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História 9

unidade 2 A era do imperialismo


HULTON-DEUTSCH COLLECTION/CORBIS/LATINSTOCK

1 • 2 • 3 • 4 • 5 • 6 • 7 • 8

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IMAGES
ER-VIOLLET/GLOW
ALET, PARIS. ROG
MUSEU CARNAV

Acima, cartão-postal com vista geral da


Exposição Universal de Paris, de 1889. Na
imagem maior, recinto simulando vilarejo
do Vietnã apresentado na Exposição
Universal de Paris. Em primeiro plano
pode-se ver um vietnamita guiando um
riquexó, veículo de duas rodas geralmente
utilizado para o transporte de pessoas.

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ROGER-VIOLLET/GETTY IMAGES

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Neocolonialismo: Europa à
procura de novos mercados
A busca por novos mercados consumidores e matérias-primas levou
as grandes potências europeias a intervir em regiões antes de pouco
Professor: As páginas de aber- interesse, como a África e a Ásia. A mentalidade do colonizador o
tura promovem a verificação e
a exploração dos conhecimen- levou a criar imagens e histórias fascinantes e exóticas a respeito das
tos prévios dos alunos. São um
convite à discussão e à leitura novas culturas com que estabelecia contato. A posição dominadora
de imagens. As questões elen-
cadas permitem avaliar o grau dos europeus contribuiu para que teorias de evolução social fossem
de conhecimento da classe e
podem orientar a condução criadas, colocando-os no topo da pirâmide.
mais adequada dos assuntos
que serão abordados. Deixe Nesse contexto, surgiram as Exposições Universais, nas quais as na-

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que os alunos respondam às
perguntas livremente. ções apresentavam ao público europeu inovações tecnológicas, produ-
tos comerciais e uma visão do mundo desconhecido das colônias.

Professor: Comente os objeti-


vos de aprendizagem em sala

Objetivos de aprendizagem
de aula, para orientar os alunos
em relação ao que vão estudar
na unidade.

Ter os objetivos de aprendizagem em mente vai orientá-lo em seus estudos e


ajudá-lo a verificar seu aproveitamento ao final da unidade. Os trabalhos em grupo
são fundamentais para trocar saberes, para o desenvolvimento do pensamento
crítico e da autonomia. Lembre-se de que mapas, gráficos, imagens, tabelas e
charges são formas de linguagem que conduzem a conceitos e apresentam dados
e informações diversos. Saber ler e interpretar todas as formas de linguagem ajuda
a compreender melhor a realidade e o mundo que nos cerca.
Outros objetivos de aprendizagem são:
• descrever os principais elementos da Segunda Revolução Industrial;
• diferenciar o capitalismo industrial do capitalismo financeiro;
• comparar historicamente os conceitos de colonialismo e imperialismo;
• analisar textos em busca de elementos econômicos, sociais e culturais que
foram utilizados para justificar o imperialismo;
• reconhecer os processos políticos internos e a participação da Itália e da
Alemanha no contexto do imperialismo;
• compreender a atuação militar e analisar a imagem do imperador Meiji;
• desenvolver uma comparação entre o neocolonialismo e o imperialismo
contemporâneos por meio da análise de uma charge;
• analisar mapas identificando aspectos do imperialismo no Japão.

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Observe as imagens das páginas 2 e 3. Em seguida, responda oralmente às
questões. 1. Professor: Talvez os alunos
identifiquem a imagem como
sendo de algum lugar do su-
1 Observe a imagem principal, mas sem ler a legenda. A que região do mundo deste asiático. Pode-se che-
gar a essa conclusão, pois é
você acha que ela pertence? Por quê? comum aparecerem na mídia,
sobretudo nos desenhos, per-
sonagens dessas regiões utili-
2 O que se percebe na imagem principal? zando o chapéu em forma de
cone e guiando um riquexó. A
leitura da legenda mostrará a
3 No cartão-postal à esquerda, há algum elemento que você conhece? Qual? real situação apresentada pela
imagem.
2. Professor: Espera-se que os
Reúna-se com alguns colegas, conversem sobre o exercício anterior e alunos respondam que é pos-
sível perceber dois europeus e
respondam às seguintes questões: uma pessoa de alguma região
oriental.
1 Que relação você acha que existe entre as imagens apresentadas? 3. Professor: A resposta que
poderá aparecer com frequên-
cia é Torre Eiffel.
As duas fazem parte do mesmo evento: a Exposição Universal de Paris, ocorrida em 1889.
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2 O que estaria em jogo nas apresentações das Exposições Universais?


As Exposições Universais eram um meio de competição entre as nações. Aquelas que apresentavam

mais inovações técnicas, científicas e militares estariam mais bem preparadas e deveriam ser temidas

por seu poderio.

3 Qual seria o motivo de as nações europeias recriarem, nas exposições da


Europa, ambientes existentes em suas colônias?
A recriação das colônias tinha o intuito de apresentar regiões do mundo desconhecidas para

grande parte da população europeia e fazer frente às descobertas antropológicas das demais

nações coloniais.

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1 A Segunda Revolução

CAPÍTULO
Industrial
O crescimento da produção industrial
Se, na era do carvão e do ferro, a produção mecanizada atingiu princi-
palmente a Inglaterra, a industrialização da segunda metade do século XIX
estendeu-se por diversos países da Europa ocidental e oriental (figuras 1 e 2)
e alcançou o Japão e os Estados Unidos.
A Primeira Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII,
aprofundou a divisão social do trabalho ou parcelamento das tarefas (cada
trabalhador fazia uma mesma e repetida operação). Com a Segunda Revolu-
ção Industrial, além do parcelamento das tarefas, criava-se uma nova divisão:
entre países ricos e industrializados e países consumidores de produtos e
fornecedores de fontes de energia e de matéria-prima.

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THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/KEYSTONE BRASIL


A cidade de Leeds, na Inglaterra, em dois mo-
mentos: na primeira metade do século XIX (imagem
à direita) e na segunda metade (imagem abaixo).
Note a mudança que a industrialização gerou nessa
paisagem.

2 THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/KEYSTONE BRASIL

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A indústria e os novos inventos
Ao lado das condições históricas que permitiram o salto industrial, as mu-
danças geradas pelos novos inventos foram tantas e tão profundas que é possível
dizer que a Segunda Revolução Industrial foi mais influenciada pela tecnologia
que a Primeira, iniciada na Inglaterra aproximadamente um século antes.
Por volta de 1860, pesquisas no campo da tecnologia permitiram que
novos inventos chegassem às indústrias e impulsionassem a produção. Isso
fortaleceu setores tradicionais, como a produção de minério de ferro, e favo-
receu a formação de novas e importantes indústrias. Os avanços tecnológicos
que se destacaram nesse período foram o processo Bessemer na siderurgia
(injeção de jato de ar no minério de ferro em fusão para transformá-lo em
aço), a invenção do motor de combustão interna e o aperfeiçoamento do
dínamo (máquina que gera eletricidade).
Com as novas invenções foi possível obter maior velocidade na produção
e na distribuição das mercadorias. Outras fontes de energia, geradas por usi-
nas hidrelétricas e pelo petróleo, tornaram possíveis processos produtivos
mais acelerados. A comunicação também ficou mais eficiente e rápida.
As máquinas, controladas por patrões e funcionários graduados, determi- Professor: As acepções dos termos do glossário fo-
ram, sempre que possível, pesquisadas no Dicioná-
navam cada vez mais o ritmo da produção e mantinham os operários contro- rio eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Para fins
lados e fixos no lugar de trabalho. Ganhava-se tempo e tempo significava mais didáticos, foram feitas as adaptações necessárias.
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produção, mais vendas; como resultado, mais lucro para os capitalistas.

A industrialização na Alemanha Graduado.


Especializado.
O norte da Alemanha foi o centro dos avanços industriais iniciados na Eu-
ropa por volta de 1860. Após a unificação, a economia alemã desenvolveu-se
de modo sólido e esteve à frente dos países europeus na produção de aço, de
produtos químicos e de equipamentos elétricos e científicos (figura 3).
O desenvolvimento da economia alemã pode ser explicado, principal-
mente, pelas iniciativas do governo, que liberou recursos para a instalação de
empresas e adotou medidas de proteção à indústria e à agricultura nacionais.
Por meio de tarifas alfandegárias cobradas sobre as importações, os agricul-
tores e os industriais alemães eram protegidos da concorrência externa. Essa
proteção permitia aumentar as vendas e obter capital para investir na meca-
nização do campo ou no aperfeiçoamento da produção industrial.
Outro fator importante para a modernização da economia alemã foi a valo-
rização do ensino das ciências aplicadas à produção industrial. Graças ao papel
da escola, as indústrias podiam dispor de uma grande oferta de técnicos.

3 CRESCIMENTO INDUSTRIAL DA ALEMANHA

1880 1890 1900 1880 1890 1900 1880 1890 1900


7,3 12
110,7

Carvão Aço Ferro-gusa


(milhões de toneladas) (milhões de toneladas) (milhões de toneladas)

1880 1890 1900 1880 1890 1900 1880 1890 1900


55.478.320
54

2,6

População Marinha mercante Estrada de ferro Observe nos gráficos o crescimento espetacular da
(milhões) (milhões de toneladas líquidas) (quilômetros)
Alemanha entre 1880 e 1900.
Fonte: História do século XX: 1900-1914. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 148.

