus dedos, a altura do pescoço que corresponde à distância entre uma
linha imaginária que passa pela borda inferior da mandíbula e outra que passa pelo ponto
onde termina o pescoço e se inicia o ombro.

É importante salientar que o colar cervical:

 - imobiliza a cervical verticalmente, a imobilização horizontal é feita em maca com os


coxins;
 - deve ser de tamanho adequado ao paciente;
 - não deve impedir a abertura da boca;
 - não deve obstruir ou dificultar ventilação;
 - se bem colocados auxiliam na permeabilidade das vias aéreas;

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Avaliação da lição

Relacione as colunas mostrando em que fase do atendimento se realiza cada


procedimento:

1) Avaliação da cena; ( ) Hemostasia de hemorragias visíveis


2) Avaliação inicial; ( ) Avaliação física detalhada da cabeção aos pés
3) Avaliação dirigida; ( ) Oxigenoterapia
4) Avaliação detalhada; ( ) Avaliar riscos potenciais
5) Avaliação continuada. ( ) Aferição dos sinais vitais
( ) Decidir prioridade de transporte (Escala CIPE)
( ) Confirmar a solicitação
( ) Entrevista
( ) Colocação de EPI
( ) Colocação do colar cervical
( ) Monitoramento do paciente durante o percurso
( ) Identificar o tipo de situação
( ) Oferecer o Suporte básico da vida
( ) Checar número de vítimas
( ) Gerenciar os riscos
( ) Exame rápido
( ) AVDI
( ) Observar dos mecanismos de trauma
( ) Apresentar-se como socorrista
( ) Checar necessidade de recursos adicionais
( ) Formar a impressão geral do paciente

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Módulo I - Unidade Didática 5

Parada Respiratória e Oxigenoterapia

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar as principais partes do sistema respiratório e fisiologia;


2) Descrever o mecanismo da respiração e a importância do O2 no organismo;
3) Definir Parada Respiratória e listar suas causas;
4) Conceituar OVACE e listar suas causas;
5) Listar os sinais e sintomas de uma OVACE;
6) Descrever o uso correto dos equipamento auxiliares utilizados para reanimação
respiratória;
7) Citar a importância da oxigenoterapia, riscos, uso correto do gás e dos equipamentos.

1.5 Parada respiratória e oxigenoterapia

Técnicas de SBV

Antes de iniciar o estudo das técnicas para promover o suporte básico da vida, deve-se
lembrar de que, para o serviço pré-hospitalar, teremos no mínimo três tipos de pacientes:
 adultos: pessoas maiores que 8 anos;
 crianças; pessoas entre 1 ano e 8 anos; e
 lactentes: pessoas menores que 1 ano;
Para cada tipo de paciente existe uma técnica diferente. Podemos encontrar também pacientes
obesos e gestantes onde as técnicas sofrem algumas alterações.
Além do tipo de paciente temos outros fatores que influenciam na técnica, como o número de
socorristas e a qualificação (leigo ou treinado). Sendo assim, temos que ficar muito atentos nas
diferenças para aplicar a técnica certa para o paciente certo.

Abertura das vias aéreas

Hiperextensão cervical Abertura mandibular

Casos clínicos Casos traumáticos


A abertura de vias aéreas deve ser feita conforme o tipo de situação. A manobra de
hiperextensão da cervical só pode ser utilizada em casos clínicos e sem nenhuma suspeita de
lesão na cervical. A manobra de abertura mandibular é utilizada quando o paciente foi vítima de
trauma e em casos clínicos onde há suspeita de lesão na cervical.

VOS: ver, ouvir e sentir a respiração.

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V - Ver o movimento torácico;


O - Ouvir a respiração;
S - Sentir o ar saindo;

Além de detectar presença de respiração, essa técnica permite que


o socorrista tenha condições de avaliar a condição da respiração: se é
rápida ou lenta, profunda ou superficial e se o tórax se expande
lateralmente, ou de um lado só. Esses dados servem como sinais para
identificar alguns tipos de lesões e emergências clínicas.
CHECAGEM DAS VAs
A checagem das vias aéreas é feita em casos de obstrução ou quando o
ar não passa nas tentativas de ventilações. Consiste em ver e retirar objetos
que estejam impedindo a passagem do ar após a inconsciência do paciente.
- Adulto: pinça às cegas;
- Criança: pinça somente se visualizar o objeto;
- lactente: pinça com dedo mínimo somente se ver o objeto.
VENTILAÇÕES

As ventilações devem durar 1,5 a 2 segundos.


Boca a boca e nariz: Lactentes
O socorrista deve selar sua boca na boca e nariz do lactente.

BOCA A BOCA: CRIANÇAS E ADULTOS

A boca do socorrista deve selar a boca do paciente e as narinas devem


ser seladas com os dedos do socorrista em forma de pinça para impedir a
saída do ar pelo mesmo.

BOCA MÁSCARA: TODOS


A boca máscara permite que o socorrista e a vítima não tenham
contato com a boca evitando contaminação de ambos. As máscaras têm
tamanhos variados que se adaptam a cada idade de pacientes. Algumas
possuem válvula de entrada para O2, o que potencializa a eficácia da
ventilação.

USO DO AMBU E COLOCAÇÃO DA CÂNULA

O Ambu é um ventilador mecânico manual onde é necessário o uso da cânula a fim de


evitar a obstrução das VA pelo relaxamento do músculo da língua. A mensuração da cânula é
feita do canto da boca até o lóbulo da orelha em adultos e crianças e do canto da boca até a
mandíbula do lactente. A cânula deve ser colocada em adulto com a extremidade contra o palato,
girando-a em 180º; criança e lactente com a extremidade contra a língua, sem giro.

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VERIFICAÇÃO DE PULSO

O pulso mais utilizado para verificação de PCR em adultos e


crianças é o carotídeo. Para verificar o pulso localize a cartilagem
da tireoide e coloque a ponta dos dedos (indicador e médio) ao
lado deste ponto, deslize os dedos no sulco entre a traqueia e o
músculo lateral do pescoço mais próximo a você e sinta o pulso.
Deve-se sempre verificar o pulso do mesmo lado que se está para
não obstruir as VA.

Em lactentes o pulso mais palpável é o braquial que achamos


colocando dois dedos na região medial interna pressionando
contra o úmero.

Revisão do sistema respiratório

Promove a troca de ar,


introduzindo o oxigênio e expelindo o
dióxido de carbono. Este oxigênio é
deslocado para o sangue, enquanto o
dióxido de carbono é removido. O sistema
respiratório e o sistema circulatório são
intimamente ligados, pois é o sangue que
leva o oxigênio até as células e capta o
gás carbônico para levá-lo até o pulmão a
fim de realizar a troca por oxigênio e
trocar por gás carbônico nas células
novamente.

O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas inferiores e superiores. Sendo estas
compostas basicamente por:
- Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia;
- Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos.

Fisiologia da respiração

Inspiração

Durante a inspiração o diafragma e os músculos intercostais se contraem. Quando o


diafragma se contrai, movendo-se para baixo, aumentando a cavidade torácica. Quando os
músculos intercostais se contraem, elevam as costelas e estas ações se combinam para aumentar
a cavidade torácica em todas as dimensões, os pulmões são puxados com ela, que se expande.

Troca gasosa

Com o pulmão cheio de ar oxigenado ocorre a troca gasosa. É retirado do sangue que está
nos capilares do pulmão o dióxido de carbono e é colocado o oxigênio. Por isso no momento da
inspiração o ar sai com menos oxigênio e mais dióxido de carbono.

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Expiração

O diafragma e os músculos intercostais se relaxam e


a cavidade torácica diminui de tamanho em todas as
dimensões. À medida que a cavidade torácica diminui, o ar
nos pulmões é pressionado em um espaço menor, a pressão
interna aumenta e o ar é empurrado através da traqueia para
o exterior.

Importância do oxigênio no organismo

O oxigênio é o combustível que as células humanas utilizam para gerar energia. Sem ele
elas morreriam. Quando elas utilizam o oxigênio para gerar energia produzem como resíduo o
dióxido de carbono que é liberado na expiração.
O ar atmosférico contém cerca de 21% de oxigênio. Quando respiramos não consumimos
toda essa porcentagem. Inspiramos 21% e expiramos 16% de oxigênio mais dióxido de carbono.
O gás oxigênio é bastante tóxico, embora ele seja essencial para a manutenção da vida,
por ser utilizado pelos organismos que obtêm energia por meio da respiração aeróbica. No
entanto, a vida só é possível se a sua concentração na atmosfera não exceder os atuais 21%. O
oxigênio é altamente reativo e, nos organismos vivos, o seu excesso resulta em radicais livres
que roubam elétrons de outros elementos, causando assim a sua oxidação. Isso provoca
alterações nos componentes celulares e, consequentemente, nos tecidos que constituem esse
organismo, impossibilitando assim o seu funcionamento normal e a sua sobrevivência.

Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranho - OVACE

São obstruções de vias aéreas causadas por corpos estranhos. Podem ser totais,
impedindo totalmente o ar de passar, ou podem ser parciais, quando permite uma pequena
entrada e saída de ar.

Causas de obstrução

 língua (―engolir a língua‖);


 epiglote (devido a inspirações sucessivas);
 corpo estranho (ex.: alimento);
 danos aos tecidos (ex.: ferimentos nas vias aéreas superiores);

As obstruções que podem ser tratadas no atendimento pré-hospitalar são somente os


causados por objetos que possam ser expelidos, ou seja, OVACE, obstrução de vias aéreas por
corpos estranhos. Em uma obstrução clínica o socorrista fica limitado pois a intervenção deverá
ser invasiva, procedimento para qual o socorrista não é habilitado.

Sinais de obstrução grave

 Sinal universal de asfixia; ---------------->


 Incapacidade para falar;
 Tosse fraca e ineficaz;
 Sons inspiratórios agudos ou ausentes;
 Dificuldade respiratória crescente;
 Pele cianótica;
 Em lactente agitação extrema dos braços e cabeça.

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Tratamento para OVACE

Existem técnicas diferentes para tratar OVACE em adultos, crianças e lactentes.


Para adultos e crianças utilizamos a Manobra de Heimlich. A manobra de Heimlich consiste em
comprimir a região abdominal do paciente com obstrução total ou parcial, na região média dos
quadrantes superiores, com o objetivo de expelir o objeto.
A manobra de Heimlich é utilizada em adultos e crianças, com diferença de mensuração
no ponto de compressão e para pacientes conscientes e inconscientes.
Já para tratar OVACE em lactentes, a técnica muda consideravelmente. Usam-se
compressões torácicas e tapagens no tórax posterior.

Técnicas para tratamento de OVACE

Manobra de Heimlich

- PACIENTES CONSCIENTES - O socorrista deve se apresentar e pedir


permissão para ajudar, se posicionando atrás do paciente, com a perna que
tem menos força para trás e a que tem maior força fica entre as pernas do
socorrista levemente semiflexionada.
Essa posição favorece o socorrista no momento em que o paciente perder a
consciência, pois ele cairá sobre a perna com maior força, tendo o socorrista
base para colocá-lo no chão.

Se o paciente for uma criança, o socorrista pode se ajoelhar ou colocá-la em uma


superfície mais alta.
O próximo passo é retirar as mãos do paciente do pescoço e abrir espaço para mensurar o ponto
de compressão. Há duas formas de mensuração:
1. dois dedos abaixo do processo xifoide para adultos e um dedo para crianças.
2. procurar umbigo do paciente, colocar uma mão espalmada horizontalmente e dedos
unidos do umbigo para cima. O ponto e logo acima da mão espalmada. Não utilizar essa técnica
em criança.
Localizando o ponto de compressão coloca-se uma mão fechada é
colocada com a protuberância formada pela articulação proximal do dedo
polegar contra o ponto já localizado, a outra mão irá espalmada atrás da
mão fechada.
O movimento é enérgico, de sentido horizontal ascendente contra
o ponto de compressão. Aplica-se menos força em crianças.
A aplicação das compressões deve ser efetuadas até que o paciente desengasgue perca a
consciência. Em gestantes com gravidez avançada e pacientes obesos as compressões são
realizadas no tórax.

Pacientes inconscientes ou que perdem a consciência

O paciente deve ser colocado em posição supina. Depois de posicionado o


paciente, o primeiro passo é a checagem das VA. Abrem-se as VA, procura-
se o objeto e mesmo que não veja, realiza a busca às cegas em adultos. Em
crianças e lactentes só se retira se visualizar o objeto. Realize duas
ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e ventile novamente.

Após as ventilações verifique pulso, se houver, ventile 12x verifique o pulso novamente. Ventile
até que a pessoa retorne ou evolua para uma PCR. Se o paciente entra em PCR, inicie RCP.

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Tapagens e compressões torácicas

Pacientes conscientes

Em pé ou sentado, o socorrista posiciona busca sinais de obstrução grave, se


confirmada à obstrução, o socorrista posiciona o lactente em seu antebraço,
em decúbito ventral, colocando seu braço entre as perninhas. Seu braço trava
uma das pernas contra o tórax, sem pressionar demais. A cabeça do lactente
deve estar levemente mais baixa que o nível do corpo para facilitar a saída do
corpo estranho. A mão deve servir de apoio à cabeça. Nesta posição o
socorrista deverá aplicar cinco tapagens no centro das escápulas do lactente.
O socorrista deve virar o lactente em decúbito ventral,
Inclinando levemente a cabeça para baixo, até o ponto que fique
um pouco mais baixa que o corpo. Nessa posição o socorrista
inicia as tapagens.
Após aplicar as tapagens, o socorrista deve virar o lactente em
decúbito ventral, com o mesmo método anterior, aplicando 5
compressões torácicas.
Para mensurar o ponto de compressão, colocam-se os dedos indicadores e médio um dedo
abaixo da linha dos mamilos, em cima do osso esterno. As compressões feitas com os dedos
indicador e médio, de modo que atinja a profundidade de 1,5 a 2 cm.

Pacientes inconscientes

Se o paciente está inconsciente ou perde a consciência durante a manobra, o socorrista


deve verificar primeiro as VA, abrindo a boca do lactente. Se visualizar algum objeto retirar com
o dedo mínimo. ________________________________.
Aplique duas ventilações. Se o ar não passa, reposicione a cabeça e aplique mais duas
ventilações. Verifique pulso. Ventile até voltar ou entrar em PCR. Se entrar em PCR inicie RCP.

Equipamentos para reanimação respiratória

 Ambu;
 Máscara de para ventilação;
 Reanimadores manuais (Ambu);
 Cânulas orofaríngeas;
 Aspiradores portáteis;
 Cilindros de O2;

Coloque aqui as definições de cada equipamento:

Reanimadores manuais (Ambu): equipamento destinado a estabelecer ventilação artificial


manual. Composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo assim eficiente insuflação de ar e
maior concentração de oxigênio para a vítima. Equipamento disponível nos tamanhos adulto e
infantil.

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Máscara de ventilação: cumpre a mesma função do Ambu porém a ventilação não é feita
mecanicamente, é feita através do sopro do socorrista que envia ar até os pulmões da vítima.
Cânulas orofaríngeas ou Cânulas de Guedel: equipamento destinado a garantir a
permeabilidade das vias áreas em vítimas inconscientes devido à queda da língua contra as
estruturas do palato, promovendo a passagem de ar através da orofaringe. Possui vários
tamanhos.
Aspiradores portáteis: destinado à aspiração de secreções da cavidade oral, as quais obstruem
a passagem de oxigênio sendo indispensável uma unidade portátil e uma unidade fixa na
ambulância.
Cilindros de O2: unidade portátil destinada a dar suporte de oxigênio a vítima acidentada no
local da ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a fim de dosar a
administração de 1 à 15 litros de oxigênio por minuto.
Oxímetro: aparelho eletrônico destinado à medição da saturação periférica de oxigênio.

Precauções no uso de oxigênio

 Nunca transfira ou misture gases de um cilindro para outro (transvasamento);


 O oxigênio facilita a combustão, portanto, mantenha-o afastado das fontes de chama do
local onde estiver sendo empregado. Nunca fume quando o estiver manipulando. Evite o contato
com óleos e graxas;
 Evitar batidas e quedas do cilindro. Um golpe mais forte que rompa a válvula poderá
fazer o cilindro ser impulsionado como um míssil;

Protocolos

Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena no


atendimento realizado.
Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente e
inconsciente. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem.

Check list: ventilação de resgate

1. Abra VA e realize VOS

2. Se não respira realize duas ventilações, se não passa reposicione a cabeça e ventile novamente.

Se o ar passa Se o ar não passa

3. Mas o paciente continua não responsivo, verifique pulso. 3. Inicie a inicie RCP

Se há pulso Se não há pulso


4. Se há pulso realize 12 ventilações (adulto) ou 20
4. Inicie a inicie RCP
ventilações (criança ou lactente)
5. Verifique pulso novamente
6. Prossiga com os itens 5 e 6 até o paciente retomar a respiração ou entrar em PCR
7. Se retomar a respiração coloque em posição de recuperação e se entra em PCR realize RCP

Obs.: A abertura de VA em pacientes sem suspeita de trauma é feita com a hiperextensão


cervical, em pacientes com suspeita de trauma é realizada a manobra modificada (mandibular).

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Avaliação da lição

Avaliação prática

- Formação de duplas;
- Realização das técnicas de SBV descritas abaixo;

- clínico
Abertura de VA Técnicas VOS
- trauma

Verificação de Pulso - adulto e criança / lactente

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Módulo I - Unidade Didática 6

Parada Cardíaca e Prática de RCP

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Listar as principais patologias cardiovasculares;


2) Listar sinais de uma parada cardíaca;
3) Aplicar corretamente o tratamento ao nível de suporte básico as emergências
cardiovasculares;
4) Executar corretamente RCP em adulto, criança e bebê.

1.6 Parada cardíaca e prática de RCP

Principais patologias cardiovasculares


Infarto agudo do miocárdio

Quando uma área do músculo


cardíaco é privada de fluxo sanguíneo e de
oxigênio por oclusão ou rompimento dos
vasos arteriais destinados a nutri-lo, durante
um período prolongado, causando necrose no
tecido cardíaco.

Sinais e sintomas

Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para o queixo, braços,


antebraços, mandíbula e costas, com duração superior a 30 minutos;
Dor próxima à região epigástrica, podendo defini-la apenas como mal-estar gástrico;

 Queda de pressão arterial;


 Sinais de choque;
 Náuseas;
 Dificuldade respiratória;
 Sudorese;
 Fraqueza;
 Vômito;
 Falta de ar;
 Agitação;
 Parada cardíaca.

Zona de dor do IAM

As regiões mais escuras apresentam maior dor que as regiões claras. Repare que há zona
de dor na região epigástrica (estômago).

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Insuficiência cardíaca congestiva

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) se dá quando o coração torna-se incapaz de


bombear uma quantidade adequada de sangue que possa satisfazer as necessidade de oxigênio e
de nutrientes dos tecidos.
A ICC é determinada pela congestão circulatória decorrente da diminuição da
contratilidade do miocárdio. Como consequência, o débito cardíaco torna-se insuficiente para
manter adequado o fluxo de sangue ao organismo, resultando em congestão vascular.

Sinais e sintomas
 Respiração ofegante e ruidosa;
 Insuficiência respiratória
 Tosse;
 Náuseas;
 Anorexia;
 Fadiga
 Ansiedade e agitação;
 Inquietação
 Edema no tornozelo;
 Edema no abdômen;
 Veias do pescoço distendidas; >
 Cianose;
 O paciente insiste em ficar sentado ou
de pé.

Observação: na insuficiência cardíaca, não é frequente que a vítima apresente dor


torácica.

Tratamento pré-hospitalar para IAM e ICC

 Tranquilize o paciente;
 Coloque-o em posição de repouso, permitindo uma respiração mais confortável,
geralmente, na posição semi-sentada;
 Administre oxigênio suplementar;
 Afrouxe roupas apertadas;
 Mantenha a temperatura corporal;
 Transporte o paciente, monitorando os sinais vitais.

Parada cardiorrespiratória - PCR

Definição de PCR
A parada cardiorrespiratória é o parada súbita de batimentos cardíacos seguidos de parada
de movimentos respiratórios ou vice-versa.

Causas de PCR

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As causas da PCR são diversas: problemas respiratórios, neurológicos, traumáticos,


cardíacos, doenças crônicas, etc.

Sinais de PCR
Os sinais de PCR são: inconsciência, cianose, ausência de movimentos respiratórios, de
batimentos cardíacos, algor e pupilas dilatadas. Nem sempre são encontrados todos os sintomas,
pois alguns deles se manifestam algum tempo depois da parada. Uma pessoa com parada recente
pode não apresentar, por exemplo, algor e pupilas dilatadas.

Tratamento de PCR
A parada cardiorrespiratória é tratada através do procedimento de ressuscitação
cardiopulmonar, RCP. A RCP é sequências de procedimentos pré-estabelecidos por protocolos
específicos que visam à reversão da parada.

Ressuscitação cardiopulmonar - RCP


A técnica para tratamento de parada cardiorrespiratória é o a ressuscitação
cardiopulmonar – RCP. A RCP é composta por uma sequência de avaliações e procedimentos
que garantem um índice grande de sobrevida ao paciente parado até o acesso ao serviço
avançado.

Identificação de PCR
Em paciente não responsivo, coloca-se o mesmo em superfície rígida. Abre-se VAs,
realiza-se VOS. Se não respira, aplicam-se duas ventilações, verifica novamente. Não
respirando, verifica-se Pulso. Na ausência de pulso. Inicia-se RCP.
A RCP consiste em aplicar 2 ventilações para 30 compressões (30x2). Se o socorrista
estiver sozinho, ele efetuará as duas manobras. Se houver dois socorristas, um ventila e outro
realiza a compressão.

Mensuração do ponto de compressão torácica

Adulto e Criança:

Contorne as costelas do paciente até


achar o processo xifoide, com a outra mão
coloque dois dedos acima (no osso esterno), e
novamente coloque a outra mão acima dos dois
dedos achando assim o ponto torácico.

Lactente: trace uma linha imaginária entre os mamilos, coloque o


dedo indicador sobre a linha imaginária retire e com o dedo médio
e anular terá identificado o ponto de compressão.
Aplique 15x2 em dois socorristas 30x2 se estiver sozinho.

Posição da RCP

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As mãos devem ser posicionadas ambas de frente para o paciente, uma sobra à outra,
cruzando os dedos. Os dedos da mão de cima puxam o dedos da mão de baixo, evidenciando a
região hipotênar. É a região hipotênar da mão de baixo que irá comprimir o ponto torácico.
Em crianças, utiliza-se somente uma mão, porém a região que deve comprimir o ponto torácico
também é a região hipotênar.

Adulto: mão unidas, dedos entrelaçados, região hipotênar da mão apoiado no ponto torácico, os
braços apoiados perpendicularmente ao corpo do paciente.
É importante ressaltar que a mão que vai fazer a maior força é a mão que estiver em baixo. A
mão de cima tem duas funções, fazer força e puxar os dedos da mão de baixo para cima, a fim de
garantir que somente a região hipotênar atuará na compressão.
Criança: com a região hipotênar de uma mão no ponto de compressão, apoiada
perpendicularmente ao corpo do paciente.
Lactente: dois dedos no ponto de compressão.

Outras orientações

As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas:


Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente 100 por minuto.
Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.
Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

ATENÇÃO: PARA REALIZAR RCP O PACIENTE DEVE ESTAR SOBRE


SUPERFÍCIE RÍGIDA

Um ciclo de RCP é 30 compressões por duas ventilações.

Atendimento com um socorrista


Adulto 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2
Criança 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2
Lactente 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2

Atendimento com dois socorristas


Nos casos de RCP em criança ou lactente, quando houver dois socorristas, a frequência
deve ser de 10 ciclos de 15x2 (15 compressões por 2 ventilações). Após 2 minutos, reavalie.
Nos pacientes adultos, esta frequência não é alterada, ou seja, tanto com 1 ou 2
Socorristas, a frequência será sempre 30x2 (30 compressões por 2 ventilações).
Os 2 Socorristas devem inverter suas posições ao término dos cinco ciclos.

Protocolos de atendimento

Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena no


atendimento realizado.
Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente e
inconsciente, RCP, RCP para leigo. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem.

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Check list: RCP adulto

Procedimento

1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida

2. Abra VA

3. Realize VOS

4. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e faça mais duas ventilações

Se o ar passa Se o ar não passa

5. Verifique pulso 5. inicie imediatamente RCP.


Se não há pulso Se há pulso
6. realize as ventilações de resgate até o retorno da respiração
6. mensure o ponto torácico e sele o Ambu
ou PCR
7. Faça 30 compressões torácicas
8. Realize duas ventilações com o Ambu
Caso em 2 socorristas, um comprime e o outro ventila.
9. Realize o procedimento 7 e 8 mais quatro vezes (5 ciclos no total)
10. A cada cinco ciclos realizar VOS e verificar pulso.

Check list: RCP criança ou lactente

Procedimento

1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida

2. Abra VA

3. Realize VOS

4. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e faça mais duas ventilações

Se o ar passa Se o ar não passa

5. Verifique pulso 5. Inicie RCP imediatamente.


Se não há pulso Se há pulso
6. realize as ventilações de resgate até o retorno da respiração
6. mensure o ponto torácico e sele o Ambu
ou PCR
7. Se em 2 socorristas realize 15 compressões por duas ventilações. Se 1 socorrista realiza 30 compressões por 2
ventilações.
8. Se em 2 socorristas realize o procedimento 7 e 8 mais nove vezes (10 ciclos no total) e se em 1 socorrista realize
mais quatro vezes (5 ciclos no total).
9. a cada fim de 10 ou 5 ciclos realizar voz e verificar pulso, se não retorna.

Obs.: RCP em lactente com 1 socorrista: 30 x 2 - 5 ciclos


RCP em lactente com 2 socorristas: 15 x 2 - 10 ciclos

Check list: RCP leigo

1. Confirme inconsciência

2. Verifique pulso

3. Se não houver pulso, acione o SEM.

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4. Se possuir EPI, coloque-os.

4. mensure o ponto torácico e inicie as compressões sem interrupções, rápidas e profundas, num ritmo de 100
compressões por minuto.
5. Faça RCP até a chegada do SEM ou a exaustão do socorrista.

Considerações finais

O estudante deve ter em mente que a mudança de paciente implica muitas vezes na
mudança da técnica, mesmo que o procedimento seja o mesmo.
Exemplos:

 Ao verificar pulso, o socorrista deve verificar o carotídeo em adultos e crianças e braquial


nos lactentes.
 Ao aplicar RCP, deve mensurar igualmente em adultos e crianças através do processo
xifoide e em lactentes mensurar pela linha dos mamilos. Além de ter o cuidado de
colocar duas mão em adultos, uma em crianças e dois dedos em lactentes.

Quando o socorrista está de folga e se depara com uma emergência, deve lembrar-se de
acionar o socorro antes de iniciar qualquer procedimento, se houver mais pessoas perto, ele pode
solicitar a alguém enquanto inicia os procedimentos.

SE VOCÊ INICIA OS PROCEDIMENTOS SEM ACIONAR O SEM, QUEM VAI


SOCORRER VOCÊS?

As técnicas de suporte básico da vida são complexas, pois envolvem mudanças de


prioridades a cada momento. A única maneira de realizá-las com eficiência é conhecendo-as, e
para conhecê-las o aluno deve TREINAR, TREINAR e TREINAR. Além de sempre acompanhar
as mudanças.

BASES TECNOLÓGICAS

Mensuração ponto de compressão e aplicação - adulto e criança

Tapagens, compressões e aplicações. - lactente

- adulto e criança
Mensuração ponto compressão RCP
- lactente
- adulto
Posição socorrista RCP - criança
- lactente

Posição de recuperação - adulto e criança

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Avaliação da lição

a) Qual a primeira atitude que se deve tomar ao se deparar com uma pessoa inconsciente? E
as outras duas seguidas?
R: Abrir vias aéreas, realizar _____ e verificar _______.
b) Explique a corrente da sobrevivência, e diga qual o objetivo de sua criação.
R: É uma sequência de passos a serem seguidos em caso de _________________, onde se
forem seguidos rapidamente aumentam a chance de sobrevida do paciente. Seu objetivo é
justamente aumentar a chance de sobrevivência das pessoas que foram acometidas por
parada cardiorrespiratória.
c) Quais são os motivos pelos quais as técnicas podem sofrer variações.
R: Pela idade dos pacientes, por serem obesos ou apresentarem gestação.
d) Qual as técnicas de abertura de VA específicas para casos clínicos e traumáticos?
R: Em casos clínicos aplicamos a técnica da ________________ da cervical, já para casos
traumáticos utilizamos a manobra de tração mandibular.
e) O que é VOS?
R: É a técnica que permite ao socorrista a observação da presença de ____________ do
paciente. Essa técnica permite também observar a frequência respiratória e a qualidade da
respiração.
f) Descreva as diferenças da varredura digital nos adultos, crianças e lactentes.
R: A varredura digital em adultos e crianças é feita com o _________________ ou médio
dependendo da necessidade e do tamanho da VA.
g) Onde é o local que mais comumente se verifica o pulso em adultos e crianças em suspeita
de PCR? E em lactentes?
R: A verificação de pulso em adultos e crianças com suspeita de PCR é no ponto carotídeo,
já no lactente é na região _________.
h) Defina OVACE e cite suas possíveis causas.
R: OVACE é obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, pode ser causado pela epiglote,
secreções, ou pequenos objetos que ___________________________, como por
exemplo, os alimentos.
i) Quais as duas técnicas apresentadas para o tratamento de OVACE.
R: Manobra de Heimlich para adultos e crianças e tapagens e compressões torácicas para
lactentes.
j) Defina PCR e cite suas possíveis causas.
R: PCR é parada cardiorrespiratória é ocasionada por doenças cardíacas, traumas, choques
elétricos, etc.
k) Qual a técnica em nível de suporte básico apresentada parta o tratamento de PCR.
R: A técnica para tratamento de PCR em nível de suporte básico é a ______, que consiste
em aplicar compressões torácicas e insuflações no paciente.
l) Descreva a mensuração do ponto de compressão para adultos, crianças e lactentes.
R: Adulto e Crianças: contornando as costelas, ache o processo xifoide, com a outra mão
meça dois dedos acima e, logo acima coloque a região hipotênar da outra mão. Esse
ponto deverá estar em cima do osso esterno do paciente.
Lactentes: trace uma linha imaginária entre os mamilos, faça a compressão no centro do
peito um dedo abaixo dessa linha imaginária.
m) Como deve ser a aplicação das compressões em cada um dos pacientes?
R: As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas:
Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente ___ por minuto.
Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.
Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

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Módulo I - Unidade Didática 7

Hemorragias e Estado de Choque

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Descrever o funcionamento do sistema circulatório, bem como sua importância e


nomenclatura básica.
2) Demonstrar os métodos para o controle de hemorragias.
3) Descrever o procedimento a ser aplicado para hemorragia interna.
4) Definir estado de choque.
5) Descrever os mecanismos fisiopatológicos do choque.
6) Diferenciar os principais tipos de choque.
7) Identificar os principais sinais e sintomas.
8) Executar corretamente o tratamento pré-hospitalar no estado de choque.

1.7 Hemorragias e estado de choque

Sistema Circulatório
É um sistema fechado, composto pelo sangue,
coração e por uma rede de tubos denominados artérias,
arteríolas, capilares, vênulas e veias.

As principais funções do sistema


circulatório são:

 fornecer oxigênio, substâncias nutritivas e


hormônios aos tecidos;
 transportar produtos finais do metabolismo,
como CO2 e ureia até os órgãos responsáveis
por sua eliminação; e
 termo regulação do organismo.

Sangue

O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulos
vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

O sangue é composto por:


 - Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os
produtos de degradação para os órgãos excretores.
 - Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio.
 - Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções.
 - Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sanguíneos, necessários para
estancar o sangramento.

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Coração

É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que


funciona como uma bomba contrátil e propulsora do
sangue.
As camadas musculares do coração são formadas
por três camadas:
- miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole
cardíaca;
- endocárdio: camada de revestimento interno;
- epicárdio: camada de revestimento externo.
Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos de
contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades:
 Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue proveniente dos
átrios para as artérias pulmonares e aorta;
 Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração dos átrios,
permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos.

Vasos sanguíneos

São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por
artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulas
e capilares.

Hemorragia

Hemorragias ou sangramentos significam a mesma coisa, ou seja, sangue que escapa de


vasos sanguíneos. A hemorragia poderá ser interna ou externa.

Hemorragia interna

A hemorragia interna não é visível, por isso geralmente é grave. O socorrista deve estar
atento aos sintomas, pois é de difícil avaliação.
Como na hemorragia interna não se consegue realizar hemostasia, o socorrista deve tomar outros
cuidados com o paciente, como posição de transporte confortável e oxigeno terapia, tudo isso
para prevenir o choque hipovolêmico.

Sinais e sintomas de hemorragias internas

 Agitação;
 Palidez;
 Sudorese intensa;
 Pele fria e pegajosa;
 Taquicardia;
 Hipotensão;
 Sede;
 Fraqueza;
 Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo;
 Vômito ou tosse com presença de sangue;
 Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais;
 Sangramento pelas genitálias;

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Tratamento de hemorragias internas

 garantir a permeabilidade das vias aéreas;


 coloque o paciente deitado e eleve as pernas cerca de 20 cm;
 Mantenha a temperatura corporal;
 Não de nada de comer nem beber;

Hemorragia externa

A hemorragia externa é visível, facilitando sua avaliação e tratamento. Dentro da


hemorragia e externa há a classificação anatômica das hemorragias:

HEMORRAGIA CAPILAR: o sangue sai lentamente dos vasos


menores.
HEMORRAGIA ARTERIAL: hemorragia que faz jorrar sangue
pulsátil e de cor vermelho vivo.
HEMORRAGIA VENOSA: hemorragia onde o sangue sai lento e
contínuo, com cor vermelha escuro.

Métodos de hemostasia

A hemostasia consiste em conter a hemorragia externa não oriunda de orifícios naturais.


Para promover a hemostasia deve-se fazer a compressão direta sobre o ferimento, elevar o
membro, e comprimir o ponto arterial próximo da lesão. As três técnicas podem ser utilizadas
combinadas em caso de hemorragia severa.

Alguns cuidados devem ser observados:

 Utiliza-se primeiramente a pressão Pressão direta


direta, se não for suficiente, eleve o membro, e
se ainda assim não for suficiente comprima o
ponto arterial, utilizando as três técnicas
combinadas;
 na pressão direta, nunca retirar o
campo já colocado, para evitar que a
hemorragia retorne;
 Nunca retire objetos encravados, Elevação membro
exceto nas bochechas;
 Sangramentos por orifícios naturais
não devem ser oclusos. Eles se referem às
hemorragias internas. Caso o socorrista oclua
o sangramento, ele não vai realizar
hemostasia, mas sim forçando o sangue a
procurar uma cavidade para se alojar,
causando maiores danos ao paciente; Compressão do ponto arterial
 A hemorragias pode levar o paciente a
choque hipovolêmico, portanto deve-se
sempre estar atento aos sinais e sintomas.

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

A hemostasia consiste em conter a hemorragia externa não oriunda de orifícios naturais.


Para promover a hemostasia deve-se fazer a _______________ sobre o ferimento,
_______________, e _______________________________ próximo da lesão. As três técnicas
podem ser utilizadas combinadas em caso de hemorragia severa.

Alguns cuidados devem ser observados:

 Utiliza-se primeiramente a pressão direta, se não for suficiente, eleve o membro, e se


ainda assim não for suficiente comprima o ponto arterial, utilizando as três técnicas
combinadas;
 na pressão direta, nunca retirar o campo já colocado, para evitar que a hemorragia
retorne;
 Nunca retire objetos encravados, exceto nas bochechas;
 Sangramentos por orifícios naturais não devem ser oclusos. Eles se referem às
hemorragias internas. Caso o socorrista oclua o sangramento, ele não vai realizar
hemostasia, mas sim forçando o sangue a procurar uma cavidade para se alojar, causando
maiores danos ao paciente;
 A hemorragias pode levar o paciente a choque hipovolêmico, portanto deve-se sempre
estar atento aos sinais e sintomas.

Estado de choque

Definição de estado de choque


O estado de choque é uma reação do organismo a uma condição em que o sistema
circulatório não é eficiente, por algum motivo.
A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para todas
as partes do corpo. Quando esse processo é falho ou insuficiente, o organismo utiliza
mecanismos para evitar a falta do sangue nos órgãos vitais, desviando assim o fluxo normal da
circulação.

Tipos de choque
CHOQUE HEMORRÁGICO: É o choque causado pela perda de sangue e/ou pela
perda de plasma.
CHOQUE CARDIOGÊNICO: É o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha
do coração no bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo.
CHOQUE NEUROGÊNICO: É o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a
vítima sofre um trauma e o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos
vasos sanguíneos. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço
dos vasos sanguíneos dilatados.
CHOQUE ANAFILÁTICO: É o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma
pessoa entrar em contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por
exemplo, alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque
anafilático é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida.
CHOQUE SÉPTICO: É o choque da infecção. Micro-organismos lançam substâncias
prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-se
insuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado.
CHOQUE PSICOGÊNICO: Algo psicológico afeta a vítima. O sangue drena da cabeça
e se acumula no abdome causando desmaios.
CHOQUE METABÓLICO: Choque insulínico, coma diabético, vômito, diarreia ou
outras condições que causem perdas de líquidos e alteração no equilíbrio bioquímico do corpo.

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Sinais e sintomas do estado de choque


 - pele opaca - astenia
 - pele fria e úmida - diaforese
 - sede - respiração rápida e superficial
 - taquicardia - cianose
 - hipotensão - náuseas
 - tontura - alterações na consciência
 - respiração superficial e irregular

Tratamento pré-hospitalar
 SBV;
 Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
 Em caso de gestação, dificuldade respiratória, lesão torácica adotar posição semi-
sentada;
 Afrouxar roupas apertadas;
 Controle qualquer hemorragia externa;
 Imobilização das fraturas;
 Manter a vítima aquecida;
 Manter a vítima imóvel;
 Eleve os MMII a 20/30 cm acima do nível do coração. (exceto em TCE, AVC ou lesões
nos MMII);
 Não administrar qualquer substância ou líquido via oral;
 Encaminhar ao hospital.

Avaliação da lição

1) Quais os três métodos de controle de hemorragia externa?

2) O que não se deve fazer quando há sangramento em orifícios naturais? Do que suspeitar
nesses casos?

3) Defina Estado de choque.

4) Indique os sinais e sintomas mais comuns do estado de choque.

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Módulo I - Unidade Didática 8

Intoxicação e Envenenamento

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir intoxicação e envenenamento;


2) Identificar as formas mais comuns de envenenamento;
3) Descrever os tratamentos básicos, ao nível de suporte básico das vítimas envenenadas;

1.8 Intoxicação e Envenenamento

Definimos intoxicação ou envenenamento como uma emergência médica causada pela


absorção de agentes, que por suas características e quantidade, produzem danos ao organismo ou
risco de vida às pessoas.
Uma substância tóxica pode entrar no organismo por quatro diferentes formas:
 Ingestão;
 Absorção através da pele;
 Inalação;
 Injeção.

Vias de intoxicações

Intoxicações por ingestão


Nos casos onde é possível a ingestão de venenos, o Socorrista deve tentar obter o máximo
de informações e o mais rápido possível. Logo após a avaliação inicial, deve-se verificar se no
local existem recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ou
qualquer indício que permita identificar a substância ingerida.

Sinais e sintomas
 Queimaduras ou manchas ao redor da  Formação excessiva de saliva ou
boca (caso de substâncias líquidas) espuma na boca;
 Odor inusitado no ambiente, no corpo  Dor abdominal;
ou nas vestes do paciente;  Náuseas;
 Respiração anormal;  Vômito;
 Pulso anormal;  Diarreia;
 Sudorese;  Convulsões;
 Alteração do diâmetro das pupilas;  Alteração do estado de consciência,
incluindo a inconsciência.

Tratamento pré-hospitalar
 Mantenha as VA permeáveis;
 Caso tenha disponível, ofereça carvão ativado (observe protocolo local);
 Induza vômito somente se o socorrista tiver certeza que a substância ingerida não é
corrosivas ou irritantes e derivados de petróleo;
 Nunca induzir o vômito em pacientes inconscientes ou em convulsão;
 Guarde em saco plástico toda a substância eliminada através de vômito pelo paciente;
 Transporte com monitoramento constante.

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Frente aos venenos, em geral, o socorrista fica muito limitado e necessita de


antídotos específicos, portanto o transporte deve ser rápido.

Intoxicações por inalação


São aquelas provocadas por gases ou vapores tóxicos (Ex: gases produzidos por motores
a gasolina, solventes, gases industriais, aerossóis, etc.).
Auxilie o paciente somente após certificar-se que a cena está segura. Acione socorro
especializado e utilize os EPIs necessários.
Uma ação importante a tomar é obter informações do próprio paciente e de testemunhas,
tentando identificar o tipo de gás venenoso inalado.

Sinais e sintomas
 Respirações superficiais e rápidas;
 Pulso rápido ou lento;
 Dificuldade visual;
 Tosse;
 Secreção nas VA.
A absorção da substância tóxica por inalação pode também produzir os sinais e sintomas
descritos nas intoxicações por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar
 Remova o paciente para um local seguro. Se necessário, remova as roupas do paciente;
 Mantenha as VA permeáveis;
 Avalie e, se necessário, realize manobras de reanimação (não faça boca a boca, utilize o
reanimador manual ou máscara de proteção);
 Administre oxigênio suplementar.

Intoxicações por contato


São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das mucosas, por
meio de absorção. Algumas vezes estas intoxicações provocam lesões importantes na superfície
da pele, outras, o veneno é absorvido sem dano algum. A maioria dos tóxicos absorvidos são
substâncias químicas de uso comum e plantas.

Sinais e sintomas
 Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enrijecimento e queimaduras
químicas no local;
 Inflamação;
 Coceiras (pruridos) e ardência na pele;
 Aumento da temperatura da pele.
A absorção dos tóxicos por contato pode produzir os sinais e sintomas descritos
anteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar
Para atender estes pacientes, o socorrista deve usar além dos EPI s básicos, proteção para
a sua roupa.
 Remova o paciente para local seguro. Se houver condições de segurança para tal;
 Remova as roupas e os calçados contaminados e lave a área de contato com muita água
corrente (mínimo de 15 minutos);
 Guarde os materiais e roupas em sacos plásticos próprios;
 Transporte com monitoramento constante.

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Intoxicações por injeções


As picadas de aranhas, de serpentes e por ferrões de insetos são as maneiras como o
veneno de origem animal é injetado em nosso corpo. Outras formas: agulhas hipodérmicas com
medicamentos, drogas contaminadas com substâncias tóxicas ou overdose de drogas.

Sinais e sintomas
 Picadas ou mordidas visíveis na pele.
 Podem apresentar dor e inflamação no local;
 Ardor na pele e prurido (coceira);
 Choque alérgico;
 Hemorragias;
 Parada respiratória e/ou cardíaca.
A absorção dos tóxicos por injeção pode também produzir os sinais e sintomas descritos
anteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar
 Previna o choque;
 Nas picadas de inseto (com ferrão preso na pele), raspe no sentido contrário para evitar a
injeção do mesmo no corpo;
 Monitore constantemente o paciente e esteja preparado para uma parada respiratória e/ou
cardíaca;
 Transporte imediato para o hospital.

Acidentes ofídicos
Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem sinais e sintomas que
variam bastante de acordo com o gênero do animal (serpente).

Sinais e Sintomas
 Marca dos dentes na pele;
 Dor local e inflamação;
 Pulso acelerado e respiração dificultosa;
 Debilidade física;
 Problemas de visão;
 Náuseas e vômito;
 Hemorragias.

Tratamento Pré-Hospitalar
 Mantenha o paciente calmo e deitado, removendo-o do local do acidente;
 Lave com água e sabão o local da picada;
 Retire anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a circulação na extremidade
afetada;
 Mantenha o membro afetado elevado ou no mesmo nível do coração;
 Previna o choque;
 Transporte com monitoramento constante, e caso necessário, realize manobras de
reanimação.
Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra, quando aplicada de
acordo com as seguintes normas:

 Soro específico;
 Dentro do menor tempo possível;
 Em quantidade suficiente.

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O socorrista deve considerar todas as picadas como venenosas até que se prove o
contrário.
Se for treinado para tal e houver tempo e condições, conduza o espécime que provocou a
lesão para avaliação e identificação da espécie.

Restrições
Não faça curativo ou qualquer tratamento caseiro;
 Não corte nem fure o local da picada;
 Não ofereça bebidas alcoólicas;
 Não faça torniquete.

Avaliação da lição

1) Cite as quatro vias de intoxicação e crie um exemplo por cada.

2) Procure na internet o que é o CIT. E pesquise o telefone do CIT-SC.

3) O que fazer e o que não fazer em um envenenamento?

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Módulo I - Unidade Didática 9

Ferimentos em Tecido Mole e Uso de Bandagens e Ataduras

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir os principais tipos de ferimentos;


2) Descrever os procedimentos básicos usados no cuidados de feridas;
3) Executar corretamente a aplicação da bandagem e ataduras;

1.9 Ferimentos em Tecidos Moles e uso de bandagens e ataduras

Classificação dos Ferimentos - Tipos de ferimentos e cuidados básicos

FERIMENTO ABERTO
É aquele onde existe uma perda de continuidade da superfície
cutânea

FERIMENTO FECHADO
Ocorre quando a lesão é abaixo da pele, porém não existe perda
da continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.

Abrasões ou escoriações
Descrição
Lesões superficiais, com sangramento discreto, muito dolorosos,
popular ―ralado‖.
Observações
-geralmente não é grave;
-contaminação é a maior preocupação.
Tratamento
-limpar com soro fisiológico e gaze;
-proteger com curativo estéril umedecido;
-bandagens e ataduras.

Ferimentos incisivos
Descrição
Bordas regulares produzidas por objetos cortantes com fio, quando
unidas as pontas se unem facilmente.
Observações
Causam sangramentos variáveis que podem ser superficiais ou
profundos
Tratamento
 -hemostasia
 -proteger com curativo estéril
 -bandagens e ataduras

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Lacerações

Descrição Observações Tratamento


-bordas irregulares; -causam sangramentos -hemostasia;
-produzidas por objetos rombo; variáveis; -proteger com curativo estéril;
-ao aproximar as extremidades -podem ser superficiais ou -bandagens e ataduras;
não se unem; profundos;
-popular ―rasgado‖

Penetrantes ou perfurantes
Descrição
-danificam o tecido em linha transversal
-são provocados por objetos pontiagudos e ermas de fogo
Observações
-considerar lesões em órgão internos;
-uma ferida penetrante pode ser perfurante, quando há um ponto de entrada e
outro de saída

Tratamento
-hemostasia
-proteger o ferimento com curativo estéril
-atadura e bandagens
-não retirar objetos encravados

Avulsões
lesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande parte da pele ou músculos

Observações:
- se estiver presa deve-se recolocar no local protegendo-o com gaze
umedecida para não contaminar
Tratamento
- hemostasia
- proteger o ferimento com curativo estéril

Amputações
Descrição
-perda de um membro do corpo humano

Observações
-pode ser desde a parte um dedo até uma perna ou braço

Tratamento
-proteger o ferimento
-procurar a parte amputada envolver em gaze estéril e colocá-la em um plástico limpo e fechado

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Eviscerações
Descrição
-rompimento da musculatura do abdome
expondo as vísceras

Observações Tratamento
Pode haver ou não exposição (quando sai da -não lavar
cavidade abdominal) -proteger o ferimento e as vísceras
-ferimento altamente contaminante -após protegidas colocar sobre o curativo do
abdome para manter o calor corporal

Empalamento

Descrição
-encravamento em orifícios Tratamento
naturais -não retirar
-estabilizar objeto

Contusões
Descrição Observações Tratamento
-ferimento fechado Podem romper - imobilização
ocasionado por tecidos internos - prevenir o choque
―batida‖ causando hemorragias
-apresentam edema e internas
hematoma

Outros ferimentos

Trauma fechado de abdome


Sinais e sintomas
Observações
- Dor ou contração;
- nem sempre irá aparecer
- abdômen protegido;
hematoma!
- respiração rápidas e
- Foto: lesão produzida por
superficiais;
cinto de segurança de duas
- abdômen sensível ou rígido;
pontas.
- Tratar como contusão

Couro cabeludo
Tratamento Observações
-hemostasia (pressão direta) -suspeitar de lesão adicional no
-não aplicar pressão se existir TCE crânio e cervical
-não lavar
-realizar curativo

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Ferimento de face
Tratamento
Observações
-revisar a boca procurando corpos
-se for necessário transporte o
estranhos ou sangue coagulado
paciente lateralizado para drenagem
-manter VA permeáveis
de fluídos
-empurrar objetos penetrantes na
-suspeitar de lesões adicionais na
bochecha de dentro para fora
cabeça e pescoço
-mantenha a posição neutra da cabeça

EPISTAXE (sangramento nasal)

Tratamento Observações
-Permeabilidade das VA -Não fletir a cabeça para trás
-Fletir a cabeça para frente -Se houver líquido
-comprimir acima das fossas cefalorraquidiano não impedir sua
nasais (no septo) saída

Ferimento nos olhos


Tratamento
-não comprimir sobre os olhos
-cobrir o olho lesado com gaze umedecida
-estabilizar objetos encravados
Observações
-cobrir os dois olhos

Lesões de ouvido e orelhas

-não tentar remover objetos encravados


-não realizar hemostasia se ela sair do ouvido
-não pressionar

Ferimento no pescoço
Observações
Tratamento -não pressionar demasiadamente
-aplicar pressão direta nas hemorragias -não comprimir ambos os lados do
-observar VA e respiração pescoço
-deixar a cabeça em posição neutra -suspeitar de lesões adicionais de
crânio e cervical

Ferimento nas genitálias

Tratamento Observações

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- controlar ferimento com pressão direta - em caso de o paciente estar com


- em contusões utilizar bolsa de gelo ou água fria suspeita de ferimento na genitália
- não remover objetos transfixados lembre-se de perguntar se ela não
- proteger partes avulsionadas com curativos estéril está no período menstrual
umedecidos.

