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e seusagentes
Em todos os tempo' em todos os lugarcs,homense mulheres
de difercntesculturcs,costume' credos,etniaspÍoduzíram arte.
Por quê7O que é afte? O que explìcaesseimpulsode criação, i
essane.ess/dadede manífestarsímbolícamente a vida?
Ao longo destecapítulovocêpoderá pensarsobreeiias guestões.
Elasintrcduzem uma reflexãosobrealgunsaspectos
do conhecimentoe do fãzer humano.
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-
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CAP|IULa
1
O que vocè deverá saberao
Í. Observe o quadrode KeithHaring.
r Quecores predorn
nam?
L Q Uê r elaç ãa ê x i J te e rtrê r Quefigura(s)você
vêp ntâdãG)
noquãdrol
ârte e reptêsêntaçào.
2. ot possívek sentídos atri- 2. JuliaGruen,curadora de umâdâsexposições
on /inede KeìthHa-
sobreo quadroapresentado:
ring,Íez a seguinteafirmação
3. Quais agentes pafticípan O qur.lro fü um:1retèÌôrÌcìa produzntlspelâpolui
àsmuraçi)cs
da produçâo artístìca. ção e pela chu\ã á.i.h.
é
4, Que relaçãohá entre arte e r Comoâsimaqens
do quadrotraduzem
essaintençáo?
Ao respondel
considere
também
o títuo daobra.
. As íunções do texto lite-
3, O modocomoHaringpintouessequadronosobrigaa interpretar
o olhardo artìstaparâa realidade, comessaâÍir
Vocêconcorda
. Qual é à ìn'portância do
mação? Justifique.
leitor para o texto lìterário.
4. A Íot o a s e g u irmo s t ra o e Í e it o d a c h u v â é c iduôma
e mÍ lo res t a d a
A lem a n h a ,
KeithHaring(19581990)peF
tenceÈ ger!çáode aÍnas norte DeÍinesetexto conìoa go quê podêsêrlido ê intêrpretado, q!€ pro
anìercênos do5ano51980qLe pÕeLrmsentidof na d Íer€nÌ€do senÌdo de cadaurnada5partesoLre ê
agregoLr êsartesplê9tcas ouÌras r.entoç qLrêo constrtLrem,
q!e suq€reou rev€! uma nten!áo e5pê.i1ca
fôrmasdeartê mrãdac! turah/P'
hop,sLra obraaliolrelêrnentosda QLrândofa ãmos dê texto, poÍtanto, dentí.ãnìos LrnìLrsodâ llngLra-
culturêpop(exÍ.ídosdo Lrnverso geìÌ (vefba oLrnão-vêfba ) q!€ tenì s qn íicãdo,un ddd€ (é LrrfconlLrnto
dâ lV e dasHQs)âoLrnv€Ísodas e n ìqLrêaspârÌesgam 5eLrmae èsouÍat e ftenção oquecontêÍê exç
ruas(cãÍÍos,
vioêncìâ, rìu Ìdóês). tênciaão têxto é sLrâpo5sb dddede eiur. e de nterpreta(ao
Artee representação
Nafoto dachuvaácÌda,ldentficamoselementosdaÍeaidadequenossão
O quadrode HarngtaTnbém
famI ares,comoa chuvae asárvores. nosremê-
te a elementos cornoa próprachuvã.
da realdade, IvlasnestêelaapaÍece
Tecfiaoa,
TepÍeSenraoa.
O quedistingue
realdadedef cção?Esses
dosconcetossãornuiioimportan-
tesquandotrabaharnoscoma eituradetextosveÍbas ou não-verbais.
i
Realidâdêé tudo âquiloque exlsteno mLìndoconhecdo,que ìd€ntiíjcamos
como concretoou qLrerêcontìêceraos coÍnovefdadero
A Íicção,poÍ sla vez,relaciona-se
à cr ação,à invenção,
à fantasa, ao magnáro
Nessesentido, aliccão pfomoveaconstruçãode uma reãlidade paÍdatender
a unì obj€tvo especítico(pronìovera reflexão,encantaÍ,crticêr,divertir,etc.) Os
nundos f cc ona s podemcoÍesponderè rea dade,talcomo a conheceíìros, ou
propornova5rea dêdes,intelraÍn€nÌeimaginadas.
CaÍaragdo,
Cesta
de ftutas,15-71
Óêô5obre1ea,47
cmx 62cm.
Algunssentidos
daarte
A históradêhumandadeé maÍcêda pelacÍiaçáodeobletosqLte
nosaux
iam a superãrnossasirnitaçõesfísicas.
UrÌìtelescóp po
o, r exemplo,Íunciona
comolma poderosa extensão do o ho hurnano. Tratores
e máquinaspeTm,
tem quea teía selatrabalhada de modornaisrápdo e êf c ente.
Pormeiodâ observáção e da análsedesses obietos,podemosforrnuar
a gurnashipótesessobreasd ferentes necess dadesquesempredesafiaÍam o
seTnumano.
. 4 CAP|TULa
1
TITENA T U R A
-
As váriasformasda arte
Quando lmprm u sla arienaspêredes
dãscavernas,
oserhumano conìeçou
a
sevãleÍ paracriarrepÍesentaçÕes
de nìagens e daprópravda.Desde
domÌrndo
êntão,
mìrta5outrasmaniíesta(Õês
aarkiicas
sesomafam
a èssemododeÍepre
Estátua
de umaamazona. senlaçao.
Obràdô escúiorgregÕCréslas, Pintura,
esorltura, r.ú-
sécVlVa.C.Nâânegrega,
Ë
f otogÌâ-
sica,arqlltetuÍa,
a beezasemaniÍeÍanaharmon a fia,dânçâ, c nema,ltera- ?
e napÍoporçãold,ê.dasÍorma5 tuÍã ora € escÍitasãoa
gumas dasmaniÍeíaçÕes
da aircqueconhecemos
t'é
hoje€ pormeiodasquas
podemos coníruirmun- :
doslccionais e expÍessar 5
nossas lnterpretaçÕ-ôs da 3
realìdadee os rnodosde Cenado espetéculoSáhwáãd Ruada encanÍrc,
5ãoPauo,2004D reçãoe co.c€pçáode valdoBêrtàzo
Arte,lìteãÍuq e seusaqentes 5 a
L I Ï ER AI U N A
-
. 6 CAPIIULO
I
I.IIERAIUR A
-
r Osagentes
da produção
artística
O contextode produção de umadeterminada obrapodenosdaÍ muitas
j
p stassobÍeseusigniíicãdo e sobreasintenções dequema produziu.
E Sea aÍtenosrevelaumãmaneira devero Tnundo, cadaartistarevelaseu
o harparaa reaidadedê seutempo,seleclonando e ementosque recriaem
€ suaS00ras.
O aarìstafÍancèsMârcelDu- Histófia,cultuÍã,ldeologia,Íeligáosãoalgunsdosfatores queJazem parte
champcêusou poêrnicã aoapre- do contextodo aÍtiia e qúecohtribuem para"moldaÍ"seuolhaÍ ndividual.
sentarobjetosdo cotidanocomo Nesse sentido,podemosidentiflcaÍ, nasescolhas que Íealiza, revela-
lndÍcios
obrasde arte,considerando que doresdessecontexto.
atê entao a aÌ1eera vtstacomo No rnornento da cração,alémde expÍessãr um olhãrindvidual,o aÍtista
ê umamãnilestaçáo eevada.que ta'nbérnpÍêservd vdloese.oqtLr'ìesdaeDocde-nquevivepàídèsgeraçóes
provocação há por trás dessaes-
futuras.expressando a godenatureza coletiva,social.Eleestabelecepormeio
colhado aÌÌía?
dassuasobrasum d álogocomos seuscontemporáneos e lhespropõe uma
reflexãosobreo contextoemqueestãoinseridos.
Todaobradearteinteragê comum público.O públicopassa, portanto,a
serconsideÍâdo um interlocutor e, por lsso,''participa",de ãlgumamaneira,
dâsescolhâsque o aÌtistafêZE,ao estabelecer um diálogocoma obra,paÊ
tcipa da construçáo dossentidos queessaobrãpodeexprimir
Todaobrasemanifesta emumadeterminada linguagem, quesedesen-
volveem umaestrutura,Alémd sso,a obracirculaem determnadomeio,
em deteÍmnadosupoÍte!t lizãdopararepfesentá-la. Porexemplo,um Íil-
rneproduzido paracinema é diferente deumfilmeproduzido parâTV que
temduÍacão menore momentos adequados aoscortesdosintervalos co-
merciais. É por issoqueo meo de circuaçãopodedeterminar a manêiÍa
de seconcebef um f me.
Duchamp, lúaÌce.Rodade Muto do significado dasintenções de quemproduziuumaobrade arte
ó,ttleia,1951 Rodade rneta podeseÍrevelado peloreconhecimento
montada sobrêbancode dosvários agêntesquecontrlbuíram
paÍasuacriação: o ârtista,o contextoerf queviveu,o públicoparao quâl
128,3cm x 63,8cm x 42 cnì. a obrafoi criãdae, âinda,ã linguaqeme a estrutura emquefoi pÍoduzida
ê seucontêxtode circulação-
Je an- M ióel B as qu i a t1 1 9 6 0
1 9 8 E ) nas c êLrem N o v a Y o rk
(EUA )f , ho de paihdita n oe mã e Observe,no quadro de Leo
p o n o - Í quênnaE m r 9 l / c o .rìe nãÍdoda Vinci,comoa Mona
ço u a gr aÍ Ì Ì aft er Ì os n a s rL ra s LìsapãÍeceestarolhandoparã
nova-iorqlinas slra cêÍe ra ga nose pensanoo em atgo,com
nhou projêçãoão 1Íabahar coÍÌr seusorrisoenigmático.
o art slaAndyWâÍho.A obraqlre
produziureÍeie assuasinflLrènc â1
cLrluras, o arìrbi€nteurbanoêíÌ-l
q l revv a, a s la c of dç ã od e a Íts
1
?,
Basquiat
e a nota
deumdólaÍ
A g ! n5ê ênìentos da notade urn
d ó a rapar êc €m noqLr a d Ìo d eB d s
qLrêt.Conì elsa rÊlaçãôinterlex
1 u :, o ar ts t apaf êc eq l rê s to n ê ro
r QLreeementos,presentes no qladrc de Basquat, estêbelecemuan"d á
vao f d á ar t et r adlc on aal o a tr-
bu r à va iosístm. te a de Lêonar
oqo" corno quadÍode Dêvinc ?
do o va or nì. s ba xo da5 nolâç I Que€ emeftosdo quadÍor€vearn que e e fo p ntadoem Lrrnaépocê
diíerentedaquea em quefo p ntadaa Mora l/iá?
r QueinÌerpÍelaçôes o usodê nìâqemoÍ ginalprovo.anaobrade Basq uiat?
r As nlorrìraçÕêsquevocêtenìa respeÌtoda lvlonãLsâde DaVinc nf u-
]
€ncararììo seLro harpâraa [,r]ona Lsade Basquiat? Dequ€manera1
i r Consderando dscarãderíst casdo quadÍo anaisado, qu€t po de públ
co, na sLraopinão, teí ê nt€ressepor urnaobraconìoessa?
I A CAPIIULA1
LIÌERAÌURA
-
A artedaliteratura
umaaíanha
nomuseu Comoacontece coTaasoutrasartes,todasassocedades, todasascultu-
ras,êrntodosostêtnpose ugares,Ìlroduziram lteTatuTaeTTlsuaforTnaoÍa
ou escÍitaPorquê? Que atfbutosespecífcosteÍiaa paÍa
iteratura serÌìostrar
i: tãoimportante parahomens
Há rnuitasrespostas
e m!lheres
possíve
desde sempÍe?
s paÍaessapergunta,maso fato de ter sido
pÍoduzdapoÌcuturase eÌrìtempostãodifêÍentes
itetaturacumpteÍunçõesTnuto mpoÍtantes
nosperrÌìite
nassociedades
concu r quea
humanas.