HISTÓRIA 7

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4 A expansão industrial na Rússia e no Japão
Na Rússia, o desenvolvimento industrial foi estimulado pelo governo, que
realizou empréstimos no exterior para a construção de estradas de ferro e para
a instalação de empresas (muitas vezes estrangeiras) de diferentes ramos, com
destaque para o setor têxtil e de extração de carvão e minério de ferro.
No Japão, a industrialização iniciou-se na segunda metade do século XIX,
promovida pela iniciativa estatal. Os capitais estrangeiros, contratados pelo
governo para financiar o desenvolvimento industrial, foram transferidos para
as mãos de grandes grupos econômicos, os zaibatsu, controlados por poucas
famílias.
Por volta de 1910, o Japão já tinha mais de 10 mil quilômetros de estradas
de ferro construídas, grandes bancos, poderosas companhias de navegação e
mineração, e sua produção têxtil era uma das maiores do mundo (figura 4).

O Japão da era Meiji


Antes de 1860, o Japão vivia uma situação política semelhante à da Europa medie-
val. Havia um imperador, mas quem de fato detinha o poder eram os daimios, grandes
senhores de terra. O país tinha pouco contato com o Ocidente.
A situação japonesa mudou na década de 1860, com a Revolução Meiji, que cen-
BETTMANN/CORBIS/LATINSTOCK

tralizou o poder na figura do imperador. Iniciou-se uma era de profundas reformas, que
transformaram o Japão em uma grande potência. O governo assinou tratados comer-

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ciais com países do Ocidente, garantindo a entrada de produtos japoneses no mercado
externo, realizou uma ampla reforma educacional destinada a erradicar o analfabetismo
e promoveu a industrialização do país.

Ilustração representando o interior de fábrica têxtil


no Japão, c. 1870. Representação feita com base em
uma xilogravura de Ichiyosai Kuniteru.
A industrialização nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o grande salto na industrialização ocorreu após a Guerra
Civil (1861-1865), também chamada Guerra de Secessão. O norte industrializa-
do venceu o sul agrário e escravista e impôs seu projeto modernizador.
Os principais fatores que explicam a transformação dos Estados Unidos
em uma nação industrial e urbana poderosa são:
• a s leis protecionistas que amparavam a produção
HERITAGE-IMAGES/GLOW IMAGES

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industrial e agrícola do país;
• a grande oferta de mão de obra barata, garantida
pelas políticas de incentivo à imigração;
• a ocupação das terras do oeste;
• o incentivo do Estado à instalação de compa-
nhias de transportes e comunicações.
Em 1900, a força da economia americana des-
pontava em vários setores. Os Estados Unidos já
ocupavam o primeiro lugar na produção mundial
de aço, produto fundamental na construção de
ferrovias e na fabricação de máquinas agrícolas e
industriais, e tinham a maior malha ferroviária
(figura 5). A população urbana saltou de 15%, em
1850, para 40%, em 1900, ou seja, dos 75 milhões
de habitantes, 30 milhões viviam nas cidades.
Como se pode ver, a economia industrial do pe-
ríodo tornou-se bem mais difundida do que na fase
A ferrovia elevada, Terceira avenida, Nova York, 1879. O crescimento econômico dos anterior, quando a Inglaterra era a única nação in-
Estados Unidos nessa época esteve ligado à expansão das estradas de ferro. dustrializada.
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A era do capitalismo financeiro
Até meados do século XIX, sem muitos recursos, empresas passaram a funcio-
nar e a se expandir proporcionalmente aos reinvestimentos de parte dos lucros
obtidos com a venda dos seus produtos. Predominavam as pequenas empresas
familiares, cujo capital alimentava a produção e era obtido pela dinâmica da pró-
pria indústria. Esse fenômeno caracteriza o capitalismo industrial.
A partir de 1880, as novas atividades econômicas – empresas de explora-
ção de petróleo, usinas elétricas e siderúrgicas – exigiam grandes investimen-
tos, que não podiam ser obtidos apenas com recursos próprios.
As instituições bancárias assumiram papel central a partir desse período.
Os bancos financiavam as produções industrial, agrícola e mineral em cada
país e controlavam, por meio da aquisição de ações, empresas de diferentes
setores e atividades. Começava a era do capitalismo financeiro.

Da concorrência ao monopólio
A Segunda Revolução Industrial inaugurou a era das empresas gigantes e pode-
rosas que resultaram, principalmente, da formação de trustes, cartéis e holdings.
• Truste: associação de empresas de um mesmo ramo que se fundem com
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o objetivo de controlar os preços, a produção e o mercado. O truste da


United States Steel, criado em 1901, tinha o monopólio de 63% da pro-
dução de aço dos Estados Unidos.
• Cartel: agrupamento de empresas independentes que estabelecem
acordos com o propósito de dividir o mercado e combater os concor-
rentes. O cartel do carvão do Reno e da Westfália, de 1893, controlava
90% da produção de carvão na Alemanha.
• Holding: empresa que controla uma série de outras empresas, do mes-
mo ramo ou de setores diferentes, mediante a posse majoritária das
ações dessas empresas.
As associações empresariais levaram a uma imensa concentração de capi-
tal nas mãos de grupos econômicos, os chamados oligopólios (figura 6), em
prejuízo das pequenas empresas e da livre concorrência.
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Empresa petrolífera, na cidade de Los Angeles,


nos Estados Unidos. O setor petrolífero nesse país
é um exemplo de atividade que se desenvolveu
controlada por oligopólios.

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2
CAPÍTULO
O neocolonialismo
A expansão colonial capitalista
Entre 1880 e 1914, as grandes potências capitalistas dividiram entre si a
influência sobre a maior parte das terras mundiais. Grã-Bretanha (figura 1) e
França, seguidas de Alemanha, Bélgica, Rússia, Itália, Estados Unidos, Por-
tugal e Japão, foram as protagonistas do processo de expansão colonial na
África, Ásia e América Latina (figura 2). Essa expansão do capitalismo foi
chamada imperialismo ou neocolonialismo. A expansão imperialista inclui
fatores econômicos, culturais e políticos.

1 2 OS IMPÉRIOS COLONIAIS – 1914

CÍRCULO POLAR ÁRTICO

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2.680 km
TRÓPICO DE CÂNCER

EQUADOR

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
REENWICH G
MERIDIANO DE
ÁLBUM/AKG-IMAGES/LATINSTOCK

CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO

Bélgica França Grã-Bretanha Alemanha Países Baixos Estados Unidos


Itália Espanha Japão Portugal Império Otomano Dinamarca

Fonte: Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 240-241.

O café da manhã (cônsul britânico sendo servido • Fatores econômicos: a busca por novos mercados foi um dos principais
por empregados nativos na Índia), 1842, de
J. Bouvier. O Império Britânico impôs seu domínio fatores que motivaram a expansão dos países industrializados. O aumento
nesse país. da produção, durante a Segunda Revolução Industrial, provocou uma con-
corrência acentuada e a queda nos preços, gerando a falência de muitas
empresas. O resultado foi uma grave crise econômica entre 1873 e 1896.
A saída encontrada para equilibrar novamente a economia foi conquistar
os mercados da África e da Ásia para os produtos industrializados europeus
e obter fontes de energia – carvão e petróleo, sobretudo – e matérias-primas
para as novas indústrias.
• Fatores culturais: em geral, a colonização justificou-se como uma mis-
são civilizadora do homem branco, que levaria aos povos tidos como
atrasados as conquistas da ciência e da indústria. Essa suposta superio-
ridade não era, no discurso imperialista, apenas econômica. Represen-
tava também a garantia da influência e do predomínio europeu sobre o
restante do mundo. Essa ideia de pretensa superioridade dos europeus
ficou conhecida como darwinismo social.
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• Fatores políticos: os governos usaram a campanha imperialista como
O colonialismo e o
propaganda política. A expansão do poderio nacional serviu para des-
neocolonialismo
pertar na população em geral o orgulho patriótico e obter o apoio aos
O imperialismo também é conhecido
governos dos países imperiais. como neocolonialismo, ou seja, novo
Todos esses fatores motivaram e justificaram a expansão imperialista e as colonialismo, em alusão à expansão
mudanças na economia global, dominada por alguns países que fizeram das colonial do século XV ao XVII, na época
das grandes navegações. No entanto,
terras conquistadas uma grande fonte de lucro. há importantes diferenças entre eles. O
colonialismo do século XV foi movido,
O Império Colonial Britânico principalmente, pelo interesse do Esta-
do em acumular ouro e prata, por meio
Até meados do século XIX, os ingleses possuíam colônias na Ásia, na do comércio, nos cofres públicos; o do
América e na Austrália, além da Colônia do Cabo, no sul da África, e de algu- século XIX, por sua vez, destacou-se
mas poucas feitorias no continente. Dessas bases, ampliaram sua influência pela expansão das grandes potências
no início da nova expansão colonial. capitalistas em busca de mercados e
fontes energéticas.
O marco da expansão inglesa na África, na fase imperialista, foi a aquisição, Enquanto o primeiro se relacionava
em 1875, de ações da Companhia do Canal de Suez e a realização de emprésti- com o capitalismo comercial, o se-
mos para o vice-rei do Egito. Em 1883, os britânicos estabeleceram um prote- gundo estava ligado ao capitalismo
torado no Egito, ou seja, um governo subordinado à Coroa britânica. industrial e financeiro. O novo colonia-
lismo acentuou a internacionalização
Em seguida, os ingleses conquistaram o Sudão egípcio, a Rodésia, a Nigéria da economia, interligando ainda mais
e partes da África oriental. Na África do Sul, empreenderam uma guerra contra as regiões mundiais.
os bôeres, descendentes de colonos holandeses, e anexaram o território.
Até a metade do século XIX, missionários e exploradores britânicos via-
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javam ocasionalmente para a África, sobretudo para fazer pesquisas e novas


descobertas. Com a instalação de missões britânicas permanentes no centro do
continente, as pesquisas e descobertas vinham com os negócios.
Na Austrália e na Nova Zelândia, a presença britânica vinha do século XVIII,
mas consolidou-se na metade do XIX. Na Ásia, os ingleses apossaram-se da Índia
e da Birmânia. A colônia indiana era a mais importante possessão, pois represen-
tava um mercado consumidor fundamental para os produtos ingleses.
Os britânicos, interessados no mercado indiano, introduziram seus teci-
dos com preços baixos e levaram os produtores locais à falência. Posterior-
mente, proibiram a produção de tecidos na sua colônia. Os indianos, que
eram autossuficientes nesse ramo, foram convertidos em exportadores de
matéria-prima (algodão) e importadores de tecidos de algodão ingleses.
Com essas iniciativas, garantia-se a presença britânica em todos os conti-
nentes e formava-se, como os ingleses mesmo afirmavam, um império “em
que o sol nunca se punha”.