Como fazer um curativo

Materiais necessários para realizar um curativo

- Gaze;
- Atadura;
- Soro fisiológico;
- Bandagem triangular;
- Tesoura.

Objetivos de se fazer curativos

Contensão de hemorragias: o curativo bem feito auxilia na hemostasia.


Prevenção de contaminação: o curativos previne maior contaminação do ferimento que
fica menos tempo exposto contaminado (cena da ocorrência e/ou ambulância, contato com
secreções, etc.).

Como fazer um curativo

USE SEMPRE EPIs


Exponha o local da ferida
Cubra o ferimento com gaze
Fixe a gaze com ataduras de forma que fique firme e confortável
Inicie fixando a atadura da região distal para a região proximal
Não aperte demais para não trancar a circulação

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Módulo I – Unidade Didática 10

Trauma Crânio Encefálico

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade craniana;


2) Descrever sinais e sintomas de vítima com TCE;
3) Descrever sinais e sintomas das principais lesões cranianas e encefálicas e tratamentos.

1.10 Trauma crânio encefálico

Aspectos anatômicos da cavidade craniana

O sistema nervoso é composto pelo sistema nervoso central e sistema nervoso periférico,
veja:

A cavidade craniana comporta e protege o cérebro que é um órgão do sistema nervoso


responsável por enviar mensagens de funcionamento e controle para todos os outros órgãos do
corpo.

Classificação dos traumas crânio encefálico

Classificação

Assim como em outras lesões, pode se encontrar traumas de crânio:

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 aberto ou fechado;
 com fraturas ou sem fraturas.

Porém todas devem passar por uma avaliação rigorosa, pois qualquer uma delas pode
lesionar a massa encefálica. Os danos no cérebro é que vão identificar a gravidade da lesão.
As lesões podem ser classificadas como direta e indireta:
 Direta: São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e lesando o
encéfalo.
 Indireta: contusão ou concussão.

Diferença entre concussão e contusão

Concussão: _________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Contusão: __________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Sinais e sintomas de TCE


 Cefaleia e/ou dor no local da lesão;
 náuseas e vômitos;
 alterações da visão;
 alteração do nível de consciência;
 ferimento ou hematoma no couro cabeludo;
 deformidade do crânio;
 pupilas desiguais (anisocoria);
 alteração dos sinais vitais;
 lesão periorbital (olhos de guaxinim);
 sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos;
 líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz;
 postura de decorticação ou descerebração.

PESQUISA
Pesquise o que seria postura de decorticação e postura de descerebração, e qual delas indica uma
situação mais grave.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Os traumatismos cranianos podem apresentar gravidades diferentes dependendo da


intensidade da força do trauma, o local e o tamanho da lesão. Sendo assim o socorrista pode
observar todos os sinais e sintomas nos TCEs mais graves e somente alguns nos mais leves.

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SAIBA MAIS
Por mais leve que seja o TCE o socorrista não deve se descuidar do SBV. Esse paciente deve ser
monitorado constantemente lembrando que o TCE é passível de evolução em estado de choque.

Tratamento pré-hospitalar

 Corrija os problemas que ameaçam a vida (ABC);


 Suspeite de lesão cervical associada abrindo VA com manobra modificada;
 Colocação de colar cervical (permeabilidade VA);
 Controle hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor pelos orifícios naturais);
 Cubra e proteja os ferimentos abertos sem pressionar o crânio;
 Mantenha a vítima em repouso com o tronco levemente elevado;
 Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso;
 Previna e/ou trate o choque;
 Não dê nada para comer ou beber;
 Esteja preparado para o vômito e convulsões protegendo o paciente;
 Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça e imobilize-os.

Cuidados especiais em traumatismos de face

O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos, dentes, sangue,
avulsões, objetos transfixados na bochecha, pois poderão provocar obstruções nas vias aéreas.

Os cuidados são os mesmos do TCE e ferimentos em tecido mole, porém sua atenção deve estar
voltada para a manutenção da permeabilidade das vias aéreas e controle de hemorragias.

Cuidados especiais

 esteja preparado para realizar a aspiração no paciente;


 previna o choque;
 retire objetos transfixados na bochecha pressionando-os de dentro para fora;
 cubra os ferimentos com gaze estéril umedecido;
 nunca realizar a limpeza do ferimento jogando soro fisiológico direto no ferimento;
 monitore o paciente.

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Módulo I - Unidade Didática 11

Traumatismo Raquimedular

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade espinhal;


2) Descrever sinais e sintomas de vítimas com TRM;
3) Descrever sinais e sintomas das principais lesões de coluna e tratamento pré-hospitalar.

1.11 Traumatismo Raquimedular

Aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade espinhal


Coluna vertebral
A coluna vertebral é uma das cinco cavidades do corpo humano que
proteja a medula espinhal. A medula espinhal é o órgão do sistema
nervoso central que tem como principal função levar os impulsos
elétricos (mensagens) originados no cérebro para todo o corpo.
A medula espinhal se ramifica originando o sistema nervoso
periférico. A cada encaixe de vértebra sai uma ramificação do sistema
nervoso central para o sistema nervoso periférico como pode ser
visualizado nas figuras do próximo item.
É interessante que se retorne à matéria e se releia o sobre Sistema
Nervoso para melhor compreensão do conteúdo

Relação das raízes nervosas com as vértebras

Detalhe dos nervos saindo de entre as vértebras

A medula espinhal percorre toda a coluna vertebral. Entre cada vértebra sai nervos da
medula espinhal destinados a alguma região do corpo específica. Essa regiões engloba
funcionamento de órgãos, sentidos como o tato, sensibilidade, motricidade, etc.
O trauma raquimedular se caracteriza pela lesão das vértebras ou da medula óssea. Nem sempre
quando há lesão na vértebra há necessariamente lesão na medula, por esse motivo é que deve-se
ter tanto cuidado ao manipular uma vítima de trauma.

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Trauma tipo chicote

Uma das causas de lesões na cervical é o “efeito chicote” ou “trauma tipo chicote”,
que acontece principalmente em colisões frontais de veículos.

Sinais e sintomas de vítimas com TRM

 Dor regional (pescoço, dorso e região lombar);


 Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e/ou inferiores;
 Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia);
 Sensação de formigamento nas extremidades;
 Deformidade em topografia da coluna;
 Perda do controle urinário ou fecal;
 Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico;
 Priapismo (ereção peniana contínua).

Complicações

 Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feita exclusivamente


pelo diafragma.
 A lesão medular pode provocar dilatação dos vasos sanguíneos, podendo se instalar o
choque (neurogênico).

Tratamento pré-hospitalar

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

 Corrija os problemas que ameaçam a vida (ABC);


 Controle o sangramento importante;
 Coloque colar cervical;
 Administre o oxigênio;
 Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente;
 Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP;
 Monitore os sinais vitais constantemente;
 Previna o choque e esteja preparado para parada respiratória;

Avaliação da lição

1) Cite pelo menos três sintomas e três sinais de TRM.

Sintomas: __________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Sinais: _____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2) Quais são as complicações que podem ocorrer durante o atendimento à um paciente


com TRM?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3) Cite três primeiros passos no atendimento à um paciente com TRM.


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

Módulo I - Unidade Didática 12

Partos em Situação de Emergência

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Descrever a anatomia de uma mulher grávida;


2) Descrever os sinais e sintomas indicativos de período expulsivo;
3) Identificar as principais complicações do parto e os procedimentos no atendimento pré-
hospitalar.
4) Demonstrar os procedimentos a serem aplicados no parto normal para a mãe e o bebê.

1.12 Partos em situação de emergência

Anatomia da mulher grávida

Fases do trabalho de parto


PRIMEIRA FASE - Dilatação
A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em que o
feto entra no canal de parto.
SEGUNDA FASE – Expulsão
A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê.
TERCEIRA FASE – Dequitação
Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos).
Evolução do trabalho de parto
Entrevista
 Pergunte o nome e idade da mãe;
 Pergunte se realizou o exame pré-natal;
 Pergunte se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará cerca de 16
horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subsequente);
 Pergunte se há indicação de parto gemelar (múltiplo);
 Pergunte a que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar);
 Pergunte se já houve a ruptura do saco amniótico;
 Pergunte se sente vontade de defecar e/ou urinar.
 Antes de efetuar qualquer procedimento, o Socorrista deve realizar uma entrevista com a
parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis.
 Se após a entrevista o Socorrista avaliar que o parto não é iminente, deve proceder ao
transporte da parturiente e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os
traumas abertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

Sinais e sintomas do período expulsivo

 Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico;


 Frequência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50
segundos;
 Abaulamento da vulva;
 Apresentação da cabeça do feto;
 Necessidade frequente de urinar e/ou defecar.

Condutas em parto emergencial

Parto iminente

 Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado;


 Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranquilizá-la informando que o
que está acontecendo é normal. Peça para que após cada contração relaxe, pois isto facilitará o
nascimento;
 Posicione a parturiente para o parto emergencial, peça-lhe para que retire a roupa íntima,
deite-a em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiados sobre a
superfície que está deitada);
 Coloque uma almofada debaixo da cabeça da mãe para observar os seus movimentos
respiratórios;
 Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão;
 Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das nádegas,
abaixo da abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen;
 Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdome da paciente, acima do
umbigo;
 Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a
parturiente a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer força
durante as mesmas;
 Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento). Se o saco amniótico
não estiver rompido, corte-o com técnica e material apropriado;
 Comprima a região do períneo, com uma das mãos, posicionada sob campo que se
encontra abaixo da abertura vaginal, a fim de evitar lacerações nesta região;
 Apoie a cabeça do bebê, colocando a mão logo abaixo da mesma com os dedos bem
separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão, não tente puxá-lo;
 Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentido face-
crânio do bebê;
 Geralmente a cabeça do bebê apresenta-se com a face voltada para baixo e logo gira para
a direita ou esquerda. Guie, cuidadosamente, a cabeça para baixo e para cima, sem forçá-la,
facilitando assim a liberação dos ombros e posteriormente de todo o corpo;

Anote a data, hora e lugar do nascimento e o nome da mãe!

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Cuidados com o recém-nascido


1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspirador de secreções;
2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule se necessário, massageando com
movimentos circulares a região das costas e/ou estimulando a planta dos pés;
3. Aqueça o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar;
4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pince-o utilizando pinças, fita
umbilical ou similar;
5. O primeiro ponto a ser pinçado deve estar a, aproximadamente, 25 cm (um palmo) a
partir do abdome do bebê;
6. O segundo ponto a ser pinçado deve estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do primeiro
em direção ao bebê;
7. Seccione o cordão umbilical com bisturi ou tesoura de ponta romba, este corte deve ser
realizado entre os dois pontos pinçados.

Tratamento pré-hospitalar da mãe


Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal e a tentativa de
fazer a mãe se sentir o mais confortável possível.
1. Normalmente entre 10 e 20 minutos há a expulsão da placenta. Guarde-a em um saco
plástico apropriado e identifique-a para posterior avaliação médica. O cordão desce progressiva e
espontaneamente. Não o tracione;
2. Após a expulsão da placenta, observe presença de sangramento vaginal, se houver,
controle-o:
 Com gaze ou material similar, retire os excessos de sangue ou secreções;
 Use um absorvente higiênico ou material similar estéril;
 Coloque-o sobre a vagina;
 Não introduza nada na vagina;
 Oriente para que a parturiente una e estenda as pernas, mantendo-as juntas sem apertá-las;
 Apalpe o abdome da mãe, no intuito de localizar o útero.
 Faça movimentos circulares com o objetivo de estimular a involução uterina e,
consequentemente, a diminuição da hemorragia;
3. Tranquilize a mãe fazendo-a sentir-se o melhor possível e registre todos os dados da
ocorrência. Transporte à mãe, o bebê e a placenta para o hospital.
4. Durante todos os procedimentos, monitore constantemente a mãe e o bebê.

Principais complicações do parto e seus tratamentos

Apresentação pélvica

Quando as nádegas ou os pés do feto são os primeiros a se apresentar.

Tratamento pré-hospitalar

 Espere que as nádegas e o tronco do feto sejam expulsos espontaneamente.


 Segure os membros inferiores e o tronco à medida que são expulsos.
 A cabeça, geralmente, é liberada espontaneamente, entretanto, algumas vezes ela poderá
não sair de imediato. Nos casos em que a criança não for completamente expulsa em até três
minutos após a saída da cintura e tronco, não a puxe, apenas crie uma via aérea.
 Informe a mãe sobre o procedimento que será realizado e introduza os dedos indicador e
médio em forma de "V" entre a face do feto e a parede da vagina, criando, assim, um espaço para
que ele possa vir a respirar. Introdução dos dedos em forma de ―V‖ entre as paredes da vagina e
a face do bebê;

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 Criado um espaço para que o feto possa vir a respirar, deve-se mantê-lo. Permita que o
nascimento prossiga mantendo a sustentação do corpo do bebê.
 O transporte deverá ser realizado imediatamente, mantendo as vias aéreas permeáveis.
Observação: se, durante o trabalho de parto, apresentar
apenas uma mão ou um pé, não é considerado parto pélvico, essa
é uma apresentação de membro, que requer os seguintes cuidados:
1. não puxe a extremidade, nem tente introduzi-la novamente na
vagina.
2. deixe-a na posição ginecológica ou coloque-a na posição
genopeitoral, o que ajudará a reduzir a pressão no feto e no cordão Posição
umbilical. Genopeitoral
3. Oriente para que respire profunda e lentamente.
4. Se necessário oferte oxigênio.
5. Transporte à parturiente.

Prolapso de cordão umbilical

Ocorre quando durante o trabalho de parto, o cordão umbilical é o primeiro a se


apresentar.

Tratamento pré-hospitalar

 Retire a parturiente da posição ginecológica, colocando-a em posição genopeitoral


(conforme figura acima).
 Não empurre o cordão para dentro da vagina.
 Não introduza a mão ou os dedos na vagina.
 Envolva o cordão umbilical com gaze estéril úmida e embrulhe-o com compressas
cirúrgicas estéreis, para aquecê-lo.
 Administre oxigênio.
 Monitore e transporte a parturiente para hospital. Instrua-a para que respire profunda e
lentamente.

Parto múltiplo

Em caso de nascimentos múltiplos, as contrações uterinas reiniciarão após o primeiro


nascimento. O procedimento será o mesmo utilizado para o parto simples.
É recomendado ao socorrista que pince o cordão umbilical da primeira criança antes do
próximo nascimento.

Parturiente

Considera-se parto pré-maturo qualquer nascimento em que o bebê tenha menos de 37


semanas completas de gestação, ou que pese menos de 2500g, independentemente da idade
gestacional, e requer os seguintes cuidados abaixo.
Somados os cuidados dispensados a um parto a termo, o socorrista deve dar uma atenção maior
ao aquecimento do recém-nascido. Embrulhe-o em mantas, lençóis, toalhas ou papel
aluminizado, mantenha a face do bebê descoberta.
Crianças pré-maturas, frequentemente, requerem reanimação pulmonar; proceda de
acordo com as condutas para recém-nascido (neonato).

Hemorragia excessiva

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Se, durante a gravidez, a parturiente começar a ter um sangramento excessivo pela


vagina, é muito provável que terá um aborto. Porém, se a hemorragia ocorrer durante o trabalho
de parto ou na etapa final da gravidez, provavelmente estará ocorrendo um problema relacionado
à placenta.

Tratamento pré-hospitalar

1. Posicione a parturiente em decúbito lateral esquerdo.


2. Coloque absorvente higiênico, campos ou lençóis limpos na abertura da vagina.
3. Não introduza nada na vagina.
4. Troque os tampões quando estiverem embebidos.
5. Guarde e conduza ao hospital todos os tampões ensanguentados, bem como todo e
qualquer material expulso.
6. Previna o estado de choque.
7. Monitore os sinais vitais.

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Módulo I - Unidade Didática 13

Escala de Trauma e Fichas de APH

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir escala de Trauma;


2) Descrever o correto preenchimento das escala de trauma;
3) Descrever o correto preenchimento da documentação do atendimento pré-hospitalar.

1.13 Escala de Trauma e Fichas de APH

Definição escala de trauma

As Escalas de traumas tem o objetivo que quantificar o nível de gravidade de um paciente


traumatizado como fator decisivo para orientar quanto tempo o socorrista deve permanecer em
cena, definir prioridade as prioridades do paciente; que é primeiramente o cuidado com o suporte
básico da vida.
As escalas servem também como base e orientação e comunicação entre profissionais de
outras instituições.

Escala de trauma de coma de Glasgow

A Escala de Glasgow é um sistema de pontuação que mede o nível de consciência de um


paciente que tenha sofrido __________________.
Durante a avaliação do nível de consciência do paciente, através da técnica AVDI, o
socorrista pontua a melhor resposta do paciente em três requisitos conforme a tabela abaixo:

A. Abertura Ocular B. Melhor Resposta Verbal C. Melhor Resposta Motora


Não abre 1 Ausente 1 Não reage 1
Estímulos dolorosos 2 Sons e gemidos 2 Extensão anormal 2
Estímulos auditivos 3 Palavras desconexas 3 Flexão anormal 3
Espontaneamente 4 Confuso 4 Retira aos estímulos 4
Orientado 5 Localiza e retira 5
Atende a solicitações 6
TOTAL A+B+C=

Relatórios

Todo atendimento prestado por uma instituição deve ser registrado através da algum
documento. No caso de atendimento pré-hospitalar prestado pelo Corpos de Bombeiros o
registro é feito através de relatórios que são preenchidos exclusivamente por quem prestou o
atendimento. Esse documento tem caráter público, portanto deve ser preenchido com clareza e
imparcialidade.
Os relatórios irão registrar o local, a natureza da ocorrência, suas características, os
envolvidos, os danos causados, bem como seus envolvidos e outras informações relevantes.

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Cada instituição elabora seu modelo de relatório de acordo com os seus parâmetros de
atendimento, tipo de serviço prestado, etc. E fica a cargo dos socorristas preenchê-lo com
fieldade aos acontecimentos.
O preenchimento correto do relatório garante à vítima e ao socorrista uma fieldade à
ocorrência prevenindo transtornos futuros com a esfera judicial. Bem como alguns direitos à
vítima, como por exemplo, indenizações, licenças médicas, etc.
Algumas informações são indispensáveis em um relatórios, tais como:
 Data;
 hora;
 local;
 tipo;
 nome e idade da vítima;
 histórico da ocorrência;
 suspeitas de lesões ou casos clínicos;
 procedimentos adotados;
 materiais utilizados;
 sinais vitais e diagnósticos;
 nomes dos socorristas;
 destino do paciente;
 recursos adicionais solicitados;
 escala de trauma;
 campo para recusa de atendimento;
 especificações do trauma ou caso clínico;
 entre outros.

Como fazer um histórico


No histórico deverá ser descrito brevemente o que foi feito na cena do atendimento.
Deverá conter a posição do paciente, o nível de consciência, ferimentos aparentes, queixas
principais, suspeitas de ferimentos e casos clínicos, dados de sinais vitais aferidos,
procedimentos e local de encaminhamento.
Exemplo: Após a retirada dos entulhos, verificou-se paciente consciente e desorientado,
deitado em decúbito lateral esquerdo, no pátio da empresa Farias & Farias. Segundo relatos de
funcionários o mesmo trabalhava quando despencou da escada de aproximadamente 5 metros.
Apresentava ferimentos no couro cabeludo, anisocoria, amolecimento de crânio, com suspeita de
TCE. Além de insensibilidade e dos MMII, com suspeita de TRM. Não conseguia se comunicar.
Após imobilização em maca, com colar e cinto aranha, foi conduzido com oxigeno terapia até o
HHAO.‖
Nesse relatório tudo indica que foi um acidente de trabalho, porém o socorrista não deve
afirma isto a não ser que seja através do relato de alguém.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

Exercício:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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Módulo I - Unidade Didática 14

Fraturas, Luxações e Entorses

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Descrever aspectos anatômicos do sistema musculoesquelético;


2) Definir as lesões musculoesquelético e articulares;
3) Identificar sinais e sintomas de cada tipo de lesão;
4) Aplicar corretamente as técnicas de imobilização ao trauma de extremidade.

1.14 Fraturas, luxações e entorses

Aspectos anatômicos do sistema musculo esquelético

Classificação dos ossos

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: OSSOS LONGOS:
Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas
extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior
resistência. O osso um pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso do
corpo em vários pontos, de tal forma que há melhor distribuição do mesmo. Os
ossos longos têm suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam
grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises. EXEMPLO:
Fêmur.

OSSOS CURTOS: São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos


praticamente iguais às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso,
exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo compacto.
Exemplo: Ossos do Carpo.

OSSOS LAMINARES (PLANOS): São ossos finos e compostos por duas


lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjoso
entre elas. Os ossos planos garantem considerável proteção e geram grandes
áreas para inserção de músculos. Exemplos: Frontal e Parietal.

O esqueleto

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Lesões musculoesqueléticas e articulares

Fraturas

Fraturas

Fratura é a ruptura total ou parcial de um osso. Pode ser classificada em:

a) Aberta: onde há rompimento da pele;


b) Fechada: onde não há rompimento da pele.

Sinais e sintomas

 Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não
possui articulação;
 Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;
 Crepitação: num movimento da vítima podemos escutar um som áspero, produzido pelo
atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente, porque
aumenta a dor e pode provocar lesões;
 Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de certo inchaço
provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderá
demorar várias horas para aparecer;
 Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A vítima
geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e sente
dor intensa;
 Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se projetar
através da pele ou for vistos no fundo do ferimento.

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Luxação

É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as


superfícies articulares percam o contato entre si.

Sinais e sintomas

 - Deformidade - Mais acentuada na articulação luxada;


 - Edema;
 - Dor: Aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
 - Impotência funcional: Perda completa ou quase total dos movimentos articulares;

Entorse

É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de amplitude.

Sinais e sintomas

São similares aos das fraturas e aos das luxações. Mas nas entorses os ligamentos
geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados por movimento brusco.

SAIBA MAIS
Para termos práticos a diferença essencial entre uma luxação e um entorse é que na luxação a
articulação desalinha e fica desalinhada e no entorse a articulação desalinha e volta para o lugar.
Porém em ambos os casos devem ser imobilizados pois podem sofrer lesões nos ligamentos,
tendões, etc.

Tratamento pré-hospitalar

O tratamento pré-hospitalar para fraturas é a imobilização.

Regras básicas de imobilização:

 alinhar (trazer à posição anatômica);


 tracionar;
 colocar tala;
 fixar tala com atadura da região distal para proximal;
 juntar ao corpo.

Imobilização de luxação e entorses:

 não alinhar;
 não tracionar;
 imobilizar na posição encontrada;
 colocar tala;
 fixar tala;

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Razões para realizar a imobilização:

A imobilização é o tratamento pré-hospitalar para fratura, luxação e entorse. Os


benefícios da imobilização são:

 minimização da dor;
 Prevenção de lesões adicionais de músculos, nervos e vasos sanguíneos;
 Manutenção da perfusão no membro; e
 Auxílio da hemostasia.

Atividade prática:

Separar os alunos em duplas e distribuir o material de imobilização disponível, solicitar


que os mesmos as realizem as imobilizações demonstradas na aula.

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Módulo I - Unidade Didática 15

Técnica de Remoção

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Executar corretamente a remoção de vítimas em locais típicos e atípicos do ambiente pré-


hospitalar:

1.15 Técnicas de Remoção

São as técnicas das quais o socorrista irá se utilizar para retirar a vítima do local da
ocorrência até um local seguro a fim de garantir segurança para si e para a vítima e
principalmente com o propósito de minimizar as sequelas do trauma ou caso clínico ocorrido.

Imobilizações

Membros
Os membros devem ser imobilizados abrangendo a articulação anterior e posterior, e
posteriormente unidos ao corpo, próximo à posição anatômica.
MMII – tíbia e fíbula, joelho, fêmur, tornozelo, pé.
MMSS – rádio e ulna, cotovelo, úmero, mão
TTF – aparelho de tração específica para fratura de fêmur

Cinturas
As cinturas devem ser imobilizadas utilizando a própria base do corpo como sustentação.
 Cintura pélvica: colo de fêmur, ílio, ísquio e púbis.
 Cintura escapular: clavícula, escápula e articulação.

Coluna
A coluna deve ser imobilizada sempre em superfície rígida, realizando o mínimo de
movimentos o possível. A maior preocupação é com a coluna cervical.
Colar cervical – específico para imobilizar a coluna cervical em amplitude vertical.
Maca – superfície rígida onde são colocado pacientes traumatizados.
Base e coxins – específico para imobilizar coluna cervical em amplitude horizontal.

Luxações e entorses
As luxações e entorses são traumas específicos de articulações, onde a imobilização deve
ser feita na posição em que for encontrada.

Improvisações
As improvisações devem ser feitas sempre lembrado dos critérios básicos de
imobilizações.

Colocação de colar cervical


A cabeça deve estar apoiada e fixa, em posição anatômica. Não se deve levantar a cabeça
para colocar o colar cervical. A mensuração é feita medindo, em dedos, a distância do trapézio
até a mandíbula e transportada ao colar.

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

Colocação em maca
 Rolamento de 90º
 Rolamento de 180º
 Elevação a cavaleiro
 KED
 Fixação na maca com cinto aranha e coxins

Outras manipulações
Retirada de capacete
Rolamento 1 socorrista emergencial vítima politraumatizada

Manipulação e transporte de emergências médicas

A manipulação e transporte de casos clínicos são tão complexas quanto à do


traumatizado, pelo fato de poder amenizar ou piorar o quadro clínico. Cada caso requer uma
posição diferenciada, sendo que é importante considerar o conforto do paciente.
Podemos pensar que por ser caso clínico não precisaremos de maca rígida, porém
dependendo do estado do paciente ele pode sofrer uma parada cardiorrespiratória e se não houver
uma superfície rígida não haverá eficácia nas com pressões torácicas. Sempre que o paciente se
encontrar no estado instável ou crítico, deve ser transportado com maca rígida, mas pode-se
utilizar a maca se o socorrista julgar necessário em outros casos também.
Portanto devem-se observar as seguintes peculiaridades de cada caso clínico:
 AVC: a cabeça deve estar um nível acima do corpo, para isso incline a maca retrátil.
Lembre-se de não obstruir as VA, sendo assim deve-se elevar o tronco e não somente a cabeça.
Se estiver em maca rígida, coloque algo embaixo da maca para elevá-la. Essa posição deve ser
utilizada em TCE também.
 IAM e dispneia: o paciente consciente preferirá a posição semi-sentada. Deve-se respeitar
essa necessidade. Pacientes com dificuldades respiratórias também devem escolher a posição a
ser transportados, desde que não prejudiquem outras prioridades (ABC e cervical).
 Estado de choque: os MMII devem estar mais elevados, a fim de concentrar o sangue no
tronco e cabeça. Coloque um cobertor nas pernas ou abaixo da maca rígida. Essa posição só não
é aceita se o paciente apresenta TCE ou AVC juntamente com o estado de choque.

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Módulo I - Unidade Didática 16

Limpeza e Desinfecção

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Descrever a importância dos procedimentos de limpeza e desinfecção de viaturas e


equipamentos;
2) Citar os cuidados e acondicionamento adequado do lixo hospitalar;
3) Citar os produtos químicos, materiais e EPI, utilizados nos procedimentos de desinfecção
terminal e concorrente, ao nível de equipamento pré-hospitalar.

1.16 Limpeza e desinfecção

Limpeza

Definições

É a ação física e química onde se utiliza água e sabão ou detergente, em superfícies fixas
de todas as áreas do ambiente pré-hospitalares, promovendo a remoção da sujeira e do mau odor
e reduzindo a população microbiana no ambiente pré-hospitalar.

Assepsia

É o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de micro-organismos


num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre
de infecção.

Antissepsia

É o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de micro-organismos ou


removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos
antissépticos ou desinfetantes.

Desinfecção

É o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa


sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos são necessariamente destruídos.

Esterilização

É o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana mediante a aplicação


de agentes físicos e/ou químicos.

Limpeza e desinfecção de viaturas e equipamentos

Importância da limpeza e desinfecção

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O serviço pré-hospitalar tão gratificante quanto perigoso. Seus riscos variam desde o
perigo de ser atropelado em um atendimento de acidente de trânsito até a exposição do socorrista
ao ambiente saturado de micro-organismos patológicos.
E é esse desse ambiente biologicamente inseguro que vamos tratar nessa unidade
didática. Tentaremos fazer desse ambiente um local com riscos aceitáveis de trabalho e de
atendimento.

Limpeza das mãos

O ato de lavar as mãos ainda não é um hábito corrente em nossos dias, apesar da sua
importância já ter sido demonstrada no século XIX.

Cuidados e acondicionamento do lixo hospitalar

1. A cada atendimento onde houver produção de lixo, ele deve ser trocado;
2. Para trocar o lixo, o socorrista deve estar usando luvas descartáveis, fechar
bem o saco de lixo e colocá-lo no expurgo;
3. O lixo hospitalar só deve ser descartado no expurgo, nunca em outro lugar;
4. Mesmo as luvas que supostamente não estão contaminadas devem ser
descartadas no lixo hospitalar;
5. O saco plástico para lixo hospitalar deve ser próprio;

Procedimentos de desinfecção

Produtos químicos

Para desinfecção das mãos


Soluções antissépticas com detergentes se destinam à de germinação da pele, removendo
detritos e impurezas e realizando antissepsia parcial.
 Solução detergente de PVPI a 10% (1% de Iodo ativo)
 Solução alcoólica para antissepsia das mãos:

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

 Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1% (álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina)

Para desinfeção da ambulância


 Hipoclorito a 1%;
 Álcool etílico 70%.

Material para limpeza


1- Balde; 3- Panos limpos e secos;
2- Vassoura; 4- Água tratada.
*NÃO SE ESQUEÇA DE USAR EPIS

Desinfecção terminal

É o processo de limpeza que ocorre em todas as superfícies horizontais e verticais de


diferentes dependências, incluindo parede, vidros, portas, pisos etc. No piso, a limpeza é mais
completa quando comparada à concorrente.

PROCEDIMENTOS

 Realizar desinfecção terminal na unidade em caso de ocorrência por Doenças


Infectocontagiosas ou quando de uma ocorrência com derramamento de fluídos
corporais; senão sempre uma vez ao dia.
 Retirar todos os equipamentos e materiais de dentro da unidade móvel.
 plicar Hipoclorito a 1% no chão da unidade e deixar agir por 10 minutos;
 Aplicar álcool etílico a 70% nas superfícies mais frágeis como: bancada, armário, maca e
colchão e deixar agir por 10 minutos.
 Retirar o álcool com pano úmido e repetir a aplicação por 3 vezes.
 Retirar o excesso do hipoclorito e do álcool com pano úmido limpo.
 Realizar limpeza com água e sabão em todas as superfícies.
 Secar com pano seco limpo.
 Realizar desinfecção com álcool etílico a 70% nos equipamentos.
 Limpar as bolsas com esponja úmida em água e sabão.
 Secar os equipamentos e as mochilas com pano seco limpo.
 Retire o lixo hospitalar e coloque no expurgo.
 Recolocar os equipamentos e materiais dentro da ambulância.

Desinfecção concorrente

LIMPEZA CONCORRENTE: A limpeza concorrente é úmida e menos completa


quando comparada à limpeza terminal. É a limpeza que é feita no retorno de cada ocorrência
quando não envolve acidente com suspeita de doença infecto contagiosa ou derramamento de
fluidos corporais.

PROCEDIMENTOS

 Limpe o que foi utilizado pelo paciente e pela equipe do socorro;


 realize a limpeza do chão;
 recoloque materiais se necessário.

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

Módulo I - Unidade Didática 17

Queimaduras e Lesões Ambientais

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar os aspectos anatômicos do sistema tegumentar;


2) Definir os tipos de queimaduras e lesões ambientais;
3) Descrever os procedimentos de atendimento pré-hospitalar para atender vítimas de
queimaduras e lesões ambientais.

1.17 Queimaduras e lesões ambientais

Aspectos anatômicos do sistema tegumentar

O tegumento ou pele cobre a superfície do corpo protegendo-o das influências ambientais


danosas. Como a pele é facilmente acessível, ela é importante nos exames físicos. A pele
propicia:
 __________________________________________________________________
 __________________________________________________________________
 __________________________________________________________________
 __________________________________________________________________

A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo e


substâncias vitais (líquidos), formando assim o maior órgão do corpo.
A pele é composta de:
Epiderme: camada celular superficial.
Derme: camada de tecido conectivo profunda.

Queimaduras

Queimaduras são lesões produzidas nos tecidos de revestimento do organismo que são causadas
por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc. Elas podem lesar a
_____________________________________________________________________________.

Causas das queimaduras

Térmicas: são produzidas pela ____________________________________________


___________________________________________________________________________
Químicas: são produzidos pelo contato com __________________________________
___________________________________________________________________________
Elétricas: são produzidas pelas ____________________________________________
___________________________________________________________________________
Substâncias radioativas: são produzidas por exposição à _______________________,
que emite radiações ultravioletas.

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE M ANUAL DO PARTICIPANTE

Classificação por profundidade e sinais e sintomas

Queimadura de 1º Grau: Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele).


Caracteriza-se por dor intensa no local e vermelhidão da área atingida.
Queimadura de 2º Grau: Atinge a epiderme e a derme. Caracterizam-se por dor, vermelhidão e
formação de bolhas.
Queimadura de 3º Grau: Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo,
incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a
mais grave quanto à profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição
das terminações nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada. Em
uma queimadura de 3º grau a vítima, geralmente, queixa-se de dor nas bordas da lesão, onde a
queimadura é de 2º ou 1º grau.

Extensão da queimadura

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos


nove que permitem estimar a superfície corporal total queimada - SCTQ. Neste caso, analisamos
somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade.
A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões. Onze delas equivalem a 9%
cada uma, e a região genital equivale a 1%, conforme segue:

Dimensionamento da queimadura

Área crítica: sistema respiratório, face, mãos e pés, genitais e nádegas

Queimaduras Menores Queimaduras Maiores


- São aquelas de 1o e 2o graus que afetam - Qualquer queimadura que envolva áreas críticas.
uma pequena área do corpo (< que 20%), - Queimaduras complicadas por lesões no sistema
sem comprometimento de áreas críticas. respiratório ou por outras lesões do tipo fraturas.
- Queimaduras que atinjam todo o corpo.

Gravidade das queimaduras

A gravidade de uma queimadura é calculada considerando os seguintes aspectos:


 Grau da queimadura;
 Percentagem da SCTQ;
 Localização da queimadura;
 Complicações que a acompanham;
 Idade da vítima;
 Enfermidades anteriores da vítima.

Tratamento pré-hospitalar

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De acordo com a gravidade e a causa das queimaduras, os procedimentos a serem


adotados são:

Queimaduras Menores - por causas térmicas ou radiação


 Exponha o local da lesão e resfrie a área queimada com água fria ou use água corrente
por vários minutos (+- 5 min) para resfriar o local. O melhor é submergir a área
queimada;
 Cubra o ferimento com um curativo úmido solto (estéril);
 Retire, se possível, anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos etc.; e
 Conduza a vítima e transmita calma.

Queimaduras Maiores - por causas térmicas ou radiação


 Inicialmente detenha o processo da lesão (se for fogo na roupa, use a técnica do PARE,
DEITE e ROLE);
 Avalie a vítima e mantenha as VA permeáveis, observando a frequência e qualidade da
respiração;
 Não retire os tecidos aderidos à pele, apenas recorte as partes soltas sobre as áreas
queimadas;
 Cubra toda a área queimada;
 Use curativo estéril;
 Não obstrua a boca e o nariz;
 Não aplique nenhum creme ou pomada;
 Providencie cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com curativo
estéril úmido;
 Tenha cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos estéreis;
 Previna o choque e transporte a vítima.

Queimaduras Químicas
 Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes de iniciar a
lavação;
 Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos (não se deve
submergir)
 Use EPIs apropriados;
 Cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
 Previna o choque e transporte a vítima;
 Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico;
 Se a lesão for nos olhos, lave-os bem, no mínimo por 15 minutos, com água corrente e
depois cubra com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o curativo a cada 5 minutos.

Queimaduras Elétricas
As queimaduras elétricas aparecem no local de entrada e saída da corrente. Os problemas
mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou cardiorrespiratória,
dano no SNC e lesões em órgãos internos.
 Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local;
 Realize a avaliação inicial e , se necessário, inicia manobras de reanimação;
 Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada e um de saída
da fonte de energia);
 Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas; e
 Previna o choque e conduza o paciente, com monitoramento constante, ao hospital.

Lesões ambientais

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Lesões provocadas pelo calor

Cãibras pelo calor


São dores e espasmos musculares que ocorrem quando o corpo perde muito sal durante
uma intensa sudorese ou quando este não é reposto adequadamente.

Sinais e Sintomas

 cãibras musculares severas, usualmente nas pernas e abdome;


 cansaço físico;
 tontura e, às vezes, desmaio.

Tratamento Pré hospitalar

 remover o paciente para um local fresco e bem arejado;


 oferecer água pura ou substância isotônica;
 massagear os músculos com cãibras ou aplicar simples pressão sobre eles;
 aplicar toalhas úmidas sobre os músculos mais doloridos pode produzir um alívio extra.

Exaustão por calor


Situação que ocorre quando uma pessoa que não está em boas condições físicas realiza
exercícios excessivos em um ambiente aquecido.

Sinais e Sintomas

 respiração rápida e superficial;


 pulso debilitado;
 pele fria e às vezes, pálida;
 sudorese intensa;
 debilidade física generalizada;
 tontura e às vezes inconsciência.

Tratamento pré-hospitalar

 Remova o paciente para um local fresco;


 afrouxe e remova as roupas;
 Ventile o paciente para resfriá-lo;
 Ofereça água ou substância isotônica.

Insolação
Situação muito grave (também chamada de golpe de calor) que ocorre quando uma
pessoa aumenta muito a temperatura corporal por falha dos mecanismos de regulação térmica. A
pessoa nessa situação deixa de suar e sua temperatura sobe muito podendo lesar células cerebrais
e até chegar à morte.

Sinais e Sintomas

 Respirações profundas, seguidas de respirações superficiais;


 pulso rápido e forte, seguido de pulso rápido e fraco;
 pele seca e quente. Às vezes, avermelhada;
 Pupilas dilatadas;
 Perda de consciência ou coma;
 Convulsões ou tremor muscular podem estar presentes.

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Tratamento pré-hospitalar

 Esfriar rapidamente o paciente. Retirá-lo do local, remover as roupas, aplicar toalhas


molhadas sobre ele. Devemos normalizar a temperatura para evitar que as células
cerebrais morram;
 aplicar bolsas de gelo sob as axilas, nos pulsos e atrás dos joelhos e também próximos aos
lados do pescoço;
 Se possível, providenciar a imersão da vítima em uma banheira d´água e esfriar a água
com gelo.

Lesões provocadas pelo frio

O corpo humano pode ser lesado pela exposição, por período prolongado, a baixas
temperaturas, ou mesmo por exposição ao frio extremo durante apenas um curto período.
A exposição pode lesar desde a superfície do organismo até um esfriamento corporal
generalizado, levando a pessoa à morte.
Dois fatores influenciam significativamente o desenvolvimento das lesões por frio:
a) A temperatura do ambiente;
b) A velocidade do vento.

Resfriamento generalizado
Também chamado de hipotermia geral. Afeta todo o corpo com uma queda da
temperatura corporal que poderá levar ao coma e a morte.

Sinais e sintomas

 Calafrios, sensação de adormecimento e ou sonolência;


 Respiração e pulso lentificados;
 Perda da visão;
 Inconsciência;
 Congelamento de algumas partes do corpo.

Tratamento Pré-hospitalar

 Avaliar o paciente para determinar a magnitude do problema, retirando-o do local de


risco (frio);
 Manter o paciente seco e aquecido com uso de cobertores, aquecedores, bolsas quentes,
etc. (banhos quentes também são de grande ajuda);
 Se estiver consciente, oferecer líquidos quentes;
 Oferecer suporte emocional e transportar com monitoramento constante.

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CAAE – Módulo II

EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS

Instrutor

_______________________________________________

_______________________________________________

32 h/a

CBMSC

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Módulo II - Unidade Didática 1

Fundamentos Básicos do Combate aos Sinistros

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conceituar corretamente os termos ―fogo‖ e ―incêndio‖;


2) Indicar os 4 componentes essenciais do fogo (tetraedro do fogo);
3) Citar as 5 fases de um incêndio;
4) Explicar diferentes métodos de extinção de um incêndio interior
5) Citar pelo menos 3 diferentes produtos da combustão;
6) Citar os 3 mecanismos básicos para a transferência (propagação) do calor;

2. EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS

2.1 Fundamentos básicos do combate aos sinistros

Introdução

Segundo a teoria básica do desenvolvimento do fogo, seu efetivo controle e extinção


requerem um entendimento da natureza físico/química do fogo e isso inclui informações sobre
elementos essenciais do fogo, fontes de calor, composição e características dos combustíveis,
mecanismos de transferência do calor e as condições necessárias para a ocorrência da
combustão.

Conceitos básicos

Fogo e combustão são termos frequentemente usados como sinônimos, entretanto,


tecnicamente, o fogo é uma forma de combustão.
O fogo (Do lat. focu) pode ser conceituado como um processo ( ) de
oxidação rápida, ________________, acompanhada pela produção de luz e calor em
intensidades variáveis.
Já o incêndio (Do lat. incendiu) é toda e qualquer
combustão__________________ ___________, que pode danificar ou destruir bens e
objetos e lesionar ou matar pessoas.
Outro conceito diz que o incêndio é uma combustão descontrolada.
Ainda neste conceito é importante verificar que o fogo quando aproveitado corretamente
fornece grandes benefícios que podem suprir nossas necessidades industriais e domésticas, mas,
quando descontrolado, pode causar danos materiais e sofrimento humano.

Componentes essenciais do fogo

 Combustível;
Calor
Calor
 _____________ (comburente); Reação
Reação
 _________ou energia térmica; e em
em
cadeia
cadeia

 Reação química em cadeia. Combustível


Combustível Oxigênio
Oxigênio

Figura do ____________ do Fogo

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Considerações sobre o combustível

O combustível é o material ou substância que se _____________________ no processo


da combustão. Cientificamente, o combustível de uma reação de combustão é conhecido como
agente redutor. A maioria dos combustíveis mais comuns contém carbono junto com
combinações de hidrogênio e oxigênio. Estes materiais combustíveis podem ser divididos em
materiais derivados de hidrocarbonetos (como a gasolina, óleos e plásticos) e materiais derivados
da celulose (como a madeira e o papel).
De forma simplificada, podemos dizer que o combustível é toda a substância capaz de
queimar-se e alimentar a combustão, ou seja, é o elemento que serve de campo de propagação ao
fogo.
Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos e, a grande maioria precisa
passar pelo estado gasoso para, então, combinar-se com o oxigênio. A velocidade da queima de
um combustível depende de sua capacidade de combinar-se com o oxigênio (estado físico do
combustível) sob a ação do calor e da sua fragmentação (área de contato com oxigênio).
A posição do combustível sólido também afeta sua forma de queima, ou seja, se uma
determinada chapa de madeira (por exemplo, uma porta) está em posição vertical (de pé), a
exposição ao fogo será mais rápida do que se sua posição fosse na horizontal (deitada).
A posição do fogo dentro do cômodo incendiado também afeta seu desenvolvimento em
função da maior ou menor quantidade de ar que é arrastado para dentro da coluna de ar quente
(pluma) que se forma sobre o fogo.

Fogo no centro de um cômodo. Fogo sobre uma parede. Fogo sobre um vértice.
O ar entra por todos os lados (100%) O ar entra por dois lados (50%) O ar entra por um lado (25%)

No caso dos líquidos, os gases combustíveis são gerados a partir de um processo


chamado vaporização. A vaporização é a transformação de um líquido em vapor, ou seja, a
mudança do estado líquido para o estado gasoso.

Considerações sobre o oxigênio (agente oxidante)

Os agentes oxidantes são aquelas substâncias que cedem oxigênio ou outros gases
oxidantes durante o curso de uma reação química. Os oxidantes não são _________________ em
si, mas fazem com que se produza uma combustão quando combinados com materiais
combustíveis.
Sabemos também que a atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e
1% de outros gases, por isso, em ambientes com a composição normal do ar, a queima
desenvolve-se com velocidade e de maneira completa e notam-se chamas. Contudo, a combustão
irá consumir o oxigênio do ar num processo contínuo. Quando a porcentagem do oxigênio do ar
do ambiente passar de 21% para a faixa compreendida entre 16% e 8%, a queima tornar-se-á
mais lenta, surgirão brasas e não mais chamas. Quando o oxigênio contido no ar do ambiente
atingir concentrações menores de 8% é muito provável que a combustão deixe de existir.
Quando as concentrações de oxigênio ultrapassam os 21%, dizemos que a atmosfera está
enriquecida com oxigênio. Nessas condições, os materiais que arderiam nos níveis normais de

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oxigênio (O2), se queimam muito mais rapidamente e podem igualmente se incendiar mais
facilmente. Os Combatentes devem ficar atentos e lembrar que muitos materiais que não
queimam nos níveis normais de oxigênio poderão queimar com rapidez em atmosferas
enriquecidas com oxigênio. Um desses materiais é o conhecido Nomex (material resistente ao
fogo que é utilizado na fabricação de roupas de aproximação e combate ao fogo para bombeiros)
que em ambientes normais não se inflama, no entanto, arde rapidamente em atmosferas com
concentrações de 31% de oxigênio. Essas situações podem ocorrer em indústrias químicas,
ambientes hospitalares e até, em domicílios particulares cujos inquilinos utilizem equipamentos
portáteis para oxigenoterapia.

Considerações sobre o calor

O calor é o componente____________ do tetraedro do fogo. O calor é uma forma de


energia que eleva a temperatura e é gerado através da transformação de outra energia, através de
processos ____________ou ____________.
O calor pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é,
movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão
constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas
aumenta e o calor também aumenta.
Alguns efeitos físicos e químicos do calor são: a elevação da temperatura, o aumento de
volume do corpo aquecido, mudanças no estados físicos da matéria ou mudanças no estado
químico da matéria.
O calor também produz efeitos fisiológicos, ou seja, o calor é a causa direta de
queimaduras e outras danos pessoais, tais como: desidratação, insolação, fadiga, lesões no
aparelho respiratório e em casos mais graves a morte.

