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ARTIGOS

NOVAS COMPETÊNCIAS DOCENTES FRENTE ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS


INTERATIVAS
TEACHER EDUCATION AND NEW COMPETENCES FACED WITH THE INTERACTIVE DIGITAL
TECHNOLOGIES

Marta Fernandes Garcia I


Dóris Firmino Rabelo II
Dirceu da Silva III
Sérgio Ferreira do Amaral IV

Resumo
A prática docente com o uso de tecnologias digitais se constitui em grande desafio aos professores nos
tempos atuais. A ação pedagógica que contempla os recursos digitais exige competências diferentes das
tradicionais frente a uma nova cultura de aprendizagem que se instaura com a integração das TIC no
processo de ensino e aprendizagem. A análise de bibliografia especializada aponta para a necessidade de
(re) orientação do papel e do trabalho do professor diante da cultura digital. Neste sentido, este trabalho
objetiva apresentar uma contribuição para a superação de práticas fundamentadas nas concepções
instrumentalistas e deterministas, apresentando uma definição para o termo tecnologia digital interativa e
apontando, a partir de revisão bibliográfica, as competências docentes necessárias para o desafio da
incorporação crítica e consciente das tecnologias digitais interativas na educação. Por fim, a criação de
um esquema teórico busca sintetizar as competências identificadas na literatura para o trabalho
pedagógico com o uso de tecnologias digitais.
Palavras-Chave: Competência docente; Tecnologia digital interativa; Formação docente; Aprendizagem

Abstract
Nowadays the teaching practice supported by digital technology poses a serious challenge to teachers.
The pedagogical practice that encompasses the digital resources demands competences that are different
from the traditional ones once a new learning culture arises as a result of the ICT integration in the
learning and teaching process. The literature review indicates the necessity to reorientate the teacher´s
role and work when faced with the digital culture. Therefore, the purpose of this paper is to present a
contribution to modify the practices supported by instrumentalist and deterministic concepts showing a
definition to the interactive digital technology term as well as pointing out the teaching competences
required for the critical and responsive incorporation of the interactive digital technology in education.
Finally, the proposal of a theoretical scheme aims at synthesizing the competences identified in the
literature about the use of digital technology in the pedagogical setting.
Key Words: Teaching competence; Interactive digital technology; Teacher´s education; Learning

I
INTRODUÇÃOII capacidade de mudar o comportamento das
pessoas e pode gerar um descompasso entre as
O avanço e a disseminação das tecnologias gerações de quem ensina e quem aprende. Tal
de informação e comunicação (TIC) na sociedade processo traz, inevitavelmente, conseqüências e
são amplamente significativos e o seu contínuo questões a serem pensadas na Educação. III IV
desenvolvimento se dá numa velocidade sem
precedentes. Ao longo do tempo, têm a
III
Professor Doutor da Faculdade de Educação da
I
Mestranda em Educação pela Universidade Estadual de Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP),
Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil Campinas, SP, Brasil
II IV
Professora Assistente da Universidade Federal do Professor Doutor da Faculdade de Educação da
Recôncavo da Bahia (UFRB), Santo Antônio de Jesus-BA, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP),
Brasil 1Campinas, SP, Brasil
80 Novas competências docentes frente às tecnologias digitais interativas

As instituições de ensino são consideradas, tecnologia ao processo de ensino-aprendizagem e