O imperialismo britânico na China


Os produtos chineses, como seda, porcelana e chá, representavam fontes de
riqueza para os comerciantes europeus. Contudo, até o século XIX, o governo
imperial chinês manteve um fechamento quase completo ao mercado externo.
Apenas na região sul, principalmente em Cantão, o comércio era autorizado.
Após o domínio da Índia, a Inglaterra encontrou uma forma de eliminar
o protecionismo chinês: passou a oferecer o ópio, produzido na Índia, à
população chinesa. O consumo do ópio logo se alastrou e seu contrabando
tornou-se muito lucrativo para a Inglaterra.
Com os malefícios causados à população, o governo chinês, em 1839,
mandou confiscar o ópio contrabandeado no porto de Cantão, além de ex-
pulsar e prender os mercadores. Em resposta, a Inglaterra declarou guerra à
China. É a chamada Guerra do Ópio.
Vitoriosa, a Inglaterra exigiu a assinatura do Tratado de Nanquim, em 1842.
A China foi obrigada a abrir seus portos e a ceder a cidade de Hong Kong aos
ingleses. Para a China, o Tratado de Nanquim representou a abertura às exi-
gências das nações imperialistas e a perda de parte de sua soberania.
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O Império Colonial Francês
O Império Colonial Francês teve início na primeira metade do século XIX,
com a conquista da Argélia, no norte da África. Até o final do século, os france-
ses já haviam ocupado praticamente todo o noroeste do continente (figura 3),
a ilha de Madagascar e parte da Somália.
Na Ásia, os franceses apossaram-se de parte da chamada Indochina, for-
mada pelos atuais Vietnã, Camboja e Laos (figura 4), depois de vencerem
uma forte resistência dos habitantes dessas regiões, apoiados pela China.

3 4 COLÔNIAS FRANCESAS NA ÁSIA

Fonte: HILGEMANN, Werner; KINDER, Hermann. Atlas histórico mundial. Madrid: ISTMO, 1983. p. 118.
INDOCHINA CÂN
C ER
DE
PICO
TRÓ

Hanói
Golfo de
Tonkin
Golfo MIANMAR
de LAOS VIETNÃ

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Bengala
Vientiane

ERIDIONAL
Yangon

TAILÂNDIA
Golfo

M
de

CHINA
Martabam
Bangcoc
CAMBOJA

R DA
THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/KEYSTONE BRASIL

OCEANO Phnom Penh

MA
ÍNDICO Golfo
de Sião

Possessões inglesas
Possessões francesas
Área de influência
200 km da França
100º

Tenente Mizon em sua missão exploratória pela


região do rio Benve, na Nigéria, em 1892. Gravura
de Fortune Louis Meaulle e Henri Meyer, retirada do
Le Petit Journal de julho de 1892.
A expansão da Alemanha e da Itália
A Alemanha entrou tarde na disputa colonial, pois até a década de 1870
o país não estava unificado. Após guerras externas e disputas entre os rei-
nos germânicos, a Prússia estabeleceu a unidade nacional alemã e iniciou-
-se um período de rápido e forte crescimento econômico e industrial. Na
busca de mercados e fontes de matérias-primas e de energia, o governo
alemão, pressionado por empresários do país, acabou ocupando a África
Oriental Alemã, a África do Sudoeste Alemã, Camarões e Togo.
A Itália também teve uma unificação tardia, no início da década de
1870. À semelhança da Alemanha, só se tornou um Estado unificado
após guerras internas e conflitos com países vizinhos. Depois disso, a
Itália entrou na corrida expansionista, apossou-se do litoral da Líbia, da
Eritreia e de parte da Somália. Os italianos tentaram ocupar a Abissínia,
mas foram derrotados.

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Professor: Lembre com os alunos que algumas das
Estratégias de colonização colônias da época do capitalismo comercial conti-
nuaram pertencendo às nações europeias, pois não
O domínio colonial dos países europeus sobre as populações locais era, na maior se tornaram independentes. Outras foram objeto
parte dos casos, extremamente violento. A mão de obra nativa, sempre mais nume- da nova competição entre as potências e mudaram
rosa que a dos colonizadores, era utilizada na agricultura, no extrativismo e na cons- de mãos. Outras, ainda, nunca tinham sido propria-
mente colônias e foram invadidas e colonizadas a
trução de obras, como ferrovias, que facilitassem o escoamento dos produtos até o
partir das últimas décadas do século XIX, como as
litoral, para ser embarcados para a Europa. regiões do interior da África. Os alunos devem com-
Nem sempre eram os próprios colonizadores que cuidavam da administração das preender que o imperialismo foi exercido de manei-
colônias. A Inglaterra recorria muitas vezes a lideranças locais, aproveitando as dispu- ras variadas, conforme condições naturais, sociais e
tas internas e a estrutura de poder que já existia. Essas lideranças tornavam-se repre- econômicas do território sobre o qual avançava.
sentantes do Império Britânico e defendiam seus interesses nas áreas dominadas. Já
a França sempre preferiu administrar diretamente suas colônias. Muitas vezes, tentou
desenvolver uma política de assimilação dos colonizados, incentivando o ensino da
língua e da cultura francesas.
Em cada lugar, a potência imperialista agiu de acordo com as possibilidades ofereci-
das. No Brasil, por exemplo, os ingleses respeitavam a área de influência dos Estados
Unidos e dominavam negócios como as ferrovias e a exportação de café.

Outros impérios coloniais


Além da Grã-Bretanha e França, donos dos dois maiores impérios colo-
niais, outros países expandiram-se para a África e a Ásia (figura 5).
• A Bélgica tomou posse de uma área no centro do continente africano,
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que passou a se chamar Congo Belga.


• Portugal ampliou seus domínios no sul da África, expandindo a colo-
nização em direção ao interior de Angola e Moçambique.
• A Holanda conquistou territórios na Ásia, com o domínio de um extenso
arquipélago, a atual Indonésia.
• O Japão conquistou uma vasta área do território chinês e anexou a Coreia.
As divergências coloniais entre as potências foram discutidas no Congresso
de Berlim, entre 1884 e 1885, na Alemanha (figura 6). Reuniram-se Grã- À esquerda, “O bolo chinês”, 1898, de Henri Meyer.
-Bretanha, França, Portugal, Alemanha e Bélgica, entre outros países. Parte Li­tografia retirada de Le Petit Journal. As caricaturas
representam a Grã-Bretanha, a Alemanha, a Rússia, a
dos conflitos foi resolvida e reconheceu-se a posse dos territórios ocupados França e o Japão.
pelas nações imperialistas. À direita, Congresso de Berlim, em xilogravura de
1885 baseada em desenho de Adalbert von Roblex.

5 6
COLEÇÃO PARTICULAR

COLEÇÃO PARTICULAR

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A expansão imperialista na África
A soberania dos povos africanos desapareceu nas últimas décadas do sé-
culo XIX. Em pouco tempo, quase todo o continente africano, à exceção da
Etiópia e da Libéria, passou para as mãos das potências europeias durante a
expansão imperialista.
Após a definição de regras para a partilha da África (figura 7) no Con-
gresso de Berlim, entre 1884 e 1885, até o final do século XIX, cada uma
das nações europeias envolvidas construiu o seu império colonial na África,
conquistando reinos e impérios por meio de expedições militares, de tratados
de amizade ou de proteção de dirigentes africanos.
7 A DOMINAÇÃO ESTRANGEIRA NA ÁFRICA EM 1902

MELILLA (Espanha)

Fonte: HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à África contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 68.
CEUTA (Espanha) MALTA
MA
R MEDIT
TUNÍSIA ERRÂNE
Madeira MARROCOS O

Canárias TRÍPOLI
ARGÉLIA (Otomana) EGITO

MA
CÂNCER
TRÓPICO DE

R
RIO DE OURO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VE
RM
EL
HO
ÁFRICA OCIDENTAL ERITREIA
FRANCESA SUDÃO SOMALIALÂNDIA
ANGLO-EGÍPCIO (Fr.) (Brit.) (Ital.)
GÂMBIA
GUINÉ
PORTUGUESA TOGO NIGÉRIA ÁFRICA
SERRA LEOA EQUATORIAL ETIÓPIA
LIBÉRIA COSTA CAMARÕES FRANCESA
DO OURO
Fernando Pó
São Tomé 0º
ESTADO
GUINÉ ESPANHOLA DO CONGO
OCEANO ÁFRICA
CABINDA ZANZIBAR
8 ATLÂNTICO
ORIENTAL
ALEMÃ
NIASSALÂNDIA
Comores
ANGOLA RODÉSIA MOÇAMBIQUE
SETENTRIONAL
RODÉSIA
Britânico
ÁFRICA DO MERIDIONAL
MADAGASCAR
Belga SUDOESTE ALEMÃ
BECHUANALÂNDIA TRÓPICO DE C
Francês APRICÓRN
IO

Italiano
SUAZILÂNDIA
Alemão BASUTOLÂNDIA
ÁFRICA
Espanhol DO SUL
OCEANO
Português ÍNDICO
Estados independentes 700 km
20º

