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Arte,literatura

e seusagentes
Em todos os tempo' em todos os lugarcs,homense mulheres
de difercntesculturcs,costume' credos,etniaspÍoduzíram arte.
Por quê7O que é afte? O que explìcaesseimpulsode criação, i
essane.ess/dadede manífestarsímbolícamente a vida?
Ao longo destecapítulovocêpoderá pensarsobreeiias guestões.
Elasintrcduzem uma reflexãosobrealgunsaspectos
do conhecimentoe do fãzer humano.

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Haring,Keith Ándándona chlva 24o!t.1989


Esmate e acril.o sobrêtelê, 1,82cm x 2,43 cm

CAP|IULa
1
O que vocè deverá saberao
Í. Observe o quadrode KeithHaring.
r Quecores predorn
nam?
L Q Uê r elaç ãa ê x i J te e rtrê r Quefigura(s)você
vêp ntâdãG)
noquãdrol
ârte e reptêsêntaçào.
2. ot possívek sentídos atri- 2. JuliaGruen,curadora de umâdâsexposições
on /inede KeìthHa-
sobreo quadroapresentado:
ring,Íez a seguinteafirmação
3. Quais agentes pafticípan O qur.lro fü um:1retèÌôrÌcìa produzntlspelâpolui
àsmuraçi)cs
da produçâo artístìca. ção e pela chu\ã á.i.h.
é
4, Que relaçãohá entre arte e r Comoâsimaqens
do quadrotraduzem
essaintençáo?
Ao respondel
considere
também
o títuo daobra.
. As íunções do texto lite-
3, O modocomoHaringpintouessequadronosobrigaa interpretar
o olhardo artìstaparâa realidade, comessaâÍir
Vocêconcorda
. Qual é à ìn'portância do
mação? Justifique.
leitor para o texto lìterário.
4. A Íot o a s e g u irmo s t ra o e Í e it o d a c h u v â é c iduôma
e mÍ lo res t a d a
A lem a n h a ,

Queelementos dafoto vocêdestacara?


Obserue provocado
o contraste pelascoresda
produz?
CompaÍea lotocorÌìo quêdro
deKeth Harn9:quêrs
sãoas nten(oes
decadauÍf? Comofealzam essasintençÕes?

KeithHaring(19581990)peF
tenceÈ ger!çáode aÍnas norte DeÍinesetexto conìoa go quê podêsêrlido ê intêrpretado, q!€ pro
anìercênos do5ano51980qLe pÕeLrmsentidof na d Íer€nÌ€do senÌdo de cadaurnada5partesoLre ê
agregoLr êsartesplê9tcas ouÌras r.entoç qLrêo constrtLrem,
q!e suq€reou rev€! uma nten!áo e5pê.i1ca
fôrmasdeartê mrãdac! turah/P'
hop,sLra obraaliolrelêrnentosda QLrândofa ãmos dê texto, poÍtanto, dentí.ãnìos LrnìLrsodâ llngLra-
culturêpop(exÍ.ídosdo Lrnverso geìÌ (vefba oLrnão-vêfba ) q!€ tenì s qn íicãdo,un ddd€ (é LrrfconlLrnto
dâ lV e dasHQs)âoLrnv€Ísodas e n ìqLrêaspârÌesgam 5eLrmae èsouÍat e ftenção oquecontêÍê exç
ruas(cãÍÍos,
vioêncìâ, rìu Ìdóês). tênciaão têxto é sLrâpo5sb dddede eiur. e de nterpreta(ao

r Combasenessas nformações, o quadrode Keith


vocêconsideraria
Explque
Narng Lrmtexto?Èa foto daf oresta?

Ádê, /rlêËturáe Je!5a.renies 3 I


IITERATURA
-

Artee representação
Nafoto dachuvaácÌda,ldentficamoselementosdaÍeaidadequenossão
O quadrode HarngtaTnbém
famI ares,comoa chuvae asárvores. nosremê-
te a elementos cornoa próprachuvã.
da realdade, IvlasnestêelaapaÍece
Tecfiaoa,
TepÍeSenraoa.
O quedistingue
realdadedef cção?Esses
dosconcetossãornuiioimportan-
tesquandotrabaharnoscoma eituradetextosveÍbas ou não-verbais.

i
Realidâdêé tudo âquiloque exlsteno mLìndoconhecdo,que ìd€ntiíjcamos
como concretoou qLrerêcontìêceraos coÍnovefdadero
A Íicção,poÍ sla vez,relaciona-se
à cr ação,à invenção,
à fantasa, ao magnáro
Nessesentido, aliccão pfomoveaconstruçãode uma reãlidade paÍdatender
a unì obj€tvo especítico(pronìovera reflexão,encantaÍ,crticêr,divertir,etc.) Os
nundos f cc ona s podemcoÍesponderè rea dade,talcomo a conheceíìros, ou
propornova5rea dêdes,intelraÍn€nÌeimaginadas.

Assirn,todâobíã de arteé urnarepresentação


da realidade.l\4esmo
quando seocupadee ementos emquepodeÌ|osI
da é Íepresentação.
Observe estequadrode Caravaggio,
plntoÍ taiano do
sécuo XVI.
Nessequadro,TeconheceÍTros
e erÌìentosdo rea, comoasfrutas,
a cesta,o aparadoÍ. N,4as
asfÍutas,
pintadas conìbrÌhoe ÍeaisÍÌìo,es-
. tãocurdadosamente coocadas em
urÌìacestae o rnodocomo-ostão
2 disposÌas atÍa o o har,formando
urnacompos çãoconcebida para
q!e todaselasapaÍeçam, paraque
ãs ÍolhêsLaterais criemum certo
equilibÍio.
Trata-sedeurnarepÍesen-
tação,porquea orgânizãção do
quadrorevela o ohar singuar do
artista,que escolheu um modode
repÍesentarfrutas e folhasparacau-
sãrdetêfrninada impressão no ob-
seÌvador

CaÍaragdo,
Cesta
de ftutas,15-71
Óêô5obre1ea,47
cmx 62cm.

Algunssentidos
daarte
A históradêhumandadeé maÍcêda pelacÍiaçáodeobletosqLte
nosaux
iam a superãrnossasirnitaçõesfísicas.
UrÌìtelescóp po
o, r exemplo,Íunciona
comolma poderosa extensão do o ho hurnano. Tratores
e máquinaspeTm,
tem quea teía selatrabalhada de modornaisrápdo e êf c ente.
Pormeiodâ observáção e da análsedesses obietos,podemosforrnuar
a gurnashipótesessobreasd ferentes necess dadesquesempredesafiaÍam o
seTnumano.

. 4 CAP|TULa
1
TITENA T U R A
-

As crações,porém,nãoselm taTamà nvenção e à produçáode objêtos


de usoprátco.A arteseÍÌìpÍe
ocupouugar signiflcatvo navidade todasas
socedades humanas. OsmaisantigosobletosartístcosquechegaÍam aténós
l sáopequenas figuras porvoltado ano25000a.C.Supóe-se
esculpidas que,
? com o auxíiodessas imagens,nossosantepassados tentavamcontrolarou
aplacarasfofçasdanatureza.PaÍaeies,
símbolos deanirnais e pessoas
tinham
urnasigniÍcaçãornágica,sobrenatural.
Queimpusolevounossos anceirra
s a rcpÍesentaTem,dealgumamaneira, a
vidaque evavam e o quesentâm?EpoÍque,desdeentão, todososseÍeshurna-
nos,emtodasasculturas, emtodososternpos e lugaÍes,produzirarn
arte?
{
"Vênusd€Wi erdorf,enatueta de
cací o do períodoPae! il co
r O queé arte,afinal?
Superor(cêrca
dê25000â 22000
a.C.),encôntrêdêem1908nas AsmutasÍespostas possíveis
paraa pergunta sobÍeo quedeíineartevaria-
proxmdades dac dadede ÍaÍÌì mensaÍÌìenteao longoda história.
W I endorf,naAustÍia. DuranteÍlìutoterÌìpo,a aÍtefo entenddacoÍÌ,carepresentãçãodo belo.
Maso queé belo?O queessapaavras gníicaparanós,ocidenta s,hoje,
e o ques gnifcouparaospovosdo Otienteou paraoseuTopeus quevvêram
na ldadeN,4éd a?
NaAntigúdade,por exemplo, o beloestavacondc onadoaoconceitode
harmona e proporção entreas JotnTas. Poressernotvo,o idea de bêlêza
í entreosgregos ganhaforma nareprêsentaçãodosseres humânos. vstoscomo
modelode pêrfeiçáo.
Noséculo XlX,o Ronìantismo adotaíáossentimentose a irnagnaçáo como
princíposdacraçãoaftístca. O belodesvincula-se dahaÍmon a dasÍorrnãs.
Do sécuo XXem diante,dlferentes íormasde conceber o signficadoe o
mododo íazeÍaÍtístco impuseraÍn novasreÍexÕês ao campoda ane.Desde
êntão,e a deixade seraÌlenasa representa(áo do bêo e passêa expressar
3
tambéÍlìo rnovimento, geométrcâ clasÍormasexis
a luzou a interpÍetêção
têntes,ou até recrando-as. EÍna gunscasos, chegaa enfrentar o desaÍo de
representaro nconsciente humano.Portudoisso,a artepodeseÍentendida
comoã peÍmanente rê(riação de umalinguagem.
Afìrma-se tanìbém, entretanlasoutÍaspossiblidades,comomeìodeprovo-
cara reflexãonoobservadoísobÍe o lugêrdaprópraartênasocedadedeconsu-
moousobrea relaçáo entreo pÍóprioobservadore o objetoobservado. Ouseja,
a artepodeserurnaprovocação, espa(odê reflexãoe dê interrogação

As váriasformasda arte
Quando lmprm u sla arienaspêredes
dãscavernas,
oserhumano conìeçou
a
sevãleÍ paracriarrepÍesentaçÕes
de nìagens e daprópravda.Desde
domÌrndo
êntão,
mìrta5outrasmaniíesta(Õês
aarkiicas
sesomafam
a èssemododeÍepre
Estátua
de umaamazona. senlaçao.
Obràdô escúiorgregÕCréslas, Pintura,
esorltura, r.ú-
sécVlVa.C.Nâânegrega,
Ë
f otogÌâ-
sica,arqlltetuÍa,
a beezasemaniÍeÍanaharmon a fia,dânçâ, c nema,ltera- ?
e napÍoporçãold,ê.dasÍorma5 tuÍã ora € escÍitasãoa
gumas dasmaniÍeíaçÕes
da aircqueconhecemos
t'é
hoje€ pormeiodasquas
podemos coníruirmun- :
doslccionais e expÍessar 5
nossas lnterpretaçÕ-ôs da 3
realìdadee os rnodosde Cenado espetéculoSáhwáãd Ruada encanÍrc,
5ãoPauo,2004D reçãoe co.c€pçáode valdoBêrtàzo

Arte,lìteãÍuq e seusaqentes 5 a
L I Ï ER AI U N A
-

Todacração press!póe umcriadorquefitrae a reaidadee nospermite


recria
? suainterpretaçáo.
A afte,dessepontodevista,é tambémo reÍlexodo artistâ,
e
deseusideas,dêseuÍnododevere decompreender o mundo.
Comotodo artistaestásempfenseTdoem um tempo,em umacultura
comsuahistóriae suastradições, a obrêque produzserásempre, em certa
medida,ã expressão de suaépoca,dê suacultura.
SeÍiaposívelacrescentar outrâsobservações sobreos diversos s gnifica-
dosquepodeassurnir a artea cãdaobraanalsada. No entanto, a Íeflexão
paradara medidadosrnuitoshorzontesquea arte
feta atéaqulé suficiente
nosabree dasrealzações queelapossibillta
comoformade repÍesentaçáo.

Rlbens,PeterPau. O/i//gamentode PJrÀ


(detêlhê),
1632-35. ó eosobrepaie, L Observeo quâdro de Magritte. :
199cm I 379cff O deade beleza lá Ío I No quadro,pode-seer a segunte af Ê
rnutodiferenìe
do âtual.obsetoecomose mação:"lstonãoé umamaçá".Consi
retratava
a belezâ
íeminnâne íormas deÍandoa magem,comovocêexplca-
generosâsdasmllheres renascentíâs I
Ía essaaf rmação?
r VocêconsideraÍia
a propoíade Mâgrtte -e
umaobrade arte?
Mêgritte,
René.
btonãôé ,na maçã,1964 3
Ë
Oleo
sobreÌela,152côrx 100.m.
A p ituÊ deReiéf,1à9t1e(1898-1967) marco!
ê anedosécu o XX.Sêlsquãdlosnterrcgân a
própÍia natlezadap nturae ê açãodo p nror
sobreaimaqemComumhumorcoÍosvo, j
Íezdap ntura.strúmentode
l\,4agrte um
côrhêcmentoln*pârávedo mstéro.
ó
2. Leiaagora esteÍrâgmento de'4 mefâmorfose.
Reparecofiìoeementosdo mundorea contrbuempaÍãqu€,como eito-
res,ãceitêmosa cÍaçãoíiccionalpropostapelonaffãdor.

Qumdo certa mmhà CÌegor Smsa âcordoü de sonhos inhãnqülos,


emquadrinhos
Metamorfos€ encontÌou4e em sua cma meramorfoseado nun insero monstruoso. Estz-
va deitado sobre suascostâsdüâs como couraça e, âo lelântãr um pouco a
cab€ça,\'iu Fu ventre abaulado, mürom, di\idido por reÍrm! arqueaddj
n o ro p od o q u al , , úbFru I' pre\ â d..l ,r' dF \e/. Ji nd" m,l ,u' ü1hr.
'"
Suasnümerosas pernas. lastima\elÌnente finõ em comparação com o volu
me do res|o do corDo, tÍemuÌavam desâürDüadas diante dos seusolhos-
o que aconteceucomigol - pensou.
Não era um sonho. Seu quâÌto; m aurênti-
co qudto hÌnâno, ú qÌìe un pouco peqÌÌe,
O artstagráflconorte-america- no demais,p€rmdecia caÌmo entre 6 qua-
no PeterKupeÍíez umaãdãptã- ht pftdes bem conhecidtr. Sobreames,
na quaÌ seespalha\q deÉmprcoiado, m
çâodeÁ melamolos€,de Kafkã,
mostÍuário de tecidos - Samsaen cai
Paraquaddnhos. Ciador da tiÍa
xeirGviajante -, pcDdia a imagem qüe
spy !.s..çpy,pLrbllcada
na.revsta
Mad eleprocurou exploraraveia ele havia recoÍtado íàzia pouco tempo
humorÍíÌcâ da história
deGÍegor de uma revista iÌusrÌada e coÌocâdo
Samsa. Kupertevea idéÌadepois nurììa bela moldua dou.nda Represen-
de descobÍir queo escritortinha tarã rúa dâmâ de châpéu de peÌe e boá
ãcessos 0e nsoao eÍ passaqens de p€le que, sentada em posição erera,
dessêobra,que,paramuitoslêi- erguiã ao enconao do espectâdoru pe
tores,é ãssustadoÍae sombÍã. edo regaÌo rãmbem de pele, no quaÌ desa
pdecia todo o seu mtebÊço.

. 6 CAPIIULO
I
I.IIERAIUR A
-

O olhd de Cregor dirigiu-se entâo para ajmcta e o tempo turvo -


ouúam-se gotas de chuva batendo no zinco do parapeito - dêixou{ in-
teiÌamente meÌancóÌico.
Í<N tA r@t. A wM'L,to-.1r ducrc: Modero t c' onr
14. sja PJLIo:Conpc a:" di truô. lqS7.
'c'mp'í.-o

r ObsêÍve asinfoÍnìãçõesdo teKo sobreo qLlaÌ


to e a píofissãode Samsa.
ComovocêcaracteÍzaria a personagem a partirdesses dados?
a Samsa"encontrou-seem suacalÍìametamorfoseado numinsetomons-
de seunovocorpojustificao adjetivodeíacado?
truoso". A descriçáo
Porquè:
r.ProcuredescÍever comovocêimagna quea personagem tenhasesen-
tido qL"ndo sedeuco.ìlàde,satÍa'ì)Ío rd!áo.
I Indiqueos elerÍìentos
que,no texto,podeÌnseÍ considerados Íeaise o
@ roa, .ç.i. a. .'totu .n.ia .
.ôrprid! uedââo?€roçô. quevocê dentfcãriacomoirÍeã|.
Reg.lo: agàslho pam 6 nãos dô folm 3. Vocêviìr que â arte pode provocar,emocionâí,retrâtar uma épo(a,
nú ou nenos cilind.icã
etc. Paíâvocê,qual dessessentidosda arte é o mâis importante?
r Qua a obía (qualmúsica,filme ou Jivro)que mehof representa
esse
sentido?Explque porquê.

r Osagentes
da produção
artística
O contextode produção de umadeterminada obrapodenosdaÍ muitas
j
p stassobÍeseusigniíicãdo e sobreasintenções dequema produziu.
E Sea aÍtenosrevelaumãmaneira devero Tnundo, cadaartistarevelaseu
o harparaa reaidadedê seutempo,seleclonando e ementosque recriaem
€ suaS00ras.
O aarìstafÍancèsMârcelDu- Histófia,cultuÍã,ldeologia,Íeligáosãoalgunsdosfatores queJazem parte
champcêusou poêrnicã aoapre- do contextodo aÍtiia e qúecohtribuem para"moldaÍ"seuolhaÍ ndividual.
sentarobjetosdo cotidanocomo Nesse sentido,podemosidentiflcaÍ, nasescolhas que Íealiza, revela-
lndÍcios
obrasde arte,considerando que doresdessecontexto.
atê entao a aÌ1eera vtstacomo No rnornento da cração,alémde expÍessãr um olhãrindvidual,o aÍtista
ê umamãnilestaçáo eevada.que ta'nbérnpÍêservd vdloese.oqtLr'ìesdaeDocde-nquevivepàídèsgeraçóes
provocação há por trás dessaes-
futuras.expressando a godenatureza coletiva,social.Eleestabelecepormeio
colhado aÌÌía?
dassuasobrasum d álogocomos seuscontemporáneos e lhespropõe uma
reflexãosobreo contextoemqueestãoinseridos.
Todaobradearteinteragê comum público.O públicopassa, portanto,a
serconsideÍâdo um interlocutor e, por lsso,''participa",de ãlgumamaneira,
dâsescolhâsque o aÌtistafêZE,ao estabelecer um diálogocoma obra,paÊ
tcipa da construçáo dossentidos queessaobrãpodeexprimir
Todaobrasemanifesta emumadeterminada linguagem, quesedesen-
volveem umaestrutura,Alémd sso,a obracirculaem determnadomeio,
em deteÍmnadosupoÍte!t lizãdopararepfesentá-la. Porexemplo,um Íil-
rneproduzido paracinema é diferente deumfilmeproduzido parâTV que
temduÍacão menore momentos adequados aoscortesdosintervalos co-
merciais. É por issoqueo meo de circuaçãopodedeterminar a manêiÍa
de seconcebef um f me.
Duchamp, lúaÌce.Rodade Muto do significado dasintenções de quemproduziuumaobrade arte
ó,ttleia,1951 Rodade rneta podeseÍrevelado peloreconhecimento
montada sobrêbancode dosvários agêntesquecontrlbuíram
paÍasuacriação: o ârtista,o contextoerf queviveu,o públicoparao quâl
128,3cm x 63,8cm x 42 cnì. a obrafoi criãdae, âinda,ã linguaqeme a estrutura emquefoi pÍoduzida
ê seucontêxtode circulação-

Áde /rte.êturde ieu5dqenter 7 I


TI TER AT U R A

Je an- M ióel B as qu i a t1 1 9 6 0
1 9 8 E ) nas c êLrem N o v a Y o rk
(EUA )f , ho de paihdita n oe mã e Observe,no quadro de Leo
p o n o - Í quênnaE m r 9 l / c o .rìe nãÍdoda Vinci,comoa Mona
ço u a gr aÍ Ì Ì aft er Ì os n a s rL ra s LìsapãÍeceestarolhandoparã
nova-iorqlinas slra cêÍe ra ga nose pensanoo em atgo,com
nhou projêçãoão 1Íabahar coÍÌr seusorrisoenigmático.
o art slaAndyWâÍho.A obraqlre
produziureÍeie assuasinflLrènc â1
cLrluras, o arìrbi€nteurbanoêíÌ-l
q l revv a, a s la c of dç ã od e a Íts

Dâ V n., Leonãdo,Mona 16ã


1 5 0 ! 0 6 O e ô 5 ô b r ên a d e r a
77.m: s:.m

r Dequemodoos€ emeftospresentes no quadro,pr ncpamenteã pai


sageÍrì,contrbuernpãraque a aten!ãode quenìo observãselãdirc
conadapaÍaa JigLrrada N4onaLsa?
r Seo hafrnos comatenção, veremogqueã pàisaqem do adoesquerdo ;
nãose "encaxa ' coma do âdodifeto. Qu€eleto ssopÍovocaquando
o hamosparaa f,/lonaLsaT
r Qu€elerììentosda pasagemajudama daÍ "movmento"ao quâdro?
agoÍa,a Íeleituraquelean-Michel
2, Observe, BasqLriat
Íez do quadro
de Leonardodã Vinci.
:
l
!
è

1
?,

Basquiat
e a nota
deumdólaÍ
A g ! n5ê ênìentos da notade urn
d ó a rapar êc €m noqLr a d Ìo d eB d s
qLrêt.Conì elsa rÊlaçãôinterlex
1 u :, o ar ts t apaf êc eq l rê s to n ê ro
r QLreeementos,presentes no qladrc de Basquat, estêbelecemuan"d á
vao f d á ar t et r adlc on aal o a tr-
bu r à va iosístm. te a de Lêonar
oqo" corno quadÍode Dêvinc ?
do o va or nì. s ba xo da5 nolâç I Que€ emeftosdo quadÍor€vearn que e e fo p ntadoem Lrrnaépocê
diíerentedaquea em quefo p ntadaa Mora l/iá?
r QueinÌerpÍelaçôes o usodê nìâqemoÍ ginalprovo.anaobrade Basq uiat?
r As nlorrìraçÕêsquevocêtenìa respeÌtoda lvlonãLsâde DaVinc nf u-
]
€ncararììo seLro harpâraa [,r]ona Lsade Basquiat? Dequ€manera1
i r Consderando dscarãderíst casdo quadÍo anaisado, qu€t po de públ
co, na sLraopinão, teí ê nt€ressepor urnaobraconìoessa?

I A CAPIIULA1
LIÌERAÌURA
-

A artedaliteratura
umaaíanha
nomuseu Comoacontece coTaasoutrasartes,todasassocedades, todasascultu-
ras,êrntodosostêtnpose ugares,Ìlroduziram lteTatuTaeTTlsuaforTnaoÍa
ou escÍitaPorquê? Que atfbutosespecífcosteÍiaa paÍa
iteratura serÌìostrar

i: tãoimportante parahomens
Há rnuitasrespostas
e m!lheres
possíve
desde sempÍe?
s paÍaessapergunta,maso fato de ter sido
pÍoduzdapoÌcuturase eÌrìtempostãodifêÍentes
itetaturacumpteÍunçõesTnuto mpoÍtantes
nosperrÌìite
nassociedades
concu r quea
humanas.