formalmente, responsáveis por cuidar da formação 2 também do medo de que sua função seja superada.
e da aprendizagem dos sujeitos. As No entanto, as novas tecnologias não substituirão
transformações tecnológicas atuais, no entanto, ou diminuirão a importância do professor, pois o
impuseram novos ritmos, novas percepções e que elas fazem é ampliar e intensificar as
racionalidades múltiplas, de maneira que surgiram possibilidades cognitivas e interativas no processo
novos comportamentos de aprendizagem. Se antes de construção de conhecimentos (ASSMANN,
a tarefa de ensino-aprendizagem era exclusiva da 2000).
escola, hoje são múltiplas as agências que Levando em consideração que a preocupação
possibilitam informações e conhecimentos a que central é a formação de qualidade, temos que ter
se pode ter acesso (KENSKI, 1997; 2008). em mente que o docente em processo de
Neste ponto, podemos pensar então na formação, seja inicial ou continuada, não pode
importância de expandir o repertório tecnológico simplesmente vivenciar processos acríticos de
dos docentes como meio de instrumentalizá-los utilização da tecnologia, o que acarretaria na
para uma prática pedagógica fundamentada em introdução e utilização indiscriminada de
um novo paradigma, diferente do tradicional, que tecnológicas nas salas de aula sem
mantêm distantes alunos e professores. Para além intencionalidade pedagógica.
de uma questão técnica de capacitar a instituição Neste sentindo, Kenski (1997), faz uma
de ensino com equipamentos tecnológicos trata- importante consideração ao abordar os impactos
se, mais profundamente, de tornar o docente um na formação docente, sugerindo que tenha tempo
profissional crítico, reflexivo e competente para o e oportunidades para interagir com as TIC e seja
domínio das novas tecnologias digitais. consciente nas suas escolhas e usos.
Superar o paradigma tradicional ainda Um dos pontos relevantes posto pela autora
hegemônico implica, entretanto, (re) pensar o diz respeito à necessidade de refletir sobre os
papel e as competências docentes para lidar com cursos de graduação, no sentido de prever
1 necessidades atuais de formação bem como a momentos em que os sujeitos em processo de
organização da sala de aula, já que sua formação possam ter oportunidades de iniciar e
configuração não é mais a mesma de anos atrás. aprofundar suas relações, sobretudo pedagógicas,
Implica também criar consistentemente uma nova com a tecnologia.
cultura do magistério na perspectiva de que o uso Não é possível vivenciar na prática aquilo
das tecnologias não seja algo exógeno à docência, que se desconhece, tampouco é possível promover
mas inerente a ela e necessário ao processo a aprendizagem de conteúdos que não se domina,
abrangente de formação integral do ser humano. que não se teve a oportunidade de construir
Neste contexto, algumas questões (MELLO, 2000). Esta mesma preocupação
fundamentais, relativas à prática e a formação do também está presente nas Diretrizes Curriculares
professor para a utilização de tecnologias digitais para as Licenciaturas (2002) quando aborda o
na Educação, surgem: Quais são as novas conceito de simetria invertida, apontando a
competências necessárias para o trabalho docente relevância da experiência enquanto aluno como
no cotidiano de sala aula? A introdução das parte constitutiva de sua prática futura como
tecnologias no processo de ensino-aprendizagem professor. Assim, o documento oficial evidencia a
contribui na qualidade do ensino e na necessidade do futuro profissional experienciar
aprendizagem dos alunos? Quais saberes os em uma situação invertida, como aluno, modelos
professores precisam ter para lidar com as didáticos, atitudes e modos de organização que se
tecnologias? A utilização de tecnologias é espera que venha a ter ao exercer a docência, pois
imprescindível na Educação? a formação dos mesmos não os prepara uma
As respostas a essas perguntas são situação de uso crítico das TIC (DIRETRIZES
importantes para elucidar caminhos na formação e CURRICULARES PARA AS
também para contribuir com a superação de mitos LICENCIATURAS, 2002, p. 20).
que muitos docentes possuem em seu imaginário Bingimlas (2009) realizou uma meta análise
sobre o uso da tecnologia na educação. da literatura pertinente com o objetivo de
A resistência de muitos professores em investigar as barreiras percebidas para a
relação ao uso das tecnologias se dá, muitas vezes, integração da tecnologia na educação. Verificou
em decorrência da descrença das contribuições da que as principais barreiras foram a falta de

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confiança, de competência e de acesso aos para superar o desencontro entre professores e