O domínio francês
REPRODUÇÃO – BIBLIOTECA NACIONAL, PARIS

Com o objetivo de controlar a acirrada disputa entre os participantes do


Congresso de Berlim, decidiu-se que a partilha seria definida pelas áreas de
influência. Isso significava que, uma vez estabelecida no litoral, a nação es-
trangeira teria o direito de ocupar a zona do interior.
De suas feitorias na costa – Dacar, São Luís e a ilha de Goreia –, a Fran-
ça estendeu seu domínio sobre uma região que ia do Atlântico ao interior,
acompanhando o curso do rio Níger e criando a África Ocidental Francesa
“Missão Lenjant: chegada da missão às margens do (figura 8). A esses domínios somavam-se a África Equatorial Francesa (atual
lago Chade”. Gravura publicada em Le Petit Parisien,
suplemento literário ilustrado, Paris, 1904. A região Gabão e parte do Congo) e as províncias francesas do norte da África: Argé-
foi ocupada pela França no ano seguinte. lia, Marrocos e Tunísia.
14

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Britânicos, portugueses, belgas e alemães
Os territórios que formaram o Império Britânico na África foram imensos.
De suas bases localizadas em Gâmbia, na Costa do Ouro e na Costa dos Es-
cravos, os britânicos ampliaram seu domínio em direção ao interior, criando
as colônias da Nigéria, da Costa do Ouro, de Serra Leoa e de Gâmbia.
Já Portugal, com o domínio das antigas colônias de Angola e Moçambique,
reclamou a soberania sobre um território mais amplo e obteve, além deste, uma
faixa de terras na África ocidental, que passou a compor a Guiné Portuguesa.
Na região equatorial vizinha a Angola, uma grande parte da bacia do rio
Congo converteu-se em uma espécie de propriedade particular do rei Leo-
poldo II, da Bélgica, um dos principais envolvidos no Congresso de Berlim e
em seus resultados.
A Alemanha obteve também sua parte na divisão da África ocidental, con-
quistando territórios que deram origem às colônias do Togo e de Camarões.
Os alemães conquistaram ainda algumas porções da África oriental, próximas
da ilha de Zanzibar, onde hoje está a Tanzânia.

A resistência dos africanos


O Congresso de Berlim assinalou uma nova fase na relação das potências
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

europeias com a África, que se caracterizou pela dominação econômica, po-


lítica e territorial efetiva no continente. Mesmo assim, vários povos africanos
resistiram à ocupação.
Na África ocidental, em antigos e poderosos Estados, como o de Daomé, o
reino Achante e o emirado de Socoto, ocorreram movimentos com o objetivo
de barrar o avanço das forças imperialistas e manter a independência (figura 9).
No entanto, diante da superioridade militar dos europeus, a vitória das socie-
dades africanas era muito difícil, quase impossível.
9 RESISTÊNCIAS AO DOMÍNIO COLONIAL NA ÁFRICA
EUROPA

OCEANO M
AR
ATLÂNTICO MEDIT
ERRÂNEO ÁSIA

ARGÉLIA
TRÓPIC
O DE CÂ
NCER LÍBIA
EGITO

ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA SUDÃO


Fonte: Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 245.

ANGLO-EGÍPCIO
ÁFRICA
EQUATORIAL SOMÁLIA
COSTA FRANCESA
DO BRITÂNICA
OURO
CAMARÕES
SOMÁLIA
ITALIANA
A

EQUADOR
ÁFRICA
ND

ÁFRICA A ORIENTAL
UG
EQUATORIAL CONGO BELGA BRITÂNICA
FRANCESA TANGANICA
(ÁFRICA
ORIENTAL
ALEMÃ)
OCEANO ANGOLA
ATLÂNTICO IA
ÉS

UE
ROD

IQ
B

ÁFRICA
AM

DO MADAGASCAR
MOÇ

IO
SUDOESTE
APRICÓRN
TRÓPICO DE C ALEMÃ

ÁFRICA OCEANO
DO SUL
BRITÂNICA ÍNDICO
Áreas de resistência
ao domínio colonial 750 km
0 40

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Atividades • capítulos 1-2 Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.

Recordar e compreender
1 Em duplas, completem o esquema a seguir em relação às transformações ocorridas durante a
Segunda Revolução Industrial.
Cap. 1

Novas tecnologias
Período em que ocorreu: utilizadas: Novas fontes de
Processo Bessemer de side-
Segunda metade do século XIX. energia utilizadas:
rurgia, motor de combustão
Energia elétrica e petróleo.
interna e aperfeiçoamento do
dínamo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segunda Revolução Industrial

2 Forme uma dupla com um colega. Depois, observem os itens a seguir e identifiquem quais se
referem ao capitalismo industrial e quais se referem ao capitalismo financeiro.
Cap. 1
a) Os bancos têm uma função muito importante.

b) As empresas usam o lucro obtido com seus negócios para expandi-lo.

c) O financiamento das indústrias era feito por órgãos externos.

d) Surgiram as ações e os investidores.

e) As indústrias e empresas tinham caráter familiar e eram de pequeno porte.

f) As indústrias se tornaram cada vez maiores e mais poderosas.

Capitalismo industrial Capitalismo financeiro

As empresas usam o lucro obtido com seus negócios Os bancos têm uma função muito importante.

para expandi-lo.

O financiamento das indústrias era feito por órgãos

externos.

As indústrias e as empresas tinham caráter familiar e Surgiram as ações e os investidores.

eram de pequeno porte.

As indústrias se tornaram cada vez maiores e mais

poderosas.

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3 Em duplas, respondam às perguntas sobre os conceitos de colonialismo e imperialismo. Se neces-
sário, pesquisem na internet ou livros de História para relembrar aspectos ligados ao colonialismo.

a) Em que épocas ocorreram o colonialismo e o neocolonialismo?


Cap.
1e2 O colonialismo ocorreu ao longo do século XVI, e o neocolonialismo ou imperialismo entre 1880 e 1914.

b) Que nações estiveram envolvidas em cada um desses processos?


O colonialismo envolveu, principalmente, Portugal, Espanha, Grã-Bretanha e os países das Américas.

O neocolonialismo envolveu Grã-Bretanha, França, Alemanha, Bélgica, Rússia, Itália, Estados Unidos,

Portugal, Japão e diversos países do continente africano e asiático.

c) Qual era o contexto político e econômico na Europa durante esses dois processos?
Durante o colonialismo, a Europa vivia o período das Grandes Navegações, da formação dos Estados

Nacionais e do mercantilismo. Durante o neocolonialismo, ocorreu a expansão do capitalismo e a

transformação do capitalismo industrial em capitalismo financeiro.

4 Em duplas, leiam o texto abaixo e respondam às questões.

Cap. 2
Nascido, assim, da formação dos monopólios, o imperialismo promoveu disputas
por fontes de matérias-primas entre trustes e cartéis que, já tendo dominado o merca-
do interno em seus países de origem, precisavam se expandir para além de suas fron-
teiras, defrontando-se com cartéis e trustes de países concorrentes. Nesse momento,
a classe detentora da produção capitalista passou a rejeitar as fronteiras nacionais
como barreira à expansão econômica, transformando o crescimento econômico em
expansão territorial.
O período entre 1870 e 1914 esteve, dessa forma, associado à expansão do capita-
lismo monopolista, à conquista política e militar de territórios e ao auge do imperia-
lismo sobre o mundo, com a partilha da África. Quase todo o mundo, com exceção
da Europa e da América, foi dividido em territórios dominados por potências como
a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha e, mais tarde, os EUA e o Japão. Essa divisão
respondeu à busca por novos mercados empreendida simultaneamente pelo capital
monopolista de diferentes economias, que se confundiam com os próprios governos
nacionais, gerando assim rivalidade entre as potências. O próprio status de potência
estava associado à posse do maior número possível de territórios dominados e se
tornou por si só razão política para a expansão. Porém, apesar de ter como pano de
fundo a expansão mundial das relações capitalistas de produção, o imperialismo teve
também raízes políticas e culturais, entre as quais se sobressaía a crença na superiori-
dade cultural e racial dos europeus. (...)
Teorias racistas, como o darwinismo social, também tiveram papel importante
na justificação da dominação imperialista ao defenderem a superioridade dos povos
brancos sobre os povos de cor. A “raça branca”, que se atribuiu o status de raça supe-
rior, assumiu, a partir dessas teorias, a missão civilizadora de levar progresso, desen-
volvimento e civilização àqueles povos que considerava incivilizados e racialmente
inferiores.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos.
São Paulo: Contexto, 2010. p. 218-219.

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Atividades • capítulos 1-2
a) Identifiquem e grifem no texto as justificativas econômicas para o neocolonialismo.

b) De acordo com o texto, qual foi a justificativa cultural e racial para a dominação imperialista?
O chamado “darwinismo social” afirmava que os europeus seriam racial e culturalmente superiores

aos outros povos, o que justificaria, segundo essa teoria, que eles impusessem a esses povos o que

consideravam como “civilização”.

Professor: Espera-se que os c) Na opinião de vocês, esse tipo de justificativa cultural e étnica seria aceita nos dias de hoje?
alunos entendam que esse Justifiquem sua resposta.
tipo de argumento, historica-
mente criado, não seria aceito
nos dias de hoje, tendo em Resposta pessoal.
vista que as ideias defendidas
pelo darwinismo social foram
desacreditadas, bem como to-
das as teorias de cunho racista.

5 Em duplas, expliquem por que, na segunda metade do século XIX, o Império Britânico era chama-
de “o império onde o sol nunca se põe”.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Cap. 2
Nesse período, a Grã-Bretanha expandiu tanto seus domínios que, se levassem em conta seu território

somado àqueles das regiões que dominava, era possível dizer que sempre era dia em algum desses

territórios.

