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Fundamentos básicos da Igreja

A Igreja Católica  é uma instituição religiosa cristã separada do Estado.


O termo Igreja vem do grego  ekklesia e do latim ecclesia, quanto ao
termo católico, derivado da palavra grega (katholikos), significa "universal" ou
"geral”, chamada também de Igreja Católica Romana  e Igreja Católica
Apostólica.
A Igreja Católica define-se pelas palavras do Credo Niceno-
Constantinopolitano, como:
Una: porque nela subsiste a única instituição verdadeiramente fundada e
encabeçada por Cristo para reunir o povo de Deus;
Santa: por causa da sua ligação única com Deus, o seu Autor;
Católica: porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a Terra;
Apostólica: porque ela é fundamentada na doutrina dos Apóstolos cuja
missão recebeu sem ruptura.

Formação e Hierarquia

A Igreja é formada por leigos e pelo clero, que é constituído por


"ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem", podendo estes
dois grupos terem, como membros, pessoas consagradas ou não.
O clero está disposto numa hierarquia ascendente, baseado nos 3 graus
do Sacramento da Ordem (o Episcopado, o Presbiterado e o Diaconato), que
vai desde o simples diácono, passando
pelo presbítero, bispo, arcebispo, primaz, patriarca (em casos mais especiais)
e cardeal, até chegar ao cargo supremo de Papa.
O Episcopado católico é formado por prelados, que são os Bispos,
ministros sagrados que receberam a totalidade do sacramento da Ordem,
sendo, por isso, considerados como os sucessores diretos dos doze Apóstolos,
tem o encargo de governar ou dirigir uma Prelatura ou Prelazia. Excetuando
o Papa, que possui jurisdição universal e suprema sobre toda a Igreja Católica,
os prelados podem ter jurisdição ordinária ou não sobre as suas respectivas
circunscrições eclesiásticas.
O Presbiterado é vivido por padres ou sacerdotes, que são homens que
receberam o sacramento da Ordem. Este sacramento confere-lhes alguns
mistérios de Cristo, principalmente o de consagrar o pão e o vinho no Corpo e
Sangue de Cristo, e o poder de perdoar os pecados no Sacramento da
Reconciliação. Quando realiza estas coisas, o sacerdote age na Pessoa de
Cristo.
O Diaconato é composto pelos diáconos que são os auxiliares dos
presbíteros e bispos e possuem o primeiro grau do sacramento da Ordem.
O Papa é o Sumo Pontífice e chefe da Igreja Católica, o Vigário de
Cristo na Terra, o Bispo de Roma e o possuidor do Pastoreio de todos os
cristãos, concedido por Jesus Cristo a São Pedro e, consequentemente, a
todos os Papas, sendo, assim considerado, o sucessor direto do Apóstolo
Pedro.
O Papa é aconselhado e eleito pelo Colégio dos Cardeais através do
conclave e, no governo da Igreja, é assistido pela Cúria Romana. Ele tem a sua
sede (a cátedra de Pedro) em Roma e é também periodicamente aconselhado
pelo Sínodo dos Bispos. Aliás, o Papa é eleito, de forma vitalícia (a abdicação é
rara, porque já não acontecia desde a Idade Média).
Entre outras funções, o Papa tem a missão de manter a integridade e
fidelidade do depósito da fé, corrigindo se for necessária qualquer interpretação
errada da Revelação divina vigente na Igreja. Para tal, convoca concílios
ecumênicos ou então exerce pessoalmente a Infalibilidade Papal, que é uma
prerrogativa dada aos Papas pelo Concílio Vaticano I.
O papado é uma das instituições mais duradouras do mundo (268
papas), e teve uma participação proeminente na história da humanidade. Os
papas na Antiguidade auxiliaram na propagação do cristianismo e a resolver
diversas disputas doutrinárias. Na Idade Média eles desempenharam um papel
secular importante na Europa Ocidental, muitas vezes, servindo de árbitros
entre os monarcas e evitando diversas guerras na Europa. Atualmente, para
além da expansão e doutrina da fé cristã, os Papas se dedicam
ao ecumenismo, e diálogo inter-religioso, a trabalhos de caridade e à defesa
dos direitos humanos.