recursos. Nesse sentido, como estes fatores são tecnologias digitais. Nesse sentido, os objetivos
componentes críticos para a integração da deste artigo são: apresentar uma definição para o
tecnologia no processo educativo, seria necessário termo tecnologia digital interativa e apontar, a
oferecer aos professores recursos tais como partir de revisão bibliográfica, competências
software e hardware, um desenvolvimento docentes necessárias para a incorporação crítica e
profissional efetivo, tempo suficiente e suporte consciente das tecnologias digitais na educação.
técnico. Para o autor, nenhum desses componentes
sozinhos são suficientes para promover um bom TECNOLOGIA DIGITAL INTERATIVA:
ensino, mas a presença de todos eles aumentaria a ESCLARECENDO CONCEITOS
possibilidade de uma ótima integração das TICs
nas oportunidades de ensino-aprendizagem. É importante esclarecer primeiramente os
Acredita-se que o acesso à tecnologia e conceitos de Tecnologia, Tecnologia Digital e
programas de formação de professores pode Interatividade antes de adentrarmos na parte
contribuir significativamente para que o docente central deste trabalho que são as novas
3 se sinta mais preparado e capacitado para o uso competências docentes exigidas pela atual
didático das tecnologias. Desta forma, alunos que sociedade digital no desenvolvimento do trabalho
vivenciam durante seus processos de formação pedagógico em sala de aula. As definições desses
acadêmica momentos em que podem fazer uso conceitos podem contribuir para o
pedagógico das tecnologias, possuem maiores aprofundamento da percepção dos desafios que
chances de compreender e utilizar futuramente estão postos à formação de professores e também
tais tecnologias, sentindo-se mais seguros em de demais profissionais da educação.
relação ao seu uso. Veraszto et al (2008) realizaram uma
As tecnologias digitais interativas instauram profunda revisão bibliográfica para elaborar uma
uma revolução antropológica, mais do que definição atual de tecnologia. Os autores
tecnológica, pois novas relações entre o ambiente demonstraram a complexidade de se construir
e os seres humanos são desencadeadas. A uma definição exata do termo uma vez que o
intersecção do real e do virtual exige o conceito de tecnologia varia ao longo da história,
desenvolvimento de formas mais dinâmicas, sendo concebida de maneiras distintas em cada
participativas e descentralizadas das práticas época.
pedagógicas, fomentando a autonomia dos Um grande mito e equívoco que está presente
discentes. na sociedade de modo geral é considerar a
A reflexão sobre as novas competências tecnologia como sinônimo de ferramenta ou
docentes frente às tecnologias digitais interativas é artefato tecnológico. Se observarmos a definição
importante pela necessidade de (re) orientação do no dicionário de Abbagnano (1982),
papel e do trabalho do professor diante da cultura perceberemos também que tecnologia e técnica
digital. Como aponta Kenski (1998), o estilo são conceitos diferentes, pois a primeira “é o
digital coloca em cena no contexto educacional estudo dos processos técnicos de um determinado
não apenas a questão do uso de novos ramo de produção industrial ou de mais ramos”.
equipamentos para a apreensão do conhecimento, Já a técnica significa “o conjunto de regras aptas
mas também novos comportamentos de a dirigir eficazmente uma atividade qualquer” (p.
aprendizagem. E, esta nova cultura de 904).
aprendizagem, de acordo com Mauri e Onrubia Na educação, pensar a tecnologia apenas
(2010), pode ser caracterizada por três traços como ferramenta implica o risco de mantermos
4 básicos: a necessidade da educação em capacitar uma prática tradicional, pois, de acordo com
os estudantes para a atribuição de significado e Cecílio e Santos (2009), a essência do processo
sentido à informação, de fomentar nos alunos a educativo e, portanto, a sua transformação, não é
capacidade de gestão do aprendizado e de ajudá- atingida dentro dessa concepção.
los a conviver com a relatividade das teorias e A tecnologia é mais que uma ferramenta e se
com a incerteza do conhecimento. refere ao conhecimento que está por trás do
Acreditamos que a discussão dessa questão artefato. Ainda, para Veraszto et al (2008) é uma
(incorporação das tecnologias pelo professor no forma de conhecimento, uma produção criada
processo de ensino–aprendizagem) é fundamental pelo homem ao longo da história, um conjunto de

