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A Orientação Educacional no Brasil e a


gestão democrática das escolas

Denise Bortoletto
Ms. em Educação

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APRESENTAÇÃO

Este livro tem como objetivo principal contextualizar a Orientação Educacional no


Brasil, o trabalho do Orientador nas escolas de Educação Básica e ainda a sua relação
com a Gestão Democrática da Escola. Para isso trataremos de temáticas específicas para
organização da escola da Educação Infantil ao Ensino Médio.

Na Unidade 1 discutiremos sobre os percursos históricos e os aspectos legais da


Orientação Educacional no Brasil. Trataremos também sobre as mudanças no cenário
educacional brasileiro na atualidade e o papel do orientador neste contexto.

Em seguida, na Unidade 2, discutiremos sobre as atribuições do Orientador


Educacional, conforme legislação específica. Apresentaremos os princípios da
Orientação Educacional. Nesta unidade também abordaremos os objetivos do serviço de
orientação educacional nas escolas.

As ações específicas do Orientador Educacional na escola, em cada segmento de ensino,


da Educação Infantil ao Ensino Médio serão discutidas na Unidade 3 deste livro.
Pensaremos na organização das práticas do orientador e nas atividades que este
profissional realiza cotidianamente nas escolas.

Por fim, a Unidade 4, será destinada à discussão do tema “O Orientador Educacional e a


Gestão Democrática nas escolas”.

Ao final de cada unidade constam atividades síntese com o objetivo de rever o material
estudado e ao final do livro você encontrará uma lista de exercícios de múltipla escolha
sobre os temas aqui tratados.

Bom estudo à todos!

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SUMÁRIO

Unidade 1: Percursos históricos e os aspectos legais da Orientação Educacional no


Brasil..................................................................................................................................6

Unidade 2: As atribuições do Orientador Educacional....................................................17

Unidade 3: As ações específicas do Orientador Educacional na escola..........................33

Educação Infantil.............................................................................................................38

Ensino Fundamental I......................................................................................................42

Ensino Fundamental II.....................................................................................................45

Ensino Médio...................................................................................................................48

Unidade 4: O Orientador Educacional e a Gestão Democrática nas escolas...................56

REFERÊNCIAS DE CONSULTA..................................................................................62

ATIVIDADES AVALIATIVAS.....................................................................................63

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Ficha técnica do módulo: A Orientação Educacional no Brasil e a gestão democrática


das escolas.

Ementa: Aspectos históricos da Orientação Educacional no Brasil. Fundamentos e


princípios da Orientação Educacional. A Orientação Educacional, Profissional e
Vocacional. Atribuições do Orientador Educacional. O trabalho da Orientação
Educacional centrado no Projeto Político Pedagógico e no currículo. Orientador/a
Educacional como trabalhador/a da educação: exercício profissional e
representatividade. A gestão democrática nas escolas e a atuação do Orientador
Educacional.

Objetivos:

• Discutir os aspectos históricos da Orientação Educacional no Brasil.

• Apresentar os fundamentos e princípios da Orientação Educacional.

• Abordar a atuação do orientador educacional frente à demanda da Educacção


Profissional e da escolha vocacional.

• Descrever as atribuições do Orientador Educacional.

• Tratar do trabalho da Orientação Educacional centrado no Projeto Político


Pedagógico e no currículo.

• Discorrer sobre a gestão democrática nas escolas e a atuação do Orientador


Educacional.

Metodologia: Será conduta de trabalho aplicar questões teóricas à prática, bem como
apresentar a prática do Orientador Educacional nas escolas. Além disso, será
possibilitado ao aluno o contato com teóricos que defendem o trabalho da Orientação
Educacional. Serão propostos textos para leitura e discussão, vídeos sobre as temáticas;
pesquisa de campo e/ou bibliográfica, estudos de caso e a resolução de exercícios ao
final de cada unidade e ao final do livro.

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Bibliografia Básica:

GRINSPUN, Míriam P. S. Zippin. A orientação Educacional: conflitos, paradigmas e


alternativas para a escola. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
LÜCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 5 ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010.
NÉRICI, Imídeo Giusepe. Introdução à Orientação Educacional. São Paulo: Atlas,
1974.

Bibliografia Complementar:

GRINSPUN, M.P.S.(Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez,


1994.
PENTEADO, Wilma M. Alves e outros. Orientação Educacional na Prática:
princípios, técnicas, instrumentos, São Paulo: Pioneira, 2000.

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UNIDADE 1

Percursos históricos e os aspectos legais da Orientação


Educacional no Brasil

Historicamente, a orientação educacional tem sido uma das funções exercidas pelo profissional da
educação denominado pedagogo. Nos diferentes estados brasileiros e nas diferentes redes escolares, este
profissional, se existente, recebe denominações variadas e exerce atividades também variadas. Tal
diversidade descaracteriza a real dimensão de seu fazer profissional e estabelece um conflito entre os
diversos papéis desempenhados pelos diferentes profissionais da educação
(PASCOAL, HONORATO, ALBUQUERQUE, 2008, grifos nosso).

A literatura específica da área esclarece que a história da Orientação Educacional foi marcada
pelo aparecimento de acontecimentos que enfatizaram e direcionaram os interesses da prática da
Orientação Educacional e suas dimensões no cenário educacional. Tal movimento esteve
continuamente relacionado, de maneira estreita, com as tendências pedagógicas e suas repercussões
nos processos de escolarização (GRINSPUN, 2002; LÜCK, 2010; PENTEADO, 2000).
É notado, historicamente, que os cursos de Pedagogia assumiram a missão de formar
profissionais para o exercício de funções ligadas à gestão educacional, tais como os administradores
escolares, orientadores educacionais e supervisores de ensino. Estes profissionais, muitas vezes,
encontram realidades profissionais diferentes e, em muitas delas, o seu campo profissional
apresentou-se restrito.
Atualmente, na prática, observam-se várias situações. Há escolas que contam com estes
profissionais, mas os mesmos não conseguem, de fato, dinamizar em ações, as atribuições dos
orientadores educacionais, conforme discutiremos na próxima unidade. Isso por desconhecimento,
ou até mesmo pelo fato de precisarem assumir outras demandas em função da ausência de
profissionais que assumaM o exercício da supervisão escolar. Há ainda escolas em que os
orientadores precisam assumir múltiplas funções, ou seja, cumpreM o papel da orientação, da
administração e da supervisão escolar e acabam sendo consumidos integralmente pelas funções
diversas da Gestão. E, infelizmente, muitas escolas no Brasil, ainda nem contam com o serviço de
orientação educacional.
A seguir, vamos entender melhor como a Orientação Educacional foi se organizando ao longo
da história.

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Os estudos de Pimenta (1988) mostram que a orientação educacional surgiu,


aproximadamente, em 1930, nos Estados Unidos, em função da necessidade da orientação
profissional. Na década de 1940, no Brasil, surgem os primeiros achados históricos relacionados à
orientação educacional. No contexto social, o país enfrentava mudanças e passou a incluir nas
orientações das escolas a ajuda ao adolescente em suas escolhas profissionais.
Encontramos no Decreto n. 17.698, de 1947, as primeiras referências ao cargo de orientador
nas escolas estaduais, especialmente nas Escolas Técnicas e Industriais. Nestes espaços, os
profissionais se ocupavam com os estudos e práticas da Orientação Profissional e isso se tornou um
primeiro passo decisivo rumo à da atuação do Orientador nas escolas, por meio da Lei Orgânica do
Ensino Industrial, Comercial e Agrícola.
Assim, a implantação do Serviço de Orientação Educacional tinha como objetivos que cada
aluno se encaminhasse convenientemente nos estudos e na escolha da profissão, por meio dos
esclarecimentos e aconselhamentos, sempre em parceria com a família. Assim, provavelmente, ele
seria capaz de fazer escolhas mais acertadas para os estudos profissionais. Dessa forma, o serviço
de Orientação Educacional assumia teoricamente um método corretivo e preventivo, característica
de atuação mencionada na Lei Orgânica que apresentava como necessidade a identificação dos
problemas ou de tudo aquilo que poderia atrapalhar o equilíbrio da escola, procurando saná-los por
meio de estratégias de aconselhamento e da construção de um clima de harmonia.
Diante dessa nova atuação, nota-se que, ao inserir o Orientador Educacional na Lei Orgânica,
este profissional acabou por assumir um lugar de manutenção das classes sociais, sendo isso algo de
grande importância para o seu desenvolvimento teórico e prático. Com isso, a valorização legal
destinada à função possibilitou a expansão quantitativa e qualitativa dos Orientadores Educacionais
no país.
Em 1961, tivemos a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 4024/61. Neste
documento reafirmou-se a necessidade do serviço de Orientação Educacional e fixaram-se normas
para a formação do Orientador Educacional para atuação no ensino primário e médio. Diante dessas
modificações, a atuação deste profissional ficou definida como um orientador de estudos e um
conselheiro vocacional.
Avançamos um pouco com a promulgação, em 1968, da Lei nº 5564/68. Desta vez, o
Orientador Educacional recebeu o reconhecimento de sua função na escola, de modo que agora
poderia atuar na Orientação Educacional dos alunos, de maneira individual ou em grupo, nas
escolas de 1º e 2º grau. O objetivo deste trabalho esteva relacionado com a promoção do
desenvolvimento integral do aluno, nas orientações dos aspectos relacionados à sua personalidade e

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na sua preparação deste para o exercício das opções básicas, por meio das ações da Orientação
Vocacional.
Ressaltamos um avanço um pouco mais significativo na história da Orientação Educacional
com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases nº5692, de 1971. No artigo 10 deste documento
é instituída a obrigatoriedade da Orientação Educacional, incluindo o aconselhamento vocacional.
Assim sendo, a Orientação Educacional passou a ser obrigatória em todas as escolas brasileiras, de
modo a garantir um melhor relacionamento entre a escola com a família e a comunidade, mediante
um planejamento, desenvolvimento e avaliação deste trabalho juntamente com os demais membros
da escola.
Contamos ainda com o apoio da Lei 5564, de 21/12/1968. Esta lei, assim como a LDB em
vigor naquela época, destacava a preocupação com a formação integral do adolescente e trazia
ainda orientações relacionadas ao ensino primário, hoje denominado Ensino Fundamental. O art. 1º
deste documento esclarecia que a Orientação Educacional tinha como objetivo assistir ao educando,
individualmente ou em grupo, nas escolas e nos sistemas escolares de nível médio e primário, tendo
em vista o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, organizando e integrando
os elementos que influenciam em sua formação e preparando-o para o exercício das funções básicas
relacionadas ao trabalho.