!Ê
-:
;a
Bourqeo s,Louise,
r Funções
do textoliterário
Aranha,1996.Erc.ze1/6,
l:8 cmx 668cmx 631cm A paavrê"função"aqulserefere ao papequea literatura
desenìpenha
nassociedades; urnpâpêlqueseconfgurou, emgrande parte,
a paÍtr daqu-
Sevocêvissea esculturaacrna
concuÌiaquee a é
enìunìmLrseu,
o queo púbicoleitoíreconheceu comovalornessa arteao ongodah stóriâ
consderddêumaobrade arte.O
portanÌo,queatrbuíramurnpapeà produção
da eÌtuÍa.Foramos lêitoÍes,
quee âtemde"artistrca
" ?Dscuta iteráriae quea rnantêrn
vivaatéhoje
comselscolegasevejaseelestêm
i. umâopinãosêmeh:ntêà sua. .. A literatura
nosfazsonhar
0s textostêm o poderdetransportar
o leitor,provocar
a êgraou tristeza,
diveÍtir
ou emocionar. Ernoulraspalavras,a lteraturanospermite'viver"
I outrasv das,sentiroLrtí45
emoçõese sensicõêçN,asse sentdo, a literatura
nosofereceLrmdescanso dosproblernâs cotidìanos,quandonosdes
cortinao espa(odo sonhoe da fantasia.
j
l
provoca
A literatura nossa
reflexão
seráqueos textoslteráriostêm o podeíde transíormara íeaidade,ou
existemapenaspêÍanosalivar o pesoda vidêcotdiana?Velao qLrepensa
JoséSêrãmago,escrtoÍportuguês conternporâneo,prênìio
NobeldeiteÍatu
ra em 1998,em entrevstaconcedida ao a'nalO Globo:
Josésáíãmâgo
é umdosmais
Áde,/rreËturrâ
erêusáqêntes 9 I
I . I Ì CR A I UR A
-
o códigoDaVinci
Gemendo de dot concentrou rodas
Sozinho,JacquesSaunière loltou ouüa vez o
as suâs fâcuÌdades e todâs as suâs for-
olhar paÌã o portão de ferro. Estampreso, e aspor-
iâs nâo se reabririam em menos de 20 minutos. ças. À Iènomenal tarefa que rinha di-
ante de si, sabia, iria exigir todos os se
Quândo aÌg!ém conseguissealcançá-lo,elejá estâ- gundos de úda que lhe restalm.
Ìia morto. Mesmo arlsim, o medo que agora o assâl'
ravàera müiro maior do que o dasua moÍte. BRo$ìrl, DaÌ. O didtpDa tÌtrd
Precisopassàrô segredoâdiúte. TËduçãôr Ceìina Ca€lcanre IaU.-Cook.
Riô deJaneüo:SeÍtâ.te, 2004 {Iagm€nür).
t...lJacquesSaunièreeÌa o únlco elo que resta
!a, o único guardião de um dos mais poderososse
gredosjamÍs srardados.
Tremendo, obrigou-sea Íicd de pé. Esse Dã y,ircium lvro de slrspensê
trechode O códll7o no
PrecisoencotrtEr uma maneira... qualas pintuÍasde Leonardo da Vinciescondem plstãspara
Estavâpreso dentro da Grande GaÌeriâ, e só ha- u r -,.é oo urod-rc- e.p..oì.ro.r'doq a .oo êd.
üaumapessoano mündo â quem eÌe podia pa$ar turapoded vertÍ, entreter.
EÍnpoucasInhas,o autorconse-
o bastão.1...1 guecrar umasitlraçao queprendea atenção do eitor
A literatura
diverte ;
A experiência
apaxonante de oassarhorasendoumbornlivroé íarÌìliar
a mutã5pe55oa5 emÌodoo mLrndo.
Ao acornpanhaÍasinvestigaçôes de um detetvecomurnarnenteógica
cornoa de Sherock Holmes, por exemplo, ou as análisêspsi(oógicasdo
nvestgadorPoirot,o letor sevê presoàspágnasdo livro,ansiosoporche-
garaodesfecho, geramenteinesperado.
E quemjá nãodeuboasr sadas soznhocomastrapalhadas cotidanas
que tantoscronistãs
reqistram,comose dissessem que ternostambémde
: ôr âôdêr â r r . la n Á ( m a ( m ^ ( 7
€
PorqueescÌèvo? Sejav ajandono tremquelevaos a unosparamaisum anoletivoem
NeÍe depomentodo €scÍitor HogwaÍts, nashistórias de HarryPotter,
sejavagandopelâTeÍra a,
uruguaioÉduaÍdo é pos-
Galeano, na naÍat va de O.Senhor dosAnéis, queernbarcaTn
os eitoTes ^/léd
nas ãven-
slvelobservar
a inìponânciã
da li- turaspropostas peloslivrosSabem que,aconteçao queacontecer,
terão
teratuíapêrãa comunhão entre semprêconsigo a memÓÍ a dasemoçóes sentidas
em cadaumade suas
jornadas literáÍãs.
.1O CAPITUL)
1
TITERA T U BA
-
A literatura
nos"ensina
a viveÍ"
Comotodamanifestação artístÌca,
a lteraturaacompanha a traietória
hu-
rnanae, poÍ meiode palavras, constróimundosÍamliaÍes,em que pessoas
semelhantesa nósvivem problemãsidênticosaos nossos,e mundosÍantástcos,
povoados porseresimaginários, cujaexistênciaé garantdasomente poÍ meio
daspalavÍasque hesdáovida. Também exprime, pêlãcriação
poética,reílexões
e ernoçõesqueparecern sertão nossasquantodequemasÍegistÍou.
Porrneo daconvivênca cornpoemas e históriasq!êtraçamtantose diver-
sosdestinos, acabapor nosofereceÍpossibiidades
a llteratura de respostaa
i_dègècoes con,nsè todososse.es -urra-os
Nalteraturaesperamos encontÍatema gumades!asrnanifestaçÕes, uma
respostaquedêsentidoa nossaexistência, quenosaj!dea compreender um
poucomaisdenósmesmose denossavida.Ír lharessescaminhos da iteratu-
ra nospóeem contatodiretocoma nossahLrman dãdee ajudaa revelar urn
Doucode nósa nósmesmos,
A literatura
denuncia
a realidade
./
Emdiferentes rnornentos dahistóriahumana. a iteraturateve
ffijgnffiR&tr um papefundamenta: o de denunciara reâlidade,
sobÍetudoquãndosetoresda sociedade tentam
€ Umpoemadenúncia
r ocultá-la. Foi o que por
ocorreLr, exeÍnplo, du-
EÍe tÍêchodo poemã"No ranteo período da ditadura miitarno Bfasrl.
mundohár/ìutãsaÍmadhãs':de Naquelemomento,inúÍÌìeros escÍitoÌesar-
Ferre
raGuLlar,
denunciã
aÍâtãde .
Íi,(dãÍr d propria,ida pdraden-nriat eF
iguddadeentreaspessoas.
suasobras,a v olênca quetornavaa exs
r tênciaumaaventura arÍiscada.
i...1
Esús preso àüda como ouma Wf A leiÌ-rddê.sasoora\. nêsrìoouevF
5 varìos en sociêdâde deno(rarcae
úâu1a. S{ _rvÍe,'ìo' -nâ
e Estamos todos presos ec na a vaor|7ãrnos"o\.irÍêr-
K
nestajaula que Gagáín foi o fiS tos i'dv duãi!.no<a udâ a desê-volve'
Y , u-na TelloÍ (onsclenclê poit(a e soclol.
lpímeiÍo a ver peÍmite
I En resumo, que ohemosparaa
de fora e nos dizer é âzuÌ.
o nossah stórlae, conhecendo a guÍnasde
Ejá o sâbíamos.lanto
suãspassagens maisatefTadoras, busquemos
que não te mataslee não vâis
construirurnfutuÍomelhor.
Masnão é apenasem momentos de opÍessão política
e a8üentârás até o fin.
quea iteratura denuncia pof
â realdade.GraciianoRaTnos, exem-
p o, ao contara sagade Fabiano e suafamília,em yldãssecas,denuncÌa a
o certo é que nestajauÌa há
de umapaÍtedo Nordeste
tÍisÌefealidade brasileiro,
até hoiecondenadâ à
tos que tên secae à faltade perspectivas.
O poetaFerreifa Gullar,eÍnvárlosdeseuspoe-
mas,apontapaÍaas njustiças e asestretaspossibiidades de realização das
há os que têm tanto que Dessoas por
limitadãs umarealidade socaladveÍsa.
lsozinhospoderiam
Aíte,literatuÊe seusaqentes 11 a
TI TER A T U R A
-
l!
T:ìÌvez, üìnis tàÌde, haja JÌgxma inteligôncia que redÌua o meu fanlasma a
aÌgc,comu - uÌÌx nìtelig€rcìa Ìnah serenâ, mais lósica e muiro menos exdú
Íel do qüe a mhha. que pelÌreba. ÌÌas circüÌsLâncias a que me refiÌo com teror
Ììrda ÌÌÌais do que uma sücessàocomum de causâse eÍòitos muito nanrÌais.
a 12 CAP|TULA
1
L I Ì E RA T U R A
tr Asquestões
de I a 5 referem-se
âo texto 1.
Conünuidadedosparques
A históríade um homemque lê um romancenoslevaa indagar:quais
sãoos límitesentrc a realìdadee a ficção?A t€rto tumbém nospemite
pensarsobreuma dasfunçõesda !iteratura.
È
Af.e,lìteÊtu@e seusaqentes 13 4
tI Ì E RA Ì U N A
-
\l
Todotexto narÍativo se constróiã partir dã pÍesençade ãlgun5elê-
mentos básicos:narradot personagens,cenário,tempo e enredo.
Quemcontaa históriaem "Continuidade dosparques"?
+ Quas sãoaspersonagens envolvdas na h stóÍa?CoanoeJassãocarac
terlzadas?
B O textoapresenta do s cenários.
Quas sãoeles?O quese descobre so-
breo primeÍocenárono I na dahistóra?
n EÍrìque intervdlode tempoa históÍd se passa?
n Há,no texto,um aconlecirÍento quedesencadeia a açãof nal Qual
é ele?
È
o êscrtoÍargentlno JulioCor- tì!, No conto,há duàshistórias
nârradas:
a do {azendeiroìeitor
e â dos
tázârfcoLrconhecrdo peìotrata arnantes.Uma reflete a outrâ, e as duas históriastermìnam por se
menrofantáíico d.doà r€alidâde êntÍelaçãr.