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saberes que se referem à concepção e perseguido é a aprendizagem, é intencional e o


desenvolvimento de instrumentos criados pelo sujeito sabe o porquê utiliza determinado
homem para satisfazer suas necessidades tanto programa, então as capacidades interativas da
coletivas como individuais. máquina possibilitam interações humanas
O digital é responsável por uma grande significativas (DELAUNAY, 2008).
revolução não apenas tecnológica, mas também Importante ressaltar que interação não é
cultural. A transição do analógico para o digital de sinônimo de interatividade. Segundo Barros et al
acordo com Silva (2005) permitiu a criação e (2008) a interação ocorre diretamente entre duas
organização de elementos de informação, o ou mais pessoas enquanto a interatividade é
estabelecimento de novas formas de comunicação, necessariamente intermediada por um meio
assim como as simulações e as estruturações eletrônico. E, para que esta última ocorra, é
evolutivas nos ambientes online de aprendizagem. preciso garantir duas disposições: uma dialógica
Há quase dez anos Negroponte (2002, p.24) entre os pólos da comunicação e a outra se refere
afirmava, prevendo o desenvolvimento à intervenção do usuário no conteúdo ou
tecnológico rápido e o sentindo que ele iria tomar, programa que manipula (SILVA, 2001).
que a vida digital “cria o potencial para que um Mais especificamente, Veraszto et al (2009)
novo conteúdo venha a ter origem a partir de uma analisaram as definições existentes de
combinação inteiramente nova de fontes”. Nesse interatividade para, assim, compreender melhor o
sentido, Amaral (2008) esclarece que a tecnologia papel das TICs no contexto educativo. Segundo os
digital se refere à convergência digital do vídeo, autores, os principais indicadores de tecnologia
textos e gráficos. Significa, portanto, uma nova interativa envolvem: O intercâmbio entre as
materialidade das imagens, textos e sons que, na máquinas; O intercâmbio entre os usuários e o
memória do computador, estão definidos software; As oportunidades de aprendizagem,
matematicamente e processados por algoritmos, entretenimento, aquisição de informação,
em combinações numéricas de 0 ou 1. Ainda para comunicação em tempo real, comunicação
o autor, a linguagem digital interativa, no contexto remota; Sistema dinâmico; poder de decisão;
educativo, está presente quando há a Feedbacks; Animações; Vídeos; música;
possibilidade, por parte do professor e do aluno, hipertexto e jogos, Simulações holográficas,
de desenvolver e produzir meios para suas Similaridade com o real, Imersão passiva ou ativa,
próprias mensagens. Da mesma maneira, poder individual ou coletiva e Transformações do
analisá-las, pois o aluno deve atuar com este entorno virtual.
conteúdo de forma crítica. Lemos (1997) também contribui para
Os recursos digitais são elementos esclarecer este conceito ao afirmar que a
informatizados que permitem que conteúdos interatividade digital é um tipo de relação tecno-
sejam abordados em materiais como imagens, social, ou seja, uma nova relação dialógica entre
vídeos, hipertextos, animações, simulações, homem e máquina, que permite ao sujeito
páginas web, jogos educativos, dentre outros. Os interação com a ferramenta e também com a
materiais digitais educacionais são ferramentas informação. Desta forma, não se trata de uma
que possibilitam novas práticas pedagógicas, pois comunicação unidirecional e passiva. Mas, como
possibilitam a interatividade entre o aluno e uma preconizava Freire (2005), ao abordar a
determinada atividade com o objetivo de dialogicidade do ato educativo, trata-se sim de
aprendizagem. O planejamento pedagógico em uma interação ativa, marcada pela ação do
que esses recursos digitais estão inseridos é o homem.
grande desafio dos professores na atualidade Podemos então dizer que tecnologia digital
(TORREZZAN; BEHAR, 2009). interativa é uma produção criada pelo homem que
A Interatividade é um conceito do universo pressupõe a comunicação interativa, ou seja,
da comunicação e não de informática (SILVA, capaz de intervenção pelos sujeitos no conteúdo
2005) e refere-se ao diálogo possibilitado pela ou programa com o qual interage e que tem, na
máquina e seu programa. A interatividade pode ferramenta tecnológica, a mediadora desse
assumir funções diferentes e no contexto da processo, que é dialógico, levando em
educação importa quando ocorre uma interação consideração os feedbacks ao usuário.
significante, isto é, sai de algo mecânico para algo É possível observar a relevância do
que dá sentido à ação humana. Quando o objetivo entendimento desses conceitos, pois eles são