Os Cardeais, reunidos no Colégio dos Cardeais, são os conselheiros e
os colaboradores mais íntimos do Papa, sendo na sua esmagadora maioria
bispos. No entanto, o Papa concedeu no passado a presbíteros destacados
(por exemplo, a teólogos) lugares de membro do Colégio, após ultrapassarem
a idade eleitoral, desde que eles se "distingam em fé, moral e piedade".
Muitos dos cardeais servem na Cúria Romana, que assiste o Papa na
administração da Igreja. Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o
direito de votar para eleger um novo Papa depois da morte ou renúncia (que é
rara) do seu predecessor. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela em
Roma para fazer dele membro do clero da cidade, daí nasceu a classificação
de: Cardeal-bispo Cardeal-presbítero ou Cardeal-diácono.
Os Patriarcas são normalmente títulos possuídos por alguns líderes
das Igrejas Católicas Orientais.
Os Arcebispos (metropolitano, Mor, titular, ad personam, Primaz,
coadjutor ou emérito) são prelados que, na maioria dos casos, estão à frente
das arquidioceses. 
Primaz é o arcebispo cuja sede e circunscrição são as mais antigas de
um país ou região. No caso do  Brasil se trata de  Salvador na Bahia.
Os Bispos (Diocesano, Titular, Coadjutor, Auxiliar e Emérito) são os
sucessores diretos dos doze Apóstolos e, por isso, receberam o todo
do sacramento da Ordem. Isto lhes confere, na maioria dos casos, jurisdição
completa sobre os fiéis da sua diocese.
Os Presbíteros (ou padres) são os colaboradores dos bispos e só têm
um nível de jurisdição parcial sobre os fiéis. Isto porque eles não receberam
ainda a totalidade do sacramento da Ordem. Alguns deles lideram
as paróquias da sua diocese e têm vários títulos como, por exemplo: Vigário
(Vigário-Geral, Vigário Judicial, Vigário-Episcopal), Monsenhor,  Cônego e
Arquimandrita.
Existem dois tipos de padres: religiosos e diocesanos. Os padres
religiosos professam os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência.
Pertencem a uma Congregação Religiosa, como por exemplo, os Franciscanos
ou Salesianos, vivem uma Regra de Vida própria, com um carisma e vivem em
comunidade e são missionários.
Já os padres diocesanos ficam ligados à diocese pela qual foi ordenado.
É o colaborador do Bispo diocesano. Não professam os votos. Trabalham
quase sempre em sua diocese.
Os Diáconos  são ordenados não para o sacerdócio, mas para o serviço
da caridade, da proclamação da Palavra de Deus e para tarefas específicas
na liturgia. Diácono não pode ser compreendido como "quase padre" e muito
menos como "padre". Existem diáconos temporários e permanentes segundo
rege o Código de Direito Canônico. O ministério do diácono caracteriza-se pelo
exercício de proclamar a Escritura e a instruir e exortar o povo, exercer-se na
oração, na administração solene do batismo, na conservação e distribuição da
Eucaristia, na assistência e bênção do matrimonio, na presidência ao rito do
funeral e da sepultura e na administração dos sacramentais, na dedicação às
obras de caridade e de assistência e na animação de comunidades ou setores
da vida eclesial, dum modo especial no que toca à caridade cristã. (Tim. 3, 8.
10.12)
A maioria dos membros da Igreja Católica são leigos, que têm a missão
de testemunhar e difundir o Evangelho, bem como uma vocação própria a de
procurar o Reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais
segundo Deus, correspondendo assim ao chamamento à santidade e
ao apostolado, dirigido a todos os batizados. Mas, mesmo assim, eles devem
também participar das mais diversas formas no governo e administração das
suas igrejas locais. A origem da palavra leigo vem do grego "Laos theon", que
significa o "Povo de Deus".