Expliquecomoo trâbalhode.onstruçãodo cenário,das
em slrasobrâsliteráras.Nãscdo personagense do enredo ajuda â promoveresseeÍeito,
eÍn1914,Coarázafganhâ famain- :!. Apósa leituÍado conto,podemosãÍirmarque â primeiraplstãque
ternâciorìalaopublicar,
em 1963,
CortázarnosfoÍnece sobreo caráter Ía ntásticode suanãrrativaé o
Jogode amareljrha,ronìanceque
podeser do de íorrna nearou título da história.Porquê?
naolìneaÌ, conÍÍu ndodiÍerentes Releiaa seguintepassagem
do conto.
h íóÍias, a depender do tÍajeto
adotado peo e tof l\4oreuem14
de feveíero de 1984,vítìmade
" 1...la fantasiano\€lescaâbsoÕru{ quaseem segrida.cozãlã do pra j
No conto"Contnuldade dos zcr mcio peNcrso dc sc aídtar, lnìha a linlia, daquilo que o Ìodea!ã l...l ."
paÍques",o e êmentofantástlco
p€lotrabãlho
é construído comos
doisp anosem quea histôa sê t O narradoÍdo conto,êo fâ ar do prazeÍsentdo pelofazendeÍo eitoÍ, j
desenÍoa o do letorquelê um aude a umadasfunçõesgerãmenteassocadas à iteÍalurâ.dentf
romêncee o do romance queé quea
iil, A lÌteraturae asdemais{ormasde artepodemlevâro serhumãnoâ
refletirsobreasangústiase alegriâs
da própriaexistência.
A leitura
do contonosajudariaa compreender Porquê?
melhora realidade?
texÌo z
AurüstaealâmBada
Ao relembrarun epìsódìo
marcantede suaadolescência,
o escritor Érico Verissìmo
nosajuda a refletír sgbre
uma dasfunçõesda litentura.
4 14 CAP|TULA
I
I . I T E RA T U R A
/de, ,teféluré 15 I
ê 5eu5,rqertes
t I Ì E R AÌ U R A
-
'.':-'-'
:
1
5.9.04
a 16 CAPi\ULO
1
Dar n na' , a n n r lè' Porolere pesquisor
Ër
httpJ/www.ltaucuÌtural.com.br/ C omosetratãde um capi tul odedi cadoàart e,
de modogeral ,sugerÌmos que vocêprocurea l
Deíaque para a en.lclopédiade artesvisuals, gumasobrasque abordam a trajetórÌa da arte
com â reproduçãodeobrasprimasdaaíte brasi- âo longo dos tempos.Os livÌosãbaixosâo ape-
lêira ê umâ opçãoque permltenavêgâíentíê os nãsa qumas ndicâçõesdos muitostextos sobrê
" m ar c osda ã Ítê b ra s iê i ía " .
http://VWwmuseus.art.brl
5/fe coÍn/lrks para musêusdo Ínundo todo.
Poroossistir
+r
Sociedadedot poetas noftas, Ocàrtei roeopoeta,
de PeÌerWe r. EUA,1969 de lvlchaeRàdfordlÌé a, 1994
N uma remota i l ha d o
MediteÍáneo. Mario Ruo-
Achegâdade uín novo ppo o, um tímido esimp ó'
p ro fe s s o rd e l i te ratura rio fi ho dê pêscadores, é
tra n s fo rm ãa v ì da dos contratadopara êntregâr
ê l u n o s d a tfa d ci ona I cârtês ao poetâ P ãblo
Welton Academy.Desa- N erudã.C om o i nk o d a
fi a d o s a v i v e r i n tensa- amizadeentreosdois.Ma-
mente o moíÌìênto pre- ri o pede aj uda a N eruda
sentê.os jovensfundâÍn parâ âPrendêÍa usarrn-ê
a "sociêdadedos poetasmortos", insplíadospêlâs l hor às pà àv,àse coroui sràro co.àçàod€ Ln'è
palàv r âs
de T h o íê à J ": F J p à à o s b o s q u e parè
s v bel si na nJl heí.O dese.ode dorì' i na.àspâl ad ê'
vêr livremente,paÍa sugâra essêncâ da vida, parê fazcomqueMarìoreaprendaaoharomundoem
aniquilãr tu d ô oq u ê n ã o ê ra v i d â e , p â fã ,q uando qJe !i vê. ê.orhêíerdo ê poeri àem Lmd rd.ur- -
morer, não des(obrirque não vivi". zã quê l he é mui tofami l i ar.
ra e
|
Lrteratu
I 1
um al i nguagem
!nvèntar m undo' despertâr"roi5ês /ernljaêrçât
desencadearsen:açrjes,compartilhar eínaçoet, prcvac$ nassa
íeflexãa sobrê as mã,i úJiíéieniesâspecf,rsdâ eristência: t
cono a lingLiãgem liteiir;a, ]ìÇ-5
Jôô5e sertidos que prcciLtz,
adqLtìrc estepode!'? Ê para reíletir scbre eJ5€êssl-]ír':o
qüe ccnvìdancs v'Jcêa entrar neste cêpítu!ó.
.-aPi|.)La
2
O que você deverá saberao t. observea íotogrâÍia.
r FaçaumabrevêdêscÍição doselementospresentêsnaimagêm.
. Cono secaacteriza a linsuà-
2. A posiçãoêm que a foto Íoitiradachamaâ nossaatençãoparaa
. A difercnçaentÌeconota^ estradê.Que efeìto o fotógrafo pode ter prêtêndido desenca-
çãoe denotação. dearno espectador âo optar por essâtomada?
. OsdiferentessignÍfì.ados
3, Leiâumadeclarâção doÍotógraÍo suíçoRobertFranlçque percor-
da palàwa no texto lite-
reuâ Rotà66 registrando imàgens da paisàgem àmericànà.
{
. AlSunsrccursosda linguà- Quandoaspessoas
olhamasminhasfotos,eu queroqüe elasse
sintam como quando d€s€jam reler ìr1ì verso de um poema.
r ObservemaisuTnaveza foto daabertura.
See a Íossevlstacomoum
"versode uTnpoema",sobreo quefalariãesseverso?
Cda 2
"QuaÌ é a suâ estrada, homem? - â estrâda do místico, a estÍada do louco,
a esFada do dceíris, a esrada dos peixes, qüalquer eú?da... Há sempre uma
estrãda em quaÌquer ÌugâÌ, paÌã qualqüer pessoa,em qualqü€r circunsáncia.
Como, onde, por quê?" Concordamos gravemente, sob a chüva. "[...] Decidi
abriÌmão de tudo. Vriime úu quebrar a caÌâ tentando de tudo, me sacrficm-
do € rodsabe qüe isso não importa; nós sacamosa úda, Sal - sabenos como
donú-ìa, e sabemos que o negócio é continuar no caminho, pegando leve,
cüÌtindo o que pintar da velha mâneira úãdicionâl. AÍiÌÌâl, de que oüúa ma-
nena podeúãmos cüÌn? Nãr sabemos dìsso." Suspirár"mos sob a chu\a. t...1
'tr asim", disle Deân, '\'ou s€guindo a úda paÍa onde ela me lerãr. t...1"
KEROUAC,.lach. O, tn, mrÌ (pé na esmda) Tmduçào: Eduddo Bueno,
[] oüi(* (l,dnao" sonhos. Porro Alegre: lÂÌM, 2004 (IrâgnêÍto)
il
h stófa de urnavaqern?
r dentiÍqueno textoas pãssagens querevearnseressaviaqema con-
íE cretizaçãode urììdesejo1ipco da luventude:
a buscada iberdade
5. No trechoa seguir,expliquede que mâneirãa pontuaçãocontribui
paradarao Leltora sensaçãodevelocidâdedo carroem que viajarn
E Sale Dean.
o Clenloe serenraquilôÌÌcr'os poÌ ÌÌora, .Ìirúo sem escaìas. cidades
.E adorÌÌìecidas,
tÌ á1ègoreÌìÌÌum, unÌ tÌcnÌ.Ìa Union Pacifil:.leiMdotara
Ja(k KerouâctornoLr se o o á
ldôlodesLra geraçãoq!dndoo
6. Logo no inícioda cena 2, Deân perguntaa Sal:"Quâl é a suâ es
romanc€ o/l theroadfoipLrb
cadoenì 1957.A vagenìde trâdâ, homem?".O que ele quer dìzercom isso?Que sentidoatri
doÈamgos,5aParâd 5eêDeên bui ao termo "estrada"?
Moriarty,peosEíddoslln dos, 7. ldenti{ique,nâ cena2, uma passagem que permiteassociaro corn-
boaparteie ta nâRotã66,estra porÌamentodâs personâgens
dâqle lga Chcagoa LosAnge- â valoresprópriosda juventude,
esequ€apaEcê nã maqem de r Expquê por q!e elaÍênsrniteva oresassocadosà lLrventude
abertura, trdduziu â vsãode 8. Como DeanresumesuâÍilosofiade vida?
rnunoooê u'Ì: luvenrloeque
r O queelasugefe,em teÍÍìosde cornportâmento?
decd ! qreÍ onarosvalor€scom
osquaisiinha sidocÍiadaA obÍë
acâboupor insprarmuitosjo- i:
vensa sâr dêcasaêmbuscado -""
-!r-
, . . : n o Íifm e :.,
Dentrê
osmasconhêc dosÍas
dêKerou.cd€stdcam-seoscan- A viagemdo jovemChe
toresBobDyanel m l\.4oÍson,
!
:j
| 20 CAP|!ULA2
I.IÌERAÌU R A
A linguagem
daliteratura
A essênc a da arte iteráfaestána palavra. Usadapor escrtorese poetas
emtodoo seu potencial significatvo e sonoÍo,a palavraestabeeceumainte-
ressantereaçãoentÍeum autore seus1etorevouvntes.
"Ah,homem, essabarca é urÌìsonho',afirmaDêannotextodeJack Kerouac.
Parâcompreender a rÌìagern cÍadãpelapeEonagern, nósprecisamosrêazar
umasériededecodlficações. Sabemos queDeane Saviajamdecaío;ebemos
queuma"barca"nãotrategaemestÍadas. Comessas inÍormações,procurarnos
reconstruir
o sentdo dacomparação mpícitaqueestánabaseda TÌìageTn cÍa- {
da:o carroemqLre viêlamé tãograndee conÍortáve quepaÍece umabaÍca.
Em5eguida, íeconhecemos quea afirmação dequeo caÍo "é urnsonho"
tambérnfoi cr adaa partr dê outracompaíação êntrenossossonhose todas
ascosãsque dese.lãraos muto. Reconsttuída a comparação or ginal,pode-
mos nterpretar queDeãnqueÍdizerqueaqLreÌe é unìcàrronìarêvlhoso,ob,
!ên-d< têdo.
lêio de dê(êo ê dorr or," -..
paavrascomobãrcae sonlloíoTamusadas
Notextode Kerouac, enTsen,
tidoconotatvo.
g
{E@il
O sentido conotativo (ou figurado)é ãqLrêlê que ês paavrase expressoes
adquÍem em um dadocontexto, quandoo seusentidoìteralé modifcãdo.Nos
textosteráÍos,predomnêo sentdo conotativo. A linguagem conotatvaé cãrâc-
Ì€r,.i-dde e o. Lom Ll\do êsÌetcd. oL \ejo.o.e ê)oloídI d Íer"*e,r(L o.
1qri9L:cos e €rt i-tLo5pdr"orodr?I Lmefeto dru-r.o.
! Èmextosnão' teráros,o qre pÍedonìnaéo sentidodenotativo(ouliteÍal).
Dizer.os queurnapal.vr.fo ut zadãenìsentidollteÍaquandoé tonìada€nìseu
siqnìficado'básco", quepodeserâpreendidosem ajudadocontexto. Â lingua
gêmdenotatÌva é tÍpcàde textoscorÌìfunçãoLrtilitáíia,
ou seja,quetêm como
Sc'i".\.a -" çl';'.ir''o'r' ' 'n":oad"o.êoo- d ê,ã-iq,è-ê ddlg.na a.êsdàdeespec-ica. co-o -'o.
-'ìè"..'gurÊnÌar.o'rvÊì'ÊÍ,er.
!