Considerações sobre a reação química em cadeia

Sabemos que a combustão é uma _____________________ que se processa rapidamente


e, em _______________.
De forma simples, o calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto
em partículas menores, que se combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor
para o combustível, formando um ciclo constante. A reação química em cadeia e a propagação
relativamente rápida são os fatores que distinguem o fogo das reações de oxidação mais lentas.
As reações de oxidação lentas não produzem calor suficientemente rápido para chegar a uma
ignição e nunca geram calor suficiente para uma reação em cadeia.
A ferrugem em metais e o amarelado em papéis velhos são alguns exemplos de oxidação
lenta.

Introdução ao desenvolvimento do fogo (fases do incêndio)

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Se um incêndio ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que ele seja
logo descoberto no seu início e a situação mais facilmente resolvida. Mas se ocorrer quando a
edificação estiver deserta ou fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandes
proporções.
Até pouco tempo atrás, as fases do incêndio eram estudadas a partir de três etapas – a fase
inicial, a fase da queima livre e fase da queima lenta. Atualmente, a maioria das organizações de
bombeiro e programas de treinamento está sofrendo alterações e passando a estudar o processo a
partir de cinco fases distintas, a saber:
_______________;
_______________;
_____________________________________________;
_____________________________________________; e
_______________;
No entanto, convém observar que a ignição e o desenvolvimento de um incêndio interior
é algo complexo, que depende de uma série de numerosas variáveis. Por isso, pode ser que nem
todos os incêndios se desenvolvam seguindo cada uma das fases descritas a seguir, no entanto, os
incêndios poderão ser mais bem entendidos se estudarmos esse modelo de sequência em fases.

Fase da ignição

A ignição do fogo descreve o período em que os quatro elementos do tetraedro do fogo se


juntam e se inicia a combustão. Neste ponto, o incêndio é ______________e geralmente se
restringe ao material que se incendiou primeiro. Todos os incêndios interiores e exteriores são o
resultado de algum tipo de ignição. A ignição do fogo é o principio de qualquer incêndio, quando
por atuação de um agente ígneo é alcançado o ponto de inflamação ou ignição de um
combustível presente, fazendo-o entrar em processo de combustão viva.

Fase do crescimento do fogo

Pouco depois da ignição, o calor gerado no foco inicial se _____________, determinando


o aquecimento gradual de todo o ambiente.
É importante considerar o fato de que o fogo e os gases aquecidos naturalmente se
moverão para _______, depois _____________, e só então para _________. Tal fenômeno é
explicado através do modelo cúbico da propagação do fogo (cube model of firespread) que serve
para facilitar o entendimento da propagação normal de um incêndio em compartimento.

2 2

O modelo cúbito da propagação do fogo serve para facilitar o entendimento da


propagação normal de um incêndio em compartimento.

Fase da ignição súbita generalizada

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Esta fase é uma etapa de transição entre a fase do _____________e o ______________


______________ do incêndio. Essa fase poderá desenvolver-se normalmente mediante um
crescimento gradual ou manifestar-se por dois fenômenos distintos, variando conforme o nível
de oxigenação do ambiente.
Havendo uma oxigenação ____________ com semelhante elevação de temperatura, o
incêndio poderá progredir para uma ignição súbita generalizada (em inglês, flashover), se do
contrário, a oxigenação é inadequada (incêndio controlado pela falta de ventilação) e a
temperatura permanece em elevação, poderemos progredir para uma ignição explosiva (em
inglês, backdraft), ambos, fenômenos que serão melhor estudados a seguir.
Se a oxigenação é adequada, as condições do ambiente alteram-se muito rapidamente à
medida que o calor radiado atinge todas as superfícies combustíveis expostas. Os gases que se
produzem durante este período se aquecem até a temperatura de ignição e poderá ocorrer um
fenômeno denominado de ignição súbita generalizada, ficando toda a área envolvida pelas
chamas.
Se ao contrário a oxigenação é inadequada, a queima se torna mais lenta e a combustão
incompleta porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Grandes quantidades de
calor e gases não pirolisados podem se acumular nos espaços não ventilados. Estes gases podem
até atingir a temperatura de ignição, mas carecem de oxigênio suficiente para se inflamar. Estes
estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o aporte de ar (oxigênio) for suficiente e,
na presença de ar fresco, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos ignição explosiva.

CAMADA DE GASES QUENTES

PLANO NEUTRO

CAMADA DE GASES MAIS FRIOS

Fase do desenvolvimento completo

Na fase do desenvolvimento completo do incêndio (também chamado de pós-flashover),


todos os materiais combustíveis do ambiente ______________________________ e as chamas
enchem todo o compartimento. A taxa de liberação do calor (TLC) atingirá seu ponto máximo,
produzindo altas temperaturas - tipicamente, essas temperaturas poderão atingir 1.100 graus
Celsius ou mais em determinadas circunstâncias especiais.
O calor liberado e os gases da combustão que se produzem dependem da carga de fogo e
do número e do tamanho das aberturas de ventilação do ambiente incendiado.

Fase da diminuição

À medida que o incêndio ___________ todos os combustíveis disponíveis do ambiente, a


taxa de liberação de calor começa a ___________. Uma vez mais o incêndio se converte em um
incêndio controlado, agora por falta de material combustível. A quantidade de fogo diminui e as
temperaturas do ambiente começam a reduzir, entretanto, as brasas podem manter temperaturas
ainda elevadas durante algum tempo. Esta fase representa a decadência do fogo.
A fase da diminuição do incêndio é frequentemente identificada como o estágio no qual o
fogo tem sua temperatura média caindo cerca de 80% abaixo do seu valor máximo.

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O controle dos incêndios

Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na ___________de um ou mais dos


elementos essenciais que provocam o fogo.
Essas técnicas de controle de incêndios e explosões se baseiam no conhecimento de seus
componentes básicos – existência de combustão com ou sem chama – e dos métodos apropriados
para reduzi-los ou eliminá-los.
Iniciada a ignição, ela continuará produzindo a combustão até que:
 Todo o combustível disponível seja consumido;
 O combustível e/ou o oxigênio seja eliminado;
 A temperatura seja reduzida por resfriamento; ou
 O número de moléculas vibrantes seja reduzido e se quebre a reação em cadeia.

Portanto, toda a segurança contra incêndio se baseia no princípio de manter fontes


combustível e fontes de ignição separadas.

Métodos de extinção

Retirada do material combustível

É a forma mais ___________ de se extinguir um incêndio. Baseia-se na ___________ do


material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a
alimentação da combustão.
Exemplos: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido
ou gasoso, retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.

Resfriamento

É o método utilizado mais ___________ por combatentes. Consiste em ___________ a


temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo, consequentemente, a
liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado, por ter grande
capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrada na natureza.
Exemplos: aplicação de jatos diretos de água (jatos sólidos) dirigidos diretamente à base
do fogo (ataque direto), aplicação de jatos de água ajustado num ângulo médio (jato neblinado)
dirigidos a parte superior e próxima ao fogo (ataque indireto), etc.

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Abafamento

Consiste em __________ ou ___________ o contato do ___________ com o material


combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo (como
exceções têm os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do
oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco).
Exemplos: Abafamento do fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra,
cobertores, vapor d‘água, espumas, pós, gases especiais, etc.

Quebra da reação química em cadeia

Consiste na introdução de determinadas substâncias no processo (reação química) da


combustão com o propósito de inibi-la e com isso criar uma condição especial em que o
combustível e o comburente perdem ou têm em muito reduzida as suas capacidades de manter o
processo da reação química em cadeia.
Exemplos: Os extintores de incêndio à base de pó com alta capacidade extintora (tipo
ABC) tem como seu principal método de extinção a quebra da reação em cadeia.

Incêndios de progresso rápido

Os incêndios de progresso rápido (do inglês, rapid fire progress) ou IPR são
conceituados pela National Fire Protection Association (NFPA) como todo tipo de incêndio que
se desenvolve muito rapidamente, a partir de fenômenos conhecidos, tais como o flashover, o
backdraft e outros fenômenos similares.
Em português, ainda não temos nenhuma publicação científica que forneça uma tradução
padronizada para esses termos, motivo pelo qual sugerimos a adoção dos seguintes verbetes:
 Ignição súbita generalizada (___________);
 Ignição explosiva (___________); e
 Ignição dos gases do incêndio (fire gás ignition).

No entanto, ainda é comum encontrarmos outras terminologias, tais como inflamação


generalizada (flashover), explosão de fumaça ou explosão por fluxo reverso (backdraft), etc.

Sinais indicativos de uma ignição súbita generalizada (Flashover):

 Incêndio ventilado;
 Percepção de calor radiante doloroso (os combatentes são forçados a permanecerem
agachadas devido às altas temperaturas);
 Existência de superfícies superaquecidas;
 Chamas visíveis ao nível do teto;
 Aumento na velocidade da pirólise dos materiais existentes no cômodo incendiado;
 Rebaixamento crescente do plano neutro e aumento de turbulência (efeito ondular dos
gases).

Sinais indicativos de uma ignição explosiva (Backdraft):

 Incêndio com ventilação limitada ou incêndio controlado por falta de ventilação;


 Existência de fumaça espessa (densa);
 Portas e janelas superaquecidas;
 Janelas com vidros escurecidos pela fumaça e/ou vidros rachados ou quebrados;
 Ausência de chamas visíveis;

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 Surgimento do ―Ciclo de pulsações‖ (percepção de ar sendo arrastado - aspirado para


dentro do cômodo sinistrado com sons característicos seguido de lufadas de fumaça
saindo pelas frestas e pequenas aberturas);
 Aparecimento de chamas azuis nos planos mais altos;
 Surgimento de chamas dançantes ou chamas fantasmas, que são relatadas como línguas
de fogo (chamas vivas) que não são unidas à fonte do combustível e move-se em torno do
local onde o combustível e o ar se mistura em condições favoráveis.

Entendendo o processo da combustão

O processo da combustão pode ocorrer de dois modos distintos:

 Uma combustão com chamas (flamejante);


 Uma combustão sem chamas (não flamejante), fumegando ou com brasas.
 O processo da combustão, com ou sem chamas, podem ocorrer individualmente ou em
combinação.
 Os líquidos inflamáveis e os gases só queimam no modo flamejante, ou seja, com
chamas.
 Já a madeira, a palha ou o carvão (combustíveis sólidos) são exemplos onde ambos os
modos podem ser encontrados simultaneamente.

A combustão com chamas (flamejante) pode ocorrer das seguintes formas:

 Chamas de difusão, situação mais comum, onde o combustível e oxigênio são


inicialmente separados e queimam somente na região onde se misturam (Por exemplo, o
queima de certo líquido inflamável numa vasilha ou a queima de um pedaço de madeira).
 Chamas de pré-mistura, onde o combustível e oxigênio são misturados antes de ignição
(Por exemplo à chama num bico de gás de Bunsen, num queimador de um fogão a gás,
etc.).

Chamas de pré-mistura: Chamas de difusão:


Gases misturados antes da combustão; Gases não misturados antes da
combustão;
Chama de cor azul; Chama de cor laranja ou vermelha;
Ardem de forma limpa; Não ardem de forma limpa
Maior ruído; Menor ruído;
Maior velocidade de deflagração; ‗ Menor velocidade de deflagração
Mais estável; Menos estável;
Perfil da chama definido; Bordas difíceis de delimitar;
Combustão mais eficaz. Combustão menos eficaz.

Os principais produtos da combustão

Os principais produtos da combustão são os gases da combustão, as chamas propriamente


ditas, o calor irradiado e as fumaças visíveis.

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Contrariamente a opinião popular, o maior risco à vida devido aos incêndios, não se
constitui nem das chamas, nem do calor, senão da inalação de fumaça e gases aquecidos e
tóxicos, assim como a deficiência de oxigênio.

Os gases da combustão

Os gases da combustão podem ser conceituados como aquelas _____________________


que surgem durante o incêndio e permanecem mesmo após os produtos da combustão ser
resfriados até alcançarem temperaturas normais. A quantidade e os tipos de gases da combustão
presentes durante e depois de um incêndio varia fundamentalmente com a composição química
do material da combustão, com a quantidade de oxigênio disponível e também com a
temperatura do incêndio.
Os efeitos da fumaça e dos gases tóxicos sobre as pessoas dependem do tempo de
exposição, da concentração dos gases na atmosfera e também, em grande parte, das condições
físicas e resistência dos indivíduos expostos.
As fumaças geradas em incêndios contêm gases narcóticos (asfixiantes) e irritantes. Os
gases narcóticos ou asfixiantes são aqueles que causam a depressão do sistema nervoso central,
produzindo desorientação, intoxicação, perda da consciência e até morte. Os gases narcóticos
mais comuns são o monóxido de carbono (CO), o cianeto de nitrogênio (HCN) e o dióxido de
carbono (CO2).
A redução dos níveis de oxigênio como resultado de um incêndio também provocará
efeitos narcóticos nos humanos. Os agentes irritantes são substâncias que causam lesões na
respiração (irritantes pulmonares), além de inflamação nos olhos, vias aéreas superiores, e pele
(irritantes sensoriais).
Dos principais gases presentes nos incêndios destacamos como mais letais o monóxido de
carbono, o dióxido de carbono, o ácido cianídrico, o cloreto de hidrogênio e a acroleína, no
entanto, não podemos esquecer que a falta de oxigênio também pode ser fatal.
A toxicidade do CO deve-se fundamentalmente a sua tendência a combinar-se com a
hemoglobina do sangue, o que gerará uma diminuição no abastecimento de oxigênio dos tecidos
humanos (hipóxia).

As chamas

A combustão dos materiais no ar quase sempre estará acompanhada de chamas


__________. O contato direto com as chamas, assim como a irradiação direta do calor das
mesmas pode produzir graves queimaduras. As queimaduras se classificam em diferentes graus.
As queimaduras de primeiro grau afetam a parte mais externa da pele, são muito dolorosas, mas
não tão graves como as de segundo e terceiro grau. As queimaduras de segundo grau são aquelas
que penetram mais profundamente na pele, formam bolhas e acumulam quantidades de líquidos
debaixo das mesmas. As queimaduras de terceiro grau são as que mais penetram e, portanto as
mais perigosas, no entanto, não são inicialmente tão dolorosas como as de primeiro e segundo
graus, já que as terminações nervosas acabaram destruídas e, portanto desativadas.
Qualquer queimadura é importante, pois além da profundidade, elas também devem ser
avaliadas pela extensão da área atingida e quanto maior for à superfície corporal atingida, pior a
situação da vítima. Os danos produzidos pelas queimaduras são dolorosos, duradouros, difíceis
de tratar e muito penosos para os vitimados.

O calor irradiado

O calor produzido pelos incêndios afetam diretamente as pessoas expostas em função da


distância e das temperaturas alcançadas e poderá produzir desde pequenas queimaduras até a
morte. A exposição ao ar aquecido aumenta o ritmo cardíaco, provoca desidratação,

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esgotamento, bloqueio do trato respiratório e queimaduras. Pessoas expostas a ambientes com


excesso de calor podem morrer se este ar quente entrar nos pulmões. A pressão sanguínea
diminuirá, a circulação do sangue ficará debilitada e a temperatura do corpo aumentará até
danificar centros nervosos do cérebro. Os combatentes não devem entrar em ambientes com
atmosferas que excedam os 50 graus Celsius sem roupas de proteção e conjuntos de proteção
respiratória. O máximo nível de calor suportável num incêndio (considerando uma atmosfera
seca durante um curto período de exposição) é estimado em 150 graus Celsius. Qualquer
umidade no ar aumentará notadamente esse perigo e reduzirá drasticamente o tempo de
sobrevivência.

Fumaças visíveis

As fumaças são constituídas por _______________ e _____________ transportadas pelo ar e por


gases desprendidos dos materiais que queimam. Normalmente, em condições de insuficiência de
oxigênio para uma combustão completa, madeira, papel, gasolina e outros combustíveis comuns
desprendem minúsculas partículas pretas de carbono chamadas de fuligem ou pó de carvão que
são visíveis na fumaça e se acomodam sob superfícies por deposição. A fumaça, incluindo os
gases venenosos invisíveis que a mesma contém, é a principal causa de mortes em incêndios,
sendo responsáveis por cerca de 50 a 75% das mortes. A fumaça irrita os olhos e os pulmões e
normalmente cria pânico. Outros gases da combustão, como o metano (CH4), formaldeído e
ácido acético, podem ser gerados sob combustões incompletas, condensando-se sobre as
partículas de fumaça e sendo transportadas até os pulmões com consequências fatais para as
pessoas.

PRODUTOS DA COMBUSTÃO
(CALOR, LUZ E FUMAÇA)

OXIGÊNIO
VAPOR
D’ÁGUA
GASES COMBUSTÃO
COMBUSTÍVEIS COM CHAMAS

MADEIRA SECA
PIRÓLISE
(COMBUSTÍVEL)

COMBUSTÃO EM
CARBONO
SUPERFÍCIE

ENTRADA
DO CALOR

Transferência do calor

O estudo da transferência do calor nos auxiliará a identificar as diferentes formas de


propagação de um incêndio.
O calor pode propagar-se a partir de três diferentes formas:

 Por ___________, a qual ocorre principalmente nos sólidos;


 Por ___________, em líquidos e gases e;
 Por ___________, onde não há necessidade de um meio material para a propagação dessa
energia.
Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos ou locais com
temperatura mais alta para objetos ou pontos com temperatura mais baixa, ou seja, o ponto ou
objeto mais frio absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

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Condução

Condução é a transferência de calor através de um _____________________ de molécula


a molécula. Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles
como se fosse um só corpo.
Exemplos: aquecimento de uma barra de metal, incêndio em floresta, etc.

Convecção

É a transferência de calor que ocorre nos fluídos (_________e_____________) através


do movimento de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios.
Diferentemente da condução onde o calor é transmitido de átomo a átomo
sucessivamente, na convecção a propagação do calor se dá através do movimento do fluido
envolvendo o transporte de matéria.
Exemplo: Em incêndios de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para
andares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de
elevadores, etc.

Radiação

A radiação térmica é a transmissão de energia através do espaço em forma de ondas


eletromagnéticas (como ondas de luz visível, de raios-X, ondas de rádio, micro-ondas, radiação
ultravioleta – UV, raios gama). Este processo de transmissão do calor não depende da presença
de um _______________, podendo ocorrer através do _________. A energia solar, por exemplo,
chega até nós dessa forma.
Devemos estar atentos aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-
los, a fim de que não ocorram novos incêndios.
Exemplos: energia solar, incêndio em casas muito próximas, etc.

Condutores e isolantes térmicos

Os metais são excelentes condutores de calor, por outro lado, temos que materiais como a
lã, a madeira, o vidro, o papel, o isopor e o gesso, que são maus condutores de calor (isolantes
térmicos.
Os líquidos e gases, em geral, são maus condutores de calor. O ar, por exemplo, é um
ótimo isolante térmico. É por este motivo que quando colocamos a mão no interior de um forno
aquecido, não nos queimamos logo, entretanto, ao tocarmos numa forma de metal colocada
dentro do forno, à queimadura é praticamente imediata, pois, a forma metálica conduz o calor
mais rapidamente que o ar.
A neve é outro exemplo de um bom isolante térmico. Isto acontece porque os flocos de
neve são formados por cristais, que se acumulam formando camadas fofas aprisionando o ar e
dessa forma dificultando a transmissão do calor da superfície da Terra para a atmosfera.

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Pontos de temperatura

Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar


vapores, que se incendeiam caso houver uma fonte externa de calor. Neste ponto, chamado de
Ponto de Fulgor, as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores, só
produzem um flash, que logo se apaga.
Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases desprendidos
do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, e
continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte. Esse ponto é chamado de Ponto de
Combustão.
Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao ar,
entra em combustão sem que haja fonte externa de calor. Este é o chamado Ponto de Ignição.

Avaliação da lição

1. Usando suas próprias palavras, use o espaço abaixo para conceituar os termos ―fogo‖ e
―incêndio‖.
Resposta:

2. Observe com atenção o desenho abaixo (tetraedro do fogo) e indique os componentes


essenciais do fogo que estão faltando.

Reação
em
cadeia

3. O desenho abaixo indica uma curva típica de incêndio. Relembre as diferentes fases de um
incêndio preenchendo os espaços em branco.

_______ _______ _______ _______

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4. Indique se a afirmação a seguir é verdadeira ou falsa, escrevendo ―V‖ ou ―F‖ no espaço em


branco.

___ A retirada do material combustível é a forma mais simples de se extinguir um incêndio e


se baseia na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo,
interrompendo a alimentação da combustão.
___ O abafamento é método utilizado mais frequentemente por combatentes. Consiste em
diminuir a temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo,
consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.
___ O resfriamento consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material
combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo.
___ A quebra da reação química em cadeia consiste na introdução de determinadas
substâncias no processo (reação química) da combustão com o propósito de inibi-la e com isso
criar uma condição especial em que o combustível e o comburente perdem as suas capacidades
de manter o processo da reação química em cadeia.

5. Escreva no espaço abaixo pelo menos três diferentes produtos da combustão:


Resposta:

6. Indique a correspondência entre os termos de ambas as colunas, colocando nos espaços em


branco da segunda coluna, as letras equivalentes da primeira coluna.
a) Condução ( ) Incêndio em casas muito próximas
b) Convecção ( ) Aquecimento de uma barra de meta
c) Radiação ( ) Ocorre nos fluidos (gases e líquidos)

7. Indique se a afirmação a seguir é verdadeira ou falsa, escrevendo ―V‖ ou ―F‖ no espaço em


branco.
___ Ponto de fulgor é a temperatura na qual um líquido inflamável gera suficiente vapor para
formar uma mistura inflamável com o ar.
___ Ponto de combustão (também chamado de ponto de inflamação) é a temperatura mínima, na
qual os vapores emitidos por um corpo combustível provocam a combustão na presença de uma
fonte ígnea externa. Porém, ao ser retirada essa fonte externa de calor, a chama se mantém acesa.
___ Ponto de ignição é a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos por um corpo
combustível provocam combustão ao entrar em contato com o ar, independente ou não da
presença de qualquer fonte ígnea externa.

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Módulo II - Unidade Didática 2

Equipamentos de Proteção Individual

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir Equipamentos de Proteção Individual;


2) Enumerar as ameaças encontradas em uma operação de combate a incêndio;
3) Enumerar e descrever os itens de proteção individual utilizados em operações de
incêndio;
4) Descrever as ameaças respiratórias em um incêndio;
5) Enumerar os equipamentos de proteção respiratória;
6) Descrever e utilizar a máscara de respiração autônoma;
7) Equipar-se completamente com os EPI
8) Executar as atividades básicas utilizando o EPI completo.

2.2 Equipamento de proteção individual - EPI

Todo dispositivo de uso ___________ destinado a proteger a saúde e a ______________


do bombeiro.

Ameaças no ambiente de incêndio

 Vapores e gases tóxicos


 Calor
 Impactos
 Perfurações
 Cortes
 Descargas elétricas
 Produtos perigosos

Equipamentos

Capacete

1) Destinado à proteção da cabeça ou parte dela


2) Deve ser resistente a impacto, perfurações, calor, choque elétrico penetração
3) Deve permitir o uso de:
 Proteção facial
 Máscara autônoma
 Sistema de comunicação

Roupa de proteção

 NFPA 1971
 Deve possuir faixas refletivas
 Deve proteger pescoço, tronco e membros

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Luvas

 Norma NFPA 1973


 Deve ser resistente a cortes, perfurações, absorção do líquidos, chama e calor
 Deve preservar a destreza do combatente

Botas

 Norma NFPA 1974


 Deve possuir resistência ao calor, _________, penetração e impacto
 Deve possuir palmilha e biqueira de _____ ou fibra de carbono e alças laterais
 São usadas por dentro das calças

Efeitos fisiológicos da falta de oxigênio:

 21% - Condição _________


 17% - Diminui coordenação motora e aumenta frequência respiratória
 12% - Vertigem, dor de cabeça e fadiga
 9% - ________ em alguns minutos por PCR

Ameaças Respiratórias

Calor

A inspiração de gases com temperatura a partir de 60 graus centígrados pode provocar


danos para o sistema respiratório, com formação de edema de vias aéreas e pulmonar. O fato de
respirar ar fresco após a exposição não torna o dano reversível de imediato.

Gases tóxicos

Os gases vão variar de acordo com:

 Natureza do combustível
 Taxa de aquecimento
 Temperatura dos gases
 Concentração de oxigênio

Monóxido de Carbono-CO

 Não possui cor nem _______;


 Está presente na _________;
 Combina-se com a ________________ de forma irreversível

Cloreto de Hidrogênio (HCl)

 Provém da queima de plástico (PVC)


 Incolor porém tem cheiro
 Provoca edema e obstrução do trato respiratório
 Respiração fica difícil e pode ocorrer sufocação

Cianeto de Hidrogênio (HCN)

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 Provém de materiais como nylon, poliuretano e papel. É comum em lojas de roupas


 Atua na respiração a nível celular
 Provoca respiração tipo gasping, espasmos musculares, taquicardia e inconsciência
 Concentração de 0,0270% é fatal

Dióxido de Carbono – CO2

 Provém da queima de materiais orgânicos


 É incolor, _________ e não inflamável
 Aumenta FR > aumenta inalação > deprime sistema respiratório > __________________

Concentrações:

 0,03% Normal
 5% alterações
 12% Morte

Equipamentos de proteção respiratória

 Filtrantes
 Filtro químico para absorção de gases
 Filtro mecânico para retenção de partículas sólidas em suspensão
 Filtro combinado
 Filtro para CO com catalizador

Equipamento de Proteção Respiratória

Linha de ar

 O combatente recebe ar de um reservatório externo por uma mangueira


 Risco de avarias na mangueira
 Limita os movimentos

Circuito fechado

 O ar expirado é reaproveitado com o uso de um filtro


 Desvantagens: Custo, esforço para respirar e ar seco

Máscara autônoma

 O ar é estocado em um cilindro ( até 300 bar)


 Ao abrir o registro o ar passa por uma válvula que reduz a pressão a 6 bar
 O ar chega a uma válvula de demanda que libera a quantidade suficiente para os pulmões
 O ar expirado sai por uma válvula de exalação na máscara facial

Partes principais:

 Suporte
 _________ de demanda
 Máscara
 Cilindro
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Inspeção diária

 _________ do cilindro ao redutor de pressão


 Cinta que liga o cilindro ao suporte
 Alças de transporte, cinto e placa de suporte
 Conexões das mangueiras
 Tirantes e peça facial
 _________do cilindro
 _________ de alta pressão
 Alarme

Pressão do cilindro

Abrir o registro do cilindro e verificar a pressão do manômetro

Autonomia = volume X pressão


consumo *

*Descanso = 5 a 10 LPM
*Trabalho pesado = 35 a 50 LPM
*Esforço máximo = 50 a 90 LPM

Vedação de alta pressão

 Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro, ler a pressão
indicada no manômetro
 Fechar o registro do cilindro e verificar se a pressão diminui mais de 10 bar em 1 min.
 Acionar o botão de descarga para despressurizar o sistema

Alarme

 Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro e voltar a


fechá-lo
 Liberar o ar pela válvula de demanda observando o manômetro
 O alarme deve soar entre 35 e 45 bar

Métodos de colocação

 Dois combatentes
 Pela cabeça
 Mochila

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Avaliação da lição

1. Ao sinal participante deverá colocar o EPI (calça, bota, jaqueta, balaclava, capacete e luvas)
no menor tempo possível.

2. Ao sinal, cada participante deverá colocar todo o EPI e EPR, no tempo menor possível,
executando todos os itens do check list.

Avaliação prática sobre colocação de EPI

ALUNO: _____________________________________________________

PROCEDIMENTO CORRETO INCORRETO


Vestir as Botas
Colocar a calça (vestir os suspensórios)
Colocar a balaclava
Colocar a jaqueta
Fechar a Jaqueta ( proteção do pescoço)
Colocar o Capacete ( ajustar )
Ajoelhar-se a frente do cilindro
Passar o cilindro pela cabeça
Ajustar os tirantes
Colocar o capacete para trás
Colocar a máscara a tira colo
Conectar as mangueiras ( máscara e cela )
Colocar o registro da válvula em ―off‖
Abrir o registro do cilindro ( retornar ¼ de volta )
Verificar manômetro
Fechar registro do cilindro
Verificar vazamentos
Liberar o ar das mangueiras ( conferir alarme )
Colocar o registro da válvula em ―off‖
Abrir o registro do cilindro ( retornar ¼ de volta )
Verificar manômetro
Vestir a máscara
Ajustar tirantes
Recolocar o capacete ( ajustar os tirante )
Calçar as luvas
Executar um meio-sugado ( verificar eq. ajustado)
TEMPO TOTAL

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Módulo II - Unidade Didática 3

Classes de incêndio

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Enumerar as 5 classes de incêndio e dar um exemplo de cada uma delas;


2) Identificar as técnicas de combate incêndio para cada Classe

2.3 Classes de Incêndio

Introdução

Os incêndios são classificados de acordo com os _________ neles envolvidos (tipo de


material combustível), bem como a situação em que se encontram. Essa classificação é feita para
determinar o agente extintor mais adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemos
como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos elementos
essenciais do fogo, cessando a combustão. Existem cinco classes de incêndio, identificadas pelas
letras A, B, C, D e K. Essa classificação é adotada pela Norma Americana e também pelos
Corpos de Bombeiros Militares dos Estados Brasileiros, no entanto, as Normas Europeias
apresentam outro tipo de classificação.

Quadro demonstrativo

Classe Norma Americana* Classe Norma Europeia


SÓLIDOS SÓLIDOS
A A
papel, madeira, tecido, borracha, plásticos papel, madeira, tecido, borracha, plásticos
LÍQUIDOS, GRAXAS e GASES LÍQUIDOS
B B
Gasolina, álcool, butano, metano e acetileno Gasolina, óleo, álcool e petróleo
ELÉTRICOS
GASES
C Equipamentos e máquinas elétricas e C
Butano, metano e acetileno
eletrônicas energizadas
METAIS ESPECIAIS METAIS ESPECIAIS
D magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, D magnésio, selênio, antimônio, lítio, titânio,
zinco, titânio, sódio, urânio e zircônio zircônio, sódio, urânio, zinco e potássio
ELÉTRICOS
ÓLEOS e GORDURAS
K E Equipamentos e máquinas elétricas e
Óleos e gorduras de cozinha
eletrônicas energizadas
ÓLEOS e GORDURAS
F
Óleos, gorduras de cozinhas e piche derretido

Incêndio Classe ”A”

A
Incêndio envolvendo combustíveis _____________________, tais como papel, madeira,
tecido, borracha, plásticos, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e
por queimar em razão do volume, isto é, a queima se dá na ___________ e em ______________.

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O método mais utilizado para extinguir incêndios de classe A é o uso de resfriamento


com água, mas também se admite o uso de pós químicos secos de alta capacidade extintora ou
espuma.

Incêndio Classe “B”

OOL
Á LC
Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, _______ e _______ combustíveis.
É caracterizado por não deixar resíduos e por queimar apenas na _________ exposta e
não em profundidade. Os métodos mais utilizados para extinguir incêndios de classe B são o
abafamento (uso de espuma), a quebra da reação em cadeia (uso de pós químicos) ou ainda o
resfriamento com cautela.

Incêndio Classe “C”

C
Incêndio envolvendo equipamentos __________________. É caracterizado pelo risco de
vida que oferece ao combatente. A extinção deve ser realizada por agentes extintores que não
conduzam a corrente elétrica (pós químicos ou gás carbônico). É importante registrar que a
maioria dos incêndios de classe C, uma vez eliminado o perigo da eletricidade (choque elétrico),
transformam-se em incêndios de _________.

Incêndio Classe “D”

D
MAGNÉSIO SÓDIO

Incêndio envolvendo _________ combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio,


lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, urânio e zircônio). É caracterizado
pela queima em altas temperaturas e por ________ com agentes extintores comuns
(principalmente os que contenham água). O método mais utilizado para extinguir incêndios de
classe D é o uso de pós especiais que separam o incêndio do ar e agem por abafamento.

Incêndio Classe “K”

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Essa não é verdadeiramente uma classe de incêndio, pois se confunde com a classe B, no
entanto já aparece na maioria dos textos técnicos mais recentes e tem uma finalidade mais
educativa para enfatizar os riscos especiais da classe. São os incêndios em óleo, gorduras de
cozinhas e piche derretido que não devem ser combatidos com água em jato direto. Os métodos
mais utilizados para extinguir incêndios de classe K são o abafamento (uso de espuma), a quebra
da reação em cadeia (uso de pós químicos) ou ainda o resfriamento com muita cautela.

Técnicas de combate a incêndios

Combate a Incêndios Classe “A”

Os incêndios classe ―A‖, isto é, incêndios em combustíveis comuns papel, madeira,


tecidos que deixam resíduos característicos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos por
_________, podendo se utilizar também o _________, retirada do material e quebra da reação
em cadeia.
A _______ é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A explicação de água será
bem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que está
queimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.

Ataque Direto

O mais eficiente uso de água em incêndio em queima livre é o ataque direto. O


combatente deve estar _________ ao incêndio, utilizando jato contínuo ou chuveiro (30º ou
menos), sempre concentrando o ataque para a base do fogo, até extingui-lo. Não jogar mais água
que o necessário para a extinção, isto é, quando não houver mais chamas.
Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o combatente deve usar jatos intermitentes e
curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena de
perturbar o balanço térmico.
O balanço térmico é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansão
de vapor d´água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d´água. Se o jato for aplicado por
muito tempo, além do necessário, o vapor começará a condensar, causando a precipitação de
fumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gases
aquecidos deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao nível
do chão e vice-versa.

Ataque Indireto

Este método é chamado de ataque indireto porque o combatente faz a estabilização do


_________, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve ser
executado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. É
preciso cuidado porque esta pode ser uma situação propicia para o surgimento de uma explosão
ambiental (backdraft ou flashover).
Este ataque não deve ser feito enquanto não houver certeza da retirada das vítimas do
local, porque a grade geração de vapor poderia matá-las. Realiza-se dirigindo o jato d´água para
o teto superaquecido, tendo como resultado a produção de aproximadamente 1.700 litros de
vapor, à pressão normal e temperatura superior a 100º C.
No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, no
máximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.
A quantidade de água a ser empregada em um compartimento deve ser calculada levando
em consideração a seguinte fórmula:

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 Não mais se vê a luminosidade das labaredas;


 Não mais se ouve o som característico de materiais em combustão.

O processo de estabilização do ambiente será muito rápido e o combatente perceberá os


sinais logo após a aplicação de água.

Antes de entrar, certifique-se de que o ambiente se encontra estabilizado.


Não aumentar os prejuízos causados pelo fogo com o uso abusivo de água.

Ataque combinado

Quando o combatente se depara com um incêndio que está em local confinado, sem risco
de _____________ ambiental, mas com superaquecimento do ambiente, que permite a produção
de vapor para auxiliar a extinção (abafamento e resfriamento), usa-se o ataque combinado.
O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataque
direto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado de 30 a 60 graus, deve ser
movimentado de forma a descrever um circulo, atingindo o teto, a parede oposta e novamente o
teto.
No ataque combinado, os combatentes devem ficar abaixados com a mangueira sobre o
ombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houver
mais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.
Lembrar que:
 Nunca se deve aplicar água na fumaça.
 A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, somente causa danos, distúrbios
no balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo.

Seleção de Linhas e Jatos

A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a _______ e a __________


utilizada forem adequadas e suficientes.
Para isso, a seleção de linhas e jatos dependerá das necessidades da situação, tais como:
 volume de água disponível e o necessário para a extinção;
 alcance do jato;
 número de pessoas disponíveis para manobrar as linhas;
 mobilidade exigida;
 tática e técnica escolhida.

Combate a Incêndio Classe “B”

São incêndios que ocorrem em líquidos _________, graxas e gases combustíveis.

Características dos incêndios em líquidos inflamáveis

Os incêndios em líquidos inflamáveis apresentam propriedades e características próprias,


que os diferenciam das demais classes de incêndio.
Dentre essas características, destacam-se as seguintes:

 Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente;


 Flutuam em água;
 Queimam rapidamente e em superfície;
 Não deixam resíduos;
 Produzem expressivas chamas e desprendem grande quantidade de calor.
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Combate a incêndio em líquidos inflamáveis

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em líquidos inflamáveis é o


_________, podendo também ser utilizado à _____________________, a retirado do material e
o resfriamento.
O emprego da espuma destaca-se como método mais eficiente no combate a incêndio em
líquidos inflamáveis.

Fenômenos importantes nos incêndios em líquidos inflamáveis:

BOIL OVER: É o fenômeno caracterizado por uma violenta erupção turbilhonar, com
ejeção do líquido combustível.
SOLOP OVER: Caracterizado por uma ebulição e espumação ao nível da superfície do
líquido inflamável, com o consequente extravasamento do produto do interior do reservatório.
BLEVE: Pode se conceituar o ―BLEVE‖ como sendo uma explosão de líquido em
ebulição expandida.
Ocorre quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes expostas
diretamente à chama, tendo como resultado o aumento da pressão interna. A resistência das
paredes do recipiente cai bruscamente, resultando no seu rompimento.

Procedimento para combate a incêndios:

Utilização de Espuma: O emprego de _________ (mecânica) é o meio mais eficiente no


combate a incêndios em líquidos inflamáveis, necessitando certo cuidado quanto à escolha do
respectivo líquido gerador de espuma (LGE).
Considerando que a função principal da espuma como agente extintor é o ―abafamento‖,
o lançamento da mesma deverá ser _________, cobrindo toda a superfície do líquido incendiado.
Pó químico Seco: Muito eficaz para a extinção de pequenos incêndios, considerando a
dificuldade de aproximação em consequência do calor emanado das chamas.
CO2: Devido a sua rápida dispersão no ambiente, não é muito recomendado, todavia em
pequenos focos de incêndios poderá apresentar um bom grau de desempenho.
Água: Levando em consideração suas características de extinção, resfriamento e
abafamento, é muito eficiente, todavia deverá ser aplicada sempre em forma de ―_________‖,
atentando para não provocar o transbordamento do líquido incendiado, bem como a ocorrência
do BOILOVER.

Combate a incêndio em Gás combustível:

Ao se deparar com fogo em gás inflamável e não podendo conter o fluxo do mesmo, não
deverá extinguir o incêndio, apenas controlá-lo.
Um vazamento de gás inflamável será mais grave que a situação de incêndio, por reunir
condições propícias para uma explosão.
A conduta correta será o controle do incêndio, evitando sua propagação, bem como o
aumento de suas proporções.
Informações importantes sobre o Gás Liquefeito do Petróleo(GLP):
O GLP é um gás combustível de fácil combustão, o GLP é incolor e inodoro, mas, por
motivo de segurança, uma substância do grupo MERCAPTAN é adicionada para a identificação
de vazamentos, produzindo um cheiro especifico. O GLP não é corrosivo, poluente e nem tóxico,
mas se inalado em grande quantidade produz efeito anestésico.

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O GLP no estado gasoso é mais pesado que o ar (1.5 vezes) e mais leve que a água, por
isso, concentra-se nos local mais baixo (ralos, valos, canaletas, etc.) e mantém-se sobre a
superfície de um recipiente contendo água.

Combate a Incêndio “Classe C”

Materiais Energizados

Este tipo de incêndio pode ser extinto após o corte da energia elétrica, tornando-se classe
―A‖ ou ―B‖. Deve-se utilizar agentes extintores não condutores, como PQS, CO2 e Halon. Não se
deve utilizar extintores de _______ ou _________, devido ao perigo de choque elétrico.
Pode ser utilizada a _______ através de mangueiras, conforme tabela abaixo:

Baixa Tensão – Até 1.000V

Jato Neblinado Distância 1m


Jato Contínuo Distância 5m

Alta Tensão – Acima 1.000V

Jato Neblinado Distância 5m


Jato Contínuo Distância 10m

Porém, a água contém impurezas que a tornam condutora, sendo que se deve considerar
todos os riscos do combatente levar um choque elétrico.
O comandante da ação determinará o uso de água através de linhas de mangueira,
considerando os seguintes fatores:
 Determinação da voltagem da corrente;
 Distância entre o esguicho e o material energizado;
 Isolamento elétrico oferecido ao BM.

Deve-se preferencialmente, utilizar jato __________, pois a água nebulizada não conduz
corrente elétrica, por ser constituída de partículas não contínuas.

Ocorrência de Alta Tensão

A decisão do comandante do combate ao fogo não deve ser tomada sem a definição do
responsável técnico ou operador.

Procedimentos de Segurança Alta e Baixa Tensão

 Contato com técnico especializado;


 Cuidados extras com __________________________ de energia elétrica;
 No combate a incêndio em instalações elétricas em galerias, não se deve utilizar água,
pela proximidade com a eletricidade. Pode haver risco de explosão, devido a vapores
inflamáveis provenientes da combustão de fusíveis, relês ou de curto circuito;
 Quando forem encontrados fios caídos, deve-se isolar a área;
 Tratar todos os cabos como sendo _______________ e alta tensão;
 Cuidados extras no manuseio de escadas junto a fio elétricos;
 Cuidados com água empoçada junto ao material energizado;
 Providenciar isolamento do local;

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 Muitos materiais elétricos, como transformadores, quando submetidos ao fogo podem


liberar líquidos e gases tóxicos (produtos perigosos). Importante a utilização do EPI e
EPR.

Combate a Incêndio “Classe D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio,


alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio). Agentes especiais de extinção (que se fundam com o
material ou que retirem o calor). Reagem com a _______ arremessando partículas. Quanto maior
a fragmentação, maior a reação.

Características do incêndio:

 Apresenta-se basicamente quando na forma fragmentada;


 Maior problema para o BM é o agente extintor à situação especifica;
 Não apresentam comportamento padrão;
 Melhor método de extinção: ________________;
 Agentes extintores especiais: grafite seco, areia seca, cloreto de sódio e nitrogênio;
 Água pode ser utilizada em alguns casos.

Dica: Cuidado na instalação de indústrias nas cidades onde o BM atua, solicitar que a
edificação tenha o agente extintor adequado.

Incêndios e emergências em ambientes fechados

É o incêndio ou salvamento que ocorre em locais de pouca ou nenhuma ventilação.

Características:

 Ocorre em subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outras dependências;


 Insuficiência de __________, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis;
 Espaço limitado para entrada e saída;
 Riscos de colapso estrutural e instabilidade de estoques de material;
 Presença de estruturas metálicas aquecidas pelo fogo;
 Presença de eletricidade

Meio de segurança: Cabo guia para comunicação


Para cada equipe que entra na edificação deve haver uma do lado de fora para a
_____________. A comunicação deve existir entre os dois lados, sempre com resposta.

Segurança na Extinção

Durante o atendimento de ocorrências os combatentes devem sempre ter preocupação constante


com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando que os Bombeiros
trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las com atos seguro.

Principais atos que colocam em risco os combatentes

 Excesso de ____________ – Induz o combatente a acreditar-se invulnerável e


indestrutível.

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 Entrar em locais em __________, deixando chamas à sua retaguarda – constitui erro de


procedimento tal fato, uma vez que as chamas poderão ganhar volume, interditando a rota
de fuga do combatente, ou ainda, poderão causar danos à estrutura da edificação o que
causará o colapso da mesma, e igualmente bloquear a saída do combatente.
 Trabalhar ______________ – O combatente atuando desta forma, colocar-se-á à mercê
dos perigos contidos em uma edificação em chamas, sem que haja controle ou
conhecimento de sua situação.
 Não utilizando __________ – O não emprego dos EPIs, constitui erro que pode trazer
graves consequências para o combatente, uma vez que os EPIs, são necessários para
reduzir a incidência de ferimentos durante os trabalhos e ainda para permitir uma maior
aproximação do fogo, visando sua extinção.
 Ausência de sinalização no local da ocorrência – Quando do atendimento a ocorrências
em vias públicas, e não houver a presença de policiamento de trânsito no local, um
combatente deverá ser incumbido de sinalizar e isolar o local do evento, garantindo a
segurança dos combatentes envolvidos. Se necessário e viável as viaturas poderão ser
estacionadas de forma a proteger as equipes de combatentes do fluxo de veículos nas
proximidades da ocorrência.
 Contaminação com ____________________ – O combatente deverá estar atento para
não entrar em contato, nem permanecer sobre poças de líquidos inflamáveis, ou ainda
água que contenha resíduos de líquidos inflamáveis. De igual maneira deve estar atento o
combatente para o atendimento de ocorrências que envolvam ácidos e outras substâncias
perigosas, minimizando o contato com o referido produto, a fim de garantir sua
integridade física.

Cuidados básicos no atendimento de ocorrências.

 Evitar entrar em contato com Produtos Perigosos;


 Observar os cuidados relativos à possibilidade da existência de materiais energizados;
 Em ocorrências em vias urbanas, sinalizar a uma distância segura para possibilitar aos
motoristas tempo suficiente para sua reação;
 A noite em ocorrências em vias urbanas, empregar sinalização luminosa;
 Ao efetuar combate em edificações, evitar entrar sozinho, procure estar sempre em
duplas, e mantenha um combatente como segurança na parte externa da edificação,
observando ainda a situação de emprego da mangueira como equipamento guia, no caso
de emergência;
 Utilizar sempre o EPI correto, para o tipo de ocorrência;
 Trabalhar sempre em equipe, seguindo as orientações do escalão superior;
 Ao efetuar trabalhos acima do nível do solo, usar equipamentos de segurança (Cinto de
segurança – cabo da vida);
 Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização, o combatente não deverá
extinguir o fogo, caso não consiga conter o fluxo de combustível, sob pena de criar um
vazamento maior do que o já existente. No vazamento os gases geralmente são mais
pesados do que o ar e poderão se acumular em pontos mais baixos criando poças ou
bolsas, as quais poderão entrar em combustão;
 Promover o controle de todas as fontes de ignição nas proximidades de vazamentos de
fluídos inflamáveis (veículos, fósforos, isqueiros, fagulhas de ferramentas e elétricas);
 Sinalizar e isolar adequadamente o local da ocorrência, somente permitindo o acesso dos
combatentes ao local do evento. A entrada de quaisquer outras pessoas, inclusive
policiais, somente será permitida com a autorização do comandante do operação ( caso
haja autorização, estas pessoas deverão ser acompanhadas por um combatente);

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 No caso de ocorrências em vias públicas, evitar empregar sinalização com fogo (latas de
óleo ou outro combustível queimando), uma vez que poderá ocasionar a ignição do
produto derramado.

O combatente de serviço em atendimento de ocorrências poderá estar ainda exposto aos


seguintes riscos:

 Cair durante o desabamento de estruturas;


 Inalar gases tóxicos;
 Cortar-se;
 Receber choque elétrico;
 Torcer o pé ou joelho;
 Escorregar e cair;
 Tropeçar e cair;
 Queimar-se;
 Ficar preso sob objetos pesados, tendo partes do corpo esmagadas;
 Contaminar-se produtos químicos perigosos;
 Ser atingido por objetos que caem;
 Ser atropelado.

Rescaldo

É quando se elimina todos os riscos de reignição do incêndio. Procedimentos para o


Rescaldo:
 Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi extinto;
 Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio;
 Se o rescaldo for trabalhoso permitir que o combustível queime sob controle;
 Extinguir focos esparsos;
 Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água para dentro
do perímetro (se for o caso enterra-lo);
 Fazer rescaldo de modo que se preserve o local sinistrado, a fim de que se preservem as
evidências que causaram o sinistro.

Avaliação da lição

1. Indique a correspondência entre os termos de ambas as colunas, colocando nos espaços em


branco da segunda coluna, as letras equivalentes das classes de incêndio (primeira coluna).

Classe A ( ) Óleo, gorduras de cozinhas e piche


Classe B ( ) Equipamentos elétricos energizados
Classe C ( ) Magnésio, alumínio fragmentado e sódio
Classe D ( ) Gases combustíveis, graxas, álcool, gasolina
Classe K ( ) Papel, borracha, plástico, tecido, madeira

2. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe A.

3. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe B.

4. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe C.

5. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe D.

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Módulo II - Unidade Didática 4

Fundamentos Operacionais

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar os diversos tipos de extintores;


2) Identificar os extintores apropriados às respectivas classes de incêndio;
3) Conhecer princípios básicos de inspeção e manutenção;
4) Conceituar mangueira de incêndio;
5) Citar os tipos de Acondicionamento de Mangueiras, com suas respectivas finalidades;
6) Citar pelos menos 04 acessórios de mangueiras utilizados pelo Corpo de Bombeiros;
7) Citar as funções de uma guarnição de combate a incêndio completa e reduzida;
8) Citar quais são os tipos de linhas de mangueira;
9) Citar pelo menos 5 ferramentas ou equipamentos utilizados no combate a incêndio.

2.4 Fundamentos operacionais

Introdução

Extintores são recipientes metálicos que contém em seu interior agentes extintores para
combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Os extintores podem ser portáteis ou sobre
rodas, conforme o seu tamanho e uso. Os extintores portáteis também são conhecidos
simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas. Os extintores classificam-
se em conformidade com a classe de incêndio a que se destinam, ou seja, ―A‖, ―B‖, ―C‖ e ―D‖.
O sucesso na operação de um extintor dependerá basicamente de:

 Uma fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT);


 Uma adequada distribuição dos aparelhos na planta;
 Uma inspeção periódica da área a proteger;
 Uma manutenção adequada e eficiente; e
 Pessoal habilitado no correto manuseio do aparelho.

Tipos de agentes extintores

Os extintores devem conter uma carga de agente extintor em seu interior, essa carga é
chamada de __________________ e é especificada em norma.

Água

É o agente extintor mais _________ na natureza. Age principalmente por ____________.

Pó-Químico Seco

Os pós-químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato


de potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo,
extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento.

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Gás Carbônico (CO²)

Também conhecido como dióxido de carbono, o CO² é um gás mais pesado que o ar, sem
cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso (mas asfixiante). Age
principalmente por _______________, tendo, secundariamente, ação de resfriamento. Por não
deixar resíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios em
equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores).

Compostos Halogenados (Halon)

São compostos químicos formados por elementos halogênios, tais como o flúor, o cloro,
o bromo e o iodo. Atuam na quebra da reação em cadeia devido às suas propriedades
específicas e, de forma secundária, por abafamento. Tais extintores hoje estão fora do mercado,
uma vez que os materiais utilizados prejudicam a camada de ozônio.

Espuma

A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação. Mais leve
que todos os líquidos inflamáveis é utilizada para extinguir incêndios por _____________ e, por
conter água, possui uma ação secundária de resfriamento.

Considerações Sobre Extintores Portáteis

São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater _____________ de incêndio.


Recebem o nome do agente extintor que transportam em seu interior (por exemplo: extintor de
água, porque contém água em seu interior). Os extintores podem ser:
Extintor De Água

 Pressurizado ou por pressão injetada.


 Manual do tipo costal.

Características de um extintor de água (pressurizado)

Capacidade 10 litros
Unidade extintora 10 litros
Aplicação Incêndio de classe ―A‖
Alcance do jato Até 10 metros
Tempo de descarga 60 segundos
Funcionamento: a pressão interna expele a água quando o gatilho é acionado.

Características de um extintor manual de água (bomba manual)

Capacidade 10 a 20 litros
Aplicação Incêndio de classe ―A‖
Tempo de descarga e alcance Conforme o operador
Funcionamento: a pressão é produzida manualmente.

Características de um extintor de água tipo costal: É preso às costas do operador por


alças. O esguicho já é acoplado à bomba. Opera-se com as duas mãos: uma controla o jato
d‘água e a outra, com movimento de ―vai e vem‖, aciona a bomba.

Extintor de pó químico seco:

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 Pressurizado.
 Pressão injetada

Características de um extintor de PQS pressurizado

Capacidade 1, 2, 4, 6, 8 e 12 Kg
Unidade extintora 4 Kg
Aplicação Incêndios classes ―B‖ e ―C‖
Alcance médio do jato 5 metros
Tempo de descarga 15 segundos para extintor de 4 Kg
25 segundos para extintor de 12 Kg
Funcionamento: O pó sob pressão é expelido quando o gatilho é acionado.

Características de um extintor de PQS de pressão injetada

Capacidade 4, 6, 8 e 12 Kg
Unidade extintora 4 Kg
Aplicação Incêndios classes ―B‖ e ―C‖
Alcance médio do jato 5 metros
Tempo de descarga 15 segundos para extintor de 4 Kg
25 segundos para extintor de 12 Kg
Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há um cilindro de gás comprimido que ao ser aberto
pressuriza o extintor, expelindo o pó quando o gatilho é acionado.

Extintor de gás carbônico (CO²)

Características de um extintor de CO²

Capacidade 4, 6, 8 e 12 Kg
Unidade extintora 6 Kg
Aplicação Incêndios classes ―B‖ e ―C‖
Alcance do jato 2,5 metros
Tempo de descarga 25 segundos
Funcionamento: O gás é armazenado sob pressão e liberado quando o gatilho é acionado. Segure
pelo punho do difusor, quando da operação, para evitar lesões.

Extintor de espuma

 Mecânica (pressurizado).
 Mecânica (pressão injetada).
 Química.

Características de um extintor de espuma mecânica (pressurizado)

Capacidade 9 litros (mistura de água e LGE)


Unidade extintora 9 litros
Aplicação Incêndios classes ―A‖ e ―B‖
Alcance médio do jato 5 metros
Tempo de descarga 60 segundos
Funcionamento: A mistura de água/LGE já está sob pressão. É expelida pelo acionado do gatilho
e o passar pelo esguicho, ocorre à mistura com o ar, que forma a espuma.

Características de um extintor de espuma mecânica (pressão injetada)


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Capacidade 9 litros (mistura de água e LGE)


Unidade extintora 9 litros
Aplicação Incêndios classes ―A‖ e ―B‖
Alcance médio do jato 5 metros
Tempo de descarga 60 segundos
Funcionamento: Um cilindro de gás comprimido acoplado ao corpo do extintor ao ser aberto,
pressuriza-o, expelindo a mistura de água/LGE quando acionado o gatilho.

Características de um extintor de espuma química

Capacidade 10 litros (total dos reagentes)


Unidade extintora 10 litros
Aplicação Incêndios classes ―A‖ e ―B‖
Alcance médio do jato 7,5 metros
Tempo de descarga 60 segundos
Funcionamento: Colocando o extintor de cabeça para baixo, os reagentes (soluções aquosas de
sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio) entram em contato e reagem quimicamente,
formando a espuma. Depois de iniciado o funcionamento não é possível interromper a descarga.

Extintores sobre rodas (carretas)

Os extintores sobre rodas, também chamados de _____________, são aparelhos


montados sobre rodas e com grande quantidade de agente extintor. As carretas recebem o nome
do agente extintor que transportam, da mesma forma que os extintores portáteis.
Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes aparelhos
geralmente é realizada por dois operadores.
As carretas podem ser:

 de água;
 de espuma mecânica;
 de espuma química;
 de pó químico seco;
 de gás carbônico.

Manutenção e inspeção

A manutenção começa com o exame _____________ e completo dos extintores e termina com a
correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada
através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de
identificação, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na mangueira,
peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros.

Tipos de inspeções:

Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização.


Mensais: Verificar se o _______ ou a ______________ do extintor estão obstruídos. Observar a
pressão do manômetro (se houver), o lacre e o pino de segurança.
Semestrais: Verificar o ______ do extintor de CO² e do cilindro de gás comprimido, quando
houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar.
Anuais: Verificar se não há ____________ no extintor, avaria no pino de segurança e no lacre.
Recarregar o extintor se constatado qualquer violação nestes itens.

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Quinquenais: Fazer o __________________, que é a prova a que se submete o extintor a cada


cinco (5) anos ou toda vez que o aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposição a
temperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal habilitado e
com equipamentos especializados.

Quadro resumo de extintores

Agente Extintor
Incêndio
Água PQS CO² Halon Espuma Espuma
Química Mecânica
Classe ―A‖ Eficiente Pouco Pouco eficiente Pouco eficiente Pouco Pouco
eficiente eficiente eficiente
Classe ―B‖ Não Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente
Classe ―C‖ Não Eficiente* Eficiente Eficiente Não Não
Classe ―D‖ Não PQS** Não Não Não Não
Unidade 10 l 4 Kg 6 KG 2 Kg*** 10 l 9l
Extintora
Alcance 10 m 5m 2,5 m 3,5 m 7,5 m 5m
médio do jato
Tempo de 60 s 15 s 25 s 15 s 60 s 60 s
descarga
Método de Resfriamento Quebra da Abafamento e Químico e Abafamento Abafamento
extinção reação em resfriamento abafamento e resfriamento e resfriamento
cadeia e
abafamento
OBSERVAÇÕES:
* O uso de PQS não é indicado em equipamentos com componentes sensíveis.
** Para incêndio classe ―D‖ use somente PQS especial.
*** Unidade extintora especificada pelo CB.

Mangueiras de incêndio

É o equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntas


de união, destinado a conduzir água sob pressão. O revestimento interno do duto é um tubo de
borracha que impermeabiliza a mangueira, evitando que a água saia do seu interior.
A capa do duto flexível é uma lona, confeccionada em fibras naturais ou sintéticas, que
permite à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e as difíceis condições de trabalho
do combatente.

Classificação das Mangueiras

Quanto à composição das fibras

As mangueiras podem ser de fibras naturais ou fibras sintéticas. As fibras vegetais são
oriundas de vegetais (algodão, cânhamo, linho). As sintéticas são fabricadas na indústria a partir
de substâncias químicas.
As fibras sintéticas apresentam diversas vantagens sobre as naturais, tai como: peso
reduzido, maior resistência à pressão, ausência de fungos, manutenção mais fácil, baixa absorção
da água. Pelos motivos citados são as mais utilizadas pelo Corpo de Bombeiros.

- Quanto ao diâmetro

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As mangueiras classificam-se também quanto ao seu diâmetro, sendo normalmente


utilizadas pelo Corpo de Bombeiros as de ____mm (1½ polegada); 63 mm (2½ polegadas);
___mm (3 polegadas) e ____mm (4 polegadas).

– Quanto a Disposição das lonas

As mangueiras podem ser classificadas quanto disposição das lonas em mangueiras de


lona simples, lona dupla e de lona revestida por material sintético.
As mangueiras do tipo lona _________ são constituídas de um tubo de borracha, envolvido por
uma camada têxtil, que forma a lona.
As mangueiras do tipo lona ________ são constituídas de um tubo de borracha,
envolvido por duas camadas têxteis sobrepostas.
As mangueiras do tipo lona revestida por materiais sintéticos são constituídas de um tubo
de borracha, envolvido por uma ou duas camadas têxteis revestidas por material sintético. Esse
tipo de material permite à mangueira ter maior resistência aos efeitos destrutivos de ácidos,
graxas, abrasivos e outros agentes agressores.

Juntas de união: São peças metálicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, que
servem para unir lances entre si ou ligá-los a outros equipamentos hidráulicos.

O Corpo de Bombeiros de SC, adota como padrão as juntas de união de engate rápido
tipo Storz.

Juntas

Acondicionamento de Mangueiras

São as maneiras de dispor as mangueiras, em função de sua utilização. São classificadas


em três tipos de acondicionamento a saber:
Em Espiral: Própria para o armazenamento, devido ao fato de apresentar uma dobra
suave, que provoca pouco desgaste no duto. Uso desaconselhável em operações de incêndio,
tendo em vista a demora de estendê-la e a inconveniência de lançá-la, o que pode ocasionar
avarias nas juntas de união.

Espiral

Aduchada: É de fácil manuseio, tanto no combate a incêndio quanto no transporte. O desgaste


do duto é pequeno por ter apenas uma dobra.

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Aduchada

Ziguezague: Acondicionamento próprio para linhas prontas, na parte superior ou lateral da


viaturas. O desgaste do duto é maior devido ao número de dobras.

Ziz e Zag

Acessórios Hidráulicos

São peças que permitem a utilização segura de outros equipamentos hidráulicos


possibilitando a versatilidade na tática de combate a incêndios.

Adaptação: Peça metálica que permite a conexão do equipamento hidráulico com a junta
de rosca, com outro equipamento hidráulico com junta de união tipo engate rápido.
Coletor: Peça que se destina a conduzir para uma só linha, água proveniente de duas ou
mais linhas.
Derivante: Peça metálica destinada a dividir uma linha de mangueira em outra de
diâmetro inferior.
Redução: Peça usada para transformar uma linha ( ou expedição ) em outra de maior
diâmetro.
Tampão: Os tampões destinam-se a vedar as expedições desprovidas de registro que
estejam em uso, e a proteger as extremidades das uniões contra eventuais golpes que possam
danificá-las.

Equipamentos

Ferramentas

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São utensílios para facilitar o acoplamento e desacoplamento de uniões, acessórios ou


aberturas e fechamento de registro. Usualmente Corpo de Bombeiros de SC, utiliza 02
ferramentas a saber:

Chave de Mangueira: Destina-se a facilitar o acoplamento e desacoplamento das


mangueiras. Apresenta na parte curva dentes que se encaixam nos ressaltos existentes no corpo
das juntas de união.
Chave de Magote: Ferramenta que possui boca com formato próprio para aperto e
desaperto das conexões tipo mangote.

Guarnições de combate a incêndio


É o __________________ de bombeiros que irão trabalhar em uma operação de combate
a incêndios, distribuídos numa viatura auto bomba tanque. A guarnição poderá ser completa ou
reduzida, quando não existam combatentes suficientes para preencher todas as funções.

Guarnição completa

A guarnição completa é composta por ___________ combatentes, sendo atribuído a cada


componente um número, de forma a identificar sua função:

Nº Função Sigla
1 Chefe da Linha da Direita CLD
2 Chefe da linha da Esquerda CLE
3 Auxiliar da Linha da Direita ALD
4 Auxiliar da Linha da Esquerda ALE
5 Comandante da Guarnição CMT GU
6 Operador e condutor da Viatura OCV

Guarnição reduzida

A guarnição reduzida, nos locais onde não tiver combatentes para formar a guarnição
completa, disporá apenas de __________ combatentes:

Nº Função Sigla
1 Chefe de Linha e Comandante CLC
2 Auxiliar de Linha ALI
3 Operador e Condutor de Viatura OCV

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Esquema 2 - Posicionamento da Guarnição Reduzida

Comando

Toda ocorrência de incêndio requer uma avaliação inicial e uma organização de tarefas
para seu sucesso. Por isso, toda guarnição terá um ___________. Caberá a este avaliar a cena da
ocorrência, gerenciar os riscos e traçar estratégias para um combate eficaz e seguro.
Como consequência disso, cabe ao comandante da guarnição distribuir as funções de cada
componente da guarnição, de acordo com sua experiência, ______________________ e
especialidade. Para definir o que cada um deverá fazer na ocorrência, o comandante, após avaliar
a situação reunirá sua guarnição e determinará suas ações.
Sugere-se, que no início do serviço, cada comandante de guarnição faça um simulado dos
procedimentos de armar estabelecimentos para condicionar cada qual em sua função. Tão logo a
guarnição chegue ao local da ocorrência, cada integrante deverá ter sua função previamente
definida e se posicionará de acordo com o especificado nos esquema 1 ou 2, dependendo do
caso. O comandante fará uma avaliação inicial da cena do incêndio e repassará as orientações e
dará o comando de como proceder, da seguinte forma:

―Atenção Guarnição:
Armar um estabelecimento com um lance de mangueira na adutora;
Com duas linhas de ataque de dois lances de mangueira cada uma;
Linha da direita ataca em tal ponto;
Linha da esquerda ataca em tal ponto;
Bomba armar.”

Linhas de mangueiras e evoluções

Linhas de mangueiras

Linhas de mangueira são os conjuntos de mangueiras acopladas, formando um sistema


para o transporte de água. Dependendo da utilização, podem ser: ______________________ ,
______________________, e ______________________.

Linha Adutora

É aquela destinada a conduzir água de uma fonte de abastecimento para um reservatório.


Por exemplo: de um hidrante para o tanque de viatura, e de uma expedição até o derivante, com
diâmetro mínimo de 63mm, no mínimo, podendo conter vários lances de mangueiras para esse
propósito

Linha de Ataque

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É o conjunto de mangueiras utilizado no combate direto ao fogo, isto é, a linha que tem
um esguicho numa das extremidades. Pela facilidade de manobra, utiliza-se, geralmente,
mangueira de 38mm. A linha de ataque pode conter vários lances de mangueiras.

Linha Direta

É a linha de ataque, composta por um ou mais lances de mangueira, que conduz,


diretamente, a água desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.

Linha Siamesa

A linha siamesa é composta de duas ou mais mangueiras adutoras, destinadas a conduzir


água da fonte de abastecimento para um coletor, e deste, em uma única linha, até o esguicho ou a
aumentar o volume de água a ser utilizada em uma adutora.

Montagem de estabelecimentos

Chama-se estabelecimento o conjunto de linhas de _____________ destinadas ao


_____________________. Para cada situação poderá ser montado um estabelecimento diferente,
ficando a decisão a critério do comandante da guarnição.
A primeira preocupação é a montagem da linha adutora. A linha adutora sempre será
montada, no mínimo, com uma mangueira de 63 mm (2 ½ polegadas)
O comandante conduzirá o derivante o mais próximo possível do incêndio, onde será
conectado na linha adutora. Do derivante sairão às linhas de ataque, tantas quantas sejam
determinadas pelo comandante. Existem derivantes com duas ou três saídas. Conectada a linha
adutora, o comandante ordenará ―ÁGUA NA ADUTORA‖, para que o Operador e condutor da
viatura pressurize a linha.
O próximo passo é a montagem das linhas de ataques, que normalmente utilizam lances
de mangueira de 38 mm (1½ polegadas). Cabe a cada auxiliar montar sua respectiva linha de
ataque, conectando a mesma ao derivante e entregando a outra ponta da mangueira ao chefe da
linha para a conexão ao esguicho. Tão logo esteja à linha montada, cabe ao chefe da linha
ordenar ―ÁGUA NA LINHA (DIREITA OU ESQUERDA)‖. Com isto o comandante liberará
água para a linha que começará as ações de combate ao fogo. É imprescindível que a linha da
direita seja a primeira a ser montada e dar início ao combate. Tão logo as linhas de ataque
estejam montadas, os auxiliares de linha se posicionarão atrás do respectivo chefe de linha, para
auxiliá-lo nas ações de combate.

Montagem de estabelecimento com uma adutora e duas linhas de ataque

Comandante da Guarnição: Conduzirá o derivante até um local bem próximo ao


incêndio. Aguardará a conexão da linha adutora pelo auxiliar da linha da esquerda e determinará
a pressurização da rede através do comando ―ÁGUA NA ADUTORA‖. Aguardará a conexão
das linhas de ataque e liberará o registro do derivante a partir do comando do chefe de cada
linha. Posicionar-se-á de forma a visualizar toda a ação da guarnição e evolução dos trabalhos.
Chefe da linha da direita: Conduzirá um esguicho até o local próximo ao combate.
Conectará a junta da mangueira da linha de ataque ao esguicho e pedirá ―ÁGUA NA LINHA DA
DIREITA‖ e iniciará o combate ao fogo.
Chefe da linha da esquerda: Conduzirá um esguicho até o local próximo ao combate.
Conectará a junta da mangueira da linha de ataque ao esguicho e pedirá ―ÁGUA NA LINHA DA
ESQUERDA‖ e iniciará o combate ao fogo.
Auxiliar da linha da Direita: lançará a linha de ataque e entregará a ponta da mangueira
ao chefe da linha da direita. Conectará a linha de ataque na linha adutora e se posicionará atrás

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do chefe da linha da direita de forma a dar-lhe sustentação e segurança, bem como auxiliá-lo no
que for necessário.
Auxiliar da linha da esquerda : lançará a linha adutora entregando a ponta da
mangueira ao operador e condutor da viatura. Conectará a linha adutora ao derivante. Buscará no
caminhão uma mangueira de 38 mm (1½ pol), lançará a linha de ataque e entregará a ponta da
mangueira ao chefe da linha da esquerda. Conectará a linha de ataque na linha adutora e se
posicionará atrás do chefe da linha da esquerda de forma a dar-lhe sustentação e segurança, bem
como auxiliá-lo no que for necessário.
Condutor e operador de viatura: posicionará a viatura em local seguro e sinalizará o
local. Providenciará o isolamento do local da ocorrência; conectará a linha adutora ao caminhão
e pressurizará a rede de acordo com a ordem do comandante da guarnição. Operará a bomba de
forma a manter a pressão na rede, bem como informará ao comandante da quantidade de água
utilizada.

Esquema 3 – Montagem de estabelecimento com uma adutora e duas linhas de ataque com
um lance cada linha

Montagem de um estabelecimento com guarnição reduzida com linha direta

Chefe de linha e comandante: De posse de um esguicho, deslocar-se-á para um local


próximo ao fogo. Conectará a linha de ataque ao esguicho e determinará ao condutor e operador
da viatura que pressurize a rede com o comando. ―ÁGUA NA LINHA ― e iniciará o combate.
Auxiliar de Linha: lançará um lance de mangueira de 38 mm e entregará uma ponta ao
operador de condutor de viatura. Entregará a outra ponta ao chefe de linha e se posicionará atrás
deste para auxiliá-lo no combate.
Operador e condutor de viatura: posicionará a viatura em local seguro e sinalizará o
local. Providenciará o isolamento do local da ocorrência; conectará a linha direta, usando um
redutor junto à boca expulsora do caminhão e pressurizará a rede de acordo com a ordem do
chefe de linha e comandante. Operará a bomba de forma a manter a pressão na rede, bem como
informará ao comandante da quantidade de água utilizada.

Esquema 4 – montagem de estabelecimento com guarnição reduzida e com linha direta

Montagem de estabelecimento em edificações verticalizadas

Em edificações verticalizadas deve-se observar a existência de sistema hidráulico próprio.


A informação pode ser obtida pela presença ou não do hidrante de recalque. Tal hidrante é

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localizado junto à calçada, na entrada da edificação (na maioria das vezes) e servirá como linha
adutora para a pressurização da rede interna da edificação.
Muitas vezes a tampa do hidrante de recalque pode estar emperrada e não possibilitar sua
abertura, nem por isso à rede deixará de ter sua utilidade. Pode-se fazer o recalque da rede
utilizando-se o hidrante de parede do primeiro pavimento. Não é aconselhável a utilização das
mangueiras dos abrigos internos, pois estas podem se encontrar danificadas pelo
acondicionamento prolongado. Recomenda-se que a guarnição leve consigo um lance de
mangueira de 38 mm e um esguicho.
A linha adutora poderá ser montada por fora da edificação e içada através de um cabo de
salvamento ou ser montada nas escadas de aceso ao interior do prédio. Neste último caso, deverá
a guarnição iniciar a montagem da linha adutora do pavimento térreo e ir subindo com os lances
de mangueira até o local do incêndio. Tal procedimento é extremamente cansativo e moroso, o
que acaba retardando as ações de combate. Para facilitar essas ações é importante que no interior
das viaturas existam lances de mangueira acondicionadas na forma zig-zag, pois facilita o
lançamento em espaço reduzido.
Convém salientar que em edificações, o combatente deverá fazer uso de todo
equipamento de proteção individual disponível (bota, calça, jaqueta, balaclava, capacete, luva),
bem como do equipamento de proteção respiratória.

Equipamentos para auxilio ao combate a incêndios

Dentre os equipamentos e ferramentas que podem ser utilizados em uma ação de


Combate a Incêndios pode-se citar o seguinte:
Escadas: Podem ser, entre outras, do tipo simples, de gancho ou prolongável.
Exaustores: São extratores que agem por sucção, colhendo os gases existentes na parte
interna da edificação, lançando-os para fora.
Ventiladores: Podem ou não utilizar dutos. Eles insuflam ar da parte externa para
ambientes fechados. Existem elétricos, hidráulicos ou com motores à combustão. Os últimos são
os mais comuns.
Alavanca: Barra de ferro rígida que se emprega para mover ou levantar objetos pesados.
Apresenta-se em diversos tamanhos ou tipos.
Alavanca de unha: Alavanca utilizada nas operações que necessitam muito esforço. Pos-
sui uma extremidade achatada e curva que possibilita o levantamento de grandes pesos, e um
corte em "V" para a redrada de pregos.
Alavanca pé-de-cabra: Possui uma extremidade achatada e fendida. à semelhança de um
pé-de-cabra. É muito utilizada no forçamento de portas e janelas por ter pouca espessura. o que
possibilita entrar em pequenas fendas.
Alavanca de extremidade curva: Também denomina-se alavanca em "S". Possui
extremidades curvas, sendo uma afilada e outra achatada.
Alavanca multiuso: Possui uma extremidade afilada e chata formando uma lâmina, em
cuja lateral estende-se um punção. em cujo topo há uma superfície chata. Na outra extremidade
há uma unha afilada com entalhe em "V".
Alicate: Ferramenta destinada ao aperto de pequenas porcas, corte de fios metálicos e
pregos finos.
Alicate de pressão: Ferramenta destinada a prender-se a superfícies cilíndricas,
possibilitando a rotação das mesmas e possuindo regulagem para aperto.
Arco de Serra: Ferramenta constituída de uma armação metálica de formato curvo que
sustenta uma serra laminar. Destina-se a efetuar cortes de metais.
Chave de Fenda: Ferramenta destinada a encaixar-se na fenda da cabeça do parafuso,
com finalidade de apertá-lo ou desapertá-lo.
Chave de Grifo: Ferramenta dentada, destinada a apertar, desapertar ou segurar peças
tubulares.

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Chave Inglesa: Substitui, em certos casos, as chaves de boca fixa. Ê utilizada para
apertar ou desapertar parafusos e porcas com cabeças de tamanhos diferentes, pois sua boca é
regulável.
Corta-a-Frio: Ferramenta para cortar telas, correntes, cadeados e outras peças metálicas.
Croque: É constituído de uma haste, normalmente de madeira ou plástico rígido, tendo
na sua extremidade uma peça metálica com uma ponta e uma fisga.
Cunha Hidráulica: Equipamento composto por duas sapatas expansíveis formando uma
cunha, que abre e fecha hidraulicamente. Presta-se a afastar certos obstáculos.
Eletro-corte: Aparelho destinado ao corte de chapas metálicas.
Machado: Ferramenta composta de uma cunha de ferro cortante fixada em um cabo de
madeira, podendo ter na outra extremidade formato de ferramentas diversas.
Malho: Ferramenta similar a um martelo de grande tamanho, empregado no trabalho de
arrombamento.
Martelete Hidráulico e Pneumático: Ferramenta que serve para cortar ou perfurar
metais e cortar, perfurar ou triturar alvenaria.
Martelo: Ferramenta de ferro, geralmente com um cabo de madeira, que se destina a
causar impacto onde for necessário.
Motor de Bombeamento de Óleo Hidráulico: Aparelho destinado à compressão do óleo
hidráulico, para o funcionamento das ferramentas de corte, alargamento e extensão.
Moto-Abrasivo: Aparelho com motor que, mediante fricção, produz cortes em materiais
metálicos e em alvenarias.
Oxicorte: Aparelho destinado ao corte de barras e chapas metálicas.
Picareta: Ferramenta de aço com duas pontas, sendo uma pontiaguda e a outra achatada.
É adaptada a um cabo de madeira e empregada nos serviços de escavações, demolições e na
abertura de passagem por obstáculo de alvenaria.
Punção: Ferramenta de ferro ou aço. pontiaguda, destinada a furar ou empurrar peças
metálicas, com uso de martelo.
Talhadeira: Ferramenta de ferro ou aço. com ponta achatada, destinada a cortar
alvenaria, com uso de martelo.

CUIDADOS

 Alguns cuidados básicos devem ser tomados ao se efetuar uma entrada forçada:
 verificar a estabilidade cia edificação ou estrutura antes de entrar;
 verificar se portas e janelas encontram-se abertas, antes de forçá-las;
 transportar ferramentas com segurança;
 identificar atmosfera explosiva. Na dúvida, agir como se fosse;

Avaliação da lição

1. Cite 3 tipos de extintores portáteis;

2. Conceituar mangueira de incêndio;

3. Citar os tipos de Acondicionamento de Mangueiras, com suas respectivas finalidades;

4. Citar pelos menos 04 acessórios de mangueiras utilizados pelo Corpo de Bombeiros;

5. Citar as funções de uma guarnição de combate a incêndio completa e reduzida;

6. Citar quais são os tipos de linhas de mangueira;

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Módulo II - Unidade Didática 5

Fundamentos Técnicos

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar tipos de espuma


2) Definir os tipos de jatos;
3) Identificar os extintores apropriados às respectivas classes de incêndio;
4) Compreender os fundamentos e princípios básicos de uma operação de busca e resgate;
5) Descrever ventilação; Citar pelo menos 03 das regras gerais para a execução de
ventilação;
6) Descrever os fenômenos Flashover; Backdraft; Citar duas ações para evitar a formação de
um Backdraft.

2.5 Fundamentos técnicos

Emprego de espuma

A espuma é uma das formas de aplicação de água. É constituída por um aglomerado de


bolhas de ar ou gás formado por solução aquosa. Flutua sobre os líquidos, devido à sua baixa
densidade.
A espuma apaga o fogo por __________, mas, devido à presença de água em sua
constituição, age, secundariamente, por ______________.

Atuação da espuma

A espuma atua sobre os líquidos inflamáveis de três formas:


 isolando o combustível do ar: A espuma flutua sobre os líquidos, produzindo uma
cobertura que impede o contato com o ar (oxigênio), extinguindo o incêndio por
abafamento.
 resfriando o combustível: A água na espuma, ao drenar, resfria o líquido e, portanto,
auxilia na extinção do fogo.
 isolando os gases inflamáveis: Os líquidos podem liberar vapores
 inflamáveis. A espuma impede a passagem desses vapores, evitando incêndios.

Formação da espuma

A espuma pode ser formada por reação _________ ou processo _________, daí as
denominações espuma química ou espuma mecânica.

Espuma química
É formada pela reação do bicarbonato de sódio e sulfato de
alumínio. Devido às desvantagens que apresenta, vem se tornando
obsoleta, uma vez que a espuma mecânica é mais econômica, mais
eficiente e de fácil utilização na proteção e combate ao fogo.

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Espuma mecânica

É formada pela mistura de água, líquido gerador de espuma (ou extrato formador de
espuma) e ar.
O líquido gerador de espuma é adicionado à água através de um aparelho
(proporcionador), formando a pré-mistura (água e LGE). Ao passar pelo esguicho, a pré-mistura
sofre batimento e o ar é, dessa forma, a ela acrescentado, formando a espuma. As características
do extrato definirão sua proporção na pré-mistura (de 1% até 6%).
A espuma mecânica é classificada, de acordo com sua taxa de expansão, em
três categorias:
 Baixa expansão: quando (um) 1 litro de pré-mistura produz até 20 litros de espuma
(espuma pesada);
 Média expansão: quando 1 litro de pré-mistura produz de 20 a 200 litros de espuma
(espuma média);
 Alta expansão: quando 1 litro de pré-mistura produz de 200 a 1.000 litros de espuma
(espuma leve).

Líquido gerador de espuma (LGE)

É classificado, conforme sua composição química, em proteínico ou sintético.

LGE proteínico (ou proteico)

É produzido a partir de proteínas animais e vegetais, às quais são adicionados


(dependendo do tipo de extrato) outros produtos. A partir desta mistura, são obtidos os vários
tipos de extratos:

Proteínico comum
Flúor proteínico: Proteínico resistente a solventes polares:

LGE sintético

É produzido a partir de substâncias sintéticas.


As espumas sintéticas dividem-se nos tipos: comum, ―água molhada‖, ―água leve‖ e espuma
resistente a solventes polares:
Espuma sintética comum: pode ser usada em baixa expansão, média expansão, alta
expansão e também como água molhada.
Água molhada: trata-se de um LGE em proporção de 0,1 a 1% na pré-mistura, aplicado
com esguicho regulável ou universal. É um agente umectante. Nesta proporção, há baixa tensão
superficial (menor distância entre as moléculas da água), permitindo maior penetração em
incêndios tipo classe A. outra aplicação para a “água molhada” se dá como agente
emulsificador, para remoção de graxas e óleos (lavagem de pista, por exemplo);
Água leve: O AFFF (Filme Aquoso Formador de Espuma) é uma espuma sintética, à
base de substâncias fluoretadas, que forma uma película aquosa que permanecerá sobre a
superfície do combustível, apagando o fogo e impedindo a reignição.
Pode ser aplicado com qualquer tipo de esguicho e é compatível com o pó químico, isto
é, pode haver ataque a incêndio utilizando os dois agentes extintores ao mesmo tempo. O AFFF
(água leve) não se presta à alta ou média expansão.
Sintética resistente a solventes polares: é uma espuma sintética à qual são acrescentados
aditivos que a tornam resistente a solventes polares. Presta-se para o combate a incêndio
envolvendo líquidos polares e não polares.

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Aplicação da espuma: A melhor maneira de aplicar espuma é lançá-la contra uma


superfície sólida (anteparo, borda do tanque, parede oposta ou outro obstáculo) de maneira que a
espuma escorra, cobrindo o líquido em chamas.
Se o líquido está derramado no solo (poças), deve-se, inicialmente, fazer uma camada de
espuma à frente do fogo, empurrando-a em seguida. O jato deve atingir toda a extensão da
largura do fogo, em movimentos laterais suaves e contínuos.
A dosagem da pré-mistura (proporção água LGE) deve obedecer às especificações do
LGE; O esguicho utilizado deve ser compatível com o proporcionador. A vazão nominal do
proporcionador não pode ser maior que a do esguicho e nem menor; Antes de iniciar o trabalho,
deve-se ter certeza de que há LGE e água suficientes.

Equipamentos

Proporcionador “entrelinhas”
Equipamento colocado numa linha de mangueira para adicionar o L.G.E à água para o
combate a incêndio. O proporcionador ―entrelinhas‖ de espuma dispõe de dispositivo ―venturi‖,
que succiona o LGE e possui válvula dosadora, com graduação variando de 1 a 6%, para ser
usada conforme o tipo de LGE.

O proporcionador pode ser usado entre dois lances de mangueiras, diretamente da


expedição da bomba ou junto ao esguicho. Na utilização do proporcionador, deve-se observar a
diferença de altura e a distância entre ele e o equipamento formador de espuma. Os
equipamentos não devem estar em desnível superior a 4,5m e a uma distância superior a 45m.
Sob pena de prejudicar a formação da espuma, a pressão de entrada no proporcionador deve ser 7
kgf/cm2 (100 PSI) e nunca inferior a 5 kgf/cm2 (75 PSI).

Cuidados na utilização da espuma


Não utilizar espuma em incêndio de classe C e nem em materiais que reajam
violentamente com a água; LGEs diferentes não devem ser misturados, pois a mistura prejudica a
formação da espuma;
Alguns pós-químicos são incompatíveis com espuma. Se forem usados simultaneamente, pode
ocorrer a destruição da espuma (certificar-se de quais são os pós-químicos compatíveis, antes de
atacar o fogo, combinando ESPUMA + PQS);
Os equipamentos devem ser inteiramente limpos com água, após o uso;
Os equipamentos devem ser testados periodicamente. O LGE deve ser armazenado em
recipientes hermeticamente fechados, em ambientes que não excedam a temperatura de 450 C e
não recebam raios solares diretamente; Os recipientes de LGE proteínicos, quando armazenados,
devem ser inspecionados visualmente.

Jatos
Jato é o formato dado à água ou outro agente extintor, do esguicho ao ponto desejado.
Através da pressão de operação do esguicho e da sua regulagem, o agente extintor
adquire a forma desejada, que é ainda influenciada pela sua velocidade e pelo seu
volume, pela gravidade e pelo atrito com o ar.
Através da correta aplicação dos jatos, obtêm-se os seguintes resultados:
 Resfriamento, pela aplicação de água sobre o material em combustão;
 Redução da temperatura atmosférica no ambiente, pela absorção e/ou

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 dispersão da fumaça e gases aquecidos;


 Abafamento, quando se impede o fornecimento de oxigênio ao fogo;
 Proteção aos combatentes ou materiais contra o calor, através do jato em forma
 de cortina de água;
 Ventilação, através do arrastamento da fumaça (ver o capítulo ―ventilação‖).

Propriedades extintoras da água


A água é capaz de absorver grandes quantidades de calor e quanto maior a sua
fragmentação mais rápida a ____________________. A transformação da água em vapor é outro
fator que influencia na extinção de incêndios. Seu volume aumenta _______ vezes, na passagem
do estado líquido para o gasoso. Este grande volume de vapor d‘água desloca um volume igual
de ar ao redor do fogo, reduzindo, deste modo, a quantidade de oxigênio disponível para
sustentar a combustão.

Pressão
Pressão é a ação de uma força sobre uma área. Em termos práticos, a pressão é a força
que se aplica na água para esta fluir através de mangueiras, tubulações e esguichos, de uma
extremidade a outra. É importante notar que o fluxo em si não caracteriza a pressão, pois se a
outra extremidade do tubo estiver fechada por uma tampa, a água estará ―empurrando‖ a tampa,
apesar de não estar fluindo.

Perda de carga
A água ____________ tende a se distribuir em todas as direções, como quando se enche
uma bexiga de borracha com ar. Contudo, as paredes internas de mangueiras, tubulações,
esguichos, etc., impedem a expansão da água em todas as direções, conduzindo-a numa única
direção. Ao evitar a expansão da água, direcionando-a, as paredes absorvem parte da força
aplicada na água, ―roubando‖ energia. Isto explica por que a força aplicada diminui de
intensidade à medida que a água vai caminhando pelas tubulações. A isto chamamos perda de
carga. A força da gravidade é um outro fator que acarreta perda de carga.

Golpe de aríete
Quando o fluxo de água, através de uma tubulação ou mangueira, é _____________ de
súbito, surge uma força resultante que é chamada ―golpe de aríete”. A súbita interrupção do
fluxo determina a mudança de sentido da pressão (da bomba ao esguicho, para do esguicho à
bomba), sendo esta instantaneamente multiplicada. Esse excesso de pressão causa danos aos
equipamentos hidráulicos e às bombas de incêndio. Os esguichos, hidrantes, válvulas e
estranguladores de mangueira devem ser fechados lentamente, de forma a prevenir e evitar o
golpe de aríete.

Tipos de jatos
No Serviço de combate a incêndio, depara-se com situações das mais diversas, cada qual
exigindo a ferramenta adequada para se efetuar um combate apropriado. Sob este ponto de vista,
os jatos são considerados ―ferramentas‖ e, como tal, haverá um jato para cada propósito que se
queira atingir.
Os seguintes tipos de jatos são utilizados nos serviços de combate a incêndio:
 __________________;
 __________________;
 __________________.

Jato contínuo
Como o próprio nome diz, é o jato em que a água toma uma forma contínua, não
ocorrendo sua fragmentação. É utilizado quando se deseja maior alcance e penetração.

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Alcance do jato contínuo


É a distância máxima que um jato pode atingir sem perder sua eficiência. Essa eficiência
é prejudicada por duas forças: a gravidade e o atrito com o ar. Estas forças produzem no jato um
efeito denominado “ponto de quebra”. O “ponto de quebra” é o ponto a partir do qual o jato
perde a configuração de jato contínuo e passa a se fragmentar em grandes gotas que cairão ao
solo, não penetrando no material como se desejava, e muitas vezes, nem alcançando o material.
Para se eliminar o efeito nocivo destas forças, o combatente deve alterar a velocidade e o volume
do jato ou se aproximar do objetivo, se possível.

Penetração do jato contínuo


Por não estar fragmentado, o jato contínuo chegará ao ponto desejado com maior
impacto, atingindo camadas mais profundas do material em chamas, o que pode ser observado
em materiais fibrosos.

Jato chuveiro
Neste tipo de jato, a água fragmenta-se em grandes gotas. É
usado quando se pretende pouco alcance. A fragmentação da água
permite absorver maior quantidade de calor que o jato contínuo. Nos
ataques direto e indireto, o jato chuveiro atinge uma área maior do
incêndio, possibilitando um controle eficaz.

Jato neblina

Os jatos em neblina são gerados por fragmentação da água em


partículas finamente divididas, através de mecanismos do esguicho. O ar
ficará saturado como uma fina névoa, e as partículas de água parecerão
estar em suspensão.

Em virtude desta fragmentação, a água se vaporiza mais rapidamente que nos jatos
contínuo e chuveiro, absorvendo o calor com maior rapidez. Na forma de neblina, a água
protegerá com eficiência os combatentes e o material não incendiado da irradiação do calor.

Esguicho

Peça metálica adaptada à extremidade da linha de mangueira, destinada a dar forma e


controlar o jato de água.

Tipos de esguicho
Para produzir o jato desejado, utilizam-se esguichos apropriados. Para isso o combatente
deve conhecer as características de cada esguicho:

Esguicho agulheta: É formado por um corpo tronco de cone, em


cuja introdução é incorporada uma união de engate rápido e na
extremidade oposta, menor, podem ser adaptadas bocas móveis de
diversos diâmetros, chamadas requintes. O orifício de saída deve ser
protegido contra choques que prejudicarão o seu desempenho. Este
esguicho somente produz jato contínuo.

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Esguicho regulável: Esguicho com dispositivo especial, capaz de


produzir jato contínuo ou jato chuveiro, controlado pelo próprio operador,
quando este gira a parte móvel do esguicho.

Esguicho universal: O esguicho recebe este nome pelo fato de


permitir a produção de jato contínuo, jato chuveiro e jato neblina (quando
nele é acoplada extensão para neblina).

Esguicho canhão: Esguicho constituído de um corpo tronco de


cone montado sobre uma base coletora por meio de junta móvel. É
empregado quando se necessita de jato contínuo de grande alcance e
volume de água. Também pode estar montado sobre uma viatura.

Esguicho torre d’água: Esguicho agulheta ou regulável usado em linha de mangueira


que acompanha a extensão de uma escada, formando a torre d‘água. Também usado na
plataforma (cesta) da auto plataforma aérea (APA).

Esguichos especiais
Alguns tipos de esguichos são empregados em situações especiais e, devido a isto,
recebem este nome:
Esguicho porão: esguicho próprio para extinguir incêndios em pavimentos inferiores de
difícil acesso. Produz jato chuveiro.
Esguicho pistola: esguicho próprio para aplicação de água sob alta pressão e pouca
vazão. Tem este nome devido ao formato do esguicho. Este tipo de esguicho produz jato
contínuo e jato chuveiro.

Inspeção e cuidados com esguichos

Para se ter certeza de que os esguichos encontram-se em condições de trabalho, é


necessário inspecioná-los periodicamente. Esta inspeção deve incluir:
 Conferência visual de avarias externas;
 Conferencia com vistas a danos internos;
 Conferencia de vedação: com a mangueira pressurizada, fechar os esguichos lentamente e
observar se há vazamentos; Deve-se, também, tomar alguns cuidados básicos com os
esguichos:
 Para que não ocorram danos, nunca arrastar ou deixar um esguicho cair no chão.
 Os esguichos devem ser inteiramente limpos com sabão e água, usando-se
 uma escova de cerdas macias. Secá-los após a limpeza.

Ventilação e sua aplicação em incêndios estruturais

Ventilação aplicada no combate a incêndios é a remoção e dispersão sistemática de


____________________________________ (produtos da combustão) de um local confinado,
proporcionando a troca dos produtos da combustão por ar fresco, facilitando, assim, a ação dos
combatentes no ambiente sinistrado.

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Vantagens da ventilação

A execução de uma ventilação adequada produz benefícios muito importantes para a


extinção do incêndio em menor tempo, com maior eficiência e maior segurança para o
combatente, ampliando, assim, a possibilidade de sucesso no salvamento de possíveis vitimas
existentes no ambiente sinistrado.

Visualização do foco do incêndio

Uma ventilação adequada retirará do ambiente os produtos da combustão que impedem a


visualização, permitindo que o combatente tenha uma boa visão do foco do incêndio, e assim,
atingindo-o diretamente evite desperdícios de esforços e de água, permitindo um combate mais
rápido e com menos danos ao ambiente sinistrado.

Sem ventilação a
Visualização é muito difícil
Tendo melhor visualização do ambiente o combatente
penetrará com maior segurança e com mais rapidez, facilitando
ainda a localização de possíveis vítimas.

Retirada de calor

Como visto, a ventilação adequada retira os produtos da combustão do ambiente, os quais


são também responsáveis pela propagação do calor (através da convecção), eliminando por
consequência grande quantidade de calor do ambiente.
A retirada do calor possibilita maior facilidade para a entrada do combatente no
ambiente, aumenta as chances de sobrevivência de possíveis vitimas, diminui a propagação do
incêndio e de danos à edificação, além de evitar a formação de ―explosões ambientais‖ como o
―backdraft‖ , o ―flashover‖ e a Ignição dos gases do incêndio.

Retirada dos produtos tóxicos da combustão

A ventilação retira do ambiente os produtos tóxicos resultantes da


combustão, os quais são a maior causa de mortes em incêndios,
possibilitando maiores chances de sobrevivência a eventuais vitimas e
diminuindo os riscos de intoxicação dos combatentes.

Princípios, métodos, técnicas e táticas de ventilação

Princípio da ventilação natural

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É o emprego do fluxo normal do ar com a finalidade


de ventilar o ambiente, sendo também, para o mesmo fim,
empregado o princípio da convecção. Como exemplos
podemos citar a abertura de portas, janelas, paredes, telhados,
claraboias (alçapões), etc.

Neste tipo de ventilação podemos dizer que apenas são retiradas as obstruções que
impedem o fluxo normal dos produtos da combustão.

Princípio da ventilação forçada


É o estabelecimento de substituição, por ar fresco, do
ar ambiental saturado por produtos da combustão. Utiliza-se
tal tipo de ventilação quando não há possibilidade de ser
executada uma das formas de ventilação natural, ou ainda,
quando esta é insuficiente para fornecer ar fresco ao ambiente
sinistrado.

Técnica da ventilação forçada de pressão positiva

O ar fresco é insuflado para o interior do ambiente sinistrado


através de ventiladores elétricos ou a combustão, forçando os produtos da
combustão a deixarem o ambiente interno através de abertura
previamente definida

Técnica da ventilação forçada de pressão negativa


Os produtos da combustão são retirados do ambiente
sinistrado através da utilização de exaustores (elétricos ou
combustão interna), ou ainda, através da ventilação hidráulica pela
utilização do arrastamento produzido pela ação do jato de um
esguicho aberto de dentro para fora da edificação. A ventilação
hidráulica pode ser utilizada com bastante sucesso após o controle
do incêndio para acelerar a retirada de fumaça.

Método de ventilação horizontal


É aquela em que os produtos da combustão deslocam-se
na direção horizontal em direção ao meio externo. Esta
modalidade de ventilação se processa pelo deslocamento dos
produtos através de corredores, janelas, portas e aberturas em
paredes no mesmo plano.

Método de ventilação vertical

É aquela em que os produtos da combustão deslocam-se


na direção vertical em direção ao meio externo, em virtude da
existência ou da construção de aberturas verticais no ambiente
sinistrado.

A ventilação pode ser feita, ainda, através da conjugação dos dois métodos (vertical e
horizontal), sendo então chamado de método ―misto‖.

Tática de ventilação forçada defensiva


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Procedimento tático que consiste em ventilação forçada de setores ainda não atingidos
pelo fogo, servindo como proteção preventiva à propagação do incêndio e a circulação de
fumaça e gases aquecidos, mantendo, assim, o ambiente em condições de salubridade.

Tática de ventilação forçada ofensiva

Procedimento tático que consiste em ventilação forçada de setores diretamente atingidos


pelo fogo, fumaça e gases aquecidos.

Aplicação da ventilação em incêndios estruturais

Visto o que é ventilação, suas vantagens, princípios, métodos, técnicas e táticas,


passaremos a seguir a tratar dos procedimentos para a sua efetiva aplicação em incêndios
estruturais.

