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Matriz 1

Tema Amplo:

Prova penal indireta

Tema Específico:

Os limites idôneos de valoração da prova penal indireta no Direito Processual Penal


pátrio.

Contextualização:

O presente artigo coloca em pauta a análise da prova processual penal indireta no


Direito brasileiro, consagrada no artigo 167 do Código de Processo Penal e que se traduz
como aquela perquirida em infrações que não deixam vestígios apuráveis mediante um exame
de corpo de delito direto no objeto revelador da prova, fazendo-se necessário a busca de prova
testemunhal aliada, quando possível, à documental, pericial e demais permitidas pelas normas
legais.
Desta forma, o estudo enfoca preliminarmente o aspecto constitucional que norteia o
instituto, como também a sua indispensabilidade na apuração eficaz da materialidade delitiva.
Neste diapasão, é possível constatar que a temática encontra espaço amplo na
doutrina e norteia curiosos julgados, permeando ora como fundamentação no combate à
impunidade, ora dando azo ao erro judicial.
Assim, insta descobrir qual o limite onde se deve posicionar a valoração de uma
prova penal indireta quando da apuração de um delito, os critérios objetivos e subjetivos
aplicados neste mister, objetivando a compatibilidade entre o plano fático e o legal, bem como
quantificar a responsabilização em face do Estado.

Justificativa:

A relevância do trabalho pode ser percebida através da estrutura peculiar da prova de


uma forma geral e específica, uma vez que em determinado momento processual sua
aceitação também adentra no campo subjetivo do magistrado, podendo, por este motivo,
apresentar variações discrepantes em casos concretos extremamente semelhantes, resultando
em um desvirtuamento do objetivo social pretendido pelo Estado na confecção do
ordenamento jurídico e na aplicabilidade das normas, que possuem como denominador
comum a igualdade no tratamento daqueles que procuram sua prestação jurisdicional.

Objetivos Gerais:

Abordar qualquer aspecto ligado à prova no Direito Processual Penal é atuar em um


“campo minado” onde, dentro do sistema acusatório com nuance inquisitorial adotado e em
razão das últimas alterações legais, pode-se claramente observar as partes como protagonistas
na gestão probatória e um juiz que deve agir como antagonista, norteado pela imparcialidade e
atento à isonomia tutelada pela Constituição que, todavia, nem sempre são observadas diante
de vários fatores como os culturais, econômicos e subjetivos daqueles sujeitos.
Apresentar este quadro comparativo e esta problemática que se revela, gera um
questionamento deste contexto processual, reproduzindo a necessidade de uma tentativa de
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que o sistema normativo não seja uma variável que se comporta de acordo com as
características daquele que procura uma solução e/ou proteção da norma.

Objetivos Específicos:

Posta assim a questão, os princípios constitucionais e infraconstitucionais pertinentes


devem ser considerados sempre que diante da valoração de uma prova, seja ela direta ou
indireta.
A partir de então, qualquer questionamento prévio quanto aos elementos que fazem
um prova indireta, qual o grau de importância no processo, sua plena validade, entre outros,
torna a sua efetiva aplicação uma tarefa menos árdua ou mais precavida.
Neste sentido, uma nova faceta é a responsabilização do Estado frente ao dano
provocado pela aplicabilidade de uma prova indireta de forma equivocada, pois além do
vácuo legislativo na regulação específica da hipótese, o fato de ser indireta a prova, redunda a
uma nova problematização devido à maior carga de subjetividade exigida do órgão no seu
manejo dentro do processo.

Questões Norteadoras:

1- Quais os princípios norteadores da existência e aplicabilidade legal de uma prova


indireta no processo penal? EXPLICITAR
2- Qual a necessidade de uma prova indireta, quais são elas e como devem ser analisadas
pelo magistrado para que continuem idôneas? COMPROVAR- REVELAR E
ATESTAR
3- Quais as conseqüências jurídicas para o Estado em eventual aplicação equivocada de
uma prova indireta que gere dano ao réu? REVELAR

Tese:

Todas as questões levantadas neste trabalho buscam, em algum momento,


demonstrar o paradoxo que se estabelece entre a importância da prova no processo penal e
quão frágil é o caminho existente para a sua elaboração, aceitação e valoração dentro de um
processo, pois trata-se de tarefa que deve ser desempenhada de acordo com ditames legais,
porém com impossível dispensa de subjetividade do juiz.
Totalmente aceitável é o argumento de que cada ser humano é dotado de próprias
percepções, características e emoções determinadas pelo fator genético e por toda carga
vivenciada, e esta regra também se aplica àqueles que exercem a função de julgar um conflito
de interesses.
A sugestão é no sentido de apontar a urgência de novo questionamento legal do tema
por parte do legislador ou uma nova postura dos magistrados que lhes diminua a carga de
subjetivismo ao se depararem com uma infração cuja apuração somente seja possível através
de prova indireta.
Corrobora e acentua a preocupação o fato de termos um território continental, onde
as diferenças são das mais variadas ordens e que refletem até mesmo na busca de uma prova.
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Metodologia:

O artigo jurídico científico nestas laudas apresentado se desenvolve através de uma


pesquisa aplicada, ou seja, busca produzir conhecimentos que possam ser
utilizados fora do campo teórico e que solucionem problemas delimitados.
Isto, sempre buscando contribuir de alguma forma para o melhor
entendimento e manejo das leis pela sociedade para a qual foram
elaboradas.
Pode-se colocar que o objetivo principal é descrever, após uma
observação do sistema jurídico, as características de um fenômeno, qual
seja, a prova indireta no processo penal, bem como estabelecer a sua
relação com algumas variáveis e as conseqüências desta atividade no
campo teórico e prático.
Oportuno colocar a necessidade do cunho explicativo em alguns
momentos, justamente pela busca de respostas que possam dar coerência
aos questionamentos levantados, bem como o perfil exploratório em
outros, diante da análise de casos concretos que facilitam a compreensão.
Convém notar, outrossim, que o procedimento bibliográfico
adotado possibilita não somente a exposição dos mais variados
posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais sobre a temática, mas
permite um confronto de opiniões capaz de gerar o enriquecimento de
toda a ciência jurídica.

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