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TEOLÓGICA.
Por
Emílio Abdala
INTRODUÇÃO
de Deus por este ministério e por esta escola, que não apenas foi inovadora em reformas
da prática pastoral, centenas de vidas são transformadas a cada ano pelas cruzadas
As escolas dos profetas são fator primordial se se trata de propagar e manter vivo o
Iain Murray descreve que Lutero e Calvino chegaram a ser o que eram, devido
em grande parte, a seu poder para discipular e treinar centenas de pregadores. Se alguém
fosse a Wittenberg não via apenas Lutero, mas também o colégio de Lutero, os homens
2
ao seu redor, todos os estudantes que estavam sendo formados em outros Luteros sob
sua direção1. O mesmo ocorria em Genebra. Quanto deve a Escócia ao fato de Calvino
Suiça devido ao fato de que Calvino teve o bom senso de perceber que um só homem
não podia esperar influenciar uma nação inteira a menos que se multiplicasse em jovens
fervorosos e cheios de paixão pelas almas. Quanto benefício teve a Inglaterra com as
pregações dos lolardos, que eram jovens que tinham estudado em Oxford com Wycliff!
As igrejas parecem ter esquecido disso. A Igreja deveria tornar os seminários teológicos
Como evangelista e professor vejo que uma das mais importantes extensões dos
ministérios através do treinamento ministerial nas escolas por eles iniciadas. Finalmente
do Salt- IAENE.
Diz-se acerca deste evangelista que durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100
mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta e indireta de Finney.2 Em Boston,
1
C.H. Spurgeon, Um Ministério Ideal (São Paulo -SP: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1990),.8.
2
Orlando Boyer, Heróis da Fé (Rio de Janeiro –RJ: CPAD, 1985), 126.
3
influência da educação teológica tradicional do seu tempo, com profunda convicção, ele
abandonou seu pastorado em Nova York e aceitou o chamado para ser professor de
teologia em Oberlin.4
para tal, insistia em que o seu treinamento ministerial deveria abranger o ensino de
relacionamento de alunos com os professores. Sua afinidade com o corpo discente era
caloroso e pessoal. A vida espiritual e devocional dos alunos era motivo de preocupação
religiosa e oração.5
floresceram sob o ensino, desafio e exemplo de Finney. Duas coisas animaram a vida do
evangelista: seu zelo pelo evangelismo-avivalismo e seu esforço para treinar outros na
tarefa. Ele continuou sua própria obra avivalística durante seus anos em Oberlin com
3
Boyer, Op. Cit., 125.
4
V.Raymond Edman, Despertamento: a ciência de um milagre (B. Horizonte/MG: Betânia, 1980), 45
5
Charles Finney, Lectures on Revivals of Religion (Chicago, 1971), 21.
4
momentos livres para estudar. Diz-se que alcançou fama de ser um dos homens mais
instruídos de seu tempo.7 No entanto, sua filosofia de treinamento ministerial diferia dos
evangelismo. Sua opinião era que os seminários que deixavam os homens em dúvida
acerca da inspiração e autoridade das Escrituras, era pior do que inútil. Ele observou que
freqüentar cada semana a casa de Spurgeon para receber várias horas de instrução
teológica. Em 1857, surgiu outro estudante. Pouco tempo depois o número chegou a
oito; a seguir vinte e finalmente setenta a cem alunos, que recebiam um curso de dois
anos no que chegou a ser conhecido como “Pastor’s College”. 9 Mais tarde ele declarou,
“esta é a obra da minha vida, a qual creio que Deus me chamou e que preciso realizar.
objetivo é treinar evangelistas, e não formar eruditos”.11 Por outro lado, “para serem
6
P. S. Kruppa, “C. H. Spurgeon, A Preacher’s Progress”, PhD Dissertation (Columbia University) 3
7
Boyer, Op. Cit., 8.
8
C. H. Spurgeon, O Conquistador de Almas (São Paulo/SP, Associação Religiosa Imprensa da Fé, 1978)
97-98.
9
Spurgeon, Op. Cit., 8
10
Vasili F. Talpos, “The Importance of Evangelism in Ministerial Training”PhD Dissertation (Columbia
University) 3.
11
Ibid, 135.