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inerentes à sociedade contemporânea e a educação e, especificamente, no processo de ensino-


de hoje e do futuro não pode negar o fato de que aprendizagem. Entretanto, esta tarefa implica
crianças e jovens já nascem e interagem num primeiramente constatar que as novas
mundo marcado pelas tecnologias digitais, ainda competências exigem reflexão sobre a finalidade
que nem todas usufruam em alto grau dos avanços da formação e da prática do professor que,
tecnológicos. Fechar os olhos para esta enraizada na pedagogia tradicional, se depara com
necessidade educacional de formação de um novo desafio: o de ultrapassar a lógica
professores para a construção de novas transmissiva, centrada no professor e adentrar na
competências frente às tecnologias digitais 5 lógica da arquitetura pedagógica aberta, que
interativas significa inviabilizar e até mesmo reconhece o caráter provisório do conhecimento e
impedir a formação integral dos sujeitos que não valoriza didáticas flexíveis e adaptáveis a
saberão agir com a criticidade e competência diferentes enfoques temáticos.
necessárias na própria sociedade tecnológica da Muitos são os autores que tratam desse
qual fazem parte. assunto, cada qual com sua concepção de
tecnologia e processos de ensino aprendizagem.
NOVAS COMPETÊNCIAS DOCENTES Neste trabalho, nos apoiamos em: Medina Rivilla ler as
FRENTE ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS et al (2011), Illera e Roig (2010), Longhi, Behar e referências
INTERATIVAS Bercht (2009), Amaral (2008), Barros et al (2008)
e Romero (2008) para promover a tarefa de
Os avanços tecnológicos têm promovido um descrever as competências docentes necessárias
deslocamento nestes últimos anos no papel do para a formação na sala de aula do século XXI,
professor frente à incorporação das tecnologias marcada decisivamente pelas tecnologias digitais.
em seu trabalho pedagógico: de uma dimensão de Sabemos que as rápidas transformações
especialista e detentor do conhecimento que tecnológicas impõem novos ritmos para a
instrui para o de um profissional da aprendizagem comunicação e, de acordo com Romero (2008,
que incentiva, orienta e motiva o aluno. p.237), requerem do professor “a aquisição de
Esta nova atitude do professor não é algo novas competências sócio-profissionais
preconizada recentemente e, segundo Masetto embasadas na abertura, flexibilidade,
(2003), o leva a explorar novos ambientes conscientização e integração da utilização das
profissionais e virtuais de aprendizagem. Além TIC e o tratamento da diversidade intercultural.
disso, também exige o domínio quanto ao uso das Para a autora, são dois os tipos de competências
tecnologias de informação e comunicação, básicas que o professor precisa adquirir: a
valorizando o processo de aprendizagem coletivo, competência intercultural e a competência
repensando e reorganizado o processo de tecnológica.
avaliação. Essas mudanças no ensino, A primeira se refere à atenção dada às
particularmente na formação em nível superior de diferenças educativas interculturais dos
futuros professores, exigem novas competências estudantes, que são provenientes de diferentes
necessárias para a constituição de um inovador contextos e culturas, e também ao reconhecimento
papel docente. da própria identidade cultural de cada aula. A
Antes de adentrarmos propriamente na segunda competência está situada no contexto do
discussão das novas competências que são letramento digital e requer do professor a
necessárias para uso das tecnologias digitais na aquisição de habilidades para integrar as
educação, acreditamos ser pertinente apresentar o tecnologias no processo de ensino-aprendizagem.
conceito de competência. Perrenoud (1999) afirma A autora descreve três competências necessárias
que se trata de um termo polissêmico e o define aos professores que trabalham com as TIC:
como a capacidade de agir de modo eficaz em Competências tecnológicas: domínio de
uma situação específica, apoiado em ferramentas de criação e aplicações com o uso da
conhecimentos, mas sem que se limite a eles, para internet.
6
que assim seja possível atuar em contextos Competências didáticas: capacidade de criar
diferentes de forma consciente. materiais e produzir tarefas relevantes para os
Interessa-nos agora apresentar neste trabalho alunos, de adaptação a novos formatos e processos
as competências docentes necessárias para a de ensino, de produção de ambientes direcionados
incorporação das tecnologias digitais na educação