O traba ho com o sentidoconotatvo ou fiquradoé uma caÍacteÍístcaes-
se_ca dè n9uègenliterêrt
1 A Inguagempermtiuque JackKerouaccrasseuma magemque nós,
leitores,reconstÍuímos poÍ meio de um processode decodficação.É irÍìpor-
tante, poÍêm, TeconlìêceT que a repÍesentaçãodessaimagemnáo é necessa-
Alémdo objeto riamenÌea TnêsTna para o autor e seus e tores. Podemosassociara fa a de
Dean ao caTrode nossossonhos,e é possívelque essecarro sejadifeÍente
daquele ma9 nado por JackKeÍouacao escTeveÍ An the road.
Quandoa lteratura expora a conoÌaçáo,como no exemploacima,esta-
be ece-seunTanteíessante reaçãoentTee toTe texto..AoleÍ urn romanceou
Jr OoerÌèo- èo ouvi. uÌd -isro:è o lei.o/o,\ n e-Dìì," eLon-eceto
sg'i'cèdodasp"lè\ as e reconstruiros ---do, ccio'ar, q-e e a, descre-
rer O-è]ÌonoJvi-tedese'roe-ha,porantò ilr pãòìlãtvo. j; oue td.roer
cr a, em suarrÌìaqrnaçao, mundoslrccronats coíespondentesâquelespropos-
ros -os re'tos oJ \ivê, na -anrasrao*oe.ienciãise-meìhJãìãiãiìèÌlìì31
@il
Quandoasp:lavrasôssumemnotextoliteÍáriod fêrêntês
sgnficados,
dizemos
dÊptu.issignifi(açáo
o .eo(o..e-- oÍo.Ê..o
estetrechodo poerna"ProÍundarfente",
Obserue de ManueBandeÍa.
Profundammte
t...1
Quando eu tinha seisanos
Não pude ver o Í-Ìm da feslâ de SãoJoão
BANDEIRA,Ìvlanel. ,1,107,Éìì
,orta RìodeJ2nrno: I
NoÌrFÍonreiÍa,2001.p.8Ì. (FÌÌgnicnlo).
.22 2
CAP]TULO
IITERATU R A
-
j
ExPlica.çãodepoesia semninguémpeitir
Um trem-de-fefio é uDâ coìsanecânica,
rnÀsaÌra\cssa â noitc, a rnadrugada, o dia,
Ë aÌfavessouminlìaúda,
ïirou só sentimcnro.
No poema,o s gnificado
de tremde fenova alémda suadescrição fun-
ciona("coisamecânca"):elerepÍesentaaschegaclas e partidas,traiou leva
F pesso?sde quemgostamos mLritoe, assim,,,atravessa,,
a v da dêspessoas,
rJ d -(Ío ,.ìd \êeÌ ên-rìen.o.
"
.j
A magemfinãl do poemarevelaa sensiblidacleque marcao olhardo
: aÍtistae lhedá condições parareconheceÍ, no mundoà sla vota, â beleza
presente nascosasmaisstmples. Encontrando aspalavras adequaclas, elere
ç gistrano textoa belezaque reconhecêu e propóe âo etor que pefcorrao
., rÌìesrnocamnho.
De certafoÍmá,podemos concluirque a literaturacriaâs concliçÕes pafa
quetambém nós,leltores,o hemosdenìodonovadorpara o mundoe,aoÌazer
isso,reconheçarnosumabeleza que,à prirneiraviçta.nãoparecia estara i.
O poderdesugestão e evocaçãodotexto tteráfÌodepende dacapêcidade
de o escÌitoÍescolher
as paavÍascapazes de ,,clesenhar,,,
paraseuslettofes,
P caso, Yaso.om íoreJ. gua.hesôbre umasériêde imagens. Porrneroda decodifcação clessasimagens, o leitoi
papel Ne$a obrê,a bee2âseequ ibrã consÍó. nasuêimagnãção,Llmarepresentação
efr um Õbletobastâôtecotdano, cJosm!ncJos Ílcconaisapre_
represenÌadô
sentados nosterÌos.
com ecônomiade cores,ê
traços E provâcomoa bêêza pode
.
Obse've.on o ê9tetê\tocon<eqLê. po.neiodêi-rdgen\, ç,gen,.ênario"
h€smô êstarnasco sasmês simptes o"dts
ouê ooder ' hobrados-
-L ".' po.1obo\ -os
Lneratura
é una linquaqen 23 a
TI TER A T U R A
-
15 de maio de 1905
Imagine um mudo cm que não há tempo. Somcnte imagcns.
LÌma criança, à beira do md, enfeitiçada peÌa primeira visão que tem do
oceano. t...1 Um baÌco na águâ, à noìte, suasluzestêrues na distância, como
uma pequena Ìuz vermeÌhà no céu nesro. 1...1urÌajovem em um bmco,
lendorma carta, Ìágrimâs dc conienlâmento em seusoÌhosveÌdcs. i...1 Luz
do sol, em ânguÌos abertos, rompendo umajànela no fim da tarde. [...] o
primeiro beijo. Planetas no €spaço, oceanos, siÌêncio. Uma gota d'água na
janela. U'na corda enrolada. Uma rÌâssouÌaamaÌela.
Comparações:
a concretizãção
deemoções
Ascomparaçõessão umimportante Íecurso
dotextolteráÍo.Pormeiodelas, j
procurarn
osescritoíes tÍaduzr certas
emoÇÕes,ceftosmodosdeveÍe sentir
O poemade JoséPauloPaesilustÍacomoo poderda linguagem de pro-
moverapÍoxmaçóes e explicitar
sernelhanças
tornapossÍveldefinr um sent
mentotão comDlexocomoo amor.
Madrigal
Madrigal
NIeu mor é simpÌes, Dom,
poéticabreveq!e
Conìpolição
C omoaáguaeopão.
e:primêumpênsamêntof no,têÊ
no ou gèlènt€.suígiuno sécuo
XIVno noÌteda lúlia,e deí na- Como o céu refletido
va sequasesempÍe a sernìusica- Nas pupiÌas de rm cão.
do.Aìndâhoje,muitospoeiases-
ARRICUCCÌJR.,Dâ\'i (Sel.). rÌ|eláoãlaz6:
cÍevemmadrgais.
JoséÌanlo laes.SâoÌaúo: Clobal,2003.
.24 CAP|TULO
2
TITERAT U R A
-
O efeitodascompãraçôes naconstruçãoclosentidodo poemaé claÍo.São
e asquenosaludama rdentificar ,,deÍlndoras,,do amor:
duascaracterísticas
o Íato deeleatuarcornoumalimento, quemdIrernvvososamantes, e tam_
bémcomoumaforçãtransformadoÍa, quepromoveuÍracêlrasuperâção da
di-nênsáo oe\soàe-r d,rê(áo
d u-i!e-çèlo"dê.
MetáÍoras:
afirmação
de semelhanças
inusitadas
UmoutÍorecurso Ln9üíst
co queexplofaaspossiblidadescriativas
da lin
glagemsâoasrnetáiorês. f'
EÍÌìgrego,o Ietna netaphorás gniíca rnudança, transposição. Nã
oÍigemdasmetáforas,poÍtanto,êxisteurnprocesso
de substtuição:apro
xrmarn-se que,em urncontexto
ootse eínentos quardarn
e5Ìlecífico. a ou
n d re l d ,.é oOe ren ê tsànl o,r.dnl ' et , do S e,oa.a I,n de er rt , , a.
oo ouÌro. ^s,i a,oc
Ditoassm, parececomplicado,
masnãoé. Obseíve
os sequintesveÍsos
deCacaso.
A palavÍaparaNerudã
Pelo ralo
Esteconto foì ít1spìradonos atentados de 1l de setembro de 2001
às torres gêmeas do world Trade CenteL em Nova York.
.f
Ìal em seu lugaÌ. E â ÌÌÌuÌher âbÍe a tonÌeira. Encostadã
à pia, espera, tocando a água de vez enÌ quando com a
pona do. rl edos.Li quu u aquê,Fúo, no mdrmn. p.i .
&:ìbeque precisará dela tumegânte, paìã deÌÌet€r Àscros
tÀs fomadas depois de tantâs horas. Logo o !ãpor c(}
neça a suÌrir. Emana da pl.:Ì, primeiÌo lentamente, de
pois numa nuvenì mâìs encorpada, quase apocalíptica,
en$mto o.jato d'água chia conb? a süperIície da Ìou'
os pràtos esião empilhados de um dos Ìados da ça suja. A mülher despeja aÌgunìas gotâs de detergentc
pia ÌìurÌìa toÌrc irregular, equilibrarìdcse uns sobre os na esponja e coÌneça a 1a\':ìÌ.Esfrega com vigor, come-
oütÌos de fomìa precária, como os destroços dc rm \dndo pplá, rl?vê$ quF c.rj\âm imer.ò rJ jgua pâ- 1
p 'e d i o bom bâf . lc id o i m e a (d n d o i ri ' . F ' ri ô ' u i ú s. rada, pegmdo em seguidaos copos e, porfim, a piÌha
Muito sujos. FoIam deixados âIijá fa? algum tempo c de praftis. Vai acumulândo-os, já envoltos em espuÌÌÌa,
os pedâços de detritos sobre eÌes se cristalizaram, to- de rD dos lados da pia, num trabâlho Ìongo, áÌduo. E
mândo Íbrmas absurdas, surreais. Há grãos e Ìascas, .o .ì"pÕi. .e poe J cta\Jguâ-Io..dFl\,,ndo que d igu i
restos de Íolhas, âmontoados de ÌÌma indefinida màs êc.oe.l ê\ddo, on(i eo o que fe,rado. dcrro,.
sn dc cor acinzentada. Copos e tigelas de üdÌo, tm De repente, amulher sori. As pessoâsnão acredi- ó
béÌn empiÌhâdos Dum desenho caótico. exibem a su- lam, mas ela gosta de laÌa.r loÌrça. Sempre gostou. A
perÍicie ìÌraculadâ, cheiâ de nódoas, e o metal das pa- sensação da á$a quente nas ÍÌáos, seujato carregan-
neÌns, charÌÌuscàdo e sujo em úrios poììtos, Ìembn a do as impuÌezas, são paÌã ela uÌÌÌ bálsamo. 'T bom
fus€ÌâÍjerÌÌ de uD â\áão incendiado. ì\4as há mais do :-ssistir a essa pasagem, à tÌãnsformação do suJo en
que isso. Há taÌhcres por toda parte, lâmina-s. (abos, limpo", ouviu dìzer um dia om poeta, qüe também
cxtremidades pontingudas qüe surgem por enúe os gostava de Ìaiãr Ìouça. Ficâra feliz ao oulir aqujÌo. Só
pr.rtos, em sugesti)es irÌquietaìtes. E há ãinda a crate então se deÌã contr do quantíÌ hâúa de beleza e poe
ra da pia, onde ouüos tìntos pratos e tràvessas,iguaf sìa nessesgestostio simpÌcs.Mas agom a mulher sus
mente ujos, estào quase submersos n{rmâ água escu piÌã. qreria podcr tmbóm Ìâ\,aÌ os eìÌos do mÌrndo,
ü, cono se, num càmpo de bâralha, a chÌrã tivesse desfa?er seus escombros, apagar-lhe as nódoas, envoÌ.
caído sobre as cinzas. O ccnário é desolado. \cr em rudúj u\ Jdi o. ê hol Íurc., ò mi .éri /. Ê
" rbão
A muÌher sc apf('xima, os olhos fl.ros na pia. Sua; mentiÌâs. Porque, rÍìnal, dojeito qüe âscoisasandam,
mãos, cujos dcdos enÌJem dobas rcssecadar, resultado é o própÌio mundo quc Ìaì acabâr - ele inteiro -
de muitos anos de contato c.Ìm água e detergente, desceÌìdo peÌo Ì?Ìo.
movc'm{e em tomo da cintura e ctuniÌìÌÌarÌÌ aÉ as cos
sltDGS,Hel(;s2.JoÌal d, Brddl,Rü dejaneiro, 23ser.2001.
tas, Ìevddo astiràs do nvcntaÌ \€nnelho e bÌànco. Com Revisb d. DorÌüìgo, S--çio Conios NliÌÌnros. Dispolrvelem:
gestos úpidos, ágeis, f'ìzs a ìaçadâ, qüe {usta o a!€n <htF://jbotr1iÍe.tedâ.ônì.br/>. Àcc$o en: 30 ser, 2001.
