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Vitória sobre o pecado

As escrituras são completamente claras em relação à vitória sobre o pecado.


Uma vida vitoriosa é completamente possível, e viver em pecado é
completamente desnecessário. Ninguém precisa ser um escravo do pecado.

Exemplo
Fornicação e perdão

Antes de esquadrinhar o que pode ser dito sobre a fornicação e sobre o perdão de Deus,
é importante definir os termos que guiarão nossa jornada nesse tema.
Define-se fornicação como a atividade sexual imoral, isto é, que ocorre fora do contexto
do casamento. O conceito bíblico é abrangente: em 1 Co 5.1, Paulo fala sobre rumores
de imoralidades sexuais até ao ponto de haver incesto no meio deles. Mc 7.21-22
demonstra que todos os males provêm de dentro do coração humano, e não são apenas
comportamentos. Gl 5 mostra, entre as obras da carne, a prostituição, elevando a
seriedade do tema. 1 Ts 4.3 mostra que é a vontade de Deus que estejamos longe da
fornicação. Cl 3.5-6 mostra que a ira de Deus vem sobre aqueles que praticam a
fornicação. A conclusão é que problemas sexuais possuem origem em problemas de
espiritualidade. Ainda mais sério: a fornicação ameaça a eternidade de quem a pratica.
E o perdão? Uma boa definição é que perdão é aquilo que ocorre sempre que alguém
que violou a vontade de Deus, clama e recebe a misericórdia de Deus. O perdão é uma
manifestação da misericórdia de Deus. Ele inicia com o reconhecimento da própria
culpa e é concluído quando o pecador é restaurado à comunhão com irmãos e com
Deus.
Agora que fornicação e perdão foram definidos, destaca-se que há dois tipos de pessoas
que enfrentam esse problema de alguma forma: 1. os que passaram por isso antes de vir
a Cristo; 2. os que experimentaram depois de vir a Cristo. Em cada um desses tipos é
possível perceber particularidades e semelhanças.
Vejamos três elementos para entender a profundidade do perdão de Deus com relação a
este ato. É importante não pular nenhum deles, pois cada um é fundamental e depende
um do outro.
O primeiro é a seriedade do pecado. Não deve-se tratar fornicação como algo trivial da
sexualidade. Enquanto o pecado não for amargo, Cristo não será doce. É por isso que
muitos ficam apenas entristecidos pelas consequências sociais do ato, mas não pela
consciência espiritual dele. Para aqueles que se envolveram com fornicação antes de
conhecer a Cristo, é importante relembrar qual era sua condição: alguém morto em
delitos e pecados, andando segundo o curso do mundo (Ef 2.1-3). Apenas um milagre
poderia dar-lhe um novo rumo. Energizado pelo diabo em um mundo em que oferece
tudo que se pode querer em um estado como esse, você fornicou; feriu a santidade de
um Deus que é Santo, Santo, Santo, e se afundou um pouco mais no lamaçal do pecado.
Mas então o segundo elemento vem à tona: a manifestação da graça de Deus na
salvação. Deus o alcançou, expondo-lhe ao seu pecado, fazendo-o reconhecer seu estado
deplorável e você viu que há perdão em Jesus Cristo, pois Deus o manifestou a você, e
você desfruta da paz com Deus. Entretanto, em algum momento você pode ter caído,
seja pela primeira vez ou novamente, e expressou o comportamento de pessoa não-
regenerada. Se isso aconteceu, mais uma vez lembre-se do mesmo perdão que o salvou
e mudou a sua vida. Entristecido com a seriedade do pecado e suas consequências,
volte-se novamente a Cristo. Lembre-se de onde caiu, arrependa-se e volte correndo
para Ele.
Este segundo elemento conduz ao terceiro: a manifestação da graça de Deus na
santificação. Agora você é marcado pelo poder da ressurreição que opera mudança.
Agora você é criado para demonstrar boas obras, inclusive na sexualidade. Após
entender o que te direcionava no pecado, você poderá seguir na jornada cristã
consciente da graça de Deus. Essa graça é a mesma que irá educar você a se despojar do
velho homem e vencer tais desejos. Seja qual for seu envolvimento com a fornicação, há
perdão de Deus. Jamais esqueça disso.