-:
;a
Bourqeo s,Louise,
r Funções
do textoliterário
Aranha,1996.Erc.ze1/6,
l:8 cmx 668cmx 631cm A paavrê"função"aqulserefere ao papequea literatura
desenìpenha
nassociedades; urnpâpêlqueseconfgurou, emgrande parte,
a paÍtr daqu-
Sevocêvissea esculturaacrna
concuÌiaquee a é
enìunìmLrseu,
o queo púbicoleitoíreconheceu comovalornessa arteao ongodah stóriâ
consderddêumaobrade arte.O
portanÌo,queatrbuíramurnpapeà produção
da eÌtuÍa.Foramos lêitoÍes,
quee âtemde"artistrca
" ?Dscuta iteráriae quea rnantêrn
vivaatéhoje
comselscolegasevejaseelestêm
i. umâopinãosêmeh:ntêà sua. .. A literatura
nosfazsonhar
0s textostêm o poderdetransportar
o leitor,provocar
a êgraou tristeza,
diveÍtir
ou emocionar. Ernoulraspalavras,a lteraturanospermite'viver"
I outrasv das,sentiroLrtí45
emoçõese sensicõêçN,asse sentdo, a literatura
nosofereceLrmdescanso dosproblernâs cotidìanos,quandonosdes
cortinao espa(odo sonhoe da fantasia.
j

l
provoca
A literatura nossa
reflexão
seráqueos textoslteráriostêm o podeíde transíormara íeaidade,ou
existemapenaspêÍanosalivar o pesoda vidêcotdiana?Velao qLrepensa
JoséSêrãmago,escrtoÍportuguês conternporâneo,prênìio
NobeldeiteÍatu
ra em 1998,em entrevstaconcedida ao a'nalO Globo:

Josésáíãmâgo
é umdosmais

ranãoterno poderdemodifcara Ìeadãde,comoreconhece


A I teratu SaÍa-
Tnago, é câDaz
mascertaTnêntê detazercomquêâspessoas reãvãliema própfia
vidae mudemde comportarÌìento.Seesseefeitoé ãlcançãdo,o textoÌiterário
desempenha papetrançíoÍmãdor,
um rnportante aindaquedemodoindreto.
Pea Íesposta de Saramago,podemosd zerquea literatura podeprovo-
cara reflexãoe responder,poÍ meiodeconstruçÕes s mbójcas,a perguntas
cluen0!telarÌì05seresnumanos.

Áde,/rreËturrâ
erêusáqêntes 9 I
I . I Ì CR A I UR A
-

o códigoDaVinci
Gemendo de dot concentrou rodas
Sozinho,JacquesSaunière loltou ouüa vez o
as suâs fâcuÌdades e todâs as suâs for-
olhar paÌã o portão de ferro. Estampreso, e aspor-
iâs nâo se reabririam em menos de 20 minutos. ças. À Iènomenal tarefa que rinha di-
ante de si, sabia, iria exigir todos os se
Quândo aÌg!ém conseguissealcançá-lo,elejá estâ- gundos de úda que lhe restalm.
Ìia morto. Mesmo arlsim, o medo que agora o assâl'
ravàera müiro maior do que o dasua moÍte. BRo$ìrl, DaÌ. O didtpDa tÌtrd
Precisopassàrô segredoâdiúte. TËduçãôr Ceìina Ca€lcanre IaU.-Cook.
Riô deJaneüo:SeÍtâ.te, 2004 {Iagm€nür).
t...lJacquesSaunièreeÌa o únlco elo que resta
!a, o único guardião de um dos mais poderososse
gredosjamÍs srardados.
Tremendo, obrigou-sea Íicd de pé. Esse Dã y,ircium lvro de slrspensê
trechode O códll7o no
PrecisoencotrtEr uma maneira... qualas pintuÍasde Leonardo da Vinciescondem plstãspara
Estavâpreso dentro da Grande GaÌeriâ, e só ha- u r -,.é oo urod-rc- e.p..oì.ro.r'doq a .oo êd.
üaumapessoano mündo â quem eÌe podia pa$ar turapoded vertÍ, entreter.
EÍnpoucasInhas,o autorconse-
o bastão.1...1 guecrar umasitlraçao queprendea atenção do eitor

A literatura
diverte ;
A experiência
apaxonante de oassarhorasendoumbornlivroé íarÌìliar
a mutã5pe55oa5 emÌodoo mLrndo.
Ao acornpanhaÍasinvestigaçôes de um detetvecomurnarnenteógica
cornoa de Sherock Holmes, por exemplo, ou as análisêspsi(oógicasdo
nvestgadorPoirot,o letor sevê presoàspágnasdo livro,ansiosoporche-
garaodesfecho, geramenteinesperado.
E quemjá nãodeuboasr sadas soznhocomastrapalhadas cotidanas
que tantoscronistãs
reqistram,comose dissessem que ternostambémde
: ôr âôdêr â r r . la n Á ( m a ( m ^ ( 7

PorqueescÌèvo? Sejav ajandono tremquelevaos a unosparamaisum anoletivoem
NeÍe depomentodo €scÍitor HogwaÍts, nashistórias de HarryPotter,
sejavagandopelâTeÍra a,
uruguaioÉduaÍdo é pos-
Galeano, na naÍat va de O.Senhor dosAnéis, queernbarcaTn
os eitoTes ^/léd
nas ãven-
slvelobservar
a inìponânciã
da li- turaspropostas peloslivrosSabem que,aconteçao queacontecer,
terão
teratuíapêrãa comunhão entre semprêconsigo a memÓÍ a dasemoçóes sentidas
em cadaumade suas
jornadas literáÍãs.

A gente esúeve a pârtir de A literatura


nosaludaa construir
nossa
identidade
ma necesidade de comui.âçâo
Aindaouenasçae motrÂsó,o jôdvídtotêrna suaeystên.iamarcada pela
e de comunhão com os d€mais,
pda denuncid o que dói e com- coletvidade dequefazoartee queÍunclona sequndo"les" e "regÍas"pÍeesta-
patilhd o que dá aÌe8ria.A gen belecidas. Umdosprimerosdesafios a seremer'ìfrentadospeloserhumanoé
te esÌev€ cont€ a própria südão compÍeender que eise reqrassãoêssasdecidirq rais.lelãsdeveseguiíe quais
e à dos ouFos. A g€nte supõeque precisam serquestonadas demodoa permitirquesuaornadarndvidua tenha
a ÌiterâtuÍa tiansúite conheci- identidade oróoria.
menlo e atüâ sôbÌè ã lingu"gem NostextosllteráÍios.de certomodoentramos eÍn contatocom a nossa
e a conduta de quem a re€ebei históra, o que nosdá ã chancede compreender melhornossotempo,nossa
que ajudâ â nos coDheceúnos trajetóra comonação.O interessante, porérn,é queessa"históÍia"coletivaé
pda nos uìEfrosJuros... pormeiodashistórias
Í-^criada individuais,dasinúrneraspeÍsonagens presen
BRrTO,JoséDoningosde (Org.). tesnostextosque emos,ou pelospoernas quenostocamdealgumêmaneira.
PofCu,,sm, ?SãoPaulo:
Escria{rd,Ì99s.(Lign€nto). Comoletores,intefagrnoscomo que emos.Somos tocados pelasexperiên-
cas de letufasque,muitasvezes, evocamvivências pessoais e nosajudama
rcfetirsobrenossaidentidadeindividua e tambéma construí'la.

.1O CAPITUL)
1
TITERA T U BA
-

A literatura
nos"ensina
a viveÍ"
Comotodamanifestação artístÌca,
a lteraturaacompanha a traietória
hu-
rnanae, poÍ meiode palavras, constróimundosÍamliaÍes,em que pessoas
semelhantesa nósvivem problemãsidênticosaos nossos,e mundosÍantástcos,
povoados porseresimaginários, cujaexistênciaé garantdasomente poÍ meio
daspalavÍasque hesdáovida. Também exprime, pêlãcriação
poética,reílexões
e ernoçõesqueparecern sertão nossasquantodequemasÍegistÍou.
Porrneo daconvivênca cornpoemas e históriasq!êtraçamtantose diver-
sosdestinos, acabapor nosofereceÍpossibiidades
a llteratura de respostaa
i_dègècoes con,nsè todososse.es -urra-os
Nalteraturaesperamos encontÍatema gumades!asrnanifestaçÕes, uma
respostaquedêsentidoa nossaexistência, quenosaj!dea compreender um
poucomaisdenósmesmose denossavida.Ír lharessescaminhos da iteratu-
ra nospóeem contatodiretocoma nossahLrman dãdee ajudaa revelar urn
Doucode nósa nósmesmos,

A literatura
denuncia
a realidade
./
Emdiferentes rnornentos dahistóriahumana. a iteraturateve
ffijgnffiR&tr um papefundamenta: o de denunciara reâlidade,
sobÍetudoquãndosetoresda sociedade tentam
€ Umpoemadenúncia
r ocultá-la. Foi o que por
ocorreLr, exeÍnplo, du-
EÍe tÍêchodo poemã"No ranteo período da ditadura miitarno Bfasrl.
mundohár/ìutãsaÍmadhãs':de Naquelemomento,inúÍÌìeros escÍitoÌesar-
Ferre
raGuLlar,
denunciã
aÍâtãde .
Íi,(dãÍr d propria,ida pdraden-nriat eF
iguddadeentreaspessoas.
suasobras,a v olênca quetornavaa exs
r tênciaumaaventura arÍiscada.
i...1
Esús preso àüda como ouma Wf A leiÌ-rddê.sasoora\. nêsrìoouevF
5 varìos en sociêdâde deno(rarcae
úâu1a. S{ _rvÍe,'ìo' -nâ
e Estamos todos presos ec na a vaor|7ãrnos"o\.irÍêr-
K
nestajaula que Gagáín foi o fiS tos i'dv duãi!.no<a udâ a desê-volve'
Y , u-na TelloÍ (onsclenclê poit(a e soclol.
lpímeiÍo a ver peÍmite
I En resumo, que ohemosparaa
de fora e nos dizer é âzuÌ.
o nossah stórlae, conhecendo a guÍnasde
Ejá o sâbíamos.lanto
suãspassagens maisatefTadoras, busquemos
que não te mataslee não vâis
construirurnfutuÍomelhor.
Masnão é apenasem momentos de opÍessão política
e a8üentârás até o fin.
quea iteratura denuncia pof
â realdade.GraciianoRaTnos, exem-
p o, ao contara sagade Fabiano e suafamília,em yldãssecas,denuncÌa a
o certo é que nestajauÌa há
de umapaÍtedo Nordeste
tÍisÌefealidade brasileiro,
até hoiecondenadâ à
tos que tên secae à faltade perspectivas.
O poetaFerreifa Gullar,eÍnvárlosdeseuspoe-
mas,apontapaÍaas njustiças e asestretaspossibiidades de realização das
há os que têm tanto que Dessoas por
limitadãs umarealidade socaladveÍsa.
lsozinhospoderiam

e os que não têln nem pâÌa o r O pactocomo leitor


talmoço de hoje
t...1 Paraqueos mundos literárosganhemv dà,precsamos habitá-los.
Emouiras
palavras,temosde aceitaro convtefeto peloautor paraentrarmos, sem
CULIÁ& Feü€iE. &Ìt dz mr,
"el,Ê.
Rio deJarcúo:José olrmpio, 1998. medo,nosbosques criadospelaficçáo.
r. .l
CoÍnosabeÍ,porém,quecaÍninhos trilharernum rnundodesconhecido?
\***,**."..".",Ér O própíiotextoliterárionosoferecerá ossinaise àsp stasque,interpreta-
dos,indicaráo o camnho.Ìodo Ìextoestabelece um pactode cÍediblidadê
comseuspossÍves leitores:
casoelesaceÌtem ascondçõesqueregemo mun-
do ficcionalaliaDresentado. essemundoÍaÍásenttdo-

Aíte,literatuÊe seusaqentes 11 a
TI TER A T U R A
-

Vela,porexemplo,o quedizo narrador conto"O gatopre-


do conhecido
Umcontode suspense to", de Edgar
Al an Poe:
e mistério
"O gãtopreto"é um dosmais
conhec dosconlosdê Edgar
Allan
Po€.Nee,acompanhamos a his- Nâo cspcro nem peço que se .Ìe cródiro à hisróriâ sumamente exraordìnáia
tóra deunìhom€rìque,semcau- c, Do cntanto, bastmte doméstio que \ou nârrar. LoÌÌco seia cu se espcÌN{ d
5Aaparente,passa
a secornportaf coisn, tràtìndo{e de Lm c$o que os lÌÌc.u, próprios senridos se ÌìegaÌÌÌ a à.eiràr
de modomuitoviolento,mudan Não obstàÌìtc. nào cstou Ìolrco c, coÌÌì toda a ceri€ra. não sc,nho. Mas ànàúã
docompletamentedepeÌ5ona da posso rÌorcr e, por isí,, gostaÌia. hc,je, de aÌiüaÌ o ìÌeu espíriúr. NÍeu pÌ opósito
dê.ApósmataÍPuto,s€ugatode iÌDediato ó aprcsntd ao mudo, clâÌa c srcinramenre, ma! sem co ìeÌÌtárìos.
lma séric dc simFÌcs acontecimentos donéÍicos. Ì)e\ido a suasconseqúêÌìcias, È
tais acontccimentos me atenorizaftnj rornrraraÌì e desffuíruÌÌ_ No cnrìtrto,
nio tcntdci cscldccôlos. En mim, quase náo prodÌÌziüm ouha coisa seÌìào
horor - mas, em múias pessoãsi t?Ì\ez lhes pafeçarì menos teÌÌí\€is quc gro-
tcscos. Tallcz, m!üs tude, haja aÌguÌra inteligênciã $rc redüza o Ìneu lãÌÌtâsna a
cáves à apariçãode
u m se gundogat o, .ìlgo comuÌn - uma inteÌigência mais sereìÌa, mais ìógica e muiro menos .'xciá-
lcÌ do quc a minha, que perceba, Ììâs ciÌcÌrDstâDciàs a qüe ÌÌÌe reliro conÌ tcÌÌo!
nada mais do que ]Da sucessãocomum de causa! e efeibs ÍÌuito raturais.

POE. Edga ÁÌÌìÍ. O garo preÍo.In: .lliLúias dtrt0tlinarì^.


Trrdu!:no:BFno Silvein e ouúos.Sio Ìaulo: E
lbrìl (ìnnrral, 1978.(Ingmenb).

O naríadoÍcomeça declarandonãoespeÍar queosletoresacrediterÌl


nahìstó
Í a quevaicontarOÍa,senãoterntalexpectat va,dequeadiãntacontara hlstó 9
Ía? Observe que,apesar decaÍacteTizar
suahistóriãcomo "extraoÍdinária",
ele
afÍrna:"Nãoobstante, nãoestouloucoe, corntodaa certeza,
nãosonho".
D antedo desafiode er umahistó|aque,eÍnboraverdade ra,pareçêab
surda, a cufosidadedo leitoré estimuada.Porqueo naíadoÍmêgina não
sef possívelacredtar nela,mesmotendocenezade que os fatosocoÍÍidos
não sãotruto de suain'ìaginâção? A resposta é dadasob a forrnade uma
h póÌeseforrnuadanofinaldo trecho:

l!

T:ìÌvez, üìnis tàÌde, haja JÌgxma inteligôncia que redÌua o meu fanlasma a
aÌgc,comu - uÌÌx nìtelig€rcìa Ìnah serenâ, mais lósica e muiro menos exdú
Íel do qüe a mhha. que pelÌreba. ÌÌas circüÌsLâncias a que me refiÌo com teror
Ììrda ÌÌÌais do que uma sücessàocomum de causâse eÍòitos muito nanrÌais.

Dequemserìãessã"intelgênca rfa s serena, mas ógjcae muitomenos


exctável" quea do naÍador? A do leiÌoté claro!Enredado pelodesafio
pío
postopor quemcontaa história, só restaao eitorpÍosseguir suêaventuÍae,
chegando aof nâ|,produziÍunìaexplicação quemostÍecomoosÍatosnaÍfa,
dos,apaÍentemêntê nêcTeditáveis,
nãoDassam de "umasucessão comumde
causas e efertosmuto natuÍais".
Quando aceitao jogoproposto peloÌexto, o leitofreconhece
comoválidasãs
condiçÕes peo nârrador
crjadas e podeniciarsuaviagern pelomundodaf cçáo.
O pactoentreleitoretexto é produzido paraquea lteratura tenhaiberda
de f cconal.ErÌìbora sesaibãqueosacontecirnentos naÍrados
náosáoÍeas,
ádmitese que,se o mundotvesseêqueas caractefÍsticas apresentadas
no
texto,estepoderÌaserreal.PoÍ ssodizemosqueo textoé verossímil, queí
di,,ê.n"o ê .e-dddêi'o.-'ìd pareceverdàdeiro

a 12 CAP|TULA
1
L I Ì E RA T U R A

tr Asquestões
de I a 5 referem-se
âo texto 1.

Conünuidadedosparques
A históríade um homemque lê um romancenoslevaa indagar:quais
sãoos límitesentrc a realìdadee a ficção?A t€rto tumbém nospemite
pensarsobreuma dasfunçõesda !iteratura.
È

Começaràa ler o roma.ÌÌce.lias antes.AbandorÌou{


por negócìosuBentes, voÌtou à Ìeilura quando rc-
gressaÌade trem à fazerda; deixaíÌa-seinteressâr len-
tamentepela íama pelo desenhodos personagerÌs.
Nessatarde, depois de escreverulìta carla a seu pro-
curador, discüúr com o capatxz uma qüeslào de par-
ceria, \'o1.oÌr ao liiro na íaqüìlidade do esclitóúo
que da\a parâ o pârque dos caÌvâÌhos.RecostâdoenÌ
sua poltrona fàvorita,de costaspara a porta que o
teria iÌìcomodadocomo ÌÌma iÍirante possibilidade
dade escondida. Um diáÌogo enioÌ\enie coriâ peÌas
de intromissôes, deixou que suamãoesqüerdaacari-
páglràs como uÌn riacho dc seÌ?entes, e sentia-se qüe
ciasse,de quando em qüaÌÌdo, o Ìeludo \€rde e se
tudo estaÌ? decidido desdc o começo. Mesmo essa!
pôsa ler osútjmos capítÌ os.SuaÌnemória retinha senÌ
c,rÌícins qrÌe envolviam o corpo do ammte, como que
esforçoos nomese asimagensdosprclagonistâsia fân-
desejando retêlo e dissuadi-Ìo, desenhaw desagra-
a irì-riâno!€lesca âbsol-veu{ qüase enì seg.ìidà Cozavâ
davelmente a ligura de outro coryo quc era necessá-
do pr^zer meio peÌïerso de seâfastâÌtlinha a liÌúa, .la-
Iio desiruir. l,\ada foE esqueci.Ìo: impedimentos, üa-
qúÌo qüe o rodeala, e sentir ao ÌÌÌesÌnotenìpo que suâ
rcs, possiveis eÌÌos. A IrdtiÌ aÌesa hom, cada inÍmte
cabeçadesca$avacomodaÌnerte no veludo do àlto ree
tÌnha seu emprego minuciGamenre aúibuído. O ree-
i patdo, qüe oscigaros colìtiÌìuavâtrÌìao a.ÌcãÌceda mão,
ume cruel rÌaÌ se intenompia para que a mão de um
que além dosjânelõesdâÌÌçâvao ar do entar.lecer sob
acdictìsse a Íice do outIo. CoÌìeçalã a anoitcceÍ
oscâÌ'!alhos.Palâm por pãÌârà, absorlido peÌatÌ ágicn
desÌrniãodos heróis, deüàndo-se levàr pelas ìmaÍjeÌÌs .JásenÌ se oÌhnr Ìigados firmemente à tar€fà que
t os agÌnrdava, sepdaram se na poriada cabana. EÌa
que se ÍòÌïavrm e adquiriD co. c molimeÌÌto, Íòi
testemunha do úÌtimo enconúo na cabma do mato- deria coÌìtinuar peÌo caminho que ia ao Norte. Do
, i mi nho opu' rÕ. pl e \oìrou um i n' áì,,ê prra \ i-
'e
c Ìa coÌrer com o cabeÌo soÌ1o. CoÌreu poÌ sua rez,
,.q,,i \?' rdo-ç d. t^úri di ,Ìi rgui r , , â
ríNea bÌ'ttÌÌÌa do crepúscuÌo a alameda quc o Ìcvàriã
àcasa. Os cacÌÌonosnlo deüam ÌatiÌ, e não ÌntiraÌÌì-
O capataz não estaria àquela ÌÌora, e não cstava-
SÌrbiu os tlês iìegraus do pórtico e entrou. PeÌo san-
gue galopàndo em seus ouvidos chegavam lhe a, pa-
ìi \ n' di Inul h" r: pri rnpi r. umr.aL .yul . rìepui . u m a
vdanda, umâ escadariaatapetada.No aÌto, duas poÌ'
tas. Ninguém no p mciro qudto, ninguém no se-
Prim€iro €ntÌàva a mulher rcceosaj agora chegavao gl ndn. A fo, td do ' al i o . enrJ. o punhal nâ mi u. d
amante, a caraferida pelo chicotaço de um galho. Elâ lÌu dos.janelõcs,o aÌto respaÌdo de uma poÌtÌon.r de
eslâÌìcaraadmiràvelÌÌìente o s,ìrÌguecon seusbeüos, veÌudo verde, a cabeçado homem Ììa pohona lendo
mas eÌe recusaiâ as cârícias,Ììão vierà pâÍa repeúr as
cerimônias de uma pâi\ão secretâ,protegida por um coRTÁzAR,Juìio. dospaÌquesln:
CortiDuidade
nundo de folhas secase caminhos ftutivos, o pünhal Finalda tat.'lr^Itr\:n : Rent (lorgâ, fiìho. Rjo d..Jânciro:
ficarã mornojunto a seupeito, e debaiÌo baúa a liber- L:pr$ão . CnlNü, 197 | ,

Af.e,lìteÊtu@e seusaqentes 13 4
tI Ì E RA Ì U N A
-
\l
Todotexto narÍativo se constróiã partir dã pÍesençade ãlgun5elê-
mentos básicos:narradot personagens,cenário,tempo e enredo.
Quemcontaa históriaem "Continuidade dosparques"?
+ Quas sãoaspersonagens envolvdas na h stóÍa?CoanoeJassãocarac
terlzadas?
B O textoapresenta do s cenários.
Quas sãoeles?O quese descobre so-
breo primeÍocenárono I na dahistóra?
n EÍrìque intervdlode tempoa históÍd se passa?
n Há,no texto,um aconlecirÍento quedesencadeia a açãof nal Qual
é ele?
È
o êscrtoÍargentlno JulioCor- tì!, No conto,há duàshistórias
nârradas:
a do {azendeiroìeitor
e â dos
tázârfcoLrconhecrdo peìotrata arnantes.Uma reflete a outrâ, e as duas históriastermìnam por se
menrofantáíico d.doà r€alidâde êntÍelaçãr.
Expliquecomoo trâbalhode.onstruçãodo cenário,das
em slrasobrâsliteráras.Nãscdo personagense do enredo ajuda â promoveresseeÍeito,
eÍn1914,Coarázafganhâ famain- :!. Apósa leituÍado conto,podemosãÍirmarque â primeiraplstãque
ternâciorìalaopublicar,
em 1963,
CortázarnosfoÍnece sobreo caráter Ía ntásticode suanãrrativaé o
Jogode amareljrha,ronìanceque
podeser do de íorrna nearou título da história.Porquê?
naolìneaÌ, conÍÍu ndodiÍerentes Releiaa seguintepassagem
do conto.
h íóÍias, a depender do tÍajeto
adotado peo e tof l\4oreuem14
de feveíero de 1984,vítìmade
" 1...la fantasiano\€lescaâbsoÕru{ quaseem segrida.cozãlã do pra j

No conto"Contnuldade dos zcr mcio peNcrso dc sc aídtar, lnìha a linlia, daquilo que o Ìodea!ã l...l ."
paÍques",o e êmentofantástlco
p€lotrabãlho
é construído comos
doisp anosem quea histôa sê t O narradoÍdo conto,êo fâ ar do prazeÍsentdo pelofazendeÍo eitoÍ, j
desenÍoa o do letorquelê um aude a umadasfunçõesgerãmenteassocadas à iteÍalurâ.dentf
romêncee o do romance queé quea
iil, A lÌteraturae asdemais{ormasde artepodemlevâro serhumãnoâ
refletirsobreasangústiase alegriâs
da própriaexistência.
A leitura
do contonosajudariaa compreender Porquê?
melhora realidade?