Regras gerais para os procedimentos de ventilação

 Aproveitar sempre que possível às aberturas já existentes na edificação;


 Só efetuar aberturas em telhados ou aberturas de caráter destrutivas, se não for possível
efetuar a ventilação, quer natural ou forçada, por meio das aberturas pré-existentes, ou
sendo possível, forem elas insuficientes ou inadequadas. O procedimento de aberturas de
ventilação de forma destrutiva, além dos prejuízos ao proprietário, causa riscos
desnecessários ao combatente e perda de tempo.
 Observar a direção da fumaça (ou do vento) para que o combatente possa manter-se fora
do caminho dos produtos da combustão e para que as aberturas a serem feitas ou
utilizadas aproveitem o fluxo natural da fumaça;
 O combatente deve estar protegido por EPI (equipamento de proteção individual), EPR
(equipamento de proteção respiratória) e por linhas de mangueiras prontas.

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Procedimentos para a ventilação horizontal

Esta ventilação deve sempre partir do princípio da utilização de duas aberturas em


desnível, em paredes opostas, sendo uma delas no ponto mais alto possível e a outra no ponto
mais baixo possível, dispostas conforme for à direção do vento. A abertura no ponto mais baixo
será destinada a entrada de ar fresco e limpo, e a abertura mais alta para a saída dos produtos da
combustão.

Procedimentos

1° - Abre-se o ponto mais alto para a saída dos produtos da combustão (1m²);
2° - Em seguida, abre-se lentamente, o ponto mais baixo para a entrada de ar fresco, cuidando
para que esta abertura não seja maior que a abertura para a saída dos produtos da combustão. O
ar fresco que adentrará por esse ponto inferior, por possuir menor temperatura que os produtos
da combustão, depositar-se-á nas partes mais baixas do ambiente, expulsando os produtos da
combustão que estarão concentrados nas partes mais elevadas.
3° - Após a abertura para a entrada de ar fresco, caso a ventilação natural não seja suficiente,
deverá ser utilizada a ventilação forçada de pressão positiva, direcionando o jato de ar de forma a
auxiliar na expulsão da fumaça e dos gases aquecidos;
4° - Após esses procedimentos, observa-se o ambiente até que as chamas possam ser visualizadas
ou até que o ambiente esteja mais limpo, adentrando a edificação para o combate ao incêndio.

- Outros combatentes deverão estar posicionados com mangueiras prontas para agir se
necessário, em proteção ao combatente que irá executar a abertura;
- Todos os combatentes envolvidos deverão estar equipados com EPI (equipamento de proteção
individual), sendo que o combatente que irá executar a abertura deverá portar também EPR
(equipamento de proteção respiratória).

Para a execução da ventilação natural horizontal, poderá ser usada uma porta como ponto
de entrada de ar. Contudo, não se poderá prescindir de uma abertura executada de forma lenta e
menor que a abertura para a saída dos produtos da combustão.

Procedimentos para a ventilação vertical

Este tipo de ventilação baseia-se no princípio da convecção. É mais eficaz que a


ventilação horizontal, porém de execução mais difícil e em alguns casos impossível.
Inicialmente uma abertura deve ser feita no teto da edificação para permitir que os
produtos da combustão sigam seu caminho natural. A seguir outra abertura menor deve ser feita
em ponto inferior para permitir a entrada de ar fresco no ambiente.

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Procedimentos
1° - Efetuar a abertura no teto sobre o foco do fogo, permitindo
melhor e direto escoamento do fluxo dos produtos da combustão para
o ambiente externo. A abertura sobre o ponto do foco do fogo evitará
que os produtos da combustão, ao deslocarem-se para a abertura
efetuada, atinjam partes do ambiente onde o incêndio ainda não era
intenso, ocasionando maior propagação e danos consequentes. O foco
do incêndio estará sob o ponto mais quente do teto.
2° - Em seguida, abre-se lentamente, o ponto mais baixo para a entrada de ar fresco, cuidando
para que esta abertura não seja maior que a abertura para a saída dos produtos da combustão. O
ar fresco que adentrará por esse ponto inferior, por possuir menor temperatura que os produtos
da combustão, depositar-se-á nas partes mais baixas do ambiente, expulsando os produtos da
combustão que estarão concentrados nas partes mais elevadas.
3° - Após a abertura para a entrada de ar fresco, caso a ventilação natural não seja suficiente,
deverá ser utilizada a ventilação forçada de pressão positiva, direcionando o jato de ar de forma a
auxiliar na expulsão da fumaça e dos gases aquecidos;
4° - Após esses procedimentos, observa-se o ambiente até que as chamas possam ser visualizadas
ou até que o ambiente esteja mais limpo, adentrando a edificação para o combate ao incêndio.

Caso seja necessário que o combatente suba na cobertura da edificação, ou se posicione em local
de risco, observar que:

- O combatente deve estar posicionado de forma que esteja de frente


para a abertura que irá fazer e de costas para o vento, a fim que não seja
apanhado pelo fluxo dos produtos da combustão.
- O combatente deve estar ancorado através de um cabo guia de
segurança, de forma que não venha a cair sobre o ambiente do incêndio,
bem como, poderá estar sobre uma escada (de preferência uma escada
de gancho);

- Outros combatentes deverão estar posicionados com mangueiras prontas para agir se
necessário, em proteção ao combatente que irá executar a abertura;
- Todos os combatentes envolvidos deverão estar equipados com EPI (equipamento de proteção
individual), sendo que o combatente que irá executar a abertura deverá portar também EPR
(equipamento de proteção respiratória).

Problemas de uma ventilação inadequada ou sua ausência

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Uma ventilação procedida em desacordo com a técnica correta,


poderá acarretar desvantagens que, conforme o caso, ocasionarão
danos maiores aos que ocorrerão pela inexistência de ventilação. São
problemas ocasionados por ventilação inadequada:

- Grande volume de fumaça com consequente elevação da temperatura, proporcionando


propagação mais rápida do incêndio;
- Dificuldade no controle da situação;
- Problemas na execução das operações de salvamento e combate ao incêndio;
- Aumento dos riscos de explosão ambiental, em virtude do maior volume de fumaça e da alta
temperatura;
- Danos produzidos pela ação do calor, da fumaça e do emprego desnecessário de água.
- Transporte dos produtos da combustão em direção aos combatentes ou a ambientes da
edificação ainda não atingidos podendo propagar o incêndio para tais ambientes.

Flashover ou ignição simultânea

Nas fases da incubação e da propagação, o fogo estará aquecendo gradualmente os


combustíveis do ambiente. Quando determinada quantidade destes combustíveis atinge
simultaneamente seus respectivos pontos de ignição, ocorrerá uma queima instantânea e
concomitante desses combustíveis, que por somação, poderão ocasionar uma explosão
ambiental, envolvendo toda a área pelas chamas.

Este fenômeno é chamado de ―flashover‖ e em geral, a sua ocorrência


determina o ingresso do incêndio na fase do desenvolvimento completo.
A retirada de calor do ambiente em chamas é o principal meio de se evitar
a formação de uma situação propícia à formação de um flashover.

Backdraft ou deflagração por fluxo reverso

Uma combustão em ambiente confinado se processando poderá aquecer os combustíveis


até seus respectivos pontos de ignição. Se o oxigênio no ambiente for insuficiente para manter
as chamas, a queima passará a se processar de forma lenta, gerando grande quantidade de
produtos da combustão e calor. Tal situação torna-se extremamente perigosa, pois se a esse
ambiente for fornecido uma substancial quantidade de oxigênio de forma abrupta, sem a
correspondente liberação para o meio externo dos produtos da combustão e do calor, poderá
ocorrer uma combustão instantânea ambiental, com grande _____________________________
_____________. A esta situação chamamos de ―backdraft‖.
Na ocorrência de uma situação propícia à formação de um ―backdraft‖, o combatente
deverá ventilar o ambiente, produzindo, de forma controlada, a saída dos produtos da combustão
e sua substituição por ar fresco. A ventilação a ser usada deverá ser a ventilação vertical.

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Identificação de uma situação de pré-backdraft

Uma situação propícia à formação de um ―backdraft‖ pode ser identificada pelo


combatente, num ambiente confinado, através da observação de sinais característicos, sendo eles:

 Fumaça saindo sob pressão de um ambiente confinado;


 _____________________________________________________________________;
 Calor excessivo, percebido pelo toque em portas, janelas ou paredes;
 Chamas pequenas ou sua ausência (brasas);
 Vidros das janelas impregnados por resíduos de fumaça;
 Baixo ruído de queima;
 Movimento de sucção de ar para o interior através de frestas (assovio/zunido);
 Ruído de janelas vibrando;
 Revolução de fumaça no ambiente.

4.3. Ignição dos Gases do Incêndio (Rollover ou Lean Flashover)

É a ignição dos gases produzidos pelo incêndio dentro do


compartimento incendiado ou dos gases transportados para fora deste
em um estado inflamável e potencialmente explosivo.

Utilização prática das técnicas de ventilação

Será executada sessões práticas.

Princípios da busca e resgate


Considerações básicas
No local sinistrado, uma das mais difíceis atividades a ser executada pela equipe de
Bombeiros é a de busca e resgate. Tais atividades necessitam velocidade de decisão e ação e
possuem riscos, quem nem sempre podem ser dimensionados e gerenciados totalmente antes de
seu início. Porém são de vital importância para a operação, pois salvar vidas é uma das
prioridades de ação numa cena de incêndio. Geralmente, um incêndio irá começar a fazer vítimas
antes que qualquer guarnição de combate a incêndio tenha chegado ao local. As guarnições que
primeiro chegarem irão frequentemente encontrar pessoas já em situação de necessidade de
algum tipo de resgate. É um momento de rápidas, precisas análises e decisões.

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E.P.I.
Devido à exposição do combatente a situações extremas (altas temperaturas, fumaça,
gases tóxicos e outros) é obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual, tais
equipamentos minimizam os riscos enfrentados. O mínimo necessário para proteção pode ser
relacionado da seguinte maneira:

 Capacete de combate a incêndio;


 Balaclava;
 Roupa de aproximação (capa e calça);
 Luvas de combate a incêndio;
 Botas de combate a incêndio;
 ___________;
 Lanterna;
 Rádio comunicador;
 Material de arrombamento;
 ______________________;
 Alerta de homem morto (opcional).
Equipamentos usados em buscas
Além do equipamento de proteção individual o combatente deverá estar equipado com
certos equipamentos específicos de busca e resgate, tais como:
 Cabo guia – cabo de 50 a 60 metros de comprimento e de diâmetro entre 6 a 9
milímetros;
 Cabo de varredura – cabo de 30 metros e de qualquer diâmetro para efetuar busca em
ambientes amplos;
 Marcador de cômodo buscados – pode ser feito um modelo simples de marcador com
borracha de câmara de ar: em uma tira de, aproximadamente, 20 centímetros de
comprimento (um palmo) e 7 centímetros de largura com dois furos distantes dois
centímetros de cada extremidade da tira. Ao entrar num cômodo, a equipe encaixa um
dos furos no trinco de fora e outro no de dentro da porta. Além de sinalizar a presença da
equipe, isso também impede o trancamento acidental da porta. Ao sair, a equipe tira o
marcador do trinco interno e deixa-o pendurado no trinco externo, sinalizando que aquele
cômodo já foi buscado. Esse marcador também pode ser utilizado para evitar o
travamento de portas de emergência. Para portas sem trinco usa-se giz ou fita adesiva
formando um ―x‖ (um traço sinaliza que a busca está em curso; dois, que foi
completada).
 Croque, bastão ou alavanca — ferramenta de arrombamento que permita uma busca na
parte central do cômodo.

Reconhecimento da cena

Preliminarmente ao se realizar uma busca, o chefe de socorro ou comandante de área


devem procurar saber as seguintes informações para dar inicio a operação:
 possível localização e condição das vítimas;
 rotas de entrada e de saída;
 riscos especiais (quantidade, tipo e localização da carga de incêndio, por exemplo);
 presença de escadas ou elevadores; e
 disposição dos cômodos (sempre que possível, deverá ser feito
 um croqui).

Segurança da cena

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Se houver risco considerável, em especial o agravamento das condições do incêndio ou


o risco de colapso de estrutura, a busca no interior da edificação deve ser interrompida.
Alguns fatores a serem considerados são:
 ________________;
 ________________;
 __________________________;
 estruturas colapsadas;
 riscos de choque elétrico;
 riscos de queda; e
 risco de explosão.

Busca por vítimas

A busca por vítimas pode ser dividida em 4 atividades de localização, a busca primária,
busca secundária, busca rápida e intervenção. Uma busca primária iniciada após a chegada não é
possível em todos os casos.

A busca primária

O CO deve estruturar inicialmente suas operações no local sinistrado em torno da


realização completa da busca primária por todos os compartimentos envolvidos ou expostos à
ação do fogo por onde seja possível a entrada de guarnições. Busca primária envolve entrar,
localizar, proteger e remover. Haverá vezes em que a busca primária será impossível, como nos
casos de estruturas completamente envolvidas pelo fogo. Nestes casos o CO somente poderá
iniciar a busca primária quando a estrutura estiver protegida para a entrada. Ele deve se
resguardar contra fúteis, inseguras tentativas de resgate. Se a estrutura está tão bem envolvida
pelas chamas que é inseguro para guarnições protegidas e bem treinadas, é duvidoso que alguma
vítima tenha chance de sobrevivência.
Busca primária: Uma rápida busca por todas as áreas envolvidas ou expostas à ação do
fogo nas quais possa ser possível a entrada para verificar as necessidades de remoção e/ou
proteção de todos os ocupantes.
Busca secundária: Uma busca através do interior da área incendiada após o controle
inicial do fogo, ventilação e condições de iluminação interna adequadas.
Busca rápida: É idêntica a busca primária, só acontece quando não há acessos às vitimas
por corredor ou escadas bloqueados por fumaça ou fogo.

(Proteção à vida é a atividade prioritária)

Processar decisões no local sinistrado demandam tempo. Decisões anteriores ao sinistro


(POPs) sobre como proceder aos esforços iniciais de resgate produzem tempo onde você mais
precisa dele, no início. Quanto mais demorarem as operações de resgate, menores serão as
chances de sobrevivência das vítimas. Operações de busca primária bem sucedidas devem
necessariamente ser desenvolvidas rapidamente durante os estágios iniciais do fogo. Muito
embora as atividades de controle de incêndio devam iniciar conjuntamente com a busca primária,
cada um deve compreender que esta busca deve ser completada e relatada antes que o objetivo
das guarnições mude para o controle do fogo como prioridade. Durante operações complexas o
CO deve:

 Coordenar a tarefa de busca primária;


 Assegurar-se dos relatórios vindos do interior da edificação;
 Dar o alerta de que a busca está completada.

A busca secundária

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A única maneira de confirmar absolutamente a presença ou ausência de vítimas é a


realização de uma busca secundária após o encerramento das operações iniciais de controle de
incêndio. Se possível, esta busca deverá ser feita por guarnições que não participaram da busca
primária, pois as guarnições que realizaram a busca primária tenderão a revisar os locais por
onde já checaram. Em áreas de maior dano de fogo, isto usualmente envolve um exame
cuidadoso através da maior parte de área incendiada e demanda trabalho manual.
Meticulosidade, mais do que o tempo, é crítica aqui. Geralmente é destinada à busca de
cadáveres que, porventura, se encontrem em locais pouco prováveis.

A busca rápida

É um tipo especial de busca primária. É usada para o salvamento, quando o existe


bloqueio por fogo, o qual impede o acesso normal da edificação para uma área onde pode existir
vítimas presas. A busca rápida pode ser feita por janela ou porta, no andar térreo ou em local
elevado, conforme o caso. Pode haver casos em que a vítima não tenha saído da edificação por
causa de grades nas janelas, por exemplo. Ao abrir as grades para retirar a vítima do cômodo, se
está fazendo uma busca rápida. A busca rápida é um recurso extremo, arriscado, porém, que
costuma dar excelentes resultados quando não é possível se fazer a busca primária. Por causa do
risco, deve-se adotá-la somente quando há indicativos da existência e da localização de vítima.

A noção básica do resgate

Fatores críticos

Há quatro fatores críticos a serem considerados quando do desenvolvimento da noção


básica de resgate:
O comando deve rapidamente avaliar estes fatores e iniciar as operações, e, então
continuar a aprimorar a qualidade das operações de proteção à vida como os procedimentos de
resgate. Esta noção básica de resgate traz a estrutura para as futuras decisões sobre o resgate.

 O estágio do incêndio;
 As vítimas do incêndio – número, localização e condição;
 O efeito do fogo nas vítimas;
 Capacidade das guarnições para entrar no prédio, remover e
 proteger as vítimas e controlar o fogo.

Proteção à vida é a razão mais urgente para o CO buscar recursos adicionais. Ele deve,
então, desenvolver uma noção realista e pessimista da operação de resgate, no sentido de prever
sempre os piores resultados, o mais cedo possível e dividir recursos para o problema de proteção
à vida.

O Estágio do Incêndio

O estágio do incêndio é um fator crítico que afeta diretamente a aproximação do resgate.


Estes estágios e as respostas adequadas no local sinistrado são:

Vítimas de incêndio

Determinar o número, a localização e a condição das vítimas não é uma tarefa fácil. Há
uma inclinação para as guarnições que chegam a perguntarem para os espectadores, ―alguém
saiu?‖ O problema na pergunta é a confiança na resposta. O local sinistrado rapidamente se
tornará confuso e caótico, particularmente durante os estágios iniciais do incêndio e isso tornará
a retirada de todas as pessoas um desafio.

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“NENHUM FOGO OU FUMAÇA VISÍVEIS” ou FOCOS MUITO PEQUENOS DE


INCÊNDIO (sem perigo imediato à vida)- iniciar uma busca interior até que seja reportado
―zona livre‖. Usualmente será desnecessário remover os ocupantes desde que o aviso de ―zona
livre‖ indique que eles não estão em perigo imediato. A busca interior também verifica a
situação do fogo.

“FUMAÇA VISÍVEL ou “FOGO EM AÇÃO” –Desenvolver operações de controle de


incêndio simultaneamente com operações de resgate para obter entrada e controlar o acesso ao
interior. A operação continua em modo de resgate até que a busca primária esteja completa e um
―zona livre‖ seja transmitido, seguindo com a busca secundária quando o incêndio estiver
estabilizado.

EDIFÍCIOS “ENVOLVIDOS PELAS CHAMAS” (ou partes da edificação) – Relatórios de


situação do fogo e aviso de ―zona livre‖ não virão seguidos. Não é funcional investir tempo
entrevistando espectadores e então tentar determinar a veracidade ou precisão de suas
informações. Sob o stress gerado por um incêndio, todos os ocupantes têm dificuldade para
produzir informações precisas. Tenha em mente que alguns observadores acham hilário gritar
―todos já saíram‖ ou ―meu bebê está lá dentro‖. As guarnições devem utilizar-se de informações
obtidas no local como localização, número e condições das vítimas como evidências de apoio,
mas elas deverão realizar e completar a busca primária sempre que possível.
O comando deve aguardar as informações das equipes de busca para precisamente
determinar o número de resgatistas necessários, a dificuldade do resgate e o tipo de cuidados a
serem tomados. Quando houver segurança para realizar a operação, as equipes que se encontram
no interior deverão proceder à avaliação primária da vítima e iniciar os procedimentos de suporte
básico à vida. Se as condições forem ameaçadoras para a vida do resgatista ou da vítima o
esforço deverá ser concentrado para a imediata remoção de ambos da zona de perigo. Junto com
a condição física das vítimas o CO deverá considerar seu estado emocional. Quanto mais
precária for à posição da vítima, mais provável será a dificuldade de seu resgate. Acalmar as
vítimas tende a facilitar a operação de resgate.

Operações de Resgate
A ordem do resgate
Em todas as áreas da edificação deve ser feita a busca, visto que a fumaça pode acumular-
se em pontos distantes do foco. Conforme o tipo de edificação, essa operação será organizada de
maneiras distintas Os esforços de resgate devem der desenvolvidos para as vítimas na seguinte
ordem:
A ordem do resgate dá uma estrutura para as atividades iniciais de resgate e avaliação
dos recursos necessários, baseados nas necessidades potenciais do resgate. Contudo, muito
embora isto seja visível e prático para os combatentes, as vítimas de incêndio poderão ter uma
visão diferente da situação. Operações de resgate incluem providenciar segurança para as vítimas
e tomar outros passos para reduzir o pânico. O CO deve designar recursos humanos adequados
para administrar todas as vítimas das áreas incendiadas e expostas. Deve-se ter em mente que
certas vítimas graves devem ser removidas com prioridade na ordem do resgate. Elas podem não
estar aptas a se moverem ou permanecerem em uma área segura enquanto esperam assistência.
Técnicas de busca e resgate
1º Pessoas localizadas no andar do incêndio e bem próximas ao fogo (residências);
2º Pessoas próximas da área incendiada, no mesmo andar do fogo;
3º Pessoas localizadas no piso logo acima do andar do incêndio, especialmente aquelas
próximas da área do fogo;
4º Pessoas localizadas no andar mais alto da edificação;
5º Pessoas localizadas entre o andar o incêndio e o último piso;
6º Pessoas localizadas nos andares abaixo do piso incendiado;

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7º Pessoas em outras edificações próximas;

Cada situação de resgate requererá uma série de ações diferentes por parte do
combatente. As ações exatas e sua sequência serão determinadas por muitos fatores e
considerações, como:
 A seriedade de lesão das vítimas;
 Os métodos alternativos disponíveis para o resgate;
 O pessoal disponível;
 A quantidade de tempo disponível
 Os conhecimentos e experiências dos resgatistas.

Retirada de vítimas
Ao localizar a vítima, o combatente deve fazer uma avaliação rápida sobre o seu estado
geral de saúde e dar início à sua retirada, utilizando a técnica mais adequada.

Técnicas de retirada de vítimas

• _______________, se a vítima conseguir andar, procure fazer com que ela se desloque o mais
abaixada possível. Se não for possível, apoie a vítima no ombro.
• _______________, para percurso curto e vítima leve;
• __________________, quando a vítima não tem condições de caminhar e o seu peso é elevado;
• ___________________, um procedimento simples e de fácil execução, as pernas da vítima são
apoiadas nos ombros do combatente que está à frente enquanto os ombros são segurados pelo
combatente que está atrás;
• Com o emprego de uma ___________________________ procedimento ideal para retirada de
vítimas gravemente feridas, pessoas idosas e obesas. O transporte é feito por dois combatentes,
diminuindo o esforço e desgaste físico, bem como o agravamento de lesões da vítima.
• Descendo vítima pela ____________________ posiciona-se a escada alinhada com a moldura
inferior da janela. Um combatente auxilia a passagem da vítima para o outro, que fará a descida
Considerações gerais
Primeiramente, a equipe de resgate deverá marcar a porta de entrada para sinalizar o local
da busca. Para isso, utilizando um pedaço de giz, um dos resgatistas faz uma reta diagonal, de
cima para baixo, da direita para a esquerda. A presença desta marcação indicará a outros
resgatistas que existe uma equipe no interior do cômodo. Depois a equipe de resgate deverá
adentrar ao local da busca para tentar localizar as vítimas. Tal busca deve ser iniciada em sentido
horário, de forma a ser mantida uma sequência lógica de ações e não se perder no interior da
edificação.
O resgatista deve procurar adentrar ao ambiente utilizando uma porta que se dê
diretamente ao exterior, sempre que possível, pois isto pode permitir que o ambiente fosse
ventilado (quando a ventilação não propague o fogo). Em seguida o resgatista deverá tatear com
as mãos ou utilizando ferramentas para determinar a presença de vítimas deitadas próximas às
portas ou janelas. As portas devem ser abertas com muito cuidado, pois podem haver vítimas
caídas atrás das mesmas. Lentamente as portas devem ser empurradas, e verificado atrás destas.
Todo o ambiente dever ser vasculhado em seu perímetro e em seu interior. Os móveis devem ser
movidos, pesquisando-se atrás e debaixo dos mesmos. Os armários devem ser abertos e
verificados em seu interior. Deve-se atentar para o interior banheiras, debaixo das camas.
A busca quando realizada com baixa visibilidade deve ser feita agachada, tateando-se
pelo chão e paredes. Deve-se terminar um cômodo antes de se passar para outro. Na saída do
cômodo deverá ser providenciada uma marcação na mesma porta na qual foi adentrado ao
ambiente, completando a marcação na forma de um “X”. O resgatista poderá ainda sinalizar que
efetuou buscas no interior de um ambiente posicionando colchões perpendiculares a cama e
deixando portas de armários abertas, mas as portas do ambiente deverão ser fechadas de forma

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que o incêndio não se propague. O resgatista deverá manter a calma e em caso de perder seu
sentido de
direção, deve seguir tateando pela parede pois esta guiará até a localização da saída. Caso seja
encontrada uma mangueira, esta deve ser usada como referência para se achar a saída para o
exterior. A busca deverá, sempre que possível, ser efetuada por no mínimo dois combatentes e
estes devem estar com todos os equipamentos de proteção individual e respiratória disponíveis.
Antes de adentrar a edificação os resgatistas deve localizar possíveis saídas alternativas. Ao
adentrar, a visibilidade será pequena ou nenhuma. Se não puder ver seus pés, a busca deverá ser
feita agachado.
As portas devem ser abertas com cuidado. Verificar com as costas das mãos, sem as luvas, se
estas estão aquecidas. O resgatista não deve permanecer em frente à porta antes de abri-la. Caso
a porta seja aberta e haja fogo no ambiente, poderá ocorrer uma explosão ambiental (backdraft).
Ao finalizar a busca em todo o interior da edificação sinistrada, o mais antigo reportará a
informação ao CO com a seguinte expressão ―TUDO LIMPO”. Isso significará que a busca
primária terminou e não foram encontradas pessoas em perigo no interior da edificação pela
equipe de resgate. As vítimas localizadas deverão ser conduzidas para o exterior da edificação
com todo cuidado, utilizando as técnicas de transporte de pessoas. Recomenda-se, também, que a
equipe ao adentrar na edificação faça uso de um cabo guia, cujos sinais devem ser
convencionados pela Guarnição de serviço, antes da entrada no ambiente. É imprescindível que a
equipe disponha de ferramentas de arrombamento, rádio comunicação e seja treinada
constantemente.

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Módulo II - Unidade Didática 6

Técnicas e Táticas de Extinção

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Combater incêndios de Classe A utilizando ataque direto, indireto e combinado;


2) Combater incêndios de Classe B em líquidos inflamáveis e gases combustíveis utilizando
neblina, espuma, CO2 e PQS
3) Combater incêndios de Classe C em alta e baixa tensão;
4) Extinguir incêndios de classe D utilizando agendes extintores adequados;
5) Combater incêndios em locais confinados e em mata.
6) Identificar e conhecer os riscos e cuidados que envolvem Produtos Perigosos.

2.6 Técnicas e táticas de extinção

Técnicas de combate a incêndios

Combate a Incêndios Classe “A”


Os incêndios classe ―A‖, isto é, incêndios em combustíveis
comuns como papel, madeira, tecidos que deixam resíduos característicos
(brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos por ___________, podendo
se utilizar também o ___________, ____________________ e quebra
da reação em cadeia.

A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A explicação de água será
bem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que está
queimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.

Ataque direto
O mais eficiente uso de água em incêndio em queima livre
é o ataque direto. O combatente deve estar próximo ao incêndio,
utilizando jato contínuo ou chuveiro (30º ou menos), sempre
concentrando o ataque para a base do fogo, até extingui-lo. Não
jogar mais água que o necessário para a extinção, isto é, quando
não houver mais chamas.
Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o combatente deve usar jatos intermitentes
e curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena de
perturbar o balanço térmico.

O _____________ é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansão


de vapor d´água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d´água. Se o jato for aplicado por
muito tempo, além do necessário, o vapor começará a condensar, causando a precipitação de
fumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gases
aquecidos deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao nível
do chão e vice-versa.

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Ataque Indireto
Este método é chamado de ataque indireto porque o combatente faz a estabilização do
ambiente, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve ser
executado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. É
preciso cuidado porque esta pode ser uma situação propicia para o surgimento de uma explosão
ambiental (backdraft ou flashover).
No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, no
máximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.

O processo de estabilização do ambiente será muito rápido e o combatente perceberá os


sinais logo após a aplicação de água.
O combatente, depois de estabilizado o ambiente, deve entrar no local com o esguicho
fechado e extinguir os focos remanescentes através de jatos intermitentes de pequena duração,
dirigidos diretamente à base do fogo. Quando estiver desenvolvendo esta fase, o combatente
deve fazer com que o volume de água utilizado seja o menor possível.
Quando do término da utilização do esguicho, deve-se fecha-lo lentamente, para evitar
golpe de aríete.
Quando da aplicação da água por qualquer abertura da edificação, os homens devem se
manter fora da linha da abertura para se protegerem da explosão de gases quentes e vapores que
sairão através das aberturas.
 Antes de entrar, certifique-se de que o ambiente se encontra estabilizado.
 Não aumentar os prejuízos causados pelo fogo com o uso abusivo de água.

Ataque combinado

Quando o combatente se depara com um incêndio que está em local


confinado, sem risco de explosão ambiental, mas com superaquecimento do
ambiente, que permite a produção de vapor para auxiliar a extinção
(abafamento e resfriamento).

O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataque


direto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado de 30 a 60 graus, deve ser
movimentado de forma a descrever um circulo, atingindo o teto, a parede oposta e novamente o
teto.
No ataque combinado, os combatentes devem ficar abaixados com a mangueira sobre o
ombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houver
mais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.
Lembrar que:
 _______________________________________________________.
 A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, ______________________,
distúrbios no balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo.
Seleção de Linhas e Jatos
A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a forma e a quantidade
utilizada forem adequadas e suficientes.

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Para isso, a seleção de linhas e jatos dependerá das necessidades da situação, tais como:
 ______________________ disponível e o necessário para a extinção;
 ______________________;
 número de pessoas disponíveis para manobrar as linhas;
 mobilidade exigida;
 ______________________.

Obviamente, seria errado escolher uma linha direta de 38 mm, ou ainda o mangotinho,
para atacar um incêndio numa grande ocupação comercial totalmente envolvida pelo fogo. O
ataque não teria o volume nem o alcance necessário. Também é incorreto atacar um dormitório
de residência familiar com uma linha de 63 mm, descarregando 940 litros por minuto, ou armar
essa mesma linha não havendo reserva d´água (hidrante público) disponível.

Combate a Incêndio Classe “B”

São incêndios que ocorrem em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.


Características dos incêndios em líquidos inflamáveis
Os incêndios em líquidos inflamáveis apresentam propriedades e características próprias,
que os diferenciam das demais classes de incêndio.

Dentre essas características, destacam-se as seguintes:

 Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente;


 Flutuam em água;
 Queimam rapidamente e em superfície;
 Não deixam resíduos;
 Produzem expressivas chamas e desprendem grande quantidade de calor.

Combate a incêndio em líquidos inflamáveis

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em


líquidos inflamáveis é o abafamento, podendo também ser utilizado à
quebra em cadeia, a retirado do material e o resfriamento.
O emprego da espuma destaca-se como método mais eficiente no
combate a incêndio em líquidos inflamáveis.

Fenômenos importantes nos incêndios em líquidos inflamáveis:

Boil Over:

É o fenômeno caracterizado por uma violenta erupção


turbilhonar, com ejeção do líquido combustível.

Slop Over:

Caracterizado por uma ebulição e espumação ao nível da


superfície do líquido inflamável, com o consequente extravasamento
do produto do interior do reservatório.

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Bleve:

Pode se conceituar o ―BLEVE‖ como sendo uma explosão de líquido em ebulição


expandida. Ocorre quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes
expostas diretamente à chama, tendo como resultado o aumento da pressão interna. A resistência
das paredes do recipiente cai bruscamente, resultando no seu rompimento.

Fundamental para a prevenção de ocorrência do BLEVE, sendo utilizada no resfriamento


do vaso contendedor do líquido sob pressão.
A água também poderá ser utilizada para substituir os combustíveis, reduzindo e
controlando os incêndios.
Combate a incêndio em Gás combustível:
Ao se deparar com fogo em gás inflamável e não podendo conter o fluxo do mesmo, não
deverá extinguir o incêndio, apenas controlá-lo.
Um vazamento de gás inflamável será mais grave que a situação de incêndio, por reunir
condições propícias para uma explosão. A conduta correta será o controle do incêndio, evitando
sua propagação, bem como o aumento de suas proporções.

Informações importantes sobre o Gás Liquefeito do Petróleo(GLP):

O GLP é um gás combustível formado pela mistura de hidrocarbonetos com


três ou quatro átomos de carbono (Propano e Butano), extraídos do petróleo. Tem a
características de permanecer no ___________ quando submetido à ___________
___________, sendo por isso chamado de _________________________________.

De fácil combustão, o GLP é incolor e inodoro, mas, por motivo de segurança, uma
substância do grupo MERCAPTAN é adicionada para a identificação de vazamentos,
produzindo um cheiro especifico.
O GLP no estado gasoso é mais pesado que o ar (1.5 vezes) e mais leve que a água, por
isso, concentra-se nos local mais baixo (ralos, valos, canaletas, etc.) e mantém-se sobre a
superfície de um recipiente contendo água.
Sua faixa de explosividade ou inflamabilidade, ou seja sua concentração no ambiente,
será fundamental para a ocorrência da combustão. Essa faixa varia de 2 a 9% aproximadamente,
de GLP em um determinado volume de ar. Em concentrações inferiores a 2% ou superiores a
9%, o mesmo em contato com uma fonte externa de ignição, o GLP não entrará em combustão.
Diante do exposto fica evidenciado a necessidade de uma eficaz e correta ventilação, a
fim de não proporcionar que um possível vazamento de GLP atinja as concentrações favoráveis á
combustão (explosão).

Combate a Incêndio “Classe C”

Este tipo de incêndio pode ser extinto após o corte da energia elétrica, tornando-se classe
―A‖ ou ―B‖. Deve-se utilizar agentes extintores não condutores, como PQS, CO2 e Halon. Não
se deve utilizar extintores de água ou espuma, devido ao perigo de choque elétrico Pode ser
utilizada a água através de mangueiras, conforme tabela abaixo:

Baixa Tensão – Até 1.000V


 Jato Neblinado Distância 1m
 Jato Contínuo Distância 5m
Alta Tensão – Acima 1.000V
 Jato Neblinado Distância 5m
 Jato Contínuo Distância 10m

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Porém, a água contém impurezas que a tornam condutora, sendo que se deve considerar
todos os riscos do combatente levar um choque elétrico.
O comandante da ação determinará o uso de água através de linhas de mangueira,
considerando os seguintes fatores:
 Determinação da voltagem da corrente;
 Distância entre o esguicho e o material energizado;
 Isolamento elétrico oferecido ao BM.

Deve-se preferencialmente, utilizar jato neblinado, pois a água nebulizada não conduz
corrente elétrica, por ser constituída de partículas não contínuas. Também, deve-se optar pela
utilização do esguicho canhão, quando possível.

Ocorrência de Alta Tensão

Tipos:
 Fogo em equipamentos isolados em subestação (SE);
 Fogo generalizado em SE;
 Incêndio nas vizinhanças da SE;
 Queda de linha da alta tensão energizado da casa, automóvel ou estradas;
 Pessoas vítimas de acidentes em SE e que se encontram presas no material energizado;
 Incêndio em residências sob linhas de alta tensão.

A decisão do comandante do combate ao fogo não deve ser tomada sem a definição do
responsável técnico ou operador.

Procedimentos de Segurança Alta e Baixa Tensão

 Contato com técnico especializado;


 Cuidados extras com instalação clandestina de energia elétrica;
 No combate a incêndio em instalações elétricas em galerias, não se deve utilizar água,
pela proximidade com a eletricidade. Pode haver risco de explosão, devido a vapores
inflamáveis provenientes da combustão de fusíveis, relês ou de curto circuito;
 Quando forem encontrados fios caídos, deve-se ______________________;
 Tratar todos os cabos como sendo _________________________________;
 Cuidados extras no manuseio de escadas junto a fio elétricos;
 Cuidados com água empoçada junto ao material energizado;
 Providenciar _________________________________;
 Muitos materiais elétricos, como transformadores, quando submetidos ao fogo podem
liberar líquidos e gases tóxicos (produtos perigosos). Importante à utilização do EPI e
EPR.

Combate a Incêndio “Classe D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio, lítio,


cádmio, potássio, alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio). Agentes especiais
de extinção (que se fundam com o material ou que retirem o calor). Reagem
com a água arremessando partículas. Quanto maior a fragmentação, maior a
reação.

Características do incêndio:

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 Apresenta-se basicamente quando na forma fragmentada;


 Maior problema para o combatente é o agente extintor à situação específica;
 Não apresentam comportamento padrão;
 Melhor método de extinção: abafamento;
 Agentes extintores especiais: grafite seco, areia seca, cloreto de sódio e nitrogênio;
 Água pode ser utilizada em alguns casos.

Dica: Cuidado na instalação de indústrias nas cidades onde o BM atua, solicitar que a edificação
tenha o agente extintor adequado.
Incêndios e emergências em ambientes fechados
É o incêndio ou salvamento que ocorre em locais de pouca ou nenhuma ventilação.
Características:
 Ocorre em subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outras dependências;
 ______________________, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis;
 Espaço limitado para entrada e saída;
 Riscos de ____________________________ e instabilidade de estoques de material;
 Presença de estruturas metálicas aquecidas pelo fogo;
 Presença de eletricidade
Meio de segurança:
______________________: Para cada equipe que entra na edificação deve haver uma do
lado de fora para a segurança. A comunicação deve existir entre os dois lados, sempre com
resposta. Do lado de fora da edificação deverá existir uma guarnição de segurança, composta por
dois combatentes com EPI e EPR, sob a supervisão do Cmt da operação. Obrigatoriamente deve
existir um BM responsável pela operação no interior da edificação
Os combatentes no interior da edificação não devem hesitar em sair da edificação no
primeiro sinal de um colapso da estrutura. Devem ter pleno conhecimento da quantidade de ar
para o retorno (50 BAR).
Segurança na Extinção
Durante o atendimento de ocorrências os combatentes devem sempre ter preocupação
constante com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando que os
combatentes trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las com atos
seguro.

Cuidados básicos no atendimento de ocorrências.

 Evitar entrar em contato com Produtos Perigosos;


 Observar os cuidados relativos à possibilidade da existência de materiais energizados;
 Em ocorrências em vias urbanas, sinalizar a uma distância segura para possibilitar aos
motoristas tempo suficiente para sua reação;
 A noite em ocorrências em vias urbanas, empregar sinalização luminosa;
 Ao efetuar combate em edificações, evitar entrar sozinho, procure estar sempre em
duplas, e mantenha um combatente como segurança na parte externa da edificação,
observando ainda a situação de emprego da mangueira como equipamento guia, no caso
de emergência;
 Utilizar sempre o EPI correto, para o tipo de ocorrência;
 Trabalhar sempre em equipe, seguindo as orientações do escalão superior;
 Ao efetuar trabalhos acima do nível do solo, usar equipamentos de segurança (Cinto de
segurança – cabo da vida);
 Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização, o combatente não deverá
extinguir o fogo, caso não consiga conter o fluxo de combustível, sob pena de criar um
vazamento maior do que o já existente. No vazamento os gases geralmente são mais

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pesados do que o ar e poderão se acumular em pontos mais baixos criando poças ou


bolsas, as quais poderão entrar em combustão;
 Promover o controle de todas as fontes de ignição nas proximidades de vazamentos de
fluídos inflamáveis (veículos, fósforos, isqueiros, fagulhas de ferramentas e elétricas);
 Sinalizar e isolar adequadamente o local da ocorrência, somente permitindo o acesso dos
combatentes ao local do evento. A entrada de quaisquer outras pessoas, inclusive
policiais, somente será permitida com a autorização do comandante do operação ( caso
haja autorização, estas pessoas deverão ser acompanhadas por um combatente);
 No caso de ocorrências em vias públicas, evitar empregar sinalização com fogo (latas de
óleo ou outro combustível queimando), uma vez que poderá ocasionar a ignição do
produto derramado.

Emergências com produtos perigosos e seus fatores de risco.


Produtos perigosos

Conceito: Produto perigoso é todo agente com a propriedade de provocar algum tipo
de dano as pessoas, as propriedades ou ao meio ambiente.
Os agentes que podem provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou
ao meio ambiente são classificadas em:

 Agentes biológicos;
 Agentes radiológicos; e
 Agentes químicos.

Agentes biológicos:

Definição: São toxinas produzidas por seres vivos com a capacidade


de provocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos a eles expostos.
Exemplos: Vírus, bactérias, fungos, parasitas, etc.

Agentes radiológicos:
Definição: Corpos que emitem radiações ionizantes que
podem provocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos a
eles expostos.
Exemplos: materiais radioativos utilizados nas indústrias
(químicas, petroquímicas, de papel, de plásticos), na medicina
(hospitais e laboratórios), etc.

Agentes químicos:
Definição: Elementos ou compostos que de acordo com suas
características (perigos tóxicos, da corrosão, perigos mecânicos provocados
por explosões, perigos térmicos da combustibilidade e outros) podem provocar
lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos vivos a eles expostos e, danos
a propriedades ou ao meio ambiente.
Exemplos: Ácidos e Bases

Acidente com produto perigoso

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Evento repentino e não desejado, onde a liberação de substâncias químicas perigosas em


forma de incêndio, explosão, derrame ou vazamento, causa dano a pessoas, propriedades ou ao
meio ambiente.
Estes acidentes podem variar consideravelmente, dependendo dos produtos perigosos
envolvidos, suas quantidades, propriedades e características físico-químicas, das condições
meteorológicas e do terreno.

Emergências com produtos perigosos

Atividade realizada por profissionais devidamente capacitados para, com segurança;


dimensionar, planejar e implementar ações destinadas ao atendimento de emergências com
produtos perigosos, considerando as características inerentes às diversas classes de risco dos
produtos perigosos e, também, os aspectos ambientais envolvidos.
Existe uma substancial diferença entre o atendimento de uma ocorrência ordinária e uma
emergência com produtos perigosos. Nesses casos, mudam as regras do jogo, e as melhores
soluções, nem sempre são as mais rápidas, mas sim, as mais seguras.
Recebem a denominação ―produtos perigosos‖, as substâncias sólidas, líquidas ou gasosas que
tem a propriedade de provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou ao meio
ambiente. Mas o que transforma essas substâncias em perigosas são, basicamente, suas
características biológicas, radiológicas e químicas.
Os perigos que podem provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou ao
meio ambiente são classificadas em:
 Perigos Biológicos
 Perigos Radiológicos
 Perigos Químicos.

Perigos biológicos
Existem várias categorias de agentes biológicos capazes de causar infecções ou
enfermidades nos indivíduos a eles expostos. Esses agentes podem ser vírus, bactérias, fungos ou
parasitas. Estes tipos de agentes podem estar presentes em depósitos de produtos perigosos ou
em derrames de resíduos. Os agentes biológicos podem se dispersar através do meio ambiente
por meio dos ventos e da água
Perigos radiológicos
As radiações ionizantes são emitidas por materiais artificialmente ou naturalmente
radioativos, ou então, por máquinas que só emitem essas radiações quando em operações
específicas para esse objetivo (exemplo: aparelhos de raios X, reatores nucleares, etc.). A
radiação não possui propriedades de advertência (cheiros característicos, irritações). A ionização
pode alterar a função celular produzindo disfunções ou até a morte celular.
Perigos químicos
Os perigos químicos classificam-se em numerosos grupos. É fundamental que os
profissionais de primeira resposta conheçam os fundamentos de cada um deles e suas relações,
de maneira que possam atuar reduzindo riscos e trabalhando em operações seguras e efetivas.
Térmicos
Combustibilidade: Propriedade de um determinado material para atuar como combustível. Os
materiais que podem se inflamar rapidamente e manter o fogo são considerados combustíveis,
enquanto que aqueles que não possuem tal característica são chamados incombustíveis. Para se
iniciar uma ignição são necessários quatro elementos: combustível (agente redutor), temperatura,
agente oxidante e reação em cadeia sem limitações.

Inflamabilidade: Propriedade de um material (gás ou líquido) para gerar suficiente


concentração de vapores combustíveis debaixo de condições normais para inflamar-se e produzir

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uma chama. É necessário possuir uma relação apropriada entre combustível e ar para que a
combustão prossiga. Essa relação é expressa em percentagem de combustível no ar.
Mecânicos
Explosivos são substâncias que sofrem uma transformação química muito rápida,
produzindo grandes quantidades de gases e calor. Os gases produzidos se expandem rapidamente
e isto origina tanto ondas de choque como intenso ruído. Os perigos mecânicos relacionados com
explosões podem produzir destruição física pelas ondas de choque, grande calor, lançamento de
fragmentos, liberação de compostos no meio ambiente circundante ao local do evento e início de
incêndios.
Tóxicos
Os tóxicos causam efeitos locais ou sistêmicos no organismo humano. Os tipos de
perigos tóxicos podem ser categorizados pelos seus efeitos fisiológicos no organismo, tais como:
asfixia, irritação alérgica, envenenamento de sistemas, mutagênese, teratogênese, etc. A
probabilidade de que o organismo sofra estes efeitos depende não somente da toxicidade inerente
ao próprio produto (medida por sua dose letal) como também pela magnitude da exposição
(aguda/crônica) e a rota da exposição.
As Vias de exposição são os caminhos ou meios através dos quais uma substância
ingressa no Corpo humano. Para este Curso, vamos considerar que existem três vias: Absorção,
Inalação e Ingestão.

1) ___________ – Implica no contato direto com a pele destruindo-a e /ou traspassando


determinada substância através da pele ou olhos.
2) ___________ – Consiste em aspirar determinada substância, levando-a a um contato direto
com as membranas da zona respiratória (nariz, garganta, traqueia e pulmões).
3) ___________ – É a deglutição de uma substância, a qual produz um efeito em contato com a
zona digestiva (boca, garganta, esôfago, estômago e Intestinos.

O sistema de classificação da organização das nações unidas

A Organização das Nações Unidas (ONU), preocupada com o crescente número de


acidentes ambientais envolvendo produtos perigosos e a necessidade de uma padronização dos
mesmos, atribuiu a cada um deles um número composto de quatro algarismos, conhecido por
―número da ONU‖. A relação completa dos produtos perigosos, em ordem numérica e alfabética,
consta do Manual de Emergências da Associação Brasileira da Indústria Química e de Produtos
Derivados (ABIQUIM).
A classificação da Organização das Nações Unidas reconhece nove classes de risco, que seguem
abaixo:

Classes risco
1. EXPLOSIVOS
2. GASES
3. LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
4. SÓLIDOS INFLAMÁVEIS
5. SUBSTÂCIAS OXIDANTES
6. SUBSTÂNCIAS TÓXICAS
7. SUBSTÂNCIAS RADIOTIVOS
8. SUBSTÂNCIAS CORROSIVOS
9. SUBSTÂNCIAS PERIGOS DIVERSOS

Sistemas informais de identificação

Consideramos sistemas informais, aqueles que permitem o reconhecimento da presença


de produtos perigosos quer por meio da apreciação das formas estruturais dos recipientes onde
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encontram-se os produtos, sejam eles fixos ou de transporte, quer por meio da observação de
marcas, cores, características de ocupação e localização.

Sistemas formais de identificação

Os sistemas formais de identificação são todos aqueles


normatizados, de características similares e de uso massivo, que
incorporam informações suficientes para uma identificação
primária do produto perigoso com segurança.
A Associação é uma entidade de classe representativa do
setor da indústria química no Brasil, fundada
no ano de 1964.
A identificação formal de um produto perigoso poderá
ser realizada por qualquer uma das seguintes maneiras:

1 – Número da ONU

É o número de 4 algarismos (número da ONU)


existente no painel de segurança (placa retangular de cor
laranja) afixada nas laterais, traseira e dianteira do veículo
de transporte.