.26 CAPITULa
2
I.IÌËRAÌU N A
Aüòesbatememedificio
d.oWofld Trade CenteremNY ;
Do aviões se chocaÌãm hoje pela màÌhã, por voÌtà das 8h48 (9h48 de Bn
sília) , com ar to[es clo edifcio übrld Trnde Center, em Nova York. Anrda não
há detalhes sobr€ o acidente, Íìas o prédio cstaÌpeglDdo fogo. È
A toÌ-re norte do üiorld TÌãdc CcnteÌ foi a priDeira a ser atingida. Segundo
informações ainda não coníimadd, o aüão atingiu entre os ândares 80 e 86 do
norte. Em segúda, o segmdo aüào chocou-F com a tore sul do ediÍicio.
Testemunhas qüe estavâm prónmas ao Ìocal do acidente afirnÌaram que
o alião eraüm Boeing 73Ì, mas n inÍoÌrÌação nio é oficiaÌ. FIá possibiÌidade
;
OsdoistextosIidosremetemaosãtentados de 11de setembro.ldentifi,
que âs informâçõesreíêrentesaos ãtentadosapresentadâsno texto 2,
. Deque maneÍasãoapÍesentãdas taÈ nformaçÕes?Explque
j
7. EscÍevaum parágrafocompârandoostextos 1 e 2 com basenosseguin-
tes critérios.
. Perspectiva: objetiva,subletvã.
. Função: estéica, ut litéra.
. Linguagem: pÍedominantemente denotatva,pÌedominantemente
conotatvã.
F CombasenacornpaÍação quevocêfez,i asslfquecada
textocomoliteráro
!
ou não-iteráíio.
As palaaras
Estepoema de Eugêníode Andrade discuteasmuìtas possíbìlídades
de signìfícaçaodaspalavras.
E mesmopálidas
verdes pariísos ÌerÌÌbram :ìinda.
Se.retas vêm, cheias cÌe memóda. queÌn asescuta?Quen
InsegurÀs navegam:
Literatura
e unê Inquaaeït 27 4
L I Í ER ATURA
9. Releiaatentamenteestetrecho.
''Sâocomo um oistaÌ,
Âlglmas, um pü!haÌ,
'
Neste vocêviucomoa fotograf
capítulo, a é umainguagem que,além
de regstÍare ementosda rea dade,expressa emoçóes, sugeresentimen
tos,levâquema obseNa a êxploÍaf outrossentdosdaquilo quee a rêgs !
tÍa.V Lrtambémquea nguageÍÌì teÍária
fazusodeoutrosÍecuÍsos para
alcançar objetìvos
sernelhantes. a você,em um pÍirÍreiÍoTno
Pararr]ostrar
mento,comoa teÍatura faz sso,usamos o textodelackKeÍouac corìo
umaseglrndã " ente"que "tiraurÌa íotografia" da realidade,fazendo
usodasPãavras.
a
Evocê:setivesse deescolheÍ outrotextoe oltra magempafaa abeÍtu-
ra destecapít!lo,quaisseriam? FoÍmeumaequipe coma gunscolegas e
escolham umaiÌìãgem(Íoto,pinturê,escuturê,etc.)e unìtextoque,com-
o n"do..po,s"r i'l'oduz- d dl\.r '!àoquelèleros'es.ê_aplr'o.
Selecionem umamagemque,a émdeofeTecer pafaquern
"pisÌas"claras
a observa,tambémexpresse eÍÌìoçÕese sentirnenlosd ferentes
e leveo ob-
seÍvador a exploraros sentidosque a pessoa que prodlzLressamagerÌì
.2A CAP|IULA
2
PoronovegorJS PoroossisïirF
http://wvw.cis.ya le.edu/ãíììstud/166lfr 1.htmI A históriaselÍ,fin,de
site em inglèssobrêo fotógrãfo RobertFrank
êsua obrã TheAneri.ããs. Este ivro defotos íe- FU A 1984
,
gis t r ããsc ena se p a i s a g e nasme rl c â n adsa d é ca Fìlnreque contaã fantáíka
dã de 19s0,resultantedã viãgemfêita por Frank,' âventurãvi vÌda por B anl an
durãntedois anos,por 48 dos 50 êstadosamer BaltazârBuÌ.que.depoisdeteí
roubado um livro íÍisteíioso,
inrirulada A histótia semfin, ê
http://educaterra.terra.com.bíliteraÌurâ transportadopara o reino de
5lte sobreosbeâtnlkse ê culturãdosanos1960, Fantasiã. RegidopelafÌguradê
nos Estãdosunidos. Destaquepaía as inÍornra de i cadai mperatri zMeni na,
çõessobreos objetivosda GeíaçãoBeête o con essemundo mágico enírentã
t ex t o polí t lc o e s o c i a l q u ê d e te rm i n a o s eu um perigoteríve: eíá sendotragado pê o Nãdê
surgjmentona Améíicado pós guera. Pá àperd, Ln" espercnld: o jov-"rrevà enreAfleiu
dèvêêncontrãíum ser humanoque se dÈponhaa
http://wwwsecrêl.conì.br/jpoesiã/ salvarFãntasia.Então,Bastianpercebeque é ele o
h- orqJetodosesperãmA pan r d" . Ìu ." ' dven-
site com discuBodo e(ritor portuguêsJosé ur" . çrëo vv,darpor e,i e rrìi do 9" ro.o l i o àpè
saramagoproferido em dezêíÍbro de 1998pe xonadopeloslivrose suashistóriasque não rêsiste
ranÌe ã Realacademlê suêcã,já como o novo ao âpelodeviver uma hiíórla que nãoÌenhãfim.
Prêmio Nobe dê Ltêíatuíâ. Ne$e tocãnte dis
A princesapronetida,
cuís0,o primeiro eÍritor de línguâ portuguesa
de RobRener EUA,1987
L
â recêbêresseprêmio re embfa cenase pesoas
quê m ar c ar a m s u av l d êe q u eo a j u d ã ra ma c o ns U m meni nogrl padorecebe E
t r uir s uaobr a l i te rá ri a . ã vkita do ãvó, que lhe tfãz
r de p.esenteum l i vro:A pri n-
cera promêtidã. O menino
fica frustrado, mas concordâ
em ouvÌr a hlstóriãquando o
avô promete que o livro tÍa
.á lutas, vingança,os piores
vi l ôesê osherói smai ,corêj o
sos.À medi dãque vai sendo
ê n 'e l ( " d o p e l d l : n g L d g e n l 'r e d o n e r i 'ì o r Ì 'ê l
".
q u l h d ê m L m L n i v ê r \ o t k {i o i d q L ê 9 u à 'd à a s L r
Porolere pesqulsor
õ pr€sa de grandes emo!óes e muito dlvêrtimento.
éuna linquâqen29 |
Lneratura
rae genero
Literatu
(l o eprcoe o lírico
):
::
o desaÍio
do Anel Àqui, meus amigos, cstá o hobìrit, l'rodo, filho rle Drogo. Poutrx
! cÌregaram aqui, passarÌdoporperigos maiores, ou em missãomais urgeDie.
t . . .1
Ì'rocio oìhou para todos os rosros, mas eles não estaiaDìvoltados pda
ele. lbdo o Conselho se sentavacom os olhos para baixo, pensando pro'
fuÌìdameDte. LÌm graìrde pavor o domnrou. coìììo se estìvesseaguârdan'
do o proÌìrnciamen.o de alljuma seniença qu€ ele tiDha preristo havia
muÌto tempo, e esperado em Ìão que afinal d€ coÌìtas nunca fosse pro-
nuÌìciada. Um desejo incontÌolável dedes.ansar e perÌnanec€r em paz ao
lado de Bilbo eÌÌì \'alfendà encheulhe o coração. Finalìrìente, com rm
esforço, 1áoü, e ficou srìIPresoao oÌúr as próprias palavras,como se al
Em2001,d Sagado An€lche- guma outra vonlade estivcsseusatÌdo suâ pequeÌÌa voz.
gouàstêlasdecinema do mundo - Lei'arei o ADel dissc eÌe- Embofa não conbeça o caminho.
ifteirc.Dkiqida peloneozêlandês
Elrond levantoÌr os olhos c oÌÌrou para eÌe. e Frodo sentiÌr o cornção
PeterJackson, a tr oglacontaa
h stóÍiado hobbtFrodoBoserroe devassadopela agudeza daqucÌc oÌhar Se entenclo bem hr.to o que foi
suamÈsão dêdestruiro UmAnel. d i i o -d i sse el e,penso quccssataÌefaédesi i ' radaavo.é,FÌodi i ; cquc,
O tercero filr.e da série,O r+ se você náo achar o cannnÌo, ninguém sâberá.E chegada a hon do povo
torro do reÍ,noslevaà ft7]ontanha do Condado, quando deve sc Ìer'antar de seÌrscampos pacíficos para abr-
dâPerdição, úncolocalonde pode 1âr âs tofes e as deliìrefaçõcs .tos Crandes. Quem, entre iodos os Sábios,
seÍdenÍuídoo ênelforladopoÍ poderia preÌer isto? Ou. se sio mesmo sábios. por que deverim espcrìr
SauÍon paradominaÍospovosda sabèlo, até qüe a hora chegasse?
TerÍa-méd a.
Ma-so laÌdo é pesado. Tão pcsado
ApóssupêÍartoda sonede pê-
que ninguéìì podeÌia impòlo a outÌa
r gose obstáculos, ÊFodoe seufìel
dmgo SamGanìgichegamao pessoa. Nào o imponho a você. Mas se
iopodovulcão, ondêo heróipre- o toma liÌr€mente, direi que sua es.o
cisavencero desafiornaisdifícill lha foi acertâda e s€ todos os poderiÈ
resistÍà tentaçãode náodeÍÍuiÍ sos amigoedosrlios de artiÍjàmente,
o UmAne € usufruirde todo o Hador e Húrin. e Tuin, e o próprio
podêÌqueelêlhedá,sucumbn- Beren. esti\€ssemreuÌidos jüÌìtos, ha-
dô assìnì à doÍninêção do nìal. '!€ria um hrgd pm você ente eÌcs.
li
,tri
Câraderísticas
do heróì
ra..-
Umacêracteftticadssocadaao e
h€ró é o fâto de ele, mu tas ve
zes,r€prêsêntârseLr pfÓpÍo povo É:i
O conìportamentoêxemplardo ..':
heró, nessescasos,deixadê ser :' a
u ma m ar c a f div ldua p a ra s ê f ;
dÌÌìpiado e aÌribuldoão povo a
:
UmaoLrtracara.teristcâé a dê I
o hêróienarpredeÍ nadoa cum-
prlr !rìa dLrternì
fêda missão. I Discu'tê colegâs:que caÍacteÍístcâsem comum !tneraêsses
com seLrs
.32 CAP|IULa
3
tIÌERAT U R A
Osgêneros
literários
O termogêneroé uulzêdo,nasd ferentes formasdeafte,paradenom-
q\re
narumconjuntodeobras apresentam caracteÍíst defor-
casseraìelhanles
Ílìae de conteúdo.