EXERCÍCIO DE REFLEXÃO: escreva com suas palavras como você entendeu


historicamente a evolução até aqui descrita da constituição profissional do Orientador Educacional e
da sua inserção nas escolas.
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Antes de continuarmos contando a história da Orientação Educacional no Brasil, vamos


entender, de forma sequencial, a sua evolução, por meio da implementação das leis. Observe o
quadro a seguir:

Lei Função

1942: Lei Capanema Instituiu diretrizes para o Orientador Educacional nas escolas
secundárias e definiu as funções do Orientador Educacional.

1943: Lei Orgânica Criou a Orientação Educacional e Profissional nas escolas do


do Ensino Comercial Comércio.

1958: Portaria nº Regulamentou o Ensino Industrial.


47.038

1961: L D B nº 4.024 Destacou a necessidade da orientação Educacional, estabeleceu


normas para a formação do Orientador Educacional no Ensino
Médio e Primário.

1968: Lei nº 5.540 Reformou o Ensino Superior e determinou que a formação do


especialista em Orientação fosse realizada em nível superior.

1968: Lei nº 5.564 Determinou que a Orientação Educacional se destinasse à


assistência do educando individualmente ou em grupo, no âmbito
das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário.

1969: Parecer nº 252 Estabeleceu a formação do Orientador Educacional em nível de


e Resolução de nº graduação como uma das habilitações do Curso de Pedagogia.
269

1971: Lei nº 5.692 Aprovou o lugar do orientador nas escolas por meio do artigo 10:
“Será instituído obrigatoriamente a Orientação Educacional
incluindo o aconselhamento vocacional em cooperação com
professores, a família e a comunidade”.

1973: Decreto nº 7.284 Regulamentou a Lei 5.564, que previa o exercício da profissão da
Orientação Educacional.

Apesar dos avanços na legislação, a Orientação Educacional passou a ser questionada à partir
de 1980, de modo que, os pressupostos teóricos começaram a ser repensados e redefinidos. Diante
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de tais mudanças, o orientador começou a participar das diferentes atividades da escola, a discutir
questões curriculares, tais como os objetivos de ensino, os procedimentos didáticos, os critérios de
avaliação, as metodologias de ensino, de modo a demonstrar sua preocupação com os alunos,
consequentemente com o processo de aprendizagem. Nesta época, no meio educacional, estava em
voga, os famosos e extintos, “cursos de reciclagem”. Atualmente, denominamos cursos de formação
continuada. Mas, tais cursos da década de 1980 foram oferecidos aos orientadores para que
contribuíssem com a discussão mais ampla de suas práticas, bem como com os valores que a
norteavam, a realidade dos alunos, assim como o mundo do trabalho.
Neste contexto histórico, conforme destaca os estudos de Milet (1987) a indisciplina; a
agressividade; o desinteresse pelos estudos; as dificuldades de aprendizagem, queixas mais comuns
dos professores, não poderiam e não deveriam mais ser tratadas isoladamente. O esperado para o
momento seria realizar um estudo das relações “professor-aluno, aluno-conteúdo, aluno-aluno,
aluno estatutos escolares, aluno-comunidade, professor-comunidade” (p. 43). Esta seria uma
preconização do olhar sistêmico para a instituição escolar, que passou a ser discutido ao final da
década de 1990. Tem-se assim início à uma nova visão de orientação educacional.
Vejamos o que Grinspun (1994) discute sobre isso:

A orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não apenas
e unicamente cuidar e ajudar os ‘alunos com problemas’. Há, portanto,
necessidade de nos inserirmos em uma nova abordagem de
Orientação, voltada para a ‘construção’ de um cidadão que esteja mais
comprometido com seu tempo e sua gente. Desloca-se,
significativamente, o ‘onde chegar’, neste momento da Orientação
Educacional, em termos do trabalho com os alunos. Pretende-se
trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de
cidadania, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas
através do diálogo nas relações estabelecidas. (GRINSPUN, 1994, p.
13)

Notamos uma preocupação com a construção de olhar de prevenção, de cuidado e ao mesmo


tempo de planejamento das ações, ou seja, de intencionalidade de atuação do Orientador.
Com a promulgação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDBEN nº
9.394 de 1996 o orientador continua sendo destacado pelas forças legais. O Artigo 64 faz referência
ao Orientador Educacional ao mencionar que: “A formação de profissionais de educação para
administração, planejamento, inspeção, supervisão e Orientação Educacional para a educação

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básica, será feita em curso de graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da


instituição de ensino, garanta, nesta forma a base comum nacional”.
Com isso, notamos que a atual LDB reconhece a importância do trabalho dos orientadores nas
escolas, porém, ao mesmo tempo deixa uma lacuna na formação profissional do orientador. Tal
realidade pode acabar por induzir os cursos de Pedagogia a deixarem de formar o orientador
educacional à nível de graduação, delegando tal atribuição aos cursos de especialização, na pós-
graduação latu sensu.
A realidade educacional brasileira passa a ser revista e reestruturada, principalmente após os
anos 2000. O ensino, de modo geral, mas especialmente na esfera pública, vem enfrentando sérias
dificuldades: salas superlotadas, carência de profissionais qualificados, prédios escolares
depreciados, reprovação, analfabetismo funcional, dentre outras. Mundialmente, o Brasil já avançou
muito nos índices de desenvolvimento humano, o IDH (inclui a Educação). Porém, o país continua
na 85ª posição no ranking mundial, conforme o último relatório em 2012.
Tais informações nos levam a acreditar ser necessária a rearticulação da Equipe Escolar.
Todavia, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia,
Licenciatura, em Parecer aprovado em 13/12/2005, acabaram por reduzir a orientação educacional à
área de serviços e apoio escolar. Isso parece significar mais um passo rumo à extinção total desta
função.

Antes de continuarmos teste seus conhecimentos:

(PMJ-RJ 2013). A respeito da história da Orientação Educacional no Brasil, classificou a sua


atuação na linha do tempo pelos períodos abaixo explicitados. Complete corretamente e
sequencialmente das lacunas:

I. Período Implementador - fase de sedimentação da Orientação Educacional no Brasil.


II. Período Institucional - _______________________________________________.
III. Período Transformador - a partir da Lei nº 4.024/61que determinou as Diretrizes e Bases da
Educação (LDB), em que a Orientação Educacional é caracterizada como ação educativa,
ressaltando a formação do/a orientador/a.
IV. Período Disciplinador - _______________________________________________.
V. Período Questionador - o/a Orientador/a Educacional discutia suas práticas, seus valores, a
questão do/a aluno trabalhador/a, enfim, a sua realidade no meio social; a prática da orientação
voltou-se para a concepção de educação como ato político, e não uma ação neutra.

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VI. Período Orientador –_________________________________________________.

(A) - caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino
e nos cursos de formação de Orientadores Educacionais ./-esse período foi assim denominado pelo
fato dos(a)s Orientadores Educacionais acreditarem na possibilidade dos serviços de Orientação
Educacional atuarem na formação do educando crítico e participativo. /- a Orientação Educacional
tornou-se obrigatória nas escolas, incluindo o aconselhamento educacional;
(B) - caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino
e nos cursos de formação de Orientadores Educacionais./ - a Orientação Educacional tornou-se
obrigatória nas escolas, incluindo o aconselhamento educacional. / - esse período foi assim
denominado pelo fato dos(a)s Orientadores Educacionais acreditarem na possibilidade dos serviços
de Orientação Educacional atuarem na formação do educando crítico e participativo;
(C) - a Orientação Educacional tornou-se obrigatória nas escolas, incluindo o aconselhamento
educacional./ a. - esse período foi assim denominado pelo fato dos(as) Orientadores Educacionais
acreditarem na possibilidade dos serviços de Orientação Educacional atuarem na formação do
educando crítico e participativo. / - caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional
nos estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação de Orientadores Educacionais;
(D) - esse período foi assim denominado pelo fato dos(a)s Orientadores Educacionais acreditarem
na possibilidade dos serviços de Orientação Educacional atuarem na formação do educando crítico
e participativo. / - a Orientação Educacional tornou-se obrigatória nas escolas, incluindo o
aconselhamento educacional. / - caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos
estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação de Orientadores Educacionais;
(E) - esse período foi assim denominado pelo fato dos(a)s Orientadores Educacionais acreditarem
na possibilidade dos serviços de Orientação Educacional atuarem na formação do educando crítico
e participativo. / - caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos
estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação de Orientadores Educacionais. / - a Orientação
Educacional tornou-se obrigatória nas escolas, incluindo o aconselhamento educacional.

A alternativa correta é a B

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Mas, como assegurar avanços na aprendizagem sem contar com o apoio da equipe de
Orientação Educacional? Não que este profissional será capaz, de maneira isolada, de garantir tais
avanços, porém, ao aliar sua atuação à da equipe docente, certamente, melhores resultados serão
almejados.
Está claro que o aluno constitui a razão de ser da escola. Assim, para melhor colaborar com o
aluno, bem como com as suas necessidades, a escola precisa contar com o trabalho sistematizado
do orientador educacional. Esse é o profissional, por sua vez, que trabalha diretamente com o
aluno e se preocupa com a sua formação pessoal e integral, valorizando os aspectos sistêmicos da
constituição humana. Está sob responsabilidade dele a elaboração e implementação de propostas
que elevem o nível cultural do aluno e ainda de dinamizar ações para que o ambiente escolar seja
o melhor possível.
Também veremos neste livro, na Unidade 4, sobre a gestão democrática nas escolas. Neste
modelo organizacional, o orientador educacional diferencia-se dos demais profissionais que
compõem a equipe pedagógica, como o supervisor escolar, do professor e do diretor. De maneira
sintética podemos apontar que o diretor ou gestor vai gerenciar a escola como um todo. O
professor é responsável pela especificidade da sua área do conhecimento, Já o supervisor escolar
subsidia condições para que o docente desempenhe a sua função da maneira mais satisfatória
possível. O orientador educacional, por sua vez, tem como atribuição principal, cuidar da
formação de seu aluno, para a escola e para a vida, conforme veremos na Unidade 2.
Por fim, é válido destacar que atualmente, com os avanços na profissão, o orientador
educacional, deixou de executar as funções que no passado, no primórdio da Orientação
Educacional no país, ele desempenhava, pois nem sempre esse profissional colaborava com o
processo educativo. Muitas vezes, o orientador cumpria a função de “bombeiro”, chamado às salas
de aula para solucionar problemas instalados nas relações grupais, ou nas questões de indisciplina.
Atualmente, encontramos uma ação mais preventiva e muito mais relacionada aos avanços no
processo de ensino aprendizagem.
Para encerrar a história e concordando com Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008):

Hoje, além de conhecer o contexto socioeconômico e cultural da


comunidade, bem como a realidade social mais ampla, o orientador
educacional pode ser um profissional da educação encarregado de desvelar
as forças e contradições presentes no cotidiano escolar e que podem
interferir na aprendizagem (PASCOAL, HONORATO, ALBUQUERQUE,
2008, p. 118-119).