 Painel de Segurança
 Número de Risco
 Número da ONU

2 - Número de Risco

O número de risco é a identificação de risco existente na parte superior do painel de


segurança. Esses números são semelhantes aos da ONU, mas indicam simplesmente a classe
geral (classe de perigo do produto perigoso). Estes números são constituídos por dois ou três
algarismos e, se necessário, a letra ―X‖. Quando for expressamente proibido o uso de água no
produto perigoso, deve ser colada a letra X, no início, antes do número de identificação de risco.
O número de identificação de risco permite determinar de imediato:

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 1º algarismo = O risco principal do produto;


 2º e/ou 3º algarismos = Os riscos subsidiários.
Observação:
Na ausência de risco subsidiário deve ser
colocado como 2º algarismo o número ―zero‖; no caso
de gás, nem sempre o 1º algarismo significa o risco
principal; e a duplicação ou triplicação dos algarismos
significa uma intensificação do risco.

3– Rótulo de Risco

O rótulo de risco é a placa ilustrada


em formato de losango afixado nas laterais
e, traseira dos veículos de transporte. Os
rótulos de risco possuem desenhos e
números que identificam o produto
perigoso. Quanto à natureza geral, a cor do
fundo dos rótulos é a mais visível fonte de
identificação de um produto perigoso.

Os rótulos de risco possuem


desenhos, números e cores, que identificam
o risco que o produto perigoso oferece.

3 = INFLAMÁVEL;
33 = MUITO INFLAMÁVEL;
333 = ALTAMENTE INFLAMÁVEL.

Significado do primeiro algarismo (risco principal do produto)

1 Explosivo; 5 Substância oxidante ou peróxido orgânico


2 Gás 6 Substância tóxica
3 Líquido inflamável 7 Substância radioativa
4 Sólido inflamável 8 Substância corrosiva

Significado do segundo e/ou terceiro algarismos (risco adicionais)

0 Ausência de risco subsidiário 5 Oxidante


1 Explosivo 6 Tóxico
2 Emana gás 7 Radioativo
3 Inflamável 8 Corrosivo
4 Fundido 9 Perigo de reação violenta

4 – Outras formas de identificação do produto

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Pelo número da ONU ou pelo nome do produto perigoso constante na ficha de


emergência, no documento fiscal ou na embalagem do produto.

Observações:

 Os painéis de segurança devem ser de cor laranja e os números de identificação de risco e


do produto perigoso (número da ONU) devem ser indeléveis de cor preta. Quando o
transporte for efetuado desde o por do sol até o amanhecer, os painéis devem ser de cor
laranja refletiva;
 O painel de segurança e o rótulo de risco, se destacáveis, devem ter seus versos pintados
na cor preta, e os números citados no painel não devem ser removíveis;
 Os algarismos devem ter altura de 10 cm e largura de 5,5 cm;
 No Brasil, os símbolos convencionais e seu dimensionamento são estabelecidos pela
NBR 7500, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, de Jan/94 – Símbolos de risco
e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais (63 páginas).

Manual para atendimento de emergências com produtos perigosos

O Manual de Emergências da ABIQUIM é somente uma fonte de informação inicial para


os primeiros 30 minutos do acidente.
Utilize suas recomendações para orientar as primeiras medidas na cena da emergência,
até a chegada de uma equipe especializada, evitando riscos e a tomada de decisões incorretas.
Cada produto perigoso recebeu da Organização das Nações Unidas (ONU), um número
com quatro algarismos, conhecido como número da ONU.
Por exemplo: O gás liquefeito de petróleo (GLP), que utilizamos como gás de cozinha, possui o
número 1075.
Utilize o Manual de Emergências para identificar os produtos perigosos e as ações
iniciais de emergência da forma que segue:
Seção AMARELA = Nas páginas amarelas do Manual de Emergências da ABIQUIM,
os produtos perigosos estão relacionados por ordem numérica crescente.
Exemplo:
Nº ONU C.R GUIA NOME DO PRODUTO PERIGOSO
 1427 4.3 138 HIDRETO DE SÓDIO
 1888 6.1 151 CLOROFÓRMIO
 2842 3 129 NITROETANO
Seção AZUL = Nas páginas azuis, os produtos perigosos estão relacionados por
ordem alfabética.
Exemplo: NOME DO PRODUTO PERIGOSO Nº ONU C.R GUIA
 BENZOL 1114 3 130
 CLOROETANO 1037 2.1 115
 PERÓXIDO DE POTÁSSIO 1491 5.1 144

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Observação: Não sendo possível identificar o número da ONU ou o nome do produto


perigoso, existe uma alternativa; procurar o rótulo de risco do produto perigoso. No Manual de
Emergências da ABIQUIM existem páginas de rótulos de risco com seus guias correspondentes.
Seção VERDE = Você poderá encontrar uma série de produtos perigosos destacados pela
cor verde nas seções amarela e azul do Manual de Emergência, por exemplo o cloro, número da
ONU 1017, estes produtos exigem uma atenção especial nos casos de vazamentos, pois são
substâncias tóxicas se inaladas. Consulte as páginas verdes, na parte final do manual, para
conhecer as distâncias em metros para isolamento e evacuação (ação de proteção) inicial.

Atenção

Se você não conseguir identificar nem o número da ONU, nem o nome do produto
perigoso, utilize a Guia de Emergência nº 111, que é a guia indicada para produtos perigosos em
geral. Depois procure obter informações mais detalhadas sobre o produto o mais rápido possível.

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Módulo II - Unidade Didática 7

Operações de Combate a Incêndio e Salvamento

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Citar as 04 ações do controle de um incêndio;


2) Definir ataque direto; indireto e combinado;
3) Definir ações de combate a incêndio florestal;
4) Definir ações de combate incêndio em veículos;
5) Executar com segurança operações de salvamento em incêndios.

2.7 Operações de combate a incêndio e salvamento

Introdução

O combate eficaz a incêndio em edificações requer uma série de conhecimentos e ações


por parte do combatente. Para tanto, diversas técnicas, estratégias e táticas são necessárias. Saber
como o incêndio surge e como se desenvolve, e como enfrenta-lo com correção, com a máxima
segurança e produzindo os menores danos possíveis, são requisitos fundamentais desta que é a
maior e indiscutível razão da existência dos Corpos de Bombeiros.

Estratégias de combate a incêndio

As estratégias de combate em edificações são dividas em operações ofensivas, defensivas


e marginais.

Operações ofensivas

Durante uma operação ofensiva (também chamada de ataque interno ou ataque direto) as
condições do incêndio permitem a realização de um ataque interior, rápido ou cauteloso. Em
geral, essas ações são desenvolvidas de um modo agressivo e objetivam a rápida extinção do
incêndio no interior da edificação.

1 2 3 4 5

1. Não se vê nada = ______________;


2. Se vê fumaça = ______________ (AI) rápido;
3. Se vê fumaça e pouco fogo = ______________;
4. Fogo em desenvolvimento = AI ______________;
5. Fogo ativo = Ataque interior ______________________.

Operações defensivas

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São utilizadas quando as condições do incêndio impedem a entrada e o ataque interior, de


modo que o Cmt da Gu deverá determinar o posicionamento de linhas de proteção de maior
calibre (2 ½‖) entre o foco de incêndio e as outras estruturas vizinhas para prevenir a propagação
do fogo. Trabalho orientado mais para ações de isolamento do que para extinção.

Operações marginais

Representam situações de difícil combate, pois ocorrem quando as condições do sinistro


estão no fim de uma operação ofensiva e no início de uma operação de defesa (situação limite).
O Cmt de Gu deverá determinar o inicio de um ataque ofensivo, mas poderá ter de alterar sua
decisão estratégica e determinar a retirada dos combatentes a qualquer momento.

6 7 8 9 10

6. Fogo marginal = AI preparando-se p/______________________;


7. Totalmente em chamas = ______________________ (OD);
8. O fogo desce = OD preparando-se para ___________;
9. Fogo na base = OD preparando-se para colapso;
10. Destruição total.

Ações táticas num incêndio

As ações táticas (específicas) num incêndio são:


 O resgate (busca e salvamento) de pessoas em perigo;
 O controle do incêndio (isolamento, confinamento e extinção do fogo);
 A conservação da propriedade (durante e após toda a operação).
 Revisão geral (rescaldo)

O Resgate

A identificação e o resgate de vítimas representam a primeira prioridade tática de todo


bom Cmt de Gu. Essa tarefa tática divide-se em uma busca ________ e uma _______________.
O termo utilizado na rede de rádio para caracterizar que não foram encontradas vítimas é
“tudo limpo”.
As operações de resgate são sempre a primeira e mais importante ação tática em qualquer
incêndio. É possível que o Cmt de Gu tenha de iniciar os trabalhos de controle do fogo para
proteger as ações de busca e resgate, ou ainda, para garantir que o incêndio mantenha-se distante
das possíveis vítimas do sinistro. As ações de busca devem ser realizadas em todas as áreas
expostas ou ameaçadas pelo incêndio.

O controle do incêndio
Consiste nas ações destinadas especificamente ao controle do incêndio, sendo tais ações o
isolamento, o confinamento, a extinção, as ações de apoio e suporte (entradas forçadas,
ventilação, iluminação, gerenciamento de riscos e abertura de acessos).

Isolamento
O controle do incêndio sempre se inicia pelo isolamento da área sinistrada. A operação de
isolamento nada mais é do que uma ação de impedimento da propagação do fogo que poderá

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dirigir-se para além da edificação de onde se originou. A proteção das edificações e estruturas
vizinhas ao local do sinistro deverá ser sempre considerada como principal objetivo em situações
de combate ao fogo do tipo defensivo.

Confinamento
O confinamento de um incêndio em sua área de origem é uma ação tática (operacional)
que consiste em impedir a progressão, horizontal ou vertical, do fogo e do calor para ambientes
ainda não expostos (atingidos). Podemos dizer que um incêndio está confinado quando foi
reduzido a uma área onde possa ser controlado pelos combatentes.

Extinção
São as ações necessárias para o ataque e a extinção propriamente dita do incêndio. O
êxito dessas operações depende do tipo de material combustível, da localização do incêndio, do
grau de dificuldade e da capacidade de resposta das equipes de combate ao fogo.

Ações de apoio e suporte

Entradas forçadas
São as ações realizadas pelos combatentes que se deparam com barreiras que impedem
seu acesso à área do incêndio. O grau de dificuldade dessas atividades está diretamente
relacionado com o tipo de obstáculo encontrado diante dos acessos primários, tais como portas,
janelas, sacadas, etc.

Ventilação
É a principal ação tática de proteção que visa substituir a atmosfera quente e contaminada
existente nos ambientes fechados do local sinistrado. A ventilação nada mais é do que a extração
planejada e sistemática de calor, fumaça e gases do incêndio da edificação. Esta é uma ação de
suporte que facilita o trabalho dos combatentes durante os serviços de confinamento e extinção
do fogo.

Iluminação
São as ações realizadas pelos combatentes para garantir a visibilidade no local do
incêndio, pois nessas ocorrências são comuns os colapsos no fornecimento de energia elétrica
produzidos pelo próprio sinistro, pelo horário, ou determinados pelo Cmt de Gu para garantir a
segurança durante os trabalhos de combate ao fogo.

Gerenciamento de riscos
Incluem as ações de corte da energia elétrica e fechamento dos registros de gás.
Recomenda-se o corte da energia localizado, ou seja, devemos evitar ao máximo, cortar
totalmente a energia elétrica de uma edificação vertical ou grande local de incêndio, e sim,
restringir o corte da energia apenas à área sinistrada. O fechamento do gás segue as mesmas
regras, ou seja, deve ser feito localizado (só no apartamento ou só no andar do incêndio). O corte
no registro geral (central de gás) poderá gerar problemas futuros gerando vazamentos nos
queimadores dos fogões que estavam acessos na hora do corte e que permaneceram abertos.

Abertura de acessos
São as ações instituídas para garantir um acesso que permita a
aplicação de água sobre um foco de incêndio oculto. Se os espaços
vazios não forem abertos e observados, o fogo poderá propagar-se
comprometendo partes importantes da estrutura da edificação. Esses
trabalhos implicam na derrubada de paredes, forros, tetos falsos,
abertura de pisos, tudo para permitir o ataque de um fogo oculto.

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Na abertura de portas faça-o com cuidado, verifique a sua temperatura com um toque das
mãos. Não fique em pé ou defronte a uma porta, mantenha-se lateralmente a ela e abra agachado.
Se houver fogo no compartimento, o calor e os produtos da combustão passarão por cima de
você. Utilize as portas que abrem em sua direção como um ―escudo‖, pois tal ação visa
resguardar os combatentes dos fenômenos ―Backdraf e Flashover‖. Disponha sempre de uma
linha de proteção para adentrar em compartimentos em chamas.

Conservação da propriedade
Deverá iniciar-se tão cedo quanto possível para evitar danos adicionais à estrutura
sinistrada. Essas ações visam diminuir os danos causados pelo fogo, pela água e pela fumaça,
durante e depois do combate ao incêndio e, de forma geral, compreendem atividades de
escoamento de água, transporte e cobertura de objetos e ações de proteção de salvados em geral.

Revisão geral
As operações de revisão são necessárias para extinguir completamente o incêndio, deixar
a estrutura sinistrada em uma condição segura e ajudar a determinar as possíveis causas do
incêndio. É importante que ações de rescaldo não se iniciem antes de completadas as
investigações para a determinação da causa do sinistro, ou caso iniciarem, deve-se alterar o
cenário o mínimo possível.

Técnicas de ataque e extinção de incêndios


As técnicas de ataque e extinção são determinadas em função do tipo, intensidade e classe
do incêndio e a regra do combate é sempre o ataque ofensivo (interno), conduzido de forma
rápida e agressiva. Assim, as técnicas utilizadas serão o ataque direto, ataque indireto ataque
combinado,

Ataque direto

Forma de ataque caracterizada pelo lançamento de um jato de água diretamente sobre a


base do fogo. Ataque usualmente utilizado para enfrentar incêndios nas fases iniciais e nas
situações de pré ou pós flashover. Essa técnica exige que os BM caminhem até bem próximo do
fogo e executem o ataque utilizando jatos d‘água direcionados para a base do incêndio.
O ataque direto só deve ser feito após se verificar as condições da estrutura da edificação,
não devendo ser adotado se tais condições não forem seguras. Deve-se estar atento as
―armadilhas‖ que podem estar ocultas pela fumaça (ou pela escuridão). Também se deve atentar
para que sejam cortados os suprimentos de energia elétrica e gás, conforme a necessidade.
Recentemente, devido especialmente aos riscos associados do flashover e do backdraft,
recomenda-se que antes da realização do combate direto propriamente dito, os combatentes
façam o uso de uma série de jatos bem curtos de neblina fina direcionados a capa de gases
aquecidos existente na parte mais alta da área sinistrada, já a partir da abertura de acesso ao
ambiente sinistrado. Esse procedimento não objetiva a supressão do fogo, mas sim o
resfriamento dos gases e a redução da temperatura do ambiente para facilitar a aproximação
tática dos combatentes de linha, promovendo um ambiente mais seguro para a extinção
propriamente dita.
Obs. Não confundir essa prática com a técnica do combate indireto.

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Em edificações verticalizadas também se deve buscar o ataque direto, com a


pressurização do SHP da edificação ou, caso não disponha, com a utilização de mangueiras
montadas através das escadas. O ataque indireto (externo) é, conforme a altura, totalmente
ineficaz e representará apenas desperdício de tempo e água. É importante salientar que os
combatentes devem buscar utilizar suas próprias mangueiras, visto que as que se encontram nos
hidrantes das edificações, em geral, são de péssima qualidade, isso se houver mangueiras nos
hidrantes. Caso o hidrante de recalque não seja encontrado ou se encontre sem condições de uso,
o recalque poderá ser feito no hidrante da edificação mais próximo.

Ataque indireto

Forma de ataque caracterizada pelo lançamento de um jato de água indireto a partir de


uma área externa, ou seja, o combatente permanece fora da área sinistrada e lança jatos
direcionados para a parte superior da edificação, usando a propriedade de vaporização da água,
sem a necessidade de adentrar no local do incêndio.
O combate indireto é desaconselhável caso não se tenha a certeza que no ambiente
incendiado não há vítimas, visto que a grande geração de vapores d‘água poderá comprometer
ainda mais a segurança de possíveis vítimas que estejam no interior da área sinistrada.Além
disso, a produção de vapores superaquecidos e a quebra do equilíbrio interno do ambiente
expõem os combatentes a condições extremas e ao risco de graves queimaduras. Existe ainda o
problema do efeito êmbolo como consequência da expansão do vapor que poderá acabar
empurrando os produtos da combustão (fumaça, calor e, ocasionalmente, o próprio fogo) para
áreas ainda não afetadas da edificação.

Ataque combinado
Forma de ataque ainda empregada para combater incêndios
confinados, sem risco de explosão ambiental, mas com superaquecimento do
ambiente. A técnica baseia-se no emprego simultâneo das duas técnicas
anteriores, ou seja, o uso da produção de vapor combinado com o ataque
direto.

Incêndio em ambientes confinados


O combate a incêndio num ambiente confinado deve ser realizado através de um ataque
direto, mas cauteloso. Deve sempre ser precedido de ventilação adequada e de jatos curtos e
intermitentes contra as áreas elevadas do compartimento, a fim de proporcionar a diminuição da
temperatura e permitir melhor visualização dos focos do incêndio, diminuindo,
consequentemente a ocorrência de flashover e backdraft e proporcionado maior facilidade para a
locomoção correta do combatente.

Preservação do local sinistrado


Em vista da realização de perícia o local sinistrado deve ser preservado até a chegada do
perito. A guarnição no combate o incêndio deve alterar somente o mínimo necessário ao
combate, sendo desaconselhável a retirada de materiais do interior da edificação, salvo aqueles
que apresentem risco, bem como não se deve fazer a descarga de mangueiras a partir da ponta da
mangueira do esguicho dentro da edificação.

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Incêndios Florestal

A destruição das matas por incêndio além de causar danos materiais, prejudica o sistema
ecológico e o clima. Geralmente os incêndios ocorrem pela ação humana de forma inadvertida
ou dolosa, provoca à devastação da natureza, aliadas a ação do homem, as situações
meteorológicas adversas também contribuem para a ocorrência de incêndios, principalmente no
período de julho a outubro, devido à estiagem e as geadas.

Combustíveis:
São divididos em leves, pesados e verdes, também podem ser classificados conforme suas
respectivas localizações:
 Combustível ________________: Húmus, raízes e solo;
 Combustíveis _______ (queima rápida) – Grama seca, folhas mortas, arbustos e gravetos;
 Combustíveis ___________ (queima lenta) – Troncos e galhos;
 Combustíveis _________ – É a vegetação em crescimento. Ex: Vegetais como eucalipto,
pinheiro e cedro.

Fatores de Propagação de Incêndios


O combatente deve estar atento as:
 ______________________ – atentar para o vento, temperatura e umidade.
 ___________ – Vento forte, propagação rápida (oxigênio), poderá levar fagulhas além da
linha de fogo e iniciar com isto focos secundários.
 ______________________, ficar atentos, pois colocam em risco a segurança do
combatente e do controle de incêndio. É importante ver a direção do vento nos vales e
declives para que se planeje o ataque ao incêndio, atentar pois ele seca os combustíveis,
fazendo com que queimem melhor e mais rapidamente.
 ______________________ - A temperatura do solo influi na movimentação das correntes
de ar e provoca nos combatentes cansaço e estafa durante o combate.
 ___________ - O conteúdo de umidade dos combustíveis é importante no combate a
incêndios, pois os combustíveis leves são os que tem maior facilidade em umedecer.
Úmidos queimam lentamente e não produzem calor suficiente para incendiar os
combustíveis pesados, tornando lenta a propagação.
 Topografia do terreno – Aclive – O fogo queima mais rapidamente para cima, pois as
chamas encontram mais combustíveis que em contato com outros gases quentes
produzem a convecção.
 Declive – O fogo é lento, pois as correntes de convecção vão a sentido opostos aos
combustíveis, não os aquecendo.

Classificação dos Incêndios em Mata


É feita de acordo com a localização dos combustíveis.
Incêndio subterrâneo: Quando a queima de combustíveis abaixo do solo, tais como
húmus, raízes e turfa. Incêndio de combustão lenta e sem chamas mas de difícil extinção.
Incêndio rasteiro: Quando a queima de combustíveis de baixa estatura tais como:
vegetação rasteira, folhas e troncos caídos, arbustos, etc. É o tipo de incêndio que ocorre com
maior frequência.

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Incêndio aéreo: Quando a queima de combustíveis está acima do solo, como galhos,
folhas, musgos, etc. Este tipo de incêndio ocorre geralmente em dias muito vento e baixa
umidade relativa do ar, é conhecido também por incêndio de copas.
Incêndio total – Quando teremos todas as formas de incêndio.
Ataque Direto – Combater diretamente as chamas no perímetro do incêndio. Para este
combate utilizam-se ferramentas agrícolas, abafadores e bombas costais. Dependendo do acesso
e fonte de abastecimento, pode se utilizar moto-bomba e viaturas de incêndio. É usado quando o
fogo não é muito violento, permitindo que os combatentes se aproximem da linha de fogo.
Abafador – Podem ser de ramos verdes e tiras de mangueiras.
Bomba Costal – Possui normalmente reservatório de 20 litros de água e esguicho.
Ferramentas Agrícolas – (Enxada, enxadão, etc.).
Ataque aéreo – Feito por avião com tanques especiais ou com helicópteros com bolsa de
água.
Ataque indireto – Combater o fogo a uma distância do seu perímetro. Método utilizado
quando o fogo é de grande intensidade ou se move rapidamente. Neste método de combate, faz-
se o aceiro ou se utiliza de uma barreira natural, e, a partir da linha construída faz-se o fogo de
encontro. O aceiro visa extinguir o incêndio pela retirada do material e deve ser suficientemente
largo para evitar que o fogo se propague para outro lado. Aceiros mais largos que o necessário ,
porém, significam desperdício de tempo e esforços que podem ser vitais em outras frentes. O
aceiro é composto de duas áreas: raspada e tombada.
Área raspada – Consiste em remover a vegetação até que a terra viva seja exposta.
Utiliza-se ferramentas manuais como enxadas, enxadões e ancinhos ou máquinas como trator pá
ou com rastelo. A vegetação retirada da área raspada que não esteja queimada, deve ser removida
em direção à área a preservar, para mais tarde, evitar uma grande carga de incêndio pela
utilização do fogo de encontro.
Área tombada – Derrubar toda a vegetação em direção ao fogo, visando diminuir o
tamanho das chamas, evitando assim que eles ultrapassem a área raspada.
Fogo de encontro – Consiste em atear fogo na área tombada em direção ao incêndio,
visando alargar o aceiro, usa-se o fogo de encontro a partir do aceiro pois há o perigo do fogo
pular a linha.
Cuidados a serem tomados:
Nunca atear fogo em área maior do que seja possível de controlar;
Atear fogo na direção do incêndio e contra o vento;
Ficar atento aos focos de incêndio que possam surgir dentro da área protegida; Nunca
deixar o fogo de encontro se espalhar pelas extremidades do aceiro;
Ter pessoal para controlar o fogo de encontro;
Onde for possível, usar o fogo de encontro a partir de uma barreira natural;
Rescaldo – É quando se elimina todos os riscos de reignição do incêndio; Procedimentos
para o Rescaldo:
 Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi
extinto;
 Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio;
 Se o rescaldo for trabalhoso permitir que o combustível queime sob controle;
 Ter certeza de que o aceiro está limpo;
 Cortar ou apagar com água troncos que possam soltar faíscas além do aceiro;
 Extinguir focos esparsos;
 Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água para
dentro do perímetro (se for o caso enterra-lo);
 Colocar todo o combustível roliço em posição que não possa rolar e ultrapassar o
aceiro

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Prescrições gerais A extinção do incêndio em mata é um serviço perigoso e exaustivo e


requer do combatente uma tenacidade acima do normal. Na operação deve se ter um Posto de
Comando com comunicações, atendimento em primeiros socorros e viaturas para deslocamentos
rápidos, planejamento e controle da operação. O incêndio em mata tem menos intensidade na
madrugada e maior intensidade entre as 10:00h e às 18:00h. Uma análise apurada sobre o tipo de
vegetação e terreno pode apontar qual o melhor horário pra intensificar os trabalhos. O combate
deve ser feito o mais rápido possível, até a sua total extinção. O combate deve ser feito em
equipes, não devendo nunca o combatente trabalhar isolado. Ao se optar pelo ataque indireto,
deve-se observar a existência de barreiras (estradas), que devem ser usadas como aceiros. Ao
usar a técnica de fogo de encontro, deve-se calcular o local aonde os dois fogos vão se encontrar
que deverá ser distante da linha de aceiro, evitando outros focos de incêndio provocados pelo
vento. Os combatentes que vão trabalhar à noite devem chegar ao local do incêndio antes que
escureça para reconhecer o terreno à luz do dia, primeiramente, determinar o caminho para
escapar, se for necessário. O período em serviço não deve exceder 12 horas seguidas e o
descanso não deve ser menor que 8 horas. Os serviços só devem ser abandonados após rescaldo
criterioso, ficando a área queimada em observação para alerta imediato em caso de reignição.
Ter apoio do serviço de meteorologia local principalmente sobre as mudanças do vento.
O chefe da equipe deve ter controle do pessoal e equipamento. Ter cuidado quando em local de
vegetação muita densa e quando há grande quantidade de combustíveis entre o aceiro e o
incêndio. Existe um ditado indígena em outros países, com tradição no combate a incêndio que
diz: ―O combatente deve ficar sempre com um pé no preto‖, ou seja, com rota de escape pela
área já queimada.

Equipamentos para o combate a fogo em mata

Equipamento de proteção individual Equipamento de proteção individual

1. Capacete 1. Kit de Primeiros Socorros;


2. Bandô (protetor posterior do pescoço) 2. Cabos;
3. Óculos de proteção 3. Sked;
4. Capa 4. Machado;
5. Faca / Facão 5. Gancho para captura de ofídios;
6. Material de primeiros socorros no 6. Laço para captura de ofídios;
Posto de Comando 7. Vasilhame contendo água potável;
7. Ambulância com pessoal habilidade 8. Cantil;
8. Binóculo 9. Enxada;
9. Apito 10. Binóculo;
10. Cordas (cabos) 11. Faca e acessórios multiuso;
11. Cantis e reservatório de água 12. GPS;
13. HT;
14. Bússolas;
15. Carta;
16. Caixa de ofídios;

Cada grupo mínimo de 3 e no máximo de 12 elementos, ao chefe o controle de seu grupo.


A verificação constante do efetivo e de equipamentos dever ser prioritária.
Para algumas operações deve-se destacar um vigia que fica longe, com rádio, apito e
binóculos, para evitar que os combatentes sejam envoltos pelo fogo.
É importante manter sempre contato com o Posto de Comando e elaborar, em todo ataque, as
rotas de fuga

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Módulo II - Unidade Didática 8

Treinamento Prático

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Realizar a montagem de estabelecimentos;


2) Conhecer o uso de escadas em diversas operações de combate a incêndios;
3) Realizar com segurança operações de salvamento em locais confinados

2.8 Treinamento prático

Nesta fase o aluno realizará treinamentos práticos de montagem de estabelecimento,


utilização de escadas e operações de segurança em locais confinados, aplicando os
conhecimentos adquiridos nessa fase teórica do módulo II (Controle de incêndios) do Curso
Avançado de Atendimento a Emergências (CAAE).

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CAAE – Módulo III

PREVENÇÃO E SISTEMAS PREVENTIVOS

Instrutor

_______________________________________________

_______________________________________________

12 h/a

CBMSC

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Módulo III - Unidade Didática 1

Sistemas Preventivos

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar quais os sistemas preventivos existentes;


2) Descrever os princípios de funcionamento e manutenção de cada sistema preventivo;
3) Identificar os procedimentos de segurança em caso de incêndio;

3. PREVENÇÃO E SISTEMAS PREVENTIVOS

O fogo sempre motivou a curiosidade do ser humano. Antes de seu domínio, o homem
primitivo o considerava um deus. Após dominá-lo, o fogo tornou-se um grande aliado do animal
em desenvolvimento. Com seu calor aqueceu-se do frio e preparou sua comida. Com seu brilho
iluminou a caverna e afugentou os animais, tornando-se uma fonte de segurança.
Em torno das fogueiras o homem se reunia com os companheiros e iniciava sua
caminhada como ser social. Com o passar do tempo, o fogo continuou a ser utilizado pelo
homem como um grande aliado. Com sua energia pode aquecer as caldeiras e criar a revolução
industrial. Ainda hoje é fonte de energia presente em nossas vidas e lares.
Mas o mesmo fogo amigo pode tornar-se um inimigo poderoso quando fora de controle,
ceifando vidas, destruindo matas e florestas e causando dor. Ao fogo descontrolado chamamos
de incêndio.
Deste modo, para que homem não virasse vítima deste fogo, sistemas preventivos contra
incêndio foram aos poucos sendo instituídos, sempre visando à manutenção da vida.

3.1 Sistemas preventivos

São dispositivos e equipamentos instalados numa edificação, destinados a __________


___________________, bem como auxiliar os usuários a abandonarem a edificação com
segurança, evitando o pânico e evitando a propagação das chamas.

Sistema Preventivo por Extintores


Exigido em todas as edificações, independentemente de área ou altura (exceto as
unifamiliares), tem por objetivo permitir a existência de equipamentos de controle dos princípios
de incêndios, que podem ser utilizados por pessoas leigas, evitando o crescimento e o
descontrole do fogo.
Estão localizados nas áreas __________ da edificação, devidamente sinalizados e
identificados, permitindo acesso fácil e rápido para ações em princípios de incêndio. Na maior
parte das vezes, está projetado para utilização naquela área da edificação, levando-se em conta o
tipo de combustível existente.

Extintores de Incêndio

São aparelhos de fácil manuseio, destinados a ____________


princípios de incêndio. Recebem o nome do agente extintor que
transportam em seu interior (por exemplo: extintor de água, porque
contém água em seu interior).

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Tipos de Extintores de Incêndio


De maneira geral, os extintores classificam-se
em:

a) extintores ____________;
b) extintores ____________________ (estacionários
ou carretas).

Validade dos Extintores

Os extintores de incêndio estão presentes na maior parte das edificações. Destinados a


combater princípios de incêndios, os mesmos tem capacidade reduzida e validade pré-definida.
No Brasil não existe uma regulamentação acerca da validade dos extintores, sendo que a única
obrigatoriedade criada em torno destes equipamentos é a de que os mesmos sejam submetidos a
teste hidrostático (teste no cilindro) a cada ________________.
Em razão desta regulamentação, em Santa Catarina, o Corpo de Bombeiros Militar
recomenda a manutenção dos extintores à validade do ____________________, desde que os
mesmos mantenham suas características externas intactas (mangueiras, esguichos, condições de
casco), _________________ do lacre e nível de pressurização.
Em suma, a validade do extintor poderá ser de até 5 (cinco) anos.

Sistema Hidráulico Preventivo-SHP

Também denominado de sistema de hidrantes, serve para a extinção de princípios de


incêndio e podem ser operadas por pessoas leigas, com algum conhecimento de técnicas de
extinção.
Composto por um reservatório de água (RTI – Reserva Técnica de Incêndios), uma rede
de ___________, ___________ de paredes, ___________ de incêndio e ___________, são
posicionados nas áreas comuns das edificações, permitindo acesso fácil dos usuários, bastando
lançar as mangueiras, conectar os esguichos e abrir o registro para que expelir água para o foco
do incêndio.
Tal sistema também é ___________ pelo Corpo de Bombeiros Militar para bombear água
para o interior da edificação, através da rede de canalização existente e evitar a necessidade de
montagem de linhas de mangueiras pelas escadas da edificação, reduzindo tempo e facilitando as
ações de extinção.

Como Utilizar o SHP

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1- Acione o Corpo de Bombeiros pelo fone 193. ___________ a energia elétrica e verifique
se no combustível atingido pode ser utilizada água para extinção.

2- Desenrole a mangueira, de forma que esta faça curvas e não crie ângulos.

3- Conecte as juntas de união no hidrante e no esguicho e abra o registro.

4- Aproxime-se abaixado e lance uma pequena quantidade de água para o _____ de forma a
diminuir a temperatura no ambiente.

5- Ventile o local para aumentar a visibilidade, fechando a abertura caso o incêndio não seja
controlado.
6- Ataque à ________ do fogo, com cuidado na aproximação. Se o incêndio estiver
descontrolado, abandone a edificação, fechando todas as portas e janelas que encontrar.

Saídas de Emergência
São compostos pelas portas, escadas, rampas, corredores, elevadores de emergência e
plataformas de resgate aéreo. Tem o objetivo de servir de ________________ para os usuários
da edificação, por isso devem estar sinalizados, desobstruídos e iluminados. A largura dos
acessos é projetada de acordo com o número de ______________ da edificação.

Sinalização de abandono de local

São as _________________________________, localizadas na ______ de fuga da


edificação. Normalmente são placas simples ou luminosas com a indicação SAÍDA, seguida ou
não de uma seta de orientação do rumo a ser seguido.

Iluminação de Emergência

São luminárias instaladas na rota de fuga de forma a possibilitar a visibilidade no trajeto,


visando identificar obstáculos e permitir um ___________ rápido e eficiente. São localizadas em

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altura abaixo das aberturas da edificação, de forma que não sejam prejudicadas pela fumaça.
Possuem dispositivos automáticos que se ___________ com o corte da energia da edificação.

Gás Central Canalizado

Esse sistema armazena ______________________à carga de GLP (gás liquefeito de


petróleo) utilizado pelos usuários. É composto por uma central de gás, canalizações metálicas de
distribuição, abrigos de medidores com registro de corte e registro de corte no ponto de
consumo.

Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

Também conhecido como para-raios, serve para criar um sistema de captação e


aterramento de descargas atmosféricas, impedindo seu contato com a edificação. É composto de
sistema de captação (hastes, malhas metálicas ou estruturas metálicas), descidas e de anel de
aterramento.

Sistema de alarme e detecção

Visa criar um sistema de alerta aos usuários da edificação quando da ocorrência de um


incêndio. Podem ser utilizados acionadores manuais e / ou automáticos, de forma a noticiar o
sinistro e alarmar a população usuária para abandono da edificação.

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Sistema de chuveiros automáticos


É um sistema automatizado, que expele água no ambiente quando da ocorrência de um
princípio de incêndio. São compostos por canalizações que possuem em suas extremidades
aparelhos denominados sprinklers, que se rompem a determinada temperatura e fazem escoar a
água sobre a fonte de calor.

Plano de Emergência

Documento que contem os _______________ que devem ser adotados pelas pessoas
ocupantes do imóvel em caso de situação de emergência.
Segundo o Art. 5º da IN 031/DAT/CBMSC, O plano de emergência contra incêndio
deverá conter:
I - procedimentos básicos na ______________________________;
II – dos ______________________________;
III ______________________________; e
IV - programa de _______________ _______________

Dos procedimentos básicos de segurança

Art. 6° Os procedimentos básicos na segurança contra incêndio serão:

I -alerta: identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa que identificar tal situação
deverá alertar, através do sistema de alarme, ou outro meio identificado e conhecido de alerta
disponível no local, os demais ocupantes da edificação.
II - análise da situação: a situação de alerta deverá ser avaliada, e, verificada a existência de uma
emergência, deverão ser desencadeados os procedimentos necessários para o atendimento da
emergência;
III - apoio externo: acionamento do Corpo de Bombeiros Militar, de imediato, através do
Telefone 193, devendo informar:
a) nome do comunicante e telefone utilizado;
b) qual a emergência, sua característica, o endereço completo e os pontos de referência do local
(vias de acesso, etc);
c) se há vítimas no local, sua quantidade, os tipos de ferimentos e a gravidade.
IV - primeiros socorros: prestar primeiros-socorros às vítimas, mantendo ou estabilizando suas
funções vitais até a chegada do socorro especializado.
V -eliminar riscos: realizar o corte das fontes de energia elétrica e do fechamento das válvulas
das tubulações (GLP, GN, acetileno, produtos perigosos, etc), da área atingida ou geral, quando
possível e necessário.
VI - abandono de área: proceder abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme
definição preestabelecida no plano de segurança, conduzindo a população fixa e flutuante para o
ponto de encontro, ali permanecendo até a definição final do sinistro.
VII - isolamento da área: isolar fisicamente a área sinistrada de modo a garantir os trabalhos de
emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem o local.
VIII - confinamento e combate a incêndio: proceder o combate ao incêndio em fase inicial
e o seu confinamento, de modo a evitar sua propagação até a chegada do CBMSC.
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§ 1° A sequência lógica dos procedimentos será conforme o fluxograma do Anexo C da IN


031/DAT/CBMSC
§ 2° Para a eliminação dos riscos é necessário: definir o tipo de risco, definir os equipamentos
necessários à proteção e definir o responsável para realizá-los em caso de sinistro.
§ 3° O plano de emergência deve contemplar ações de abandono para portadores de necessidades
especiais ou mobilidade reduzida, bem como as pessoas que necessitem de auxílio (idosos,
crianças, gestantes, etc).
§ 4° O isolamento das áreas compreende a verificação das áreas, por responsável, verificando e
certificando que todos evacuaram o local.

Dos exercícios simulados

Art. 7° Exercícios simulados de abandono de área no imóvel, com a participação de toda a


população fixa, devem ser realizados no mínimo duas vezes ao ano(semestralmente).

Art. 8° Após o término de cada simulado deve ser realizada uma reunião, com registro em
ata, para a avaliação e correção das falhas ocorridas, descrevendo no mínimo:
I - data e horário do evento;
II - número de pessoas que participaram do simulado;
III - tempo gasto para o abandono total da edificação;
IV - atuação dos responsáveis envolvidos;
V -registro do comportamento da população;
VI - falhas em equipamentos;
VII - falhas operacionais;
VIII - outros problemas e sugestões levantados durante o simulado.
§ 1° Os exercícios simulados deverão ser realizados uma vez com comunicação prévia para a
população do imóvel; e uma segunda vez no ano sem a comunicação prévia.
§ 2° Todos os simulados deverão ser comunicados com no mínimo 24h de antecedência ao
CBMSC.
§ 3° Os exercícios simulados poderão ter a participação do CBMSC, mediante solicitação prévia
e avaliação da Autoridade Bombeiro Militar conforme o caso.

Da planta de emergência

Art. 9° A planta de emergência visa facilitar o reconhecimento do local por parte da população
da edificação e das equipes de resgate dividindo-se em dois tipos: interna e externa, conforme
exemplos do Anexo B da IN 031/DAT/CBMSC

Art. 10. A planta interna é aquela localizada no interior de cada unidade autônoma, (por
exemplo: quarto de hotéis e similares, banheiros coletivos e ambientes de reunião de público,
salas comerciais e outros) a qual indica claramente o caminho a ser percorrido para que a
população saia do imóvel em caso de incêndio ou pânico, devendo conter:

I - indicação do local exato no imóvel onde a pessoa se encontra;


II - indicação através de linha tracejada das rotas de fuga e acesso às portas de saída ou escadas
de emergência;
III - indicação das escadas de emergência;
IV - indicação da localização dos extintores de incêndio;
V - indicação da localização do acionador do alarme de incêndio;
VI - indicação da localização dos hidrantes de parede.

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Parágrafo único. As plantas de emergência devem ser fixadas atrás das portas dos ambientes com
altura de 1,7m, sendo que quando os ambientes tiverem portas que permaneçam abertas, a planta
deverá ser afixada na parede ao lado desta.

Art. 11. A planta externa é aquela localizada no hall de entrada principal do pavimento de
descarga do imóvel, a qual indica claramente o caminho a ser percorrido para que a população
saia do imóvel em caso de incêndio ou pânico e possa chegar até o ponto de encontro (local
seguro no térreo e fora da edificação) devendo conter:
I - indicação do local exato no imóvel onde a pessoa se encontra;
II - indicação através de linha tracejada das rotas de fuga e acesso até o ponto de encontro;
III – indicação do local exato do ponto de encontro;
IV- indicação das saídas de emergência;
V - indicação da localização dos extintores de incêndio;
VI - indicação da localização da central de alarme de incêndio;
VII - indicação da localização dos hidrantes de parede;
VIII - indicação da localização do hidrante de recalque;
IX - localização da central de GLP ou estação de redução e medição de pressão de GN;
X- localização de riscos isolados (ex: Amônia, caldeira, transformadores, outros gases
inflamáveis ou tóxicos, etc.).

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Programa de manutenção dos sistemas preventivos

Art. 12. O responsável pelo imóvel ou a brigada de incêndio deverá verificar a manutenção dos
sistemas preventivos contra incêndio, registrando em livro: os problemas identificados e a
manutenção realizada.

Art. 13 As observações mínimas nos sistemas serão as seguintes:


I - iluminação de emergência: verificar todas as luminárias e seu funcionamento no mínimo uma
vez a cada 90 dias;
II - saídas de emergência: verificar semanalmente a desobstrução das saídas e o fechamento das
portas corta – fogo;
III - sinalização de abandono de local: verificar a cada 90 dias se a sinalização apresenta defeitos,
devendo indicar o caminho da rota de fuga;
IV - alarme de incêndio: verificar a central de alarme a cada 90 dias e realizar o acionamento do
alarme no mínimo quando da realização dos exercícios simulados;
V - sistema hidráulico preventivo: verificar semestralmente as mangueiras e hidrantes, devendo
acionar o sistema, com abertura de pelo menos um hidrante durante a realização dos exercícios
simulados;
VI - instalações de gás combustíveis: verificar as condições de uso das mangueiras anualmente,
os cilindros de GLP, a pressão de trabalho na tubulação e a validade do seu teste hidrostático;
VII - outros riscos específicos: caldeiras, vasos de pressão, gases inflamáveis ou tóxicos,
produtos perigosos e outros, conforme recomendação de profissional técnico;
VIII - verificar as condições de uso e operação de outros sistemas e medidas de segurança contra
incêndio e pânico do imóvel.

Como abandonar uma edificação

- Ao ouvir o Alarme, saia do prédio imediatamente.


- Se ele não funcionar, procure avisar os vizinhos.
- Mantenha sempre a calma!
- Nunca utilize o elevador em caso de incêndio. Haverá queda de energia e você ficará
preso.
- As portas corta-fogo devem sempre ser mantidas fechadas para evitar a entrada de
fumaça nas escadas.
- IMPORTANTE: Verifique em seu prédio se não estão frequentemente abertas ou com
defeitos.
- Escada: É a saída mais segura de um prédio. Procure manter os corrimões em condições
de uso.
- Sempre desça as escadas apoiando-se nos corrimões e fechando as portas por onde passa.
- ATENÇÃO! Não suba as _____________, alvo quando a descida estiver bloqueada.

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- Quando não for possível a fuga em chamas, mantenha a porta fechada, umedecida e
vedada com toalhas. Procure sinalizar onde você está.
- Se estiver preso numa sala enfumaçada, permaneça junto ao piso. Pela janela peça
socorro e livre-se de tudo que possa queimar facilmente.

- Se o ambiente estiver tomado pela fumaça, saia rastejando e respirando junto ao piso.
Utilize um lenço ou pano úmido como barreira para a fumaça.

Avaliação da lição

1. Cite 7 (sete) sistemas preventivos existentes, utilizados pelo CBMSC.


2. Descreva a forma de funcionamento de 2 (dois) sistemas preventivos.
3. Cite 5 (cinco) atitudes que se deve tomar a abandonar um edificação.

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Módulo III - Unidade Didática 2

Relatórios

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar quais os sistemas preventivos exigidos para cada edificação conforme a


Norma de Segurança Contra Incêndio;
2) Descrever quais os pontos que devem conter em um relatório de vistoria.

3.2 Relatórios

Atualmente no Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), com a Lei


16.157/13 e do Decreto 1.957/13, passou a estabelecer as Normas de Segurança Contra Incêndio
e Pânico (NSCI), através de Instruções Normativas que têm por finalidade padronizar os
procedimentos e requisitos mínimos de segurança contra incêndio e pânico para os imóveis no
Estado de Santa Catarina. A mesma Lei estabeleceu o Poder de Polícia administrativa para
fiscalização destes imóveis visando a sua adequação as NSCI.
Antes de confeccionar qualquer relatório de inspeção, existe a necessidade de conhecer
um pouco da norma que rege os sistemas de segurança em Santa Catarina.

Normas de Segurança Contra Incêndio – IN 001/DAT/CBMSC/2014.

A presente norma têm por finalidade fixar os requisitos _________ nas edificações e no
exercício de atividades, estabelecendo Normas e Especificações para a Segurança Contra
Incêndios e Pânico, no Estado de Santa Catarina, levando em consideração a proteção de pessoas
e seus bens.
A exigência dos sistemas preventivos apresentados IN 001 são:

Art. 94. Nas edificações ___________________________________________________ serão


exigidos os seguintes sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico:
Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 50m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência
> 150 m - Chuveiros automáticos (sprinklers)

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Parágrafo único. Para as residenciais privativas multifamiliares, tipo geminadas, em


condomínios horizontais, com saídas de cada unidade habitacional direto para o logradouro,
deverá ser atendido:

Altura Área total Sistema ou medida


- - Instalação de gás combustível em abrigos individuais.
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

Art. 95. Nas edificações ______________________ serão exigidos:

Altura Área total Sistema ou medida


- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC
≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 96. Nas edificações RESIDENCIAIS ___________________ serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC
- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC
Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio (exceto para as edificações
- -
isoladas com um pavimento ou duplex)
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
Sistema Hidráulico Preventivo (inclusive para as unidades isoladas ou
≥ 12m ≥ 750m²
agrupadas em blocos com área total ≥ 750m2)
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - Dispositivos para ancoragem de cabos
> 30m - Chuveiros automáticos (sprinklers)
> 40m - Local para resgate aéreo
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> 60m - Elevador de emergência


Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 97. Nas edificações ___________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- ≥ 50m² Proteção por Extintores (ou com carga de incêndio ≥ 25 kg/m²)
- ≥ 3000m² Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120 kg/m²)
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência

I – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for


superior a 20 pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior
a 100 pessoas;

II – que possuírem áreas destinadas ao armazenamento, manipulação e manutenção de


recipientes de GLP fica sujeito às prescrições de IN específica;

III – destinadas à distribuição, abastecimento ou venda a varejo de combustíveis e de


lubrificantes para qualquer fim, ao comércio de armas, munições e fogos de artifícios ficam
sujeitos às determinações previstas em Instrução Normativa específica.

Art. 98. Nas edificações ___________________será exigido:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
- ≥ 15000m² Chuveiros automáticos
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas
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Art. 99. Nas edificações ___________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
- ≥ 3000m² Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120 kg/m²)
> 6m ≥ 750m² Paredes Corta-Fogo (desde que com a carga incêndio > 120 kg/m²)
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência

I – setores que apresentam manipulação e/ou guarda de produtos formadores de gases


explosivos, devem ter as máquinas e outros equipamentos geradores de carga eletrostáticas
devidamente aterrados, e com as instalações elétricas à prova de explosão;

II – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for


superior a 20 pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior
a 100 pessoas.