A prirìrera tentativade organizar a produção literáÍiade acoÍdocomas
característìcasdasobrasfo ÍeitapoÍ Ar stóteles, naAntigüdadec ás5cê
A divsãoarstotêlcã degêneros baseia-seerndoiscrtérosro conteúdo e
pela
a forrnaassurnida nêrração. Quantoaoconteúdo,o fi ósofogregoden
tif coutrêsfocosdeatenção daobra:a9paixóes, asaçõese oscompoÍtãrnen F
tos humanos. Quantoà Íorma, identficãva corÌrodramático o textono qual
nãohava um naffador, apenasâ ãtuaçãodãspeÍsonagens, e comoépLco, o
textonoqua o poetanarradorfa a direÌámenteou poÍ meiodeumapersonã
gern(comonospoernas de HorÌìero).
Ar stóteles
nãotrataespecficamente dã
pioduçáo ir ca.
NoRenascimento, a grandevalorização dâpoesa lírica,desencadeadê pela
produção de Petrarca e seusseguìdoÍes, consoidouo estabeecimento detrês
um conteito'muito mportante categorias báscasou gênerositeráros:o épico,o líricoe o dramático Essa
paÍaAÍiitóteÌes é o dê mimese, classficãçãocontnuasendousadaem nossos d as.
que,emgrego,sgnificaiÍntaçáo. NestecapÍtuo, vamosapÍofundar o estudodo gêneroépicoe do Iírco
Nasuaobra,Doér,cd, ee de5envo
vea idéladequeafunçãodalitê-
Ìaturê,p hcpàlmênte r O gêneroépico
do têêtro,
ê cnãíÍêpíesênÌãçoês ( m Ìãço-asl
dãsaçôês ê conìporiâmentos hu- Todosos povostêrnassuasnarrativas. A formacomoasorganizãm pode
manos,daspaixÕês ê forçasque variaÍ,os meiosatravés dosquais podeÍÌìseÍdiferentes,
circulam rnaso fato é/
nosevârna ãqir quecontarhistórias pareceseÍumaãtividade própriada natureza humana.
sêgundo aÀiótees,quandoob Dospoemas oras ao Íomance contemporáneo, a lteraturaregistra
a traje
seÍvamos às|epÍesentãçÕes cÍiadas tóÍiadãsnaÍÍativas e seuestudonosaludaa compreender as mudanças lor
nost€xtoslilerários,vveúosèxpe mas e deconteúdopor quepa55aram.
,iènoasseÍnelhantes dr dasperso
ndgens e èprenoeraos conìEso as narrativâs ÍÌìaisantigasapÍesentaTn
umacaÍacterÍstca comum:todas
coftaÍ os Íe,ro\ê'trdord
náíios
deurnheroi
Asepopéias ou primárias
clássicas
Provavelmente, a narrativamaisantigadequeseternnotícaé a quecon-
ta, ernveÍsos,a h stóÍiadeG lgamesh, re deuruk,naBabilôn a,queviveupor
vo ta de2700a.C.Étambéma priÍneira eoooéa a narrarosÍeitosdeurnherói F
pátro.Apesardisso, consdera-se queasobrasépicas mâisimportantesparaa
literaturaoc dentalsãoa íadae a Odisseia, que surgiraÍnbemdepos, por
voltado séculoVll a.C.,e culaautoriaé ãtribLrída a Homero.
Supõe-se que tanto a //ladaquantoa Od6sélêtenhamse originadode
cantospopuarese declaÍnações emfestivais Íelg osos.
AestrutuÍadospoemas homéricosserviu debaseparaoutÍosépicos, como
a Fnelda,de V rgíio,e Os/usladas, de Camões. PoresseÍnotvo.a /radae a
Odbsélasãoconsideradas poemasépicosclássìcos ou primários.Todosos
quêseinspirarn nelessãoconsderados de imitaçãoou secundários,
A /rêdênoscontao últÌmoanoda guerrade dezanostravadapelosgre-
Võo comcênadâodúséa U ses gos(aqueus) contÍaostroianos. O títuloderivado nomegregodêcldadede
(ods'eu)e seushomens.ombâtêm
ô
.iclopêPoíemo,século
Tróia: íion.
V a C.
O confito histórcoé o panodefundoparao poetadesenvolvero núcleode
suanarrativai a iradeAquiles, que,apósdiveÍsas peripécias,
mataHeitor, Íi ho
do reìdeTróia,ê vencea guerraparaos gÍegos.A /radaé um poêmãsobÍea
guerra,sobreasatitudes herócas e ossoffirnentos queeladesencadeia. a
Odisseu (Uissesé a forrnalatinae maisconhecìda do nomedo heÍói)éo
heróidasegunda epopéia homérica, a Odlsséla. EleretornadaguerradeTróia,
naquã tevepapeldecisivo: foi eleqlern tevea dérade presentear os ininìi-
goscomLrmcavalode Tnade ra dentrodo qualestavam escondidosos gueÊ
rero5gíegos.
Ernsuavoltaparaítaca,cidadeondeo esperam a esposapenéopee seu
ï lho Telêmaco, enfrentará mutos peÍigos e sofrimentos. Ao contaressavia-
gern,a Odlssé/ê retratade TnodoÍnas próxmo a vda cotidiana dosgregos.
O (on€eitode heÍóinasepopéias
clássicas
NaOdlssé/b,os píinclpais
obstáculosenÍrentados peloheró sãoprovoca
dosporPosido (tambémconhecido comoPosedon),deusdosmaÍes.Enfure
'dopo-OoisseJre cegèdose,lilo ooi'eno.ur oodêro.o 9 ga-fe
-iclopê,
com um só oho no Íneo da testa,PosdocriatodasoÍtede peÍiqos pêía
i'rpeoi'q,eo reioellècèco c uo oÍ \,iddrLd.o n"d" dêíeg-esso
No Íecho a seguir,vemosOdisseu seÍatacadopeas forçasda natureza
cornandãdaspor Posdo,quãndoestevotavadaÁfr ca.
a 34 cAPiTULo3
TITERAÌU R A
-'
lrterdlrid
eqen€ro
ír. o e/r/coe
orrro 35 I
TI Ì ËN AÌ U R A
-
de imitação
Asepopéias ou secundárias
E e/dê,a prìmeiraepopéa de mitação, peo poetaromanoViÊ
fol escrita
gíio,entreosanos30e 19a.C.Esse poemê é conslderado "a epopéla
nacio-
naldosrornanos", poÍqueÍo compostoparagloriíicar a gÍandezade RoÍÌìa.
Nessa obra,Virgíiofaz urnaespéciede sÍntesedasfábuas gÍegase das
tradiçóes latinasOsseispÍimeÍoscantosde F,1erdê nspram-senaestrutura
da Od6séiê e apÍesentãmas aventurasdo heíóiEnéiasOsseiscêntosfinais
aÌlresentam umasérledecorÌìbâtes desenvoÌvidosde modomuitosemelhan
te èoLrelescontadosooí Homerona/rada.
É no RenascÌmento,poíém,quesurgeo maisconhecìdo poêrnaépco de F
irnitação: de LuÍsdeCamões.
Os/usladês, Escrtoemumasocedade bastantê
Mosa.ôdo séculô 3 d C Ên.onÍadon. diferentedaquelaque viu suÍgira lliadae a Adisséìa,o poemacamonÌano
Ìunisi.quemonrêVÍqilô escrelendo,
nspnâdo porduasmusas. revela,na caracteÍizaçãodo heró Vascoda Gãma.o obietivode exaltara
bravuÍado povolusitano, poí eleÍepresentádo no poema
Nâ cenaãbãrxo,extraídado cantoV de Os /usladas. testemunhamos o
encontrodeVascoda Gâmacomo o oanteAdamastor
.36 CAPITULO3
TITERAÌU R A
AstransÍoÍmações
do herói
Ao longodosséculos, o concetode poemaépicose transfoÍrnou paÍa
acomodar as rnudanças sociaise polítcaspoÍ que passaram as socedades
humanas. A maÌortransformação aconteceunoséculo XVlll,quando os lon-
gospoeÍÌìas naÍÍativos
entraÍamem declíno e suÍgiu,comoa ternatvamas
apreciada pelopúbico e tor,a narratva ernformade romance.
Escritoem prosa,o roTnance tambémfocãlizaâsavenÌuÍas de um herói.
Mas,diÍeÍentemente do heÍóiépco, o heróido romancerepresenta muito
A5lransformaçõesdo herói maiso ndivíduo do queo povoâ quepeftence. O tempoda g oriflcação das
conqustaspátras,por ÍÌìerodo herói,hava pâssado.
Gu adô pê!ãsdiv ndades:i/iáda,Od6séô. AssociedadeseuÍopé asencontrêm-se claÍãmente estruturadas,
comseu5
!m povol
RepresênÌândô
liÍÌìtes geogÍáÍicose po íticosdeÍinidos.Nãoé maisnecessár o, portanto,
E constÍuiÍ liteÍaÍiamenteo concetode "pátria"por meiodasreãizações
q extraoÍdnáriasdosherós épcos,cornoacontecêu duranteparteda Anti
H!mânô e individla: RoblniônC/usoé, güidade e do Renascimento. Agoraé a horadotriunfodo indvíduo,do seÍ
a @nde de MÒnte Crista, er.
humano comurf.
E Narrativa:
o heróimoderno
Na narrativa moderna,é a 'foÍçado caráterque deíineo herói.O herói
modernoenfrentaumaséÍiede problemas e lutapaÍasuperá-
cotidianos os
seÍÌìqualqueÍ tipodeauxílo divino.Porsetratãrdeumapessoa " normal",
o
heróimodeÍnopodefraquejar e sucuÍÌìbir
àstentações (eleé, ãntesdetudo,
humano), rnas,ao fiÍÌì de sla jornada,09vaoresquedefineÍÌìseucaÍátero
ajudaÍão a superarobsÌáculos e tentêções.Pormeiodes!âsaçÕes, a dimen-
sãohumana e individual é vaorlzada.
Osobstáculos queaÍavessam seucaminho tambémnãosãoextraordi-
náÍiose, rnuitas vezes, simbozamês dificudadesde seaílímãra própria
dentdadeerncentros urbanos nosquãisseãglomera urnsemnúmero de
ndivíduos "anônimos".
Vistaassm,a "epopéia" rnoderna é a utado seÍhuÍnano corÌìum pata
constíuÍ sua dentdadee sobrev vereÍnumasocedadequeopÍ meo indví-
duo em nonTe dosvêlores coletivos.
Esseé o nìotivo explicaa enormepopuardadedo romance
que ao ongo
do sécuo XlXie e Íaz histórasde pessoas muto semelhantes ao seupúbico
êitot quetêmbérÍìenfrentaurÌìaséÍiede obstácu oscotd anos
Nacenaa seguiÍ,extraídã do rorÌìanceAs ayenturasde Rabìnson Ctusaé,
veremos comoo herói,um hornemcomum,nãosedeixaabaterpelascircuns
tâncias d fíces em queseencontra.