UffiiAs questões6 e 7 referem-seâo texto 2

texÌo z
AurüstaealâmBada
Ao relembrarun epìsódìo
marcantede suaadolescência,
o escritor Érico Verissìmo
nosajuda a refletír sgbre
uma dasfunçõesda litentura.

LenÌbro-mc cÌc quc certa noite - eu tc r uns quatoÌze anos, quando


Ìnuito - cncancgarâm-mc dc segürâr uma limpada elérÌi.a à.abeceira
damesade operãções,enqÌranto um médico fâ7iaos primeìros curativos
num pob.e diabo que soldados da Polícìa N{Ìrnicipal haliaÌì "cârnea
do". f...1 Apesar do horror e da náusea, (o,ìtinrÌei firme oÌìde estaÌ1ì,
ialrez pensando assim: se essecabocÌii po.Ìe agìientu rxlo isso sem ge
ner poÌ qÌre não ÌÌei de poder ncar scgurando esrr Ìâmpada para ajudar
o.loutoÌ a cosnDar essestalhos e sâÌlrr essa\idal [...]
JJ'

4 14 CAP|TULA
I
I . I T E RA T U R A

Dcsdc quc, acÌulto, .orÌecci a escreïer e


.'-""..r, i.- rté hoje aidéia @
de que o DreDos -"."i-ado
qÌÌe o escritoÌ pode lier,
n u ma é p ocrÌ de âtrocìdades e i nj usti ças
como a nossa,é acender a $ra lânìpada, 1à-
\r::
,r" ì,, / + ,l ' r. i d. ,eL,x,L!,Ìu. r\i
' ..' l ,,l i dê
,J r ' ìô l ,, c côì" ê Fl e , l , i
'r ' - ' ri ,l ;u t,rupr, '
aos ìa.lfões, aos âssrìssìÌros e aos üraÌìos. Snn, sc
gurar a Ìâmpada, a clespeito da náusea e do hor
ror. Se não ti\'efmos unìa lâmpadâ eÌétÌicì, arcn.Ìa
moi o rÌosso rocc,cle lela ou, em últnÌÌo caso, risqueDros fósforos repe É
tidaÌÌÌeDte. coüÌo u1ÌÌ siÌral de que Ììão dcscrramos DossopoÍo.

Ì.'bAìegÌe, (;Ìobo, 1978.r: ì. (Iragmerto).

!:i, A lâmpada,no têxto,tem um s;gniÍicado


simbólico.
Quesignìfìcâdo
n ^ .la (Â r:rri hL'i .l ^ â êl ã )

ir A que Íunção literáriaErÌcoVerissimose reÍereem seudepoimento? l

l' Leiâa nolíciaâbâixo,

Sem que ningL!ém sâiìr? conìo


l! l
- e muitr menos por qrÌê - umâ
câtkca enfèrrujâd1 foi coìocâda cm
Ei
1i
r cnÌa de um peciestal no ÌaÌgo .lo ii.

Ârouche (ce'Ìtfo de SP), Ìocal lrn J;


tes ir.upado lelo busto do escdror ã';
GuilhemrecìeAìnleidá (1890-1969). 3l
ii;
É o "monuÌnento à cetrdca müsí
vel', infoÌma uma plâca prctâ .om
BÍêcherêt,
V ctor
rÌoÌdrÌra e letr:rs douradâs, coloca-
i
Depots
dabanhÒ
Esclltura
embronze,
1945 da abai\o do objeto, on.lc airda
se lè, "PÌo€rama pal1r a desca! aca,
O escutor Victor Brecherêt
nasceuem S;o Paulo, em 1894. Ìizaçãoda vida.Julho de 200,í".
Mesmoausente do pakenì1922, A estáluafica ìrem eÌÌÌ ffente à
panicipo!daSemana deAie N,4o AcadennaPaullstade Letns, ao Ladodâ esculÌura'Dcp.rj.sdo BâÍúo', ..
dêrnacom 12 obÍês lvlultasde de Victor BÌecheÌei. e de maís qÌretro pecì-.stâis.um .lcles 12nrbéfi :
escutuÍaspodernseÍvstas
sLras sem o busto de brcÌìze. j
êmpaÍquês êêspaços púbìicos dd
cidadede5ãoPaulo, cornooMo i
FaLhnú s.Paúta 1 te1..2Ò04,çóddì:uro. DjrporivcÌ ed: i
numenroàr bar.íelar, no Parque <hrÌp,//\s\$Ì.follÌru.ì..oú.br,/fsp/coti.lia!/lÌì]1O92OOil19.hú>. :,
(fmsoento). ..
-{{ e$o en: 3 ser,:00.1
..--''--.'-.-,'..''..-.-..
l!

/de, ,teféluré 15 I
ê 5eu5,rqertes
t I Ì E R AÌ U R A
-

't, Com seuscolegâs,discutâasseguìntesquestões.


6 Nasla op nião,o quesimboizaa "catraca invisíve
"?
rÌ VocêconsdeÍaesseTnonuÍrì€nto urnaobrade ãde? PoÍquè?
r Osd zeresda p ãca("ProgrãÍìaparaa descatracàlzãçãoda vida.lulho
de 2004') sugeÍemas possíveisinlencõesde quemcoo{ou a catraca
em um pedesta Qualsseriãmelas?
E Dequemaneira o localescoh do e a proxmidadede umãescuturad€
V ctof Brecheret
contribuemparâconstrur o sentdo da obÍa?
ã. Comovimosnestecapítulo,o públicoé um dosagentesdâ produ-
ção ãrtística.Leia,agora, dois depoimentossobre o monumenÌo à t
catracãÌnvisível.O primeirofoipublicadoemumjornaldeSãoPau-
lo e o segundo,divulgadoem um b/og,na internet.

'.':-'-'
:
1
5.9.04

Não possoclcixar dc comcntâr que o monumento à catracaÌNisivel é


snnpÌcsuÌentcdeúÌrisl \Íc dcscuhe lorye Coli, mas a arte não dependc
dc irÌstituiçõcs paÌa cxistiÍ Ela é e ponro fÌnal. ,{Ìte é erpresão, é bele
za, é o símbolo do in.ons(icnie, da ma do mundo. Se hoje rm mi.tó-
.io podc ser considerado ütc Dão é por cle esta
vocô diz, mas snn porquc cxpÌessr uma rcrdad€ da quãlÌÌão po.lenos
fugir o homcn sc csvaziou.
[...] Esraniosconplctaniente pÌesos clenúo daquilo que é polirica
rìcnte corÌcto, poÌiticamcrtc aceiáyeÌ, acépti.o, lÌipócÌita. 1...1
É por iso quc apóio o PÌograma dc Dcscatracalizaçãocla Própria
Vida. Lnquanro ainda houreÌ irrclerôncia, enquaÌÌto a afte pu.ler tra
zcr aÌí!io, cnquanto os dtistas dc lcrdadc lutarenÌ por seus espaços.

Dli SIÀIONE, (lLudir Pocnìrdo$â


Dnponírl.Íì, <hhÌt:,//írs.poenabLôgiâ.bloggcr.onì.bf /,>
en: 8 set.2004.(lragneÌtô) .
^.eso

F A partirdosdos depomentos, qualé o perfide púbicocomo quala


obrad aloga?
4 Vocêacredtâ qlrea reãçãodo comercantede florcsdecepcionãia
os
autoíesda olría?Porquê?
E QuaÌdasopinõesmaìsseapÍoxÍrìãdaquioquevocêtambénì

a 16 CAPi\ULO
1
Dar n na' , a n n r lè' Porolere pesquisor
Ër
httpJ/www.ltaucuÌtural.com.br/ C omosetratãde um capi tul odedi cadoàart e,
de modogeral ,sugerÌmos que vocêprocurea l
Deíaque para a en.lclopédiade artesvisuals, gumasobrasque abordam a trajetórÌa da arte
com â reproduçãodeobrasprimasdaaíte brasi- âo longo dos tempos.Os livÌosãbaixosâo ape-
lêira ê umâ opçãoque permltenavêgâíentíê os nãsa qumas ndicâçõesdos muitostextos sobrê
" m ar c osda ã Ítê b ra s iê i ía " .

http://wwwmêsp.ãrt.brl tní.iaçãoà histórÌada ârte,de H W lanson.


Ace$o ao acervode obfas do Museude Ane 4. ed 5áoPallo:lvlêÌ1ins
Fortes,20Q1.
de 5ão Paulo (MASP),ã ém de informaçõesso-
Paraentendera afte,.1eRóbertcumm n9 ço
bíê curoose exposçóes.Deíaque para as obras
m aisim poí ta n te sd a c o l e ç ã on, a q u a l íi g L rrâín
quadr osdê Mo n ê t, R e n o i r,D ê q a s ,C é z a n nê, Afte conentadat da pté-história ao pós-
ChagaÌ,Goya,TurnêÍ,Van Goghê, êntre os brê moderno,de C êrol 5l rckl ând
R i odel aneÍo
sileiros,AnitaMa fattl, DiCavalcanti, LasãrsegaI EdoLro,1999
História.lapìntura, de\t'lendyBe.kert São
http:/ Àuwmam.org-br/
Ateso ao acervo on-lme do Museu de Arte o que é árfe, de lorgeCo . 5ãoPaLìloBras-
fvlodêrnâde 5ào Paulo,inforínâcõessobreartls- ense,2003(C o P rmerosP assos)
tas, êxposlçõeseeventos.É possivêlver,na "vis
t ã v ir t uê|" ,ã ã ra n h ad e L o u i s eBo u rg e os q u e Questõesde arte, de Crn na CostaSãoPaulo:
It4oderna,2004
reproduzimosnestecãpítulo.

http://VWwmuseus.art.brl
5/fe coÍn/lrks para musêusdo Ínundo todo.

Poroossistir
+r
Sociedadedot poetas noftas, Ocàrtei roeopoeta,
de PeÌerWe r. EUA,1969 de lvlchaeRàdfordlÌé a, 1994

N uma remota i l ha d o
MediteÍáneo. Mario Ruo-
Achegâdade uín novo ppo o, um tímido esimp ó'
p ro fe s s o rd e l i te ratura rio fi ho dê pêscadores, é
tra n s fo rm ãa v ì da dos contratadopara êntregâr
ê l u n o s d a tfa d ci ona I cârtês ao poetâ P ãblo
Welton Academy.Desa- N erudã.C om o i nk o d a
fi a d o s a v i v e r i n tensa- amizadeentreosdois.Ma-
mente o moíÌìênto pre- ri o pede aj uda a N eruda
sentê.os jovensfundâÍn parâ âPrendêÍa usarrn-ê
a "sociêdadedos poetasmortos", insplíadospêlâs l hor às pà àv,àse coroui sràro co.àçàod€ Ln'è
palàv r âs
de T h o íê à J ": F J p à à o s b o s q u e parè
s v bel si na nJl heí.O dese.ode dorì' i na.àspâl ad ê'
vêr livremente,paÍa sugâra essêncâ da vida, parê fazcomqueMarìoreaprendaaoharomundoem
aniquilãr tu d ô oq u ê n ã o ê ra v i d â e , p â fã ,q uando qJe !i vê. ê.orhêíerdo ê poeri àem Lmd rd.ur- -
morer, não des(obrirque não vivi". zã quê l he é mui tofami l i ar.

Ádê, irtêráiurâê J€tlsáq€nt€s 17 |


rr

ra e
|

Lrteratu
I 1

um al i nguagem
!nvèntar m undo' despertâr"roi5ês /ernljaêrçât
desencadearsen:açrjes,compartilhar eínaçoet, prcvac$ nassa
íeflexãa sobrê as mã,i úJiíéieniesâspecf,rsdâ eristência: t
cono a lingLiãgem liteiir;a, ]ìÇ-5
Jôô5e sertidos que prcciLtz,
adqLtìrc estepode!'? Ê para reíletir scbre eJ5€êssl-]ír':o
qüe ccnvìdancs v'Jcêa entrar neste cêpítu!ó.

qle gav. Chi.âgó


Rota66, â endára eÍrada norte-ameri.ana
a LôsAngee5toffou{e5imboo de aveftuÈ e berdade

.-aPi|.)La
2
O que você deverá saberao t. observea íotogrâÍia.
r FaçaumabrevêdêscÍição doselementospresentêsnaimagêm.
. Cono secaacteriza a linsuà-
2. A posiçãoêm que a foto Íoitiradachamaâ nossaatençãoparaa
. A difercnçaentÌeconota^ estradê.Que efeìto o fotógrafo pode ter prêtêndido desenca-
çãoe denotação. dearno espectador âo optar por essâtomada?
. OsdiferentessignÍfì.ados
3, Leiâumadeclarâção doÍotógraÍo suíçoRobertFranlçque percor-
da palàwa no texto lite-
reuâ Rotà66 registrando imàgens da paisàgem àmericànà.
{
. AlSunsrccursosda linguà- Quandoaspessoas
olhamasminhasfotos,eu queroqüe elasse
sintam como quando d€s€jam reler ìr1ì verso de um poema.
r ObservemaisuTnaveza foto daabertura.
See a Íossevlstacomoum
"versode uTnpoema",sobreo quefalariãesseverso?

4, Vamosvercomoa literatura explorapossibilidades


da linguagem.
A Íotografiacomo Leiâum trechode On the road, de JackKerouac.
linguãgem
! Comoem ouÍas linguagens,
diferentessentdos podemser A aiagem
construídospoi meoda fotogra-
fia. Eladlspóede elementos(coÌ; CenaI
luz,foco,ãng!o, etc.)cujaexplo- Num piscaÌ de olhos esú\,ãmos de volta à estrada principaÌ
raçãoé Íesponsável pelosefeitos e naquela noite ü todo o estado de Nebaska desenrolândcie *í
F queprovocara no especlâoor diante dos m€us oÌhos. Cent ì e setenta qúlômeEos por hora,
3 direto sem escalas,cidâdes âdomecidrs, tÌíego nenhum, üm Fem €ib
da ünion Pacific deixado pará dás, ao luaÌ. Eu não esta\.ã nem
È um pouco assuitado aquelâ noitei me paÌecia algo perfeitamen-
ã
te normaÌ voar a 170, conversândo e obeÌ1mdo todas ascidades
do NebÌãska - OgaÌlala, C,oúenbur€. Ke?Ìney. Cììnd IsÌmd,
t Columbus - s€ sucedercm com uma rapidez oníricâ enquanto segúâmos
viagem. Era um caü.o magnífico; portalãse na esbrada como um nâúo no
oc€ano. Longas cÌurEs gÌaduais eÌ?m o seu foÌt€. "Ah, homem, ese bdca é
um sonho", suspna\ã Dean. '"ense no que podeúamos fazer se tivésemos
um carro âssim. t...1 C\D1iúamos o mundo inteiÌo num cmo como €ss€,você
e eu, Sat, porque, na verdâde, a estrãda finalmente deve conduir à todos os
cantos do mundo. Não pode le!ãr â ouúo Ìugd, ceÌto? t...1"

Cda 2
"QuaÌ é a suâ estrada, homem? - â estrâda do místico, a estÍada do louco,
a esFada do dceíris, a esrada dos peixes, qüalquer eú?da... Há sempre uma
estrãda em quaÌquer ÌugâÌ, paÌã qualqüer pessoa,em qualqü€r circunsáncia.
Como, onde, por quê?" Concordamos gravemente, sob a chüva. "[...] Decidi
abriÌmão de tudo. Vriime úu quebrar a caÌâ tentando de tudo, me sacrficm-
do € rodsabe qüe isso não importa; nós sacamosa úda, Sal - sabenos como
donú-ìa, e sabemos que o negócio é continuar no caminho, pegando leve,
cüÌtindo o que pintar da velha mâneira úãdicionâl. AÍiÌÌâl, de que oüúa ma-
nena podeúãmos cüÌn? Nãr sabemos dìsso." Suspirár"mos sob a chu\a. t...1
'tr asim", disle Deân, '\'ou s€guindo a úda paÍa onde ela me lerãr. t...1"
KEROUAC,.lach. O, tn, mrÌ (pé na esmda) Tmduçào: Eduddo Bueno,
[] oüi(* (l,dnao" sonhos. Porro Alegre: lÂÌM, 2004 (IrâgnêÍto)

Litentuaé una lìnquaqen 19 |


t I Ì Ê R AT U R A
-

r Quee eraentos, pfesentesna cena1, êssegurárn


ao e tor tratar-se
da

il
h stófa de urnavaqern?
r dentiÍqueno textoas pãssagens querevearnseressaviaqema con-
íE cretizaçãode urììdesejo1ipco da luventude:
a buscada iberdade
5. No trechoa seguir,expliquede que mâneirãa pontuaçãocontribui
paradarao Leltora sensaçãodevelocidâdedo carroem que viajarn
E Sale Dean.
o Clenloe serenraquilôÌÌcr'os poÌ ÌÌora, .Ìirúo sem escaìas. cidades
.E adorÌÌìecidas,
tÌ á1ègoreÌìÌÌum, unÌ tÌcnÌ.Ìa Union Pacifil:.leiMdotara
Ja(k KerouâctornoLr se o o á
ldôlodesLra geraçãoq!dndoo
6. Logo no inícioda cena 2, Deân perguntaa Sal:"Quâl é a suâ es
romanc€ o/l theroadfoipLrb
cadoenì 1957.A vagenìde trâdâ, homem?".O que ele quer dìzercom isso?Que sentidoatri
doÈamgos,5aParâd 5eêDeên bui ao termo "estrada"?
Moriarty,peosEíddoslln dos, 7. ldenti{ique,nâ cena2, uma passagem que permiteassociaro corn-
boaparteie ta nâRotã66,estra porÌamentodâs personâgens
dâqle lga Chcagoa LosAnge- â valoresprópriosda juventude,
esequ€apaEcê nã maqem de r Expquê por q!e elaÍênsrniteva oresassocadosà lLrventude
abertura, trdduziu â vsãode 8. Como DeanresumesuâÍilosofiade vida?
rnunoooê u'Ì: luvenrloeque
r O queelasugefe,em teÍÍìosde cornportâmento?
decd ! qreÍ onarosvalor€scom
osquaisiinha sidocÍiadaA obÍë
acâboupor insprarmuitosjo- i:
vensa sâr dêcasaêmbuscado -""
-!r-
, . . : n o Íifm e :.,
Dentrê
osmasconhêc dosÍas
dêKerou.cd€stdcam-seoscan- A viagemdo jovemChe
toresBobDyanel m l\.4oÍson,

!
:j

Cenadô I me Diiroi de notô.r./êÈ, dê Walcr 5a eslr EuA,2004

E mI9 5 2 , o €stLrdanted€ medc na E rneÍoC h€GuevaÍapêrcorre a A rner


ca do Su enì unì. v€ ha rnoto corÌì5€Lr.nì go A berto cránado. O .ontáÌo
c o m. d v e r sdadel eoqráfr:., poi tca€r:!t!ral atno-arnêr.an. Ê vaoj o-
v € m C h e Guevara a enìbãrc!Íenì Lrnìaj orfadade aLrÌo.onheci mêntoqLrêo
tra n 5 ïo rm d fáno dea Íd d spoíô a l Lrt.Ípor mudâneas so.Ìas Ê o fará !e
tornaÍ Lrmdos Íderesdir revo!çãô cLrb.ndde 1959.O f rìe ì!írâ Lrmânrê-
fe s 5 a n te
a b o rdaqenì
do tenrada vi :qemconìoexperênca nd v dua quê qa-
nh. d mênsãopô ít c:

| 20 CAP|!ULA2
I.IÌERAÌU R A

A linguagem
daliteratura
A essênc a da arte iteráfaestána palavra. Usadapor escrtorese poetas
emtodoo seu potencial significatvo e sonoÍo,a palavraestabeeceumainte-
ressantereaçãoentÍeum autore seus1etorevouvntes.
"Ah,homem, essabarca é urÌìsonho',afirmaDêannotextodeJack Kerouac.
Parâcompreender a rÌìagern cÍadãpelapeEonagern, nósprecisamosrêazar
umasériededecodlficações. Sabemos queDeane Saviajamdecaío;ebemos
queuma"barca"nãotrategaemestÍadas. Comessas inÍormações,procurarnos
reconstruir
o sentdo dacomparação mpícitaqueestánabaseda TÌìageTn cÍa- {
da:o carroemqLre viêlamé tãograndee conÍortáve quepaÍece umabaÍca.
Em5eguida, íeconhecemos quea afirmação dequeo caÍo "é urnsonho"
tambérnfoi cr adaa partr dê outracompaíação êntrenossossonhose todas
ascosãsque dese.lãraos muto. Reconsttuída a comparação or ginal,pode-
mos nterpretar queDeãnqueÍdizerqueaqLreÌe é unìcàrronìarêvlhoso,ob,
!ên-d< têdo.
lêio de dê(êo ê dorr or," -..
paavrascomobãrcae sonlloíoTamusadas
Notextode Kerouac, enTsen,
tidoconotatvo.
g
{E@il
O sentido conotativo (ou figurado)é ãqLrêlê que ês paavrase expressoes
adquÍem em um dadocontexto, quandoo seusentidoìteralé modifcãdo.Nos
textosteráÍos,predomnêo sentdo conotativo. A linguagem conotatvaé cãrâc-
Ì€r,.i-dde e o. Lom Ll\do êsÌetcd. oL \ejo.o.e ê)oloídI d Íer"*e,r(L o.
1qri9L:cos e €rt i-tLo5pdr"orodr?I Lmefeto dru-r.o.
! Èmextosnão' teráros,o qre pÍedonìnaéo sentidodenotativo(ouliteÍal).
Dizer.os queurnapal.vr.fo ut zadãenìsentidollteÍaquandoé tonìada€nìseu
siqnìficado'básco", quepodeserâpreendidosem ajudadocontexto. Â lingua
gêmdenotatÌva é tÍpcàde textoscorÌìfunçãoLrtilitáíia,
ou seja,quetêm como
Sc'i".\.a -" çl';'.ir''o'r' ' 'n":oad"o.êoo- d ê,ã-iq,è-ê ddlg.na a.êsdàdeespec-ica. co-o -'o.
-'ìè"..'gurÊnÌar.o'rvÊì'ÊÍ,er.
!
O traba ho com o sentidoconotatvo ou fiquradoé uma caÍacteÍístcaes-
se_ca dè n9uègenliterêrt
1 A Inguagempermtiuque JackKerouaccrasseuma magemque nós,
leitores,reconstÍuímos poÍ meio de um processode decodficação.É irÍìpor-
tante, poÍêm, TeconlìêceT que a repÍesentaçãodessaimagemnáo é necessa-
Alémdo objeto riamenÌea TnêsTna para o autor e seus e tores. Podemosassociara fa a de
Dean ao caTrode nossossonhos,e é possívelque essecarro sejadifeÍente
daquele ma9 nado por JackKeÍouacao escTeveÍ An the road.
Quandoa lteratura expora a conoÌaçáo,como no exemploacima,esta-
be ece-seunTanteíessante reaçãoentTee toTe texto..AoleÍ urn romanceou
Jr OoerÌèo- èo ouvi. uÌd -isro:è o lei.o/o,\ n e-Dìì," eLon-eceto
sg'i'cèdodasp"lè\ as e reconstruiros ---do, ccio'ar, q-e e a, descre-
rer O-è]ÌonoJvi-tedese'roe-ha,porantò ilr pãòìlãtvo. j; oue td.roer
cr a, em suarrÌìaqrnaçao, mundoslrccronats coíespondentesâquelespropos-
ros -os re'tos oJ \ivê, na -anrasrao*oe.ienciãise-meìhJãìãiãiìèÌlìì31

A foto mostrauÍìa escaddem


caracol,raasva aémdaÍepÍesen r O poderde explorarsentidos
taçãoobletivê de um objeto:re
qistÍâproÍLr
ndidade,sugeíe
sensa Comov mos,o usoliterário daspalavras promove a rnutiplicaçãodossen-
ções,lmacêrtainstabidâdeVocê perrnite
t dose, asslnì, queo textosofÍadiferentes leiturase interÌlretaçõês.
O
dÌa q!€ êssafotoé unìtê\tode- Lrsoconotativoda litgllgem:faz,lo[!lle n5 pi]lavras,.ãq qpal.eceíenìem
\. noiatvo o!
,:onotarvo?
,i contexÌosnesperados ou irnprevsív-^s,ganhemnovoss gnificados e prodÌ-
\+-,*'.r"- zamlnteÍessantesefeitosdesentido.