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1. Consulte os textos do Blog “Orientação Educacional - orientando caminhos” em:


http://orientareducacaoeducacional.blogspot.com.br/2011/08/ooo.html
E ainda o Blog “Pedagogia de Projetos” por meio do link
http://pedagogiadosprojetos.blogspot.com.br/2013/04/a-historia-do-nascimento-da-orientacao.html

2. Indicação de leitura complementar: Indicamos o texto O Orientador Educacional no


Brasil, de Miriam Pascoal, liane Costa Honorato e Fabiana Aparecida de Albuquerque
publicado na Revista “Educação em Revista. Belo Horizonte”, n. 47, p. 101-120, jun.
2008. O texto também está disponível na página:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S01026982008000100006&script=sci_abstract&tlng=pt

EXERCÍCIO SÍNTESE DA UNIDADE 1: organize de maneira sintética uma linha do


tempo com os principais acontecimentos que marcaram a evolução histórica e legal da
Orientação Educacional no Brasil. Se organize a partir das datas a seguir:

1940:________________________________________________________________
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1947: ________________________________________________________________
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1961: ________________________________________________________________
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1968: ________________________________________________________________
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1971: ________________________________________________________________
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1980: ________________________________________________________________
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1996: ________________________________________________________________
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2000: ________________________________________________________________
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UNIDADE 2

As atribuições do Orientador Educacional

Conforme estudamos na Unidade 1, o serviço de Orientação Educacional sofreu


transformações ao longo da história educacional brasileira. Foram várias leis, decretos, pareceres e
regulamentações até a situação atual a qual nos deparamos atualmente. Vimos a atuação do
orientador ora voltada para a escolha da profissão, ora destinada à adaptação do aluno ao ambiente
educacional de modo a dirimir os possíveis problemas no contexto escolar. Por um longo período a
prática do orientador esteve direcionada à correção dos comportamentos “irregulares” do aluno, de
modo a adaptá-lo à rotina da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral de
desenvolvimento da atividade educativa. Ao partir desse pressuposto, as atribuições do Orientador
ficavam isoladas do contexto global da escola.
Com a aprovação da profissão do Orientador Educacional por meio da Lei nº 5564, em 1968
notamos avanços rumo à profissionalização deste trabalho nas escolas. Dessa forma, fez-se
necessária a sistematização de ações, ou seja, as atribuições cabíveis ao serviço de orientação
educacional, que, até o final da década de 1970, sustentou-se teoricamente à partir de um referencial
essencialmente advindo dos estudos da Psicologia.
O trabalho dos orientadores educacionais nas escolas tornou-se obrigatório no 1º e 2º graus,
atualmente, Ensino Fundamental e Médio, à partir da Lei 5692, em 1971. As atribuições dos
profissionais estavam direcionadas à qualificação para o trabalho e para a sondagem das aptidões
dos alunos. No artigo 10 deste documento encontramos que “Será instituída obrigatoriedade a

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Orientação Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em cooperação com os


professores, a família e a comunidade”.
Esta legislação se tornou importante para os profissionais, pois à partir dela, os orientadores
educacionais passaram a desenvolver a sua prática nas escolas, sustentadas nos princípios do
autoconhecimento, nas relações pessoais, na sondagem de aptidões e interesses, nas informações
sobre as profissões e no mercado de trabalho. Com isso, passaram a fazer parte da rotina dos
Orientadores o uso de estratégias de aconselhamento, as entrevistas, a aplicação de testes, o
inventário de interesses, a elaboração de sociogramas, bem como os atendimentos aos problemas
disciplinares.
Atualmente, o documento que indica as atribuições do Orientador Educacional é o mesmo da
ocasião da aprovação do exercício profissional do Orientador Educacional, aprovado em 26 de
setembro de 1973, o Decreto nº 72.846 que regulamentou a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de
1968. A seguir será apresentado na íntegra o texto deste documento.

DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE SETEMBRO DE 1973

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III da
Constituição, decreta:

Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, individualmente


ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral e
harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em
sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.

Art. 2º - O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:

I – Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, possuidores de diplomas


expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.

II – Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional obtidos em cursos de


pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente
credenciados pelo Conselho Federal de Educação.

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III – Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas estrangeiras, cujos títulos sejam
revalidados na forma da lei em vigor.

Art. 3º - É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador Educacional:

I – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5692/71, na forma
do art. 63, da Lei nº 4024, de 20 de setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º e 2º graus.

II – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5692/71, na forma
do art. 64, da Lei 4024, de 20 de setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º grau.

Art. 4º - Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente poderão exercer a profissão
após satisfazer os seguintes requisitos:

I – Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura.

II – Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura.

Art. 5º - A profissão de Orientador Educacional, observadas as condições previstas neste


regulamento, se exerce, na órbita pública ou privada, por meio de planejamento, coordenação,
supervisão, execução, aconselhamento e acompanhamento relativo às atividades de Orientação
Educacional, bem como por meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu
campo profissional.

Art. 6º - Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o artigo anterior só
terão validade quando assinados por Orientador Educacional, devidamente registrado na forma
desse regulamento.

Art. 7º - É obrigatório à citação do número de registro de Orientação Educacional em todos os


documentos que levam sua assinatura.

Art. 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional:

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a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em


nível de:
- Escola
- Comunidade

b) Planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço


Público Federal, Estadual, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas
Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informação profissional e educacional com vistas à orientação


vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do


educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas


aqueles que exigirem assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da


legislação específica de ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.

Art. 9º - Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:

a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade.

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b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

d) Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos estagiários;

g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.

Art. 10º - No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister qualificação de
Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, que os candidatos hajam satisfeito,
previamente, as exigências da Lei nº 5564, de 21 de dezembro de 1968 e deste regulamento.

Art. 11º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
(D.O. U. de 27-9-1973) A Lei 9394/96 mantém as propostas anteriores.

Conforme notamos no texto do decreto, é ampla a atuação dos orientadores educacionais nas
escolas. Vamos nos ater agora, especificamente, nas atribuições descritas nos artigos 8º e 9º e
vamos discuti-las, de maneira geral, a seguir. Um estudo das atribuições conforme cada segmento
de ensino da Educação Básica será desenvolvido na Unidade 3.
Umas das atribuições está relacionada à dinamização da implementação e do funcionamento
do Serviço de Orientação Educacional na escola, de modo que este se relacione com a comunidade.
Conforme discutimos na Unidade 1, muitas escolas nem contam com o serviço de orientação
educacional. Assim, diante de uma realidade como esta, será função do profissional, implementar
este serviço.
Outra frente de trabalho direciona-se à orientação vocacional do educando. Assim, temos a
informação profissional e educacional com vistas à orientação vocacional. A função deste trabalho é
sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do

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educando, colaborando consequentemente com o


desenvolvimento de um processo educativo global.
Além disso, é tarefa do Orientador realizar a sondagem
de interesses, aptidões e habilidades do educando e ainda
sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos,
encaminhando, quando necessário, a outros especialistas,
aqueles que exigirem assistência especial.
Temos ainda como ação dos orientadores a tarefa de
ensino das disciplinas de Teoria e Prática da Orientação
Educacional, a supervisão de estágios na área da Orientação
Educacional, o encaminhamento e o acompanhamento dos
alunos estagiários e a realização de estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional. É ainda
competência profissional a emissão de pareceres concernente à Orientação Educacional e o
acompanhamento pós-escolar.
A identificação das características básicas da comunidade, o processo de integração escola-
família-comunidade, a caracterização da clientela escolar, a participação na composição,
caracterização e acompanhamento de turmas e grupos também são tarefas destinadas ao orientador
educacional.

Por fim, mas não menos importante, o orientador educacional também participa do processo
de elaboração do currículo pleno da escola, bem como do processo de avaliação e recuperação dos
alunos. Esta atuação será mais amplamente discutida na Unidade 3, conforme cada segmento de
ensino.

Antes de discutirmos os princípios e os objetivos da Orientação Educacional nas escolas,


vamos fazer um exercício reflexivo.

Escreva o que você compreendeu sobre as atribuições do orientador educacional nas escolas,
especialmente sobre os artigos 8º e 9º do DECRETO Nº 72826.
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Princípios e Objetivos da Orientação Educacional

Conforme já mencionamos na Unidade 1, toda ação do Orientador nas escolas é um ato


intencional, ou seja, requer planejamento, acompanhamento e avaliação periódica. A seguir,
discutiremos à respeito dos princípios e objetivos que norteiam o trabalho do orientador educacional
nas escolas. Vejamos inicialmente sobre os princípios.

Princípios da Orientação Educacional

Entendemos PRINCÍPIO como o ponto de partida do trabalho do Orientador Educacional, ou


seja, os princípios da Orientação reúnem um conjunto de habilidades e competências necessárias ao
exercício profissional. Vejamos um a um.

1. Compreender o aluno em sua totalidade, considerando os aspectos biológicos,


psicológicos e sociais, de modo a favorecer o desenvolvimento humano, a autonomia e
a empatia.

2. Ter respeito à diversidade e ao ritmo individual de cada aluno.

3. Orientar para a autonomia e a para a cooperação e assegurar a autoconfiança e a


independência.

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4. Desenvolver o princípio da empatia, ou seja, ensinar os alunos a sempre se colocarem


no lugar de outras pessoas e a respeitar os seus semelhantes.

5. Acompanhar o desenvolvimento dos alunos, independente da situação social ou


econômica da criança ou da família.

6. Desenvolver ações preventivas no que se refere às relações entre os alunos e o


comportamento humano. É preferível trabalhar para evitar problemas a resolver
problemas que se instalaram.

7. Cooperar para o clima da instituição, de modo que seja permeado pelo respeito mútuo,
à tolerância às diferenças e ao cuidado com o ambiente e com o outro.

8. Estimular família e alunos a procurarem espontaneamente pelo serviço de Orientação


Educacional.

9. Colaborar com a organização institucional por meio da Gestão Democrática da escola.

10. Evitar formular juízo de valor à respeito dos alunos e das famílias.
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11. Sistematizar o serviço de Orientação educacional, de modo que esse assuma um


caráter contínuo e intencional.

12. Estabelecer elos de parceria com os demais profissionais da escola.

13. Respeitar o espaço de atuação do professor e privar pelo bom desenvolvimento com os
alunos. Sugerimos que os pequenos conflitos entre professores e alunos possam se
resolvidos inicialmente em sala de aula. Se necessário, o orientador passa a ser
mediador das situações.

14. Ocupar o lugar de mediação nas


relações entre professores-alunos,
alunos-alunos, professores-família e
professores-professores. Assim,
constitui tarefa principal a elaboração
de estratégias que levem a superação
ou diminuição dos problemas
disciplinares, além de criar
possibilidades de diálogo sobre as
regras de convívio.

15. Zelar pelo registro do desenvolvimento dos alunos. Os registros precisam ser
sistemáticos e atualizados, de modo a assegurar o histórico da criança no serviço de
orientação educacional.

