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2.1.

Solo
2.1.1. Definição e Origem
Segundo o EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) o
solo é produto das interações da atmosfera, hidrosfera, biosfera e litosfera,
como se pode observar na figura 1.

Figura 1: O solo como produto


FONTE: EMBRAPA, 2006. SOLO: SUBSTRATO DA VIDA

O processo de formação do solo começou com o surgimento da Terra e


dura até hoje, através de sua remodelação. A rocha é o elemento principal no
decorrer deste processo. De acordo com MUGGLER et al (2005) existem três
tipos de rochas, classificadas por sua origem, e suas definições são as
seguintes:
 Rocha magmática ou ígnea: é formada pela consolidação do magma na
superfície terrestre, o magma ao se resfriar possibilita a cristalização de
diferentes minerais;
 Rocha sedimentar: é formada através da deposição e consolidação de
sedimentos, que são materiais originados da destruição e alteração de
rochas pré-existentes por meio do (decomposição da rocha)
intemperismo. O intemperismo consiste na transformação das rochas
por processos físicos, desgaste ou desintegração (vendo, água da
chuva, rios e mares) e/ou processos químicos, decomposição.
 Rocha metamórfica: é resultante da transformação de rochas pré-
existentes, sob influência de agentes de origem interna, tais como
pressão, temperatura e fluidos gasosos (CO 2 e H2O, principalmente).

A seguir, na figura 2 pode-se observar o ciclo da rocha, no qual, tudo se


transforma e nada se perde.

Figura 2: Ciclo de formação das rochas


FONTE: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo7.php

Aos poucos estas rochas se fragmentaram e sofreram reações químicas


por estarem expostas a mudanças de temperatura e à ação da chuva, do vento
e da água de rios e mares. Conforme ZIMBACK (2005) a rocha desagregada
em mistura com a matéria orgânica em decomposição, contendo, ainda, água e
ar em proporções variáveis e organismos vivos constitui o solo.

2.1.2. Formação
A Pedologia é a ciência que estuda o solo e Pedogênese vem a ser a
formação do solo. Segundo ZIMBACK (2005) a formação do solo depende de
alguns fatores e processos tal como, material de origem, clima, organismos,
relevo e tempo. A variação desses fatores provoca distintas propriedades e
características diferenciando um solo do outro. Observa-se a seguir a figura 3
caracterizando a formação do solo.

Figura 3: Formação do solo


FONTE: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo13_2.php

De acordo com ZIMBACK (2005) o material de origem assume uma


grande importância na pedogênese visto que as propriedades e características
dependem primeiramente do material de origem (rocha ígnea, rocha
sedimentar ou rocha metamórfica). Diferentes rochas originarão diferentes
solos, porém uma mesma rocha pode originar solos iguais ou distintos,
dependendo dos outros fatores de formação do solo.
Segundo ZIMBACK (2005) o clima também tem uma parcela importante
na formação do solo, já que, como citado anteriormente, o solo é produto da
rocha (material de origem) sob a ação de fatores externos que provocam o
intemperismo. Por exemplo, quanto mais quente e úmido o clima, maior a
lixiviação de minerais, tornando o solo mais pobre.
Conforme ZIMBACK (2005) os organismos influem na pedogênese como
fornecedores de matéria orgânica que pode promover diferenciação entre
alguns solos.
O relevo de acordo com ZIMBACK (2005) influencia a penetração de água
no solo, interferindo desta maneira na intensidade do intemperismo. A água,
dependendo da sua quantidade pode provocar lixiviação (lavagem de
nutrientes), que quando intensa empobrece o solo em nutrientes.
Segundo o EMBRAPA o material de origem se transforma em solo e vai
se diferenciando em camadas, denominadas horizontes, que vai da superfície
até o material originário (rocha matriz), formando o perfil do solo. Observa-se o
perfil na figura 4. Ao lado da figura encontra-se a legenda

“O - horizonte superficial, com acúmulo de


matéria orgânica total ou parcialmente
decomposta, ocorrendo em solos de mata ou em
solos orgânicos, principalmente em baixadas.
H – horizonte superficial ou não, de constituição
orgânica pouco ou não decomposta, típica de
locais com estagnação de água.
A - horizonte superficial, constituído de material
mineral escurecido por matéria orgânica,
podendo ser também o horizonte de perda de
coloides minerais, apresentando, então, textura
mais grosseira (mais arenoso).
B - horizonte de subsuperfície, que ganha o
material perdido pelo horizonte A, textura mais
fina (mais argiloso) que o horizonte A, mais
colorido e mais estruturado.
C - horizonte de subsuperfície, parcialmente
intemperizado, constitui transição do solo para a
rocha (material de origem).
R - rocha (material de origem).”
(ZIMBACK -2005)

Figura 4: Perfil do solo


FONTE: ZIMBACK, 2005. FORMAÇÃO DOS SOLOS

 Características físicas do solo:


A principal característica física do solo é a textura, que diz respeito às
dimensões das partículas primárias do solo. Baseando se nos dados fornecidos
por ZIMBACK (2005), montou-se tabela1 a seguir.