Lìtüaturcé una lìnquaqen 21 a


TI TER AT U R A

@il
Quandoasp:lavrasôssumemnotextoliteÍáriod fêrêntês
sgnficados,
dizemos
dÊptu.issignifi(açáo
o .eo(o..e-- oÍo.Ê..o

estetrechodo poerna"ProÍundarfente",
Obserue de ManueBandeÍa.

Profundammte
t...1
Quando eu tinha seisanos
Não pude ver o Í-Ìm da feslâ de SãoJoão

Hoje não ouço mais asvozesdaquele tempo


Minha nvó
Meu aiô
Totônio Rodrigues
Tomásìa
Rosa
Onde estão todos eles?

- Estâo todos donÌrindo


Estão todos deitados
Dormindo
I

BANDEIRA,Ìvlanel. ,1,107,Éìì
,orta RìodeJ2nrno: I
NoÌrFÍonreiÍa,2001.p.8Ì. (FÌÌgnicnlo).

O trechodo poemacorneça coma embrança de umãcontecmentopas-


sado:um menn o d e s e s a n o s a d o rmeec n
eãu o v u o f m d a f e s t ad e 5 áo 3
loão.Nessê trecho,o verboadormecer é usadoemsentido teÍale signf ca
"doÍmr,car no sono".
A segunda êstíoferetomao momento presênte, evocado peloadvérb o
hoje,quea inlciaA listade familiãres, associada à peÍgunta Íinal("Onde
A infânciacomotema estãotodoseles?"), cr a o contexto necessáíìo paíaqueo verbodormlr
as rnemórias da infãnciâsáo ganhe,na ú tirnaestroÍe, urnsentido figuíado. Passados muitosanosda-
fonte nesgotável de nspiraçáo. quelalongínqua ïestade Sãoloão,a avó,o avô,Tomás a, Rosa"estão
Esteoutropoematematza a in- todosdormindo". lmediatamente concluímos quedofmndos qn ficaque
fànclaexporandovárossentdos elesTnorTeTam.
O usodo advérbo profurdamente íeforçaa idéa de sonoprofundo,do
qualosíarnilaresnãoiÍãornais despertar Quando associamos a passagem de
ternpoao "desapaÍecimento" daquelãs pessoas,percebemos que fo cÍiadoo
Minha páiÌiaé minha infân.iâ: contextono oua o vefbodormt qanhaum novosentido.
Por issovivo no exílio.
cac*o. B.ijo bata. tutM 1,M6.
^d Brasili€Dse,
SãoÌaulo: Ì985.
r Recursosdalinguagem
literária:
p, 63, Diponível €h:
<httpr//rsa{iLluculturil. ôrg.bf /
o poderdasimagens
apü.€Ì1emas/en.idopedia/poesiè.
Accss em: I roÌ 2004. consultadopor
umlovem sobreaqualdadedospoernas
queescíevia,o escd-
toÍ austríaco MaÍaRilkelhedeualguns
Rainer emfornìadecaftas.
conseJhos Na
primeira umprocedlrnento
deas,explìctoLr queeíá naraizdaciaçãoliteÍária:

.22 2
CAP]TULO
IITERATU R A
-

Aproxine se I...1 da natureza Depois procure, coÌÌrc se


rosseo priDeiro honìenÌ, dizer o que vê. vile, ama e perde.
f...1 UtiÌize, pua se exprimir as coisascÌe scu anÌbicnre,as
iÌÌìagensde scussonhose os objerosdc suastcmbrancas.Sea
própria exìstôncia cotidiana ltÌe pareccr pobre. não a acrxe.
l , rr," .i Ir" .mo. drr,, * t^,ã,,,c puerdpJrd
' " n,i e,,.ìrre
c\,,Ji, a, .ua5riq,,c/r\ T,r.uircü , om;Gncr;ãlì,
P:EU1 ry-Lf1e, inh;;lla ir;; *.
"".,r,
qe ure é bo qìúndo '
Ìdceu per Ìì(essidna..Ne.ì.ìarát i
d c ,rr i gê,n i * u o rü, fi re,j o. ouni ,;" \i .ren,..
RTLKE,RairieÌ tr4àÍia. airrrnr d tn
íntu pÒtu e A úntã! dÌ anú
| .h hatu dal)o a+-,rmtanc (n, iìõ! Rithe
Irrduçtor lauto Rófuì Ceciliâ Mei..l.s. p. ed. .cÌisrr.
--
s:io Ì)âuÌ,: Clobo, 2003.(Fr4jmeDror.

Comoensina Rike,â ltefatura


pÍopõeaosleitoresurn,,novo pâía
olhar,,
coisas,
acontecimentos e sentimentos
conhecoos.
Comocaracterizar Llm"novo,,o harparaa go queexstehámuitotempo
IH
ou qLreé muitofarnilar?A fesposta,
malsumavez,estána I nguagem.
t-i Observe.

j
ExPlica.çãodepoesia semninguémpeitir
Um trem-de-fefio é uDâ coìsanecânica,
rnÀsaÌra\cssa â noitc, a rnadrugada, o dia,
Ë aÌfavessouminlìaúda,
ïirou só sentimcnro.

P P \nô. A !-r'. p ,, l nL. ,j , {,,i t. uto \i i tr.,. 4r


o

No poema,o s gnificado
de tremde fenova alémda suadescrição fun-
ciona("coisamecânca"):elerepÍesentaaschegaclas e partidas,traiou leva
F pesso?sde quemgostamos mLritoe, assim,,,atravessa,,
a v da dêspessoas,
rJ d -(Ío ,.ìd \êeÌ ên-rìen.o.
"
.j
A magemfinãl do poemarevelaa sensiblidacleque marcao olhardo
: aÍtistae lhedá condições parareconheceÍ, no mundoà sla vota, â beleza
presente nascosasmaisstmples. Encontrando aspalavras adequaclas, elere
ç gistrano textoa belezaque reconhecêu e propóe âo etor que pefcorrao
., rÌìesrnocamnho.
De certafoÍmá,podemos concluirque a literaturacriaâs concliçÕes pafa
quetambém nós,leltores,o hemosdenìodonovadorpara o mundoe,aoÌazer
isso,reconheçarnosumabeleza que,à prirneiraviçta.nãoparecia estara i.
O poderdesugestão e evocaçãodotexto tteráfÌodepende dacapêcidade
de o escÌitoÍescolher
as paavÍascapazes de ,,clesenhar,,,
paraseuslettofes,
P caso, Yaso.om íoreJ. gua.hesôbre umasériêde imagens. Porrneroda decodifcação clessasimagens, o leitoi
papel Ne$a obrê,a bee2âseequ ibrã consÍó. nasuêimagnãção,Llmarepresentação
efr um Õbletobastâôtecotdano, cJosm!ncJos Ílcconaisapre_
represenÌadô
sentados nosterÌos.
com ecônomiade cores,ê
traços E provâcomoa bêêza pode
.
Obse've.on o ê9tetê\tocon<eqLê. po.neiodêi-rdgen\, ç,gen,.ênario"
h€smô êstarnasco sasmês simptes o"dts
ouê ooder ' hobrados-
-L ".' po.1obo\ -os

Lneratura
é una linquaqen 23 a
TI TER A T U R A
-

15 de maio de 1905
Imagine um mudo cm que não há tempo. Somcnte imagcns.
LÌma criança, à beira do md, enfeitiçada peÌa primeira visão que tem do
oceano. t...1 Um baÌco na águâ, à noìte, suasluzestêrues na distância, como
uma pequena Ìuz vermeÌhà no céu nesro. 1...1urÌajovem em um bmco,
lendorma carta, Ìágrimâs dc conienlâmento em seusoÌhosveÌdcs. i...1 Luz
do sol, em ânguÌos abertos, rompendo umajànela no fim da tarde. [...] o
primeiro beijo. Planetas no €spaço, oceanos, siÌêncio. Uma gota d'água na
janela. U'na corda enrolada. Uma rÌâssouÌaamaÌela.

LIGÉI Ì NIA.N,AlaÌ. .Srn/d lr rìardr. T.adução: [4.a&lo lÁ].


são PâuÌo:CompalÌia dasLeúas,190?.(rfagmelto).

No texto,nãohá acontecmentos,apenas a enumeraçãode diferentes


cenas.A primeira
ìmagem desperta,
no letor,várias quepodem
sensaçÕes
sefiÍnedatamenteassociadas
àJ guradaquea criançaquecontemplao oce-
anopelêprimeiravez.Dessaforma,ascenasdescrtas "a mentam"nossa
rnagnaçãoe nostransportarnparadentrodo mundof ccjonalconstruído
pelotexto.

Comparações:
a concretizãção
deemoções
Ascomparaçõessão umimportante Íecurso
dotextolteráÍo.Pormeiodelas, j
procurarn
osescritoíes tÍaduzr certas
emoÇÕes,ceftosmodosdeveÍe sentir
O poemade JoséPauloPaesilustÍacomoo poderda linguagem de pro-
moverapÍoxmaçóes e explicitar
sernelhanças
tornapossÍveldefinr um sent
mentotão comDlexocomoo amor.

Madrigal
Madrigal
NIeu mor é simpÌes, Dom,
poéticabreveq!e
Conìpolição
C omoaáguaeopão.
e:primêumpênsamêntof no,têÊ
no ou gèlènt€.suígiuno sécuo
XIVno noÌteda lúlia,e deí na- Como o céu refletido
va sequasesempÍe a sernìusica- Nas pupiÌas de rm cão.
do.Aìndâhoje,muitospoeiases-
ARRICUCCÌJR.,Dâ\'i (Sel.). rÌ|eláoãlaz6:
cÍevemmadrgais.
JoséÌanlo laes.SâoÌaúo: Clobal,2003.

Paíadefinr o seuamoÍpor Dora,o eu líricorecorreà semelhança entÍe


essesentjmento e doisalmentosvitaispêÍaos sereshumanos: o pão e a
á9u4.A apÍoxmaçáoentÍeo amoT, o pãoe a águasugerequee5sesentimen-
Darao eu líÍicoquantoos a iÍnentosmaisbásicos.
to é tão essencial
A segunda comparação pfesente no poernareforçaa idéiade simplici-
dadedo amor.UÍncão,aoolhar parao céu,nãointeÍpreta o quevê,Além
Eu líricoé o "eu" quefalánâ
disso, a comparação entreo amore a imaqem do céuíeÍletido
noso hos
poesa.Seuêquivaênte nostex- do cão(síÍnbolo,talvez,dafide dade)êstabelece umaponteentÍeo queé
tosemprosaé o narradoÍ. pequeno/particular (ossereshLìmanos,os ã mentos)e algogÍãnde/univer
s a l (o c é L ).

.24 CAP|TULO
2
TITERAT U R A
-
O efeitodascompãraçôes naconstruçãoclosentidodo poemaé claÍo.São
e asquenosaludama rdentificar ,,deÍlndoras,,do amor:
duascaracterísticas
o Íato deeleatuarcornoumalimento, quemdIrernvvososamantes, e tam_
bémcomoumaforçãtransformadoÍa, quepromoveuÍracêlrasuperâção da
di-nênsáo oe\soàe-r d,rê(áo
d u-i!e-çèlo"dê.

MetáÍoras:
afirmação
de semelhanças
inusitadas
UmoutÍorecurso Ln9üíst
co queexplofaaspossiblidadescriativas
da lin
glagemsâoasrnetáiorês. f'
EÍÌìgrego,o Ietna netaphorás gniíca rnudança, transposição. Nã
oÍigemdasmetáforas,poÍtanto,êxisteurnprocesso
de substtuição:apro
xrmarn-se que,em urncontexto
ootse eínentos quardarn
e5Ìlecífico. a ou
n d re l d ,.é oOe ren ê tsànl o,r.dnl ' et , do S e,oa.a I,n de er rt , , a.
oo ouÌro. ^s,i a,oc

Ditoassm, parececomplicado,
masnãoé. Obseíve
os sequintesveÍsos
deCacaso.
A palavÍaparaNerudã

; -Amo tdlo s prÌaúàs ... Âs Liure-arbítrio


nÌespèÌa.las ... Ar que aridâmen-
rc a gente cspen, êspreita aré qüe Todo mundo é roüreìro.
dc repentc caem ... \'o.ábulos
amados... Bdlhm como pedras
Cadâum escoÌheo t
j touro que quiserna vida
i
r
coìoridas, saltam como peües de
prata. são espM4 fio, mctaÌ, oÌ, O toureiro escoÌheuo
f
!ãlho ... Pê$igo aÌglmas paÌalras proPno
... São Lãobelas que qu€ro coÌocá
las rodd en neu poenn ... Agâr'
rGâ\ no vôo, qundo !ão anbin
.lo, e capturo,às, ìimpcas, apao
as, prepdcúe diare d{} prato,
sinrGàs cÌistaÌnks, libÌìÚes, ebÌír-
I neas, 1r8etds, olcosas, côúo au-
ras, .omo algas, comô ágatas,
cono ueitonas... [...] Tudo está
na pâÌa@ ... LÌma idéìa iÍreira
muda poryue uha palavra nu-
dou de Ìugar ou porquc oura se
sentou cômo üma rainhz denro C\cAsO. LtuÌ.ìú []96, t98tl. tuo de Jeeiro/São ?aüÌo:
de uma f.ase que nãô a cspe!âva 7Ìr' ,. Cô.J, \; ,2uu_.

NERtiD-{, PabÌo. Cafllsd ,1u a,it


fi?dução: OÌga s"$ry
Rio d€Jturèi.o:Difel, 19?3. O titulo do poerÌìa,"Llvre-arbÍtro,',
faz referêncja
ao diretode escolher
(lrãgmeìto) . DilPonivet em: nossoprópriocâminho. Notexto,essaidéiêé associada àsd ficudadesqueo
<h(p://$$.relciúd..on/ caminhoescolhdo nosirnpÕe
pr-ê.udam.n!.rsP>.
Acesô em: ?.1ago. 2004, QuândoafjÍÍÌìaque "Todomundoé tourero',, Cacaso transÍetepaÍaas
pessoãs um comportaÌìento típicode quernenfrentaÌourosem uTnaarena:
Pormeodê Lrína sére de com,
passartodo o ternpotentandoevitaros ,,ataques', do inlmigo,enquanto se
pãraçóes
e mêtáfoÍas,
o poêtâchi
procuraderrotálo.
eno PabloNerudadefirì€,Ìricê Assrm, o poemaafiÍmãumasernehançaentrea açãode umtoureiro e
mentê,à rìpoftãnciê
da paavra o rnodocornoaspêssoas enírentam seusproblemas e desafros.A análise
dosdorscomportamentos revelaa substituiçãoqueestánaoí gemdessã
metáfoÍa.

Literatuâé unê |ìnquaqen 25 a


L I ] EN ÀÌURA

I As questóesde 1 à 5 reÍerem-seao texto 1.

Pelo ralo
Esteconto foì ít1spìradonos atentados de 1l de setembro de 2001
às torres gêmeas do world Trade CenteL em Nova York.
.f
Ìal em seu lugaÌ. E â ÌÌÌuÌher âbÍe a tonÌeira. Encostadã
à pia, espera, tocando a água de vez enÌ quando com a
pona do. rl edos.Li quu u aquê,Fúo, no mdrmn. p.i .
&:ìbeque precisará dela tumegânte, paìã deÌÌet€r Àscros
tÀs fomadas depois de tantâs horas. Logo o !ãpor c(}
neça a suÌrir. Emana da pl.:Ì, primeiÌo lentamente, de
pois numa nuvenì mâìs encorpada, quase apocalíptica,
en$mto o.jato d'água chia conb? a süperIície da Ìou'
os pràtos esião empilhados de um dos Ìados da ça suja. A mülher despeja aÌgunìas gotâs de detergentc
pia ÌìurÌìa toÌrc irregular, equilibrarìdcse uns sobre os na esponja e coÌneça a 1a\':ìÌ.Esfrega com vigor, come-
oütÌos de fomìa precária, como os destroços dc rm \dndo pplá, rl?vê$ quF c.rj\âm imer.ò rJ jgua pâ- 1
p 'e d i o bom bâf . lc id o i m e a (d n d o i ri ' . F ' ri ô ' u i ú s. rada, pegmdo em seguidaos copos e, porfim, a piÌha
Muito sujos. FoIam deixados âIijá fa? algum tempo c de praftis. Vai acumulândo-os, já envoltos em espuÌÌÌa,
os pedâços de detritos sobre eÌes se cristalizaram, to- de rD dos lados da pia, num trabâlho Ìongo, áÌduo. E
mândo Íbrmas absurdas, surreais. Há grãos e Ìascas, .o .ì"pÕi. .e poe J cta\Jguâ-Io..dFl\,,ndo que d igu i
restos de Íolhas, âmontoados de ÌÌma indefinida màs êc.oe.l ê\ddo, on(i eo o que fe,rado. dcrro,.
sn dc cor acinzentada. Copos e tigelas de üdÌo, tm De repente, amulher sori. As pessoâsnão acredi- ó
béÌn empiÌhâdos Dum desenho caótico. exibem a su- lam, mas ela gosta de laÌa.r loÌrça. Sempre gostou. A
perÍicie ìÌraculadâ, cheiâ de nódoas, e o metal das pa- sensação da á$a quente nas ÍÌáos, seujato carregan-
neÌns, charÌÌuscàdo e sujo em úrios poììtos, Ìembn a do as impuÌezas, são paÌã ela uÌÌÌ bálsamo. 'T bom
fus€ÌâÍjerÌÌ de uD â\áão incendiado. ì\4as há mais do :-ssistir a essa pasagem, à tÌãnsformação do suJo en
que isso. Há taÌhcres por toda parte, lâmina-s. (abos, limpo", ouviu dìzer um dia om poeta, qüe também
cxtremidades pontingudas qüe surgem por enúe os gostava de Ìaiãr Ìouça. Ficâra feliz ao oulir aqujÌo. Só
pr.rtos, em sugesti)es irÌquietaìtes. E há ãinda a crate então se deÌã contr do quantíÌ hâúa de beleza e poe
ra da pia, onde ouüos tìntos pratos e tràvessas,iguaf sìa nessesgestostio simpÌcs.Mas agom a mulher sus
mente ujos, estào quase submersos n{rmâ água escu piÌã. qreria podcr tmbóm Ìâ\,aÌ os eìÌos do mÌrndo,
ü, cono se, num càmpo de bâralha, a chÌrã tivesse desfa?er seus escombros, apagar-lhe as nódoas, envoÌ.
caído sobre as cinzas. O ccnário é desolado. \cr em rudúj u\ Jdi o. ê hol Íurc., ò mi .éri /. Ê
" rbão
A muÌher sc apf('xima, os olhos fl.ros na pia. Sua; mentiÌâs. Porque, rÍìnal, dojeito qüe âscoisasandam,
mãos, cujos dcdos enÌJem dobas rcssecadar, resultado é o própÌio mundo quc Ìaì acabâr - ele inteiro -
de muitos anos de contato c.Ìm água e detergente, desceÌìdo peÌo Ì?Ìo.
movc'm{e em tomo da cintura e ctuniÌìÌÌarÌÌ aÉ as cos
sltDGS,Hel(;s2.JoÌal d, Brddl,Rü dejaneiro, 23ser.2001.
tas, Ìevddo astiràs do nvcntaÌ \€nnelho e bÌànco. Com Revisb d. DorÌüìgo, S--çio Conios NliÌÌnros. Dispolrvelem:
gestos úpidos, ágeis, f'ìzs a ìaçadâ, qüe {usta o a!€n <htF://jbotr1iÍe.tedâ.ônì.br/>. Àcc$o en: 30 ser, 2001.

1, ldentìfiquêa situâçãocotidianaque servede . Deque maneirâascompaÍaçóe! gâÍantema asso-


ponto de partida pãra o conto. caçãoentÍeo textoê o atentãdo?
2. como â descriçãoÍeita no primeìro pãrágrãfo 4. Explìquede que íormâ o prazerda mulhercom
evocâo mundo real em que se insereo leitor? o ato de lavâr â louçâ remete à reflexão que o
texto pretendedesencadear.
Transcreva,do primeiro parágrâÍo, trechos em
que â ãuiora(onslÍoidlgumasimàgense a5a5- 5, Que sentidospodemosâtribuir âo título do
sociaao âtentado ão World TradeCenter texto?

.26 CAPITULa
2
I.IÌËRAÌU N A

atentãmenteo texto âbaixo parâ responderàs questões6 e 7.

Aüòesbatememedificio
d.oWofld Trade CenteremNY ;

Do aviões se chocaÌãm hoje pela màÌhã, por voÌtà das 8h48 (9h48 de Bn
sília) , com ar to[es clo edifcio übrld Trnde Center, em Nova York. Anrda não
há detalhes sobr€ o acidente, Íìas o prédio cstaÌpeglDdo fogo. È
A toÌ-re norte do üiorld TÌãdc CcnteÌ foi a priDeira a ser atingida. Segundo
informações ainda não coníimadd, o aüão atingiu entre os ândares 80 e 86 do
norte. Em segúda, o segmdo aüào chocou-F com a tore sul do ediÍicio.
Testemunhas qüe estavâm prónmas ao Ìocal do acidente afirnÌaram que
o alião eraüm Boeing 73Ì, mas n inÍoÌrÌação nio é oficiaÌ. FIá possibiÌidade

O prédio é um dos maiores em todo o mlÌndo c tem 4i 7 metros dc aÌrura.


FolÀaO,&ra ll set.2001.Dnlonír€l em:
3*s{1.fo]n..uol..on.LÌlntÌÌâ/üìurdo/ult94u2a3s2.shì> A.e$o en:25 âSo.2004.

;
OsdoistextosIidosremetemaosãtentados de 11de setembro.ldentifi,
que âs informâçõesreíêrentesaos ãtentadosapresentadâsno texto 2,
. Deque maneÍasãoapÍesentãdas taÈ nformaçÕes?Explque
j
7. EscÍevaum parágrafocompârandoostextos 1 e 2 com basenosseguin-
tes critérios.
. Perspectiva: objetiva,subletvã.
. Função: estéica, ut litéra.
. Linguagem: pÍedominantemente denotatva,pÌedominantemente
conotatvã.
F CombasenacornpaÍação quevocêfez,i asslfquecada
textocomoliteráro
!
ou não-iteráíio.

I As questõesde 8 a 11 referem-seao texto 3,

As palaaras
Estepoema de Eugêníode Andrade discuteasmuìtas possíbìlídades
de signìfícaçaodaspalavras.

Sâo como um cristal, Desanpar.Ìdas,


inocentes,

Algumas, um punhal, Tecìdassãode Ìuz

E mesmopálidas
verdes pariísos ÌerÌÌbram :ìinda.
Se.retas vêm, cheias cÌe memóda. queÌn asescuta?Quen
InsegurÀs navegam:

as águas estreDecem. nassuasconchaspuràs?