LìteGíoG
éqêneral):a épi.oe o litka 37 4
LI T ER AÌ U R A
-
Esia\a iá há treze dias eÌÌÌ tena e estìi€ü onze vezesno nalio. DuÍânte
UmCrusoé modeíno esse peúodo trouxera tuiìo quc um único pâr de mãos serì:Ì capaz de carre-
gar, mas estoü certo de que se o tempo tilesse coniinuado bon teria truido
o fÌlme faz umaÍe
o barco inteiro, peçapor peça, paÌa acosta. ì{as qumdo rìe prepaÌala para
^/áufrago
eituradeAs ayerturasde Robrn
sonC,.usoé, ao contdÍa histórìa minha décimâ seguÌÌda viagem, ÌÌotei que o vento começâra a aumentaÌj
dê Lrmhomernquesevê desêf mas alsim esmo apro\'€itei a nìaré bain e fú a bordo. 1...1
adoa sobrevveÍenì Lrmalháde- 1...1 seria melhor ir embora mÌes que à maÌÉ começaa€ a encher do conbrá-
seda,deporsqueo avãoemquê rio me ariscaria a nào con$gdr alcarÌçar a ì,ìÌgem. Atirei-me irÌediâtàne te
viajavacã no mardurantelrìa n'4lì.:l e cruzei a nado o cmaÌ com grande dìficlìÌdâde, cm paÍe por causa do
peso dâs coisasque le rã, em pdi€ deüdo âo md agitâdo, pois o vento ãlmc.ntì-
Ao ronÍáro do heró épico, \Ìì Ì?pidamente, e aÌìtes que a maré estivesseaÌta desaboÌr uma tempestade.
querealzaÍe tossobre-h!rìanos EscÌ\è de voha a minha pequena tenda, onde me retugiei com tudo quc
e contacoma ajudadosdeuses, püdera
sah . V€rÌtou com múta forcn naqueÌa noite e, pela ÌnanÌÌã, quando
o heródofilnìeé unìhomem con
Ìêmpôraneo que teÌÌìapenasos sâí para obsel'lrì! já não ha\ia mais Ììenhum barco à üsta. Fiquei um tmto
rêcursos oanaüTeza paíasaÌisÌa surpreso, ma-, me refiz ao reflettu que não perdcra tcmpo lem poupra esloÈ
zersuasnecêssidades bésicas,
ao ços pam tiÌìar dele tudo que me pudesse scr dc uiiÌidìde e que dc fato pouco
rnesmo tempoqle precisa man reslara ali que eu ainda seÌia capaz de tràzer, caso tivcssc riclo mais tcmpo. 1...1
tersuasandadementaea espe- Nrinha]] pe$pecti\tìr eran soDbdas, pois cono nno ndfEgdâ nese iÌhn
rançâoê sêrresqaraoo. sem arÌtes ser impelido a $ande disdncia por üoÌent tempestade, ou seja,
a z centenas de légìu! fora d"s roiÀs habìtuais de coméÌ.io, tinhâ rzão sufrciente
õÉ parà ver tudo como üma determinação dos Céus. pda que nesseluga desÌado
e d€ modo ião desolador eu terminasse os meu dias. IágÌimõ rcÌayd copiosa-
Ìnenie peÌo merr roÍo enquanto fuia 1âisreÍÌexõcs, c ãÌgxnõ1czcs peq+uÌtava
â mim mesmo por que a Pro\ndênciâ ìadnava su6 criatuÌas dessafomâ, lan-
çaÌìdcas na mais aìrsoÌuta miséria, abàr'Ì&rÌadas, cÌesmpaÌ?cÌas e a riÌ ponto
desespemdas, qüe ateÌìtafia coniÌa a rìzão agrldeceÌ poÌ semelhante úda.
Mas sempre brolava em mim âtgo quc detinha tais pensamentos c me
I3A CAP|TULO
3
LIÏE RATUR A
--
O condede MontecÍisto
l. lxptiquequesentimentosdominâmEdmundoDantèsno momento
tortaezadelí, Mâtsêhâ,Frânça,
1999 em que eeen(onlrddiãntedo cadáverdo ãmi9o.
>
é qênera(l):o épicae a líti.o 39 a
LiÍeraÍura
I.IIERAÍURÀ
-
Urgantee confidencial
Dispaúndo por deríís
nem a alDa do .orpo
quf ficou em outfo llÌga.
elâ mata com os oÌhos.
() olha. não erfa o aho Só um pouco dâ roz, sem vol|ì
enì pala\Ìas iìnais
mâs apenas as pedns p.rtpddo lágrimâs no espelho
onde ele bate e quebra. monaÌisa e incóluÌne.
l IrT\sl l l H o \,..ndo,a.!a .. \04,ã., ta'ì taa.
R i ,, ì-l , r',,-'.i , l qa:
','\,,.
r O gênerolírico
NaGÍéca Antiga,ãsepopéias curÌìpr
ran a importãnteÍunçãoded vulgar
os dease vaoTes queorganzavama vda napors(emgfego,c/dade ou
estado).Ospoemas épicos,porénì, nãorespondiâm ao anseo hurÌìano de
expressào ìndividuãl" subietiva
A poesialírìcasurgecon'ìolrna formâde ãlendera esseanseo. Elase
deÍlnepelaexpressãode sentiÍlìentos pessoais.
e erÌìoçóes Umaoutramarca
caÍacteÍíst
cadesuaestruturaé o fatodedarvoza urnsujeitolírìco,difeÍen-
te da nãrraçãompessoaprópriada épca.
Emumatêntatvêde expjcara relaçãoenÍe a poesa e a expressão de
o poetanoÍte-amercano
sentÍÌìentos, RobertFrostdlziaqueo poemanasce
deurnnónagaÍganta, deurnsentmentodequealgoestáerrado,dassauda
desdecêsã, dãsãmãrguras doamolpafa9anfiarloÍrÌìa nopensamento, que
encontra aspalavras
exatasparaexpressá-lo.
{@
O g è n e ro In i (oo" i p ìe. poddnro.co-odo-êl e" f oJê .^" orodrr,Ldi
o e L h r:L o o u er poeÌdti (o n dr' " s.d d e.p es-" odo - .noo - e ro. ou
s e tè .è a o e ç rt _ entos.erocoeí e " ]" do oê esor' Ìo
| 40 cApÌTULa
3
TITENAÌU R A
Asprimeiras
manifestações
líricas
i No início,os poemasírcoseÍamcêntados, qeramenÌeacompênhados
pea lra,urninstrurnento musicalde cordas.Foido nomedesgeinstrumento
quedeÍivoua denomnaçãodo gêneroliÌeráriocoÍÌìolírico
Aseparaçãoentre poeeae músicasóaconleceu deposdainvençãodâ lmpren
sa,nosécuo Xl quando a cultura passou
escrila a preva
ecefsobrea culturaora. É
poressarazão que,parâosântgos,a lírcaé sempreãssocadaà músicaê ãocanto,
enquanto,paÍaosmodernos, e asedefineessenc
aìmente peaexpresúo subletiva.
EmboÍa vár os poetasda Ant gü dadetenharnsededcadoà cornposição
Apo/o.om/m, pratode.erém.a,pêça
ArqleoóqcodeDeÍos,Grécia. de poemasíÍicos,
do l,,luse! essegêneÍoiterárionãoeÍatãovaoÍ zadoquantoo éplco *
ou o ofatÌlatco.
Foisomente no Renasc menÌoitalanoquea poesa deexpressão subjetiva
ganhouo reconheclÍlìento equvaênteao dosdemaisgêneros.ssoaconte-
ceuquandoo gostodo púbico e tor fo conqustadopelapoesiaarÌìorosa de
PetraÍcae seusseguidores Desse mornento eTndiante,consoidou-sêa iden
tÌícaçãoda írcacomoumdostrêsgÍandes gênêros lteráros.
Formas
da lírica
Desde o nascinìentoda Íicâ,várasforamasestruturas
utilzadasnacom-
poslçáodepoemas. A gumas setornaram maisconhecdas,unìavezquepeÊ
rÌraneceTarfeTnusoao ongodossécuos 5ãoelas:
. A elegia:poemâsurgido naGréca Antiqaquetratadeêcontecìmen-
tostr stes,mLlÌâsvezesenfocando a mortede umentequerdo ou de
algumapêrsonã dadepúbica.
i . A écloga:poernãpastorI que retratãã vldêbucólica
dospastores,em
unìaTnbiente cãmpestrê.Muto desenvov doentreossécuosXVeXVll.
. A ode:poematambémoÍignadonaGréca Antigaqueexata valores
_ob.êç. .à'".rê'za_dosepeo ton dê lo-\d(áo.
3 . O soneto:a rnaisconhec da dasfoÍmaslíÍcas.Poerna de l4 veÍsos,
organzadosern duasestrofes de quatÍove5os(quartetos) ê duas
estrotesde trêsveÍsos(tercetos).
A estÍutuÍâdo soneto
Asduaspr me rasestrotes do sonetoapÍesentam o desenvolvimento
do
temae ãsduâsú t mas,suaconclusão. Essaestfutura
revela
forteinfluência
do Renasc mento,po s a literaturadessaépocaé marcadapeo desejode
soucionâr o embateentreÍazãoe emoção. A formado sonetoustrauma
lentativade conciar essas duasrìranifestações
humanas aparenternente
porquepÍocuÍasubmeter
tão contlitãntes, os sentmentos e erÌìoções
hu-
manas a !rnaexposição mas óglcaou raconal
Combasenopoema deFlorbelaEspanca,
vamos analsara
estrutura
dosoneto
o poderda poesia
NoÍ lm€Mentesperqosas ldeiohn N 5mth, EUA,I 995),LoLrAnne
lohnsoné
urnãprolessoraqueprocura inspirarsêLrs
a unosa desafarosestêÍêóÌìpos
socias
queihe5sãoÌÌìpostos. os,eLapronìovêã
Paranìotivá- leturadãpoesalÍrcã.1ána
o filósoíogreqoPlatãopropÕê
Antigüidade, dospoetãs
a expulsão da Repúbica,
suac dadeutópca,ao Íe.onhecer coÍno"slbversvo"o podêrda êxpressão de
sentmentose emôçóes. Vocêdchaquea poesapodê nspiÍar asp€ssoasa ques
. o' ì i ' - ilê
n*"cri*s,.rwlw*fi"
Fanatismo
Mình'àÌmà, de sonhd-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de tever! Dêeenvolvimentodo tema
Não és sequeÌ razáo do meu úveÌ, NosdÒsprimerosquãÍ1etos,
oe! lÍrico(!mamu
Pois que tu ésjá toda a minhavida! her)Íevêaâ ío(ê dô âmorqle sentêsêusôlhos
ênxeÍgam apenasoamado (porisso
"andamcegoí'),
quesetÍaníoÌmou nasuaprópriavda.PoÌe$emo-
Não vejo nada âssim enÌouquecida...
tivoaÍ rmê êrsemprea mesmahiíór á nôsêrámê
Pãrso ÌÌo mundo, Ìneu Amor, a Ìer do:ahnóradoseLâmÕr, dôsentmento q!ê a aÊ
No misterioso Ìirro do teu ser ebaÌaetoma.ontade5euser
AmesÌna história taÌìtâs vezesÌidâl
'Tudo no mundo é 1ïágiÌ, tudo passL.."
Aooúvr ã ôp nìãodeoltrasp6oas sobÍea iransto
Quando me dizenì isso, toda a graça redêdedoamoÍ("Ìudono mundoéÍráql,tudopas'
Duma boca divina Íina em mnnl sa"),ô eu iÍìcoEpondecoma " ósica"dosselssen'
tmêntoscomooseÍamadoseto.nousua própravda,
E, olhos postos em ti, digo de rastrosl ee pasu a serse! "PÍincJpo" e çü "Fm" É M
"Ah! Podemvoar mundos, moÌÌer astros, racocino quenosea â ómpreê.der 6 vê6o5í naÈ:
nãoháa.ont€ mên1o, pormaìoÌqle eleseja,cêpazde
que tu és como Deus: Púncípio e Fiml..." enhaqúêcef o poderdeseamor,a pontodedestÌuí- o
ESPANC,A' FLnÍbell^. Pmà\ dr FüÌL*.L1Egann.