5
pregadores eficazes devem ser teólogos autênticos” era o axioma que repetia aos
alunos.12
destes cursos, a prática pastoral tinha parte vital no currículo do Pastor’s College. Os
pregação e colportagem.13
foram as ocasiões nas quais orientava a respeito da pregação. Estas palestras foram
SEMINARY
Moody. O Dr. A. T. Pierson estima que Moody tenha falado a cerca de 100 milhões de
pessoas durante o seu ministério.14 O seu método constituía-se numa pregação simples e
Cristo Jesus. A sua mensagem tocava a alma das massas urbanas.15 Sua teologia era
simplista e limitada. Mas ainda assim, o elemento comum em sua teologia e técnica era
Quanto mais ele avançava sua obra evangelística mais percebia a necessidade de
treinar outros no evangelismo. Como Spurgeon, ele teve pouca educação formal, porém
muitos o consideravam como um dos homens mais educados em seu país, em termos de
12
Spurgeon, Op. Cit., 9.
13
Ibid., 140.
14
Vasile F. Talpos, Op. Cit., 186.
15
Justo González, A Era dos Novos Horizontes (São Paulo/SP, Ed. Vida Nova, 1983) v. 9, 45.
6
conhecimentos gerais adquiridos pela muita leitura.16 Ellen White o classifica como
cristãos que pudessem levar o fogo do avivamento a sua comunidades. Sua filosofia era
que “é melhor colocar dez homens no trabalho do que trabalhar por dez homens”.18
Foi na primavera de 1879 que ele lançou a pedra fundamental do prédio de aulas
do “Northfield Seminary” para moças. Moody adaptou alguns cômodos de sua própria
casa e a aula inaugural foi dada na sala de jantar, a três de novembro de 1879, para 25
moças. Logo ele fundou o “Mount Hermon School” para moços, e deu o passo mais
rua.20
16
González, Op. Cit., 187.
17
Ellen G. White, Evangelismo (Santo André/SP, CPB., 1976), 134.
18
Vasile F. Talpos, Op. Cit., 189.
19
Boanerges Ribeiro, Seara em Fogo (São Paulo/SP, Casa Ed. Presbiteriana, 1979), 134-135.
7
Pelo que vimos dos exemplos acima, e de acordo com sua natureza e propósito,
mesmo tempo dedicados ao evangelismo.21 Autrey escreveu que cada um deles estava
preocupado com a teologia sadia para estabelecer um firme fundamento para seus
teologia poderá ser desastroso para o cristianismo.22 “Para serem pregadores eficazes
devem ser teólogos autênticos”, era o axioma que Spurgeon repetia aos alunos.23
um estorvo à missão da igreja. Por isso, Finney declarou: “Há um grande defeito na
educação de ministros. A educação deve ser tal que prepare os jovens para o trabalho
específico o qual eles estão destinados (...) eles dirigem a mente em assuntos
defeito” que Spurgeon divergia do ensino convencional predominante. Por isso, ele
ministerial.
portas em Battle Creek, com Goodloe Bell ensinando doze alunos em 1872. G. H. Bell
20
Vasile F. Talpos, Op. Cit., 206-207.
21
Vasile F. Talpos, Op. Cit., 214.
22
Autrey, A Teologia do Evangelismo (Rio de Janeiro/RJ, JUERP, 1986), 14.
23
Spurgeon, Op. Cit., 9.
8
educacional. Bell não era meramente um pedagogo. Ele cria na associação com seus
alunos tanto dentro quanto fora da sala de aula. Era aberto a novas idéias, e sob a
influência da Sra. White, instituiu novos métodos de ensino que estimulavam a pesquisa
1874, essa escola torna-se o Battle Creek College, com Sidney Browsberger como
gastar 4 a 6 anos no estudo dos clássicos (grego e latim) para obter o grau de
bacharelado.26
Em 1893, Ellen White vai para a Austrália onde tem oportunidade de influenciar
Logo, escolas adventistas ao redor do mundo são remodeladas de acordo com o modelo
de Avondale.
Shantz menciona que da Austrália, em 1904, a Sra. White advertia contra certas
missionário deveria ser a mais elevada disciplina. “Se a escola de Avondale tornar-se
um dia o que o Senhor está procurando que seja, o esforço missionário dos professores e
estudantes dará fruto. Tanto na escola como fora, súditos bem dispostos serão levados à
obediência a Deus”.28
Magan estabelecem nos Estados Unidos escolas missionárias, tais como o “Washington
24
Finney, Op. Cit., 178 – Citado por Vasile F. Talpos, Op. Cit., 73.
25
Arthur Spalding, Origin and History of SDA , vol. 2 (Washington D.C., Review and Herald P.
Assocation, 1967) 117.
26
George Knight, Antecipating the Advent – A Brief History of SDA (Boise, Idaho: Pacific Press, 1993),
63.