ANDRÀDE, Eugênio {Ìe. ÁDraLrAaa


rrâra Rio deJaneiro: Cirilizição Bnsil.in, 198J

Literatura
e unê Inquaaeït 27 4
L I Í ER ATURA

8, Expliquequal é o temâ do poemãconsiderando


ãsdeÍinições
âpre'
sentadassobreas Palâvras.

9. Releiaatentamenteestetrecho.
''Sâocomo um oistaÌ,

Âlglmas, um pü!haÌ,

t Qua é o signflcâdoque o àutorprêtend€atr buÍ às pàlavÍãscoÍnas


comparâçóes deslacadas
nosversos?
t
tO.O que â metáïorâ conchaspLrras
sugeÍesobÍe âs pâìâvÍas?
Í'1,Com bâseem tudo o que vocêâprendeunestecapítulo,escolhaum
texto (pode ser um trecho de romance,poema ou peça de teatro)
que ilustreo trabalhocoma linguagemcaracterí5tico
da literatuía.
Leiao iextoescolhido que
e expl a seuscoleqas
comoel€exenìplf cao
trabalhoteráÍiocom a nguagenì.

'
Neste vocêviucomoa fotograf
capítulo, a é umainguagem que,além
de regstÍare ementosda rea dade,expressa emoçóes, sugeresentimen
tos,levâquema obseNa a êxploÍaf outrossentdosdaquilo quee a rêgs !
tÍa.V Lrtambémquea nguageÍÌì teÍária
fazusodeoutrosÍecuÍsos para
alcançar objetìvos
sernelhantes. a você,em um pÍirÍreiÍoTno
Pararr]ostrar
mento,comoa teÍatura faz sso,usamos o textodelackKeÍouac corìo
umaseglrndã " ente"que "tiraurÌa íotografia" da realidade,fazendo
usodasPãavras.
a
Evocê:setivesse deescolheÍ outrotextoe oltra magempafaa abeÍtu-
ra destecapít!lo,quaisseriam? FoÍmeumaequipe coma gunscolegas e
escolham umaiÌìãgem(Íoto,pinturê,escuturê,etc.)e unìtextoque,com-
o n"do..po,s"r i'l'oduz- d dl\.r '!àoquelèleros'es.ê_aplr'o.
Selecionem umamagemque,a émdeofeTecer pafaquern
"pisÌas"claras
a observa,tambémexpresse eÍÌìoçÕese sentirnenlosd ferentes
e leveo ob-
seÍvador a exploraros sentidosque a pessoa que prodlzLressamagerÌì

CuÍlìprdaessapartedo trabalho, a êqupedeveprocuÍar um lexto


teráÍioquediaoguecoma imagem escohida.ValequaLquer textoiteÍá-
rio- poeÍÌìa,trechode roÍÌìance ou conto,umacenade peçade teatro.
O ìmportante é quea pâssagem escolh daestabeleçaumarelação eviden-
te coma imagern
Cadaequipe poderá,porI m, êpresentaro tÍabaho paraâ classe.
Para
isso,deveÍá:
. rnostraÍ
a imagemescolhldâ e Lero textoseecionado;
. apresentar, urÌìaãnáisedo textoquelustifique
oÍalmente, suaêssociâ-
çãocoma imêgemescoh da
ÉpossívelfazeÍ f nal,e egendoo textoe a magemdeque
urnaavãliâção
a cassemaisgostoue/oua associação de imageme têxtoqueãchournais
apÍoprada.

.2A CAP|IULA
2
PoronovegorJS PoroossisïirF
http://wvw.cis.ya le.edu/ãíììstud/166lfr 1.htmI A históriaselÍ,fin,de
site em inglèssobrêo fotógrãfo RobertFrank
êsua obrã TheAneri.ããs. Este ivro defotos íe- FU A 1984
,
gis t r ããsc ena se p a i s a g e nasme rl c â n adsa d é ca Fìlnreque contaã fantáíka
dã de 19s0,resultantedã viãgemfêita por Frank,' âventurãvi vÌda por B anl an
durãntedois anos,por 48 dos 50 êstadosamer BaltazârBuÌ.que.depoisdeteí
roubado um livro íÍisteíioso,
inrirulada A histótia semfin, ê
http://educaterra.terra.com.bíliteraÌurâ transportadopara o reino de
5lte sobreosbeâtnlkse ê culturãdosanos1960, Fantasiã. RegidopelafÌguradê
nos Estãdosunidos. Destaquepaía as inÍornra de i cadai mperatri zMeni na,
çõessobreos objetivosda GeíaçãoBeête o con essemundo mágico enírentã
t ex t o polí t lc o e s o c i a l q u ê d e te rm i n a o s eu um perigoteríve: eíá sendotragado pê o Nãdê
surgjmentona Améíicado pós guera. Pá àperd, Ln" espercnld: o jov-"rrevà enreAfleiu
dèvêêncontrãíum ser humanoque se dÈponhaa
http://wwwsecrêl.conì.br/jpoesiã/ salvarFãntasia.Então,Bastianpercebeque é ele o
h- orqJetodosesperãmA pan r d" . Ìu ." ' dven-
site com discuBodo e(ritor portuguêsJosé ur" . çrëo vv,darpor e,i e rrìi do 9" ro.o l i o àpè
saramagoproferido em dezêíÍbro de 1998pe xonadopeloslivrose suashistóriasque não rêsiste
ranÌe ã Realacademlê suêcã,já como o novo ao âpelodeviver uma hiíórla que nãoÌenhãfim.
Prêmio Nobe dê Ltêíatuíâ. Ne$e tocãnte dis
A princesapronetida,
cuís0,o primeiro eÍritor de línguâ portuguesa
de RobRener EUA,1987
L
â recêbêresseprêmio re embfa cenase pesoas
quê m ar c ar a m s u av l d êe q u eo a j u d ã ra ma c o ns U m meni nogrl padorecebe E
t r uir s uaobr a l i te rá ri a . ã vkita do ãvó, que lhe tfãz
r de p.esenteum l i vro:A pri n-
cera promêtidã. O menino
fica frustrado, mas concordâ
em ouvÌr a hlstóriãquando o
avô promete que o livro tÍa
.á lutas, vingança,os piores
vi l ôesê osherói smai ,corêj o
sos.À medi dãque vai sendo
ê n 'e l ( " d o p e l d l : n g L d g e n l 'r e d o n e r i 'ì o r Ì 'ê l
".
q u l h d ê m L m L n i v ê r \ o t k {i o i d q L ê 9 u à 'd à a s L r

Porolere pesqulsor
õ pr€sa de grandes emo!óes e muito dlvêrtimento.

Muito aléln do jardin,


como se tràta de um capitulo qLreapresenta de Ha Ashby.EUA,1979 ..
característicasda linguageínliterária,sugerimos Chanceé um homemingê
que vo.ê procureã gumasobras quê âbordem nuo,que pãsa todã a suãvida
e$e as pec t oO. sl i v ío sa b a i x os ã oã p e n â si n d .a - cuidandode um jardirn. seu
cõesdos muitostextossobreo assunto. unico contato com o mundo
sãoospíogramasdetelevisão.
lltêratura: eitores& leitura, de \44Írsatajolo
QuandosêupatíãornorÍe,êle
5ãoP auo:M o d e rn a2,0 0 1 . é obri gadoa deìxaracasa em
Cono e parque leros clássìcos unívesaìs quesemprêMveu e ãcãbasen
desd€cedo,de An. Mofi. L4o.hÒdôRo le do ãcidentalmenleatropela-
l.nê Íô: Oi-.]--rn.2002 do por um magnata.Íornam-
tntroduçãoaas estudasliterárlot de [4arê seamigose o magnatâo aprêsentaa Lrmasériede
Vita ia Lea de \4atos.Lsboa:Verbo, 2001 pessoà. i rpoddl l e. qJê i l tê' píetàÌ rudo o qLe Á
d Ìo pel o j à' oi 1ei ' ocorì' oàrqogeri á1.ts,ê Íi ' Í1 e.
Dicionáriode ternos tterárbJ, de Ma$aud d em de rernatzara in+luenc'ada lelpvi\áonà vidc
M ois és5ão
. Pê !o C ! trx , 1 9 7 4 . das pessoas,também abordã as confusõ e5
A linguagemliterária,deDonìicoProênça F ho desen.ãdeâdas quando ôs pessoasjnteípretamde
, 9 7 (s é reP ti f.i p o s )
6. €d S ãoP au l o :AÌ.4r9 modo íigurãdo o queÍoidito em sentidoliterâ1.

éuna linquâqen29 |
Lneratura
rae genero
Literatu
(l o eprcoe o lírico
):

Quando ouvìmas íalar de um filme épicr:. imedìatanente


visualizamascenascle batalhas grandíosas,co!11ã prc.,erìçaCe heróìs
destemidos,deíendendo valaí4s camo a hanra e à justiçâ. i
Por sua vez, quando se têta d-. un fílne ramântico.
sabëmosíluê prcvêt-retr\entevercrí|osceúas!irita3,
em qLíea5 emoçóes€r_iârãoprereDte5.Pat que iazeí!rcs
essal 1iqâções?O qre n,Jslevâ t asscaidra épicc a a4n4s
cÍe/utê espçtâ.u/ares e o lit'icc aai sentimenfl)s?Í,testecapítuia,
você vai ler alguns textoi lãJcifiante.re eitenrier ccno
eJsesdo7'scorceitoi êstâa liEadÒsà literêtutã.

::

Cenadô I me O serior dor ,4nèrt O tetô.hÒda rei,2aA3


odô.ol-o.lo .qo po opô r ' o po.\ôó.
o que vocêdeveá saberao
Í. A foto nosmostrao momentoem que Frodo,o heróide O SerlÌor
dosÁné6, chegaao topo da Montanhadâ Perdição.Láele deve
1. O que sãogênèrosliterários. destruiro UmAnele livrara Terrâ-médiada amea(ade serdomi-
2. O que é gênerc épíco. nadapor Sauron, o SênhordasTrevas. Quãlé a aparência
do he-
. A função dospoenas épí- rói nessemomento?
cosna Antigúidade. . O queessaaparência
sugeÍesobrea jornadade Frodo?
. O conceitoclássicoe o con
2. Expliquecomoessaìmagem5imboliza, no contextoda históriade
ceito noderno de heróí.
O SenhordosAnéis,que o maior desafioenÍrentadopelo hêrói F
3. o que é gêneÍo lítico. não estavanos obstáculosa seÍemenfrentadosna iornada,mas
. Càrc.terizêçãodasprimeí- na lutaquetravarìaconsioomesmo,
râsnãnifestaçõesda lhica.
. A atual definição de línca.
. Alsunas daspríncípaisfoÍ-
|nas e alguns rccursosaa
t. No trechoabaixo,Elrond,o senhordos Elfos,apresentaFrodoao
Conseìho que irá decidiro que deveráserfeito com o Um Anel.
Que características
de Frodosãodestacadas por Elrond?

Elrond chamou l'rodo pda se s€ntar ao seu lado e o apresentou ao

o desaÍio
do Anel Àqui, meus amigos, cstá o hobìrit, l'rodo, filho rle Drogo. Poutrx
! cÌregaram aqui, passarÌdoporperigos maiores, ou em missãomais urgeDie.
t . . .1
Ì'rocio oìhou para todos os rosros, mas eles não estaiaDìvoltados pda
ele. lbdo o Conselho se sentavacom os olhos para baixo, pensando pro'
fuÌìdameDte. LÌm graìrde pavor o domnrou. coìììo se estìvesseaguârdan'
do o proÌìrnciamen.o de alljuma seniença qu€ ele tiDha preristo havia
muÌto tempo, e esperado em Ìão que afinal d€ coÌìtas nunca fosse pro-
nuÌìciada. Um desejo incontÌolável dedes.ansar e perÌnanec€r em paz ao
lado de Bilbo eÌÌì \'alfendà encheulhe o coração. Finalìrìente, com rm
esforço, 1áoü, e ficou srìIPresoao oÌúr as próprias palavras,como se al
Em2001,d Sagado An€lche- guma outra vonlade estivcsseusatÌdo suâ pequeÌÌa voz.
gouàstêlasdecinema do mundo - Lei'arei o ADel dissc eÌe- Embofa não conbeça o caminho.
ifteirc.Dkiqida peloneozêlandês
Elrond levantoÌr os olhos c oÌÌrou para eÌe. e Frodo sentiÌr o cornção
PeterJackson, a tr oglacontaa
h stóÍiado hobbtFrodoBoserroe devassadopela agudeza daqucÌc oÌhar Se entenclo bem hr.to o que foi
suamÈsão dêdestruiro UmAnel. d i i o -d i sse el e,penso quccssataÌefaédesi i ' radaavo.é,FÌodi i ; cquc,
O tercero filr.e da série,O r+ se você náo achar o cannnÌo, ninguém sâberá.E chegada a hon do povo
torro do reÍ,noslevaà ft7]ontanha do Condado, quando deve sc Ìer'antar de seÌrscampos pacíficos para abr-
dâPerdição, úncolocalonde pode 1âr âs tofes e as deliìrefaçõcs .tos Crandes. Quem, entre iodos os Sábios,
seÍdenÍuídoo ênelforladopoÍ poderia preÌer isto? Ou. se sio mesmo sábios. por que deverim espcrìr
SauÍon paradominaÍospovosda sabèlo, até qüe a hora chegasse?
TerÍa-méd a.
Ma-so laÌdo é pesado. Tão pcsado
ApóssupêÍartoda sonede pê-
que ninguéìì podeÌia impòlo a outÌa
r gose obstáculos, ÊFodoe seufìel
dmgo SamGanìgichegamao pessoa. Nào o imponho a você. Mas se
iopodovulcão, ondêo heróipre- o toma liÌr€mente, direi que sua es.o
cisavencero desafiornaisdifícill lha foi acertâda e s€ todos os poderiÈ
resistÍà tentaçãode náodeÍÍuiÍ sos amigoedosrlios de artiÍjàmente,
o UmAne € usufruirde todo o Hador e Húrin. e Tuin, e o próprio
podêÌqueelêlhedá,sucumbn- Beren. esti\€ssemreuÌidos jüÌìtos, ha-
dô assìnì à doÍninêção do nìal. '!€ria um hrgd pm você ente eÌcs.

é qênerc(1):o Eìco e a lhka 31 a


LitêtâÍutâ
T I TER AT U R A

NlasceÍtarlente o seühor náo o eNiaÍá soznÌÌ]o, X{cstÌcÌ - gritou


t ::!:, o SarÌ, i1ìcàpàzde se conler poÌ maìs rempo, e p!ìÌâr.lo do canto ondc ti-
nlÌa eslado senlâdo, qÌrielo, sobre o chão.
i;;.'1;fl o - Re,ìlnÌcÍte ÌÌiol- disscElroncl,voÌt trÌdo{c para eÌe.oni um sÌn$.
G - Pelo meÌìos\oca dcle ìr com eÌe. É qurc impossftel sep:irálo cÌeFrodo,
até mcÍno.Ìuan.to cÌc é cor\o.ado puaum conseÌhoseüeÌo, e não.
'ocê
Sanì !e seÌrtou, coràÌìdo c sâgue.jando.- Quc boa cnrasca.lncsta cnl
que üos ìctcnÌos, Sr. FÌodo -.lisse eÌc. b dÌçuÌdo a caÌrcça.
rt
È I CJLIí!\..j R R. aJ5ì,nro1lri,Ì,á\. lÌ rhljur LeniÌr \'Íaria Rjmoìì E$eles
c Alnú. Pì\eri Si. P",l,,: \Í"Ìrìr\Fonie\. ?000. (Frrgrl-nnr.
; è
ô

4 . L e i â u mâ deÍi ni ção de heró.


A triloga o senhorc/or | . . . I nrcÌi\íduo notabiÌizaclopor seusfeitos guerreiirs, sua co ragem,
Ánélslo escÍta peloingêsl tcMcntade , abDegaçio, maglìarÌnnidade, erc.
R R Tolkiên(1892 197:),pÍo
D)ôan.irú
Húüai.r\
/b tugtafu,htsr6a Ri. deja.eno Obj.tn:,200Ì.0:ngm€lrol.
íessoÍde teratura e ngúía.
Seupr merc |vÍodef cçãofoi r O que, no texto, perrÌìite identif car Frodo corÌìo o herói da histór a de
o hoób/ípublicado em 1937. O se/rhordo5ÁnéÀ?
ExpiqLre
A r€pêÍcussãoeo sucesso
dahs
lónadosseres pequenos,depes no texto,â passagem
5. ldentiÍique, em que Íica evidenteque as
peroos,quêgoÍarnoêcorneí âçõesde Frodoengrandecem todosos hobbits.
muto e vverem pâ2,fizêEm
6. Os heróissão"predestinâdos"a cumprirumâdeterminadâ mis
conìqueTolk€n.omeçasse aee
crevetnessernesmo âno,acon- são.Tambémessacarãcterísticapodeseridentificadâ
em Frodo?
tin!açãodahisÌória
doshobbiÌs lustiÍiquesuarespostacomum trechodo texto.
.s trêspaftesde O Sernofdo, t. Explique que outracaracterística
do heróipodeseridentiÍicada
AnéÌs(4 Sociedade doAnel,As nestas palavras
de Elrond:
duastorres,O retarnodo reì).
N4asÌárdeessaÍogasetor "1...1o fà.doé pesado.
TãopesadoqüeÌìnìguéúpodc nnntrôìoa
narãLrma dâ50brê5 masfamo c,utfâpessoâ.Não o ìmpoÌÌÌÌo a você.NÍasse o ro!Ìâ Ìi!ÌcnÌcntc. direi
sase dasno rnundotodo qüe suaescoÌhaÍoìacerrada:1...1"
8. Ob5erveas imagen5corÍìalgunsheróisÍamosos.

li
,tri

Câraderísticas
do heróì
ra..-
Umacêracteftticadssocadaao e
h€ró é o fâto de ele, mu tas ve
zes,r€prêsêntârseLr pfÓpÍo povo É:i
O conìportamentoêxemplardo ..':
heró, nessescasos,deixadê ser :' a
u ma m ar c a f div ldua p a ra s ê f ;
dÌÌìpiado e aÌribuldoão povo a
:
UmaoLrtracara.teristcâé a dê I
o hêróienarpredeÍ nadoa cum-
prlr !rìa dLrternì
fêda missão. I Discu'tê colegâs:que caÍacteÍístcâsem comum !tneraêsses
com seLrs

.32 CAP|IULa
3
tIÌERAT U R A

Osgêneros
literários
O termogêneroé uulzêdo,nasd ferentes formasdeafte,paradenom-
q\re
narumconjuntodeobras apresentam caracteÍíst defor-
casseraìelhanles
Ílìae de conteúdo.
A prirìrera tentativade organizar a produção literáÍiade acoÍdocomas
característìcasdasobrasfo ÍeitapoÍ Ar stóteles, naAntigüdadec ás5cê
A divsãoarstotêlcã degêneros baseia-seerndoiscrtérosro conteúdo e
pela
a forrnaassurnida nêrração. Quantoaoconteúdo,o fi ósofogregoden
tif coutrêsfocosdeatenção daobra:a9paixóes, asaçõese oscompoÍtãrnen F
tos humanos. Quantoà Íorma, identficãva corÌrodramático o textono qual
nãohava um naffador, apenasâ ãtuaçãodãspeÍsonagens, e comoépLco, o
textonoqua o poetanarradorfa a direÌámenteou poÍ meiodeumapersonã
gern(comonospoernas de HorÌìero).
Ar stóteles
nãotrataespecficamente dã
pioduçáo ir ca.
NoRenascimento, a grandevalorização dâpoesa lírica,desencadeadê pela
produção de Petrarca e seusseguìdoÍes, consoidouo estabeecimento detrês
um conteito'muito mportante categorias báscasou gênerositeráros:o épico,o líricoe o dramático Essa
paÍaAÍiitóteÌes é o dê mimese, classficãçãocontnuasendousadaem nossos d as.
que,emgrego,sgnificaiÍntaçáo. NestecapÍtuo, vamosapÍofundar o estudodo gêneroépicoe do Iírco
Nasuaobra,Doér,cd, ee de5envo
vea idéladequeafunçãodalitê-
Ìaturê,p hcpàlmênte r O gêneroépico
do têêtro,
ê cnãíÍêpíesênÌãçoês ( m Ìãço-asl
dãsaçôês ê conìporiâmentos hu- Todosos povostêrnassuasnarrativas. A formacomoasorganizãm pode
manos,daspaixÕês ê forçasque variaÍ,os meiosatravés dosquais podeÍÌìseÍdiferentes,
circulam rnaso fato é/
nosevârna ãqir quecontarhistórias pareceseÍumaãtividade própriada natureza humana.
sêgundo aÀiótees,quandoob Dospoemas oras ao Íomance contemporáneo, a lteraturaregistra
a traje
seÍvamos às|epÍesentãçÕes cÍiadas tóÍiadãsnaÍÍativas e seuestudonosaludaa compreender as mudanças lor
nost€xtoslilerários,vveúosèxpe mas e deconteúdopor quepa55aram.
,iènoasseÍnelhantes dr dasperso
ndgens e èprenoeraos conìEso as narrativâs ÍÌìaisantigasapÍesentaTn
umacaÍacterÍstca comum:todas
coftaÍ os Íe,ro\ê'trdord
náíios
deurnheroi

Oslongos poemas narrativos,


ernqueumacontec mentoh stóri.oprotãgon
za-
do porumheróiécêêbrado êmeslilosoene,grandioso,
sãochamâdos deépicoi
oL epopeià5o rêÍìo d"r "d do qrego-oo-.q-e derfe o<\ôL..ioniÍ,"do..
o.etú.eí p.ld,d.t.ra. d' urÕ

Na cenade abeÍturada OdÀsélã,podemosldentíicara gumasdêscarâc


teíístcêstÍpicasda épica.Observel

lllÌNa. reconta{ÌÌe os lèitos .Ìo herói asruciosoque muito


peregrnÌou, dês qüe eslèz as muaÌhas sagÌadasdc Tióìa;
muitas cidades dos homensüajou, conhcccu scriscoslrÌmes,
(omo no mar pâdeceu sofrimerÌtos inÌimeros na almâ,
p:úa quc â lidâ sâh'assee dc seuscompmhcnos a volta.

HOìÍIRO. Oln;ìd. Trìdução: Cà los Albe.i. Nünes


5..d Rjo de.Ì"reirô: [diou.o,1097. Ooleção U]Ìiver si.bdc
(Irâgnento)

Lhentura-aqènero(t):a ea.n e o litkÕ 33 a


L I Ì E R ATUNA

O poetapede nspraçáoàs musaspaÍacontara históriade um heró,


Odsseu(tarnbém charnado queperegT
de Ulsses), nou por muitascÌdades e
terríves provaçóes
soÍTeu desdequedesfezasmuÍalhas sagradas deTróÌa.Aí
estãodeineados a voznarratva(o poetaqueirácontara história),
o heróie
suasupeiordadediantede ouÌroshomens.