16. Desenvolver ações que articulem a escola com a comunidade.

17. Valorizar ações que envolvam o desenvolvimento de valores como o respeito e a


solidariedade.

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Antes de discutirmos os objetivos da Orientação Educacional, vamos refletir um pouco sobre


o que estudamos nos princípios. Em sua opinião, quais são as competências básicas que um
profissional precisar ter para ocupar o cargo de Orientador Educacional? Diante do que foi exposto,
quais seria os limites e as possibilidades de atuação de um orientador educacional em sua escola?
Anote a suas ideias à seguir:
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Objetivos da Orientação Educacional

Sempre quando pensamos em objetivos nos remetemos a um fim, algo a se conquistar, uma
meta. Um objetivo nos move para tomar alguma decisão, ou ir à busca dos nossos ideais. O mesmo
ocorre no trabalho em Orientação Educacional nas escolas. Dessa forma, a seguir, explicitaremos
alguns dos objetivos principais no trabalho em Orientação. Descreveremos um a um:

1. ORIENTAÇÃO PARA OS ESTUDOS: muitas


vezes, o aluno por si só, não encontra motivação para
os estudos autônomos ou para a realização das tarefas
de casa. O estímulo aos estudos, por meio da
elaboração de programa de estudo ou de estratégias
de estudo impulsionará o desenvolvimento dos

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estudantes. O indicado é que tais ações se desenvolvam desde o início da escolarização


formal. Além disso, é preciso ensinar estratégias de estudo e de aprendizagem, e ainda
organizarem o tempo e o espaço para estes momentos.

2. IDENTIFICAÇÃO DO POTENCIAL DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS:


notamos que os alunos, em algumas situações, não reconhecem seu potencial de
aprendizagem, tão pouco suas habilidades e capacidades. Notamos muitos talentos
desperdiçados nas escolas. Atualmente, valorizamos a ideia das Inteligências Múltiplas.
Assim, é tarefa do orientador, apoiar o aluno no reconhecimento de suas aptidões.

3. AUTOCONHECIMENTO INTELECTUAL E EMOCIONAL: apoiar os alunos para


que melhor compreendam seus limites e possibilidades de ação, de modo a orientá-lo
para uma melhor adaptação na escola, na família, nas relações sociais. Tal ação
contribui também para uma melhor interação entre os professores e os alunos.

4. FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA: cooperar com a constituição de valores, da


moral, da ética e ainda com o sentimento de fraternidade universal, ou seja, na
compreensão do espaço pessoal e do espaço coletivo.

5. RELAÇÃO ESCOLA E ALUNO: ajudar os alunos a perceberem os benefícios trazidos


pelas escolas e as repercussões para a vida futura e para a formação profissional.

6. MEDIAÇÃO NOS CONFLITOS RELACIONAIS: assistir o aluno em suas


dificuldades nas relações sociais e mediar às situações de conflitos em que o aluno não
tenha recursos internalizados para solucioná-lo.

7. DESAJUSTES SOCIAIS: ao perceber que alguma criança ou adolescente parece não


compreender as regras de funcionamento social é preciso organizar ações de
conscientização e apoio à eles.

8. APOIO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: uma das metas principais do


trabalho de orientação educacional é trabalhar preventivamente para evitar o fracasso
escolar. Acompanhar as dificuldades na aprendizagem que o aluno pode vir a ter
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contribui enormemente para a diminuição das notas abaixo da média,


consequentemente com a reprovação escolar e o abandona da escola.

9. PARCERIA COM OS PROFESSORES: desenvolver um trabalho juntamente com os


professores pode apoiar num melhor conhecimento dos alunos, e desse modo,
proporcionar um melhor relacionamento e uma ação didática mais efetiva, conseguindo
assim, melhores resultados no rendimento escolar.

10. SENSIBILIZAR A EQUIPE GESTORA SOBRE AS NECESSIDADES DOS


ALUNOS: ajudar para que todos os profissionais que acompanham o desenvolvimento
estudantil possam compreender as demandas dos alunos, para que assim ajustem suas
ações sempre objetivando uma melhor formação do educando.

11. ESTREITAR LAÇOS ENTRE A ESCOLA E A COMUNIDADE: com isso teremos


maiores possibilidades de compreensão do meio que cerca os alunos e até elaborar
ações em parceria, sempre buscando uma formação mais humana e completa da pessoa.

12. ESTABELECER PARCERIAS COM AS FAMÍLIAS: a escola tem a função de


ensinar conteúdos, infundir conhecimentos, desenvolver práticas didático-
metodológicas adequadas. A família inicia a formação humana que se completará na
escola. A família precisa da escola e a escola da família, mas cada instituição
cumprindo com o seu papel.

13. COLABORAR COM O CLIMA


INSTITUCIONAL: infundir boas relações de
modo que a escola se torne um ambiente
agradável, de satisfação, de alegria e confiança,
evitando o medo, a humilhação, o temor.

14. ESTIMULAR PRÁTICAS DE HIGIENE


FÍSICA E MENTAL: ajudar o aluno na
conscientização em relação à importância e o valor à saúde, ao bem estar e aos
cuidados consigo.
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15. APOIAR AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS E O CONSUMO CONSCIENTE: discutir


com os alunos os princípios da sustentabilidade, ou seja, cuidar de si, cuidar do outro,
cuidar do planeta.

16. CONSTRUIR VALORES: ajudar o aluno na formação de valores necessários para o


convívio humano. Contribuir ainda com a construção da moral e da ética.

17. FORMAÇÃO MORAL E CÍVICA: motivar os alunos para a cooperação social e para
os deveres comunitários.

Conforme descrito nesta Unidade, a Orientação Educacional tem certas atribuições clássicas a
serem desenvolvidas no cotidiano escolar. Tais funções não podem ser vista de maneira estática,
mas sim, como um processo de transformação contínua, em função da multiplicidade de fatores
específicos do trabalho do orientador.
Assim, temos a função da Orientação Educacional compreendida como um processo
dinâmico, contínuo e sistemático. É válido destacar que toda ação do orientador nas escolas precisa
estar integrada com todo o currículo escolar, de modo a considerar o aluno como um ser global, em
todos os seus aspectos: intelectual, físico, social, moral, estético, político, educacional e vocacional.

ATIVIDADES DE CONCLUSÃO DA UNIDADE 2

1. Escreva com suas palavras quais são as principais atribuições do Orientador


Educacional nas escolas.

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2. Comente os objetivos do trabalho do Orientador Escolar nas escolas.

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3. Pense na seguinte situação hipotética: A Escola Girassol contratou pela primeira


vez uma Orientadora Educacional. Nesta instituição, esta será a primeira atuação
do profissional.

3.1. Quais ações são necessárias de imediato?

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3.2. Como poderia ser montado um plano de trabalho do orientador


Educacional nesta instituição?

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3.3. Quais ações poderiam ser pensadas para os alunos? E com os


professores?

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UNIDADE 3

As ações específicas do Orientador Educacional na escola

“A prática dos orientadores deve estar vinculada às questões pedagógicas e ao compromisso


ético de contribuir na construção de uma escola democrática, reflexiva e cidadã”.
(BALESTRO, 2005. p. 21).

Como já discutimos nas unidades anteriores, muitas vezes, o trabalho do Orientador


Educacional nas escolas ainda não é valorizado e reconhecido pelas instituições. Mas, nos
questionamos se o Orientador tem consciência do seu papel, dos seus direitos e deveres e das suas
ações nas escolas.
Lück (1982) informa que alguns elementos exercem influência direta sobre a formação da
consciência. São eles:

• Intencionalidade: é a predisposição do indivíduo de compreender, interpretar e explicar os


fatos;
• Capacidade perceptiva: quanto mais adequada e objetiva for a capacidade de percepção,
maior será a correspondência da consciência com o fato real;
• Operações mentais: o exercício dela determina a superioridade, flexibilidade e nível de
conscientização;
• Historicidade e temporalidade: definem o espírito da consciência e do ato consciente;
• Julgamento moral: os valores constituem parte da consciência que a pessoa elabora de si e
do seu mundo.

Vemos no trabalho do orientador educacional que a intencionalidade é um dos aspectos mais

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importantes. A intencionalidade direciona o trabalho por meio de metas e objetivos. Assim, o


orientador tendo uma maior consciência do seu trabalho torna-se um ser crítico, atuante e
transformador do mundo que o cerca sendo importante a observação de tudo o que está ao ser redor.
No que se refere ao papel do Orientador Educacional nas escolas, Alzira Tenfen da Silva
(1981), esclarece a respeito de alguns dos papéis atribuídos à este profissional nas escolas, tais
como:
• Especialista: quando a prioridade é ao aconselhamento psicopedagógico.
• Generalista: na orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula, aplicação de testes,
organização de classes, fichas cumulativas, e outros.
• Monitor: na orientação centrada no aluno e aos hábitos de estudo.
• Assessor: quando a orientação centrada no contexto.
• Consultor e assessor: no assessoramento de pessoas e pequenos grupos, consultando
professores, diretores, pais e outros.
• Agente de mudança: à medida que é capaz de realizar uma revisão crítica da realidade.
• Profissional de ajuda: pois apoia e assessora.
• Catalizador: contribui para que o indivíduo realize seu próprio papel.
• Conselheiro e guia pessoal do aluno.
• Agente de informações sobre oportunidades educacionais e ocupacionais.
• Orientador vocacional do aluno.
• Mediador entre comunidade escolar e familiar.
• Membro do grupo da Gestão Compartilhada.

Ao longo dos tempos observamos que a identidade profissional é marcada pelos valores
pessoais do orientador Educacional em sua atuação. Assim, crenças, valores, atitudes da pessoa, ao
serem associados com elementos comportamentais comuns a uma determinada profissão, acabam
por delinear o seu perfil profissional. À medida que houver maior coerência entre os valores
pessoais e as expectativas sociais, a identidade profissional se torna mais consciente. Dessa forma,
quanto mais clara e precisa for a definição das metas da profissão, mais objetivo e definido será o
desempenho do Orientador Educacional.
A atuação do Orientador Educacional precisa ser marcada pela ética profissional. Suas ações
devem ser sustentadas pela reflexão, pela pesquisa e pela busca de uma identidade sustentada em
valores, na moral e na ética. Assim, a prática desse profissional deverá ter uma postura de reflexão
contínua sobre a realidade que o cerca, permitindo assim um posicionamento profissional mais
adequado.

