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Frederico José Barros Santos (1); João Ribeiro de Carvalho (2); Angelo Just da Costa e Silva (3).
Resumo
Objetiva-se nesta pesquisa avaliar a influência da incorporação de ar ao concreto na penetração externa de
agentes agressivos. Para isso, foram confeccionadas três séries de amostras, sendo a primeira do concreto
convencional (Série 1) e as demais (Séries 2 e 3) do concreto celular. As amostras da Série 1 apresentaram
densidade de 2.342 Kg/m³ e resistência à compressão aos 63 dias de 31,2 MPa, as da Série 2 apresentava
densidade de 1.885 Kg/m³ e resistência à compressão aos 63 dias de 5,9 MPa e por fim, a Série 3, que
apresentava densidade ainda menor, 1.390 Kg/m³ e resistência à compressão aos 63 dias de 0,7 MPa. Para
avaliar a penetração de íons cloreto, as amostras foram submetidas à semiciclos de imersão parcial em
água do mar durante cinco dias e, em seguida, semiciclos de secagem ao ar livre durante dois dias. Foram
realizados quatro ciclos compostos e utilizou-se o ensaio clorimétrico de aspersão de solução de nitrato de
prata para avaliar a profundidade de penetração dos cloretos. No tocante a carbonatação, as amostras
foram submetidas durante vinte e dois dias à câmara de carbonatação, com 70 % de umidade e
temperatura de 26 °C. Ao término da exposição, foi realizado o ensaio de profundidade de carbonatação.
Observou-se que quanto maior o teor de ar incorporado ao concreto, maior a profundidade de penetração
de cloretos, esta foi 5 vezes maior nas amostras da Série 3 quando comparadas com as da Série 1. O
mesmo comportamento foi observado na penetração de CO2. Também foram realizados ensaios para
caracterização das propriedades dos concretos no estado fresco e endurecido. A análise experimental
apontou a real influencia da porosidade do concreto nas características mecânicas e de durabilidade.
Palavra-Chave: cloretos, carbonatação, concreto celular, durabilidade.
Abstract
The objective of this research is to evaluate the influence of air-entrained concrete in the external penetration
of aggressive agents. For this, were made three sets of samples, the first being the conventional concrete
(Series 1) and others (Series 2 and 3) the cellular concrete. The samples from series 1 had the density of
2342 kg/m³ and the compressive strength at 63 days of 31.2 MPa, Series 2 had a density of 1885 kg/m³ and
compressive strength at 63 days of 5.9 MPa and finally the third series samples, which had even lower
density, 1,390 kg/m³ and the compressive strength at 63 days of 0.7 MPa. To evaluate the penetration of
chloride ions, the samples were subjected to semi-cycles of partial immersion in sea water for five days and
then semi-cycles of air drying for two days. Four compound cycles were completed and was used the
colorimetric assay of silver nitrateto assess the depth of penetration of chlorine. Regarding the carbonation,
the samples were submitted for twenty-two days in the carbonation chamber, with 70% humidity and a
temperature of 26 ° C. At the end of exposure, the carbonation depth test was performed. It was observed
that the greater the amount of air incorporated into the concrete, the greater the depth of penetration of
chlorides, which it was five times higher in the samples of series 3 when compared to series 1. The same
behavior was observed in the penetration of CO2. Also tests were performed to characterize the properties
of fresh concrete and hardened. The experimental analysis showed the actual influence of concrete porosity
on mechanical characteristics and durability.
Keywords: chlorides, carbonation, cellular concrete, durability.
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 1
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Rossignolo (2009), os concretos leves são caracterizados pela
redução da massa específica em relação aos concretos convencionais. Essa redução é
dada pela substituição de parte dos materiais sólidos por ar. Os concretos leves podem
ser classificados em concreto com agregados leves, concreto celular e concreto sem
finos, conforme a Figura 1.
Figura 1 – (a) Concreto com agregados leves; (b) Concreto celular e (c) Concreto sem finos (ROSSIGNOLO
(2009)).