Asepopéias ou primárias
clássicas
Provavelmente, a narrativamaisantigadequeseternnotícaé a quecon-
ta, ernveÍsos,a h stóÍiadeG lgamesh, re deuruk,naBabilôn a,queviveupor
vo ta de2700a.C.Étambéma priÍneira eoooéa a narrarosÍeitosdeurnherói F
pátro.Apesardisso, consdera-se queasobrasépicas mâisimportantesparaa
literaturaoc dentalsãoa íadae a Odisseia, que surgiraÍnbemdepos, por
voltado séculoVll a.C.,e culaautoriaé ãtribLrída a Homero.
Supõe-se que tanto a //ladaquantoa Od6sélêtenhamse originadode
cantospopuarese declaÍnações emfestivais Íelg osos.
AestrutuÍadospoemas homéricosserviu debaseparaoutÍosépicos, como
a Fnelda,de V rgíio,e Os/usladas, de Camões. PoresseÍnotvo.a /radae a
Odbsélasãoconsideradas poemasépicosclássìcos ou primários.Todosos
quêseinspirarn nelessãoconsderados de imitaçãoou secundários,
A /rêdênoscontao últÌmoanoda guerrade dezanostravadapelosgre-
Võo comcênadâodúséa U ses gos(aqueus) contÍaostroianos. O títuloderivado nomegregodêcldadede
(ods'eu)e seushomens.ombâtêm
ô
.iclopêPoíemo,século
Tróia: íion.
V a C.
O confito histórcoé o panodefundoparao poetadesenvolvero núcleode
suanarrativai a iradeAquiles, que,apósdiveÍsas peripécias,
mataHeitor, Íi ho
do reìdeTróia,ê vencea guerraparaos gÍegos.A /radaé um poêmãsobÍea
guerra,sobreasatitudes herócas e ossoffirnentos queeladesencadeia. a
Odisseu (Uissesé a forrnalatinae maisconhecìda do nomedo heÍói)éo
heróidasegunda epopéia homérica, a Odlsséla. EleretornadaguerradeTróia,
naquã tevepapeldecisivo: foi eleqlern tevea dérade presentear os ininìi-
goscomLrmcavalode Tnade ra dentrodo qualestavam escondidosos gueÊ
rero5gíegos.
Ernsuavoltaparaítaca,cidadeondeo esperam a esposapenéopee seu
ï lho Telêmaco, enfrentará mutos peÍigos e sofrimentos. Ao contaressavia-
gern,a Odlssé/ê retratade TnodoÍnas próxmo a vda cotidiana dosgregos.

O (on€eitode heÍóinasepopéias
clássicas
NaOdlssé/b,os píinclpais
obstáculosenÍrentados peloheró sãoprovoca
dosporPosido (tambémconhecido comoPosedon),deusdosmaÍes.Enfure
'dopo-OoisseJre cegèdose,lilo ooi'eno.ur oodêro.o 9 ga-fe
-iclopê,
com um só oho no Íneo da testa,PosdocriatodasoÍtede peÍiqos pêía
i'rpeoi'q,eo reioellècèco c uo oÍ \,iddrLd.o n"d" dêíeg-esso
No Íecho a seguir,vemosOdisseu seÍatacadopeas forçasda natureza
cornandãdaspor Posdo,quãndoestevotavadaÁfr ca.

No quaÌto dià o trábalho lÌcou cc'ncÌuído a conrenco,


e no seguintc a diüna Calipso mandou que s€ fosse
dn iÌtÌa dcpois de o banhaÌ e provcr de vestidos odoros.
t...1
Fez quc soprasse,em seguida, unì bom venro propício e agradá\cÌ
ao quaÌ as r'€Ìr o dil'o Odisseu sâtìsfeito desfralda.
t...1

a 34 cAPiTULo3
TITERAÌU R A
-'

Eis que Posido, de vollâ dos homens Eúopes, o erÌi(erga,


Dos aÌtos montes dos povos Solimos. De pronto o pcrcebe,
q ,,c p e ì o mJ. nJ\egr\r. \ì dd mr' n.e exJ.perá,om i $o:
move nÌdignado a cabeçâc a si pÌóprio dirige a palawa:
"Ohl Por scm dúvidâ os deÌNes por ÍÌodo dìverso acordâÌ?Ìn
sobÌe Odisseu, qudÌdo esti\€ em üsita entre Àsgentes Etíopes.
t...1
Penso. porém, qìre ainda posso causarìÌÌe ouiÌa série de ÌnaleJ'.
'Iendo isso dito, conglobâ os buÌcões, cleixa o mar agitado
com o tridcnte. Suscita,depois, tenÌpestade violeÍr;i
dos ventos todos cm nuvens eÌÌvolve cinzcnt^ a ,eÌ r a
conjruìtâmente com o m Baixa a Noire do céu entremenies.
t...1
o cor4ão de odisseuse abaÌou.ftaquejâÌaÌìjlìe osjoelhos.
Veìdo-sc enì tân1âaÍlição, ao ma8Ììânimo espiÌiro Íala:
"QÌÌão infeÌizl ,c.ide mìml que me ÍaÌt:l passardc màis gftvc? '
t...1
ui,sies(detalhe),obrade Longe Ìâs ondas é a\'ela.jogada con a verga ainda presa.
c P eegr noÌba l d is,é c u oX V Por nìuito tempo Odisseu submergido ficou, sem que do ímpeto
da ondà pudesse Ìivrar-se e sürdiÌ rovamerÌre à ÍÌor da águâ,
õ [U otlor* quee{ãrm un odoÌasÌa.râ€l pois Ìhe pesàvam âs vestes qrte a nnìfi Calipso Ìhc dcra,
conglôba Ímh, Éúne. té que, por fim, veio à tona, expelindo dabocà a salgada
8lúó6: nh,ens cspcss ,ìuc údi.tun a
água aì"argosa. que eD Íìo the cscorre, também, da cabeça.
chegada de uni tenpe$ade.
Não se esqueceu dajangadâ. conquanto se achasseextenuado;
j
Màr, peÌas ondas âbrindo caminho, agâÌÌou-selhe presto,
sobe e se assentano mcio, escaparÌdo,conÌ isso, da Morte.

HONIERO. O,risád. TEdução: Cârìos Núes.


Receita para fuer ]m herói 5. Èd. Rio deJd€n.: ^lbertÒ
Idioü.o,19!t.
Coleção Unire$idade.
(Frasmento) .
Feito de nàdà .ômo nós
Enr tanìanho naturàl
EúbebecÈlhe a came
t De úÌjeito iÌrà.iônd Naepopéia clássca,osdeusessãoapíesentadoscoTnoseíesíeas queaju-
Cômo a fome,.onìÒ o ódio darnou preludcarno herói,dependendo Tarnbém
deseuscaprichos. os peÍi
gosenfrentadospeo hêróisãoextraoÍdinár
os.Odisseu,porexeTnpo, mostra
bravurae coragemao enÍÍentaÍa Íorçadasondase dosventos.Masvemos
na obfaqueelenãotera chancede sobÍeviver se nãorecêbêsseurÌìaaluda
\u p ê o - no . d\o, da de- d
^rê.è
DnponiveÌe'Ì: <ÌÌtF:/rrru.r.dì. Mesmo sabendo serimpossíve fugirdasprovaçóes quelheforammpos-
múho.Pt /-ì j/nnn.a/hLÌr1/ tas("Quãoinfeizl Ai de ÍÌìml Quemefa ta passar de rnaisgrave?"), Odis-
rcúaldcrec€iúPanFz€ruDI ldo| nem por Íecuaou fraqueja.
hrnl>. Ac€$oen: 29juÌ.200.1
seu sso Cumpfe, assim, o seudestino e consa-
9ra5ecomoserhumano supêÍior,extraordnáÍio,dignodeserimoÍtalzado
por seusfe tos.
No discoA/coa.ús.rca (1988),o
grupo lrãl r.!sico! o poêmade OutroêSpecto presentenaepopéa clássica é a preocupação em inlofmar,
Reinado FeÍeiÍa," Rçceita parase a todo nstênte, a quepovo peÍtenceo heró,ou qual é ã suaÍliação.Por
Íazerurnheró",coÌÌìagumasnìo assoc açãoao heÍó, a ïamíla e o povoâ quepedence tambémseengrande-
dificaçÕes na êtra. Nele,qleíio- ceÍr comsuasaçõesextraordlnáÍiâs (avitóriade Aquiessobreos tro anosé,
na-seê v 5ãoda gueía comoo es tarÌìbém,a aÍ rmaçãoda superior dadedo povo9Íego).
paçode consagração dos heÍós.
Esse i po de queÍonamentos-â- Dessa foÍrna,os poemas épcoscontÍibuem paÍadivugaÍa idéiêde iden
da posslvêl naépocaenì q!ea /tra- tidade pátrìa. podeser
ÌalcaÍacteÍísticâ maisbemcoÍÌìpreendida sê embrar
ri da e a Odlsséia forêm escrtas? , mosque,no morÌìento em queessasnaíativassuÍgenì,a noçáode Estado
arq!or*d*r*nr**n*r'dr* e*${d aindanãoestava defnidae a organizêCão.sociêlvaÍiavarnulto.

lrterdlrid
eqen€ro
ír. o e/r/coe
orrro 35 I
TI Ì ËN AÌ U R A
-

de imitação
Asepopéias ou secundárias
E e/dê,a prìmeiraepopéa de mitação, peo poetaromanoViÊ
fol escrita
gíio,entreosanos30e 19a.C.Esse poemê é conslderado "a epopéla
nacio-
naldosrornanos", poÍqueÍo compostoparagloriíicar a gÍandezade RoÍÌìa.
Nessa obra,Virgíiofaz urnaespéciede sÍntesedasfábuas gÍegase das
tradiçóes latinasOsseispÍimeÍoscantosde F,1erdê nspram-senaestrutura
da Od6séiê e apÍesentãmas aventurasdo heíóiEnéiasOsseiscêntosfinais
aÌlresentam umasérledecorÌìbâtes desenvoÌvidosde modomuitosemelhan
te èoLrelescontadosooí Homerona/rada.
É no RenascÌmento,poíém,quesurgeo maisconhecìdo poêrnaépco de F
irnitação: de LuÍsdeCamões.
Os/usladês, Escrtoemumasocedade bastantê
Mosa.ôdo séculô 3 d C Ên.onÍadon. diferentedaquelaque viu suÍgira lliadae a Adisséìa,o poemacamonÌano
Ìunisi.quemonrêVÍqilô escrelendo,
nspnâdo porduasmusas. revela,na caracteÍizaçãodo heró Vascoda Gãma.o obietivode exaltara
bravuÍado povolusitano, poí eleÍepresentádo no poema
Nâ cenaãbãrxo,extraídado cantoV de Os /usladas. testemunhamos o
encontrodeVascoda Gâmacomo o oanteAdamastor

BraÌìindo. o negro maÌ de loÌÌge bmda,


Clomo se desseem úo nalgum rochedo.
A exaltaçãodo povo I
"O Potestade (disse) sublimada:
O fètô de Camõêsês.FVêrêm
qrre am€aço diúno ou que segredo
LrnìínoÍnentoêm que o Estado
eíá claramenteÒrganlzadoe é Este cÌinÌà e este ÌÌìâÌ nos âprcsenta,
rêsponsávepelavlda das pessoas Que núr coufl parece que tornìenia?"
faz com que a individualidade do i
heÍóidexe de serjmportante. Não acaba\a, qÌDndo uma fig1llâ
O que meíecedestaquee elo Se nos mostra ìo ar, robustâ e váÌi{Ìa,
g o são os fêitos do povo, que a De disforme e gmDdíssima estitlrra;
cançaa imoÍtãlidadêpoÌ meioda O rosto canegàdo, a barba es{ÌuáÌidâ,
Í qura dci hêÍói que o representa
Os oÌÌÌos eÌìcovados,e apostura
Mcdonha c má e cítr terrenâ e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabeÌos,
A boca negra, os denies amarelos.
t...1
E disse: "O gerte ousada, ìaìs qrÌe qüa tas
No nÌuDdo conÌeteràÌì Fandes cousas,
Tu, que por guenâs cruas, tais e tantâs,
F.por irabalhosvãos nunca repousas,
Pois os vedados térnìiDos qrÌebrantas
E avegar ìeus Ìongos mares ousas.

LIJ Po&sLdê: {ìiúndà.lc po.leb!â


Que eu taÌìto te po hájá quc gÌlardo e tenho,
\u I J d rrd u' i l , i \E à' ,Ìruuufrofri u l .rìl ru:
Vêdados 1érninc o Jìn do rmr,
sinìboliâdo peÌo Crho {ìó Toment!!
cAMòEs, L,í d.. o" r,oi"das-rt: , otÌa.anptrta.
onde nuihs ddrnÌuções nâutì âgâ.ú.
Nor2 AguilâÍ,1938.(Èi8mentt.
Rio dÈ.Jânei.o,
quebmrls: supaìs, ÌBces. .
Nüc. edos dc €stuho .n púlrio
lenìo: nun.a ânts nâFgdos. IalD i
ì6ado, aqüi,coúo uúà ÌcliÌêrcir
!ìet,nímia para enìba..aqio O giganlc Essãpassãgem revelãuTnacara nfluênclãda epopéa clássica: um seí
,{ddnrÌor refeÍ* ao fab de os monstíuoso (AdaíÌìastoÍ),
deorigeÍnmitológica,represêntao obstácu
o a seÍ
travcgadorcs pdtugneses kren os superãdopelo"herói",Vascoda caÍna.A referência aosseresdê mitologia
I,ÍineiÌos a consgun úhpastu o càb.
gregamostraqueCarnÕes pretendeu
dtu T(trme.Ìa, que fia localizado no $l seÍfiel ao Ínodeloda epoíléaclássca
do.onlúcnre l1Íieno. erÌìouese nsDtrou.

.36 CAPITULO3
TITERAÌU R A

Nesse trecho,Adarnastor desempenha umaduplaÍUnçáo:simboliza um


acdentegeográfìco (o CabodasTormentas, desafioa sersupefado peos he-
ÍóìcosnavegadoÍes portugueses)
e cuÍnpÍeo papeldeseÍm tológco quede-
verlãestarpresente eÍnum poemaépico.
OutrãcaÍacterística importanteque essetÍechoilustraé o fato de o
herói,aqoÍa,"encãfnar" todoum povo.ËrÌìborã diaoguecomVasco da
Gama,é ao povoportuquês queo g ganteÍaz reÍerênc;a em suafala(1Ó
gente ousada,rnaisque qLrantas/ No mundocometeram grandes cou-
sas").É o própro Adamastor quêmreconhece a grandosidade dosnave-
gadores portugueses, cujosfeitossupeÍam os de todosos outroshurna-
nos:sóelest verama coragem deenfrentaÍ osperigos do "maroceano"e r
conq!5tá-o comsuascarâvelas (" navegârmeusongosÍnâres ousâs,/Que
(antigoCabodas
Câbódê Boatsperânça hájá queguardoe tenho,/Nuncaãrados
Ìormentâs),
ÁfacâdÕsül
eu tanto tempo de estranhoou
píópro len h o " ).

AstransÍoÍmações
do herói
Ao longodosséculos, o concetode poemaépicose transfoÍrnou paÍa
acomodar as rnudanças sociaise polítcaspoÍ que passaram as socedades
humanas. A maÌortransformação aconteceunoséculo XVlll,quando os lon-
gospoeÍÌìas naÍÍativos
entraÍamem declíno e suÍgiu,comoa ternatvamas
apreciada pelopúbico e tor,a narratva ernformade romance.
Escritoem prosa,o roTnance tambémfocãlizaâsavenÌuÍas de um herói.
Mas,diÍeÍentemente do heÍóiépco, o heróido romancerepresenta muito
A5lransformaçõesdo herói maiso ndivíduo do queo povoâ quepeftence. O tempoda g oriflcação das
conqustaspátras,por ÍÌìerodo herói,hava pâssado.
Gu adô pê!ãsdiv ndades:i/iáda,Od6séô. AssociedadeseuÍopé asencontrêm-se claÍãmente estruturadas,
comseu5
!m povol
RepresênÌândô
liÍÌìtes geogÍáÍicose po íticosdeÍinidos.Nãoé maisnecessár o, portanto,
E constÍuiÍ liteÍaÍiamenteo concetode "pátria"por meiodasreãizações
q extraoÍdnáriasdosherós épcos,cornoacontecêu duranteparteda Anti
H!mânô e individla: RoblniônC/usoé, güidade e do Renascimento. Agoraé a horadotriunfodo indvíduo,do seÍ
a @nde de MÒnte Crista, er.
humano comurf.

E Narrativa:
o heróimoderno
Na narrativa moderna,é a 'foÍçado caráterque deíineo herói.O herói
modernoenfrentaumaséÍiede problemas e lutapaÍasuperá-
cotidianos os
seÍÌìqualqueÍ tipodeauxílo divino.Porsetratãrdeumapessoa " normal",
o
heróimodeÍnopodefraquejar e sucuÍÌìbir
àstentações (eleé, ãntesdetudo,
humano), rnas,ao fiÍÌì de sla jornada,09vaoresquedefineÍÌìseucaÍátero
ajudaÍão a superarobsÌáculos e tentêções.Pormeiodes!âsaçÕes, a dimen-
sãohumana e individual é vaorlzada.
Osobstáculos queaÍavessam seucaminho tambémnãosãoextraordi-
náÍiose, rnuitas vezes, simbozamês dificudadesde seaílímãra própria
dentdadeerncentros urbanos nosquãisseãglomera urnsemnúmero de
ndivíduos "anônimos".
Vistaassm,a "epopéia" rnoderna é a utado seÍhuÍnano corÌìum pata
constíuÍ sua dentdadee sobrev vereÍnumasocedadequeopÍ meo indví-
duo em nonTe dosvêlores coletivos.
Esseé o nìotivo explicaa enormepopuardadedo romance
que ao ongo
do sécuo XlXie e Íaz histórasde pessoas muto semelhantes ao seupúbico
êitot quetêmbérÍìenfrentaurÌìaséÍiede obstácu oscotd anos
Nacenaa seguiÍ,extraídã do rorÌìanceAs ayenturasde Rabìnson Ctusaé,
veremos comoo herói,um hornemcomum,nãosedeixaabaterpelascircuns
tâncias d fíces em queseencontra.

LìteGíoG
éqêneral):a épi.oe o litka 37 4
LI T ER AÌ U R A
-

Esia\a iá há treze dias eÌÌÌ tena e estìi€ü onze vezesno nalio. DuÍânte
UmCrusoé modeíno esse peúodo trouxera tuiìo quc um único pâr de mãos serì:Ì capaz de carre-
gar, mas estoü certo de que se o tempo tilesse coniinuado bon teria truido
o fÌlme faz umaÍe
o barco inteiro, peçapor peça, paÌa acosta. ì{as qumdo rìe prepaÌala para
^/áufrago
eituradeAs ayerturasde Robrn
sonC,.usoé, ao contdÍa histórìa minha décimâ seguÌÌda viagem, ÌÌotei que o vento começâra a aumentaÌj
dê Lrmhomernquesevê desêf mas alsim esmo apro\'€itei a nìaré bain e fú a bordo. 1...1
adoa sobrevveÍenì Lrmalháde- 1...1 seria melhor ir embora mÌes que à maÌÉ começaa€ a encher do conbrá-
seda,deporsqueo avãoemquê rio me ariscaria a nào con$gdr alcarÌçar a ì,ìÌgem. Atirei-me irÌediâtàne te
viajavacã no mardurantelrìa n'4lì.:l e cruzei a nado o cmaÌ com grande dìficlìÌdâde, cm paÍe por causa do
peso dâs coisasque le rã, em pdi€ deüdo âo md agitâdo, pois o vento ãlmc.ntì-
Ao ronÍáro do heró épico, \Ìì Ì?pidamente, e aÌìtes que a maré estivesseaÌta desaboÌr uma tempestade.
querealzaÍe tossobre-h!rìanos EscÌ\è de voha a minha pequena tenda, onde me retugiei com tudo quc
e contacoma ajudadosdeuses, püdera
sah . V€rÌtou com múta forcn naqueÌa noite e, pela ÌnanÌÌã, quando
o heródofilnìeé unìhomem con
Ìêmpôraneo que teÌÌìapenasos sâí para obsel'lrì! já não ha\ia mais Ììenhum barco à üsta. Fiquei um tmto
rêcursos oanaüTeza paíasaÌisÌa surpreso, ma-, me refiz ao reflettu que não perdcra tcmpo lem poupra esloÈ
zersuasnecêssidades bésicas,
ao ços pam tiÌìar dele tudo que me pudesse scr dc uiiÌidìde e que dc fato pouco
rnesmo tempoqle precisa man reslara ali que eu ainda seÌia capaz de tràzer, caso tivcssc riclo mais tcmpo. 1...1
tersuasandadementaea espe- Nrinha]] pe$pecti\tìr eran soDbdas, pois cono nno ndfEgdâ nese iÌhn
rançâoê sêrresqaraoo. sem arÌtes ser impelido a $ande disdncia por üoÌent tempestade, ou seja,
a z centenas de légìu! fora d"s roiÀs habìtuais de coméÌ.io, tinhâ rzão sufrciente
õÉ parà ver tudo como üma determinação dos Céus. pda que nesseluga desÌado
e d€ modo ião desolador eu terminasse os meu dias. IágÌimõ rcÌayd copiosa-
Ìnenie peÌo merr roÍo enquanto fuia 1âisreÍÌexõcs, c ãÌgxnõ1czcs peq+uÌtava
â mim mesmo por que a Pro\ndênciâ ìadnava su6 criatuÌas dessafomâ, lan-
çaÌìdcas na mais aìrsoÌuta miséria, abàr'Ì&rÌadas, cÌesmpaÌ?cÌas e a riÌ ponto
desespemdas, qüe ateÌìtafia coniÌa a rìzão agrldeceÌ poÌ semelhante úda.
Mas sempre brolava em mim âtgo quc detinha tais pensamentos c me

DDIìOL Daniel. ÁJ d/M/zÌd ,t It binson CtNi.


T.ad!ção: Abnn, Poìi JÌ rorto Alegre L&PI{, 2002. (IragnenÌo).
ÀJdráqo,de RoberÌzem€c[s.
! Ê114,2000.
j
"src:rwnn:n* raffimamráf
fg r,úp.üdo,l,,,ç!,1o. As aventuras de Robtnson Crusoé,escÍitopeo nglêsDaniêlDefoe,foi
publcadono sécuo XVll. Nesse rornance, o pÍotagonista
é o únicosobÍevi
ventede um naufrágio, que pÍecisaenfTentaT as ÍoÍçasda naturêzae sua
soìdão,sequsersobreviveÍ em uÍÌìalhadesetta.
O trechoi ustÍaê gunsdoçdesafosa serem superãdosporRobnsonCrusoé:
alémdã d ficudãdeêm transportaÍ do navioparaa terraf rmeos utensílios e
mantTnentos, â personagem e êmeaçada porumatempestade queseapÍoxma.
O seuheroísmo seconstró],nessapassageÍÌì,pelasupeÍação dosobstácu-
losdã natureza e dosI m tesfísicos
DÍóoÍios do serhurnano.
Comosetratâda histófadeum indvíduoe nãodeuÍnheÍó sobre-huma-
no, outfâdificuldade se lmpóeà personagem: a soidão,Íazendocom que
Crusoéquestonea determnaçãodos"Céus"emcastgá-lo("a gumasvezes
perguntava a rnimmesÍÌìoporqueã PÍovidência arruinava
suascÍiaturas des-
safofrna,ançando-as na maisabsoutamiséria, âbandonadas, desarnparê-
das").Negse moÍÌìento,o queseaf rmaé a humanidadeda peÍsonageÍn.
Robnsonteme pelapÍópÍiav da,sente-se dêsamparado e irnpotêntê d an-
te da tarefaque precisa No firÌì,porém,prevalece
enfrentar. a foÍcade sua
deterrninação: "lvlassemprebrotavaem rnimalgoque detnhatas pensa-
menrose mecensufava
Comnarrativas conìoessa,emqueo tr unfodo indvidLro reafirma a qfãn-
diosidadeprêsente emtodososseres humãnos, estavãaberloo caminhopara
a gÍandepopularização do romance e redefindo o conceto de heró.