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à autorregularão por parte do aluno e utilização de pedagógico dos conhecimentos adquiridos. Ainda
múltiplos recursos e possibilidades de exploração. para os autores agregar à prática docente as
Competências tutoriais: habilidades de tecnologias digitais significa contribuir para o seu
comunicação, mentalidade aberta para novas desenvolvimento bem como para o
propostas e sugestões, capacidade de adaptação a estabelecimento de uma nova metodologia
características e condições dos alunos e para educativa, que incorpora em seu modus operandi
acompanhar o processo de ensino-aprendizagem as tecnologias contemporâneas disponíveis na
do aluno. sociedade digital.
Para Amaral (2008), a educação deve Os modelos pedagógicos utilizados, isto é, as
capacitar as pessoas não apenas para o consumo estratégias de ação, as práticas pedagógicas, a
crítico das tecnologias, mas também para a maneira como se abordam os conteúdos e as
criação de meios para expressar suas próprias interações entre aluno, professor e objeto de
mensagens. Para o autor, o diálogo é um aspecto estudo, diferem quanto ao ensino presencial,
fundamental da comunicação. Esta nova semipresencial ou à distância. Segundo Behar
competência comunicativa para lidar com as (2009), para a educação a distância, o professor
tecnologias na educação requer dos educadores, precisa saber construir uma arquitetura
segundo o autor, três tarefas (p.17): “a pedagógica (eixo norteador da aprendizagem) que
compreensão intelectual do meio digital, a leitura envolva quatro elementos: 1) os aspectos
crítica de suas mensagens e a formação para seu organizacionais (fundamentação do planejamento
uso livre e criativo”. ou da proposta pedagógica); 2) o conteúdo
Percebemos então que, segundo o autor, é (materiais, recursos, ferramentas de
insuficiente ser capaz de usar as tecnologias aprendizagem); 3) os aspectos metodológicos
apenas como suporte para a informação. Tratam- (atividades, formas de interação e de avaliação);
se, de compreender a gênese da cultura digital 4) e os aspectos tecnológicos (definição do
instaurada na sociedade e, sobretudo, na ambiente virtual de aprendizagem).
educação, suas relações com a prática pedagógica Cabe ressaltar então, que frente às novas
e suas possibilidades para a criação e tecnologias digitais interativas, o papel exercido
interatividade. pelo professor é flexível dependendo do contexto
Um dos aspectos centrais no trabalho de em que está inserido. Destacamos três
incorporação das TIC na educação diz respeito, a possibilidades: a do professor tutor (ensino
saber, fazer escolhas conscientes das tecnologias. semipresencial ou à distância), a do professor
Portanto, ter consciência de qual tecnologia deve como responsável pelo design pedagógico
ser usada para se trabalhar um determinado (atuando em equipe multiprofissional) e a do
assunto parece então ser uma competência professor no ensino presencial em sala de aula
importante que está relacionada não somente com tradicional. Dependendo do contexto, algumas
o uso em si, mas também ao (re) conhecimento da serão mais requisitadas do que outras em função
tecnologia e suas potencialidades para se trabalhar dos objetivos educacionais, da metodologia, das
um conteúdo específico. Dessa maneira, a estratégias pedagógicas e dos conteúdos
expansão do repertório tecnológico de docentes abordados.
não refere apenas ao domínio da técnica de No que concerne ao design pedagógico,
diferentes tecnologias. Torrezzan e Behar (2009) destacam que para a
Medina Rivilla et al (2011) esclarecem que construção de materiais educacionais, que sejam
são duas as competências-chave para o instigantes e que coloque em prática uma postura
desenvolvimento da prática educativa: a crítica, investigativa e autônoma, é preciso haver
competência didático-pedagógica e a competência um equilíbrio entre fatores técnicos (navegação e
tecnológico-digital. Neste mesmo sentido, Barros usabilidade), gráficos (imagem) e pedagógicos. A
et al (2008) apontam que são necessárias as maneira mais produtiva de obtê-lo é através de
competências de aprendizagem, uso de uma equipe interdisciplinar, pois assim não haverá
tecnologias e aplicação profissional. uma maior predominância de um elemento sobre
Segundo os autores, é preciso saber como o outro. Enfatizamos aqui a importância do
aprender, ou seja, conhecer os estilos de educador e seu protagonismo nessa equipe, já que
aprendizagem, saber o uso técnico e pedagógico ele será a pessoa capaz de colocar como objetivo
de ferramentas e aplicativos assim como o uso último a aprendizagem do aluno.