6 Observem a linha do tempo a seguir e respondam às questões.

Cap. 1848-1860 1862-1871 1884 1885 1889


1e2

Processo de Processo de Posse do Posse do Itália domina a


unificação unificação governo alemão governo alemão Eritreia
política da Itália política da da chamada da chamada
Alemanha África do África Oriental
Sudoeste Alemã Alemã

a) Itália e Alemanha estabeleceram relações de dominação com países da África anteriormente


ou posteriormente aos demais países imperialistas da Europa?
Posteriormente.

b) Quais processos estão demonstrados na linha do tempo?


Os processos de unificação política da Itália e da Alemanha e o domínio desses países com relação a

algumas regiões da África.

c) De que forma os processos políticos desses países mudaram suas relações com a corrida im-
perialista?
Devido a disputas internas e questões políticas envolvidas nos processos de unificação, esses países

demoraram mais tempo para entrar na corrida imperialista.

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Aplicar
1 Em grupos, leiam o texto abaixo, observem a imagem e respondam às atividades.

Cap. 1 Era Meiji e os últimos samurais

GIRAUDON/THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/KEYSTONE BRASIL


(...)
Com a assessoria militar francesa, o governo Meiji criou, em 1873, um
exército de conscritos – todo homem que fizesse 21 anos, independentemen-
te de sua origem social, teria de se alistar para servir nas Forças Armadas. Em
1876, os samurais foram proibidos de portar espadas – somente militares
uniformizados do novo exército poderiam carregar a arma. Na prática, isso
representava a extinção da classe dos samurais. (...)
O fim dos antigos privilégios, naturalmente, causou muita insatisfa-
ção entre os samurais. Um dos mais descontentes com a nova situação
era Takamori Saigo, o personagem que inspirou o filme O Último Samurai
(2003). Takamori tinha sido um dos cabeças do movimento que pusera
fim ao xogunato de Tokugawa. No novo regime, ele chegou a atuar como
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

conselheiro do imperador Meiji. Aos poucos, porém, começou a se sentir


desconfortável nesse cargo. (...)
Takamori voltou para Satsuma, sua terra natal, e fundou uma academia mi-
litar. Logo reuniu um grande número de ex-samurais insatisfeitos, foco de uma
rebelião contra o governo que explodiria em janeiro de 1877. Takamori che-
gou a contar com 25 mil guerreiros, mas eles não eram páreo para o Exército
Imperial de 300 mil soldados treinados por instrutores ocidentais e equipados
com artilharia pesada. (...) Em 1889, o governo Meiji absolveu postumamente
Takamori pelos crimes de rebeldia e traição. Nem precisava: os japoneses já o
haviam colocado no seu panteão de grandes heróis.
GUIA DO ESTUDANTE. Era Meiji e os últimos samurais. Revista Aventuras na História, 1o abr. 2008.
Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br>. Acesso em: jun. 2014. Imperador Meiji, c. 1880. Arquivos
Larousse, Paris, França.

a) De que maneira o imperador Meiji compôs seu exército?


Obrigando todos os jovens que completassem 21 anos a servir nas Forças Armadas.

b) Como o imperador Meiji diminuiu o poder dos samurais?


Proibindo que os samurais portassem espadas, o que passou a ser exclusividade de militares

uniformizados.

c) Por que Takamori passou a ser considerado o último dos samurais?


Porque ele participou do processo que levou ao trono o imperador Meiji, mas se afastou dele diante da

perda de poder dos samurais, o que o levou a organizar uma rebelião para retomar esse poder perdido.

Fracassou, mas foi considerado herói pela tentativa.

19

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Atividades • capítulos 1-2
d) Façam uma descrição da fotografia do imperador Meiji.
A imagem é uma fotografia em preto e branco, na qual o imperador aparece jovem, sentado em uma

cadeira. O cenário é ricamente decorado. No chão está estendido um tapete e sobre a mesa aparecem

objetos que parecem ser símbolos de poder do imperador. Ele está vestindo roupas que lembram trajes

militares ocidentais, porém mais ornamentados. Está olhando para o fotógrafo e segurando uma espada.

Professor: Os alunos podem e) Na opinião do grupo, quais elementos da fotografia atestam o poder do imperador Meiji?
citar: a espada, o olhar do im-
perador, o cenário rebuscado Resposta pessoal.
e suas vestes.

2 Em grupos, observem a imagem e respondam às perguntas.

ANDY SINGER
Cap. 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dia D, de Andy Singer, 1998.

a) Descrevam que tipo de imagem é, quais são seus principais elementos e o que ela representa.
A imagem é uma charge, e nela está sendo representada a invasão de um território. No lugar de armas,

estão sendo jogados produtos industrializados e as bandeiras dos soldados são marcas de empresas

multinacionais.

b) Na opinião do grupo, a imagem representa uma questão política dos dias de hoje ou do século
XIX? Por quê?
A charge faz referência tanto ao imperialismo dos séculos XIX e XX quanto aos dias de hoje. A imagem

de uma ilha e de seus habitantes sendo ameaçados faz referência ao passado, e os produtos e marcas

aos dias de hoje.

c) Na imagem é possível distinguir dois grupos diferentes de personagens. Quais são?


O primeiro grupo é composto de personagens da Disney que estão invadindo um território, e o segundo

grupo são seres humanos de pele morena sendo rendidos pelos personagens da Disney.

20

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d) Vocês conseguem identificar marcas e logotipos na imagem? Quais? Professor: Espera-se que os
alunos estabeleçam uma com-
Coca-Cola, Windows, Nike, Motorola, Texaco, Shell e McDonald's. paração entre os dois proces-
sos. Apesar de os Estados Uni-
dos não ocuparem nem domi-
e) Nos dias de hoje, fala-se muito sobre o imperialismo norte-americano com relação à maior narem politicamente países da
parte das nações latino-americanas. Estabeleçam uma comparação entre esse fenômeno e o América Latina, como ocorria
durante o neocolonialismo,
imperialismo dos séculos XIX e XX. a região é vista como muito
importante do ponto de vista
Resposta pessoal. econômico e cultural, porque
é uma grande consumidora de
produtos industrializados da-
quele país, além de fornecedo-
ra de matérias-primas.

3 Em grupos, observem os mapas e façam o que se pede em cada item.

Cap. 2 O IMPERIALISMO NA ÁSIA E NA OCEANIA O IMPERIALISMO JAPONÊS

Fonte: PARKER, Geoffrey. Atlas Verbo de história universal. Lisboa: Verbo, 1997. p. 113-117.

Fonte: PARKER, Geoffrey. Atlas Verbo de história universal. Lisboa: Verbo, 1997. p. 113-117.
130º

Potências dominadoras IMPÉRIO RUSSO I. Sajalin


RÚSSIA (desde 1875)
Grã-Bretanha (GB) Is. Kurilas
França (FRA)
Alemanha (ALE)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MONGÓLIA MANCHÚRIA SAKALINA MANCHÚRIA


Holanda (HOL) Charbin
TURQUESTÃO Porto Artur Vladivostok
(JAP) Portugal (POR)
CHINA
Wai-Hai-Wei COREIA JAPÃO
(GB) JAPÃO Japão (JAP) Pequim
PÉRSIA
AFEGANISTÃO Kiaut-Cheu
1200 km (Beijing) Tóquio
(ALE) Seul
TIBETE Porto
OCEANO COREIA
Macau PACÍFICO Artur
TRÓPICO DE CÂNCER Chandernagor FORMOSA
(POR)
Diu ÍNDIA BIRMÂNIA Hong Kong
(POR) Yanaon Kuang-Tcheu (GB)
Damão (FRA) (FRA) Is. Bonin
(POR) SIÃO CHINA
Is. Andamam Xangai
GOA Pondicherry INDOCHINA FILIPINAS
(EUA)
I. Vulcano
(FRA) MAR Is. Ryukyu
Mahé
(FRA) Karikal Nicobar DA
(FRA) Is. Gilbert I. Borodino NCER
CHINA (GB) DE

CEILÃO PICO
SINGAPURA SARAWAK FUKIEN TRÓ

EQUADOR NOVA Guangzhou OCEANO


GU (Cantão) FORMOSA
BORNÉU IN É Is. Salomão (Taiwan) PACÍFICO
Seychelles Célebes
(GB)
(GB) Í ND I AS N EE R LA N DE SAS Macau Hong Kong Is. Pescadores
JAVA
TIMOR
OCEANO SOEMBAVA
SOEMBA
ÍNDICO Japão em 1874
Maurício Novas Hébridas
(FRA) (FRA-GB) Anexações 1875-1894

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
Anexações 1895
Nova Caledônia (GB)
AU ST RÁ L I A (FRA) Anexações 1905-1910 470 km
Área de influência

120º
Campanhas japonesas 1904-1905

a) Relacionem o conteúdo dos mapas ao estudo dos temas da unidade.


Ambos representam as ocupações territoriais na época do imperialismo, que é o tema da unidade.

b) Anotem até três possessões, na Ásia e na Oceania, de cada um dos países abaixo.
1. Grã-Bretanha
2. Holanda
3. Portugal
4. França
1. Austrália, Índia e Birmânia

2. Java, Bornéu e Índias Neerlandesas

3. Goa

4. Indochina

c) Identifiquem os territórios que se tornaram alvos do expansionismo japonês.


Os territórios que se tornaram alvo do expansionismo japonês foram Manchúria, Pequim, Coreia e

Vladivostok.

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Atividades • capítulos 1-2
Analisar e avaliar
Cap.
1e2 1 Leia abaixo trechos da entrevista do economista Jeremy Rifkin e responda às perguntas.

Quando estudamos história, vemos que as grandes revoluções econômicas acontecem


quando há convergência de transformações nas áreas de comunicações e de geração de
energia. No século 19, saímos da prensa manual para a máquina a vapor e pudemos fazer
impressões em massa a preços baixos. Isso possibilitou a criação de escolas na Europa e
nas Américas e a educação da força de trabalho, o que conduziu à Primeira Revolução
Industrial. O telefone, o rádio (...) e o petróleo abriram caminho para uma sociedade de
consumo de massa, a Segunda Revolução Industrial. Movida pelos veículos automotores,
essa fase agora está chegando ao fim. Teremos de encontrar outras fontes de energia, por-
que alcançamos o pico mundial da produção de petróleo. Toda vez que o preço do barril
chegar a níveis como o de julho de 2008, quando atingiu 147 dólares, todos os preços
vão subir, as pessoas vão deixar de consumir e o sistema vai parar. Isso acontece porque
quase tudo é feito de petróleo: celulares, fertilizantes, pesticidas, medicamentos, materiais
de construção, energia elétrica e combustíveis. A produção de petróleo cresce, é verdade,
mas a população também aumenta, principalmente com a expansão do número de con-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sumidores de países emergentes, como é o caso do Brasil.  (...)
Precisaremos de petróleo para o que não temos substitutos, como lubrificantes, al-
guns processos químicos, produtos farmacêuticos, materiais de construção, fibras sin-
téticas e uma série de outros produtos. Não devemos é usar combustíveis fósseis para
transporte e geração de energia elétrica.
O Brasil tem a chance de usar parte dos recursos do petróleo para criar um modelo
energético baseado em eletricidade verde. Caso contrário, o país estará voltado para o
século passado. O Brasil pode ser a Arábia Saudita das energias renováveis. Tem mais
potencial de geração de energia renovável que qualquer país do mundo. Todo prédio
brasileiro deveria ter painéis solares no teto e nas paredes externas. Deveria haver ge-
radores de energia eólica por toda a costa. O Brasil pode liderar a Terceira Revolução
Industrial na América Latina, como a Alemanha está fazendo na Europa. Apostar apenas
no petróleo levaria o país a ser uma nação de segundo escalão.
PADUAN, Roberta; BARROS, Daniel. Jeremy Rifkin e a terceira revolução industrial. Disponível em:
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/entrevista-jeremy-rifkin-terceira-revolucao
industrial-692453.shtml?func=1&pag=1&fnt=14px>. Acesso em: jun. 2014.

a) De acordo com o economista, quais são as áreas que mais se modificam para dar início a revo-
luções industriais?
As áreas de comunicação e geração de energia.

b) Quais itens Jeremy Rifkin entende como mais importantes no processo da Segunda Revolução
Industrial?

O telefone, o rádio, o petróleo, o consumo de massa e os veículos automotores.

c) Qual é, de acordo com o entrevistado, o principal problema dos dias de hoje com relação às
fontes de energia?

De acordo com Rifkin, é urgente encontrarmos fontes de energia alternativas ao petróleo,

principalmente com relação aos combustíveis dos carros e à geração de energia, pois o petróleo é uma

fonte não renovável de energia.

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d) Qual poderia ser o papel do Brasil nesse processo em busca de novas fontes de energia, de
acordo com Rifkin?
O Brasil poderia ter um importante papel nesse sentido, pois é um país grande e rico em recursos

naturais, apesar de ter descoberto recentemente uma grande reserva de petróleo chamada pré-sal.

e) Explique por que o economista afirma que “O Brasil pode ser a Arábia Saudita das energias
renováveis”.
A Arábia Saudita é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Dada a importância desse

combustível fóssil, a região é bastante rica e já foi alvo de disputas tendo em vista a importância que

o petróleo tem. De acordo com o economista, o Brasil pode se tornar um país tão rico quanto a Arábia

Saudita, mas produzindo tecnologias ligadas a energias renováveis, como a energia eólica e a solar.

f) Você concorda com o autor quando ele diz que o Brasil poderia liderar a Terceira Revolução Professor: Espera-se que
os alunos se posicionem de
Industrial na América Latina? Discuta com os colegas e o professor. maneira crítica com relação
à opinião do entrevistado
WQ 2 Os ideais liberais de livre comércio e livre concorrência, formulados no século XIX, poderiam garantir
baseando-se em justificativas
plausíveis.
um desenvolvimento econômico mundial amplo, mas acabaram por estimular uma disputa por Professor: Lembre-se de que
mercados fornecedores e consumidores que culminou no chamado capitalismo monopolista do essa atividade exige conexão
com a internet e deve ser reali-
século XX, caracterizado pela formação de trustes, cartéis e holdings, que passaram a dominar deter- zada em etapas.
minados setores. Siga as orientações do professor para fazer a atividade WebQuest "Imperialismo".

Autoavaliação
Marque na tabela o que você conseguiu alcançar dos objetivos da unidade. O número 1 indica
que você não atingiu o objetivo, o 5 que você o atingiu inteiramente e os outros mostram grada-
ções entre as duas situações.
1 2 3 4 5
Descrevo os principais elementos da Segunda Revolução Industrial.
Diferencio o capitalismo industrial do capitalismo financeiro.
Comparo historicamente os conceitos de colonialismo e imperialismo.
Analiso textos em busca de elementos econômicos, sociais e
culturais que foram utilizados para justificar o imperialismo.
Reconheço os processos políticos internos e a participação da
Itália e da Alemanha no contexto do imperialismo.
Compreendo a atuação militar e analiso a imagem do imperador Meiji.
Desenvolvo uma comparação entre o neocolonialismo e o imperia-
lismo contemporâneos por meio da análise de uma charge.
Analiso mapas identificando aspectos do imperialismo no Japão.

Agora pense um pouco sobre o material digital. Nesse caso, o número 1 indica uma resposta negativa, o 5
indica uma resposta totalmente positiva e os outros números indicam gradações entre as duas situações.

1 2 3 4 5
Usei o iPad em sala de aula.
Usei o iPad fora da sala de aula.
Os recursos digitais me ajudaram.

23

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Leitura de texto e imagem
Leia os textos e observe as imagens. Em seguida, faça o que se pede.

Texto 1 B A DOMINAÇÃO ESTRANGEIRA NA ÁFRICA EM 1902

Fonte: HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à África contemporânea. São Paulo: Selo
A dominação imperialista na África
O Congresso de Berlim assinalou uma nova fase MELILLA (Espanha)
CEUTA (Espanha) MALTA
MA
R MEDIT
na relação das potências europeias com a África, que Madeira MARROCOS
TUNÍSIA ERRÂNE
O

se caracterizou pela dominação econômica, política e Canárias TRÍPOLI


TRÓPI ARGÉLIA (Otomana) EGITO

MA
C O DE C

territorial efetiva no continente.


ÂNCER

RV
ER
RIO DE OURO
Mesmo assim, vários povos africanos resistiram à

ME
LH
O
ERITREIA
ocupação. Na África ocidental, antigos e poderosos ÁFRICA OCIDENTAL
FRANCESA
SUDÃO SOMALIALÂNDIA
GÂMBIA ANGLO-EGÍPCIO (Fr.) (Brit.) (Ital.)
Estados, como o de Daomé, o reino Achante e o emi- GUINÉ ÁFRICA
PORTUGUESA TOGO NIGÉRIA EQUATORIAL
rado de Socoto, lideraram movimentos que tentaram SERRA LEOA FRANCESA ETIÓPIA
LIBÉRIA COSTA CAMARÕES
barrar o avanço das forças imperialistas, recusando-se DO OURO
Fernando Pó
OCEANO São Tomé
a perder a independência. 0º

ATLÂNTICO GUINÉ ESPANHOLA ESTADO


DO CONGO ÁFRICA
No entanto, diante da superioridade militar dos eu- 0º

CABINDA ORIENTALZANZIBAR
Controles estrangeiros ALEMÃ NIASSALÂNDIA
ropeus, a derrota africana era quase inevitável. Assim,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Comores
Britânico ANGOLA RODÉSIA
no final do século XIX, o poder das potências euro- SETENTRIONAL
MOÇAMBIQUE
Belga
peias na África já era uma realidade. Francês SUDOESTE
RODÉSIA
MERIDIONAL MADAGASCAR
AFRICANO
(Texto elaborado para fins didáticos.) Italiano BECHUANALÂNDIA TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Negro, 2005. p. 68
Alemão SUAZILÂNDIA
Espanhol ÁFRICA BASUTOLÂNDIA
DO SUL OCEANO
Português
ÍNDICO
Estados independentes 950 km
40º

Texto 2
OS DOMÍNIOS EUROPEUS NA ÁFRICA OCIDENTAL
A
E OS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO (SÉCULO XIX)
O Congresso de Bruxelas na visão de um
historiador
OCEANO MAR
MEDITER
ATLÂNTICO RÂNEO
Conheça agora o complemento do Congresso de
Berlim na visão do historiador, africanista e diplomata
TRÓPICO

Alberto da Costa e Silva.


DE CÂNCER

Látex Completou o Congresso de Berlim um outro en-


Dacar Timbuctu
Rio S Kayes
io
contro internacional ainda mais sinistro e ameaçador
I. de
Níg
R
en

Goréia do ponto de vista africano: o de Bruxelas, em 1890


er

Socoto
eg

Bamako
al

ACHANTE DAOMÉ Kano


Noz
de Conakry
Benin
(...). Como os europeus partiam do princípio, de todo
cola Freetown Kumasi
Lagos
LIBÉRIA
Grand Elmina Calabar equivocado, de que na África não havia governos, o
Óleo de Bassam
0º palma e
Golfo
Óleo de de artigo primeiro da Ata Geral da Conferência recomen-
borracha palma e Biafra
borracha dava a “organização progressiva dos serviços admi-
nistrativos, judiciais e militares nos territórios sob a
soberania ou o protetorado de nações civilizadas”, a
instalação de fortes no interior do continente e nas
860 km margens dos rios, a construção de estradas de ferro

e de rodagem e a proteção da livre navegação fluvial
Linha de avanço europeu (...). Uma das principais decisões da Conferência res-
Postos de comércio
Postos de escravos
OCEANO tringia a compra de armas de fogo pelos africanos, por
ÍNDICO
Região de exportação serem instrumentos de escravização.
40º

Fonte: BOAHEN, Albert Adu et al. (Orgs.). Topics in West African history. Londres: Longman, SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico: a África no Brasil e
1993. p. 103. o Brasil na África. Rio de Janeiro: Nova Fronteira / UFRJ, 2003. p. 68.