Os efeitos da pornografia no cérebro e na alma


Por Aender Borba em 4 set, 2020
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*Este artigo é um resumo da palestra de Aender Borba proferida na Conferência
Fiel Jovens Interativa 2020.
O tema da pornografia não é um tema exclusivo da fé cristã. Por vezes, isso torna a
análise do problema um tanto nebulosa. A origem da vida humana vai além dos
fenômenos observados pelos sentidos. O ser humano não pode ser explicado por meio
de coisas criadas; isso seria reducionismo. O fato de sermos criados à imagem e
semelhança de Deus significa que a pessoa humana só pode florescer se estiver em
Deus. Todos somos dotados de uma inclinação espiritual. Por isso, é imprescindível
saber o que a fé cristã tem a dizer sobre isso.
Uma tendência muito forte que existe entre os seres humanos é querer antagonizar
corpo e alma. Contudo, antes de ir por esse caminho, precisamos que o Espírito nos
ajude a enxergar quem realmente somos e a natureza dos vícios, sendo a pornografia um
deles.
É comum definir os vícios como o oposto das virtudes. Em uma perspectiva espiritual,
os vícios são as marcas das fraturas causadas pela Queda. Com ela, e com o passar do
tempo, o pecado passou a ter domínio sobre o homem, fazendo com que este diminua o
que aquele realmente é. A tendência é tratá-lo como uma compulsão, uma vez que ele
influencia o que decidimos e fazemos. Sabendo que somos compostos de cérebro e alma
em conjunto, é importante entender que essas duas estruturas foram afetadas pela queda,
isto é, pelo pecado e, consequentemente, também são afetadas pela pornografia.
Ao praticar a pornografia (assim como outros pecados), nosso cérebro é alimentado por
hormônios de felicidade e acham nisso uma espécie de recompensa. Além de possíveis
problemas fisiológicos, a pornografia é uma fuga, um escape da realidade. O prazer
procurado a todo custo nessa área é inatingível, e a pessoa nunca se realizará, pois ela é
desconectada da realidade ao conceber um modelo que nunca poderá ser real, além de
ter uma concepção errada da sexualidade em geral e do próprio parceiro. Disso, deriva-
se ansiedade, e posteriormente, o vício toma lugar.
Mas por que entender o que são, de fato, os vícios? Pois há um risco enorme em reduzir
a discussão apenas ao nível cerebral. Não somos meras ligações sinápticas. Deus nos
conferiu uma capacidade de escolher e de reagir mediante a como lemos a realidade. A
pornografia confere um senso de autorrealização, de que é possível de satisfazer com
aquilo. Então, ela passa a afetar a alma, isto é, a essência, nosso caráter e personalidade.
Ela afeta: a memória, tornando a experiência difícil de esquecer; a inteligência, afetando
a intuição, percepção, sentidos e atenção; e as vontades, ou seja, as escolhas e práticas
diárias.
Essas três faculdades da alma, que deveriam ser governadas pelo Espírito de Deus,
conferindo a ela os frutos do Espírito (virtudes!), passam a ser dominadas pela
pornografia, a qual é uma expressão de um pecado chamado luxúria. Este pecado
começa com uma paixão pelo objeto e termina com o desejo de escravizar esse objeto.
O desejo pelo objeto começa a tomar conta da alma e expulsa qualquer outra forma de
interesse. Enxerga-se o corpo do outro como objeto de satisfação sexual, e você deixa
de perceber que o outro é imagem e semelhança de Deus, e o resultado é culpa,
desilusão.
Percebe o motivo de entender a origem dos vícios? O viciado acha que possui o controle
da situação e da mente. Pior, o viciado acha que o problema sequer lhe domina.
A solução? Lançar o controle e as ansiedades em Jesus Cristo, o único que pode
libertar-nos verdadeiramente. Aceitar que quem governa nossas vidas é o próprio Jesus,
aquele que venceu todas as tentações e que possui poder e autoridade para nos conduzir
em segurança.

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