9
do colégio de Battle Creek era treinar para o serviço missionário tanto nos Estados
enraizada na missão. E ele conclui que esta motivação era positiva. Motivação negativa
escola não deveria apenas ser uma barreira contra o mundo – refúgio para a juventude,
mas um centro de evangelismo dinâmico para enviar milhares de vozes à terra. Logo, o
senso de missão.
organizadas por Samuel. E um dos seus propósitos era servir como uma barreira contra
grandes escritores como Oséias, Jeremias e Isaías e grandes profetas como Daniel. Os
que se graduavam nestas escolas eram chamados “filhos dos profetas”, porém a maioria
deles nunca se tornou conhecida. Muitos pensam que o único propósito de nossas
escolas é servir de refúgio aos nossos jovens. Mas a juventude necessita mais do que
27
Bore Shantz, “Development of S.D.A. Missionary Tought”, PhD Dissertation. Fuller Theological
Seminary , 552-553.
28
Ellen G. White, Conselhos sobre Educação (Santo André/SP, CPB, 1976), 189-190.
29
Howard B. Weeks, Adventist Evangelism in the 20th Century (Washington, D. C: Review and Herald,
1970), 186.
30
George Knight, The Fat Lady and Kingdoom (Boise, Idaho, Pacific Press, 1995), 103-104.
10
proteção; eles precisam de inspiração. Nossas escolas devem fazer mais do que
juventude com o seu espírito evangelístico e suas escolas teriam sofrido. Como
coração de cada professor, não acenderá a mesma chama no coração dos estudantes. 31
Estou confiante que Deus está interessado em cada matéria que ensinamos, nas mais
precisão matemática. Ele habita em meio à harmonia da música e das artes. E Ele está
interessado em nossa história e em nossos cursos de línguas, pois toda história é Sua
história, enquanto as línguas são um eco articulado da voz que chamou o universo à
existência”.32 Deus está tão interessado na ciência quanto nas classes bíblicas. Anseio
ver o dia em que o evangelismo seja parte de cada classe e em cada atividade da escola,
mesmo em nossa recreação. Esta é a filosofia de Ellen White para uma completa
educação em nossas escolas – “caso seja animado o espírito missionário, mesmo que
isto tome algumas horas do programa regular de estudo, serão derramadas muitas
para o serviço... nossas escolas foram estabelecidas pelo Senhor; e caso sejam dirigidas
Deus quer que nossos jovens tenham mais do que média escolar e grau de
cultura. Uma visão é mais importante do que uma graduação. A maior coisa que você
31
Roy A. Anderson, Report of Evangelistical Council and Ministerial Assoc. Meetings – General
Conference, Review and Herald.
11
pode dar a um homem é uma idéia e um ideal. Como Davi, precisamos pôr uma espada
nas mãos de nossos jovens. Em I Sm 21:8,9, lemos que Davi veio ao Sacerdote no
santuário buscar uma espada. Só havia uma espada ali, um tipo de peça de museu,
envolvida num pano e escondida detrás da estola sacerdotal – a espada de Golias. Para
Davi, aquela espada falava de livramento e do poder de Deus. É possível que nossos
jovens venham para nossas escolas unicamente para encontrar a espada da Palavra de
Deus envolvida no tecido de algum curso particular. Já não é tempo de fazer vigorar o
espada precisa estar nas mãos de jovens que como Davi irão edificar o Reino de Deus.
Para isto, precisamos evangelizar nossa teologia, nossa pedagogia, nossos cursos de
envolvimento no serviço de Deus. E esta chama, repito, deve ser acesa em nossas
labor, Eliseu esforçou-se por nutrir e fazer avançar a importante obra educacional
milagre que neutralizou a “morte na panela” de 2 Rs. 4: 38-44 foi operado por ocasião
de uma de suas visitas a estas escolas. Eliseu era um professor que se misturava aos
alunos não apenas na sala de aula. Em 2 Rs. 6: 1,2 nós o vemos participando de
32
Ibid.
33
Ellen G. White, Profetas e Reis (Tatuí/SP, CPB, 1992), 223.
12
atividades fora do campus junto com os alunos, “encorajando-os por sua presença,
situação, ele faz flutuar o machado que o aluno perdeu, caindo no rio.
Logo, o alvo destas escolas era preparar grande número de obreiros para a obra
TREINAMENTO MINISTERIAL
34
Ibid., 254.
35
Ellen G. White, Conselhos Aos Professores, Pais e Estudantes (Santo André/SP, CPB, 1975), 500.