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Illera e Roig (2010) ao discutir a multimídias, não é tarefa fácil, pois exige
comunicação humana na era dos computadores e diferentes competências.
internet, enfatizam a relevância da competência Outro aspecto a ser considerado é a
comunicacional digital diante das novas formas de capacidade do professor de compreender as novas
comunicação que encontramos atualmente (wikis, tecnologias de comunicação em massa, e
blogs, fóruns, videoconferência, chat, redes interpretá-las como ferramentas capazes de
sociais, correio eletrônico etc.). Estes aplicativos intensificar a interação entre as pessoas. Um
que permitem a comunicação entre as pessoas exemplo são as redes sociais na internet. Essas são
podem ser analisados em três dimensões: temporal onipresentes e torna-se necessário aos docentes
(refere-se à comunicação síncrona e assíncrona), contextualizá-las para que possam ser assimiladas
relativa à difusão (alcance da comunicação – um e transformadas em conhecimento e conteúdo
ou muitos) e social (que diferencia os aplicativos pelos alunos.
segundo o modo como estão situadas as As redes sociais virtuais romperam os limites
pesquisar intervenções de cada sujeito). Esta última está das comunidades físicas, ampliaram as formas de
relacionada também com a afetividade, incluindo comunicação entre as pessoas, mas o desafio
atitudes, formas de atuação, sensibilidades, maior é permanente: o conteúdo. Um dos
valores, entre outros atributos afetivos que impactos mais relevantes é que os jovens que
estejam além de uma especificação objetiva. Para nasceram ou estão crescendo neste contexto
Longhi, Behar e Bercht (2009), não existe digital terão sua própria identidade também
educação sem interação, logo, deve-se levar em construída neste universo. Nesse sentido, cabe aos
consideração o afeto nas relações entre professor, professores elevar esta discussão para algo mais
aluno e meio ambiente, pois estes aspectos amplo: como utilizar as redes sociais para
interferem diretamente nos processos de trabalhar conteúdo educacional.
aprendizagem, em especial nos que ocorrem em É importante observar que, no processo de
ambientes virtuais, onde não se pode contar com a aprendizagem, as referências que causam
presença dos gestos, expressões e tom de voz. reflexões mais profundas são aquelas que partem
Essa competência coloca em evidência a de nossos pares, pessoas iguais ou próximas a nós,
dimensão humano-afetiva na utilização das capazes de fortalecer a nossa identificação pelo
tecnologias digitais na educação. conteúdo em pauta. É neste contexto que as redes
A comunicação na internet e em ambientes sociais podem potencializar o aprendizado e abrir
virtuais de aprendizagem, que se materializa perspectivas interessantes para o desenvolvimento
mediante o uso de ferramentas tecnológicas e de propostas pedagógicas baseadas em dinâmicas
meios digitais, não apenas amplia como modifica de colaboração e cooperação.
as competências tradicionais. Illera e Roig (2010) Um olhar mais demorado sobre as
afirmam que pensar a competência competências apontadas no decorrer deste
comunicacional significa pensar a capacidade de trabalho permite-nos perceber uma proximidade
comunicar-se linguisticamente dentro dessas de idéias e posicionamentos entre elas, pois os
novas formas de comunicação que nos referimos autores concebem as TIC não como entidades
acima e esclarecem que são necessárias três autônomas, mas como elementos mediadores da
competências para o processo de produção da aprendizagem e protagonismo do aluno, que
comunicação: competências linguísticas, permite interação entre ele, conteúdo e professor
competências contextuais e competências (MAURI; ONRUBIA, 2010). Consideram ainda
interativas. Isto significa, por exemplo, que ao se ser relevante o docente ser capaz de utilizar
criar uma mensagem multimídia, o professor criticamente as tecnologias bem como ser capaz
precisa ter domínio de diferentes aspectos: de criar materiais e tarefas pertinentes,
conhecer o código específico inerente aos relacionando-se com o fenômeno da tecnologia de
programas utilizados para a produção de forma interativa e consciente.
conteúdos; adequar a composição ao tipo de Com a intenção de colaborar para a
mensagem (unidirecional ou interativa), aos compreensão e visualização das competências
interlocutores (indivíduo ou coletivo) e ao discutidas neste trabalho, criamos o quadro 1, que
contexto social específico em que se dá a sintetiza as competências docentes identificadas
comunicação. Desta forma, criar mensagens na literatura para o trabalho pedagógico com o uso
simples ou complexas, como é o caso das de tecnologias. Organizamos as competências em