Fração de Areia Fração de Siltre Fração de Argila


entre 0.05 e menores de
Dimensões entre 2 e 0.05mm
0.002mm 0.002mm
Promove o muitos
macroporos poucos poros
aparecimento microporos
pouca água e pouco pouca água e muita água e
Retêm
nutriente pouco nutriente muito nutriente
Sensação aspereza sedosidade pegajosa
Tabela 1: Características físicas do solo
FONTE: do autor

 Características químicas do solo:


Segundo ZIMBACK (2005) nas análises químicas do solo determina-se: o
pH, que mede a acidez do solo (maior que 7 indica caráter alcalino, 7 é neutro
e menor que 7 indica caráter ácido); a matéria orgânica, indica a porcentagem
de húmus no solo (acima de 30% é considerado solo orgânico); o hidrogênio,
também determina a acidez do solo; o alumínio, solúvel em meio ácido e é
toxico para as plantas; os macronutrientes das plantas (cálcio, magnésio,
potássio e fósforo) determinados em ppm (partes por milhão); a soma de
bases, representa a soma dos teores de Cálcio, Magnésio e Potássio;
capacidade de troca catiônica (CTC), determina a capacidade que o solo
possui de armazenar nutrientes; saturação por base, expressa a relação entre
as bases presentes com a CTC em porcentagem; e a saturação por alumínio,
que expressa o teor de alumínio em relação a somatória de bases e alumínio
em porcentagem.

2.1.3. Composição
Segundo ZIMBACK (2005) a parte abiótica do solo é composta por
partículas sólidas, líquidas e gasosas, sendo suas quantidades variáveis
conforme o tipo de solo. De acordo com o portal de ciências e biologia ainda
vivem no solo diversos organismos, inclusive as bactérias e os fungos,
importantíssimos na reciclagem da matéria orgânica e na fixação de elementos
essenciais para a vida da planta como o nitrogênio. Observa-se a composição
do solo na figura 5.

Figura 5: Composição do solo


FONTE: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo7.php

2.1.3.1. Componente sólido


São representados pela Matéria Mineral e pela Matéria Orgânica. A
Matéria Mineral é determinada pelos minerais constituintes da rocha matriz
que, por ação do intemperismo, o originou. Tais minerais são denominados
primários quando os constituintes da rocha matriz passam para o solo sem
sofrer alterações, já os minerais produtos do intemperismo são denominados
minerais secundários.
A matéria orgânica encontra-se principalmente na camada superficial do
solo e é representada pelos restos de animais (excrementos e carcaças) e
restos vegetais (folhas, galhos, raízes mortas e restos de cultura) em vários
estágios de decomposição. A matéria orgânica decomposta constitui o húmus,
que possui características benéficas. O teor de matéria orgânica varia de 2 a
3% em peso em solos agrícolas. As características do húmus propiciam ao solo
uma melhoria em suas propriedades físicas (estruturação, porosidade,
retenção de água, etc.) e químicas (aumenta a retenção de nutrientes, fornece
nutrientes ao solo, etc.).

2.1.3.2. Componente líquido


A parte líquida do solo é composta pela água, que funciona como
importante solvente, dissolvendo minerais (cátions e ânions) que serão
absorvidos pelas plantas.
2.1.3.3. Componente gasoso
O ar do solo possui a mesma composição qualitativa do ar atmosférico,
porém difere quanto à quantidade, possuem teores mais elevados de dióxido
de carbono (CO2) e teores mais baixos de oxigênio (O 2), pois os organismos
presentes no solo respiram, consumindo oxigênio e liberando dióxido de
carbono.

2.1.4. Tipos
Segundo o Portal de Ciências e Biologia o tipo de solo depende de
diversos fatores, tal como: o tipo de rocha matriz que o originou, o clima, a
quantidade de matéria orgânica, a vegetação que o recobre e o tempo que
levou para se formar. O Embrapa definiu em 2006 novos conceitos das classes
de solo de 1º nível (ordem) originando o atual Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos. Neste trabalho os diversos tipos de solo não serão
detalhados tanto por não se tratar do objetivo central do mesmo como também
pelos altos teores técnicos e específicos utilizados para sua classificação.

2.1.5. Funções
Conforme o Portal de Ciências e Biologia o solo não somente é
responsável por toda a alimentação dos seres vivos, pois é através dele que as
plantas (base da cadeia alimentar) se sustentam e adquirem nutrientes para
realização da fotossíntese. Como também é o grande responsável pelas
reservas de água, pois, segundo o CONFAGRI (Confederação Nacional das
Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal), o solo funciona
como um grande filtro.

2.1.6. Contaminação
Segundo a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo),
contaminação do solo pode ser definida como uma área, local ou terreno onde
há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de
quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados,
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada,
acidental ou até mesmo natural.
Os contaminantes se propagam por diversos meios, como o ar, o solo,
as águas subterrâneas e superficiais, provocando um efeito em cadeia muito
difícil de ser interrompido. Os poluentes alteram as características naturais do
solo e provocam riscos em sua própria área e também em seus arredores.
Abaixo pode-se observar nas figuras 3 e 4 os efeitos da contaminação
do solo e sua propagação:

Figura 6: Efeito em cadeia


FONTE: http://www.eb1-albergaria-velha-n1.rcts.pt/Alb3/Aguagota/pagina2.htm
    

Figura 7: Contaminação do solo


FONTE: http://sosriosdobrasil.blogspot.com/2009/11/conama-aprova-apos-sete-anos-
normas.html g
Para entender o mecanismo de contaminação é importante entender
alguns conceitos:

 Zona de aeração ou zona insaturada: ” Região entre o lençol freático e a


superfície do terreno. Recebe este nome porque está preenchida por
ar atmosférico e contém pouca água, na forma de umidade. Esta
camada do solo é importante na purificação das águas que se
infiltram, atuando como filtro, como zona de oxidação de matéria
orgânica e de retenção de uma gama variada de metais pesados.”
(Dicionário Livre de Geociências)
 Zona saturada do solo: “Região do subsolo em que os poros e
fraturas dos aquíferos estão totalmente preenchidos por água. A
superfície superior desta zona dá origem ao lençol d’água.” ( Dicionário
Livre de Geociências)
 Floculação: “Floculação é o processo onde a água recebe uma
substância química chamada de sulfato de alumínio. Este produto faz com
que as impurezas se aglutinem formando flocos para serem facilmente
removidos.” (CORSAN)

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