36
.Ellen G. White, Evangelismo (Santo André/SP, CPB, 1978), 25-43.
13
atenção era focalizada em algumas poucas figuras como Roy Allan Anderson, H. M. S.
aparentemente tinham sido dotados com um especial dom de ganhar almas. Segundo, a
Ele observou que um jovem evangelista que vai a determinado local onde não há
membros e ergue uma nova igreja com 25 pessoas, teve o mesmo sucesso, em sua
orçamento.
mas também as técnicas que passaram a ser ensinadas pelo próprio Shuler em sua classe
seminários.
37
Howward B. Weeks, Adventist Evangelism in the Twentieth Century (Washington- D.C.; Review and
Herald Publishing Association) 23
14
Rei”. Ele os envolvia em suas campanhas evangelísticas de seis semanas, com os alunos
Salt- IAENE Luís Nunes, nas grandes campanhas de Salvador e Feira de Santana, em
1993, onde cerca de 2.000 almas foram batizadas através da pregação direta dos
estudantes.
esforço foi feito para unir e coordenar as muitas atividades evangelísticas adventistas
em uma ação combinada. O plano envolvia vários fatores: mídia, contatos pessoais,
atendimento aos vários pontos de pregação, apoiados pela unidade móvel da Assistência
Social. Para levantar a audiência nesses pontos, um grande programa promocional foi
que consistia num manual de evangelismo, sermonário, bíblias, lições bíblicas, slides e
previamente cultivados pela igreja. Embora houvesse a necessidade do uso mais efetivo
caráter da mensagem evangelística em si: simples, com pregação mais direta, baseada
igreja do que à comunidade geral; e diferente de um mero avivamento, ele não foi
direcionado aos membros da igreja. Embora enfatizasse temas prófeticos, realçava ainda
O aluno não atua como obreiro de um evangelista que toma todas as decisões
evangelístico, uma vez que as atividades leigas são a maior fonte de novos
38
Jon Paulien, Present Truth in The Real World (Boise, Idaho, Pacific Press Publishing Association,
1993)
17
CONCLUSÃO
intelectualismo e o evangelismo podem andar lado a lado. Charles Spurgeon foi o mais
pastores no século XIX se dedicaram à obra pastoral de ganhar almas. Dwight Moody é
alcançou grandes massas para Cristo. Ele demonstrou que a organização, consolidação e
a comunicação de massa combinada com uma simples mensagem bíblica poderia ser
moderno é sempre encontrado num ambiente de forte base teológica. Evangelismo sem
39
Vasile F. Talpos, Op. Cit., 220.
40
Autrey. Op. Cit., 213.
18
mas as novas missões logo estabeleciam suas próprias instituições educacionais. Assim,
O reformador da Escócia John Knox estudou vários anos como aluno de Calvino
na Academia de Genebra, cujo principal impacto se deve a que nela cursaram estudos
superiores pessoas procedentes de vários países, que depois levaram a luz da Reforma a
eles.42 Em 1556 ele descreveu para o seu amigo Locke: “Em meu coração eu pude
desejar, que agrade a Deus guiar-te e conduzir-te a este lugar que, eu não temo em dizer,
é a mais perfeita escola de Cristo que já esteve sobre a terra”.43 Quão realizados nos
fosse um exército de obreiros! Este é o ideal sugerido por Ellen White: “Com um tal
importa quão bom médico ele seja, precisa conhecer a linguagem e os movimentos do
jovens num exército de obreiros. O que estamos fazendo para treinar nossos jovens em
um exército? Um corpo de homens não se torna uma brigada de exército a menos que
sejam unidos e moldados num ideal. O ideal de cada aluno graduado em nossas escolas,
o alvo do exército. Não podemos perder nosso senso de missão: somos oficiais em
marcha!
41
George Knight Op. Cit., 80.
42
Justo Gonzalez, Era dos Reformadores (São Paulo/SP, Vida Nova, 1983), v. 6, 117.
43
Alberto Timm, História das Religiões Contemporâneas (São Paulo/SP, IAE), 52.
44
Ellen G. White, Educação (Tatuí/SP CPB, 1997), 271.
19
cristã. Como houvesse participação de todos, ele por fim se levantou e disse: “Eu não
sou cristão. Não acredito no que vocês acreditam, mas se acreditasse na metade do que
dizem acreditar, eu seria dez vezes mais diligente sobre isto”. Esta é a tragédia de
O mundo está carente de líderes espirituais. Estes líderes sairão dessas modernas