As pessoas consagradas, que podem ser leigos, religiosos ou clérigos,
normalmente agrupam-se em ordens religiosas ou em institutos seculares,
existindo, porém aqueles que vivem isoladamente ou até em comunidade
aberta, junto dos outros leigos não consagrados. Entre estas pessoas, algumas
aceitam levar uma vida de clausura monástica ou conventual.
Esta forma de vida é reconhecida e supervisionada pela Congregação
para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica,
sendo classificada pela Igreja Católica como "uma resposta livre a um
chamamento particular de Cristo, mediante a qual os consagrados se
entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a
moção do Espírito Santo".
A doutrina da Igreja Católica, ou simplesmente a doutrina católica, é
o conjunto de todas as verdades de fé professadas pela Igreja Católica.
Segundo o Catecismo de São Pio X, a doutrina católica foi ensinada
por Jesus Cristo para mostrar aos homens o caminho da salvação e da vida
eterna. As suas partes mais importantes e necessárias são quatro: o Credo,
o Pai Nosso, os Dez Mandamentos e os sete sacramentos.
O Catecismo da Igreja Católica é uma exposição da fé católica e
da doutrina da Igreja Católica, fiel e iluminado pela Sagrada Escritura, pela
Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja.
Trata-se de um texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da
doutrina católica, com o qual pode-se conhecer o que a Igreja professa e
celebra, vive e reza em seu cotidiano. Ele foi organizado de maneira a expor
em linguagem contemporânea os elementos fundamentais e essenciais da fé
cristã. Neste livro encontram-se orientações para o católico comprometido com
sua fé. É também oferecido a todo homem que deseja perguntar à Igreja e
conhecer o que a Igreja crê.
O Código de Direito Canônico é o conjunto ordenado das normas
jurídicas do direito canônico que regulam a organização da Igreja Católica
Romana (de rito latino), a hierarquia do seu governo, os direitos e obrigações
dos fiéis e o conjunto de sacramentos e sanções que se estabelecem pela
contravenção das mesmas normas. Na prática é a constituição da Igreja
Católica.
Documentos pontifícios referem-se aos documentos e decretos
utilizados pelo Papa, sendo "todos importantes", e "exigem respeito e
acatamento", tratando sobre assuntos doutrinários, disciplinares,
governamentais e outros. São "designados por diversos nomes": Bula, Carta
encíclica (Social, Exortatória ou Disciplinar), Encíclica
Epístola, Breve, Constituição, Exortação e Carta Apostólica.
A encíclica é usada pelo Papa para exercer o seu magistério
ordinário, é um documento pontifício dirigido aos bispos de todo o mundo e, por
meio deles, a todos os fiéis. Trata de matéria doutrinária em variados campos:
fé, costumes, culto, doutrina social, etc. A matéria nela contida não é
formalmente objeto de fé. Mas, a ela, se deve o religioso obséquio do
assentimento exterior e interior.  Logo, uma "encíclica não define um dogma,
mas atualiza a doutrina católica através de um ensinamento ou um tema da
atualidade e é vista como a posição da Igreja Católica sobre um determinado
tema.
Sob a denominação de carta apostólica pode-se compreender duas
espécies de documentos emitidos pelo papa: Epistola Apostolica e Litterae
Apostolicae. A primeira trata de matéria doutrinária, de caráter menos solene
que a encíclica. 
Exortação Apostólica são documentos menos solenes que as
encíclicas, contendo recomendações dirigidos a um determinado grupo de
pessoas
Um concílio é uma reunião de autoridades eclesiásticas com o objetivo
de discutir e deliberar sobre questões pastorais, de doutrina, fé e costumes
(moral). Os concílios podem ser ecumênicos, plenários, nacionais, provinciais
ou diocesanos, consoante o âmbito que abarquem. Até à data, são 21 os
concílios ecumênicos da Igreja Católica. O último a ser realizado foi o Concílio
Vaticano II (1962-1965).