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Outro ponto importante a ser discutido refere-se à ideia de que os Orientadores Educacionais
são também, educadores. Neste sentido, a finalidade de toda e qualquer ação orientadora é
educativa. A escola é uma instituição que tem por finalidade ensinar os conteúdos historicamente
acumulados e socialmente difundidos. Assim, o orientador tem como função principal mobilizar os
diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola, para que a escola cumpra a sua função:
que os alunos aprendam.
Partindo desse pressuposto, a investigação sobre a realidade vivencial do aluno e sua
percepção desta realidade deve ser o ponto de partida e o fio condutor do processo pedagógico.
Nesta função, cabe ao Orientador perceber as diferentes relações existentes no contexto da escola,
para que possa intervir nesta realidade.
Dessa maneira, este profissional pensará em estratégias que priorizem o desenvolvimento de
uma concepção crítica de educação, comprometida com a realidade social e com sua transformação.
Isso exige do Orientador o planejamento de suas ações. Planejar envolve a compreensão da
realidade em todos os seus desdobramentos, tanto de tempo, quanto de espaço. Conforme esclarece
Lück (1991):

Planejar a Orientação Educacional implica delinear o seu sentido, os seus


rumos, a sua abrangência e as perspectivas de sua atuação. Vale dizer que
esse planejamento envolve antes de tudo, uma visão global sobre a natureza
da Educação, da Orientação Educacional e de suas possibilidades de ação.

Assim, o Orientador educacional precisa, assim como todos os outros profissionais, planejar
ações de modo a integrar a Orientação Pedagógica e os
docentes, por meio de um processo cooperativo que valorize:

1. Escola, família e alunos para uma investigação


sistêmica da realidade em que estão inseridos;

2. A cooperação com o professor, mantendo contato


contínuo e sistemático, de modo a apoiá-lo na
compreensão dos aspectos do desenvolvimento e
da aprendizagem;

3. A informação aos professores das ações da Orientação junto aos alunos e às famílias;

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4. O esclarecimento da comunidade escolar das finalidades do trabalho do Orientador


Educacional e do funcionamento deste setor na escola;

5. A mobilização das parcerias e a integração dos membros no contexto escolar: pais x


escola, professores x pais e pais x filhos;

6. A Educação como intervenção direta ou indireta que possibilita a conquista da


disciplina intelectual e moral;

7. O trabalho preventivo em relação às


dificuldades de aprendizagem, de modo a
favorecer o desenvolvimento dos alunos;

8. A organização do histórico de atendimento dos alunos no serviço de Orientação


Educacional;

9. A promoção de um espaço de escuta dos alunos, dos professores e das famílias;

10. O incentivo à formação de hábitos de estudo e de organização;

11. A viabilização de assuntos atuais e de interesse dos alunos e das famílias.

Como vimos, a ação do orientador nas escolas precisa ser marcada pela intencionalidade e
pelo planejamento. A seguir descreveremos a atuação do orientador educacional em cada segmento
da Educação Básica. Antes desta discussão, teste seus conhecimentos:

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1. (PMSJT-PB 2009) O Orientador Educacional,


como educador e ser político assume a educação
como parte dos diferentes contextos humanos
quer social, econômico, político ou cultural.
Considerando as tendências contemporâneas da
Educação temos como papel da orientação:

I. Levar os educandos a compreender as ações vividas pela humanidade até chegar em


um nível mais crítico do conhecimento de sua realidade, valorizando a questão da
prática social.
II. Caminhar junto com os alunos, procurando fazê-lo mais participante de seu grupo em
um dimensionamento político de sua formação de cidadão.
III. Ser catalizador e se misturar ao grupo para uma reflexão em comum, ajudando ao
professor em sua função de conselheiro ou instrutor.
IV. Atuar como mediador, auxiliando a relação pedagógica da escola e promovendo as
condições para que professor e alunos a efetivem.
V. Promover a mediação entre indivíduo e sociedade, possibilitando a inserção do
indivíduo no mundo da cultura.

Analisando as afirmativas acima, assinale:

a) Se todas forem corretas;


b) Se todas forem incorretas;
c) Se apenas I, III e IV forem corretas;
d) Se apenas II e V forem corretas;
e) Se apenas I e III forem corretas.

2. (PMSJT-PB 2009) “Não se vive o cotidiano escolar como um contínuo de


práticas na sociedade. Há que se buscar entender como são produzidas estas práticas.”
(Grinspun, 2002.)

As afirmativas abaixo refletem ações do orientador educacional sobre o cotidiano


escolar. Todas estão corretas, EXCETO:

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a) Procura desvendar este cotidiano, trazendo à tona o que está oculto, menosprezado ou
alienado.
b) Analisa, priorizando o que, para o indivíduo, é essencial, relativo, particular, coletivo,
etc.
c) Relaciona o cotidiano escolar com os outros cotidianos com os quais o indivíduo
convive.
d) Discute tal cotidiano, não interrogando sobre as determinações e obrigações, para que
não se limite as ações decorrentes da consciência de que somos responsáveis pelo
cotidiano escolar.
e) Visualiza este cotidiano, identificando o aproveitamento do espaço/tempo em que ele
ocorre, da mesma forma como acontecem as tomadas de decisão na escola.

Confira suas respostas:


1. A e 2 D.

A atuação do Orientador Educacional na Educação Básica:


Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio

À seguir, discutiremos a atuação do Orientador Educacional na Educação Básica.


Descreveremos o trabalho dos orientadores em cada segmento de ensino, ou seja, na Educação
Infantil, no Ensino Fundamental I e II e no Ensino Médio. Você notará que as frentes de ações em
cada etapa são as mesmas, e às vezes até mesmo as condutas podem ser semelhantes, porém, a
forma de abordagem para cada período do desenvolvimento, é diferenciada. Começaremos pela
Educação Infantil.

Educação Infantil

Conforme esclarece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Educação Infantil, o objetivo principal para este segmento é valorizar
o Cuidar e o Educar. Sendo assim, as escolas precisam se preocupar
com a atenção aos cuidados básicos que uma criança exige e, ao

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mesmo tempo, elaborar e efetivar uma proposta pedagógica específica para esta etapa.
Historicamente notamos que o atendimento em creches e pré-escolas efetivou-se como direito social
das crianças à partir da Constituição de 1988. Este documento reconheceu a Educação Infantil como
dever do Estado com a Educação. Tomando por base tais modificações, a organização das escolas
de Educação Infantil passou por um intenso processo de reformulação das suas concepções sobre
educação de crianças em espaços coletivos, bem como da seleção e fortalecimento de práticas
pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças.
O Ministério da Educação tem orientado a efetivação do trabalho junto às crianças de até três
anos em creches e ainda sobre como assegurar práticas junto às crianças de quatro e cinco anos que
promovam formas de garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das
crianças, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.
O modelo educacional para as escolas de Educação Infantil tal como temos hoje foi sendo
conquistado a partir de lutas e investimentos tanto das políticas educacionais quanto da sociedade
como um todo, que cada vez mais vem compreendendo a necessidade de um projeto educacional
para a primeira infância. Nesse contexto, a atuação do Orientador Educacional precisa considerar a
visão básica da Educação Infantil: o CUIDAR e o EDUCAR. Dessa forma, uma das tarefas
principais desse profissional é despertar nos pais, professores e comunidade escolar uma
necessidade de observação contínua e sistemática dos aspectos do desenvolvimento e da
aprendizagem das crianças. Nesse sentindo, vejamos então algumas ações. Dividi-las-emos em três
momentos: o trabalho junto às crianças, junto às famílias e junto ao professor.

Com as crianças

1. Realizar atendimentos individuais, conforme a demanda, com o objetivo de investigar as


dificuldades encontradas no espaço coletivo, tais como, a interação no grupo, os recreios, o
desempenho acadêmico, os hábitos de estudos, o comportamento, os aspectos relacionais, os
valores, dentre outros aspectos.
2. Viabilização de atendimentos a grupos de crianças, quando as demandas estiverem relacionadas
ao convívio e aos aspectos relacionais.
3. Construir e implementar as regras coletivas e as possíveis consequências para o
descumprimento das mesmas.
4. Acompanhar de maneira sistemática e contínua o desenvolvimento e a aprendizagem das
crianças.

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5. Investigar os casos e acompanhar as demandas das crianças que apresentam necessidades


educacionais especiais.
6. Promover ações para potencializar o processo de aprendizagem.
7. Desenvolver estratégias que valorizem os hábitos de estudos.
8. Viabilizar estratégias para que as crianças aprendam a trabalhar em grupos.
9. Contribuir com a disciplina na escola.
10. Desenvolver ações que despertem no aluno o sentimento de coletividade, a autonomia, o
respeito ao outro e ao ambiente, a valorização das diferenças individuais e a capacidade de se
colocar no lugar do outro.
11. Apoiar o processo de adaptação escolar.
12. Desenvolver estratégias que favoreçam a socialização, a confiança em si e nos outros, a
iniciativa e a criatividade das crianças.

Com as famílias

1. Entrevistar os pais com o objetivo de melhor conhecer as crianças e ainda coletar informações
sobre a história de vida delas.
2. Realizar palestras ou grupos de pais para discutir os aspectos próprios do desenvolvimento
infantil, além de informação sobre o desenvolvimento emocional, e das necessidades próprias de
cada idade.
3. Informar sobre o cotidiano escolar e a rotina de cada série.
4. Conversar com os pais sobre o desempenho acadêmico das crianças.
5. Viabilizar reuniões individuais com as famílias de modo a assegurar a privacidade e o sigilo
com a história de vida das crianças.
6. Viabilizar espaços de escuta e acolhida às diferentes demandas.
7. Ajudar na percepção da necessidade da parceria família e escola.
8. Requerer dos pais relatórios de atendimentos por profissionais da comunidade, tais como,
fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, dentre outros, caso a criança seja
acompanhada por algum(ns) desses profissionais.
9. Acompanhar as reuniões de pais.

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Com o professor
1. Contribuir com a formação dos professores no que se refere à observação e ao registro da
aprendizagem e do desenvolvimento moral, social e emocional das crianças.
2. Ajudar na investigação das possíveis causas do baixo aproveitamento escolar.
3. Contribuir com a viabilização de experiências diversificadas que impulsionem o
desenvolvimento e a aprendizagem.
4. Acompanhar a evolução das crianças e das turmas.
5. Favorecer a formação continuada dos professores em exercício.
6. Desenvolver o trabalho preventivo.
7. Discussão sobre o rendimento escolar e o desempenho acadêmico.
8. Viabilizar momentos de reflexão e investigação, avaliação e atendimento das necessidades
relacionadas ao ensino e a aprendizagem das crianças, em parceria com os professores.
9. Atender individualmente os professores para fornecer ou receber informações necessárias dos
alunos.
10. Participar das reuniões da equipe pedagógica.

Outras demandas
1. Manter atualizados os registros de atendimentos às crianças, às famílias e aos professores.
2. Elaborar relatórios técnicos, quando necessário.
3. Vivenciar os processos de gestão democrática da escola.
4. Manter contato com os profissionais da comunidade que atendam às crianças.
5. Estar atualizado sobre os assuntos da área da Orientação Educacional.
6. Saber lidar com os recursos tecnológicos.
7. Orientar estágios de alunos do curso de graduação em Pedagogia.
8. Trabalhar em parceria com a coordenação pedagógica ou a supervisão escolar.
9. Vivenciar os processos de gestão democrática da escola.
10. Acompanhar a elaboração do Plano do Serviço de Orientação Educacional e do Projeto Político
Pedagógico da escola.