2 MATERIAIS UTILIZADOS
2.2 Caracterização dos materiais empregados
2.1.1 Areia
Nesta pesquisa foi empregada uma areia de natureza quartzosa para produção do
concreto, por ser amplamente encontrada na Região Metropolitana do Recife.
Para a caracterização do agregado miúdo foram realizados os ensaios de
determinação da composição granulométrica de acordo com a NBR NM 248 (ABNT,
2003b), de absorção de água de acordo com a NBR NM 30 (ABNT, 2001), de massa
específica de acordo com a NBR NM 52 (ABNT, 2009), massa unitária de acordo com a
NBR NM 45 (ABNT, 2006), de material pulverulento de acordo com a NBR NM 46 (ABNT,
2003a) e teor de argila em torrões de acordo com a NBR 7218 (ABNT, 2010).
A Tabela 1 ilustra os resultados obtidos com a realização dos ensaios supracitados.
2.1.2 Brita
Foi utilizado nesta pesquisa um agregado graúdo de natureza mineralógica
granítica, no seu estado seco e sem lavagem.
Para a caracterização do agregado graúdo foram realizados os ensaios de
determinação da composição granulométrica de acordo com a NBR NM 248 (ABNT,
2003b), de absorção de água de acordo com a NBR NM 53 (ABNT, 2009), de massa
específica de acordo com a NBR NM 53 (ABNT, 2009), massa unitária de acordo com a
NBR NM 45 (ABNT, 2006), de material pulverulento de acordo com a NBR NM 46 (ABNT,
2003a), de índice de forma de acordo com a NBR 7809 (ABNT, 2008a) e teor de argila em
torrões de acordo com a NBR 7218 (ABNT, 2010).
A Tabela 2 ilustra os resultados obtidos com a realização dos ensaios supracitados.
2.1.3 Cimento
O cimento Portland composto tem diversas possibilidades de aplicação e por isso é
um dos cimentos mais utilizados no Brasil. Suas propriedades atendem desde estruturas
em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento, concreto massa e
concreto para pavimentos. O CP II F-32 utilizado nesta pesquisa, tem adição
de fíler calcário, em teor entre 6 e 10%. Fíler calcário é a matéria-prima obtida através
da moagem fina de calcário, basalto, materiais carbonáticos, etc. Devido a
sua granulometria, esse material inorgânico aumenta a trabalhabilidade, diminui
a capilaridade e a permeabilidade de argamassas e concretos (AMORIM, 2010).
A Tabela 3 apresenta algumas características do cimento utilizado nesta pesquisa
(informado pelo fabricante).
Finura
Resíduo na peneira #325 (%) 11,3 não aplicável
Início (min) 255 ≥1h
Tempo de Pega
Fim (min) 320 ≤ 10 h
3 dias (MPa) 26,4 ≥ 10,00
Resistência à
Compressão
7 dias (MPa) 31,9 ≥ 20,00
28 dias (MPa) 38 ≥ 32,00
Perda de fogo (PF) 4,06 ≤ 2,5
Caracterização
Química (%)
4 RESULTADOS
Percebeu-se que quanto maior o teor de ar incorporado ao concreto menor é a
densidade e maior o abatimento do tronco de cone. A Tabela 4 relaciona esses dois
parâmetros, densidade e abatimento.
Tabela 4 – Densidade e abatimento das Séries de concreto analisadas.
RESISTÊNCIA À
DESVIO Coeficiente de
SÉRIE IDADE (DIAS) COMPRESSÃO
PADRÃO (MPa) Variação (%)
(MPa)
1 63 31,2 2,05 0,07
2 63 5,9 0,49 0,09
3 63 0,7 0,07 0,11
Figura 8 – Gráfico do percentual médio de áreas brancas nas secções das amostras
analisadas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
AMORIM, A. A. Durabilidade das estruturas de concreto armado aparentes. 74 f. Belo
Horizonte. Monografia de Especialização em Construção Civil – Escola de Engenharia,
Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.
ANDRADE, M. D. C. Manual para diagnóstico de obras deterioradas por corrosão de
armaduras. São Paulo. Editora PINI. 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Manual Técnico
paraImplementação – Habitação 1.0 Bairro Saudável. População Saudável.
Publicações ABCP. São Paulo. 2002.