O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio Ecumênico da Igreja
Católica, foi convocado no dia 25 de Dezembro de 1961, através da bula
papal"Humanae salutis", pelo Papa João XXIII. O Concílio, realizado em 4
sessões, só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo
VI. Em 1995, o Papa João Paulo II classificou o Concílio Vaticano II como "um
momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas
relações com o mundo". Ele acrescentou também que esta "reflexão global"
impelia a Igreja "a uma fidelidade cada vez maior ao seu Senhor. Mas o
impulso vinha também das grandes mudanças do mundo contemporâneo, que,
como “sinais dos tempos”, exigiam ser decifradas à luz da Palavra de Deus".
Todos os concílios católicos são nomeados segundo o local onde se deu
o concílio episcopal. A numeração indica a quantidade de concílios que se
deram em tal localidade. Vaticano II portanto, indica que o concílio ocorreu na
cidade-Estado do Vaticano, e o número dois indica que foi o segundo concílio
realizado nesta localidade.
Nestas quatro sessões, mais de 2 000 Prelados convocados de todo o
planeta discutiram e regulamentaram vários temas da Igreja Católica. As suas
decisões estão expressas nas 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações
elaboradas e aprovadas pelo Concílio.
O primeiro concílio ocorreu em Jerusalém, conforme pode ser lido no
livro dos Atos dos Apóstolos, quando os Apóstolos se reuniram para tratar
sobre os temas que estavam dividindo os primeiros cristãos: de um lado os
judaizantes (judeus convertidos) e do outro os gentios (não-judeus
convertidos).
Na Igreja Católica, Doutor e Doutora da Igreja são homens e mulheres
cujos pensamentos, pregações, escritos e forma de vida enalteceram
o cristianismo.
Todos eles foram considerados modelos de santidade e que
contribuíram de alguma forma original (e conforme a doutrina católica) para a
doutrina e espiritualidade cristã, tendo sido o título reconhecido quer por
um Papa, quer por um concílio ecumênico. A Igreja conta apenas 35 Doctores
Ecclesiæ entre os seus múltiplos santos, atribuída apenas a título póstumo e
após a canonização.
Os motivos que levaram à atribuição do título são variados; alguns foram
proeminentes escritores e tratadistas (como Gregório ou Ambrósio); outros
grandes místicos (Catarina de Siena, João da Cruz, Hildegarda de Bingen).
Outros ainda foram polemistas, defendendo a Igreja contra heresias
(Agostinho, Bellarmino). Outros filósofos de renome da Escolástica, como
Anselmo, Alberto Magno ou Tomás de Aquino.
 Os cinco mais recentes doutores da Igreja datam dos últimos quarenta
anos e dentre eles quatro são mulheres: Teresa de Ávila, Catarina de
Sena, Teresa de Lisieux (também conhecida como Teresa do Menino Jesus)
e Hildegarda de Bingen. De referir ainda que dos atuais Doutores da Igreja
apenas Catarina de Sena era leiga, sendo os demais todos presbíteros, papas,
bispos, diáconos ou religiosos. Segue-se a lista dos Doutores da Igreja
Católica:
Afonso de Ligório Papa Gregório I
Agostinho de Hipona Gregório de Nazianzo
Alberto Magno Três Hierarcas Sagrados
Ambrósio de Milão Hilário de Poitiers
Anselmo de Cantuária Isidoro de Sevilha
Santo António de Lisboa Jerónimo de Estridão
Tomás de Aquino São João de Ávila
Atanásio de Alexandria João Crisóstomo
Basílio de Cesareia João da Cruz
Beda João Damasceno
Roberto Belarmino Papa Leão I
Bernardo de Claraval Lourenço de Brindisi
Boaventura de Bagnoregio Pedro Crisólogo
Pedro Canísio Pedro Damião
Catarina de Siena Francisco de Sales
Cirilo de Alexandria Teresa de Ávila
Cirilo de Jerusalém Teresa de Lisieux
Efrém da Síria

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