Ensino Fundamental

Conforme esclarece as orientações do Ministério da Educação, o objetivo principal do Ensino


Fundamental Brasileiro é a formação básica do cidadão. Para assegurar tal formação, o artigo 32º
da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, afirma ser necessário:

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I - o desenvolvimento da capacidade de
aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e
social, do sistema político, da tecnologia, das artes e
dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade
de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de
atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Desde 2006, as escolas de Ensino Fundamental, se organizaram de modo a garantir 9 anos de
duração do Ensino Fundamental, que até então era de 8 anos. Com estas mudanças, o Ensino
Fundamental passou a ser dividido da seguinte forma:
1ª etapa: Anos Iniciais – compreende do 1º ao 5º ano, sendo que a criança ingressa no 1º ano, aos 6
anos de idade.
2ª etapa: Anos Finais – compreende do 6º ao 9º ano.
Sendo assim, a atuação do Orientador poderá também ser organizada a partir desta divisão.
Dessa forma apresentaremos, por etapa, as ações da Orientação junto aos alunos, às famílias, aos
professores e ainda as outras demandas. Iniciaremos do 1º ao 5º ano. Você notará que algumas
ações são semelhantes àquelas desenvolvidas na Educação Infantil. O que se modifica nesta etapa é
a abordagem e o aprofundamento das mesmas.

Com os alunos:

1. Realizar atendimentos individuais, conforme a demanda, com o objetivo de investigar as


dificuldades encontradas no espaço coletivo, tais como, a interação no grupo, os recreios, o
desempenho acadêmico, os hábitos de estudos, o comportamento, os aspectos relacionais, os
valores, dentre outros aspectos.

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2. Viabilização de atendimentos a grupos de crianças quando as demandas estiverem relacionadas


ao convívio e aos aspectos relacionais.
3. Construir e implementar as regras coletivas e as possíveis consequências para o descumprimento
das mesmas.
4. Investigar os casos e acompanhar as demandas das crianças que apresentam necessidades
educacionais especiais.
5. Promover ações para potencializar o processo de aprendizagem.
6. Desenvolver estratégias que valorizem os hábitos de estudos.
7. Propor estratégias para que as crianças aprendam a trabalhar em grupos.
8. Contribuir com a disciplina na escola.
9. Desenvolver ações que despertem no aluno o sentimento de coletividade, a autonomia, o respeito
ao outro e ao ambiente, a valorização das diferenças individuais e a capacidade de se colocar no
lugar do outro.
13. Apoiar no processo de adaptação ao ingresso do Ensino Fundamental.
14. Orientar quanto ao convívio no ambiente escolar para que se ajustem e apresentem um melhor
aproveitamento das atividades propostas.
15. Investigar as peculiaridades dos alunos quanto ao comportamento e à personalidade e ainda com
a cooperação com os professores.
16. Elaborar estratégias relacionadas aos cuidados direcionados à educação sexual e a formação
moral, pois, especialmente ao final desta etapa, percebemos o advento da crise pubertária e o
despertar do espírito crítico.

Com as famílias

1. Entrevistar os pais com o objetivo de melhor conhecer os alunos e ainda coletar informações
sobre a história de vida delas.
2. Realizar palestras ou grupos de pais para discutir temáticas relacionadas com a faixa etária e
que de alguma maneira, preocupam os pais
3. Conversar com os pais sobre o desempenho acadêmico das crianças.
4. Viabilizar reuniões individuais com as famílias de modo a assegurar a privacidade e o sigilo
com a história de vida das crianças.
5. Viabilizar espaços de escuta e acolhida às diferentes demandas.
6. Ajudar na percepção da necessidade da parceria família e escola.

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7. Requerer dos pais relatórios de atendimentos por profissionais da comunidade, tais como,
fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, dentre outros, caso o aluno seja
acompanhado por algum(ns) desses profissionais.
8. Acompanhar as reuniões de pais.

Com o professor
1. Contribuir com a formação dos professores no que se refere à observação e ao registro da
aprendizagem e do desenvolvimento moral, social e emocional dos alunos.
2. Ajudar na investigação das possíveis causas do baixo aproveitamento escolar.
3. Contribuir com a viabilização de experiências diversificadas que impulsionem o desempenho
acadêmico.
4. Acompanhar a evolução dos alunos e das turmas.
5. Favorecer a formação continuada dos professores em exercício.
6. Desenvolver o trabalho preventivo.
7. Discutir o rendimento escolar e o desempenho acadêmico.
8. Viabilizar momentos de reflexão e investigação, avaliação e atendimento das necessidades
relacionadas ao ensino e a aprendizagem das crianças, em parceria com os professores.
9. Participar e a apoiar os conselhos de classe, favorecendo informações importantes sobre o
desenvolvimento dos alunos.
10. Atender individualmente os professores para fornecer ou receber informações necessárias dos
alunos.
11. Participar das reuniões da equipe pedagógica.

Outras demandas
1. Manter atualizados os registros de atendimentos às crianças, às famílias e aos professores.
2. Elaborar relatórios técnicos, quando necessário.
3. Vivenciar os processos de gestão democrática da escola.
4. Manter contato com os profissionais da comunidade que atendam às crianças.
5. Estar atualizado sobre os assuntos da área da Orientação Educacional.
6. Saber lidar com os recursos tecnológicos.
7. Orientar estágios de alunos do curso de graduação em Pedagogia.
8. Trabalhar em parceria com a coordenação pedagógica ou a supervisão escolar.
Vivenciar os processos de gestão democrática da escola.
10. Acompanhar a elaboração do Plano do Serviço de Orientação Educacional e do Projeto Político
Pedagógico da escola.
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Nesta etapa da escolarização, a Orientação Educacional tem como objetivo vivenciar um


processo educacional organizado, dinâmico e contínuo. O Orientador trabalha com o aluno
utilizando técnicas adequadas às diferentes faixas etárias, com objetivo de orientá-lo na sua
formação integral, levando-o ao conhecimento de si mesmo, de suas capacidades e dificuldades
oferecendo-lhe elementos para um ajustamento harmonioso ao meio escolar e social em que vive.

Da mesma forma como nos demais segmentos, o trabalho do Orientador é dividido em quatro
frentes de atuação: com os alunos, como as famílias, com os professores e outras demandas,
conforme descrito à seguir:

Com os alunos

1. Explorar e desenvolver as habilidades e preferências dos alunos.


2. Promover a realização de atividades extraclasse, bem como visitas, excursões, palestras, dentre
outras ações dentro e fora da comunidade escolar.
3. Trabalhar com aspectos do mercado de trabalho, da orientação vocacional e da escolha de
carreira, visto, que ao final do 9º ano, o aluno poderá fazer opção por um curso
profissionalizante.
4. Cuidar da educação sexual e da formação moral dos alunos.
5. Orientar os alunos para os hábitos eficientes de estudo, de modo a potencializar a aprendizagem.
6. Avaliar e acompanhar os alunos que apresentam dificuldades de ajustamento à escola,
problemas de rendimento escolar e/ou outras - dificuldades escolares;
7. Acompanhar a vida escolar e o desempenho acadêmico dos alunos.
8. Viabilizar ações que promovam o desenvolvimento de valores, da moral e da ética, bem como
dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos
que compõem a comunidade e a cultura em que vive o aluno.

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9. Desenvolver atitudes que valorizem o respeito pelas diferenças individuais, o sentimento de


responsabilidade e confiança nos meios pacíficos para o encaminhamento e busca de estratégias
de resolução para as possíveis dificuldades relacionais.
10. Apresentar aos alunos os eventos esportivos, culturais e de lazer desenvolvidos na comunidade
escolar.
11. Apoiar o aluno na identificação de suas potencialidades, de suas características básicas de
personalidade, bem como suas limitações preparando-o para futuras escolhas.
12. Contribuir com o processo de escolha de representantes de classe e/ou comissões.
13. Acompanhar a atuação dos representantes de classe para o exercício de suas funções.
14. Organizar estratégias que apoiem o desenvolvimento dos aspectos relativos a dificuldades e /ou
necessidades inerentes à faixa etária.
15. Favorecer o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho em grupo.
16. Realizar orientações preventivas para cada série, conforme as demandas de cada faixa etária e
os interesses dos alunos.
17. Participar dos eventos realizados pela escola, tais como as atividades extraclasse, os jogos, a
festa junina, os encontros, as viagens, dentre outros.
18. Proceder com atendimentos individuais e/ou pequenos grupos, conforme a demanda.

Com as famílias

1. Oferecer às famílias recursos que as orientem e apoiem na compreensão dos princípios inerentes
à tarefa de educar os filhos, de modo a viabilizar a auto realização dos mesmos.
2. Apresentar informações específicas sobre a vida escolar e acadêmica dos alunos.
3. Realizar entrevistas com as famílias, sobre a história escolar e de vida dos alunos, quando
necessário.
4. Viabilizar a realização de palestra sobre as temáticas específicas da faixa etária.
5. Trabalhar em parceria com a Associação de Pais e Mestres.
6. Acompanhar as reuniões de pais.
7. Viabilizar espaços de escuta e acolhida às diferentes demandas.
8. Ajudar na percepção da necessidade da parceria família e escola.
9. Requerer dos pais relatórios de atendimentos por profissionais da comunidade, tais como,
fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, dentre outros, caso o aluno seja
acompanhado por algum(ns) desses profissionais.

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Com os professores

1. Ajudar o professor no acompanhamento e compreensão de sua turma e dos possíveis problemas


que venham surgir.
2. Contribuir com as diferentes disciplinas, como o objetivo do desenvolvimento de um trabalho
comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a serem desenvolvidas com os
alunos.
3. Avaliar e acompanhar os aspectos relacionais das turmas.
4. Contribuir com o processo de enturmação das salas.
5. Acompanhar os resultados do processo ensino e aprendizagem, de modo a adequá-los aos
objetivos educacionais, assessorando e decidindo junto com o professor e no Conselho de
Classe os casos de aprovação e reprovação do aluno.
6. Elaborar e divulgar o perfil das turmas.
7. Desenvolver e viabilizar estratégias comuns entre os professores, coordenação e orientação.
8. Atender individualmente os professores para fornecer ou receber informações necessárias dos
alunos.
9. Estudos dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos e das turmas junto à coordenação
para posteriores encaminhamentos.
10. Participar das reuniões da equipe pedagógica.
11. Envolver-se com a preparação e com a realização dos Conselhos de classe.

