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CENTRO UNIVERSITÁRIO – UNIFACID WYDEN

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA SAÚDE PÚBLICA


DOCENTE: PEDRO JÚNIOR

RESENHA CRITICA: DO FILME POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL, UM


SÉCULO DE LUTA PELO DIREITO À SAÚDE.

EDVALDO DA SILVA DAMASCENO JUNIOR


(1921011063)

TERESINA-PI
2020
Edvaldo Da Silva Damasceno Junior

Direção: Renato Tapajós, Duração: 62 sessenta e dois minutos. O vídeo foi realizado por
iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde, em
parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Universidade Federal
Fluminense (UFF). Ano de Produção: 2006.
Neste filme é exibido a história das políticas de saúde do país, as quais foram desenvolvidas
sempre em interesse político-econômico.
No início do século XX apesar da expectativa de progresso explodiram à incidência de
epidemias infectocontagiosas que assolavam principalmente a população mais carente, que
devido a inexistência de serviços de saúde ficavam à mercê da caridade da igreja. A imagem
que o mundo tinha do Brasil era de um país de doenças com condições insalubres o que
afastava os imigrantes, mão de obra imprescindível para a economia da época. Com isso,
através dos estudos de Oswaldo Cruz foi comandado a vacinação obrigatória no Rio de
Janeiro, que foi recebido com protestos populares mal sucedidos.
Apesar da vacinação contra algumas enfermidades, em 1918 a população brasileira é assolada
pela gripe espanhola, gerando instabilidade e protestos populares por melhores condições de
vida e saúde. Para conter os ânimos da população, o governo investe no desenvolvimento de
planos aposentadorias, os CAP’s, para atuação principalmente na saúde pública por regulação
da lei Eloy Chaves, mas logo surgem as desigualdades na sua aplicabilidade, tinham poucos
contribuintes e muitas fraudes.
Posteriormente os CAP’s foram substituído pelos IAP’s. Os planos de assistência
previdenciária surgiram como promessa de uma melhor qualidade de vida como planos de
aposentadoria e fundos de investimento na saúde, como idealizado na era Vargas. Mas logo os
interesses político-econômicos foram evidenciados pelo desvio da verba das pensões para
financiar o desenvolvimento da indústria e planos de governo.
Durante a Segunda Guerra Mundial foi criado o Serviço Especial de Saúde Pública, SESP,
para prestar assistência médica aos trabalhadores envolvidos na guerra.
Na década de 50 Getúlio Vargas cria o Ministério da Saúde com a política de implementação
de clínicas especializadas como leprários e sanatórios. Na mesma década, já no governo de
Juscelino Kubitschek, com o fortalecimento do setor industrial e automobilístico é defendido
a ideia da assistência médica aos trabalhadores à empresas privadas para melhorar o
desempenho nos serviços. No entanto, com a culminação da ditadura militar o plano
previdenciário passa a ser unificado em todo o país, denominado de INP’s, e os investimentos
voltam-se para o desenvolvimento econômico do país em detrimento de investimentos na
saúde pública.
A insatisfação gerada na população resulta em conflitos no país durante as décadas de 70 e 80,
que ganham cada vez mais vigor com as mortes geradas por doenças infecciosas como a
meningite, originando o Movimento de Reforma Sanitária liderado por profissionais de saúde
em associação com estudantes e a população pobre, exigindo a criação de um sistema único
de saúde que garantisse universalidade, integralidade e gratuidade, denominado SUS. Em
1987 houve a criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde e em 1988 o SUS foi
implantado mediante constituição em vigor.
Em comparação ao sistema de saúde adotado no EUA exibido no documentário por Moore, o
SUS é bastante desenvolvido pois garante acesso à todos de forma integral. Por outro lado, em
comparação ao modelo de países como a França, Canadá, há ainda muito o que se melhorar
principalmente pelos recursos que ainda são insuficientes para suprir a demanda, assim uma
considerável parcela da população recorre à indústria dos planos de saúde e muitas vezes se
depara com problemas similares aos enfrentados nos EUA, a falta de cobertura dos planos em
diversas situações.
Dessa forma, tomando-se como base o sistema de saúde em vigor na França, conclui-se que as
lutas sociais pela garantia de melhores condições de vida são as maneiras mais eficazes para
se alcançar o interesse do bem comum. Da mesma maneira que como por reivindicações
populares houve a implementação do SUS, a voz da população não pode silenciar-se frente às
dificuldades que ainda não foram superadas.

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