I3A CAP|TULO
3
LIÏE RATUR A
--

O condede MontecÍisto

Ë ){X - O cemitdo dafortaleza detrf,


ì
1 Aprísìonadoinjustamentepor 15 anosna foÍtalezade lf,
! uma Drisãoem alto-mar EdmundoDantèstenta
! uma fuga desesperada na esperança de sobreviver
a para vìngar-sedos seusínimigos.
F
Edmundo Dantèsé urn otcia
da mãÌnhaque,tÍaídopeo se! Sól AclÌa\"a-seoÌrlrâ kz só! OlrtÌa \cz no mcio do si-
rnehoramigo,é pÍesonluía l ê n c i o ,cmfteni e do nadal ...1...1
rnente.acusado porcÍmêcontrã ,{idéiado suicÍdio,repelidâ pcb anrigo,nfaÍ,rde pelà $Ìa
a segurançado Nâprsão,
Estado. prescnça,!€io eDtão ergner se ourl'a ver.ono Ìrú ÍàntdÌna
razamzaoecomouÌÌopnsroneL- ao pé do.a.Ìá!er de ldia. 1...1
rc,oabadeFara, quelhêÌêvêla a -NÍorrerl.-. oh!nào, não: e\.laÌìout não mlia a
existênciade Lrmtesouroê o âlu- pcna leÍ Íilido tânto tenpo, pâdecido (ìnlo, parà rnofrer
daa preparar um plânodeíuga. agoriì!Nloííer era bon, quardo o Ìeìohi e oÌr('o tempo,
Quando o abade morrê,Dântès háÌúuitos ànostnÌd hoje seriâreâlÌnerre âúxilnr muÍo o
esconde-se no sâcoêm quede- meu úisêrákl destino. Não, quefo viver: queL Ìutar até
; vêla êsraÌo corpodo aÌÌigoe é ao fimtquero reconquiÍd alentufe que nÌe toi rorbada.
ançadoao mar Resgatado Por ,\Ìtes de ÌnoÌÌcr cvÌucciarne que tenlÌo cle úngãrìnc dos
um barco,el€ va até a ilhade nìeusalgozes,e talvez,quem sabe?alerecoÌnpensd algunsuni'
ÌMont,"Cristo,onde encoììtrao
tesouro.ÌransÍorma se,assim.no cn" l l
j
ricoe ÍnÍeriosocondedeÌ\,4onte Puseramo srìpostomorto ÌÌa padiolâ.EdÌnundo eÌlresorlsc
Cristo,conquìstando umLuqaÍ na par:ì rÌeÌlÌor Íigurü dc dctunto. O.ortejo, ãlümiado pclo lìo-
nobrezafÍancesa e dando nÍcio menÌ da lãnt€rna, quc ia adiante,$Ìbiu a escada.
aoseuterríve panodevnqãnça. De súbito, oãrfrioefortc clanoite bmhou o pnsioneiro, que
l o g o r' ' "rrìr.,...' .e_t" dúnúrd..L.l :u, u' ,.' Irt,r" ' i ' ,âçen.di o.,.pn+
sadadc angú\liâs e.Ìe delícias.1...1
E logo Iìan lèsseniiuie atirido pira u!ì enor e !á.uo, atÌ ã\Gsando os
aes como un pássxÍôÍèrido, .anido, scmpre coÌn uD Ffto. indescrití\cÌ
que lhe geÌavao c.,tâçâo.Embora puxado pan baiao poÍ âlgum oblcto
qrìe llÌc aceÌera\âo rápido vôo. parcceuìhe, contudo, que essaqucda clu-
lD Bah h,ìa delèno àhda. ún detrnro, ne um sé(ulo. Por lìm, .ou paroroso ruido, cntrqr.otno uma seta na
ptuãltr4r ónì qk o coryoanude fo nr água gclada, que ÌÌÌe Íez da ÌÌ grito, sufocado inìcdi,Ìlãmente pelaime6ão.
DanrèstinlÌa caído ao ma! paíaoÍurdo aloquãl o puxaÌaurìabàla de

o md era o ccmitério dalòftàleza de ll [...]


Dântès,atordoado, quüe sufocado, L6€, entÌÈtâÌ1to,a prcsença de espirito
de .onter a respiFçãoi e conìo nâ nÌão direitâ, prepdado, como dissenìosque
esraq, pm tods õ ecntualidadeqle\ãa ã fa.a, rõgou Fp aD,enteo sa.o,
tirou o brãço c depois ã cabeçai apesd, poróm, dos su nìoüÌnentos pdz
l ê \.n H r bdi r.' unÌi n' ,o,,,\ nü çpr.vdopdrhuu:, nLìu\{qôuo.oìpo.
pìocurmdo a corda que lÌÌe aMÌra\ã 6 perÌÌõi c com um ès1òrço$'prcmo
.onseguiu coÍ.ilâ nô morDento cm quc r seDt asfixia. Depois, dmdcÌÌÌe
um pontapé, subiu li!Íe à lona da ágra enqumto a bah lcv.rla ptu â desconìe-
cidos abismos a s€Ì'.Ìpilhei|n que ia sndo a su mortìlha.
DU\Í,\S, Aldàrd.c. O .rdx .t ,ÌÍan, L'nl/a
?oío: L.lLo& I.!Ìão Edio.es,s/d (F.àgnìenro)

l. lxptiquequesentimentosdominâmEdmundoDantèsno momento
tortaezadelí, Mâtsêhâ,Frânça,
1999 em que eeen(onlrddiãntedo cadáverdo ãmi9o.
>
é qênera(l):o épicae a líti.o 39 a
LiÍeraÍura
I.IIERAÍURÀ
-

2. ldentiÍiqueo trechoem que o heróiexplicita suamissãoindividual.


r Qua é essamEsão?
: De que ÍoÍma os anselosde Dantèsreveêmque,diÍerentement-" das
epopéias,nessanarratvao heróiapresenta de modomaiscafo suad -
rnensãopessoale huÌnana?
! Porqueo falo de Dantèsdesst r de coÍnetersucídioreveasuad men-
sáoheróica?
3, O que há de heróicona fuga de Dantèsda fortâlezade lÍ? Explique.
4, Leiaestepoema.
F

Urgantee confidencial
Dispaúndo por deríís
nem a alDa do .orpo
quf ficou em outfo llÌga.
elâ mata com os oÌhos.
() olha. não erfa o aho Só um pouco dâ roz, sem vol|ì
enì pala\Ìas iìnais
mâs apenas as pedns p.rtpddo lágrimâs no espelho
onde ele bate e quebra. monaÌisa e incóluÌne.
l IrT\sl l l H o \,..ndo,a.!a .. \04,ã., ta'ì taa.
R i ,, ì-l , r',,-'.i , l qa:
','\,,.

r Com baseno tÍechopropostopaÍa estudo,é possíveafirmarque O


candede MonteCristonaírda trajetórade unì heró. Podemosdizero
'e-oco1 'eè!ãodo ooer-""'" q rê ,e'è. ra(.èopriáo. d
principantenção ';o
do poema?

r O gênerolírico
NaGÍéca Antiga,ãsepopéias curÌìpr
ran a importãnteÍunçãoded vulgar
os dease vaoTes queorganzavama vda napors(emgfego,c/dade ou
estado).Ospoemas épicos,porénì, nãorespondiâm ao anseo hurÌìano de
expressào ìndividuãl" subietiva
A poesialírìcasurgecon'ìolrna formâde ãlendera esseanseo. Elase
deÍlnepelaexpressãode sentiÍlìentos pessoais.
e erÌìoçóes Umaoutramarca
caÍacteÍíst
cadesuaestruturaé o fatodedarvoza urnsujeitolírìco,difeÍen-
te da nãrraçãompessoaprópriada épca.
Emumatêntatvêde expjcara relaçãoenÍe a poesa e a expressão de
o poetanoÍte-amercano
sentÍÌìentos, RobertFrostdlziaqueo poemanasce
deurnnónagaÍganta, deurnsentmentodequealgoestáerrado,dassauda
desdecêsã, dãsãmãrguras doamolpafa9anfiarloÍrÌìa nopensamento, que
encontra aspalavras
exatasparaexpressá-lo.

{@
O g è n e ro In i (oo" i p ìe. poddnro.co-odo-êl e" f oJê .^" orodrr,Ldi
o e L h r:L o o u er poeÌdti (o n dr' " s.d d e.p es-" odo - .noo - e ro. ou
s e tè .è a o e ç rt _ entos.erocoeí e " ]" do oê esor' Ìo

| 40 cApÌTULa
3
TITENAÌU R A

Asprimeiras
manifestações
líricas
i No início,os poemasírcoseÍamcêntados, qeramenÌeacompênhados
pea lra,urninstrurnento musicalde cordas.Foido nomedesgeinstrumento
quedeÍivoua denomnaçãodo gêneroliÌeráriocoÍÌìolírico
Aseparaçãoentre poeeae músicasóaconleceu deposdainvençãodâ lmpren
sa,nosécuo Xl quando a cultura passou
escrila a preva
ecefsobrea culturaora. É
poressarazão que,parâosântgos,a lírcaé sempreãssocadaà músicaê ãocanto,
enquanto,paÍaosmodernos, e asedefineessenc
aìmente peaexpresúo subletiva.
EmboÍa vár os poetasda Ant gü dadetenharnsededcadoà cornposição
Apo/o.om/m, pratode.erém.a,pêça
ArqleoóqcodeDeÍos,Grécia. de poemasíÍicos,
do l,,luse! essegêneÍoiterárionãoeÍatãovaoÍ zadoquantoo éplco *
ou o ofatÌlatco.
Foisomente no Renasc menÌoitalanoquea poesa deexpressão subjetiva
ganhouo reconheclÍlìento equvaênteao dosdemaisgêneros.ssoaconte-
ceuquandoo gostodo púbico e tor fo conqustadopelapoesiaarÌìorosa de
PetraÍcae seusseguidores Desse mornento eTndiante,consoidou-sêa iden
tÌícaçãoda írcacomoumdostrêsgÍandes gênêros lteráros.

Formas
da lírica
Desde o nascinìentoda Íicâ,várasforamasestruturas
utilzadasnacom-
poslçáodepoemas. A gumas setornaram maisconhecdas,unìavezquepeÊ
rÌraneceTarfeTnusoao ongodossécuos 5ãoelas:
. A elegia:poemâsurgido naGréca Antiqaquetratadeêcontecìmen-
tostr stes,mLlÌâsvezesenfocando a mortede umentequerdo ou de
algumapêrsonã dadepúbica.
i . A écloga:poernãpastorI que retratãã vldêbucólica
dospastores,em
unìaTnbiente cãmpestrê.Muto desenvov doentreossécuosXVeXVll.
. A ode:poematambémoÍignadonaGréca Antigaqueexata valores
_ob.êç. .à'".rê'za_dosepeo ton dê lo-\d(áo.
3 . O soneto:a rnaisconhec da dasfoÍmaslíÍcas.Poerna de l4 veÍsos,
organzadosern duasestrofes de quatÍove5os(quartetos) ê duas
estrotesde trêsveÍsos(tercetos).

A estÍutuÍâdo soneto
Asduaspr me rasestrotes do sonetoapÍesentam o desenvolvimento
do
temae ãsduâsú t mas,suaconclusão. Essaestfutura
revela
forteinfluência
do Renasc mento,po s a literaturadessaépocaé marcadapeo desejode
soucionâr o embateentreÍazãoe emoção. A formado sonetoustrauma
lentativade conciar essas duasrìranifestações
humanas aparenternente
porquepÍocuÍasubmeter
tão contlitãntes, os sentmentos e erÌìoções
hu-
manas a !rnaexposição mas óglcaou raconal
Combasenopoema deFlorbelaEspanca,
vamos analsara
estrutura
dosoneto

o poderda poesia
NoÍ lm€Mentesperqosas ldeiohn N 5mth, EUA,I 995),LoLrAnne
lohnsoné
urnãprolessoraqueprocura inspirarsêLrs
a unosa desafarosestêÍêóÌìpos
socias
queihe5sãoÌÌìpostos. os,eLapronìovêã
Paranìotivá- leturadãpoesalÍrcã.1ána
o filósoíogreqoPlatãopropÕê
Antigüidade, dospoetãs
a expulsão da Repúbica,
suac dadeutópca,ao Íe.onhecer coÍno"slbversvo"o podêrda êxpressão de
sentmentose emôçóes. Vocêdchaquea poesapodê nspiÍar asp€ssoasa ques
. o' ì i ' - ilê
n*"cri*s,.rwlw*fi"

LitêtâÍutâé qênerc(t):o épicaê a li ca 41 a


LITERATURA
-

Fanatismo
Mình'àÌmà, de sonhd-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de tever! Dêeenvolvimentodo tema
Não és sequeÌ razáo do meu úveÌ, NosdÒsprimerosquãÍ1etos,
oe! lÍrico(!mamu
Pois que tu ésjá toda a minhavida! her)Íevêaâ ío(ê dô âmorqle sentêsêusôlhos
ênxeÍgam apenasoamado (porisso
"andamcegoí'),
quesetÍaníoÌmou nasuaprópriavda.PoÌe$emo-
Não vejo nada âssim enÌouquecida...
tivoaÍ rmê êrsemprea mesmahiíór á nôsêrámê
Pãrso ÌÌo mundo, Ìneu Amor, a Ìer do:ahnóradoseLâmÕr, dôsentmento q!ê a aÊ
No misterioso Ìirro do teu ser ebaÌaetoma.ontade5euser
AmesÌna história taÌìtâs vezesÌidâl
'Tudo no mundo é 1ïágiÌ, tudo passL.."
Aooúvr ã ôp nìãodeoltrasp6oas sobÍea iransto
Quando me dizenì isso, toda a graça redêdedoamoÍ("Ìudono mundoéÍráql,tudopas'
Duma boca divina Íina em mnnl sa"),ô eu iÍìcoEpondecoma " ósica"dosselssen'
tmêntoscomooseÍamadoseto.nousua própravda,
E, olhos postos em ti, digo de rastrosl ee pasu a serse! "PÍincJpo" e çü "Fm" É M
"Ah! Podemvoar mundos, moÌÌer astros, racocino quenosea â ómpreê.der 6 vê6o5í naÈ:
nãoháa.ont€ mên1o, pormaìoÌqle eleseja,cêpazde
que tu és como Deus: Púncípio e Fiml..." enhaqúêcef o poderdeseamor,a pontodedestÌuí- o
ESPANC,A' FLnÍbell^. Pmà\ dr FüÌL*.L1Egann.
Sâo ?àú1ô: Àf.Ì titu Fortes, 199tì. EJ o..-m,' .r.e,l".

Apósa análsedo soneto.o s gnificâdo


de seutítulotorna-sernaìsclaÍo:
"Íanêtismo"é paixão,dedicação O poema,por meiodo de-
cegã.absoluta.
senvolvimentoquefaz do temado amoÍincondicional, revelao queserao
veÍdadeiro
signiÍcadodo fanatisÍno
amoÍoso
{
poéticos
Recursos è
Quando lemosumtexto,a nossa
atençãocoÍumasevoltarparao sentido
dãs
palavras.
Ao fazerisso,anaisamos
seuaspectosemântico. Aspalavras.
porém.
tambémtêmuÍÌìasonoridade peã liteÍatura.
muitoexplorada Essa
sonoridadêé
a baseparaa construção poéticos,
derecursos comoo aitmq o metroea rima.

aE@podesèÍdefinido
RitÍno cornoum movímentoÍegulaí reperitivo.
Na música,éa
srcessao de temoosÍo4ese Í acoso-Ê psràbeEleo ríro. Ndpoêsid,elee n d.cddo
oanopa"1e"teperdaleÍráncie e.ìrÍèãcêrtosrsilèbas
âto.dúór.u\ie pdJsas.

o efeltorítmicocÍiadopelaspãlavras
Obserye poema.
no seguinte

Mw sonho
Fxt Ca\ãleiro, quem és?o remolso?
Carãleiro d.ìsarmasescuÌãs, Do corcel te dehìrçâs no dolìso...
Onde ìs pelasÌre\ãs impuÌìs E galopardo vale atrâvés...
Com a espadâsanguentana mão? Oh! da estrâdââcodândo /s poeirâs
Por que brilhânì t€usolhos ardentes Não escutagÌitâx .ìscaveill
E gemidosnoslábiosfrem€ntes È moder-te o fantâsrììâÌì(x És?
Veriem fogo do teü coração? t...1
AzE\ÌEDo, Âva..s d.- ,iz rò ú1rz a,o!
são raulo: AÈliê Editorial, 1999. (Fragmento) .

FrontispTcio
daobÉ de PèÍãÍcâ,€m ediçàode 1549 Peça
do àceNoda Bb otecaNacónalda Espanha, €m Màdr.

a 42 CA TULA
3
TITERAïURA
-'

Osvêrsosdo poerÌìamantêmo mesanoesquemarítm co Pea a ternânca


Vocêsabeo queé rap? de síabastôn case átonas,peÍcebemos
a Íepetição
de uma un dadesonora
formadapoÍ duasátonâse uma tônÌcâ.Observe:
:
È cavaLElro
dèsARmasescUÌas
a onde VAISpe as ÌRÊvasÌrÌìPuìss
corna esPAdêsanGÜENta
na MÃO?

Quandoo esquemaritrnicoapresentao rnesmonúrnerode sílabasmétÍi


cd, / be . ch"n"dèsde . l"bd( poeLiLd-,.os \e -or oo ooe-o sào'ô9uè
"r
res.Seo núffrerode sílabasfor difeÍente,elessão irrequaresou ivÍes
Apresentaçãodorápper50 Centê
se! grupoG Unitem!m proqfama
d. Mry norte-amercana
A palãvÌarâp, nomêdê unì gê- O mêtroé o núnìeÍo
dêílabasméÌÍicas dêLrnrvêÍsoA côntagerÌì
dêssas
íla-
neromusca muto prãtìcadoatu- basch.mâ-semetrificação
QLiandocontamosassÍlabasêm umverso,
nâodeve
a mente, é a s gla paÍãrh,,thm ard mosconsderarasqueocorremapósa ú iiÍnasÍlaba
tôncâdoverso.
poetry ou seja,ritmo e poesia.É
porissoqL]eo|âptem sempreunìa
maÍcaçãoÍtmìca rnuto forie. Noexemplo acima,assíabas desconsdeÍadas nacontagem loramcorta-
daspaÍâfaciitaÍsua dentifcação
Corfotodososversos apresentam novesílabasmétricas e a alternânc
a
entreátonas e tônicasacontece demododêntco,o efeto é irnediatãrÌìen
te percêbidopeo e to. SeÍnarcarmos compalmas asbatidas dastôncas,
que
verêmos o ritmodesse verso "marte ado' é semelhante ao galopede
um cavao.
O númeÍodêsíabasmétrcasde umversonemseTapre coÍresponde ao
r númerodesílabas grarÌìaticais.
lssoocorÍeporque, pararnanter a regulaÍ
-
dadedo poema,podern serfe tasno rnomento da leit!raa junção(elisão)
devoga;s í nas e nicã s de paavrasparaformarumaúnicasíabamétrica
oLra sepãração de d tongosparaqarantiÍa íoÍmâção de duassíabasrné-
Ìrjcas.Nosconhecidos versos de CasimiÍode Abreu,vemosexemplos da
e sãode vogas:

"Oh/que/sau/da/deí que/te/ òho

Daau/rol fal da/nì/ nha/v /ì*ê,


Dã/m / nhain/ tân/c a/ que/r/dÀ

Ou ê o V d/ _o / n.j ol dl /êr/ r è .tt'

A junçãodasvogaisf nas e in clãs gêrantequetodosos versos


tenham
méÍicas,mantêndo
setesílabas a reguardadedo poema.
sonoromuitoexporadona poesa é a r ma.
O ouÌroaspecto

Rimâ é a co ncidênciaolr a senìelhançã


d€ sonsa padir da últ ma voga tônica

Nosversos de Álvares de Azevedo, támbémobservamos a ocorTênc


a
de Íimasentreas paavÍasescurâs/ mpuras,mão/coração, ardentes/tre-
mentes.
Casovocéquera conheceT t posde rimae metÍo,
melhoros diferentes
consute o Anexo,no fim destelvro.

e qeneta(l):o epra e a hn.a 43 a


LtÌetèÍL)tè
T I TER AT U R A

.Ainda assim, an me leuanto


Estepoema,um das fiais famosos de Maya Angelou,
aDordaa questão da preconceito racíal.

\rocê pode me rìscatr da Hisórir


Í
CoDr meniìras laìÌçadÀsao d.
Pod€ ìÌìe.jogar coDFa o chão de tena,
NIas a Ìda assiÌì, como a poeìm, cu \.ou Ìne levanlar.
t...1
Pode ne atirar palalras afradÀs,
Dilacerâr-rÌe corÌ seu olhar.
Você pode me matar cÌÌÌ nome cÌo ódio,
Mas ainda assim. como o ar eu!oü ÌÌe Ìe\antal
t...l
Da favcÌa,da ÌÌunìiÌhaçãoimpostapela cor

De uÌn passadoeÌrraizadona dor


j

Sou unÌ occâÌìo negro, profìÌndo na fé, I


Crescendo e expandindo-se coÌno a maré.

DeixaÌÌdo para rás noites de teÌÌor e atrocidâde

Em dìreção a um ÌÌo1o Íìia dc inteÌìsa cÌaridadc ,l

Trazendo conìigo o dom de 1ÌÌeusaDtepassados,


Eu cârÌego o sonho c a esperançado homem cscralizado.
[. !Ìssim,eu me leranto

ÂNGtrLoL. M4â. Srllba TEdução,NlãuroCaÌopodn.OmgnÌcnrô).


Dúporilel em:
<1ìq://sw*pâ1âúe1e..om/ro€sia
Nründornd/ poeperonnì*iil;ïXìï;liïiiËì.

Transcrevaos versosem que o tema do poema estejaexplicitado.


i CoÍnoo eu lírco aboÍdaessetema?JustfquecoÍnversosdo poema.
Comoo eu Iíricoreageao preconceito?Que quâlidades
podemser
identiïicadasem seucomportamento?
r Assoceasqualidades quevocêidentÍicoua algumaG)passagem(ns)

,, É possível,
a pãrtirda leiturado poema,construiruma imagemdo
eu lírico.Que experiências pode ter tido âìguémque diz coisas

r Explique
comovocêforÍnouta magem.

. M CA P T ULA 3
LITERAÌU R A
-.

ldentiÍiquerecursos de linguagempresentês no poemaquê mar-


cam a resistênciâdo êu lírico dìante de seu inteÍlocutor.
Releia.

.Sou uÌn oceâno negÍo, prolundo râ fé,


Crescend.,e expândindGe .onÌo arâÍé.

Del\mdo para trás noires de reÌÌoÌ e atFcidade

Em direção a un no\o diã de intensacÌdidad."


Í
r Expique por que essesversospodem ser inteÍpretadoscomo um rÌìani
festo de orguiho pela própria Íaça e de espêrançano íuturo.

Nestecapitulo,a émdeestudar caÍacteÍíst


casda írica,vocêvu comoo
conceitode heÍóisetransformou ao ongodo ternpo.ObseÍvou taÍÌìbém
queessatransloÍmação estárelacionadaao contextoem queos poemas
épcose asnaÍatÌvas foramconceb dos.5e,naAntigüidade, o heróassu-
mecaracterísticas
sobíe-humanas, dosécuo XIXerndiante.ee sehuman-
€ zaparase aproximaTma sdosletores queacompanham
suaS avenÌura5.
E hoje,comose caracterizarn nossoshe-
Íóis7Emequipe,vocêvaifazerLrmapesquisa
emlornaise Íevistas paraidentiÍìcar
ascarac-
teÍístcas
do heróicontern poÍâneo.ProcuÍe,no
materialconsulÌado, pãraassegun-
respostas
tespeÍguntasi
. Quet po de açãoé vsta, hoje,como
"heróica"?
. QueÍequisitos dêvetero heróicontem-
porâneo(físcos,emocionais, sociais,
etc.)?
. Queasped[o o d ferencia
eo aproxirnadoperÍil
de heró "clássrco"e "moderno"apresentado
nestecaPítuo?
O resultêdodessapesquisa deveráserreglsÍa-
do por escÍito.UseesseíêgistroparadebateÍas
questões êm classe.Oralmente, tracecom seus
ro egas,rì pèrae o ên-'eoshêÍos dêonrene oe _oe.