Outras demandas

1. Manter atualizados os registros de atendimentos às crianças, às famílias e aos professores.


2. Elaborar relatórios técnicos, quando necessário.
3. Vivenciar os processos de gestão democrática da escola.
4. Manter contato com os profissionais da comunidade que atendam às crianças.
5. Estar atualizado sobre os assuntos da área da Orientação Educacional.
6. Saber lidar com os recursos tecnológicos.
7. Orientar estágios de alunos do curso de graduação em Pedagogia.
8. Trabalhar em parceria com a coordenação pedagógica ou a supervisão escolar.
9. Vivenciar os processos de gestão democrática da escola.
10. Acompanhar a elaboração do Plano do Serviço de Orientação Educacional e do Projeto Político
Pedagógico da escola.

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Ensino Médio

De acordo com os
esclarecimentos do Ministério
da Educação, o Ensino Médio
tem como objetivo principal
oferecer ao aluno a formação
necessária ao desenvolvimento
de suas potencialidades com
elementos de autorrealização,
preparação para o trabalho e o
exercício consciente da cidadania. Preocupa-se também em esclarecer quanto à formação
profissional, além, da incumbência de melhor orientar o jovem numa formação profissional e ainda
quanto às aptidões e tipos de profissões para os níveis técnicos ou universitários.
Nesse contexto as atribuições do Orientador Educacional no Ensino Médio estão direcionadas
para:

Com os alunos

1. Explorar e desenvolver as habilidades e preferências dos alunos.


2. Promover a realização de atividades extraclasse, bem como visitas, excursões, palestras,
dentre outras ações dentro e fora da comunidade escolar.
3. Trabalhar com aspectos do mercado de trabalho, da orientação vocacional e da escolha de
carreira, visto, pois, o aluno poderá fazer opção por um curso profissionalizante.
4. Cuidar da educação sexual e da formação moral dos alunos.
5. Orientar os alunos para os hábitos eficientes de estudo, de modo a potencializar a
aprendizagem.
6. Avaliar e acompanhar os alunos que apresentam dificuldades de ajustamento à escola,
problemas de rendimento escolar e/ou outras - dificuldades escolares;
7. Acompanhar a vida escolar e o desempenho acadêmico dos alunos.
8. Viabilizar ações que promovam o desenvolvimento de valores, da moral e da ética, bem como
dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais
grupos que compõem a comunidade e a cultura em que vive o aluno.

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9. Desenvolver atitudes que valorizem o respeito pelas diferenças individuais, o sentimento de


responsabilidade e confiança nos meios pacíficos para o encaminhamento e busca de
estratégias de resolução para as possíveis dificuldades relacionais.
10. Apresentar aos alunos os eventos esportivos, culturais e de lazer desenvolvidos na
comunidade escolar.
11. Apoiar o aluno na identificação de suas potencialidades, de suas características básicas de
personalidade, bem como suas limitações preparando-o para futuras escolhas.
12. Contribuir com o processo de escolha de representantes de classe e/ou comissões.
13. Acompanhar a atuação dos representantes de classe para o exercício de suas funções.
14. Organizar estratégias que apoiem o desenvolvimento dos aspectos relativos a dificuldades e
/ou necessidades inerentes à faixa etária.
15. Favorecer o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho em grupo.
16. Realizar orientações preventivas para cada série, conforme as demandas de cada faixa etária
e os interesses dos alunos.
17. Participar dos eventos realizados pela escola, tais como as atividades extraclasse, os jogos, a
festa junina, os encontros, as viagens, dentre outros.
18. Proceder com atendimentos individuais e/ou pequenos grupos, conforme a demanda.
19. Viabilizar estratégias que favoreçam as relações interpessoais, aluno x professor e aluno x
aluno e demais elementos da escola.
20. Organizar atividades e desenvolvê-las de modo a atender às necessidades dos alunos para
melhor conhecimento de si e do grupo.
21. Manter-se atualizado os registros da história acadêmica dos alunos.
22. Apoiar o aluno individualmente ou em grupo em atendimentos programados e sistemáticos.

Com as famílias

1. Oferecer às famílias recursos que as orientem e apoiem na compreensão dos princípios


inerentes à tarefa de educar os filhos, de modo a viabilizar a auto realização dos mesmos.
2. Apresentar informações específicas sobre a vida escolar e acadêmica dos alunos.
3. Realizar entrevistas com as famílias, sobre a história escolar e de vida dos alunos, quando
necessário.
4. Viabilizar a realização de palestra sobre as temáticas específicas da faixa etária.
5. Trabalhar em parceria com a Associação de Pais e Mestres.
6. Acompanhar as reuniões de pais.
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7. Viabilizar espaços de escuta e acolhida às diferentes demandas.


8. Ajudar na percepção da necessidade da parceria família e escola.
9. Requerer dos pais relatórios de atendimentos por profissionais da comunidade, tais como,
fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, dentre outros, caso a criança
seja acompanhada por algum(ns) desses profissionais.
10. Planejar e coordenar atividades de informação profissional, envolvendo professores, família
e a comunidade.

Com os professores

1. Ajudar o professor no acompanhamento e compreensão de sua turma e dos possíveis


problemas que venham surgir.
2. Contribuir com as diferentes disciplinas, como o objetivo do desenvolvimento de um trabalho
comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a serem desenvolvidas com os
alunos.
3. Avaliar e acompanhar os aspectos relacionais das turmas.
4. Contribuir com o processo de enturmação das salas.
5. Acompanhar os resultados do processo ensino e aprendizagem, de modo a adequá-los aos
objetivos educacionais, assessorando e decidindo junto com o professor e no Conselho de
Classe os casos de aprovação e reprovação do aluno.
6. Elaborar e divulgar o perfil das turmas.
7. Desenvolver e viabilizar estratégias comuns entre os professores, coordenação e orientação.
8. Atender individualmente os professores para fornecer ou receber informações necessárias dos
alunos.
9. Estudos dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos e das turmas junto à
coordenação para posteriores encaminhamentos.
10. Participar das reuniões da equipe pedagógica.
11. Envolver-se com a preparação e com a realização dos Conselhos de classe.
12. Viabilizar estratégias que favoreçam as relações interpessoais, aluno x professor e aluno x
aluno e demais elementos da escola.
13. Contribuir com a elaboração dos critérios para a constituição de turmas.
14. Planejar e coordenar atividades de informação profissional, envolvendo professores, família
e a comunidade.
15. Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de formação continuada dos professores.

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Outras demandas

1. Manter atualizados os registros de atendimentos às crianças, às famílias e aos professores.


2. Elaborar relatórios técnicos, quando necessário.
3. Vivenciar os processos de gestão democrática da escola.
4. Manter contato com os profissionais da comunidade que atendam às crianças.
5. Estar atualizado sobre os assuntos da área da Orientação Educacional.
6. Saber lidar com os recursos tecnológicos.
7. Orientar estágios de alunos do curso de graduação em Pedagogia.
8. Efetivar um serviço integrado com a equipe de Supervisão Escolar, com o objetivo de melhor
acompanhamento do rendimento escolar do aluno.
9. Vivenciar a elaboração do Plano do Serviço de Orientação Educacional e do Projeto Político
Pedagógico da escola.
10. Participar da organização do Regimento Interno.
11. Acompanhar as atividades de sondagem para a elaboração do diagnóstico da comunidade
escolar.
12. Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço de Orientação Educacional.
13. Atualizar-se a respeito das necessidades do mercado de trabalho.
14. Participar e acompanhar a execução de projetos e atividades especiais desenvolvidas na escola.
15. Informar-se das atualidades nos assuntos educacionais.

ATIVIDADE SÍNTESE DA UNIDADE: retome os estudos desta Unidade e organize um plano de


trabalho para o Serviço de Orientação Educacional de uma escola. Pense nos diferentes segmentos e
na atuação com as crianças, com os professores, com as famílias e nas demais demandas do
Orientador. Utilize o quadro abaixo para organizar suas ideias.

EDUCAÇÃO INFANTIL
Frentes de atuação Ações do Orientador Educacional
Com as famílias

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Com os professores

Com as famílias

Outras demandas

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ENSINO FUNDAMENTAL I
Frentes de atuação Ações do Orientador Educacional
Com as famílias

Com os professores

Com as famílias

Outras demandas

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ENSINO FUNDAMENTAL II
Frentes de atuação Ações do Orientador Educacional
Com as famílias

Com os professores

Com as famílias

Outras demandas

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ENSINO MÉDIO
Frentes de atuação Ações do Orientador Educacional
Com as famílias

Com os professores

Com as famílias

Outras demandas

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UNIDADE 4

O Orientador Educacional e a Gestão Democrática nas escolas

A palavra “gestão” tem sido empregada para definir a prática das ações administrativas do
contexto escolar. Conforme afirma Antunes (2008, p. 14) a origem etimológica do termo gestão
advêm do latim gero, gestum, gerere e pode ser entendido como chamar para si, executar, gerar.
Assim, é possível o entendimento de que a gestão envolve não somente o ato de administrar, mas
também as dimensões que estão além de uma concepção de comando e autoritarismo, como a
democratização e o diálogo.

De acordo com os estudos de Lück (2006), a gestão escolar é composta por dimensões que
atendem ao enfoque da atuação em que o gerenciamento é entendido como um meio e não um fim
em si mesmo. Neste contexto, quatro níveis se destacam: a Gestão Pedagógica, Administrativa,
Financeira e Política. Cada uma dessas
dimensões será descrita a seguir.

Segundo a autora, na Gestão Democrática,


o gestor cuida da administração da área
pedagógico-educativa. Dessa maneira, ele
organiza em parceria com a equipe gestora os
objetivos do ensino estabelecendo as linhas de
atuação em função dos mesmos bem como do
perfil da comunidade escolar. Neste contexto, o
gestor se envolve com a administração da
estrutura física geral, dos espaços de apoio
pedagógico, dos níveis e modalidades de ensino
oferecidas e a sua clientela, com os recursos humanos da escola, com a organização da rotina
escolar, o processo ensino aprendizagem e ainda com a construção do Projeto Político Pedagógico
(PPP).

Já na Gestão Administrativa, o gestor ficará atento à parte física e institucional da escola,


sendo suas especificidades descritas no plano escolar e no regimento interno. Constituem tarefas do
gestor neste nível de atuação, a organização geral da instituição escolar, a relação da gestão com a
comunidade interna e externa, a participação de ambas no planejamento, administração e avaliação

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da escola, a democratização das informações e bem como a gestão do material e do patrimônio


material.

Diretamente relacionada à função administrativa está a Gestão Financeira. Esta envolve


etapas que abrangem o investimento, a aplicabilidade e a prestação de contas dos recursos
recebidos. Deve ainda considerar os princípios da administração pública relacionados à legalidade,
moralidade, impessoalidade e publicidade. Este, conforme esclarece a autora, parece ser o nível
mais difícil de gerenciar. É válido ainda ressaltar que a Gestão Financeira permite o envolvimento
efetivo da equipe administrativa, bem como da comunidade.