Art. 100. Nas edificações___________________, será exigido:

I – quando houver compartimentação entre as diferentes ocupações do imóvel, sem


sobreposição de fluxo nas saídas de emergência, deverão prevalecer os sistemas e medidas de
segurança contra incêndio e pânico previstos para cada tipo de ocupação do imóvel; ou

II – quando não houver compartimentação entre as diferentes ocupações do imóvel ou


havendo sobreposição de fluxo nas saídas de emergência, deverão prevalecer os sistemas e
medidas de segurança contra incêndio e pânico da ocupação com maior risco;

Art. 101. Nas edificações ___________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
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≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência


> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência
Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 102. Nas edificações ________________________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Plano de Emergência
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- - circulações, saídas de emergência, salas de aula (exceto onde a sala
possua saída diretamente para o exterior), auditórios e elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC
- ≥ 1500m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência
Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 10 pessoas

Art. 103. Nas edificações ESCOLARES ___________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- - circulações, saídas de emergência, salas de aula (exceto onde a sala
possua saída diretamente para o exterior), auditórios e elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC
- ≥ 1500m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência
Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 104. Nas Edificações ___________________ COM INTERNAÇÃO OU COM


RESTRIÇÃO DE MOBILIDADE, serão exigidos os seguintes sistemas e medidas:
Altura Área total Sistema ou medida
- - Plano de Emergência
- - Proteção por Extintores
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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- - áreas de circulação, nas saídas de emergência, nos quartos coletivos
com internação, nos locais de reunião, nos auditórios e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 15m - Elevador de emergência
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 105. Nas Edificações HOSPITALARES SEM INTERNAÇÃO E SEM


RESTRIÇÃO DE MOBILIDADE, serão exigidos os seguintes sistemas e medidas:
Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- - circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião, nos
auditórios e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 106. Nas edificações ___________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
circulações, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 183
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

> 40m - Local para resgate aéreo


> 60m - Elevador de emergência

Art. 107. Nas edificações de ___________________COM CONCENTRAÇÃO, serão


exigidos os seguintes sistemas e medidas:
Altura Área total Sistema ou medida
- - Plano de Emergência
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- - circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião de
público, nos auditórios e nos elevadores
- - Materiais de decoração e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência

Art. 108. Nas edificações de ___________________SEM CONCENTRAÇÃO, serão


exigidos os seguintes sistemas e medidas:
Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- - circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião de
público, nos auditórios e nos elevadores
- - Materiais de decoração e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos
> 40m - Local para resgate aéreo
> 60m - Elevador de emergência

Art. 109. Nos ______________________________________________________serão


exigidos os seguintes sistemas e medidas:
Altura Área total Sistema ou medida
- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
- - Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 184
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

circulações e nas saídas de emergência


- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Atender as prescrições da IN 021/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
- ≥ 750m² Plano de Emergência (desconsiderar a área de cobertura de bombas)
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 110. Nos POSTOS DE REVENDA DE GLP (PRGLP), serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
circulações e nas saídas de emergência
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Atender as prescrições da IN 029/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
- ≥ 750m² Plano de Emergência
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Parágrafo único. Para a definição da área total construída, desconsiderar para efeito de
implantação dos sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico a área de
armazenamento dos recipientes, quando esta for descoberta.

Art. 111. Nos LOCAIS COM RESTRIÇÃO DE_________________ serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
circulações e nas saídas de emergência
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Atender as prescrições de Instrução Normativa específica
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 112. ___________________ (galpões, centros de distribuição, centro atacadista),


serão exigidos os seguintes sistemas e medidas:
Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
- - Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 185
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores


- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
- ≥ 3000m² Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120 kg/m²)
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência

I – que possuírem áreas destinadas ao armazenamento, manipulação e manutenção de


recipientes de GLP fica sujeito às determinações previstas na IN 029/DAT/CBMSC;

II – destinadas à distribuição, abastecimento ou venda a varejo de combustíveis e de


lubrificantes para qualquer fim, ao comércio de armas, munições e fogos de artifícios ficam
sujeitas às determinações em Instrução Normativa específica;

III – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for
superior a 20 pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior
a 100 pessoas.

Art. 113. Nas edificações com RISCOS ___________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
≥ 12m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 12m ≥ 750m² Plano de Emergência
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 114. Nas edificações ___________________, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC
- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

I – Nas OFICINAS DE CONSERTOS de veículos automotores será ainda exigido:


Altura Área total Sistema ou medida
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
circulações, nas saídas de emergência e nos elevadores
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
≥ 9m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 186
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

≥ 9m ≥ 750m² Plano de Emergência


≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
Todo material inflamável ou explosivo deverá ser armazenado em local próprio e externo
ao imóvel

II – nos DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEIS E/OU INFLAMÁVEIS será ainda exigido:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
circulações, nas saídas de emergência e nos elevadores
- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
- ≥ 750m² Plano de Emergência
≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
Parques de armazenamento com volume superior a 30 m3 deverão dispor de Sistema
Hidráulico Preventivo

III – nos DEPÓSITO DE EXPLOSIVOS E MUNIÇÕES será ainda exigido:

a) com área total superior a 100m2, deverão dispor de Sistema Hidráulico Preventivo
(instalado fora do depósito e dimensionado para risco leve);
b) será exigido Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas;
c) deverão observar outros requisitos previstos em IN 030/DAT/CBMSC;

IV – nas CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO será ainda exigido:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Saídas de emergência
- - Proteção por extintores
- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas
- -
circulações e nas saídas de emergência
- - Atender outros requisitos previstos em IN específica
≥ 9m ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
≥ 9m ≥ 750m² Plano de Emergência
≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

Art. 115. Nos TÚNEIS, GALERIAS e MINAS, serão exigidos:


Altura Área total Sistema ou medida
- - Proteção por Extintores
- - Saídas de Emergência
- - Iluminação de Emergência
- - Sinalização para Abandono do Local
- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo
- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio
- ≥ 750m² Sistema de ventilação para exaustão de fumaça
Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

§ 1º Quando o túnel rodoviário tiver mais de 1000 metros de extensão deverá ser previsto
um túnel secundário para as saídas de emergência.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 187
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

§ 2º Poderá ser exigido outros sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico,
à critério do CBMSC.

Art. 116. Nas ATIVIDADES AGROPASTORIS e SILOS serão exigidos os sistemas


e medidas de segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 034/DAT/CBMSC.

Art. 117. Para MATAS NATIVAS e REFLORESTAMENTOS serão exigidos os


sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 026/DAT/CBMSC.

Art. 118. Nos PARQUES AQUÁTICOS e PISCINAS serão exigidos os sistemas e


medidas de segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 033/DAT/CBMSC.

Relatório de inspeção de edificações

Trata-se de um relatório que contempla o estados dos sistemas preventivos da edificação,


especificando os sistemas presentes e faltantes, assim como seu atual estado de utilização.

Obs: Ver o modelo de acordo com o Módulo de Brigada de Incêndio, ANEXO F da


IN28/DAT/CBMSC.
EXERCÍCIO PRÁTICO

Preencher modelo de acordo com o ANEXO F da IN28/DAT/CBMSC.

Avaliação da lição

1. Quais os sistemas preventivos exigidos para uma edificação comercial, com um


pavimento e 100m2 de área?

2. Quais os sistemas preventivos exigidos para uma edificação residencial multifamiliar,


com cinco pavimentos e 700m2 de área?

3. Descrever quais os pontos que devem conter em um relatório de inspeção.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 188


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Módulo III - Unidade Didática 3

Inspeções

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Realizar uma inspeção dos sistemas de segurança em uma edificação.

3.3 Inspeções Preventivas

As inspeções preventivas devem ser realizadas pelo responsável pela edificação e ou


Brigadista, a fim de constatar a eficiência dos sistemas instalados.
Cabe ao Brigadista, conforme Art 17 da IN 28/DAT/CBMSC, elaborar relatório das
irregularidades encontradas e apresentação de eventuais sugestões para melhoria das condições
de segurança.

Aula prática

Com base nos conhecimentos aprendidos até o momento realize uma inspeção de algum
estabelecimento, orientado pelo instrutor, tentando identificar as condições de segurança deste,
em seguida confeccione um relatório.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 189


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

CAAE – Módulo IV

BRIGADA DE INCÊNDIO

Instrutor

_______________________________________________

_______________________________________________

16 h/a

CBMSC

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 190


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Módulo IV - Unidade Didática 1

Objetivo Geral

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Indicar o que é preciso para deixar uma edificação segura;


2) Compreender o objetivo geral do curso de brigada de incêndio;
3) Conceituar brigada de incêndio e brigadista particular;

4. BRIGADA DE INCÊNDIO

Um dos mais antigos problemas da humanidade era combater os grandes incêndios que,
quando ocorriam, se tornavam devastadores, pois não podiam ser controlados, e destruíam tudo
que encontravam pela frente. Com o avanço das civilizações, o homem começou a se organizar
para prevenir e combater esses incêndios, surgindo, assim, de forma organizada, as primeiras
equipes de combate ao fogo, que mais tarde foram denominadas ―brigadas de combate a
incêndios‖.
Para que haja, em um imóvel, ____________________________________ de forma
eficiente, deve-se observar três aspectos básicos:
1. Equipamentos instalados: de acordo com o risco do imóvel, sua utilização, área e o
número de ocupantes, serão projetados levando-se em conta quais devem ser os equipamentos de
prevenção e combate a incêndios necessários para protegê-la.
2. Manutenção adequada: de nada adianta possuirmos sistemas adequados e devidamente
projetados para uma edificação se eles não estiverem em perfeito funcionamento e prontos para o
uso imediato.
3. Pessoal treinado: os equipamentos instalados e com uma correta manutenção serão
inócuos se não possuirmos pessoal treinado para operacionalizá-los de forma rápida e eficiente.
Assim, podemos perceber quão eficiente é a existência, a formação e o treinamento das
brigadas de combate a incêndios. O Corpo de Bombeiros Militar não consegue estar presente em
todos os locais, como empresas, comércios e indústrias, por isso todas as legislações atuais
determinam a existência de grupos treinados para o controle a incêndios, abandono de local e
situações de emergência.

Objetivo geral

Preparar pessoas para atuarem em situações emergenciais, operando equipamentos de


combate a incêndios, auxiliando no plano de abandono, identificando produtos perigosos e
reconhecendo seus riscos ou prestando os primeiros socorros, visando preservar a vida e o
patrimônio.
Exigida por lei, a Brigada de Incêndio é uma das condições necessárias para a obtenção
do Atestado de Vistoria de Funcionamento do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
Este documento certifica que a edificação possui as condições mínimas de segurança contra
incêndio, contemplando medidas estruturais, técnicas e organizacionais integradas, que possam
garantir à edificação proteção no segmento de segurança contra incêndios.

Objetivo específico do curso

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 191


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Capacitar os alunos do Curso Avançado de Atendimento as Emergências – CAAE, para


poder atuar como brigadista particular, tendo em vista as exigências previstas na legislação
estadual que estabelecem e padronizam critérios mínimos de exigências para dimensionamento,
implantação de Brigada de Incêndio nas edificações em geral, locais de eventos e áreas de risco
analisados e fiscalizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina –
CBMSC.
Dar condições _________ para o brigadista particular prestar serviços de prevenção,
combate a incêndios e salvamento, em caráter profissional contratado direto ou terceirizado,
exclusivamente no local onde atua a brigada de incêndio, com dedicação exclusiva às atribuições
inerentes à sua função.

Conceito de Brigada de Incêndio

Brigada de Incêndio é definida como um grupo organizado de pessoas treinadas e


capacitadas para atuar na segurança contra incêndio e pânico dentro de uma edificação ou área
pré estabelecida, composta por brigadistas voluntários e particulares, cujas finalidades são
realizar atividades de combate a princípio de incêndio, primeiros socorros, inspeções dos
sistemas preventivos contra incêndio e implementação do ___________________ da edificação.
Brigadista Particular: pessoa credenciada pelo CBMSC, responsável para prestar
serviços de prevenção, combate a princípio de incêndios e salvamento, exclusivamente no local
em que atua a Brigada de Incêndio, com dedicação____________às atribuições inerentes à sua
função, onde, dependendo do tipo de edificação ou ocupação, pode ser o próprio funcionário da
empresa ou contratado.
Brigadista Voluntário: pessoa capacitada por instrutor credenciado no CBMSC, para
auxiliar nos serviços de prevenção, combate a principio de incêndio e salvamento, em caráter
voluntário, podendo ser usuário ou funcionário da edificação, que exerça outras funções, não
sendo remunerado para fins de atuação como Brigadista.

Terminologias

Área de Risco: espaço não edificado utilizado em eventos transitórios e que necessita de
dispositivos e/ou sistemas de segurança para a proteção das pessoas;

Chefe de brigada de incêndio: profissional responsável pela coordenação, orientação e atuação


nas ações de emergência da edificação em que a brigada atue;

Combate a incêndio: conjunto de ações destinadas a extinguir ou isolar o princípio de incêndio


com uso de equipamentos manuais ou automáticos;

Emergência: situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio
ambiente ou ao patrimônio;

Eventos de grande concentração de público: são aqueles com a participação estimada de mais
de 2000 pessoas em locais fechado e mais de 5000 pessoas em locais abertos;

Exercício simulado: exercício prático realizado periodicamente com o objetivo de manter a


brigada de incêndio e os ocupantes da edificação em condições de enfrentar uma situação real de
emergência;

Grupo de apoio: grupo de pessoas composto por terceiros ou não, treinados e capacitados, que
auxiliam na execução dos procedimentos básicos na emergência contra incêndio;

Imóvel: edificação, estrutura ou áreas de risco.


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 192
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

a) Edificação: qualquer tipo de construção, permanente ou provisória, de alvenaria, madeira ou


outro material construtivo, destinada a moradia, atividade empresarial ou qualquer outra
ocupação, constituída por teto, parede, piso e demais elementos funcionais;
b) estrutura: instalação permanente ou provisória, utilizada em apoio para os mais diversos fins e
ocupações;
c) área de risco: espaço não edificado utilizado em eventos transitórios e que necessita de
dispositivos e/ou sistemas de segurança para a proteção das pessoas.

Instrutor de brigadista:
Profissional credenciado pelo CBMSC com formação mínima e aprovação em curso de 100
horas/aula de Combate a incêndio, 50 horas/aula em Atendimento Pré-hospitalar, 50 horas/aula
de Segurança Contra incêndio, 50 horas/aula de Brigada de incêndio, além de possuir ensino
médio completo;

Local ao ar livre: local sem cobertura e sem barreiras físicas, podendo ter estruturas
montadas (palco e/ou estruturas de apoio);

Lotação máxima do imóvel: quantidade total de pessoas presentes dentro do imóvel


em determinado momento (funcionários e público);

Perigo: situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio ambiente
ou ao patrimônio, ou combinação destas;

Planta: local onde estão situadas uma ou mais imóveis ou área a ser utilizada para um
determinado evento ou ocupação;

Ponto de encontro: local seguro e protegido dos efeitos do sinistro;

População por pavimento: Número de pessoas para as quais um imóvel, ou parte dele, sendo
dimensionado de acordo com sua classificação de ocupação;

População fixa do imóvel: Aquela que permanece regularmente na edificação, considerando-se


todos os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como terceiros nestas condições, para
um período de 24h (ex: funcionários, servidores, vigias, professores etc.);

Prevenção de incêndio: série de medidas destinadas a evitar o surgimento de um princípio de


incêndio, dificultar sua propagação e facilitar a sua extinção;

Risco: propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de perdas humanas,


ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação entre frequência esperada e
consequência destas perdas;

Saída de emergência (rota de fuga): caminhos e saídas devidamente sinalizados, dotados de


proteção contra incêndio e desobstruídos, a serem percorridos pelas pessoas para um rápido e
seguro abandono de qualquer local da planta até o ponto de encontro previamente determinado
pelo plano de emergência contra incêndio;

Sinistro: ocorrência proveniente de risco que resulte em prejuízo ou dano;

Terceirizado: pessoal pertencente a uma empresa prestadora de serviço.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 193


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Módulo IV - Unidade Didática 2

Aspectos Legais e Técnicos

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir os Aspectos Legais;


2) Diferenciar Brigada Particular e Voluntário;
3) Descrever as atribuições inerentes à função do Brigadista particular.
4) Definir a atuação das brigadas de Incêndio;
5) Identificar os fatores humanos que afetam num emergência;
6) Definir o Grupo de Abandono de Área;
7) Definir Planos de Emergência em Edificações;
8) Preservar Local para Perícias de Incêndio.

4.1 Aspectos Legais

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina – CBMSC, considerando as


necessidades de adequação e atualização de prescrições normativas, face às evoluções
tecnológicas e científicas, resolve editar a seguinte Instrução Normativa, referentes às Brigadas
de Incêndio:
 Instrução Normativa nº 028/DAT/CBMSC – que trata de Brigadas de Incêndio;
Com o objetivo de estabelecer e padronizar critérios mínimos de exigências,
dimensionamento e, implantação de Brigada de Incêndio nas edificações em geral, locais de
eventos e áreas de risco, analisados e fiscalizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Santa Catarina – CBMSC.
Tomando como base as seguintes referências:
I - Lei nº 15.124, de 19 de janeiro de 2010 – Fixa exigências mínimas de segurança para
estabelecimentos ou eventos de grande concentração pública e regula a atividade de brigadista
particular no Estado de Santa Catarina;
II - Decreto 3.465, de 19 de agosto de 2010 – regulamenta a Lei nº 15.124, de 19 de
janeiro de 2010;
III - NBR 14.276/ 2006 – Brigada de Incêndio – Requisitos; e
IV - NBR 15.219/ 2005 – Plano de Emergência contra Incêndio – Requisitos.

Definição

Segundo a IN 028 do CBMSC que trata das Brigadas de Incêndio, estas são divididas em
duas modalidades sendo elas:
Brigada___________: é aquela formada e preparada para atuar em todo tipo de
edificação, locais de eventos e áreas de risco. Será composta por um número mínimo de
Brigadistas _____________ e poderá agregar Brigadistas _____________;

Brigada___________: é aquela composta por usuários e/ou funcionários do próprio


estabelecimento, empresa ou edificação, que tenham recebido a capacitação para atuar como
Brigadistas.
Os brigadistas particulares são os profissionais qualificados e capacitados para prestar
serviços de segurança contra incêndio e pânico em _____________. Os estabelecimentos que
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 194
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

tiverem 3 (três) ou mais brigadistas particulares por turno de serviço deverão constituir o
__________________________, que é a pessoa habilitada com autoridade para comandar,
orientar e fiscalizar a atuação dos brigadistas.

Normas Gerais

A Brigada de Incêndio será considerada como uma ________de___________ do imóvel,


devendo ser apresentado seu dimensionamento quando da vistoria de funcionamento.
Em todos os estabelecimentos ou eventos de grande concentração de público no âmbito
do Estado de Santa Catarina é obrigatória a existência do serviço de brigadistas particulares.
Evento de grande concentração de público é aquele realizado em locais próprios, com ou
sem cobrança de ingresso, onde a participação estimada seja de mais de 2.000 (duas mil) pessoas
em espaços fechados e mais de 5.000 (cinco mil) em locais abertos.
Todo o evento de grande concentração de público a ser realizado no âmbito do Estado de
Santa Catarina, que necessitar de Alvará de Funcionamento, deve possuir Responsável Técnico
pela segurança contra incêndio e pânico, com registro no referido Conselho de Engenharia ou
Arquitetura, que deverá emitir a respectiva ART ou RRT, sendo que a ART ou RRT deverá
constar a descrição do evento, público estimado, local, data e hora e a contratação dos brigadistas
certificados.
Para a realização de qualquer evento de grande concentração de público, o interessado
deverá comparecer a Organização Bombeiro Militar do município em que irá acontecer o evento
com pelo menos 20 dias de antecedência, para início dos trâmites legais. Quando naquele
município não houver quartel de bombeiro deverá o interessado comparecer a Organização
Bombeiro Militar com respectiva circunscrição.
O organograma da Brigada de Incêndio da edificação (planta) varia de acordo com o
número de edificações, o número de pavimentos em cada edificação e o número de pessoas
empregadas em cada setor, pavimento, compartimento e turno.

Plano de Implantação:

A estruturação da Brigada de Incêndio deve ser precedida da apresentação do Plano de


Implantação da Brigada de Incêndio, elaborado por um responsável técnico, conforme modelo
do Anexo D da IN028/DAT/CBMSC, a ser entregue na Seção de Atividade Técnica da
Organização Bombeiro Militar local:
I. - na vistoria de funcionamento ou durante o processo de regularização de edificação
II. - na solicitação de vistoria de eventos ou área de risco.
.
Informações mínimas do Plano de Implantação da Brigada de Incêndio deve conter:

I. - Dados da edificação (endereço, destinação, área total construída, altura, população);


II. - Dados da prestadora do serviço de Brigada de Incêndio, se for o caso (razão social, nome
fantasia, CNPJ, endereço, telefone, número da credencial);
III. - Composição da Brigada de Incêndio (nome, CPF e função dos Brigadistas, quantidade
total e por turno de brigadistas particulares e voluntários, turnos de serviço);
IV. - Recursos disponíveis (sistemas de proteção contra incêndio e pânico da edificação, meios
de comunicação, equipamentos de proteção e outros materiais);
V. - Ações de prevenção (rotinas de trabalho, atribuições dos membros da Brigada de
Incêndio, itens a serem inspecionados nos sistemas de proteção contra incêndio e pânico,
palestras, cursos e programas de treinamento da população e dos membros da Brigada de
Incêndio e execução de exercícios simulados);
VI. - Proposta de fluxograma dos procedimentos de emergência da Brigada de Incêndio,
conforme sugerido no anexo E.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 195
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

A exigência da Brigada de Incêndio particular e/ou voluntária, em caráter compulsório ou


facultativo, prevista na Instrução Normativa nº28/DAT/CBMSC, será estabelecida nas seguintes
situações:

I. - Imóveis cujas características se enquadrem nas exigências de ocupações que estão


contidas no anexo B desta IN;
II. - A composição da quantidade brigadistas particulares é determinada pelas Tabelas 1 e 2
do Anexo B, devendo ser apresentado seu dimensionamento na vistoria de
funcionamento;
III. - Locais de evento e praças desportivas (com capacidade acima de 2000 pessoas em
espaços fechados e acima de 5000 em locais abertos) deverão dispor de Brigada de
Incêndio conforme consta na tabela 2 do anexo B;
IV. - Áreas consideradas de risco, a critério do CBMSC por questões de segurança, deverão
dispor de Brigada de Incêndio.
Parágrafo único: Mediante avaliação técnica do risco de incêndio, da finalidade da
exigência deste sistema e das condições específicas do caso (edificação, evento ou área
de risco), o CBMSC, por meio da Autoridade Bombeiro Militar da SAT da OBM, poderá
rever o dimensionamento (número de brigadistas) apresentado e atestar a isenção do
sistema.

Os critérios para a exigência ou não da brigada serão: população fixa, lotação de público,
tipo de ocupação, e risco incêndio da edificação, ou local de evento ou da área de risco.
Para o dimensionamento de brigadistas voluntários adotam-se os seguintes critérios:

I. - para os locais com ocupação de reunião de público sem concentração de público, reunião
de público com concentração de público, escolar geral e escolar diferenciada, até uma
população fixa de 10 pessoas não são necessários brigadistas voluntários, sendo que
acima de 10 o cálculo da quantidade de brigadistas será de 2% da população fixa do
imóvel;
II. - para as demais ocupações não previstas no inciso anterior, com população fixa de até 20
pessoas, está isento brigadista voluntário, sendo que acima de 20 o cálculo da quantidade
de brigadistas será de 2% da população fixa do imóvel.
Parágrafo único: Adota-se como critério de arredondamento o primeiro número inteiro
superior.

Dos cursos de formação e Credenciamento

Com base nas atribuições dos Brigadistas ficam definidos os currículos mínimos dos
cursos de formação de brigadistas particulares e voluntários através do anexo C da
IN028/DAT/CBMSC.

Os cursos de brigadistas deverão ser ministrados por Instrutores ou empresas


credenciadas no CBMSC.

Dos Brigadistas Particulares:

Os brigadistas particulares serão considerados credenciados quando aprovados em prova


de credenciamento, escrita e objetiva, sem consulta, aplicada semestralmente, no primeiro
domingo dos meses de junho e novembro, pelos Batalhões de Bombeiro Militar, devendo obter
70% de aproveitamento, no mínimo.
Parágrafo único: O credenciamento, terá validade de 2 anos a contar da data da
expedição do certificado de credenciamento, devendo o brigadista, após o vencimento da
validade do certificado, realizar nova prova de credenciamento.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 196
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Dos Instrutores de Brigadistas:

Os instrutores de brigadista serão considerados credenciados quando aprovados em prova


de credenciamento, escrita e objetiva, sem consulta, aplicada anualmente, no primeiro domingo
dos mês de junho, pelos Batalhões de Bombeiro Militar, devendo obter 70% de aproveitamento,
no mínimo.
§1° Para retirar o documento de credenciamento de instrutor de brigadista o candidato
deverá apresentar primeira via da guia de recolhimento da taxa de segurança quitada, certificado
que comprove aprovação em curso de 100 horas/aula de Combate a incêndio, 50 horas/aula em
Atendimento Pré-hospitalar, 50 horas/aula de Segurança Contra incêndio, 50 horas/aula de
Brigada de incêndio, além de possuir ensino médio completo.
§2° O credenciamento terá validade de 2 anos a contar da data da expedição do
certificado de credenciamento, devendo o instrutor, após o vencimento da validade do
certificado, realizar nova prova de credenciamento.

Dos Brigadistas Voluntários:

Para os brigadistas voluntários não existe a necessidade de credenciamento, devendo


possuir apenas o certificado de conclusão de curso de brigadista voluntário, emitido por instrutor
ou empresa credenciada.

Das Empresas de Formação de Brigadistas:

O requisito para o credenciamento das Empresas de formação de brigadistas é que todos


seus instrutores sejam credenciados, devendo realizar a comprovação documental.

Das Empresas Prestadoras de Serviço de Brigadistas:

O requisito para o credenciamento das Empresas prestadoras de Serviço de Brigadistas é


possuir todos os brigadistas particulares credenciados no CBMSC.

Das Generalidades do Credenciamento

Cabe ao comandante do Batalhão de Bombeiro Militar da respectiva região do Estado a


responsabilidade pelo controle e credenciamento das empresas formadoras de brigadistas
particulares, empresas prestadoras de serviço de brigadistas particulares e chefes de brigada
dentro da área territorial de sua circunscrição.
O comandante do Batalhão de Bombeiro Militar é o responsável por emitir o certificado
de credenciamento Instrutores e certificado de credenciamento de Brigadistas particulares.
À Diretoria de Ensino do CBMSC cabe a elaboração das provas, devendo regular sua
aplicação na mesma data e hora em todos os Batalhões, com o auxílio dos mesmo, através das
Seções de Planejamento, Ensino e Instrução (B-3), devendo dar publicidade a todos os atos à sua
realização.
Os bombeiros comunitários que possuem certificado de conclusão do Curso Avançado de
atendimento à emergências ou equivalente não necessitam realizar avaliação para o
credenciamento como brigadista particular, devendo apresentar seu certificado de capacitação no
curso para solicitar o certificado de credenciamento de brigadista particular.
Parágrafo único: O re-credenciamento automático dos Bombeiros Comunitários no
término dos dois anos só poderá ser realizado se este estiver no serviço ativo de Bombeiro
Comunitário, devendo ser solicitado exclusivamente no Batalhão onde o Bombeiro Comunitário
realizar serviço.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 197


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Os bombeiros comunitários que possuem certificado de conclusão do Curso Básico de


atendimento à emergências não necessitam realizar avaliação para atuarem como brigadistas
voluntários, devendo apresentar cópia do seu certificado de capacitação no curso.

4.2 Aspectos Técnicos

Atuações da Brigada de Incêndio

Durante sua rotina de trabalho, os Brigadistas Particulares e Brigadistas Voluntários,


respeitando sua capacidade técnica e sempre utilizando os EPIs correspondentes, desenvolverão
as atividades de rotina listadas a seguir:

I. - Verificação do plano de emergência da edificação, do qual já deverão ter conhecimento


prévio;
II. - Identificação dos perigos e avaliação dos riscos existentes;
III. - Inspeção periódica dos equipamentos de combate a incêndios, incluindo seus testes e
manutenção básica (acondicionamento de mangueiras e acessórios, teste de alarmes,
motores e bombas, etc.);
IV. - Inspeção periódica das rotas de fuga, incluindo manutenção e sinalização;
V. - Participação nos exercícios simulados (abandono de local, combate a incêndios e
primeiros-socorros);
VI. - Relatório escrito das irregularidades encontradas, com propostas e medidas corretivas
adequadas e posterior verificação da execução das alterações;
VII. - Apresentação de eventuais sugestões para melhoria das condições de segurança;
VIII. - Avaliação e acompanhamento das atividades de risco;
IX. - Participação e integração da empresa junto ao Corpo de Bombeiros Militar – CBMSC, da
área onde estiver localizada, através de visitas recíprocas e intercâmbio de informações;
X. - Atendimento ao plano de emergência da edificação;
XI. - Registrar todas as ocorrências (acidentes e incidentes) durante seu turno de trabalho; e
XII. - Apresentar-se ao Bombeiro Militar que se fizer presente na edificação para fins de
atendimento em situações emergenciais, fiscalização e vistoria.

Das atribuições dos brigadistas particulares

De acordo com a Instrução Normativa nº028/DAT/CBMSC - Os Brigadistas particulares


devidamente credenciados, deverão atuar nas ações de prevenção e ações de emergência.

As ações de prevenção compreendem:

I. - inspecionar periodicamente os equipamentos de prevenção e proteção contra incêndios e


pânico;
II. - avaliar os riscos existentes;
III. - elaborar relatório das irregularidades encontradas e apresentação de eventuais sugestões
para melhoria das condições de segurança;
IV. - treinar a população para o abandono da edificação orientando sobre as rotas de fuga e
escadas de emergência;
V. - implementar e treinar o plano de emergência contra incêndio e pânico; e
VI. - informar com antecedência ao CBMSC sobre os exercícios simulados.

As ações de emergência compreendem:

I. - aplicar o plano de emergência contra incêndios e pânico;

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 198


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

II. - identificar situações de emergência e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros


Militar;
III. - combater o princípio de incêndio com os dispositivos da edificação;
IV. - prestar os primeiros socorros às vítimas;
V. - atuar no controle de pânico e auxiliar no abandono da edificação;
VI. - verificar a transmissão do alarme aos ocupantes;
VII. - interromper o fornecimento de energia elétrica e gás liquefeito de petróleo ou gás natural
quando da ocorrência de sinistro;
VIII. - estar sempre em condições de auxiliar o Corpo de Bombeiros Militar; e
IX. - isolar e preservar o local para os serviços de perícias.

Das atribuições dos brigadistas voluntários

Os brigadistas voluntários deverão atuar nas seguintes situações:

I. - combater o princípio de incêndio com os dispositivos da edificação;


II. - orientar e auxiliar no abandono da edificação;
III. - orientar a evacuação do imóvel quando em caso de incêndio e/ou sempre em que houver
o acionamento do alarme de incêndio;
IV. - participar dos exercícios simulados.

Das atribuições da brigada de Incêndio

O Chefe da Brigada de Incêndio possui o dever de coordenar, orientar e fiscalizar a atuação


dos brigadistas devendo:

I. - executar as rotinas de trabalho (ações de emergência e prevenção)


II. - ser o agente de ligação com o Corpo de Bombeiros Militar;
III. - arquivar todos os documentos que comprovem o funcionamento da brigada de incêndio,
por um período mínimo de cinco anos, para uso do CBMSC em pesquisas e perícias de
incêndio;
IV. - disponibilizar a cada membro da Brigada, conforme sua função prevista no Plano de
Implantação da Brigada, os EPI's necessários para a realização das suas rotinas de
trabalho, de forma a protegê-los dos riscos específicos da atividade;
V. - apresentar-se, juntamente com os brigadistas particulares do local, ao Bombeiro Militar
que se fizer presente na edificação para fins de atendimento em situações emergenciais,
fiscalização e vistoria.
§1° Quando não houver a figura do chefe da brigada cabe ao responsável pela
contratação dos brigadistas pelo fornecimento dos EPI's previstos inciso IV deste artigo.
§2° Quando não houver chefe da brigada, o responsável pelo imóvel deverá determinar
um brigadista para realizar as atividades previstas na Seção III deste capítulo.

Critérios básicos para a seleção de candidatos a brigadista

Os candidatos a brigadista devem ser selecionados atendendo ao maior numero de


critérios a seguir:

 Permanecer na edificação durante seu turno de trabalho;


 Possuir boa condição física e boa saúde;
 Possuir bom conhecimento das instalações;
 Ter mais de 18 anos;
 Ter o credenciamento de brigadista particular emitido pelo CBMSC (obrigatório).

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 199


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Do uniforme da Brigada de Incêndio

Os Brigadistas Voluntários são dispensados do uso de uniforme, devendo estar


identificados por uso de crachá.
O Brigadista Particular, durante sua jornada de trabalho, deve permanecer identificado e
uniformizado.
Os Brigadistas Particulares desenvolverão suas atividades ________________ a fim de
serem facilmente identificados. Este uniforme é de uso exclusivo no local de serviço, sendo
_________ o uso para deslocamentos em vias publicas ou em atividade particular.
O uniforme do Brigadista Particular deverá ser _________ em padrões de cores (diferente
de azul, vermelho, caqui, preto ou camuflado), formato, acabamento, bolsos, pregas, reforço,
costuras e acessórios dos uniformes usados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e
por outras forças militares ou policiais, no âmbito federal, estadual, distrital ou municipal.

O uniforme do Brigadista Particular deverá conter somente:

I. - Razão social ou nome de fantasia da empresa;


II. - Logotipo da prestadora de serviço se for o caso;
III. - Plaqueta de identificação (crachá) do Brigadista Particular; e
IV. - Descrição ―Brigadista Particular‖ na parte posterior do uniforme.

Do Uniforme dos Brigadistas em Eventos

O Brigadista deve utilizar, durante _________ em áreas abertas ou fechadas, um colete


(_________e____________) com detalhes refletivos, que permitam identificá-lo como membro
da Brigada de Incêndio e que possa ser facilmente visualizado à distância, bem como estar
identificado com um crachá ou similar.
Parágrafo único. Na parte posterior do colete ou uniforme, deverá conter a inscrição
―Brigadista Particular‖.

Dos EPIs

O tomador do serviço deverá assegurar que todos os membros da Brigada de Incêndio


tenham à disposição, a fim de evitar acidentes e possíveis lesões à saúde do brigadista, os
seguintes EPIs:

I. - ___________ tipo combate a incêndio,


II. - Balaclava,
III. - _________,
IV. - Bota especial,
V. - Conjunto de roupa de aproximação para incêndios;
VI. - Luvas de procedimentos, máscara para RCP e óculos.

Relatórios de Atividades

Durante o exercício da função o brigadista deve cuidar para que o incêndio não aconteça
e verificar os equipamentos de proteção e combate, mantendo as rotas de fuga, saídas de
emergência e portas corta-fogo sempre desobstruídas, para que todo o sistema de segurança
contra incêndio funcione como projetado.
Dentre os Brigadistas deverá ser escolhido um para atuar como _________ da Brigada de
Incêndio, sempre que a edificação necessitar de três ou mais brigadistas por turno de serviço,

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 200


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

sendo ele responsável pela coordenação e execução das ações de emergência e prevenção, bem
como, ser o agente de ligação com o Corpo de Bombeiros Militar.

Prevenção de Incêndio

Os ___________________________, atualmente, estão sendo projetados e construídos


para maximizar o espaço disponível, com divisórias baixas, como estações de trabalho. Isso
adensa e aumenta a população no pavimento, diminui a compartimentação, o que facilita uma
possível contaminação de fumaça, em uma situação de incêndio.
Mas via de "regra" a maioria da população está familiarizada com as rotas de fuga e
saídas de emergência, fato que facilita a evacuação do ambiente, se houver necessidade de
abandono de área.
Em_________, o público usuário é rotativo e nem sempre está habituado a observar onde
estão as saídas de emergência e os procedimentos de emergências.
Os incêndios em _____________ têm, na maioria das vezes, a particularidade de
permanecerem confinados dentro da unidade de origem, face à compartimentação dos ambientes.
Em______________, há setores em que as pessoas internadas não podem ser facilmente
removidas, como centros cirúrgicos, unidades de terapia intensiva; deve haver, portanto,
cuidadosa compartimentação e rigoroso controle de materiais e equipamentos contra a
eventualidade de um princípio de incêndio.
Nos locais em que as pessoas permanecem em vigília, por exemplo, em locais de
trabalho, o tempo de reação aos alarmes é inferior aos ambientes em que pessoas repousam ou
apresentam dificuldade de locomoção, a exemplo de hospitais e até mesmo de edificações
prisionais, principalmente se não estiverem familiarizadas com as rotas de fuga e saídas de
emergência, como nos hotéis e assemelhados.
Portanto o brigadista dever conhecer todos os sistemas preventivos exigidos para a
edificação que estiver atuando.

Sistema preventivo por extintores


a) Reconhecimento dos extintores, tipos (PQS, CO2, Água, Gases Especiais).
b) Inspeção geral dos extintores.
c) Reconhecimento dos componentes (manômetro, esguicho, cilindro, etc.).
d) Inspeção periódica nos extintores e realizar as anotações em local apropriado para a
equipe de brigadistas ter acesso.

Sistema hidráulico preventivo


a) Reconhecimento do sistema
b) Inspeção geral do SHP
c) Verificar os componentes (Mangueiras, Esguichos, Hidrante de recalque, Parede e RTI).

Saída de emergência
a) Tipos de escadas (comum, protegida, enclausurada e enclausurada a prova de fumaça).
b) Características das escadas (paredes corta-fogo, portas corta fogo, antecâmara, etc.).
c) Verificar os componentes (portas, dutos, telas).
a) Inspeção periódica das rotas de fuga bem como nos sistemas instalado nas mesmas,
como, corrimão, pisos, luminárias, barras antipânico, portas, dutos, telas.

Iluminação de emergência
a) Tipos de sistemas (bloco autônomo e central de bateria).
b) Características de cada sistema
c) Inspeção nos sistemas

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 201


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Gás central canalizado


a) Tipos de sistema (recarregável ou transportável)
b) Características do sistema (Central de GLP, canalização, abrigo de medidores, etc.).
c) Inspeção nos sistemas

Sistema de alarme e detecção


a) Reconhecimento do sistema (ótico e termovelocimétrico)
b) Características (central de alarme, acionador, fiação, detectores).
c) Inspeção nos sistemas

Chuveiros automáticos (Splinkers)


a) Reconhecimento do sistema
b) Inspeção no sistema

Dispositivo de ancoragem de cabos


a) Reconhecimento (alças metálicas para utilização de abandono de pessoas da edificação);
b) Teste de tracionamento;
c) Inspeção no sistema;

Local para resgate aéreo


a) Reconhecimento do sistema (local de pouso do helicóptero, local de espera, portas,
acionamento do sistema de alarme, etc.).
b) Inspeção (vistoria)

Sistema de CO2 e outros gases


a) Reconhecimento (CO2, baterias, inundação, aviso sonoro, barra antipânico, etc.).
b) Inspeção (vistoria)

Sistema de proteção contra descargas atmosféricas


a) Tipos de sistema de proteção (gaiola de Faraday, Franklin e Eletro geométrico).
b) Reconhecimento (cabos, hastes, soldas, embutido, etc.).

Psicologias em emergências

Comportamento humano em incêndios

O incêndio é um fato indesejado e inesperado que põe em risco a vida humana e os bens.
O homem, por possuir uma bagagem de informações a respeitos desses riscos, está predisposto a
apresentar comportamentos que serão determinados a partir de alguns fatores, como por
exemplo, relacionados à sua experiência de vida.
O estudo do comportamento humano em situações de incêndio é complexo, pelo fato de
serem impraticáveis as realizações de certos experimentos que venham a demonstrar as reais
reações e comportamentos, sem que venha a se expor a riscos a integridade física dos
envolvidos.
Numa situação de incêndio, podem ocorrer diversos fenômenos tais como: a presença de
chamas; aumento das temperaturas; presença de fumaça e gases tóxicos; que podem contribuir
para provocar uma instabilidade emocional nas pessoas. Embora, na maioria das vezes, as
pessoas apresentem um comportamento dentro dos padrões normais, tais fenômenos podem
contribuir para que surjam comportamentos fora do comum.

O fator humano relacionado às características pessoais está diretamente ligado ao


comportamento manifestado em situações emergenciais. Duas pessoas reagem de forma
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 202
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

diferente a uma mesma situação quando ela ocorre, e mesmo assim, uma destas pode agir de uma
determinada forma hoje e diferentemente daqui a algumas horas, dias ou semanas. Há certos
fatores que podem determinar como nós agiremos em determinadas situações. Como nós agimos
frente ao calor, fumaça e chamas são baseadas em diversos fatores, dentre eles: a idade;
tamanho; condições físicas; e uso de medicamentos e drogas.
__________: Os mais novos devido ao desconhecimento e as restrições de mobilidade, e
os mais velhos (por isso as faixas de maior vulnerabilidade nos incêndios é até os 5 anos e acima
dos 65 anos) além destas restrições de mobilidade, devido a outros problemas de ordem sensorial
e neurológica (agravadas ainda por mal de Parkinson, Alzheimer etc.) tem a sua capacidade de
lidar com o incêndio reduzido tornando-se um fator crítico de sobrevivência,
__________: Pessoas de maior massa muscular podem tolerar melhor altas doses de
materiais tóxicos gerados nos incêndios, entretanto no tocante ao condicionamento
cardiorrespiratório, crucial nestas condições de sobrevivência, estas pessoas em geral mal
condicionadas podem tornar-se vítimas potenciais,
Condições físicas pré-existentes: A condição geral de um indivíduo poderá ter um efeito
na sua sobrevivência em um incêndio, Nestas podemos incluir:
Estabilidade Cardíaca (determinada pela condição anatomo-fisiológica do sistema
cardiocirculatório);
Condição Aeróbica (associada ao condicionamento cardiorrespiratório) - Mobilidade
(ligada ao biotipo, peso, altura, flexibilidade articular, doenças musculoesqueléticas), neste
aspecto tem também de considerar grávidas, pessoas com restrição motora, visual e auditiva, em
especial cadeirantes;
Capacidade Respiratória - Quaisquer doenças crônicas pré-existentes como enfisema
pulmonar e asma (devido à alteração respiratória por conta da alteração e da elevação da
frequência respiratória, em decorrente da obstrução dos músculos pulmonares contraem-se,
interrompendo o ciclo respiratório e provocando vasoconstrição - diminuição do calibre das vias
aéreas pulmonares. Fatores estes associados à fumaça, stress, calor etc.), podem reduzir
consideravelmente esta capacidade. Fatores agudos como Resfriados, Gripes ou Pneumonias
podem vir a afetar esta capacidade. E no caso de fumantes as condições pulmonares, bem
reduzidas em geral, dificultam a ações de troca pulmonar a nível alveolar, em termos de absorção
de O2, e consequentemente dificultando uma boa irrigação sanguínea cerebral, indispensável
para a tomada de ações, quer quanto ao critério, quanto à velocidade das mesmas, quer quanto ao
impulso neurológico em uma situação de incêndio.
Medicação e drogas: estes elementos reduzem substancialmente a capacidade de
avaliação e da percepção dos riscos inerentes a um incêndio, alterando substancialmente a
capacidade de se tomar a decisão adequada frente a emergências. Estatísticas recentes (United
States Fire Administration – USFA , Abril, 17 , 2008) citam que pelo menos 10% das fatalidades
em incêndios residenciais tem como causa principal o uso de drogas ou álcool, em especial nas
comunidades mais pobres. Neste aspecto a faixa etária envolvida neste tipo de evento se situa
entre 20 a 64 anos, cujos índices são duas vezes maiores que as outras faixas etárias, e os homens
são os mais predominantes neste aspecto.

Resposta Fisiológica

As reações humanas são condicionadas por um mecanismo fisiológico, no qual o homem


ao ser informado de uma situação de perigo, o qual ele identifica com base em experiências,
cognitivas anteriores ou de conhecimento adquirido através da informação e de relatos, o qual
lhe permite estabelecer comparações. As reações, estas as mais típicas são:
- a __________, na maior parte dos comportamentos ou,
- a __________ da situação de perigo, ou a ausência dela,

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 203


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

- a ______________, em que nada mais é de um processo total de negação do fato


relacionado com o perigo, motivado por uma situação maior e mais complexa que a capacidade
individual de ser tomada qualquer ação, quer fugir ou lutar.
A resposta fisiológica ao medo é um dos fenômenos fisiológicos mais básicos, inerentes
às espécies animais, e a garantia de sua sobrevivência e evolução. Os seres vivos, em especial os
animais, cujo homem é parte integrante da espécie, ao perceberem da ocorrência de um
determinado perigo, pelos seus sentidos, sendo os mais importantes e influentes: a visão, a
audição, o olfato, e o tato, têm o seu processamento lógico-sensorial baseado na definição ou não
de uma situação de perigo como visto anteriormente.
Esta situação sendo identificada como uma situação de perigo é transmitida um impulso
elétrico pelo Sistema Nervoso Central (o qual corre em grande parte pelo interior da coluna
vertebral) a um conjunto de glândulas situadas sobre os rins - as glândulas suprarrenais, as quais
se incumbem de liberar o hormônio adrenalina ou (epinefrina) para a corrente sanguínea.
Os efeitos da adrenalina sobre o sistema cardiovascular são considerados os mais
importantes, pois mantêm a frequência cardíaca e pressão arterial adequada tanto em repouso
como em condições de estresse.
A adrenalina promove vasoconstrição periférica, aumento da frequência cardíaca e da
automaticidade das regiões do coração. A adrenalina pode estimular a secreção de hormônios
como insulina, glucagon, gastrina, etc. Estimula o aumento da concentração de glicose no
plasma. Promove a fosforilação de proteínas no fígado, envolvidas na regulação do metabolismo
do glicogênio. Participa da degradação de triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo, o que
vai influenciar diretamente numa situação em que o indivíduo precisar ―lutar‖ ou ―fugir‖.

Resiliência

A resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade


de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações
adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico. E é a partir desse conceito que
vai determinar a ação da pessoa numa situação de perigo iminente.

Pânico

As pessoas têm reações diferentes diante de situações adversas, em caso de sinistros,


quando sentem ameaçadas em sua integridade física.
Em um incêndio, o comportamento mais frequente é a tensão nervosa ou estresse, e não a
reação de medo e que foge ao controle racional, ou seja, o pânico. Não há necessariamente a
ocorrência de pânico ainda que não houvesse a evidencia de escape; Os comportamentos
contagiosos são muito mais comuns nas situações ambíguas ou emergenciais simplesmente pela
tendência das pessoas, seguirem um líder, em situações de stress, onde esta opção (de seguir um
líder) é a única opção.
De uma forma geral as pessoas sempre ajudam umas as outras, tendendo a serem
solidárias umas com as outras nas situações de grande perigo, ao contrário do pensamento
comum de que em situações extremas o caráter individual é prevalente, e o exemplo recente do
World Trade Center, mostrou esta característica.
Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante de uma situação de incêndio, como se
estivessem paralisadas nos primeiros minutos, não acreditando que estejam sendo envolvidas
numa situação de risco grave. A maior parte das pessoas 39% acredita durante o acionamento de
um alarme de incêndio tratar-se apenas de um exercício simulado, e outra quantidade
significativa 23% pensa estar relacionado o som com as atividades de manutenção dos sistemas,
apenas 14% consideram a hipótese de um incêndio real;
Um dos fatores cruciais é a informação disponível associada ao tempo, pelo recebimento
tardio do aviso de incêndio, quando as situações de fogo e fumaça estão mais severas, para se
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 204
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

buscar uma resposta. O descobrimento sobre a gravidade do incêndio, qual a direção a seguir,
muitas vezes em ambiente com fumaça, tende a gerar muita tensão nervosa.
Portanto as situações que podem dificultar o controle emocional advêm da demora da
disponibilidade de informações sobre o que está acontecendo, qual a severidade do evento, atraso
na divulgação de um incêndio e como proceder e dispor de saídas protegidas.
As mensagens devem ter uma elaboração prévia, e algumas palavras como ―CALMA‖,
―NÃO CORRA‖, podem vir a ser problemáticas, gerando um entendimento inverso ao esperado.
O volume da mensagem, o tom de voz também tem um efeito direto na forma pela qual as
pessoas percebem a ameaça.
Quando pessoas estão tentando escapar de um edifício em chamas por uma única saída,
seu comportamento parece extremamente irracional para uma pessoa que analisa a situação
depois e constata que existiam outras saídas. Entretanto, as pessoas que estão tentando sair
desconhecem as outras saídas, tendo aquela como a única disponível prefere brigar por ela ao
invés de morrer queimado. O pânico ainda é muito confundido com comportamento de fuga.
Alguns comportamentos podem, além de dificultar a evacuação dos indivíduos que estão
tentando abandonar o edifício, dificultar a entrada daqueles que combaterão o incêndio.