é qênerc(1):o épìrce a líica 45 a


LiteraÍura
PoronovegorJfl Porolere pesquisor
ft
http://êducãt€Ra.tera.com.br,t/oÌtãire/anti9ê/ ArÍe 9.e94 de \.4arkFullerlon.5ão PaLr
o:
2004/05/141004.htm Odysseus,2002.
sobrehistóriaantigae medieval,ese sitea pre- Tomando ãs esculturãsdo Parthenon como
sêntaãlgumãsinÍormaçõesa íespeitodâgueÍâ pontodê partida,ê$e lìvroabordaa rêlaçãoen-
de Tróiae da obra de Homeío. tre a narrãlivavisuale a flistóriã,além de dÌs(u-
tir como as imâgênsinÍluênciavãmas identÌda- i
httpi//warj.med.br/maparite.asp des pessoâise coletÌvasnâ GréciaAntiga.
5lterobre cultura grega naAntigüidade, per- 6récÉ e Roma,de PedroPâuo Ab€u Funar.5ão
mit€ que rêjam feìtas p€squkassobrearte, cul Pa! o: Contexto,2001.(ColeçãoRepensando a
Ìu ra, f ilor of ia,m iÌo l o g i a ,g e o g ra fi ae h i s tó ri a H stória)
gregas,entre outros tópicos interessantes; des- Livroque dÈcuteã importânciadeestudãrmoE
taque para os verbetes sobre poesiâ épica ê hoje,a AntigúidãdeClá$ìca.o autor demonstra
l Íi câ. comoa cultura9 recoiomãna eíá muitopresen-
http://w!wv.paideuma.hpg.ig.com.b/eneida.htm teem noesocotidiano:no direito, na política,na
eírutura de pênsâmento,nô linguagem.
site robre Vìrgílio,o poeta ìãtino e autor da cãsovocêdesejesâbeÍmâissobreos deusêre
Eneida. Há uma biograÍia, retumo dã Enerdã deusasquêpovoãmos épicosde Homêro,Virgllio
e apresenÌaçãodos €onteúdosdos cantos.De} e Cãmõès,uma boâ idéiaé consultârlivrorsobre
tâque parâ o artigo sobrea poesiaépicâlãtinâ. mitologiâ.Indicãmos,ãbãixo,ãlgunstítulos inte- i
htip:/ vÌru.unive6al-pUscripts/hlp/hlp.exe/
ouÌras_Ìnfoìip0-6&p-61&texto= Deusese heróis da nitolosía grega e latina, de
5ite com verbetesênciclopédicossobreliterã Od ê Gandon.5ãoPaulol,4artins Fonles,2000.
j
tura portuguesae universal,trãz um verbete Mitologia qrega,.le )ffiira de SouzaBrandão.
Riodelane ro Vozes,1996 3 v
http://wwwmundocultural.com.brllitêratura
1/ ' As nãis belashinóièt da Antìgüidade Clássie,.le
grega/poesia_epicã.htm Gustav Schwab5ãoPauo: Paze Ìerra,1996 3v
Versõesromanceãdasdos mitos gregos e ro'
5ite com bibliotecaon ,re, análisesliterárias manos,recontãdosp€loautor, um enudiosodos
e verbêterenciclopédicor. clá$icos.LeituraÍá.il e inÍigante.
http/ww.tvcultura.com.bÍlaloescolã/ ' Mifos gregot de RoberlGÍaves.5ão Pãulo
Màdras,2004.
Site dô ÌV Cultu.ô com uma pequenacoletâ- Livro que aboídâ o univeBo mitológico dos
neâ de poêmase lêtrasdê cânçôesdâ lúPBdê deusese hêróisdâ créciâ Antiga, informandoo
épocâsê âutoíesdiveísos.Há umã brêvêanálisê lêitor sobre os elêmentosfascinantesdessacul
dorÌextos poé
dos aspe€tosmak signiJÍcativos tufa quê nos influen(ia até hoje.
Há,também,lÌvrosqueabordãmde modo mais
detalhãdoâs eíruturas própriasdã lírica.
. http/wwwreleituías.com
. A poesra/ridc4dê Sãete dê A rnêidãCâÍa
Stte voltado pãrã a ap.esentaçâode têxtos
SãoPauo: Ática,1985
variâdosde escritoresd ive6os-Dêstâquêparââs
informâ(ôêssobíêosautoresê têxtosseleciona' Li v' oque tem por obj el vo dpresentar
o con-
(êito de poesialÍricâê suâstraníormaçÕesno
dos.Têxtosdos mâiorêsnomesda poêria brasi-
leira podem s€r encontradosaqui. dêcorrerda História.
. vetsos.sonsê ritmos, de NormaGoldnein.
S ãoP àuo: A ti cã,1985
Li vroque dp,e\errdo! pri n(i pdi sreLuri osso-
norosde quê sevâle o têxto poético.
. PeCuenodi.ionário de ane poética,deçel
CamposSãoPêllo CLrltix,1978
Como o própr'o nome indkã, esselivro ãp(
sentèum gl osá,i o do\ rermospoéri o( de' or-
mã didátkâ e objeüva.

f 46 CAPITULj3
Poroossistir
F
i . o conde de Mante crísto,
a de KevinReynôdsEUA,
Adaptaçãopara ocinema Í 2002.
do poemaépko de Home Adaptaçãoparêo ctnêma
f o.E m1193a .CP.,á ri sfÌl, h o do conheci doromancêde
do rej d€ TÍóiâ,rãptaHele A l exandreD umas.O fi l me
na,esPosa de Menelau, um íocãl i zaodesej odevi ngan-
dos reisgregos.E$e acon ça que dá fo(êr ao jovem
tecimentodá inkio a uma E dmundoD antèsparâ so-
sangrentã batalha,quê,por brevlvernosanosque passâ
maisde umadé.ada,opõe ãpri sl onãdonâÍortal ezade
l f. Quandoconsegueíu9i r-"
encontraru m tesouro, dé inícioao seup êno parêdes
truir 05responsáve s pela sua prisão.

E ai, meu írmâo, (adê ç Mãt r-x,de AndyWà.howski


yo.ê?,deloel cohen EUA, e LatryWaclrowtl EUA,
2000 ! 1999
.: Com éda " l i v re m e n te " Filme de ficção (ientífica
ins pir adana O d i s ré l ãd e què conrâ ã hi stóíi ã de
Hom er o,am b i e n tê d an ã rhomâsAnder50n,um jovem
z ona r ur al do M i s 5 i s s i p p l , programadorde computa-
j
em P lenaer ad a d e p re s s ã o dores que se descobreprê-
am er ic ana. E s e f l m ec o n - deíi nado ã ser o hêrói de
t a a jor nâda d e Ev e re tt umã sagafantástica.Elêsê,
M c G i i lq, u e fo g e d a
Uly s s es ri â o messi ãs,
.uj ã vi nda é
c adeiac om m a i sd o i s p re anuncradêem umã antrgã
sid árÌos desajêitados.Ele proÍecia,único humãno ca
tentâ dêsespêradamente voltãr parasuaêmãda pã2 de vencera quêía conrra ã Mêtrix, um sistema
e seusfilhor e encontrarum tesouro,massede de máqui nasl ntel i gentêsque domi nao mundoê m
par a. omobs té c u l oi sn e s p ê ra d opse o .a mi n h o. q' ê vl en o, ç.e5 hJmèro!. a Mr i . mâni pré à
Vários indkios carâctêrizame$e íilme como mentedaspesoês,criandoailusãode um mundo real,
um a " r eleit u ra "d o p o e m ad e H o me ro :on o me enquantose alimentade sêus.ér€brose côrpospara
do protagonisÌa(Ulyssete de suãesposa(Penny, produzkenergi a.Quandoacei tããmssãoquelhet oi
um ac laf aalu s ã oê P e n é l o p eo),l o c a p
l a rao q u ai confiêda,ThomasÂndeEon ãdota o nome de Neo e,
êlê íêtorna (ítaca,umâ (idade locêlizadano Es- com a âjudã de Morpheus,dá ink o à guetra contra
tado dê NovaYork),e até um vendedordebiblias

Poroouviríì
Aífonsa Romanode sant annè potTônia
O seloLuzda cidadereuniu,na cole- CaíeÌo. Riode lânero LLrz
da Cidade,
ção PoesiãFãlada,grãvãçôes famosas 199E.Poesia Êaada,v l
dea guns do s meh o re sp o e m ãds e ã u Destêq!êparã o poema "Epitéfio pêrao
toresbraslleiros
dedamadospelospró séc.xX", em quê AÍÍonsoRomânoÍaz umã
priospoêtasou ppr âtoresconhe(idos. releiturãdosa(ontecimentos
mãismafcãntes
Víníciusde Mones por Odete Lan.
Riodeiaie r o L | ]?d a C i d a d e1, 9 9 8 . o ton de Adélia Pftda. Beo Hatl7-ar|e
K afmnì,2000.
Destãquepara os conhecidossonê' N esse C D ,A déÌa P radodecl ãmapoem as
tos dê sepaíaçãoe de fidelidâde,aiém de seu livro O/éculosde málo acompanha
. lo bel' s s ì mpoo e m a" Pá tri am i n h a " . da pel ãtri l hasonorade MauroR odri gu es.

LÌteratuÊé qênetoll): a épi.n e a liri(a 47 |


Literatura é gênero
(il): o dramático
TodÕsnós, sêreshLÌfianas,somosfiaví.ja5 por nossãJemoçôe5.
AleEría,tneda,trìsteza,èngústiê,ôpreersãosãc forçd5
j
que sees(onCem por tràrde nossêr_
d(õcr màissinrprasou meno>
comprcensíveìs. Desdea l,rtigúídàde, a gênêrodramáti.o
p.ìviíegiao estudodasemoçõeshun,ìanas.
E dessegêneroque ìremastratar nestecapítuio.

Cenêda peça6ola d';g!r, .ôm B b Fêff€ra no pape de loana.Ìexto de Ch.o Buarquee Pauo
Pontes,d reçãode Giann Ratto,Ro d€ lane ro, 1975

4
CAPIIULA
G!@
O que você deverá saberao
1, Descrevê, a Íoto que abre estecapítulo.
resumidamente.
1, O que é o gênerc drènático 2. Qualpodesera relação pessoàs?
entÍeessas lustifique.
. Cono secamcErizàn umà t. Peloolhârdâmulheredo menino,podemos
deduzirqueeíão oÍhan-
tragédia e una conédia. do parãoutrâ pessoa.
Comopodeserdescritoo olhãrdo menino?
. Qual é à difeíença ente rE od a mu lh e r?
4, Quetipo de posturapodeseridentiÍicado
no gestoe no olharda
2. Quais são as linitações do mulher?Exolique.
conceitode gênerc litètário
5. A Íoto mostra uma cenê da montâgemde 1975da peça Gofa
dãgua. O que essacenãsugere?

E- Jr a Ê ore,enl dl do
raatal ,cèddcenãe u n" Jr d.o. de a\;o.

6. Observeos trâjes e o cenário.O quê esseselementossugerem


sobrea condiçãosocialdaspeÍsonagens? Justifiquesuaresposta.

A foto de Gotadãguanosaiudaa compreendeÍ o concetode encena-


ção,ou seja,a montagem deuma cena eos elementosquefazempaftedea.
umaMedéia
bÍasileira TodamontageÍnse apóiaeÍn um texto.Nessetexto,seránecessário
lndicarao leitoÍ(ea querndeselafencenar a peça)comoo autofconcebeu
a montagem, ou seja,cornoimaginouo tÍabalhocomcadaurn dose e-
mentosda inguageÍÌì teatral,VaTnos
compÍeender melhoÍcomoseorgani-
zamostextosdfaÍÌìáticos ã partirda e turade umacenaextraída da peça
Gotad'água.

Primeiro Ato
Em1975,Pauo Pontes eChco
BuaÍque adâptaram a tragédia t...1
gÍegaMedéla,de Euípedês,o- Apaga a luz do set dasvizinhas;orquestrasobe;
calzando-a em unì slbúÍbiodo JAsÃOi/al aparecerdono outro lada do palca;
RiodeJaneiío. NaÍagédiacarÌo- JOANA,fazendomovimentosqqe coffesponderão
caurbana,Medéiaéloana,com-
pãnheÍâ de Jãsão,!m samblsta à suacaminhadaaté em casa,começaa cantar.
queaabandona parasecasar com
Alma,filhado podêroso enìpre- J OA NA Quándo mFu bem-que' eì me ül
sáÍloCreonie.Conìovingança, Estou certa qüe há de ür atlás
loênêmâtãôsí hose çesLri.dê Há de me seguir por todos
Ambentâdaemlrmconjuntoha- Todos, todos, todos os umbrais
bitaclonal,60râ dãgua pÍopÕe,
comoPanode fundo Paràessa
históra.a vidadiÍlcildos
ÍnoÍêdo: Nafn da Lançat,JASÃOe JO/NA encanÍïanaefente úírènte
Íesda V a do À,4eio Diâ.O pape JASAO Jozna.. (r,npò
d,"Joana,naprimeira encenação que é queveio fazeraquì,,Jasão?
(Teml)a)
JOANA
d-"Gotádãgua,fo fe to pelaatr z
quêaparecê
B bi FerÍêira, nâfoto JASÀo como rail
de aberlurã desiecapÍtulo. JOANA Fala baixo que os meninos tão

é qenüa(ll):o dranatis. 49 a
LiÍeratura
L I TER AT U R A

JASÃO E você,como é que €i?...


q JOANA Ah, eu vou
bem, voü muito bem,Jasào1...
(s jAsÃo você remoçou
o uÌÌÌ bocâdo...eÌnagrecerì...
ficou maisbonìla...
Só teÌn uma coisaque á meio esquìsira...
(yai â slaei"lÍa
o se1^cabdos,kitos únênte)
o Pr oqr o. . . d ç , i m . . . ô q p f o i q u i l h e . l e u . h p i n .
E
o Parece uma menina...
JOANA O que é que você quer
Jasáo?...
t...1

jASAo Joana, me escuta


você âssim borita, ainda moçaj enxutâ,
p u d c e ,,, un,,J, Jmd pc* ú" ... Que' dtel
você pode úarÌqúilamente refuer
avida... queÌÌì sabe,talvez até voÌtd
pro seu maúdo, eÌc n;io cansa de esper,ìÌ,

S e i ...E oqu€nìai s?...


JOANA i
JASAO Como, o

Responde ao qre cu tou faÌando... 3


t...1

JOANA Pois beD, locê


Íài escutar às contas qüe euvou lhe fâzer: t...1
Maí ia Peraem cenanapeça
Madênoiçle ChânelleÌro de Malà Te deì câda snìal do leü lempemmento
Adelaidêdoaúara,d Íêçào
dêJorqe Te dei matéria-prima para o teu rutano
Ìàr a 5ãòPauo.már(ode2OO5
E mesmo essaambição que, ncste momento,
o iêaÌroapresenta uma nguâ- se volta contra mim, eu te dei, por engano
gemprcpna:umnaçaoimusca, Fui eü, Jasão,você não se encontrou na rua
fiquÍinos,cenários sãôèlementos
da lìnguãgemcênicàque con-
Vo , è a n d ar.rtonto r| ,an,Ìo eu re en, onrr" i ('r
tÍibuem,luntocomo textoe ã in- Fabriqu€i energia que nâo era tua
teÌpÍetação dosatoÍes,parãcdaÌ pra iÌuminar uma cstÌàda que eu te aponrei
a usáode ugares, temposepeÍ- E foi assim,enfim, que eu !i nâscer do nada
sonaqens nosespectadoÍes. No umà âÌma ansiosa,tàminta, buÌiçosa,
rnornento de criaro textoieatÍd
e corabinaÍ esses Íecursos,o au- uma aÌma de homem. Enquanto eu, enciumada
tor Pensanâ Patéiae no tìpode dessaexpÌosão, âo mesmo tempo, eu, vaidosa,
ÍêaçáoquedesejaprovocarPeÍ orgnÌhosa de ti, .Jasão,ela feliz.
cebe-sê.ssÌm, nesse gênerolite eü eÌaÍèliz,Ja!ão, feliz e iludida 1...1
ráÍio,a pafticipação mês direta
Certo, o qüe eu não teoho, Cxeonte tem de sobra
do públicocomoum dosagen-
Prestígio, posiçáo... Teu samba Ei iocü
em tudo quanto é progÌama. Tenho certeza

.50 CAPITULA
4
t: TIIERA T U R A
I

o quc a gota d'água não vai paraÌ de pingaÍ


a de boca enì boca...Im troca pela geÌìtilezâ
vaìs engol afilha, aqueÌa mosca-mofla,
.u ,' ,u cngol i u meu\ dpl ãno(. E \\e F o rêu p' e(o.
E
{! dez àIos. Até que àpìÌeça uma oütra porta
que te Ìcvc direto pro inferÌro. Conheço
E
o a úda, rapaz. Só de ambição, sem anÌor,
tua alma mi ficar lorta, dcsgrenhada,
.E aleijada, pesrilenLa...Aproveitâdorl
!! &
BUARQU!, chico e tONTliS, lanlo. GoraI ii!24 ura úâgédia bruileiE.
Rio deJaÌei.o: cnìlizrção Brasileira,2002.p. 83-85,8ggl. (Ir.gmenb).

7, Queêlementosda linguagem
teâtralestãoindicados
no textode
Gotad'águê?
8. Emtorno de qual acontecimento
seorganizaâ cenaque vocêleu?
L O comportamentoe a Íala daspersonagens nospermitemperce-
ber seueíado de espíritodurantea cena.Comovocêdescreveria
9
asemoçõesde Joanae de Jasãonessediálogo?
íO,PelodiálogoêntreJoànae Jasão,é possível
ìmâginaro Íato desen-
cadeadordâ tragédiaapresentada em Gotadãgua. ldentìfique-o.

O lamento
deJoana

Asmúsi(as
de Gotadãgua Gota d,'água
Já lhe dei nìeu coì"o, ninha alegÌia
Já estânqDeimeu smgre qumdo fema
Olha a voz que me resta
Olha a \€ia que saÌta
Olha a gola que falta pro desfecho da festa
Por ÍãvoÌ
Deixe em pâz meu coração
Que ele é um pote até aqui de Ìnágoa
E qulquer desatenção,façâ não
Pode ser â gota d'água

chi.oBüa.quc.Pan a peçaCor.a Ì 975.


diíÊsadeChi.oBudquee PauloPonres,
capàdo d (o dapeçàGoradãgua,de DnFonilelem:<lìttp://ww.chicohE.que.com.brl>.
Ace$oem:27set.2004.
chicôBuarquee Pàulo
PonÌet1975.

A tÍì hê sonorade Gotádãgua


Na peçade Chco BLrarque a personagem
e Pauo Pontes, Joanacantaa
é caniãdâpor BibiF€refã, â aiÍìz
música "Gotad'água".Ea podêservistâcomoumaabordãgenì Írcaêqu-
que nÌe|preiouioana na pnme-
de Joâna?PoÍquê?o quepodereprêsêntar
valenteà fa a dÍamá1ica o título
Ía encenação da peça.composta
dessamúsìca? Penseno quevocèapÍêndeusobreo gènerolÍÍco e discuta
de apenasquatío cançÕes, "Flor
da idade", "Benì querer", cota
d áqua" e "Bãstãum dìa", asou
tÍâsf âixascontêmtrEchosdê peça
declâmãdospêlaatrz. tt, A últimaÍaladeloanaoÍere(eelementos
caoazes
de aDroximar
o
públicoda personagem?Explique.

Litefttuãé qènerc(11):
o dranáüca 51 a
t I T ER A Ì U R A I

OulrossigniÍicados O gênerodramático
Nã ínguapoduguesa, o termo
dramâtambémfdz referêncid a AístóteesobseÌ1,/a, queotermodrama(dogregodrán:agr)faz
naPoética,
s tuaçÕesproblerÌláticas,como- referência aspessoasserenì
aofatode,nessestextos, repÍesentadas "ernaçáo".
ventes,de conflitoMvemosum o dramacomouÍrìdosgênerositerários,AÍ stóteles
Ao identificar conside-
draúa quando papaì perdeu a rouuTna caTacteTlstca
mpoÍtante
desses letosparaserrepresen-
textos:eraÍlì
emprcgo.).Pode, a nda,serdeuso tados,dramatizados.
maiscoloquiaparandca.ocom
portamênto ey€gerado deaÌguém
(Elaadarafazer dramê!). @
ÌêxtosdramáticossãoaqLreesemquê. "voznarrativa àsper,
" estáentregue F
sonagêns,quecontarna h stóriaporr.êiode d álogose monólogos.

r Origens
do gênero
dramático
i Emd vêrsas socedades pri
rntivaseÍacoTnurn a Teazação
de danças rtualísticas.
Acredi
a Ìava-sequea oançarenao po-
3 der de alteraralgumas condi-
t çõesnecessár asà sobrevvência
e ao oeTf-estar oaspessoas.
Comoos paÍtcipantes íepre
sentavarÌìd íeÍentespapéìs, há
queTn teconneça nessaaÌvroa
deo germedaencenação tea-
tral que defineo gênerodTa- f
Tnatlco.
Outraexpicaçãoparaê or
gemdo dramaseran-ìos Íest
vaisanuas reaizados,na Gíé
ciaAntga,eÍìrhonraao deus
Djonísio (ouBaco,paraosroÍlìa-
not. Nesses Íestivais,
bebia-s,^
e
Rtúâxâvântê
Wànaridobê,
a dea cantava-se paÍa ouvafo deus.
PmenteBarbosa,
múnc1pÕ de A ernbriaguezeravsta cornournestádoquefacÌitavaa entradadospartic-
pantesem outÍad ffrensão
No nicio,haviaapenas urncoroqueentoava os hinos,chamados diti
râmbos,que naÍavaTn passagens da v da de Dionís o. Depois, essecoTo
oi o vididoen p e rg u n t aest o s p o ra cs o oo e n a d aoso u r (o ie u o e -
genteou d retordo coro).I\/lais tarde,surgu o hypokrités, o ator protago-
nista,slmbolizado porTéspis, urnpoetagrego.Nasca, assm, a tragédia.
A representaçãodoatorpToÌagonlsta pÍovocava sentirnentos nocoro,que,
nesse mornento,trênsfoÍmava se ern platé a, porque avaliava o cornpoÍta
Mudania
desentido mentodo protagonista. Cãntãndo, o coroÍespond a a e e, paraconcordaÍ ou
Emgrêgo,o termo hypokr,lés
laza referèncja
ao intérpÍetede EssaexpicaçãopaÍaa origemdo gênerodÍamático destaca
doiselernentos
umsonho,de umavÈão,e desig que,atéhoje,sãoessenciaÌs
paraessetipo do públcoe
detêxto:a irnportânca
nav?tambéri uÍÍ adv nho, uÍn a possbi idadededesencadear
emoções porrneioda represenÌação.
profeta,um atoí Hole,por urna
expdnsão do sênÌidoor g nâ, o
adj€tivoh4rócrtâcaÍacterizâ o r O gênerodramático
naGrécia
Antiga
compoiramentof ako,dìssimulâdo
O gênerodramático,
na GréciaAntigã,desenvo
veu-sepor meiode duas
r odèldêdes: