Dialogue com o público cego ou com baixa visão descrevendo as imagens que publicar
· A - ANTES DE COMEÇAR o texto que vai acompanhar a
imagem use a hashtag #PraTodosVerem · B - Uma boa descrição sempre responderá quatro perguntas: o quê, quem, onde e como; C - Não subestime o conhecimento do usuário explicando tudo com muito detalhes mas tampouco seja técnico ou erudito em demasia, de modo a buscar sempre o entendimento da maioria; · D - Reflita, pesquise e decida sobre os objetivos da descrição da imagem. Por exemplo: se é para vender um produto; para divulgar um evento; fazer um convite; narrar um episódio jornalístico; citar uma obra de arte. E ainda: se é para músicos, para crianças, para um público de uma região específica, ou relaciona-se a uma comédia e outras particularidades que podem influenciar a sua descrição. Isso vai ajudar você a calibrar a escolher as palavras, o conteúdo, o tom e o número de linhas da descrição, e o consequente tempo de leitura. · E - Comece descrevendo a iconografia e a técnica: se é fotografia, quadro, pintura em óleo, escultura, charge, tirinha, imagem de jornal, convite... · F - A partir disto defina o que é mais importante (uma pessoa e seus características, a ação, a paisagem, o produto ou outro aspecto) . Este será o ponto de partida da sua descrição, que vai fluir da esquerda para direita e de cima para baixo. · G - Mas se o que é mais importante na imagem – o ponto principal, o objeto, personagem ou assunto principal – estiver em outra posição dentro da imagem (por exemplo, no canto inferior direito), inicie por ele e continue de cima para baixo e da esquerda para a direita.
R. Manoel Isidoro da Silveira 610/301 Lagoa da Conceição 88062-130 Florianópolis
(SC) www.flmesquevoam.com.br · H - Sempre prestando atenção na lógica da esquerda para direita e de cima para baixo, descreva - não necessariamente nesta ordem, mas na ordem de relevância dentro da imagem: características físicas e roupas das pessoas, cores, ações, objetos, paisagens, e tudo o que considerar relevante para que a pessoa cega ou com baixa visão possa ter uma experiência cognitiva análoga ou similar à dos videntes; · I - Faça orações conectadas e fluentes, em frases não abruptos mas não longas demais. Por exemplo: ao invés de “Felipe está em pé. Camisa rosa. Tem o microfone na mão direita”, escolha: “Segurando o microfone na mão direita, Felipe está em pé. Ele veste camisa rosa...” · J - Seja preciso. Não use “muitas pessoas”. Prefira “Três homens e quatro mulheres” ou “dezenas de pessoas” ou ainda “centenas de pássaros” ou “milhares de pessoas/animais/objetos”. · K - Evite adjetivações, deixando para o usuário concluir se é bonito, alta, rico ou ridícula, por exemplo. · L - Não faça textos muito longos a não ser que o objetivo principal da descrição esteja muito ligado a todos os detalhes possíveis, porque quanto mais linhas, mais tempo necessário para a leitura. · M - Ao descrever uma imagem relacionada a material didático, confira se o texto didático ao qual a imagem se relaciona traz as informações mais relevantes da imagem. Caso o texto não traga subsídios sobre a imagem, descreva levando em conta o que é mais importante para o conjunto texto e imagem. · N - Depois de concluída a primeira versão da descrição, faça a revisão ortográfica, leia em voz alta e ajuste eventuais cacofonias, trava-línguas e pronúncias, se necessário substituindo palavras e frases. · O - Sempre credite e cite a fonte da imagem no início ou final do texto da descrição quando descrever a iconografia. Por exemplo: “Fotografia de João da Silva” ou “Pintura de Tarsila do Amaral no catálogo da exposição...”
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(SC) www.flmesquevoam.com.br · P - Considere ter um consultor cego ou com baixa visão remunerado na sua equipe. Isso vai dar segurança, credibilidade e consistência para a sua comunicação. · Q - Suas imagens poderão ser vistas especialmente através dos leitores de tela de computadores e outros dispositivos por cerca de 6.500.000 pessoas no Brasil – segundo o IBGE de 2010, este é o número aproximado de pessoas cegas, com baixa visão e visão subnormal. · R - Se estiver na sua rede social particular, relaxe – você não precisa ser tão formal e rigoroso nas descrições: o espaço é seu e a descrição será de acordo com a sua vontade ou preferência. Mas é importante refletir sobre o quê o público cego vai entender da descrição, sempre considerando: "o quê”, "quem" "onde" e "como".
A descrição de imagens estáticas e também a audiodescrição para
produtos audiovisuais são práticas recentes no Brasil. Este GUIA RÁPIDO FILMES QUE VOAM PARA DESCRIÇÃO TEXTUAL DE IMAGENS ESTÁTICAS é resultante do “Curso de Introdução à Audiodescrição”, coordenado por Chico Faganello e ministrado pelos professores Felipe Mianes, Carla Azevedo e Marcia Caspary, e também de nossa experiência prática - ao trabalhar na indústria audiovisual com pessoas cegas e com baixa visão, concluímos que as orientações aqui presentes são amplamente aceitas pelos usuários. Se tiver colaborações e sugestões para aperfeiçoar este guia, por favor e n v i e p a r a contato@filmesquevoam.com.br c o m o a s s u n t o [#PraTodosVerem]
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