Por fim, mas não menos importante, o gestor escolar também se ocupa do exercício da gestão
política. Saber ser, saber conviver e saber propor ideias para o bom desenvolvimento da escola
remete, inicialmente, as suas lideranças. Conforme esclarece a autora, a dimensão política envolve a
ação para transformação, globalização, participação, práxis, cidadania, dentre outros aspectos. Isso
exige dinamicidade por parte do gestor. Tomando por base este princípio, o papel do gestor é o de
efetivar mudanças necessárias para obter os resultados desejados e que foram previamente
planejadas. Neste contexto, cabe destacar a figura do diretor, que tem como função prover as
necessidades da escola, atender alunos, conversar com professores, ouvir as reivindicações dos pais,
inteirar-se do trabalho pedagógico, bem como do serviço burocrático (Lück, 2006).

Confira o vídeo “Princípios e Bases da Gestão


Democrática” da TV Escola. Neste programa,
especialistas da área da Educação discutem sobre a
gestão democrática nas escolas e relatam
experiências bem sucedidas de escolas brasileiras.

http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=c
om_zoo&view=item&item_id=4893

Os estudos demonstram que a liderança diretiva revela o perfil da organização escolar. Assim,
um diretor de concepções tradicionais mostrará um perfil tradicional e autoritário, enquanto que um
diretor democrático promoverá uma gestão democrática composta pelos diferentes autores a atores
do processo educacional. Nesse contexto, o orientador educacional, ao compor a equipe gestora da
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escola, fará parte dos processos de decisões e escolhas coletivas. Ele ocupará o papel de agente de
mudanças junto à equipe gestora democrática e além de apoiar o desenvolvimento de aprendizagem
significativa do cidadão crítico reflexivo.

O profissional da orientação educacional precisa traçar seus objetivos de atuação diretamente


ligados aos objetivos gerais da Educação e, na escola que atuar associar-se aos objetivos mais
específicos. Isto, porém, não quer dizer que a orientação não possa ter seus objetivos próprios.

Historicamente, conforme estudamos na Unidade 1 percebemos que o trabalho da orientação


educacional manteve, sempre, estreitas relações com as tendências pedagógicas. Porém, conforme
determinou o art. 10 da lei 5692/71, a obrigatoriedade da orientação educacional, nas escolas de
1a e 2o graus, não garantiu a legitimidade de seus objetivos e propósitos por parte dos orientadores,
tão pouco a eficiência de seus resultados. Com isso, por longas décadas, a história da orientação
educacional foi marcada pelas várias tendências pedagógicas e ainda pelo viés terapêutico
(GRINSPUN, 2002).

De acordo com o que estudamos na Unidade 2, ao compreender a atuação da orientação


educacional, encontramos alguns pontos diferenciados, como sejam as diversidades de atribuições,
funções de acordo com as concepções e áreas do conhecimento e a identidade do profissional, que
chegou a ser visto como fora da esfera pedagógica. Hoje, todavia, e sob o olhar da gestão
democrática nas escolas, entendemos a atuação do orientador educacional como agente colaborador
do processo pedagógico. Temos então, uma atuação, de forma clara e transparente nos novos
paradigmas das ciências humanas voltado para as exigências e para as novas necessidades do
mundo (GRINSPUN, 2002).

A partir deste olhar compreendemos que o objetivo da ação do orientador não está
relacionado apenas ao ajustamento do aluno à escola, família ou sociedade, e sim à formação do
cidadão para uma participação mais consciente no mundo em que vive. Atualmente, está interligada
à outros fatores que não apenas unicamente o cuidar e ajudar os “alunos com problemas”.

Ao tomar por base os princípios da Gestão Democrática das escolas notamos a necessidade de
o orientador se inserir em uma nova abordagem de orientação, direcionada para “construção” de um
cidadão mais comprometido com seu tempo e com as relações que estabelece. Com isso, o trabalho
com o aluno está ligado ao desenvolvimento do seu processo de cidadania, à subjetividade e a
intersubjetividade, conseguidos por meio do diálogo nas relações estabelecidas.

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Conforme percebemos em Grinspun (2002) é pelo diálogo que os homens, nas condições de
indivíduos cidadãos, constroem a inteligibilidade das relações sociais, de modo que se torna
necessário eliminar tudo aquilo que possa prejudicar a comunicação entre as pessoas, pois só
através dela se pode chegar a um mínimo de consenso. Nesse contexto, o orientador educacional
cumpre um papel de fundamental importância.

Assim, é preciso garantir um serviço de orientação educacional voltado para a superação da


individualização, em busca de um olhar coletivo e participativo. Para isso, buscaremos almejar um
novo paradigma para a orientação educacional, não mais sustentado no perfil da ajuda ao aluno em
uma dimensão psicológica, mas sim no perfil de colaborar com esse mesmo aluno na sua formação
para a cidadania. Sob o olhar da gestão democrática, notamos que o trabalho do orientador envolve,
além dos aspectos políticos, os sociais da formação do cidadão. A orientação educacional procurará
entender e ajudar o aluno inserido no seu próprio contexto, com sua cultura e seus próprios valores.

Aliado a este pensamento, percebemos que o orientador educacional está com o olhar mais
direcionado para o compromisso com a cidadania e o para com o caráter da subjetividade dos
alunos. Há que se considerar também que a o serviço de Orientação Educacional vem buscando
fortalecimento nos estudos da área da Educação e em suas dimensões sociais, culturais, políticas e
econômicas. Notamos assim um novo olhar, sustentado numa única concepção, entretanto, em
conforme com o projeto político pedagógico de cada escola.

Assim, conforme os estudos de GRINSPUN (2002) a ação do orientador poderá viabilizar a


explicação das contradições, por meio de uma realidade concreta, capaz de promover as
articulações necessárias, as mediações possíveis, para que possamos assim, ter uma educação mais
justa, mais solidária e democrática.

É claro que os conflitos de paradigmas nas escolas continuarão a existir, mas apenas um
processo de orientação contextualizada contribuirá para a efetivação de um projeto educacional
mais global, ou seja, uma escola focada na formação de um verdadeiro cidadão.

Como vimos a ação do orientador está vinculada à área Educacional. Assim, este profissional
precisa compreender o que acontece dentro e fora da escola, conhecer sobre avaliação e currículo,
sobre os métodos de ensino e também sobre como se aprende, além do trabalho com os grupos e a
comunidade, a alfabetização e as questões relativas à aquisição da linguagem e à produção do
conhecimento e a pesquisa.

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Por fim, é válido ressaltar que as ações do orientador educacional nas escolas atuais, além do
comprometimento com os problemas de ensino aprendizagem estão direcionadas para que a escola
não perca a dimensão humana. Necessitamos assim, cada vez mais criar oportunidades para alunos,
pais e professores discutirem questões presentes no cotidiano.

Encerramos com o pensamento de Paulo Freire (1996) “o orientador pode e deve criar
oportunidade de debates e troca de experiências na escola”. Ao adotar tal comprometimento, a
Educação produzirá homens críticos e conscientes das suas possibilidades e limites dentro da
sociedade.

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Atividades Avaliativas:

Após os estudos sobre a gestão democrática nas escolas e o trabalho do orientador


educacional, teste seus conhecimentos com questões de concursos públicos:

1. (PMCM- PR) A gestão democrática da educação está associada aos mecanismos legais e
institucionais e à organização de ações que desencadeiem a participação social: na formulação
de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisões bem como também
estabelecer estratégias que garantam a permanência dos alunos na escola, tendo como
horizonte a universalização do ensino para toda a população, e a qualidade social dessa
educação. Sendo assim ao trabalharmos como educadores devemos levar sempre em
consideração os princípios da gestão democrática no exercício de nossas funções, de acordo
com as peculiaridades escolares quais são os princípios na qual os sistemas de ensino deverão
definir as normas da gestão democrática na educação básica?

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.


II - participação dos alunos em correção de provas.
III - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
IV - a obrigatoriedade da participação dos professores na realização das matrículas dos alunos em
Janeiro.

Dentre as afirmativas acima estão corretas:

a) Somente II, III e IV.


b) Somente I e III.
c) Somente I, II e III.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

2. (PMJ- RJ) A concepção do projeto político-pedagógico como organização do trabalho de toda a


escola está fundamentada nos princípios que devem nortear a escola. Em relação a estes
princípios, analise as afirmativas:
I. Liberdade é um princípio constitucional;

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II. Solidariedade é também um princípio constitucional;


III. Qualidade, que é privilégio de minorias econômicas e sociais;
IV. A participação é um direito de alguns que fazem a educação;
V. Pluralismo de ideias é entendido como o respeito ao outro, às diferentes opiniões,à diversidade
do pensar e agir.

Estão corretas:
(A) Somente as afirmativas I, II e III;
(B) Somente as afirmativas II, III e IV;
(C) Somente as afirmativas I, II, III e IV;
(D) Somente as afirmativas I, II e V.
(E) Somente as afirmativas III, IV e V.

3. (PMJ- RJ) “Existem, certamente, algumas limitações e obstáculos à instauração de um


processo democrático como parte do projeto político-pedagógico da escola.” Moacir Gadotti.
Entre eles, podemos citar, EXECTO:

(A) a nossa pouca experiência democrática;


(B) a própria estrutura de nosso sistema educacional que é vertical;
(C) o autoritarismo que impregnou nosso ethos educacional;
(D) a intensa participação e a cooperação das várias esferas de governo;
(E) o tipo de liderança que tradicionalmente domina nossa atividade política no campo
educacional.

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REFERÊNCIAS DE CONSULTA

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Prospectiva, n.28, 2004/2005.

BRASIL. Lei nº 9394/96, 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional.

BRASIL. DECRETO nº 72.846 de 26 de setembro de 1973.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Supervisão: uma reflexão crítica. 14 ed. Petrópolis:
Vozes, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - saberes necessários à prática Educativa. Paz


e Terra, São Paulo: 1996.

GRINSPUN, M.P.S.(Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez,


1994.
GRINSPUN, Míriam P. S. Zippin. A orientação Educacional: conflitos, paradigmas e
alternativas para a escola. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
LÜCK, Heloísa. Concepções e processos democráticos de gestão educacional.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
LÜCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 5 ed. Petrópolis, RJ:
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MILET, R.M.L. Uma orientação que ultrapassa os muros da escola. Revista Ande n.
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NÉRICI, Imídeo Giusepe. Introdução à Orientação Educacional. São Paulo: Atlas,
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Educacional no Brasil. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 47, p. 101-120, jun.
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PENTEADO, Wilma M. Alves e outros. Orientação Educacional na Prática:
princípios, técnicas, instrumentos, São Paulo: Pioneira, 2000.
PIMENTA. S. G. O pedagogo na escola pública. S. Paulo: Cortez, 1988.
SIQUEIRA, Regina aparecida Ribeiro, A Orientação Educacional Revisada. São Paulo:
Editora Arte & Cultura, 1995.

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