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Localize a informação
1 Por que o Congresso de Berlim foi o marco de uma nova relação entre as potências europeias e as
sociedades africanas?
Porque se caracterizou pela dominação econômica, política e territorial efetiva no continente.

2 Observe com atenção o mapa B.


a) Quais territórios africanos são independentes?
Libéria e Etiópia.

b) Identifique os dois maiores impérios coloniais construídos na África.


O Império Britânico e o Francês.

3 Por que, na visão do autor, o Congresso de Bruxelas foi mais “sinistro e ameaçador” para os africa-
nos do que o de Berlim?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Porque, partindo do princípio de que os africanos não possuíam governos, recomendou-se a “organização

progressiva dos serviços administrativos, judiciais e militares nos territórios sob a soberania ou o

protetorado de nações civilizadas”, a instalação de fortes no interior do continente e nas margens dos rios,

a construção de estradas de ferro e de rodagem e a proteção da livre navegação fluvial.

Analise e interprete
1 Explique o papel que teve a tecnologia bélica dos europeus na conquista da África.
Resposta pessoal.

2 Que princípio guiava os europeus para afirmarem que na África não havia governos?
Os europeus eram guiados pelo modelo de civilização ao qual estavam acostumados, ou seja, o modelo

ocidental. Os povos que não possuíssem uma estrutura administrativa semelhante à deles eram

considerados bárbaros e atrasados.

Opine
Há alguma relação entre os conflitos atuais da maioria dos Estados africanos e a colonização imperia-
lista europeia? Qual?
Resposta pessoal.

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PROGRAMA Fazendo história
Em grupo, façam a leitura dos textos e observem as imagens abaixo. Em seguida, façam o que se pede.
O texto a seguir é um trecho do romance O idílio, de Émile Zola. Trata da falta de emprego que
assolou a Europa no final do século XIX graças às transformações no processo produtivo. Com excesso
de produção, os mercados europeus já não eram mais suficientes.

Texto 1

Os trabalhadores no final do século XIX


Mas as portas se lhe fecharam. A chuva deixou de cair. A luz do gás põe cintila-
Então ofereceu-se para trabalhar por metade da diária; ções nas vitrinas das joalherias. Se partisse um vidro
mas as portas continuaram fechadas. Ainda que tra- teria, num abrir e fechar de mão, o pão assegurado por
balhasse de graça, não seria admitido. É a paralisa- alguns anos. As cozinhas dos restaurantes estão ilumi-
ção do trabalho, a terrível paralisação que é sinal de nadas. Apressa o passo e, ao subir para os bairros ex-
morte para os que habitam em águas-furtadas. Em cêntricos, topa no caminho com as pastelarias de toda
tempo de crise, o pânico faz parar as indústrias e o a Paris gastronômica, que se exibe às horas da fome.
dinheiro esconde-se. Como a mulher e a filha chorassem naquela ma-
Ao cabo de oito dias, deu a volta toda. O operário, nhã, prometera-lhes levar pão à tarde. Até o anoitecer,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
após tentativa suprema, regressava agora com o passo não se sentiria com forças para lhes confessar que tinha
lento, as mãos vazias, acabrunhado pela miséria. Cho- mentido. Vai andando e pergunta a si próprio como é
ve; inundada de lama, Paris naquela tarde, tem um as- que vai entrar em casa e como é que lhes dirá que te-
pecto fúnebre. nham paciência. Contudo, não podem continuar sem
O homem vai andando, recebendo a chuvada sem comer. Podê-lo-ia ele, mas não a mulher e a filha, que
dar por isso, ouvindo, apenas, a voz da necessidade e são muito fracas.
retardando o passo para não chegar tão depressa. In- Por um momento, ocorre-lhe pedir esmola; mas ao
clina-se sobre o parapeito do Sena; o rio, cujo caudal passar junto de qualquer dama ou cavalheiro e quan-
aumentou, corre com um rumor prolongado; a espuma do vai estender a mão, o braço paralisa-se-lhe e sente
branca expande-se em salpicos de encontro a um dos um nó na garganta. Fica, então, imóvel no passeio, en-
tramos da ponte. Inclina-se mais. Embaixo a colossal quanto os transeuntes lhe voltam as costas, julgando-o
massa d’água parece lançar-lhe um apelo furioso. Mas bêbado, ao verem o seu semblante.
o homem reflete que seria uma covardia. ZOLA, Émile. O idílio. São Paulo: Clube do Livro, 1996. p. 134-135.
BETTMANN/CORBIS/LATINSTOCK

CORBIS/LATINSTOCK

Fábrica de cabos elétricos em Tóquio, Japão, final do século XIX. Operários de empresa de tabaco, em 1899, nos Estados Unidos.

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Texto 2

Trabalhadores no começo do século XX


Até o início do século XX, a jornada de trabalho grande número de fábricas adotou a jornada de oito ho-
na Europa era em média de 69 horas semanais. No ras diárias e seis dias semanais.
entanto, já havia algumas restrições à exploração do Um ano após o término da guerra, em 1919, foi fun-
trabalho infantil e feminino. Na Grã-Bretanha, por dada a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
exemplo, desde meados do século XIX, a jornada de que aprovou, em sua primeira conferência, a jornada de
trabalho das crianças e mulheres não poderia exceder 48 horas semanais. Cedendo às pressões do movimen-
as dez horas diárias. to operário, muitos governos assinaram a convenção da
A luta pela jornada de oito horas diárias ganhou OIT e reduziram a jornada de trabalho em seus países.
impulso no início do século XX. Nos Estados Unidos, No Brasil, a jornada de oito horas só foi implantada com
durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), um a Constituição de 1934.
(Texto elaborado para fins didáticos.)

Aquecimento
• Organizem-se em grupos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

• Leiam os fatos que são solicitados para a coleta de dados, na seção Desenvolvimento.
• Preparem-se para a entrevista solicitada na seção Desenvolvimento. No grupo, cada um deve cole-
tar informações e depois organizá-las.
• Dividam a tarefa de coleta de dados entre os componentes do grupo. Cada um pode pesquisar
uma parte dos fatos solicitados e, no final, todas as informações devem ser reunidas para a seção
Conclusão.

Desenvolvimento
1 Pesquisem qual é a situação da Europa, no que diz respeito à produção pós-Segunda Revolução
Industrial, no final do século XIX. Faça um pequeno texto para contextualizar a situação do perso-
nagem de Émile Zola.
Desenvolvimento de pesquisas no campo da tecnologia, maior velocidade de produção e distribuição de

mercadorias. O ritmo da produção mantinha os operários controlados e fixos no seu local de trabalho.

O aumento da produção, durante a Segunda Revolução Industrial, provocou uma concorrência acentuada e

a queda nos preços, causando a falência de muitas empresas. O resultado foi uma grave crise econômica

entre 1873 e 1896.

2 Releia o texto 1 e responda.


a) Qual era a situação do trabalhador em Paris, no final do século XIX?
A situação do trabalhador no final do século XIX, narrada por Émile Zola, é desoladora. Apesar da

insistente procura, o personagem não consegue emprego e sua família passa fome.

b) Por que o personagem de Émile Zola não conseguia trabalho? Relacione com o contexto do
final do século XIX.
Embora tenha procurado bastante, não havia emprego por causa da crise que assolou a Europa após

a Segunda Revolução Industrial.

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PROGRAMA Fazendo história
c) Qual foi a postura do personagem?
( ) Acomodou-se. ( ) Pediu esmola. ( ) Lutou em sindicato. ( x ) Ficou prostrado.

d) Como o personagem pensou em solucionar seu grande problema?


Em alguns momentos, pensou em se matar e, em outros, em roubar.

3 Leia o texto 2 e responda.


a) Quantas horas por dia trabalhava, em média, um empregado europeu no início do século XX?
Aproximadamente dez horas por dia.

b) Se o trabalhador tinha direito a descansar no domingo, qual era, então, sua jornada diária?
Onze horas e meia por dia.

c) Desde o final da Primeira Guerra Mundial, quantos dias por semana e quantas horas por dia
ficou determinado para os trabalhadores dos países que concordaram com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT)?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seis dias por semana, oito horas por dia.

d) Quanto tempo depois o Brasil instituiu o que já se fazia nos países mais industrializados desde 1919?
Professor: Não seja muito
rigoroso quanto à concei- Quase 20 anos depois, com a Constituição de 1934.
tuação do que é lazer ou
cultura. Os alunos devem
perceber a discrepância
4 Converse com três trabalhadores empregados, que não sejam donos do próprio negócio nem
entre o tempo dedicado trabalhem por conta própria. Procure falar com pessoas que atuem em setores e em funções
ao trabalho e o tempo livre. diferentes, por exemplo: um trabalhador de fábrica, outro de escola, outro doméstico. Pergunte
Cultura (cinema, TV, leitura
de jornal, teatro etc.) e lazer aos três sobre sua jornada diária de trabalho e, também, quantas horas por semana gastam no
(esportes, passeios etc.) se- emprego e quantas são usadas para atividades culturais ou de lazer. Preencha, então, a seguin-
rão o que a pessoa entrevis-
tada declarar aos alunos. te tabela.

Trabalhador 1 Trabalhador 2 Trabalhador 3

Nome

Local em que trabalha

Função

Horário de entrada

Horário de saída

Total de horas trabalhadas


por dia
Total de horas trabalhadas
por semana
Atividades culturais
ou de lazer preferidas
Horas para cultura ou lazer
por semana

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5 Com base nos dados da tabela, responda.
a) Qual é a média diária de trabalho dos entrevistados?
Resposta pessoal.

b) O que determina, atualmente, a legislação brasileira sobre a jornada diária e a jornada semanal
de trabalho?
A jornada máxima é de oito horas diárias, seis dias por semana.

c) É possível estabelecer alguma relação entre a função exercida e a quantidade de horas traba-
lhadas? Qual?
Resposta pessoal.

d) Qual é a média semanal de horas dedicadas à cultura e ao lazer?


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Resposta pessoal.

e) Há coincidência entre as atividades preferidas pelos três entrevistados?


Resposta pessoal.

f) É possível estabelecer alguma relação entre a função exercida e as preferências para atividades
culturais e de lazer? Qual?
Resposta pessoal.

g) Como você qualificaria a relação entre tempo de trabalho e tempo livre que existe na vida de
cada um desses três trabalhadores? Boa, média ou ruim? Por quê?
Resposta pessoal.

Conclusão
Utilizando o que foi coletado pelo grupo, produzam, coletivamente, um texto histórico com os seguin-
tes dados:
• os documentos pesquisados;
• como era a situação do trabalhador no final do século XIX;
• como era o trabalho no século XIX e início do século XX;
• o que mudou entre a situação narrada por Émile Zola e a narrada no texto sobre a OIT;
• quais são as causas da mudança;
• pessoas entrevistadas;
• relação entre trabalho e lazer atualmente;
• comparação entre a situação do passado e a atual.

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PROGRAMA Trabalhando habilidades
Nestas páginas, você irá trabalhar as habilidades 13, 15 e 24 da Matriz de Referência de Ciências Huma-
nas e suas tecnologias do Enem. Para saber mais sobre elas, consulte a Matriz Geral de Habilidades na
Plataforma UNO.

H13 1 A respeito da abolição da escravatura, assinale a alternativa correta.


( ) Os escravos foram inseridos na sociedade brasileira com a abolição e, com isso, foi eliminado
qualquer tipo de preconceito racial.
( ) A Lei Áurea foi fundamental para a melhoria da condição de vida dos escravos, pois, além da
liberdade, houve a instituição de um plano de integração desses indivíduos na sociedade.
( ) Houve um avanço cultural com a abolição, sendo incorporados novos modos de vida com as
contribuições trazidas pelos africanos.
( ) O Brasil do século XX viveu um momento de estagnação econômica e, por isso, não ocorre-
ram mudanças sociais significativas.
( X ) A Lei Áurea não contribuiu de forma significativa para a inserção dos negros na sociedade
brasileira do início do século XX, existindo, até hoje, preconceito e discriminação contra eles.
2 Observe a ilustração.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
H15

REPRODUÇÃO – HISTORIANET

˝O dobro e aposto o sudeste daquela minha colônia africana ali˝, ilustração de Arthur D'Araujo,
do HISTORIANET.

Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) a respeito do evento histórico ao qual a charge faz menção.
( ) A partilha da África foi uma decisão democrática que envolveu as nações africanas e euro-
peias visando garantir a soberania de todos os povos.
( X ) A Inglaterra foi beneficiada pela corrida imperialista, pois já era uma grande potência mundial.
( ) A Itália e a Alemanha foram as duas principais nações que saíram à frente nas conquistas
imperialistas.
( ) Os países europeus partilharam igualmente o continente africano. Com essa decisão, houve
a garantia da ausência de conflitos posteriores.
( ) A África foi dividida entre alguns países europeus. Com isso, as populações locais tiveram
melhores condições econômicas.
( X ) A divisão do território africano entre as nações europeias não considerou a política local e
criou fronteiras artificiais.

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H24 3 Sobre o darwinismo social, pode-se afirmar que:
a) tratava-se de uma proposta econômica que visava eliminar a desigualdade social.
b) sustentava-se na crença da superioridade do homem branco “civilizado”.
c) era compatível com a ideologia anarquista que visava eliminar o Estado.
d) apoiava-se no liberalismo econômico para planejar estratégias visando ao incremento do capital.
e) defendia a melhoria da espécie humana pela incorporação do modo de vida tribal.

Autoavaliação
Reúnam-se em grupos e façam as atividades a seguir.

1 Busquem na Matriz Geral de Habilidades o texto das habilidades trabalhadas nas questões. Em
seguida, identifiquem qual(is) habilidade(s) é (são) trabalhada(s) em cada questão.
2 Vocês consideram importante trabalhar essas habilidades? Por quê?
Resposta pessoal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Professor: Espera-se que os alunos indiquem que, com essas atividades, foi possível entender que a abolição da escravatura
não foi o fim do preconceito contra o negro. Com isso, eles podem avaliar os movimentos e consequências do neocolo-
nialismo e identificar como o propósito do darwinismo social está totalmente contra os ideais de democracia e cidadania.

3 Compartilhem as estratégias de resolução das questões e como cada um resolveu a(s)


dificuldade(s) que encontrou.
Resposta pessoal.

Professor: Oriente os alunos a elencar as dificuldades que tiveram para realizar essas atividades. Dificuldades relativas a con-
ceitos ou encadeamentos de fatos e eventos podem ser retrabalhadas neste momento como meio de sanar essas lacunas.

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Para saber mais
Para ler
REPRODUÇÃO
• Essa tal proclamação da República, de Edison Veiga. São Paulo: Panda Books, 2009.
Nesse livro, o autor revela os fatos que antecederam a expulsão de D. Pedro II
e da família imperial, apresenta os personagens que participaram da queda da
monarquia, faz um panorama da sociedade brasileira do século XIX e conta a
história dos hinos e da bandeira nacional.
• O despertar da República, de Ana Luiza Martins. São Paulo: Contexto, 2001.
Esse livro aborda o amplo processo que se iniciou com a proclamação e instau-
rou a República no Brasil. Quais eram as forças em jogo? Teriam sido os militares
os responsáveis pelo desfecho republicano? Como cada grupo social – aristocra-
cia, elite agrária, camadas médias e escravos – participou do movimento?
• O imperialismo, de Héctor H. Bruit. São Paulo: Atual, 1994.
Com uma visão contundente da realidade, o autor mostra por que o combate
ao imperialismo se dá no âmbito da estrutura de classes, revela como ocorreu a
REPRODUÇÃO

partilha da Ásia e da África e explica o que houve por trás da independência das
nações latino-americanas.

Para assistir

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Sobreviventes – Filhos da Guerra de Canudos, de Paulo Fontenelle. Brasil, 2007, 76 min.
Nesse documentário, a memória das pessoas que sobreviveram a um trágico
acontecimento da história brasileira, a Guerra de Canudos, é compartilhada com
os espectadores.
• Montanhas da lua, de Bob Rafelson. Estados Unidos, 1990, 140 min.
Em 1850, dois oficiais britânicos, o capitão Richard Burton (Patrick Bergen) e o tenente
John Speke (Iain Glen), iniciam uma espetacular aventura para descobrir a nascente
do Nilo. Enfrentando grandes perigos e contrariando todas as probabilidades, eles
entram nas profundezas de uma África selvagem para buscar o segredo do Nilo.
• Passagem para a Índia, de David Lean. Estados Unidos, 1984, 164 min.
REPRODUÇÃO

O filme conta a história de duas inglesas que, quando chegam à Índia, ficam
chocadas com o acirrado preconceito racial que existe no país. Um habitante
local decide ser o guia em uma esplêndida visita às misteriosas cavernas Mara-
bar, mas o passeio acaba de maneira trágica. A notícia do incidente espalha-se
rapidamente por toda a Índia, incendiando um barril de pólvora de tensão que
já estava prestes a explodir.

Para visitar
• Museu da República – Rio de Janeiro (RJ) – www.museudarepublica.org.br
Inaugurado em 15 de novembro de 1960, após a transferência da capital para
Brasília, o museu abriga um acervo da história republicana desde o século XIX
até o período posterior a 1960. Com obras de arte, mobiliário, documentos e
outros itens, o local busca cumprir sua função social para com a reflexão crítica
de nossa história.
• Memorial do Imigrante – São Paulo (SP) – www.memorialdoimigrante.sp.gov.br
O museu ocupa parte da antiga Hospedaria dos Imigrantes, construída entre 1886 e
1888 no bairro do Brás, em São Paulo, para receber e encaminhar os trabalhadores
imigrantes trazidos por conta do governo, e preserva a documentação, a memória e
objetos daqueles que por ali passaram em busca de esperança, aventuras, fortuna,
ou simplesmente fugindo de uma situação difícil em sua pátria de origem.

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9/1/15 10:28 AM
2
UNIDADE

A era do imperialismo
As atividades das páginas centrais são para depois que você terminar esta
unidade. Mas leia a proposta logo, assim você tem tempo de pensar no que
quer fazer. Ao final, o resultado do trabalho pode virar uma exposição. Para
isso, basta destacar cuidadosamente as páginas centrais.

OA
CIONAL DE LISB
BIBLIOTECA NA

Aclamação que se fez na capitania do Rio de Janeiro ao rei Dom João IV, século XVII.
O documento mostra Portugal como metrópole colonial.

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O que resultou do neocolonialismo na África?
Para entender melhor o neocolonialismo, faça um diagrama com os principais conceitos
e fatos desta unidade. Busque também imagens que possam acrescentar informações
ao que você já sabe. As palavras-chave na página ao lado são seu guia para os principais
conceitos. Use o maior número possível desses conceitos em seu trabalho.

Dupla EF2 historia 9 ano unidade 2.indd 2 11/08/14 15:56


Neocolonialismo Partilha da África Imperialismo
Capitalismo Sociedade de massa
Segunda Revolução Industrial Concentração do capital

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