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quatro grandes eixos: tecnológico, pedagógico, trabalho, ir além de tê-la como simples suporte ao
sujeito e exploratório, de acordo com sua relação professor para a disponibilização de informações e
de proximidade e identificação. conteúdos. Significa também superar as
concepções instrumentalistas e deterministas de
seu uso, ou seja, superar a crença de que a
tecnologia é neutra e serve como simples
instrumento facilitador do trabalho pedagógico
assim como de que ela possui capacidade e
autonomia para estabelecer, por si mesma as
mudanças e as transformações de paradigmas.
Sabemos que a revolução na educação não
acontece pela introdução das TIC no contexto
educativo, e sim, pelo seu uso crítico e consciente.
As idéias de Peixoto (2009) nos ajudam a
esclarecer essas duas concepções. Afirma a autora
QUADRO 1 - Competências docentes identificadas na
que a visão determinista considera os meios
literatura
técnicos como neutros, podendo ser usados por
Enfatizamos que a tecnologia na educação diferentes sujeitos que trazem consigo modos
não deve ser usada de maneira que uns depositem díspares de conceber e utilizar as tecnologias na
educação e também reduz a capacidade do homem
informações sobre os outros, de forma isolada ou
unidirecional e sim como um processo interativo, de controlar tais meios, suprimindo a dimensão
humana do objeto técnico, tomado por esta
colaborativo e dialógico Freire (2005). A
concepção como entidade autônoma. A visão
utilização das tecnologias digitais na educação
visa, fundamentalmente, potencializar o instrumentalista, ao contrário, supervaloriza a
ação do homem sobre o meio técnico que,
7 aprendizado dos alunos, através de uma melhor
considerado como objeto flexível e neutro, possui
organização e acesso ao conhecimento
digitalmente disponível ou através de ferramentas uma dimensão instrumental, facilitadora do
ampliadas de comunicação, interação e difusão do trabalho didático-pedagógico, podendo ser usado
para diferentes finalidades.
conhecimento, largamente utilizadas pelos jovens
nos tempos atuais. Ressaltamos que para além de Portanto, o que defendemos é a superação
encarar a tecnologia como simples suporte dessas duas concepções que têm como
pressuposto a neutralidade, pois o modo de
pedagógico, defendemos o seu uso na educação
utilização de uma tecnologia determina a
como possibilidade significativa de melhorar e
contribuir para o desenvolvimento educacional qualidade da relação entre aluno, professor e
dos alunos, com ênfase no acompanhamento do objeto de estudo, influenciando diretamente no
modo como os sujeitos se apropriam dela em seu processo de ensino-aprendizagem. Desta forma,
processo de conhecer. aos professores e profissionais da educação
responsáveis pela formação de sujeitos não basta
apenas introduzir aparatos tecnológicos para
CONSIDERAÇÕES FINAIS
dinamizar práticas tradicionais já em vigor.
As tecnologias digitais interativas Implica, sobretudo, a construção de competências
vislumbram a possibilidade de práticas não apenas para incorporar a tecnologia criticamente no
mais dinâmicas, mas substancialmente processo de aprendizagem dos alunos, pois este
modificadas. E, são estas modificações que deve ser necessariamente o objetivo último para o
engendram no trabalho docente e na formação de qual o professor cria conteúdos e incorpora
recursos digitais em sua prática.
futuros professores grandes desafios. Negar a sua
entrada na educação não apenas estaria
inviabilizando a formação integral de sujeitos REFERÊNCIAS
como excluiria a possibilidade de pensá-la ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 2º ed. São
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Endereço para correspondência: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Departamento de Ciências Sociais
Aplicadas a Educação. Av. Bertrand Russell , nº 801 - Barão Geraldo – CEP: 13083-865 - Campinas, SP

Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 14, n. 1, p. 79-87, jan./abr. 2011

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