Sâo ?àú1ô: Àf.Ì titu Fortes, 199tì. EJ o..-m,' .r.e,l".
aE@podesèÍdefinido
RitÍno cornoum movímentoÍegulaí reperitivo.
Na música,éa
srcessao de temoosÍo4ese Í acoso-Ê psràbeEleo ríro. Ndpoêsid,elee n d.cddo
oanopa"1e"teperdaleÍráncie e.ìrÍèãcêrtosrsilèbas
âto.dúór.u\ie pdJsas.
o efeltorítmicocÍiadopelaspãlavras
Obserye poema.
no seguinte
Mw sonho
Fxt Ca\ãleiro, quem és?o remolso?
Carãleiro d.ìsarmasescuÌãs, Do corcel te dehìrçâs no dolìso...
Onde ìs pelasÌre\ãs impuÌìs E galopardo vale atrâvés...
Com a espadâsanguentana mão? Oh! da estrâdââcodândo /s poeirâs
Por que brilhânì t€usolhos ardentes Não escutagÌitâx .ìscaveill
E gemidosnoslábiosfrem€ntes È moder-te o fantâsrììâÌì(x És?
Veriem fogo do teü coração? t...1
AzE\ÌEDo, Âva..s d.- ,iz rò ú1rz a,o!
são raulo: AÈliê Editorial, 1999. (Fragmento) .
FrontispTcio
daobÉ de PèÍãÍcâ,€m ediçàode 1549 Peça
do àceNoda Bb otecaNacónalda Espanha, €m Màdr.
a 42 CA TULA
3
TITERAïURA
-'
,, É possível,
a pãrtirda leiturado poema,construiruma imagemdo
eu lírico.Que experiências pode ter tido âìguémque diz coisas
r Explique
comovocêforÍnouta magem.
. M CA P T ULA 3
LITERAÌU R A
-.
f 46 CAPITULj3
Poroossistir
F
i . o conde de Mante crísto,
a de KevinReynôdsEUA,
Adaptaçãopara ocinema Í 2002.
do poemaépko de Home Adaptaçãoparêo ctnêma
f o.E m1193a .CP.,á ri sfÌl, h o do conheci doromancêde
do rej d€ TÍóiâ,rãptaHele A l exandreD umas.O fi l me
na,esPosa de Menelau, um íocãl i zaodesej odevi ngan-
dos reisgregos.E$e acon ça que dá fo(êr ao jovem
tecimentodá inkio a uma E dmundoD antèsparâ so-
sangrentã batalha,quê,por brevlvernosanosque passâ
maisde umadé.ada,opõe ãpri sl onãdonâÍortal ezade
l f. Quandoconsegueíu9i r-"
encontraru m tesouro, dé inícioao seup êno parêdes
truir 05responsáve s pela sua prisão.
Poroouviríì
Aífonsa Romanode sant annè potTônia
O seloLuzda cidadereuniu,na cole- CaíeÌo. Riode lânero LLrz
da Cidade,
ção PoesiãFãlada,grãvãçôes famosas 199E.Poesia Êaada,v l
dea guns do s meh o re sp o e m ãds e ã u Destêq!êparã o poema "Epitéfio pêrao
toresbraslleiros
dedamadospelospró séc.xX", em quê AÍÍonsoRomânoÍaz umã
priospoêtasou ppr âtoresconhe(idos. releiturãdosa(ontecimentos
mãismafcãntes
Víníciusde Mones por Odete Lan.
Riodeiaie r o L | ]?d a C i d a d e1, 9 9 8 . o ton de Adélia Pftda. Beo Hatl7-ar|e
K afmnì,2000.
Destãquepara os conhecidossonê' N esse C D ,A déÌa P radodecl ãmapoem as
tos dê sepaíaçãoe de fidelidâde,aiém de seu livro O/éculosde málo acompanha
. lo bel' s s ì mpoo e m a" Pá tri am i n h a " . da pel ãtri l hasonorade MauroR odri gu es.
Cenêda peça6ola d';g!r, .ôm B b Fêff€ra no pape de loana.Ìexto de Ch.o Buarquee Pauo
Pontes,d reçãode Giann Ratto,Ro d€ lane ro, 1975
4
CAPIIULA
G!@
O que você deverá saberao
1, Descrevê, a Íoto que abre estecapítulo.
resumidamente.
1, O que é o gênerc drènático 2. Qualpodesera relação pessoàs?
entÍeessas lustifique.
. Cono secamcErizàn umà t. Peloolhârdâmulheredo menino,podemos
deduzirqueeíão oÍhan-
tragédia e una conédia. do parãoutrâ pessoa.
Comopodeserdescritoo olhãrdo menino?
. Qual é à difeíença ente rE od a mu lh e r?
4, Quetipo de posturapodeseridentiÍicado
no gestoe no olharda
2. Quais são as linitações do mulher?Exolique.
conceitode gênerc litètário
5. A Íoto mostra uma cenê da montâgemde 1975da peça Gofa
dãgua. O que essacenãsugere?
E- Jr a Ê ore,enl dl do
raatal ,cèddcenãe u n" Jr d.o. de a\;o.
Primeiro Ato
Em1975,Pauo Pontes eChco
BuaÍque adâptaram a tragédia t...1
gÍegaMedéla,de Euípedês,o- Apaga a luz do set dasvizinhas;orquestrasobe;
calzando-a em unì slbúÍbiodo JAsÃOi/al aparecerdono outro lada do palca;
RiodeJaneiío. NaÍagédiacarÌo- JOANA,fazendomovimentosqqe coffesponderão
caurbana,Medéiaéloana,com-
pãnheÍâ de Jãsão,!m samblsta à suacaminhadaaté em casa,começaa cantar.
queaabandona parasecasar com
Alma,filhado podêroso enìpre- J OA NA Quándo mFu bem-que' eì me ül
sáÍloCreonie.Conìovingança, Estou certa qüe há de ür atlás
loênêmâtãôsí hose çesLri.dê Há de me seguir por todos
Ambentâdaemlrmconjuntoha- Todos, todos, todos os umbrais
bitaclonal,60râ dãgua pÍopÕe,
comoPanode fundo Paràessa
históra.a vidadiÍlcildos
ÍnoÍêdo: Nafn da Lançat,JASÃOe JO/NA encanÍïanaefente úírènte
Íesda V a do À,4eio Diâ.O pape JASAO Jozna.. (r,npò
d,"Joana,naprimeira encenação que é queveio fazeraquì,,Jasão?
(Teml)a)
JOANA
d-"Gotádãgua,fo fe to pelaatr z
quêaparecê
B bi FerÍêira, nâfoto JASÀo como rail
de aberlurã desiecapÍtulo. JOANA Fala baixo que os meninos tão
é qenüa(ll):o dranatis. 49 a
LiÍeratura
L I TER AT U R A
.50 CAPITULA
4
t: TIIERA T U R A
I
7, Queêlementosda linguagem
teâtralestãoindicados
no textode
Gotad'águê?
8. Emtorno de qual acontecimento
seorganizaâ cenaque vocêleu?
L O comportamentoe a Íala daspersonagens nospermitemperce-
ber seueíado de espíritodurantea cena.Comovocêdescreveria
9
asemoçõesde Joanae de Jasãonessediálogo?
íO,PelodiálogoêntreJoànae Jasão,é possível
ìmâginaro Íato desen-
cadeadordâ tragédiaapresentada em Gotadãgua. ldentìfique-o.
O lamento
deJoana
Asmúsi(as
de Gotadãgua Gota d,'água
Já lhe dei nìeu coì"o, ninha alegÌia
Já estânqDeimeu smgre qumdo fema
Olha a voz que me resta
Olha a \€ia que saÌta
Olha a gola que falta pro desfecho da festa
Por ÍãvoÌ
Deixe em pâz meu coração
Que ele é um pote até aqui de Ìnágoa
E qulquer desatenção,façâ não
Pode ser â gota d'água
Litefttuãé qènerc(11):
o dranáüca 51 a
t I T ER A Ì U R A I
OulrossigniÍicados O gênerodramático
Nã ínguapoduguesa, o termo
dramâtambémfdz referêncid a AístóteesobseÌ1,/a, queotermodrama(dogregodrán:agr)faz
naPoética,
s tuaçÕesproblerÌláticas,como- referência aspessoasserenì
aofatode,nessestextos, repÍesentadas "ernaçáo".
ventes,de conflitoMvemosum o dramacomouÍrìdosgênerositerários,AÍ stóteles
Ao identificar conside-
draúa quando papaì perdeu a rouuTna caTacteTlstca
mpoÍtante
desses letosparaserrepresen-
textos:eraÍlì
emprcgo.).Pode, a nda,serdeuso tados,dramatizados.
maiscoloquiaparandca.ocom
portamênto ey€gerado deaÌguém
(Elaadarafazer dramê!). @
ÌêxtosdramáticossãoaqLreesemquê. "voznarrativa àsper,
" estáentregue F
sonagêns,quecontarna h stóriaporr.êiode d álogose monólogos.
r Origens
do gênero
dramático
i Emd vêrsas socedades pri
rntivaseÍacoTnurn a Teazação
de danças rtualísticas.
Acredi
a Ìava-sequea oançarenao po-
3 der de alteraralgumas condi-
t çõesnecessár asà sobrevvência
e ao oeTf-estar oaspessoas.
Comoos paÍtcipantes íepre
sentavarÌìd íeÍentespapéìs, há
queTn teconneça nessaaÌvroa
deo germedaencenação tea-
tral que defineo gênerodTa- f
Tnatlco.
Outraexpicaçãoparaê or
gemdo dramaseran-ìos Íest
vaisanuas reaizados,na Gíé
ciaAntga,eÍìrhonraao deus
Djonísio (ouBaco,paraosroÍlìa-
not. Nesses Íestivais,
bebia-s,^
e
Rtúâxâvântê
Wànaridobê,
a dea cantava-se paÍa ouvafo deus.
PmenteBarbosa,
múnc1pÕ de A ernbriaguezeravsta cornournestádoquefacÌitavaa entradadospartic-
pantesem outÍad ffrensão
No nicio,haviaapenas urncoroqueentoava os hinos,chamados diti
râmbos,que naÍavaTn passagens da v da de Dionís o. Depois, essecoTo
oi o vididoen p e rg u n t aest o s p o ra cs o oo e n a d aoso u r (o ie u o e -
genteou d retordo coro).I\/lais tarde,surgu o hypokrités, o ator protago-
nista,slmbolizado porTéspis, urnpoetagrego.Nasca, assm, a tragédia.
A representaçãodoatorpToÌagonlsta pÍovocava sentirnentos nocoro,que,
nesse mornento,trênsfoÍmava se ern platé a, porque avaliava o cornpoÍta
Mudania
desentido mentodo protagonista. Cãntãndo, o coroÍespond a a e e, paraconcordaÍ ou
Emgrêgo,o termo hypokr,lés
laza referèncja
ao intérpÍetede EssaexpicaçãopaÍaa origemdo gênerodÍamático destaca
doiselernentos
umsonho,de umavÈão,e desig que,atéhoje,sãoessenciaÌs
paraessetipo do públcoe
detêxto:a irnportânca
nav?tambéri uÍÍ adv nho, uÍn a possbi idadededesencadear
emoções porrneioda represenÌação.
profeta,um atoí Hole,por urna
expdnsão do sênÌidoor g nâ, o
adj€tivoh4rócrtâcaÍacterizâ o r O gênerodramático
naGrécia
Antiga
compoiramentof ako,dìssimulâdo
O gênerodramático,
na GréciaAntigã,desenvo
veu-sepor meiode duas
r odèldêdes: