• 3. Vítimas precipitadoras - São vítimas potenciais que, com um tipo particular de comportamento, induzem a sua
própria vitimação, ou seja, são pessoas que, sem fazer nada contra o/a potencial agressor/a, instigam, atraem ou
induzem com o seu modo de ser, ou o seu comportamento particular, um crime contra si.
• 4. Vítimas biologicamente débeis - Possuem características físicas que as fazem mais vulneráveis aos/às seus/suas
ofensores/as. Por exemplo, os/as bebés, os/as idosos/as, doentes e portadores/as de alguma deficiência.
• 5. Vítimas socialmente débeis - Têm características sociais que as vulnerabilizam ao/à agressor/a, por exemplo as
pessoas isoladas, os/as imigrantes, as minorias.
• 7. Vítimas políticas - São pessoas que se opõem ao poder e são agredidas para serem controladas e, deste modo,
não perturbarem o sistema político dominante.
Perspectiva de Wolfgang
• Primeiro autor a apresentar um estudo empírico cujas evidências
sustentavam a noção de precipitação do crime pelas vítimas.
• O seu interesse primordial era o de estimar a percentagem de
homicídios que poderia ter sido precipitada pelas vítimas (Watkins,
2004).
• A precipitação do crime pelas vítimas dizia respeito a situações em
que a vítima era a primeira a envolver-se em comportamentos
violentos (Swatt & He, 2006). Os homicídios precipitados pelas
vítimas seriam aqueles em que a vítima era: “a primeira usar no
drama do homicídio a força física directamente contra o seu
subsequente assassino. Os casos precipitados pelas vítimas são
aqueles em que a vítima é a primeira a mostrar e a usar a arma
mortal, a dar um golpe numa altercação, em suma, a primeira a
começar o jogo ou a recorrer à violência física” (Wolfgang, 1974, p.
80 as cited in Sengstock, 1976, p. 5).
• Factores precipitantes do homicídio:
• a. Relação de proximidade entre vítimas e
homicidas
• b. Relação do homicídio com escalada da
violência (reacção da vítima)
• c. Influência do álcool na prática do homicídio
• Outras variáveis importantes na análise dos crimes de
homicídio:
• . Relação conjugal entre vítimas e homicidas
• . Pertença étnica e social das vítimas e dos homicidas:
• Suporte empírico para o desenvolvimento da Teoria da
Subcultura da Violência, que defende que
determinados grupos étnicos são mais propensos à
violência do que outros, devido a processos como a
associação diferencial e a aprendizagem social
(Wolfgang & Ferracuti, 1967 as cited in Bersani & Chen,
1988).
Perspectiva de Amir
• O sociólogo e criminólogo israelita elaborou
uma das teorias mais controversas sobre a
culpabilidade das vítimas nos fenómenos
criminais.
• Entre 1958 e 1960, reproduzindo o modelo de
análise dos casos de homicídio desenvolvido
pelo seu professor Wolfgang, Amir examinou
646 acórdãos de crime de violação praticados
em Filadélfia.
• As suas conclusões apontaram para o facto de
19% das vítimas terem precipitado os crimes dos
quais foram alvo (Roberts & Burgess, 2008). No
seu livro Patterns in Forcible Rape, publicado em
1971, o autor analisou os padrões e
características das violações, a idade, o sexo, a
etnia e as detenções prévias das vítimas e dos/as
ofensores/as, assim como o modus operandi e os
padrões temporais e espaciais dos crimes
(Weisberg, 1996).
• Amir defendia que a vítima precipita o crime ou através do
seu comportamento, que é interpretado pelo/a agressor/a
como um convite directo para uma interacção sexual, ou
sinalizando, de alguma forma, a sua disponibilidade para o
contacto sexual.
• Isto verifica-se, por exemplo, quando a vítima concorda
com a relação sexual, mas muda de ideias a meio do
encontro; não resiste o suficiente à investida; aceita
consumir bebidas alcoólicas com um/a estranho/a; utiliza
linguagem obscena ou gestos indecentes.
• O aspeto mais criticado das suas conclusões é a afirmação
de que algumas vítimas possuem um desejo inconsciente
de serem sexualmente controladas através da experiência
de violação.
• O autor traçou um perfil dos violadores muito
aproximado daquele que Wolfgang e Ferracuti
haviam identificado para homicidas e assaltantes.
• Assim, os violadores seriam tendencialmente
homens negros jovens, de classe baixa e oriundos
de zonas periféricas de grandes áreas
metropolitanas (Clinard & Meier, 2007). Estes
indivíduos perfilhariam uma noção das mulheres
como objetos sexuais e possivelmente como
alvos aceitáveis de agressão (Clinard & Meier,
2007).