Incêndios em imóveis verticais

Conforme relatos de pessoas envolvidas, dentro das torres, nos pavimentos dos impactos
das aeronaves e ainda, a temperatura insuportável, a fumaça densa, a pouca visibilidade e a
dificuldade de respirar tornaram penosa à busca pela única saída existente, na Torre Norte, do
World Trade Center - WTC.
As condições críticas durante um incêndio em uma edificação ocorrem quando a
temperatura excede a 75ºC, e/ou o nível de oxigênio cai abaixo de 10%, e/ou as concentrações de
monóxido de carbono ultrapassam 5.000 ppm. Tais situações adversas induzem a sentimentos de
insegurança, que podem vir a gerar o pânico e descontrole e levar pessoas a saltar pelas janelas.
Os meios de escape devem ser constituídos por rotas seguras que proporcionem às
pessoas escapar em caso de incêndio, de qualquer ponto da edificação a um lugar seguro, fora da
edificação, sem assistência exterior.
As rotas de fuga projetadas impropriamente, falhas nos sistemas de comunicação e
alarme, propagação de fumaça nos ambientes, bem como a movimentação de fumaça e gases
quentes, penetração de fogo e fumaça têm provocado perdas de vidas. Entre as soluções contra
esses fatores estão o sistema de iluminação de emergência eficiente e efetivo, sistemas de
extinção e de supressão do fogo, a limitação na distância de percurso, controle dos materiais de
acabamento, portas corta-fogo e resistentes à penetração de fumaça, ventilação natural para
auxiliar na extração de gases e rotas de fuga desobstruídas, protegidas e bem sinalizadas,
localização e capacidade adequadas para promover pronta evacuação dos ambientes pelos
ocupantes.
As edificações devem ser projetadas e construídas de modo a garantir a proteção das
vidas humanas contra os efeitos fatais oriundos do fogo. Entre esses riscos encontramos as
queimaduras (fatais ou não), asfixia, envenenamento, contusões, irritações, cortes, etc.. Os
efeitos secundários do fogo ocorrem por falta de oxigênio, fumaça, gases nocivos, agressivos ou
tóxicos, pânico, colapsos materiais ou estruturais.
No incêndio do Edifício Joelma, as pessoas na rua improvisaram faixas procurando
acalmar as pessoas dentro do prédio, informando que o fogo havia acabado e que não saltassem,
encontrando morte certa, mesmo assim, várias pularam.
A maioria dos especialistas em segurança contra incêndios não recomenda o resgate
aéreo como rota viável em um edifício alto durante um incêndio. O uso de helicópteros deve
ocorrer em último caso e sob condições muito específicas (DWYER e FLYNN, 2005).
A cobertura dos prédios está sujeita a muitas variáveis em caso de sinistros, como a
existência, ou não, de local para pouso de helicópteros e embarque de pessoas, pois muitos
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prédios antigos possuem telhados na cobertura, refletores, antenas, painéis de propaganda,


ocorrência de acessos trancados para terraços, entre outros.
Há ainda os efeitos do incêndio, por meio de fumaça densa, calor excessivo e ventos
fortes. Os helicópteros necessitam de ventos ascendentes para se manter em voos e o calor pode
tornar o ar rarefeito, prejudicando a estabilidade desses veículos (DWYER e FLYNN, 2005, p.
159).

Comportamento de escolha de saídas de emergência

Como enfatiza a ISO 6241 – Performance standards in building (Padrões de desempenho


nas construções), as edificações, no todo ou suas partes, devem possuir elementos de segurança
para diminuir o risco de início de um incêndio, limitar sua propagação e os efeitos do calor e
fumaça para possibilitar condições de evacuação de pessoas em tempos eficientes.
Quando há opções de escolha entre rotas de fuga, dentre os fatores que influenciam a
escolha das saídas de emergência, e que podem estimular ou intimidar pessoas que estão
procurando escapar de um sinistro, estão a fumaça, o calor e cheiro, características individuais
como idade, dificuldade de locomoção, parcial ou total, temporária ou permanente.
Outros tipos de exposições prováveis, além da perda de visibilidade e do calor, que
podem gerar condições perigosas, é a presença de produtos tóxicos e irritantes, obscurecimento
das rotas de fuga por fumaça e o colapso estrutural.
Existe a tendência de as pessoas a adotar o percurso mais familiar para a saída, que é a
entrada normal da edificação, do que uma saída de emergência, que é pouco familiar.
O comportamento humano em situações de incêndios é diretamente influenciado pelas
condições locais, em que a pessoa estiver e pelo conhecimento do que fazer e por onde seguir.
É muito comum as pessoas terem uma resposta lenta ao alarme de incêndio, muitas vezes
postergando o início de seu movimento de abandono e quando os ocupantes decidem mover-se
para uma área segura, o tempo restante para uma evacuação pode ser mínimo.
É por meio do treinamento em conjunto que se obtém a familiarização das pessoas para a
cadência e movimentação adequada: nunca correr deve ser a principal regra a fim de não
contribuir para o fator pânico e desgaste físico desnecessário.
A inclusão da educação da velocidade de locomoção pode ter como palco: as rotas de
evacuação de modo geral; as escadas, as rampas; os corredores e demais dependências.

Abandono de área

Abandono de local em emergências é o comportamento de sair rápido por uma rota de


fuga e isso depende do recebimento do aviso de incêndio, se precoce ou tardio, e da
familiaridade da saída de emergência de onde estiver.
Para os ocupantes das edificações, as saídas conhecidas são mais procuradas do que rotas
de fuga não familiares, e a sinalização é menos importante que a regularidade do uso; logo, os
treinamentos de abandono de área devem condicionar os usuários a proceder conforme o plano
de abandono e seguir por rotas seguras. A familiaridade com os caminhos a percorrer pode
reduzir o tempo de pré-movimento.
Os extintores de incêndio e hidrantes, raramente, são usados pelos que não forem
brigadistas, e são menos efetivos sem treinamento periódico.
As pessoas devem estar atentas a avisos precoces, como barulhos estranhos, como vidros
quebrando e atividade extra dos outros ocupantes.
Devem ser providenciadas as comunicações iniciais sobre sinistros para evitar a busca
por informações adicionais, que podem ser desencontradas e provocar indecisões.
Cada demora pode ser perigosa. Ações em estágios iniciais têm influência mais efetiva
em eventuais evacuações.

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Para a perfeita execução do abandono de local, faz-se necessário o treinamento periódico


dos componentes da brigada, bem como a realização de palestras-relâmpago para os demais
funcionários, visando a orientá-los a respeito dos procedimentos gerais a serem seguidos.

Grupo de Abandono de área

O Grupo de Abandono é composto por brigadistas capacitados tecnicamente, para que em


situações de incêndio efetuem o procedimento de retirada do pessoal ali presente de forma
coordenada, minimizando assim as situações de riscos. O grupo de abandono de área é composto
basicamente por brigadistas particulares e voluntários: coordenador geral da brigada, líder, puxa-
fila, cerra-fila e vistoriador.

Coordenador Geral da Brigada: Brigadista responsável pela coordenação e execução das


ações de emergências da edificação. É o responsável máximo da brigada de incêndio, determina
o início do abandono, devendo priorizar os locais sinistrados, os pavimentos superiores a estes,
os setores próximos e os locais de maior risco.

1 Aciona o Corpo de Bombeiros;


2 Dirigir-se imediatamente para o ponto de encontro;
3 Organizar o ponto de encontro, buscando informações;
4 Aguardar e checar o completo abandono;
5 Comunicar o completo abandono e as alterações ao Corpo de Bombeiros;
6 Receber as alterações dos líderes;
7 Observar e corrigir posteriormente possíveis pontos a melhorar referente ao desempenho
dos membros da brigada e demais funcionários e visitantes

Líder: Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência de


um determinado setor / compartimento / pavimento da planta.

 Reunir e conferir os funcionários de seu pavimento;


 Fazer contatos externos;
 Orientar e supervisionar as ações dos demais membros;
 Auxiliar na remoção de pessoas;
 Solicitar auxílios em geral;
 Contatar o supervisor no ponto de encontro;
 No ponto de encontro fazer chamada/contagem;

Puxa-Fila: Brigadista que vai a frente do pessoal a ser retirado, com as funções de:

 Iniciar o trabalho de escape das pessoas, posicionando-se na via de escape, indicando a


saída e organizando o ingresso e passagem na escada;
 Se possível, o puxa-fila deve contar o número de pessoas e informar ao líder.

Cerra-Fila: Brigadista que sai por último e posicionando-se ao final da fila do pessoal a
ser retirado, com as funções de:

 Ir a todos os recintos chamando as pessoas e depois se posicionar ao final da fila;


 Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros, remoção de pessoas e organização da fila.

Vistoriador:

 Enviar o elevador ao térreo;


 Desligar o sistema elétrico do andar;
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 Fechar as portas e janelas sem as travar;


 Checar as dependências dos pavimentos;
 Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros e na remoção de retardatários.

Recomendações gerais

Orientações gerais para o sucesso durante o procedimento de abandono de local:

 Acatar as orientações dos brigadistas;


 Manter a calma;
 Caminhar em ordem;
 Permanecer em silêncio;
 Pessoa em pânico: se não puder acalmá-la, deve-se evita-la. Se possível, avisar um
brigadista;
 Nunca voltar para apanhar objetos;
 Ao sair de um lugar, fecha as portas e janelas sem trancá-las;
 Não se afastar dos outros e não parar nos andares;
 Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
 Ao sentir cheiro de gás, não acender ou apagar as luzes;
 Deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de socorro
médico;
 Encaminhar-se ao ponto de encontro e aguardar novas instruções.

Em locais com mais de um pavimento:

 Nunca utilizar o elevador, salvo por orientação da brigada;


 Descer até o nível da rua e não subir, salvo por orientação da brigada;
 Ao utilizar as escadas, deparando-se com as equipes de emergência, dar passagem pelo
lado interno da escada, sempre usar o corrimão, não pular degrau e seguir em fila indiana.

Em situações extremas:

 Evitar retirar as roupas e, se possível, molha-las;


 Se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o corpo, roupas,
sapatos e cabelo;
 Proteger a respiração com um lenço molhado junto à boca e nariz e manter-se sempre o
mais próximo do chão, já que é o local com menor concentração de fumaça;
 Antes de abrir uma porta, verificar se ela não está quente;
 Se ficar preso em algum ambiente, aproximar-se das aberturas externas e tentar de
alguma maneira informar sua localização;
 Nunca saltar.

A lista, a seguir, expõe os principais fatores de escolha de saída:

 O escurecimento de ambiente pela fumaça, que pode causar irritação e toxicidade.


 Características do incêndio, como calor e cheiro.
 Familiaridade com as rotas de fuga.
 Características como idade, debilidades e incapacidades.
 Orientação existente antes do incêndio, em como proceder em caso de incêndio.
 Níveis de iluminação e fonte de luz.
 Tipo de função do usuário, se funcionário ou público externo à edificação.
 Posição e proximidade da pessoa até uma saída.
 Sinalização da saída de emergência.
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Pessoas com mobilidade reduzida

Toda pessoa é especial, a partir do momento que necessita uma atenção diferenciada,
devido a uma característica particular que o distingue das demais pessoas, um exemplo disso são
os ocupantes da edificação que possuem dificuldades de se locomover, o que dificultaria uma
evacuação da edificação caso a mesma esteja sinistrada.
Nem sempre se enquadrando no conceito de portador de deficiência motora, como
erradamente entendido pela sociedade, uma pessoa com mobilidade reduzida pode ser um idoso,
uma mulher grávida, desde que por qualquer motivo, tenha dificuldade em se movimentar e
aceder aos espaços meios físicos que a rodeiam.
As pessoas que possuem mobilidade reduzida em casos de incêndio são:

Portadores de deficiência visual

Pessoas que nascem privadas da visão são cegos congênitos, no entanto, existe também a
cegueira adquirida que é aquela devida a uma doença ou acidente ocorrido ao longo da vida.
Quando uma pessoa cega encontra-se no ambiente sinistrado, sua capacidade de orientação pode
ser alterada e por isso é muito importante que o brigadista lhe informe explique o que houve e o
faça entender o que aconteceu antes de iniciar o atendimento.
Lembre-se dessas recomendações ao lidar com portadores de deficiência visual:
 Comunique-se em tom de voz normal (não grite com o paciente);
 Se ele puder caminhar, permita que ele se apoie em seu braço (advirta sobre os perigos e
não empurre, nem puxe o paciente cego, apenas conduza-o);
 Deixe que a pessoa segure o seu braço, próximo ao cotovelo, isso fará com que ele sinta
os movimentos do seu corpo e tenha segurança para andar, subir e descer escadas;
 Numa escada, antes de chegar à escada, coloque a mão do paciente no corrimão;
 Não saia de perto da pessoa, ainda que rapidamente, sem antes comunicar tal fato, para
que ele não fique falando sozinho.

Surdo ou surdo-mudo

Pessoas que não ouvem ou ouvem muito pouco são chamadas de surdas, entretanto
existem também os surdos-mudos que são aqueles que não ouvem e também não falam. Se uma
pessoa não leva consigo um aparelho auditivo visível não há nenhuma indicação aparente de que
seja surda. Entretanto, seus procedimentos podem advertir sobre sua condição, assim, apesar de
seu aspecto atento, se a pessoa não responder as perguntas formuladas, poderemos supor que ela
sofre de uma incapacidade auditiva.
Se o paciente puder compreender o que você diz através da leitura dos movimentos dos
lábios, certifique-se de que seu rosto esteja iluminado e voltado para o paciente enquanto você
fala e comunique-se pausadamente.
Muitas pessoas surdas não estão treinadas para fazer a leitura labial, então os melhores
métodos a serem utilizados são a escrita e os gestos.
Observação: Algumas pessoas surdas podem falar claramente, outras falam com
dificuldade, prejudicando a compreensão e outras nem falam. Se o paciente surdo fala com
dificuldade, não finja entender (gesticule encolhendo os ombros e mostrando as mãos com as
palmas para cima em frente ao seu corpo, como se dissesse "Não entendi o que você disse!‖).

A pessoa de língua estrangeira

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Problemas de comunicação poderão surgir quando a área de atendimento do Serviço de


Atendimento Pré-Hospitalar incluir comunidades onde habitam pessoas que não falam a língua
oficial do país, ou ainda, áreas turísticas, onde é grande o número de visitantes estrangeiros.
De forma geral, ao encontrar pessoas que não falam seu idioma, o brigadista deverá
comunicar-se através de gestos e não tardar em solicitar auxílio de outros integrantes de sua
equipe ou de pessoas da família e testemunhas que possam ajudar na comunicação e tradução das
falas.
Os serviços de socorro poderão providenciar resumos traduzidos das principais frases
utilizadas pelos brigadistas para facilitar a comunicação.

Pessoas com deficiência física ou mental

O maior problema em lidar com pessoas que apresentam deficiência física, seja ela
nervosa, muscular ou esquelética, está muitas vezes na locomoção, pois estes pacientes podem
ter partes do corpo comprometidas ou não funcionantes. O brigadista deverá reunir o máximo de
informações possíveis através de uma boa entrevista e auxiliar no deslocamento dessa pessoa,
solicitando ajuda de mais algum indivíduo que possa auxiliar o deslocamento do deficiente, para
que possa sair do lugar sinistrado da forma mais seguro e ágil possível.
Já alguns pacientes, por deficiência, não desenvolveram partes da função neurológica e
podem apresentar retardamento mental ou de desenvolvimento. Nessas situações, sua principal
tarefa como brigadista é estabelecer um processo de interação com o paciente, que permita
entender o que está acontecendo e como você poderá ajudá-lo.
A identificação do retardo mental ou deficiência de desenvolvimento nem sempre é uma
tarefa fácil. Mantenha a calma e, caso seja necessário, explique pausada e repetidamente cada
uma de suas ações e o que você quer que o paciente faça.
Finalmente, devemos entender que os pacientes com qualquer tipo de deficiência, assim
como a maioria das pessoas, gostam de ser independente, portanto, merece receber o mesmo
tratamento de um paciente normal.
Observação: Cuidado para não confundir estes pacientes com outros pacientes sob o
efeito abusivo de álcool ou drogas ou que em função de um incêndio apresentam-se
desorientados ou confusos.

Idoso

Infelizmente, grande parte da população tende a pensar que as capacidades de uma pessoa
se medem de acordo com sua idade cronológica, entretanto, existem pessoas que ainda não
completaram 65 anos e já apresentam sinais de senilidade, são doentes crônicos e apresentam
completa dependência. Por outro lado, existem também pessoas de 70, 80 e até 90 anos que se
mantêm ativas, capazes e em bom estado de saúde.
No desempenho de suas funções, brigadistas serão responsáveis por atender pessoas
idosas de uma ou outra categoria. Nessas oportunidades, quando o idoso se mostrar consciente,
atento e interessado, atenda-o da mesma forma como faria com outro paciente adulto.
Se, pelo contrário, o paciente pelo envelhecimento apresentar perda de memória ou
desorientação em relação ao tempo-espaço-pessoa, sem dúvida, você terá dificuldades de
interação com o mesmo. De qualquer forma, a chave do sucesso na interação com pessoas idosas
é a paciência.
 Mantenha contato olho-a-olho e fale calma e diretamente ao paciente.
 Seja muito paciente, pois quando envelhecemos as palavras ficam mais importantes. Não
apresse a conversa.
 Se o paciente estiver acompanhado pelo cônjuge ou algum amigo mais próximo, fique
atento, pois devido à tensão causada pela situação você poderá ter de atender outro

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paciente, normalmente devido a uma emergência clínica. Seja amável e providencie


apoio emocional para ambos.
Observação: Ao atender uma emergência envolvendo pessoas idosas não se precipite,
apesar da aparente gravidade da situação, você deverá ajustar suas perguntas e ações à
capacidade que o paciente demonstra para entender e responder.

Planos de emergência em edificações

A brigada de incêndio, bem dimensionada e treinada, deve ser capaz de executar


perfeitamente o plano de abandono para o local.
Proteger a vida e a saúde dos empregados e dos clientes da (nome da empresa) é a
prioridade durante uma emergência. Para alcançar este objetivo, desenvolvemos um Plano de
Emergências que nos permitirá responder e administrar de forma efetiva e eficiente as
emergências e eventos catastróficos. Um dos objetivos principais do Plano é retomar o mais
rápido possível as atividades normais com um mínimo de interrupção e prejuízos aos clientes,
fornecedores e contratados.

Responsabilidades

Será responsabilidade da Equipe de Resposta de Emergências por em prática e dirigir as


ações de emergências estabelecidas no Plano de Emergências da (nome da empresa) bem como
qualquer outra ação que seja necessária para proteger vidas e propriedade. Será seguido o
processo de notificação estabelecido no plano. A ativação das diferentes equipes de trabalho se
fará quando assim determinarem os coordenadores das equipes de Resposta de Emergências e
Administração de Emergências.

Notificação de Emergências

A notificação imediata da condição de emergência, usando o procedimento apropriado, é


essencial para neutralizar a situação e prevenir lesões pessoais e danos à propriedade.

Para notificar uma emergência:

 Chame o número de emergência (número de telefone)


 Mantenha a calma - fale claro
 Identifique-se
 Diga sua localização
 Indique o tipo de emergência
 Informe a localização da emergência
 Não desligue o telefone - informação adicional pode ser requerida

Uma notificação precisa da emergência, dirigida para o lugar apropriado, é um elemento


chave para combater uma situação potencialmente perigosa. Portanto, durante a Emergência:

 Mantenha a calma
 Avalie a situação
 Ative o plano
 Ative o sistema de notificação

Notificações Gerais Durante Emergências

 Polícia - Ameaça de bomba, atos criminosos, perturbações civis, greves, etc.


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 Bombeiros - Incêndios, explosões, vazamento de gás, etc.


 Unidades de Emergências Médicas, Salvamento e Resgate - acidentes industriais, lesões,
emergências médicas, desastres naturais, etc.
 Unidade de Controle Ambiental - emergências ambientais – Incêndios florestais,
derramamentos tóxicos, derramamentos de petróleo, etc.
 Unidade de Controle de Materiais Tóxicos e Perigosos – derramamento de substâncias
químicas, vazamentos de gás, vazamentos radioativos, etc.
 Policia/Bombeiros/Resgate - Desastres naturais, desastres provocados, etc.

Depois da Emergência

 Esteja alerta aos perigos


 Limite o uso dos telefones somente para emergências
 Inicie as fases de reassunção, recuperação e restauração.
 Aguarde as instruções da Equipe Para a Administração de Emergências
 Documente a emergência
 Atualize o Plano de Emergências

Procedimentos Gerais de Evacuação

Proteger a vida e a saúde dos usuários da edificação é prioridade durante uma


emergência. Em algumas situações, a evacuação é a melhor forma de proteção. Cada instalação
deve desenvolver seus próprios procedimentos de evacuação e colocar, em lugares visíveis,
mapas das diferentes rotas de fuga e saídas de emergências.
A decisão de evacuar total ou parcialmente as instalações da edificação (empresa) se fará
de acordo com a política de evacuação da empresa, contida no Plano de Emergência e depois de
serem avaliados os seguintes fatores:

 Segurança de empregados, clientes e visitantes.


 Riscos potenciais
 Responsabilidades legais

Para que o processo de evacuação seja efetivo é necessário:

 Treinamento contínuo dos empregados para evitar o pânico


 Sinalização clara e bem iluminada das rotas de fuga primárias e secundárias
 Uma sinalização clara nas portas de saídas de emergências
 Um sistema interno de comunicação pública
 A colocação de diagramas ou mapas com as rotas de fuga em cada andar da instalação.
 Estabelecer um procedimento para assistir às pessoas sem condições de andar
 A distribuição do plano de evacuação para todo o pessoal da empresa
 Iluminação de emergência
 Testar os procedimentos pelo menos uma vez por ano
 Manter o plano de evacuação atualizado

O plano de evacuação deverá incluir políticas claras e especificas sobre o seguinte:

 Um procedimento para notificar, calmamente, os empregados, clientes e visitantes de que


a instalação será evacuada e fechada.
 Procedimentos ordenados para o fechamento imediato e temporário da instalação
 Procedimentos ordenados para evacuar os empregados, clientes e visitantes.
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 Designação de um local de reunião ou refúgio dos evacuados


 Sistema de notificação apropriado para a polícia e bombeiros
 Procedimentos para controlar a publicidade e os meios
 Designação da autoridade que decidirá o reingresso às instalações
 Procedimentos para o retorno do pessoal ao trabalho

O plano de evacuação deve incluir mapas e diagramas da instalação e gráficos com os


procedimentos e instruções dos equipamentos e maquinarias para serem utilizados na
eventualidade de que seja necessário proceder a um fechamento temporário ou o resgate de
pessoas. Deve-se incluir:

 Cortes de água, energia elétrica, gás, etc.


 Hidrantes ou pontos de água
 Linhas de água
 Linhas e válvulas de gás
 Subestações de energia elétrica
 Procedimento para o corte de energia elétrica
 Procedimento para o corte de água
 Procedimento para o corte de gás
 Sistemas de esgoto e drenagem
 Alarmes
 Extintores de incêndio
 Mangueiras de incêndio
 Saídas
 Escadas
 Rotas de fuga
 Áreas restritas
 Materiais perigosos
 Artigos de alto valor

Procedimentos de Evacuação para a (Nome da Empresa)

O procedimento de evacuação deverá ser simples. Complexidade exagerada pode


confundir os empregados e causar risco de vidas e lesões. Distribua para todo o pessoal da
empresa as seguintes instruções de evacuação:

Notificação

No caso de é ser necessário evacuar a instalação, a notificação para os empregados será


feita por um dos seguintes métodos seguintes ou pela combinação deles:

 Sirene ou alarme
 Sistema interno de comunicação alto-falantes
 Pessoalmente

O pessoal de segurança os coordenadores das equipes de trabalho supervisionarão e


prestarão assistência durante o processo de evacuação. Pessoas que precisarem de atenção
especial deverão comunicar os coordenadores ou alguém de segurança. Devem manter a calma e
seguir as instruções. NUNCA USAR ELEVADORES.

Responsabilidades
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Os coordenadores das equipes de trabalho serão chaves para manter uma evacuação
ordenada. Sua função mais importante é EVITAR O PÂNICO. Na eventualidade da ocorrência
de medo ou pânico, aplicarão os princípios seguintes:

 Assertividade, Positivismo e Confiança – a liderança positiva será exercitada, repetindo,


calmamente, as instruções, demonstrando possuir o conhecimento e o treinamento
necessários para tirar as pessoas da área de perigo e levá-las para um lugar seguro;
 Eliminar Preocupações - Dissipar os rumores. Identificar as pessoas problemáticas e
evitar que espalhem seu descontentamento e medo;
 Demonstrar SEGURANÇA e AUTORIDADE - Sugerir ação positiva. Indicar o que
fazer, ao invés do que não fazer;

Funções Adicionais

 Avisar os empregados para que cuidem de seu dinheiro e outros valores;


 Manter a calma e prevenir o pânico;
 Pedir para os empregados que observem bem sua área de trabalho e informem sobre a
existência de algum objeto suspeito (só para casos de ameaça de bomba);
 Os coordenadores das equipes notificarão a Segurança quando suas áreas e andares
estiverem evacuados;
 Designar pessoal de Segurança para as áreas de elevadores, escadas rolantes, corredores,
entradas e escadas de emergência.

Instruções para os Empregados

As instruções seguintes serão distribuídas para todo o pessoal e devem ser colocadas em
locais visíveis nas áreas de trabalho, quando se anuncia uma evacuação:

 Mantenha a calma - não corra - não utilize os elevadores;


 Não retorne a seu posto de trabalho, a menos que possa fazê-lo em questão de segundos e
caminhando;
 Recolha seus pertences pessoais se estiver perto ou em sua área de trabalho;
 Não comece a evacuação até que seja dado o sinal;
 Quando o sinal for dado, siga em fila indiana (um atrás do outro) para a porta de saída de
emergência mais próxima.
 Ao sair, a primeira pessoa que chegar até a porta de saída de emergência deverá segurá-la
aberta até o resto do pessoal saia;
 Uma vez fora da instalação, vá para a área de reunião pré-determinada.

Preservação de local para perícia

Importância da preservação

Em exames periciais, verifica-se a violação do local pela impossibilidade de certos


vestígios serem posicionados;
Em condições extremas, a área examinada perde a validade no Judiciário como prova material do
evento;
As circunstâncias do delito nem sempre poderão ser identificadas pelo perito quando
houver adulteração, muito menos retornar as peças aos seus locais originais;

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CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Geralmente as modificações no local do crime não são intencionais, mas geradas pela
falta de integração dos diversos ―escalões do aparelho oficial‖;
Policiais militares, civis, bombeiros militares e peritos criminais têm, diante do local de
crime, responsabilidades subdivididas e complementares entre si;
Nenhum local de incêndio pode ser devidamente periciado se o cenário original não for
mantido para os investigadores.
A perícia de incêndio apresenta uma grande desvantagem na preservação dos vestígios
em relação a outros tipos de perícia. Enquanto que, em exames de balística, as provas geralmente
se mantêm após o evento, os vestígios decorrentes do incêndio já foram duramente testados pela
ação direta das chamas e do calor e o que resta é, não raras vezes, insuficiente para a
determinação da causa.
Não obstante, a ação dos bombeiros durante o combate também deteriora a preservação
total das provas, seja pela ação da água durante a extinção, seja pela movimentação dos
escombros para resfriamento dos pontos de calor, durante o rescaldo.
A cena precisa ser preservada até uma investigação completa do sinistro, o que pode levar
dias, senão meses.

Como funciona uma perícia de incêndio

O perito chegará ao local e terá que ―retroagir no tempo‖, buscando identificar como se
encontrava a cena antes do incêndio (locais de objetos, se os aparelhos eletrônicos estavam
ligados, se o fogão estava aceso, etc.), após irá verificar as marcas deixas pelo fogo assim como
observar os vestígios em busca de onde iniciou o fogo e como ele iniciou.
Segundo ROSA e FIGUEIREDO (2007), pela ótica da criminalística, vestígio é ―todo e
qualquer objeto ou evidência física, instrumento, mancha, marca, rastro ou sinal que tenha sido
produzido por ocasião do cometimento ou que tenha relação com o fato supostamente delituoso‖.
Em um segundo momento o perito irá tomar os depoimentos das testemunhas, moradores
e até mesmo da guarnição que combateu o incêndio. Poderá ainda ser necessário elaborar exames
em laboratórios periciais.
Após tudo isso irá entrelaçar as informações alcançando assim o local, o que/quem e
como se iniciou o incêndio. Finalizando assim a perícia.

Fica fácil de perceber que para esta perícia seja feita com sucesso é necessário evitar que
seja modificada de qualquer forma o cenário do incidente. Para isso deve ser efetuado o
isolamento do local, utilizando fita zebrada se possível e até mesmo mantendo alguém no mesmo
para evitar invasões.
Não é permitido mover ou retirar objetos do local original, nem colocar elementos que
não estavam presentes na área do fato, como marcas de solado de sapato, terra, fios de cabelo e
manchas de fluídos biológicos. Igualmente é desaconselhável mexer no posicionamento das
―coisas‖ remanescentes de um incêndio

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Causas de deterioração dos vestígios

São as naturais, ligadas aos fenômenos da natureza;


As acidentais, em consequência das falhas durante a coleta, acondicionamento, transporte
e guarda dos vestígios;
As causas propositais, realizadas direta ou indiretamente por pessoas interessadas em
destruir possíveis indícios que possam vir a prejudicá-las;
Caso de pessoas que inadvertidamente o fazem, no afã de tentar auxiliar o socorro.

Padrão de procedimentos de isolamento

Rosa e Figueiredo (2007, p. 27) descrevem como sendo o procedimento padrão as ser
adotados após um incêndio ou outra ocorrência que necessite de perícia os seguintes:

Interdição rigorosa do local: Normalmente é a primeira providência a ser tomada.

A interdição consiste de modo ideal, em delimitar o perímetro do local e suas vias de


acesso, impedindo a entrada de qualquer pessoa, animal ou coisa. Em locais abertos, a interdição
se torna mais difícil, pois o acesso é fácil, sendo necessária a utilização de fitas e/ou cordas de
isolamento.
Tratando-se de locais fechados, as suas próprias características tornam o isolamento mais
fácil, onde normalmente o acesso se dá pelas aberturas (portas e janelas) destinadas a essa
finalidade, bastando, pois, interditá-las.
O primeiro brigadista que chegar ao local deve tomar as providências ao seu alcance para
que o local seja adequadamente preservado.
Custódia: De nada valerá a interdição do local, se ela não for mantida de forma eficaz até
a sua liberação pelos peritos. O trabalho de levantamento no local de crime requer máxima
atenção e concentração, devendo, pois, a sua custódia ser mantida até a conclusão do trabalho
pericial.
Proteção dos vestígios: Embora deva ser extremamente evitado alterar, de qualquer
forma, o ‗estado das coisas‘, há casos em que providências, tais como a colocação de uma
cobertura sobre o cadáver, evitam que a chuva ou outra intempérie destrua vestígios importantes,
como manchas e fluídos corpóreos ou áreas de acúmulo de fuligem originária de disparos
encontradas em partes do corpo ou vestes de vítimas ou de autores.
Em casos extremos, é aceitável a proteção de parte dos vestígios, no entanto, ao penetrar
no local para fazer isso, o policial deverá fazê-lo com o máximo cuidado, evitando, tanto quanto
possível, correr o risco de, na tentativa de proteger certos vestígios, causar dano a estes ou a
outros vestígios. É importante lembrar que nada deve ser alterado de suas posições originais.

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CAAE – Módulo V

ESTÁGIO OPERACIONAL SUPERVISIONADO

Instrutor

_______________________________________________

_______________________________________________

240 h/a

CBMSC

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Módulo V – Unidade Didática 1

Estágio Operacional - Fase Teórica

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Descrever as rotinas do estágio operacional;


2) Atuar nas equipes de socorro à comunidade, em apoio aos bombeiros militares na
realização dos atendimentos emergenciais, auxílios e de prevenção;

5. ESTÁGIO OPERACIONAL

5.1 Do estágio operacional supervisionado

Somente participará desta fase o aluno que concluir a fase teórica do Curso Avançado de
Atendimento a Emergências (CAAE), sendo considerado apto.
O Estágio Operacional Supervisionado ocorrerá inicialmente na OBM onde for feito o
CAAE, ou em outros locais previamente estabelecidos.
A realização de todas as atividades e/ou estágio nas organizações de bombeiro militar
deverá ser obrigatoriamente precedida de assinatura de Termo de Responsabilidade, conforme o
constante do anexo 1 do regulamento do serviço bombeiro comunitário
O Estágio Operacional Supervisionado é o período durante o qual são apurados os
requisitos necessários à confirmação dos conhecimentos adquiridos no Curso Avançado de
Atendimento a Emergências pelos alunos ao Coordenador do Serviço Comunitário.
A condição de Estagiário perdura desde seu ingresso no Estágio Operacional
Supervisionado, onde participará até a conclusão ou desligamento das respectivas atividades.
Cabe ao aluno do Curso Avançado de Atendimento a Emergências antes de iniciar o
estágio operacional, passar por inspeção de saúde que identifique a sua condição física, devendo
realizar durante o período, exclusivamente as atividades que não comprometem a sua saúde e
integridade física.
O Estágio Operacional Supervisionado visa colocar em prática os conhecimentos
adquiridos em sala de aula, sob observação e orientação de instrutores e coordenadores
qualificando os estagiários em técnicas e táticas especiais de natureza bomberil, proporcionando
aos alunos os conhecimentos práticos para o desenvolvimento das funções e atribuições que
estão previstas no Regulamento Geral do Serviço Comunitário. A maioria são funções de apoio e
somente podem ser realizadas em apoio ou sob a supervisão de um BM.
Nessa fase, estão inseridos os últimos testes e avaliações para o candidato a estar apto
para a Instrução Geral de Bombeiro Comunitário - Legislação, Regulamentos, Requisitos e
Preparação Geral, sendo aprovado aquele que apresentar as condições necessárias, atingindo a
média mínima para aprovação.

Objetivo
Proporcionar a capacitação dos alunos do Curso Avançado de Atendimento a
Emergências na realização de trabalhos de apoio as Guarnições de Serviço Bombeiro Militar,
dentro do limite de suas competências.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 218
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Objetiva verificar como o candidato de comporta frente às situações de emergência, se


apresenta condições de atuar como Agente de Defesa Civil, Nível II, se é uma pessoa
responsável e equilibrada, enfim, se é apta para a atividade que pretende realizar.

Do uniforme
O Aluno que for autorizado a realizar estágio operacional referente ao Curso Avançado
de Atendimento a Emergência, deverá utilizar durante o estágio, calça azul ou preta, cinto preto,
camiseta branca e borzeguim, podendo ainda, ser especificado outro padrão pela coordenação.

Comportamento do estagiário nas guarnições de serviço


Durante o estágio o Aluno devera se comportar de maneira a contribuir para o prestigio
do Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina, ter conduta irrepreensível, comportando-se
com educação, discrição e dignidade.
Deverá também dispensar tratamento respeitoso aos Instrutores/Monitores e Bombeiros
Militares responsáveis pela execução do estágio, bem como com seus pares.
Deverá empenhar-se ao máximo para o aproveitamento do ensino ofertado,
desenvolvendo, para tanto, métodos de organização adequados.
Deverá zelar pela conservação das instalações, do material permanente e de apoio das
unidades sonde se desenvolverá as atividades de estágio.
Deverá manter conduta proba e fraterna.
São direitos dos Alunos também ser tratados com igualdade, dignidade e respeito,
frequentar as instalações da OBM, em conformidade com as normas estabelecidas para a
realização das atividades de estágio. Estacionar seu veículo, em área pré-estabelecida, quando
houver local destinado para isso, ficando responsável pelos objetos deixados no interior do
mesmo, devendo o veículo estar em conformidade com a Lei n° 9.503/97 (Código de Trânsito
Brasileiro) e Resoluções do CONTRAN. Apresentar propostas ou oferecer ideias hábeis a
promover o desenvolvimento da atividade de Estágio Operacional Supervisionado. Receber do
Instrutor/Monitores e Coordenadores os esclarecimentos que julgar necessários à boa
compreensão das atividades realizadas.
Fica proibido aos alunos ter conduta contrária à ética, à moral e aos bons costumes.
Ausentar-se da Unidade sem prévia autorização dos Coordenadores, Instrutores e Monitores.
Fumar em instalações fechadas, salvo nos locais e horários permitidos. Ao Aluno do sexo
masculino, adentrar ou permanecer nas imediações das instalações do alojamento feminino. Ao
Aluno do sexo feminino adentrar ou permanecer nas imediações das instalações do alojamento
masculino. Sair da Unidade com qualquer material pertencente à mesma sem autorização de
quem de direito. Estacionar veículo fora dos locais designados. Chegar atrasado às instruções
sem que apresente justo motivo.
Em relação à apresentação pessoal deve-se atentar para o uso correto dos uniformes
sendo fator primordial para a boa apresentação individual e coletiva do Aluno, contribuindo para
o fortalecimento da disciplina e do bom conceito da Instituição perante a opinião pública.
Constitui obrigação de todo Aluno zelar pela correta apresentação e utilização do seu
uniforme. Entre estes cuidados estão à limpeza, o brilho dos calçados e a boa apresentação das
peças de fardamento, além de cuidados especiais com a higiene pessoal.
O Aluno ao trajar seus uniformes, deverá estar com a sua apresentação pessoal
impecável, atentando sempre para que, salvo nos casos da imperiosa necessidade do serviço,
apresente-se asseado e com os cabelos penteados. O Aluno deverá primar pelo asseio, higiene e
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 219
CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

postura individual. O padrão de penteado exigido para todas as Alunas, quando uniformizadas, é
o coque, trança ou rabo de cavalo.
A maquilagem discreta é permitida, sendo vedado o uso de cosmético em quantidade
excessiva e/ou em cores vivas e contrastantes com a tonalidade da pele.
Quanto à utilização de brincos, batons, anéis, esmalte e maquiagem facial, por parte das
Alunas, é permitido somente com a devida discrição.
É vedado o uso de brinco de argolas ou pingentes ou que ultrapassem o lóbulo da orelha,
bem como piercings ou similares que fiquem expostos.

Forma de atuação na guarnição de serviço em apoio às equipes operacionais


Cabe ao estagiário atuar de forma a apoiar as atividades desenvolvidas pelos bombeiros
militares no atendimento a emergências. As atividades de apoio serão desenvolvidas de maneira
a não expor o Aluno a riscos desnecessário. As atividades de apoio serão desenvolvidas sob a
supervisão de um Bombeiro Militar, que orientara as ações a serem desenvolvidas pelos
estagiários.
Conforme o Regulamento Geral do Serviço Comunitário são objetos da atividade do
Corpo de Bombeiros Militar a serem executadas pelos estagiários em apoio aos bombeiros
militares, quando na execução do estágio operacional:
I. apoio nas atividades de prevenção e combate a incêndios;
II. auxílio nas atividades de busca e salvamento de bens e pessoas;
III. auxilio no atendimento pré-hospitalar;
IV. auxílio nas atividades de resgate veicular;
V. execução de atividades de defesa civil;
VI. auxilio na execução de outras atividades operacionais emergenciais e de auxílio;
VII. auxilio nas prevenções em eventos públicos diversos;
VIII. realização de manutenção e assepsia de viaturas, equipamentos, bombas, e motores
utilizadas na atividade de prontidão;
IX. Apoio na central de operações (telefonia e radiocomunicação);
X. Execução do preparo das refeições da equipe de prontidão;
XI. Participação em cursos e treinamentos operacionais.
Ex: Apoio no COBOM. Pode apoiar e não substituir. O responsável pela ação do BC será
o BM que estaria escalado naquela hora ou que deveria estar naquela hora. Obviamente que em
situação de estado de necessidade, essa condição pode ser ultrapassada.
O estagiário não é obrigado a realizar manutenção da instalações físicas, exceto as que
utilizar. Ocorreu em algumas cidades falta de entendimento de alguns BM, que não entenderam
que os estagiários são parceiros e não recrutas. A limpeza nos piores locais do quartel é
atribuição profissional.
Os estagiários são parceiros e todo o trabalho que a Gu Sv realiza eles auxiliam. Se não
auxiliarem, não são parceiros.
Quanto a manutenção das Vtrs em que trabalham, também tem obrigação de auxiliar na
sua manutenção pós uso, pois faz parte a atribuição do bombeiro, mesmo do estagiário.
O que não pode é a Gu Sv fazer com que o estagiário realize sozinho, a manutenção da
Vtr.
O estagiário pode atuar sozinho no quartel, exercendo função de Estado, mas em
nenhuma função de atendimento emergencial.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 220


CURSO AVANÇADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS - CAAE MANUAL DO INSTRUTOR

Por essa razão não pode compor Gu Sv somente com um BM. A Gu Sv Op deve ter no
mínimo 02 BM, para então ser reforçada pela ação de um ou mais estagiários. Do contrário o
BM acabará atuando como motorista e o estagiário como agente operacional. Isso ocorrendo ele
acaba por exercer substituição de BM, o que não está previsto no programa.
Sua atribuição é de reforço e apoio e não substituição.
Lembramos que o dever legal de agir é do funcionário público (BM) e não do estagiário
que ―pode agir‖ e não ―deve agir‖.
Sua capacitação lhe permite realizar um primeiro atendimento na rua, na escola, local de
trabalho ou em casa, até a chegada do CBM.
O estagiário se compromete em seguir todas as orientações e determinações das equipes
de serviço, exceto aquelas que possam colocar em risco a sua integridade física, pois sua atuação
se restringirá ao acompanhamento e eventual atuação na retaguarda, quando solicitado pela
equipe de atendimento.

Riscos e responsabilidades
O estagiário está ciente dos riscos a que estará exposto e será informado e cientificado
que estará sujeito aos seguintes eventos:
 acidentes de trânsito nos deslocamentos;
 acidentes e incidentes nos locais de atendimentos como quedas,
 choque elétrico;
 explosões;
 desabamentos;
 deslizamentos materiais e fumaça tóxica;
 produtos químicos;
 contato com sangue contaminado e outros do gênero.
O estagiário deverá estar ciente que somente prestará o estágio operacional observando e
se responsabilizando pelo cumprimento das seguintes condições:
I. Estar em perfeito gozo de saúde física e mental;
II. Estar ciente e cumprir as normas previstas no Regulamento do Serviço Comunitário no
Corpo de Bombeiros Militar;
III. Estar ciente que a atuação na qualidade de estagiário não o isenta de responsabilidade
administrativa, civil ou penal, advindas de seus atos durante a execução do serviço;
IV. Estar ciente da insalubridade, periculosidade e risco de vida que estará exposto durante o
serviço;
V. O estágio operacional será exercido conforme a escala disponibilizada pela
Coordenadoria do Serviço Comunitário;
VI. Durante o desempenho das atividades operacionais que ofereçam riscos à integridade
física, o estagiário, ainda que nas funções de apoio, deverá utilizar todos os
Equipamentos de Proteção Individual necessários;

Relacionamento com os bombeiros profissionais e comunitários


A disciplina consciente é obrigação de todo estagiário, que deve prezar pelo cumprimento
das normas e ordens, pelo bom relacionamento com os companheiros e com toda a comunidade.
Existem pessoas que tecnicamente são excelentes, com potencial de crescimento enorme,
porém não sabem trabalhar em equipe, não tem um relacionamento satisfatório para as
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pretensões da empresa, e estes profissionais ficam fora do contexto, causando mais frustração e
desmotivação no indivíduo.
Um dos motivos que levam ao aparecimento dos conflitos é a própria configuração das
equipes, através das quais se desenvolve o trabalho nas organizações, já que elas são formadas
por reunião de pessoas independentes entre si, mas voltadas para um objetivo comum: a missão
organizacional e o cumprimento das metas estabelecidas. Este processo laborativo, que se
estrutura tendo por bases pessoas e individualidades, é de difícil prática. Isto porque os
participantes de um grupo tendem a se associar ou escolher os indivíduos que sentem que
compartilham seus mesmos valores.
Um bom relacionamento interpessoal, trás mais confiança as pessoas. Mostra a
maturidade e o desenvolvimento de quem faz parte da equipe. Quanto menos conflito maior é o
crescimento individual, levando a coletividade a um patamar satisfatório tanto para parte
gerencial, quanto a parte do relacionamento das pessoas.
Existe um provérbio chinês que diz o seguinte: "Se você quer um ano de prosperidade,
cultive trigo. Se você quer dez anos de prosperidade cultive árvores. Se você quer cem anos de
prosperidade, cultive pessoas"
Daí a necessidade e a importância das pessoas dentro de qualquer organização. Quanto
melhor for o relacionamento interpessoal, melhor será o rendimento da equipe, e como
consequência, mais facilidade para gerenciar e prosperar em metas individuais ou coletivas.

Estágio no serviço de atendimento pré-hospitalar 240 horas/aula

Somente participará desta fase o aluno que concluir a fase teórica do Curso Avançado de
Atendimento a Emergências (CAAE), sendo considerado apto.
 Auxiliar os bombeiros militares em execução de atividades de atendimento pré-
hospitalar.
 O Aluno deverá realizar um relatório das atividades desenvolvidas durante o estágio
supervisionado.

Estágio nas atividades de prevenção e controle de incêndios 50 horas/aula

Somente participará desta fase o aluno que concluir a fase teórica do Curso Avançado de
Atendimento a Emergências (CAAE), sendo considerado apto.
 Auxiliar os bombeiros militares em execução das atividades preventivas e reativas nos
casos de incêndios.
 O Aluno deverá realizar um relatório das atividades desenvolvidas durante o estágio
supervisionado.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 222


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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Ten. Cel. BM Sérgio Baptista de. Comportamento humano nos incêndios. Centro de Perícia Pesquisa
e Testes do CBMRJ. RJ. 1999. Disponível em <http://www.cppt.cbmerj.rj.gov.br/modules.php?name=News&file=
article&sid=242

A importância do relacionamento interpessoal para as organizações, disponível em <http://www.


administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/a-importancia-do-relacionamento-interpessoal-para-as-
organizacoes/63484/>

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. Instrução Normativa 028/DAT/CBMSC-


Brigada de Incêndio. Florianópolis, 2014.

______. Instrução Normativa 001/DAT/CBMSC- Da Atividade Técnica. Florianópolis, 2014.

______. Instrução Normativa 028/DAT/CBMSC- Brigada de incêndio. Florianópolis, 2014.

______. Curso de Combate a Incêndio Estrutural Nível I. Florianópolis, 2009.

______. Curso de Formação de Socorristas em Atendimento Pré-Hospitalar-Básico (Curso APH-B),


Florianópolis, 2005.

______. Prevenção e Combate a incêndios - CBAE - Lição 2 - Sistemas Preventivos. Florianópolis, 2012.

______. Curso de Normas de Segurança Contra Incêndio - Florianópolis, 2012.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE CASCAVEL. Histórico do Corpo de Bombeiros no Brasil. Disponível


em < http://www.bombeiroscascavel.com.br/modules/mastop_publish/?tac=Bombeiros_do_Brasil>. Acesso em: 04
out. 2012

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Manual de Bombeiro do Distrito Federal.


Guzmán, Aurea V. e Neves, José Tarcísio de Carvalho Manual de Planejamento de Emergências: como desenvolver
e redigir um plano de emergências / Aurea V. Guzmán, José Tarcísio de Carvalho Neves. – Rio Grande da Serra,
SP: CN Editorial e Serviços, 2000.

Segurança contra incêndio no Brasil, disponível em < http://www.ccb.polmil.sp.gov.br/livro_seg/Aseguranca_


contra_incendio_no_Brasil.pdf>

VALENTIN, Marcos Vargas; Ono, Rosaria. Saídas de emergência e comportamento humano: uma abordagem
histórica e o estado atual da arte no brasil. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo-USP. São Paulo. SP, 2006.
Disponível em <http://www.lmc.ep.usp.br/grupos/gsi/wp-content/nutau/valentin.pdf>

NASCIMENTO, Caroline Garcia do. O Comportamento Humano no Incêndio. Disponível em http://pt.scribd.com/doc/


96988117/O-Comportamento-Humano-no-Incendio>

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 223


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA MP 224

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